2. DESNUTRIÇÃO
A desnutrição pode ser classificada em LEVE, MODERADA E GRAVE.
A classificação da intensidade está baseada no déficit de peso em relação à idade, e a altura assim como na altura
em relação à idade, adotando-se como base uma curva do crescimento.
3. Classificação da desnutrição segundo a tabela
de crescimento do NCHS.
É importante observar que toda criança desnutrida com edema, independentemente do seu déficit de
peso é considerada como desnutrido grave.
4. SINAIS CLÍNICOS DOS CASOS GRAVES DE
DESNUTRIÇÃO
Trata-se de um grupo de condições patológicas, resultante da falta concomitante de
calorias e proteínas em proporções variáveis, que acomete, com maior frequência os
lactentes e pré-escolares e, frequentemente associada a carência de vitaminas e minerais.
As formas graves de desnutrição: marasmo, kwashiorkor e as formas mistas, se
manifestam clinicamente de maneira típica, e devem ser reconhecidas pelos profissionais
de saúde para referência imediata a um serviço de maior complexidade onde estejam
disponíveis recursos e condutas adequadas para a recuperação nutricional.
5. MARASMO
É uma desnutrição grave observada em crianças que
possuem o peso muito abaixo do esperado para sua
altura e idade. Isto faz com que elas percam massa
muscular e gordura. O cabelo fica escasso, quebradiço e
pode vir a perder a coloração.
A criança pode ficar triste, quieta ou muito irritada, tem
a aparência muito emagrecida, envelhecida e com
costelas visíveis.
6. KWASHIORKOR
É um tipo de desnutrição grave causada por deficiência de
proteínas.
Pode comprometer o crescimento e o desenvolvimento da criança e,
por isso, deve ser prevenida por meio de uma dieta alimentar rica em
proteínas, encontradas em carnes (boi , frango, peixe), leite, queijo ,
ovos, feijão e outros.
A criança com Kwashiorkor geralmente apresenta apatia e
desinteresse pelas coisas ao seu redor, apetite diminuído, rosto com
aspecto redondo (“lua cheia”), inchaço no corpo todo, alterações nos
cabelos (mudança da textura, brilho, queda e presença de listras
brancas horizontais, conhecidas como “sinal da bandeira”), lesões de
pele (descamação e mudança de cor) e fraqueza muscular.
7. KWASHIORKOR MARASMÁTICO
É uma junção das duas, é caracterizado pelos sinais e
sintomas clássicos do Marasmo, contudo, com a presença
de edemas pelo corpo. Essa forma mista é marcada pela
desnutrição não só de carboidratos e gordura mas também
das proteínas, sendo considerada uma desnutrição
proteico-calórica(DPC).
8. DESIDRATAÇÃO
A desidratação aguda na infância tem como causa principal perdas gastrointestinais por diarreia aguda.
É a deficiência de água e eletrólitos corpóreos por perdas superiores à ingesta devido a anorexia, restrição
hídrica, por perdas aumentadas gastrintestinais (vômito e diarreia), perda urinária (diurese osmótica,
administração de diuréticos, insuficiência renal crônica), e perdas cutâneas e respiratórias (queimaduras e
exposição ao calor).
9. DESIDRATAÇÃO
Segundo a estratégia do AIDPI, as crianças precisam ser avaliadas até os 5 anos obedecendo o seguinte critério:
Avaliação da sua condição geral, pesadas sem roupas e verificar se há sinais de alerta. Além de Verifica se a criança
está letárgica ou comatosa, é importante sempre perguntar para os pais:
A criança consegue beber ou mamar no peito?
A criança vomita tudo o que ingere?
Criança apresentou convulsão?
10. DESIDRATAÇÃO
Os tipos de desidratação são
relacionados à intensidade das perdas de
líquidos e eletrólitos e essa classificação
é fundamental para seu tratamento.
Podem ser divididas em desidratação
leve, moderada e grave.
Na desidratação leve, existem perdas de
até 5% dos líquidos (3 a 5%); na
moderada até 10%; e na grave, acima de
10% de perdas ou mesmo choque.
11. DESIDRATAÇÃO
Na desidratação leve, a sintomatologia é discreta ou mesmo ausente. Sede, redução da diurese com urina
concentrada e sinais de desidratação intra e extracelular são leves ou ausentes. O enchimento capilar é inferior
a 3 segundos.
