1. Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca
Disciplina: Formação de Professores no Brasil: perspectivas e
desafios
Professor: Antonio Ferreira da Silva Júnior, DR.
Aluna: Cristiane Carvalho de Oliveira
“O Ensino de Inglês na escola pública:
análise das novas concepções de ensino”
Formação de Professores (2012.2) - Cristiane Carvalho
2. “É possível aprender Inglês na escola? Crenças de professores sobre o
ensino de inglês em escolas públicas”
( Hilda Simone Henriques Coelho/ MG)
Parte integrante do livro Crenças e Ensino de Línguas – foco no professor,
no aluno e na formação de professores (2006) organizado pelas
pesquisadoras Ana Maria Ferreira Barcelos e Maria Helena Vieira Abrahão;
Apresenta parte dos resultados de uma pesquisa de mestrado realizada em
três escolas públicas do estado de Minas Gerais;
O estudo tem como objetivos:
a) Fazer um levantamento das crenças de quatro professoras de inglês e de
seus respectivos alunos sobre o ensino de Língua Inglesa ( LI ) em escola
pública;
b) Compreender como esses professores e alunos justificam suas crenças
sobre o ensino e aprendizagem de LI em escolas públicas.
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3. 1.Objetivos:
Promover uma reflexão a partir do texto “É possível
aprender Inglês na escola? Crenças de professores
sobre o ensino de inglês em escolas públicas”,
organizado pela Profª. Ms. Hilda Simone Henriques
Coelho ( 2005).
Buscar fundamentação teórica para minha pesquisa
sobre Nova proposta da Prefeitura do Rio de janeiro
para o Inglês no Ensino Fundamental: análise da
eficácia das novas concepções de ensino.
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4. 2. O ensino de LE no Brasil
Um breve histórico sobre o ensino de LE, com enfoque no ensino de
LI, desde o período da década de 40 até os dias atuais :
1º momento período pós-segunda guerra mundial (anos 40 a 60), havia
poucas escolas públicas e o nível de ensino era igual ao das particulares
(inclusive com exames de seleção);
2º momento ditadura (anos 64 a 88). Tradição francesa abandonada
línguas estrangeiras, artes e ciências humanas perderam terreno.
Ênfase na competência técnica alunos preparados para o mercado
industrial. Anos 70 elite brasileira percebe a importância de se
aprender inglês e começam a aparecer os cursos de idiomas, viagens
educativas e de intercâmbio para os EUA;
3º momento época das últimas reformas educacionais, a LDB (1996) e os
PCNs (1998). O ELE é compulsório no ensino fundamental. Autoridades e
escolas da comunidade local decidem sobra a escolha da língua a ser
estudada.
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5. E o momento atual...
Refletir sobre a situação dos adolescentes e jovens da rede pública de
ensino, que são excluídos da competição local, nacional e internacional do
mercado de trabalho por causa da pouca eficiência do ensino público.
O documento conhecido como Carta de Pelotas, afirma que “ o ensino
regular não tem sido capaz de garantir o direito à aprendizagem de
línguas, direito esse que acaba sendo usufruído apenas pela camada mais
afluente da população”.
De acordo com os PCNs deve-se encontrar maneiras de garantir que
essa aprendizagem deixe de ser uma experiência decepcionante, levando
à atitude fatalista de que a língua estrangeira não pode ser aprendida na
escola.
Para que uma aprendizagem seja de fato eficaz, percebe-se a
necessidade de trabalhar a formação dos profissionais que atuarão
neste contexto, melhorando suas competências ( Almeida Filho, 1993).
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6. 3. O Termo Crenças: diferentes definições
As crenças são teorias implícitas e assumidas com base em opiniões, tradições e
costumes, teorias que podem ser questionadas e modificadas pelo efeito de novas
experiências;
As crenças se organizam em episódios ou eventos baseados em experiências
pessoais (Pajares, 1992; Nespor, 1987);
As crenças são parte integrante dos processos mentais que influenciam e são
influenciados pelas ações e pelos efeitos dessas ações em sala de aula ( Clark e
Peterson, 1986);
As crenças podem causar impacto nas ações, e, por sua vez, as ações causam
impactos nas crenças. Porém, esta não é uma relação de causa e efeito
simplesmente. Segundo Barcelos (2000), essa “ é uma relação onde a compreensão
do contexto auxilia o entendimento das crenças”. Barcelos (2000) ressalta a
importância do professor estar atento a todas as influências que acontecem em
seu ambiente de ensino e, assim, possa compreender as ações e participações de
seus alunos em sala de aula.
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7. O termo crença, neste trabalho, é entendido como as
impressões que os professores e os alunos tem sobre
si e seus pares e em relação um ao outro, dentro de
um determinado contexto de atuação real ou dentro
de um contexto imaginário. Por exemplo:
No contexto de atuação real: sala de aula
No contexto imaginário: “morar no exterior é o meio
mais eficaz de se aprender uma LE” vem de um indivíduo
que nunca teve a experiência de morar em outro país.
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8. 4. Contexto e Metodologia
- Investigar crenças de quatro professoras e seus respectivos
alunos de LI em três escolas públicas, uma municipal e duas
estaduais de uma cidade de porte médio do interior de Minas
Gerais;
- Instrumentos de coleta de dados:
Narrativas dos professores;
Observação de aulas com anotações de campo feitas pela
pesquisadora;
Questionários semi-abertos;
Entrevistas semi-estruturadas gravadas em áudio.
