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ESTUDOS HELÊNICOS
O Teatro, a Tragédia e o Tragediógrafo
Estudos sobre o drama grego clássico e do
           drama euripidiano
                          Brian Gordon Lutalo Kibuuka
                            www.briankibuuka.com.br
Programa do Curso
Introdução
    • Questões teóricas
    • Metodologia
                                      O Teatro
    • Referências Bibliográficas      • Origem do Teatro e das Representações
    • Delimitação                       Teatrais
                                      • A descrição do teatro grego
                                      • Espaço de encenação e espaço cívico
                                      • As festas cívicas




A Tragédia                              O Tragediógrafo: Eurípides

• A origem da tragédia                  • Biografia
• Descrição formal do drama trágico     • Tragédias de Eurípides
• Atores, diretores, coro, corifeu      • Características do drama
• Financiamento da apresentação           euripidiano
  teatral
• Concurso teatral
• Os tragediógrafos
Estudos Clássicos
Estudos Clássicos são estudos da

           Linguagem
              Literatura
                   História
                       Arte

  E outros aspectos do Mundo Mediterrâneo.
        Nosso enfoque neste curso está na
      investigação do teatro grego clássico.
O que um classicista
     estuda?
Arqueologia
O arqueólogo que é classicista investiga as civilizações a partir
   dos restos deixados, para compreender sua cultura e
   organização social.

História da Arte
A arte e arquitetura grega e romana nos influenciam até hoje.
• Vasos
• Afrescos
• Esculturas
Civilização e História
Classicistas usam a arqueologia, a literatura e a história para
    compreender a história e cultura do Mundo Antigo.
Filosofia
As raízes da filosofia Ocidental estão no estudo das obras clássicas.
Questões Teóricas
Lendo um texto trágico como
documento: princípios metodológicos
Texto Literário / Histórico                 Texto trágico
• O texto literário/narrativo é um          •   Encenado preponderantemente em
    “paradigma da distância na                  festejos cívicos atenienses.
    comunicação” (RICOEUR, Du texte         •   Tragediógrafo: educador da pólis
    à l'action, 1986, p. 114)               •   Liberdade para cidadãos e tragediógrafos
•    “a narrativa literária e a histórica       •    ninguém é impedido de “conhecer ou ver
    pressupõem uma ordenação do                     qualquer coisa... a não ser que isso
    real e a busca da coerência…”                   constitua uma ajuda ao inimigo” (Th. 2.39.1)
•   “Esta coerência fictiva depende             •   espaço público de educação cívica de forma
    de uma possibilidade de                         tal “que toda a pólis fosse um exemplo de
    construção de sentido articulada                educação para a Grécia” (Th. 2.44.1)
    no momento da escritura do              •   Interferência das tragédias nas questões
    texto, mas que deverá ser                   de interesse dos cidadãos.
    reconstruída pelo leitor.”              •   Estímulo financeiro para todos
    (LEENHARDT & PESAVENTO,
    Discurso Histórico e Narrativa              frequentarem o teatro (EASTERLING, The
                                                Cambridge Companion to Greek Tragedy, 1997;
    Literária, 1998, p. 12)                     GOLDHILL, ‘Civic ideology and the problem of
                                                difference’, 2000; CARTER, ‘Was Attic tragedy
                                                democratic?’, 2004)
Pólis-teatral e representação
dramática
•   Atenas, o estado (pólis) teatral:
    •   GEERTZ, Negara: the Theater State in Nineteenth-Century Bali.
        New York, 1980.
    •   cultura de Atenas: uma cultura da performance (REHM, Greek
        Tragic Theatre, 1992; CSAPO, E. & SLATER, J., The Context of
        Ancient Drama, 1995)
• Representação dramática:
    •   está imbuída de idealidades e mentalidades
    •   está imbuída de rupturas e continuidades
    •   pressupõe um drama e uma audiência julgadora
    •   apresenta “debates, contradições e questionamentos… pela
        abstração” (WILLIAMS, Tragédia moderna, 2002, p. 36)
         •   está situada “entre o lugar e o não-lugar, uma localização parasitária, que
             vive da própria impossibilidade de se estabilizar” (MAINGUENEAU, O
             contexto da obra literária, 2001, p. 28). Tal lugar é artístico, mas também
             político.
O Teatro
Theátron – lugar de ver
Diázōma – “cintura”
Kerkís - assento
Prohedría – banco da frente
Orchḗstra – lugar da dança
Skenḗ - tenda
         Proskḗnion – frente da tenda
Logeîon – região da skenḗ onde os atores falam
Thýrōma – porta com batente
Epískēnos – frente da tenda
Párodos – caminho ou entrada
Teatros