A desidratação moderada apresenta maior redução de diurese, sede intensa, maior intensidade de sinais de
desidratação, mucosas secas, taquicardia, embora sem sinais de choque enchimento capilar de 3 a 5 segundos.
Na desidratação grave, há perda de 10% ou mais do peso corporal. Os sinais de desidratação intra e
extracelular são ainda mais acentuados, com sede intensa. As mais preocupantes características são as
alterações hemodinâmicas, muitas vezes associadas com problemas na perfusão cerebral. Pode haver sinais de
choque: enchimento capilar lento ou mais de 5 segundos, extremidades frias, pulsos rápidos e finos e, mais
tardiamente, hipotensão. Na maioria das vezes, há respiração acidótica. Os sinais neurológicos iniciam com
irritabilidade, torpor e, em situações mais graves, o coma.
12. TRATAMENTO:
Plano A - Criança sem sinal de desidratação: Aumentar a oferta de líquidos como água e sucos, evitando
refrigerantes, sucos artificiais e soro de hidratação para atletas, que contém elevada quantidade de
açúcar acarretando aumento dos vômitos. Devem-se corrigir os eventuais erros dietéticos e oferecer o
soro de reidratação oral (SRO) de acordo com a aceitação do paciente, após cada evacuação ou
vômito.
Plano B - Também conhecida como fase de “reparação”. Nas crianças com desidratação, leve ou
moderada, avaliadas por sinais clínicos, é desnecessário o conhecimento do peso anterior, mas a partir
do início da hidratação, a criança deve ser pesada, o que ajuda na avaliação da HO.
13. TRATAMENTO:
Avalia-se o paciente pelo menos a cada hora, com base no desaparecimento dos sinais de hidratação,
elevação do peso e na presença da diurese.
Deve ser oferecido o SRO sem cálculos prévios respeitando a sede e aceitação da criança, usando copo,
colher ou mamadeira e obedecendo seu hábito.
De preferência, deve-se fazer a hidratação em ambiente específico ou sala de HO para o melhor
controle da hidratação.
É importante considerar que a criança deve ser hidratada dentro das 6 horas; se não houver sinais de
melhora dentro de 3 horas, dificilmente irá hidratar nesse tempo estabelecido.
14. TRATAMENTO:
Plano C Indicada a HV, nas situações em que está inviabilizada a via oral: alteração do estado de
consciência, íleo paralítico, desidratação grave ou choque. Nesse caso, é necessária a infusão rápida
de soluções hidroeletrolíticas em duas fases: reparação ou expansão rápida e manutenção mais
reposição.
Criança com desidratação grave – Considera-se quando: comatosa, pulso fino impalpável, sinal da
prega muito diminuído (mais de 2 segundos), olhos muito fundos, fontanela funda ou deprimida,
mucosa seca, não consegue beber ou bebe muito mal. Inicia-se terapia endovenosa em três fases:
expansão, manutenção e reposição.
15. Fase de expansão:
Pesar a criança sem roupa
Iniciar a infusão de: Soro a 5% e soro fisiológico a 0,9%, 1:1 com volume de 100 ml/kg e
velocidade de 50 ml/kg/hora.
Obs. Caso a criança se mantenha desidratada deve-se prescrever outra fase igual,
modificando apenas o volume: 50 ml/kg, na velocidade de 25 ml/kg/h.
A fase da expansão termina quando a criança clinicamente estiver hidratada, com duas
micções claras, densidade urinária menor que 1010, associada ao bom ganho de peso sem
roupa.
16. Fase de manutenção:
Visa repor perdas normais de água e eletrólitos que não proporcionais à atividade
metabólica.
Inicia-se com Soro Glicosado 5% - 80% (80%) mais Soro Fisiológico 0,9% (20%)
Entre 10 a 20 kg = 1.000ml+50 ml/kg por cada quilo que passe, até (10 quilos).
Acima de 20 kg = 1.500 = 20 ml/kg que passe.
17. Fase da reposição:
Visa repor as perdas anormais no caso de diarreia, a reposição deve cobrir perdas
fecais de água e eletrólitos.
Repor: 50 ml/kg em partes iguais de Soro Glicosado 5% e Soro Fisiológico a 0,9%.
Pode ser aumentado para 100, 150 ou até 200 ml/kg. Quando a criança necessitar
de grandes volumes de líquidos.