O documento discute desnutrição infantil, definindo-a como doença causada por baixa ingestão de nutrientes. Apresenta suas principais causas como pobreza e incapacidade de absorção de nutrientes, sintomas como baixo peso e desenvolvimento, e formas como kwashiorkor, marasmo e mista. Também aborda complicações, tratamento focado em ganho de peso e dados mostrando redução no semiárido cearense após programas de transferência de renda.
2. Conceito
Desnutrição é o nome que se dá
à doença causada pela baixa ingestão de
proteínas, carboidratos, vitaminas, lipídios
e sais minerais de modo geral.
Os países em desenvolvimento respondem
por 95% do total de desnutridos do planeta.
A desnutrição é uma das principais causas
de nascimentos de crianças abaixo do peso
normal, crianças que tem mais chances de
adoecer durante a infância, adolescência e vida
adulta.
3. Causas
A desnutrição infantil também pode ser causada pela incapacidade
do organismo de absorver corretamente os nutrientes dos alimentos
que ingere (anorexia, por exemplo). Geralmente, a desnutrição infantil
atinge as pessoas de baixa renda e sobretudo, as crianças dos países
mais pobres.
4. Sintomas
Os sintomas ou manifestação da desnutrição infantil pode acontecer
dentro de casa ou até mesmo na escola, geralmente elas ocorrem
através de manifestações leves e que podemos limitar o
desenvolvimento físico e intelectual de uma criança, fazendo com que
esta tenha maiores chances de evadir-se da escola com idade
inadequada.
É importante que todos realmente
saibam o quanto a desnutrição infantil é
algo muito sério e deve ser tratado com
agilidade, suas complicações decorrentes
podem causar; anemia severa, diminuição
da secreção do ácido clorídrico
(que tem, entre algumas funções,
a capacidade de “esterilizar” o que
comemos) no estômago e, em função
disso, proliferação de bactérias
(fato que já predispõe a um número maior de doenças).
5. Diagnóstico
Para diagnosticar a desnutrição infantil, devem ser investigadas as
medidas antropométricas, exames laboratoriais, manifestações clínicas
e alimentares.
Os indicadores antropométricos são
mais utilizados, sendo muito comum a
denominação de desnutrido quando a
criança tem baixo peso para a idade
ou para a estrutura.
Esse critério é de extrema
relevância. Porém, em alguns casos,
é necessário levar em consideração a
avaliação clínica e a história dietética
para elaborar o diagnóstico final, pois em casos de crianças com
edema ou constitucionalmente magras, o resultado antropométrico vai
apontar, erroneamente, para eutrofia (normal) e desnutrição,
respectivamente.
6. As formas de manifestações
clínicas da desnutrição são:
Kwashiorkor: Desnutrição predominante proteica.
É mais frequente em crianças menores de 5 anos e
apresenta como características básicas: edema,
diarreia, descamação da pele, despigmentação
do cabelo, apatia, tristeza, face de lua. Ocasiona
diminuição da proteína em diversos setores do organismo:
sangue, tecidos periféricos, músculos, fígado e outras vísceras.
Marasmo: Desnutrição energético-proteica equilibrada.
A deficiência de crescimento é acentuada, bem como
a de peso, a atrofia muscular, a ausência de gordura
subcutânea e a caquexia. Apresenta face de idoso e
pele enrugada. Normalmente são crianças irritadiças.
Proteínas plasmáticas normais, ou levemente diminuídas.
Kwashiorkor-marasmático: Forma mista, em que existe a
desnutrição energética e a proteica, porém desequilibrada.
A mistura marasmo-kwashiorkor apresenta sintomas
comuns a ambos. Em todos os casos, as crianças tendem
a desenvolver diarreia, infecções e múltiplas deficiências
de nutrientes.
7. Vertentes da Desnutrição
InfantilAs complicações decorrentes da desnutrição podem ser: anemia
severa, diminuição da secreção do ácido clorídrico (que tem, entre
algumas funções, a capacidade de “esterilizar” o que comemos) no
estômago e, em função disso, proliferação de bactérias (fato que já
predispõe a um número maior de doenças), resposta muito lenta do
sistema imunológico, visto que o organismo não possui nutrientes para
produzir células de defesa e perda de massa por parte de vários
músculos, no caso do coração, isto pode acarretar em morte.
Quando há casos de desnutrição não grave o paciente deve ser
tratado em casa (principalmente no caso de crianças), visto que o
ambiente hospitalar propicia, através de contágio, o aparecimento de
doenças em organismos debilitados. Quando, porém, o quadro do
paciente é crônico ou ele habita um lugar com condições deploráveis
de vida, ele deve ser imediatamente hospitalizado, neste caso, a
pessoa pode apresentar sintomas como: hipotermia, hipoglicemia,
anemia grave, taquicardia, tendências
hemorrágicas, pneumonia, desidratação, sarampo, icterícia (aspecto
amarelado da pele) e sinais de colapso circulatório (mãos e pés frios,
pulso fraco e consciência diminuída).
8. Tratamento da desnutrição
A prioridade é a recuperação dos depósitos de gordura
que garantem suporte energético para o processo anabólico
do crescimento. Medidas simples como
organizar os horários das refeições e
acrescentar uma colher de sopa de óleo
vegetal nas refeições principais.
Deve-se, primeiramente, recuperar o
peso, para depois intervir na qualidade
da alimentação. Existem maneiras
simples e que ajudam a criança a
não ter a desnutrição e até mesmo controlar o
problema.
9. Dados e estatísticas
Levantamento realizado pelo Ministério de Desenvolvimento Social -
MDS (2005), em parceria com estados, municípios, Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef) e universidades, constatou redução na
desnutrição infantil no semiárido cearense. O índice, que era de 17,9%
em 1996, caiu para 8,6% em 2005, dado esse justificado pelos efeitos
positivos dos programas de transferência de renda, como o “Bolsa-
Família” (MDS, 2005).
17.90%
8.60%
0.00%
5.00%
10.00%
15.00%
20.00%
Desnutrição Infantil
1996 2005
10. É de grande importância o acompanhamento do
desenvolvimento da criança. Os instrumentos
utilizados para a avaliação do desenvolvimento
deverão estar centrados nos marcos de
desenvolvimento para cada faixa etária. Desta forma
é importante a avaliação mediante um método
estruturado que identifique o processo como um todo
e não apenas em um único item.