Réplica artística do        Teatro de Dioniso
teatro de Dioniso            hoje

                Teatro de
                Delfos
Teatro de Dioniso - Atenas
• Era um anfiteatro
  • Com capacidade para 20,000 espectadores
  • Localizado na acrópole
Layout dos teatros gregos
Os Festivais Teatrais
Os Festivais Teatrais
Dionisíacas Rurais
 As Dionisíacas
   Rurais eram
 celebradas em
honra a Dioniso
                  Leneias
  nos campos.
  Vários démoi
   celebravam
  esta festa em
    diferentes
   datas, mas
     todas no
   mesmo ano
                  As Leneias era
                    festivais de
                                   Dionisíacas Urbanas
      agrícola      verão, que
 durante o fim    ocorriam entre     As Dionisíacas Urbanas ou Grandes Dionisíacas eram um
 do período de        janeiro e     festival de primavera celebrado anualmente entre o fim de
  chuvas, entre      fevereiro.    março e o começo de abril. Dioniso era honrado como patrono
   dezembro e                                                  local
janeiro, poucas
semanas antes
   das Leneias
Festivais/Competições
• Dionisíacas
  • Um festival religioso de Atenas em honra a Dioniso
  • Por volta de 530 a.C. as tragédias passaram a ser
      encenadas
  •   Por volta de 478 a.C, as comédias também passaram a ser
      encenadas
Leneias (Λήναια)
•   Era um festival Ateniense dedicado ao deus Dioniso
•   Celebrada durante o inverno, por volta do mês Gamēliṓn
    [Γαμθλιών, antigamente chamado de Ληναιών] (janeiro-fevereiro).
    Consistia, em sacrifícios e em concursos dramáticos de tragédias e
    de comédias
•   As Leneias eram limitadas aos cidadãos atenienses
•   Durante o festival das Leneias, eram apresentadas peças de teatro e
    comédias, era um empreendimento público, organizado pelos
    magistrados mais importantes da cidade
•   Os festejos terminavam em uma assembleia em que todos os
    cidadãos podiam participar
•   Na assembleia, eram avaliados: o desempenho dos organizadores e
    de todos os concorrentes.
•   O festival decorria nos moldes da prática política e democracia
    Ateniense.
Dionisíaca Rurais (τὰ κατ΄ἄγρούς
Διονύσια)
•   Descrita vividamente por Aristófanes em
    Acarnenses (247-249), gives us a vivid description
    of the procession
•   Ocorria em dezembro (Poseideṓn
    [Ποςειδεών], sexto mês no calendário ático)
•   Muitas pessoas frequentavam a festa
•   Era realizada uma procissão contendo
     • Mulheres, com flores e pão
     • Homens, com vinho e água
     • Um falo
     • Um bode
     • Panela para cozinhar o bode
•   A festa durava seis dias, nos quais eram feitas
    procissões, entoadas canções, eram feitas danças
    e festas
Dionisíacas Urbanas (τὰ ἐν άστει
Διονύσια / τὰ μεγάλα Διονύσια)
• Festival urbano
• Estabelecido no sexto século a.C.
• Ocorria três meses depois das Dionisíacas Rurais, entre
    março e abril (Elaphēboliṓn [Ἐλαφθϐολιών ], nono mês
    do calendário ático)
•   O festival durava 5 dias
•   A festa ocorria no final do inverno, numa época frutífera
•   O teatro de Dioniso era democrático por natureza: todos
    os cidadãos eram convidados a participar do festival e
    até mesmo os prisioneiros eram libertos nesta ocasião
•   O desfile do falo terminava com a condução da efígie do
    “deus” até o teatro para que esse fosse celebrado.
Mais sobre o festival dionisíaco
•   Segundo a tradição, o festival foi estabelecido após a
    anexação de Eleutéria, uma cidade na fronteira entre a
    Ática e a Beócia
•   Os cidadãos da cidade de Eleutéria escolheram fazer parte
    da Ática
•   Os cidadãos de Eleutéria levaram a Atenas uma estátua de
    Dioniso, que foi inicialmente rejeitada
•   Dioniso puniu os atenienses com uma praga que afetou a
    genitália masculina, curada após a aceitação, pelos
    atenienes, do culto a Dioniso
•   A adesão ao culto a Dioniso e a cura eram recordados todos
    os anos pela procissão de cidadãos carregando na procissão
    um falo.
Modalidades do Drama
       Grego
Performances nos Festivais Teatrais