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9. 5. Resultados: Crenças dos professores
1. Crenças sobre ensino e aprendizagem de LI:
- Aluno não gosta de aprender gramática;
- Ensinar apenas estruturas básicas;
- Falta de recursos didáticos;
- Aula: espaço de discussões de temas atuais para formação da consciência dos
alunos;
- Baixar o filtro afetivo do aluno: é importante que o aluno goste do professor;
- Jogos motivam o aluno para aprendizagem;
- Tradução para a LM e a analogia com estruturas de LM são importantes.
“ É preciso cuidar para que seja evitado o julgamento das capacidades intelectuais
dos alunos por considerá-los “coitadinhos” e “sem muitas chances” porque
pertencem a uma classe menos favorecida”( Moita Lopes, 1996).
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10. 2. Crenças sobre o aluno:
- os alunos precisam gostar do idioma para aprendê-lo;
- não vêm utilidade para a aprendizagem de LI;
- alunos da escola pública são menos favorecidos do que os da rede
particular;
- os alunos estão sempre desinteressados e não valorizam o professor.
3. Crenças sobre o papel do professor:
- Mostrar importância da LI;
- Despertar o gosto pela aprendizagem e ser amigo do aluno;
- Responsável pelo futuro acadêmico e profissional de seus alunos e pela
inclusão social;
- Fazer com que o aluno goste da disciplina, sua motivação depende do
professor e de suas aulas;
- Professor “sofre” por não ter condições de trabalho.
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11. 4. Crenças sobre a escola pública:
- Não é o lugar ideal para aprender a LI;
- Única fonte de acesso à LI: ensino deveria ser mais prático,
capacitando os alunos profissionalmente;
- A LI não é valorizada na escola pública, é preciso investir na
formação continuada dos professores;
- Não oferece condições de trabalho para o professor e não
garante ao aluno um ensino competitivo.
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12. Vale mencionar que esta pesquisa revelou que os alunos
consideram os conteúdos fáceis, justificando o desinteresse dos
alunos e parte da frustração dos professores. Os alunos reagem
negativamente, causando vários conflitos em sala de aula, como por
exemplo, a indisciplina e a indiferença.
As professoras que lecionam em cursos de idiomas se sentem
satisfeitas com o trabalho e justificam suas posições, afirmando
que tem maior retorno do ensino nesses locais, pois percebem um
grande progresso de seus alunos.
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13. 6. Implicações para o ensino de LI na
escola pública
1ª) Necessidade do espaço para que professores e alunos conheçam de fato
sua expectativas para o ensino e aprendizagem de inglês e, assim,
possam dialogar para a formulação de um programa para a turma.
2ª) Reflexão com outros professores de outras escolas públicas é bastante
proveitosa para que professores possam ter momentos de partilha de
suas crenças e experiências e juntos possam dar uma ênfase maior às
propostas e realizações de programas curriculares.
3º) Possibilitar aos professores o conhecimento da comunidade em que está
inserida a escola para diminuir os conflitos, ansiedades, mal entendidos
e decepções na escola pública.
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14. 7. Considerações finais
É possível olhar os contextos de cada sala de aula desta pesquisa e
entende um pouco mais as abordagens dos professores e os
comportamentos dos alunos, porque os professores ensinam como
ensinam e porque os alunos reagem daquelas maneiras nas aulas
( Almeida Filho, 1993).
Crenças dos professores ensino e aprendizagem de LI nas escolas
públicas expectativas baixas. Neste estudo, vale ressaltar que os
professores encontram-se acomodados aos moldes de ensino, sendo eles
os articuladores centrais do processo.
Ensino de LI na escola pública preparar alunos para estudos futuros
(ex. vestibular) e garantir melhores empregos. Esta crença apresenta
contradições professores só ensinam conteúdo fácil como estarão
preparando seus alunos para tarefas tão difíceis?
O ensino de LI nas escolas públicas desenvolvimento com seriedade,
possibilitando a produção do conhecimento do idioma em sua totalidade,
escrita, leitura, fala e compreensão.
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15. Para refletir...
Na sua opinião, é possível aprender
inglês na escola pública?
Qual a influência de suas crenças nas
práticas de sala de aula?
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16. Thank you!!!
Gracias!!! Merci!!!
Obrigada!!!
crisdoce79@yahoo.com.br
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17. Referências Bibliográficas
Abrahão, Maria Helena Vieira; Barcelos, Ana Maria Ferreira. Crenças e ensino de
línguas – foco no professor, no aluno e na formação de professores (orgs.) –
Campinas, SP: Pontes Editores, 2006.
ALMEIDA FILHO, J.C.P. (Org.). O professor de língua estrangeira em formação.
Campinas: Pontes, 1999.
BARCELOS, A. M. F. A cultura de aprender língua estrangeira em formação.
Campinas: Pontes, 1999.
CLARK, C.; PETERSON, P.L. Teachers ‘ though process . In : WITTROCK, M. (Orgs.).
Handbook of research on teaching (third edition). New York: Macmillan
Publishing Co., 1986.
Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.
Parâmetros Curriculares Nacionais, terceiros e quartos ciclos do ensino
fundamental – Língua Estrangeira. Brasília, 1998.
NESPOR, J. The role of belief in the practice of teaching . Journal of Curriculum
Studies, v.19, n. 4p. 317-328. 1987.
PAJARES, M. E. Teachers’ beliefs and educational research: cleaning up a messy
construct. Review of Educational Research, v. 62, n.3, p.307-332, 1992.
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