                Ditirambos




    Dramas
                             Tragédias
    satíricos




                Comédias
Ditirambos
Descrição    Competições entre grupos cantando
             ditirambos eram uma parte importante
             dos festivais


            Cada tribo apresenta dois coros: um de
            homens, outro de meninos, cada um sob a
            liderança de um chorēgós


            O chorēgós vencedor recebe uma estátua
            que seria erguida às suas próprias custas
            sobre um monumento público para
            comemorar a vitória de seu grupo
Drama Satírico
   Derivado, como a
                           Como a tragédia, é um
      tragédia, do                                   O único drama satírico
                           jogo entre o coro e os
   ditirambo, e mais                                       supérstite
                               protagonistas.
    antigo que esta
• Das danças mais          • O drama satírico é      • é Ciclope, atribuído a
  antigas em honra a         uma espécie de            Eurípides
  Dioniso este drama         tragicomédia            • O coro era composto
  reteve a imitação dos    • “é um drama que           de sátiros.
  sátiros                    diverte” (Demetrius,    • Nas grandes
• As suas feições finais     Sobre o estilo, 169).     Dionisíacas, o drama
  são atribuídas a                                     satírico era a quarta
  Pratinas, concorrente                                peça de uma
  de Ésquilo nos                                       tetralogia
  festivais
Comédia
         Quando a tragédia já                         A palavra "comédia"                     A comédia teve sua
         havia passado o pico                         originalmente                           primeira evolução
         do seu                                       significava "Κῶμοσ                      artística com
         desenvolvimento,                             cantado"                                Epicarmo de Siracusa,
         floresceu na comédia                                                                 qe viveu no tempo do




                                                                               Os primeiros
                                                                             comediógrafos
                                  O termo “comédia”
Origem




                                                      Era uma espécie de                      rei Hierão.
         ática.                                       festa brincalhona e
         Ele também tem suas                          alegre, um carnaval.                    Epicarmo colocou em
         raízes nos festivais                                                                 cena estereótipos,
                                                      O coro usava                            como o camponês e o
         dionisíacos.                                 fantasias absurdas e                    parasita. Encenou o
         Fazendo uso do riso                          permanecia vestido                      banquete suntuoso,
         amargo e zombaria, a                         sem máscaras.                           com atores vestidos
         comédia tece críticas                        As comédias foram                       de forma grotesca
         tanto à vida pública e                       inicialmente
         quanto à privada.                                                                    Até o ano 487 a.C., as
                                                      encenadas nas                           representações foram
                                                      Leneias.                                feitas por amadores.
                                                                                              Depois, a comédia se
                                                                                              tornou uma categoria
                                                                                              oficial dos concursos
                                                                                              dramáticos.
Comédia
         Quando a tragédia já                         A palavra "comédia"                     A comédia teve sua
         havia passado o pico                         originalmente                           primeira evolução
         do seu                                       significava "Κῶμοσ                      artística com
         desenvolvimento,                             cantado"                                Epicarmo de Siracusa,
         floresceu na comédia                                                                 qe viveu no tempo do




                                                                               Os primeiros
                                                                             comediógrafos
                                  O termo “comédia”
Origem




                                                      Era uma espécie de                      rei Hierão.
         ática.                                       festa brincalhona e
         Ele também tem suas                          alegre, um carnaval.                    Epicarmo colocou em
         raízes nos festivais                                                                 cena estereótipos,
                                                      O coro usava                            como o camponês e o
         dionisíacos.                                 fantasias absurdas e                    parasita. Encenou o
         Fazendo uso do riso                          permanecia vestido                      banquete suntuoso,
         amargo e zombaria, a                         sem máscaras.                           com atores vestidos
         comédia tece críticas                        As comédias foram                       de forma grotesca
         tanto à vida pública e                       inicialmente
         quanto à privada.                                                                    Até o ano 487 a.C., as
                                                      encenadas nas                           representações foram
                                                      Leneias.                                feitas por amadores.
                                                                                              Depois, a comédia se
                                                                                              tornou uma categoria
                                                                                              oficial dos concursos
                                                                                              dramáticos.
Comédia
Cratino
 • Contemporâneo de Péricles.
 • Passou à posteridade como o verdadeiro fundador da comédia ática antiga.
 • Os poucos comentários a seu respeito mostram-lhe como crítico
   político, mas também como um homem simpático e jovial.
 • Com 90 anos, em 423, venceu Nuvens de Aristófanes no concurso
   trágico, a nona de suas vitórias.

Eupolis
 • Foi o crítico mais impiedoso da situação política e dos sofistas de seu
   tempo.
 • Sua produção coincide com a de seu rival de Aristófanes, seu amigo - mas
   depois, ambos romperam.
 • Eupolis morreu na batalha naval do Helesponto.
Aristófanes

O mais brilhante dos
dramaturgos       cômicos     Viveu entre 450 e 385 a.C.
gregos do seu tempo.



Ateniense, nascido aos pés
                              O elemento vital de sua
da Acrópole, no demo de
                              comédia foi a oposição
Cidateneo, ridicularizou as
                              vigilante à política da
deformidades e loucuras
                              época.
da vida política.
A tragédia
A origem da tragédia
Transição do Ditirambo
            para a Tragédia
                                            O líder do coro mais
    Os ditirambos
                                              tarde se torna o
 normalmente estão
                                             protagonista, com
relacionados a algum
                                            intercâmbios líricos
 incidente na vida de
                                            entre ele e o coro –
       Dionísio
                                              nasce a tragédia

                        Os ditirambos são
                         cantados por um
                        coro grego de até
                          50 homens ou
                        meninos dançando
                           em formação
                             circular
Téspis




          cantor de            introdutor de um
         ditirambos               novo estilo



                               um cantor – várias
                                 personagens



                                              personagens
Criador do Gênero                              diferentes

     Trágico
    (tradição)                               com máscaras
                                               diferentes
Téspis




          cantor de            introdutor de um
         ditirambos               novo estilo



                               um cantor – várias
                                 personagens



                                              personagens
Criador do Gênero                              diferentes

     Trágico
    (tradição)                               com máscaras
                                               diferentes
Na Poética de
                            Aristóteles, temos:




                            os ditirambos, cantos
                             em honra do deus       o ditirambo passou por
   uma visão teleológica
                           Dioniso, são apontados     transformações até
       da tragédia
                              como o ponto de        seu acabamento final
                            partida da “evolução”



Criador do Gênero
     Trágico
                                                     Poét., IV,1449a10-20
    (tradição)
As primeiras tragédias
Temas
                      Objetivo
Histórias de deuses
e heróis                            Cosmovisão
                      Explorar os
                      problemas                       Recurso temático
                      humanos       Universo
                                    governado pelo
                                    destino           grandeza
                                    Destino em        desastre
                                    interação com a
                                    humana de tomar
                                    decisões
Dramaturgos
  Téspis      • Ator e dramaturgo
              • 534? A.C.


  Ésquilo     • Criador do diálogo
              • 515-455 a.C.


 Sófocles     • Introdutor do terceiro ator
              • 495-405 a.C.


Eurípides     • “mais trágico dos trágicos” (Arist., Poet., 1453a29-30)
              • 485-406 a.C.


Aristófanes   • Comediógrafo
              • 448-380 a.C.


Menandro      • Principal autor da comédia nova, comédia de costumes
              • 342-291 a.C.
A preparação do drama
Atividades de pré-produção teatral




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atendendo                    chorēgós       ensaiar,                 Participar
                úsica aos                                processo
    às                        executa     reescrever,                   do
               atores/me                                de seleção
demandas                    corretame       ensaiar,                 proagṓn
               mbros do                                 dos juízes
formais do                  nte as suas     ensaiar
                  coro                                    chegue
  drama                       funções
As tragédias e os festivais: cronologia

                             Início das
                            Dionisíacas




                                                  Eventos que
  Festa do elenco
                                                 ocorrem antes
  e início da nova
                                                da apresentação
  produção teatral
                                                   das peças




           Julgamento das                 Apresentação
                peças                      das peças
A teoria da tragédia
Definição de Tragédia: Aristóteles
Teoria da Tragédia: Aristóteles
Poética de Aristóteles
 • visão teleológica da tragédia
 • os ditirambos, cantos em honra do deus Dioniso, são apontados como o ponto de
   partida da “evolução” do gênero
 • O gênero passou por transformações até seu acabamento final (Poét., IV,1449a10-
   20)
Inovações: número de atores
 • Segundo o tratado poético, Ésquilo foi responsável pela introdução do segundo
   ator
 • Com o tempo, foi diminuindo a importância do coro
 • Com a introdução de personagens em cena, a tragédia passa a ter o predomínio do
   diálogo das personagens entre si e delas com o coro
Sófocles
 • é o responsável por colocar três atores em cena
 • É o responsável pela ênfase ao aspecto cênico nas peças
Características do drama trágico
Pouca ação encenada


Enredo familiar


Pedagógico


Eixo temático: conflito entre o indivíduo e o universo

Destino trágico provocado pelo crime contra a sociedade ou contra os
deuses


Castigo, com o propósito de equilibrar a balança da justiça
Convenções do Teatro Grego

                 Principais Convenções

                                           Eram usadas
                                             máscaras,                      Recurso
                                                             Devido à
                Os atores                    perucas e                  dramático: um
                                                             intenção
                 usando                   botas de salto                  mensageiro
As peças eram                Atores eram                    religiosa e
                conjuntos                    alto para                   vem ao palco
 encenadas                  todos do sexo                 estilo, nenhu
                mínimos e                    aumentar                      e fala ao
durante o dia                 masculino.                   ma violência
                 poucos                    visibilidade e               público sobre
                                                          era mostra no
                adereços.                    adicionar                    as mortes e
                                                               palco.
                                          formalidade à                  assassinatos.
                                          caracterização
Partes Quantitativas da Tragédia
      (Poét. XII, 1452b15)


                                Coral
                        Êxodo   • párodo
                                • estásimo
             Episódio

   Prólogo
Ordem narrativa da tragédia

 Prólogo        Párodo        Episódios    Estásimos        Êxodo
                                           entrecortam
apresentação                   partes da   os episódios   • a saída do
do tema da     primeira ode    peça com       com a         coro
peça                             cenas      atuação do    • com a
• um ator                                      coro         diminuição
  (monólogo)                                                do
                                                            elemento
• mais de um                                                coral,
  ator (em                                                  passou a ser
  monólogo)                                                 a última
• mais de um                                                cena depois
  ator (em                                                  do último
  diálogo)                                                  estásimo
Elementos dramáticos da Tragédia Grega
        A tragédia grega centra-se no reverso da fortuna - peripeteía

• Encena-se a queda do herói trágico e os eventos que levaram a essa queda.
• Um dos propósitos principais da tragédia grega é ajudar o público a
  aprender alguma verdade sobre a vida.
• O público experimenta uma intensificação das emoções: os espectadores
  veem como o herói sofre e se identificam com seus problemas.
• O herói trágico passa por uma anagnórisis: a conscientização de sua
  condição, uma transição da ignorância ao conhecimento.
• No final do drama, o público é conduzido à catarse, a purganção e
  purificação de suas emoções, tornando-se mais capaz de entender a vida.
• A condição trágica é muitas vezes o resultado da hamartía do herói trágico,
  ou da falha trágica, que leva à sua queda.
• Um traço comumente associado à hamartía é a hýbris (excesso, desmedida).
• Poética (X, 1452a12-17)
Elementos dramáticos da Tragédia Grega
Exemplo: Édipo Rei

                               Peça de
                               Sófocles

                        Recebeu o segundo
                            prêmio no
                         concurso trágico
          Mito:
          • Maldição contra a família dos Labdácidas (Lábdaco)
          • Peças: Laio, Édipo e Sete contra Tebas, Édipo Rei

                       Laio rapta o filho do
                        rei Pélops, Crisipo,
                           que se mata.
                  Pélops amaldiçoou Laio,
              decretando que se ele viesse a ter
              um filho, este seria seu assassino.
                          Este é o enredo
                           de Sete contra
                         Tebas e Antígona.
O herói trágico de Aristóteles
•   Status nobre.
•   Imperfeito.
•   Livre em sua vontade e, por isso, falível.
•   É punido pelo seu crime, cometido geralmente por ignorância.
•   A queda do herói conduze-o ao autoconhecimento.
•   A audiência ficava emocionalmente devastada com o
    descenso do herói. Uma das funções da tragédia é gerar,
    através disso, piedade e temor.
As três unidades de Aristóteles
• Para infundir intensidade dramática, as tragédias contem,
    segundo Aristóteles, três unidades:
•   Unidade de tempo
     • toda a ação ocorre em um dia, e o coro dá as informações de
       background.
• Unidade de lugar
     • Toda a ação ocorre em um só lugar
•   Unidade de assunto
     • A caracterização é singular, não havendo interpolação de narrativas ou
       subenredos.
•   Poética, VI, 1450a4
Atores e coro trágicos
Atores trágicos


                                          protagonista


Contratados   Concedidos
  e pagos     aos poetas   Três atores   deuteragonista
pelo Estado    trágicos

                                          tritagonista
Os atores trágicos
Atores Trágicos
• O protagonista
  • assumiu o papel do personagem mais
    importante na peça
• Deuteragonista e tritagonista
  • desempenhavam um papel menor
• Nunca há mais de três atores falando na
  mesma cena
• Todos os três atores desempenhavam múltiplos
  papéis
Atores Trágicos
• Os atores do sexo masculino interpretavam
  papéis femininos
• A encenação de papéis múltiplos, tanto
  masculinos       quanto      femininos,  era
  possível devido ao uso de máscaras
• Máscaras com variações sutis também
  ajudavam a audiência a identificar o sexo, a
  idade e a posição social dos personagens
• As principais funções de um ator eram
  • falar o diálogo atribuído para os seus
     personagens
  • cantar sozinho canções
  • cantar com o coro ou com outros atores
O coro
O coro
                         Os membros do coro
    Coro e atores             não eram
                             profissionais
• A tragédia continha   • Aqueles que tinham
  músicas cantadas        talento para cantar
  tanto por atores        e dançar eram
  quanto pelo coro        treinados pelo
• O coro fazia            poeta ou pelo
  movimentos e            diretor de cena
  danças                • Os membros do
                          coro vestiam
                          fantasias e máscaras
O coro
• A primeira função de um coro trágico era a de
  entoar um canto de entrada chamado de
  párodo
• Os membros do coro entoavam o párodo
  enquanto marchavam para a orquestra
• Quando o coro estava posicionado na
  orquestra, ele assumia duas funções:
  • diálogo com os personagens através de seu
     líder, o Corifeu
  • cantar e dançar canções corais chamadas
     stásimai
O coro trágico
• Era composto por 15-20 homens
• O coro representava os cidadãos – sua dicção
  é índice não só da voz do dramaturgo, mas
  direciona a recepção do drama
As funções do coro trágico
•   Definir o tom das ações
•   Dar informações
•   Recordar eventos do passado
•   Interpretar e resumir os eventos encenados
•   Fazer perguntas
•   Emitir opiniões
•   Dar conselhos, se solicitado
•   É objetivo no julgamento das ações do protagonista
•   O coro age como um júri de anciãos ou homens sábios
•   Geralmente, as conclusões do coro são moralistas
As canções entoadas pelo coro
• A música coral é
     • altamente formal e estilizada
     • aumentava a emoção no decorrer do seu desempenho
•   Partes:
     • Estrofe: a primeira parte de uma ode coral, durante o qual o Coro desloca-se da esquerda
         para a direita, ou de leste a oeste
     •   Antístrofe: a parte de uma ode coral que segue a estrofe e durante o qual o Coro executa
         passos em seu retorno da direita para a esquerda ou do leste para o oeste.
• EPODOS
     • É a terceira parte de uma ode coral, após a estrofe e o antístrofe
     • Completa os movimentos do coro.
•   Muitas vezes, um personagem no palco (ou personagens no palco) vai/vão
    dialogar com o Coro.
•   O nome da música entoada no diálogo é kômmos.
Ésquilo, Eurípides e Sófocles:
os três principais dramaturgos trágicos
Ésquilo
•   525 a.C./524 a.C - 456 a.C /455
    a.C.
•   Considerado o pai da tragédia
•   Expandiu o número de atores
    para permitir conflito entre eles
•   7 de 92 peças são supérstites
•   Seu drama foi influenciado pela
    invasão persa da Grécia
•   Foi importante no tempo da
    guerra: sua lápide faz menção à
    vitória grega em Maratona
Ésquilo
    • Culpa e punição
      foram os temas
      mais frequentes
    • Obras         mais
      conhecidas:
      Prometeu
      Acorrentado       e
      Oresteia
    • 13 vezes ganhador
      da Cidade Dionísia
Sófocles

•   Escreveu 120 peças - 7
    sobreviveram
•   Competiu em cerca de 30 vezes e
    venceu 24 concursos trágicos
•   Ésquilo só ganhou 14 e foi
    derrotado, por vezes, por Sófocles
•   Sófocles influenciou o drama
    como o conhecemos pela adição
    de um terceiro ator
•   Com Sófocles, o coro tornou-se
    menos importante
•   A caracterização em Sófocles é
    mais desenvolvida
Sófocles
   • Temas
     • Homem      Ideal    -
       religioso
     • Amor, harmonia e
       paz
     • Respeito         pela
       democracia
     • Simpatia com as
       fraquezas humanas
Eurípides

Um tipo diferente de tragédia?
Eurípides
  • 480 a.C.-406 a.C.
      18-19 de suas peças sobreviveram
  •   Tragédia reformulado - introduziu
      personagens fortes e
      mulheres/escravos inteligentes
  •   Satiriza os heróis da mitologia
      grega
  •   Suas peças pareciam modernas
  •   Centrou-se na vida interior e nos
      motivos patéticos
  •   Só ganhou quatro competições
Hécuba de Eurípides
        
 Histórico da Pesquisa – Metodologia – Conceitos
Histórico da
                                 Metodologia               Conceitos
     Pesquisa


• 2009 - Tradução e estudo   • Tradução do corpus    • Trágico
  do prólogo                 • Análise das imagens   • Párodo
• 2010 - Tradução e estudo     políticas             • Tragédia e Política
  do párodo                                          • Imagem Política na tragédia
• 2011 – Tradução da
  tragédia inteira
Conceitos
                 
Trágico – Párodo – Tragédia e Política – Imagem Política
Análise das Imagens
      Políticas
         
Hécuba 107-     ἐν γὰρ Ἀχαιῶν πλιρει ξυνόδῳ λζγεται δόξαι ςὴν παῖδ᾽ Ἀχιλεῖ
108

                “Pois, na assembleia plena dos aqueus,
                diz-se que foi decretado tornar”




Hécuba        πολλῆσ δ᾽ ἔριδοσ ςυνζπαιςε κλφδων, δόξα δ᾽ ἐχώρει δίχ᾽ ἀν᾽ Ἑλλινων
116-118

              “Uma onda de grande querela chocou-se simultaneamente,
              e uma dupla opinião avançava sobre o exército”
Hécuba 123-   τὼ Θθςείδα δ᾽, ὄηω Ἀκθνῶν, διςςῶν μφκων ῥιτορεσ ἦςαν:
125


              “dois rebentos de Atenas, eram oradores de duplos discursos, mas
              concordavam em uma única proposição,”




Hécuba        ςπουδαὶ δὲ λόγων κατατεινομζνων ἦςαν ἴςαι πωσ, πρὶν ὁ ποικιλόφρων
130-134       κόπισ ἡδυλόγοσ θμοχαριςτὴσ Λαερτιάδθσ πείκει ςτρατιὰν μὴ τὸν ἄριςτον
              Δαναῶν πάντων“




               eram, de certa maneira, semelhantes, depois que o astuto mentiroso de
               fala doce que agrada o povo, o Filho de Laerte, persuade o exército”
BAILLY, A. Dictionnaire Grec Français. Éd. revue par L. Séchan et P.
                Chantraine. Paris: Hachette, 26e éd., 1963.

 EASTERLING, E. A. Form and Performance. In: EASTERLING, E. A. The
Cambridge Companion to Greek Tragedy. Cambridge: Cambridge University
                   Press, 1997 (2005). p. 151-177.

FINLEY. Moses. (org) Mito memória e História. In: Uso e abuso da História.
                São Paulo: Martins Fontes, 1989. p. 06.

      GOODWIN, W.W. A Greek Grammar. London: MacMillan, 1894.

 GREGORY, Justina. Hecuba: introduction, text, and commentary. Atlanta:
              American Philological Association, 1999.

  PAGE, T. E.; CAPPS, D. E.; ROSE, W. H. D. (eds.). Euripides. v. III. New
                       York: Putnam Son’s, 1929.

GRUBE, G. M. A. The Drama of Euripides. Londres: Methuen & Co., 1941. p.
                               68-69.
GRUBE, G. M. A. The Drama of Euripides. Londres: Methuen & Co., 1941. p. 68-
                                    69.

 HORTA, G.N.B.P. Os gregos e seu idioma, 2 v. Rio de Janeiro: Di Giorgio, 1983
                     (1º tomo, 3ª ed.) e 1979 (2º tomo).

LIDDEL, H.G. & SCOTT, R. A Greek-English Lexicon Revised and augmented by
        H.S. Jones and R. McKenzie. Oxford: Clarendon Press, 1940.

  MAINGUENEAU, D. O contexto da obra literária. São Paulo: Martins Fontes,
                             2001. p. 28.

    SANTOS, Fernando Brandão dos. Alceste, de Eurípides: o prólogo (1-76).
                      Humanitas, v. LX, 2008. p.92.

  SEGAL, C. “O ouvinte e o espectador”. IN: VERNANT, J-P. O Homem Grego.
                       Lisboa: Presença, 1994. p. 195.

SOMMESTEIN, Greek Drama and Dramatists. New York: Routledge, 2002. p. 6-7.

VERNANT, J-P. Mito e tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva, 1999. p.
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Estudos do Teatro Grego Clássico

  • 1. ESTUDOS HELÊNICOS O Teatro, a Tragédia e o Tragediógrafo Estudos sobre o drama grego clássico e do drama euripidiano Brian Gordon Lutalo Kibuuka www.briankibuuka.com.br
  • 3. Introdução • Questões teóricas • Metodologia O Teatro • Referências Bibliográficas • Origem do Teatro e das Representações • Delimitação Teatrais • A descrição do teatro grego • Espaço de encenação e espaço cívico • As festas cívicas A Tragédia O Tragediógrafo: Eurípides • A origem da tragédia • Biografia • Descrição formal do drama trágico • Tragédias de Eurípides • Atores, diretores, coro, corifeu • Características do drama • Financiamento da apresentação euripidiano teatral • Concurso teatral • Os tragediógrafos
  • 4. Estudos Clássicos Estudos Clássicos são estudos da Linguagem Literatura História Arte E outros aspectos do Mundo Mediterrâneo. Nosso enfoque neste curso está na investigação do teatro grego clássico.
  • 5. O que um classicista estuda? Arqueologia O arqueólogo que é classicista investiga as civilizações a partir dos restos deixados, para compreender sua cultura e organização social. História da Arte A arte e arquitetura grega e romana nos influenciam até hoje. • Vasos • Afrescos • Esculturas Civilização e História Classicistas usam a arqueologia, a literatura e a história para compreender a história e cultura do Mundo Antigo. Filosofia As raízes da filosofia Ocidental estão no estudo das obras clássicas.
  • 7. Lendo um texto trágico como documento: princípios metodológicos Texto Literário / Histórico Texto trágico • O texto literário/narrativo é um • Encenado preponderantemente em “paradigma da distância na festejos cívicos atenienses. comunicação” (RICOEUR, Du texte • Tragediógrafo: educador da pólis à l'action, 1986, p. 114) • Liberdade para cidadãos e tragediógrafos • “a narrativa literária e a histórica • ninguém é impedido de “conhecer ou ver pressupõem uma ordenação do qualquer coisa... a não ser que isso real e a busca da coerência…” constitua uma ajuda ao inimigo” (Th. 2.39.1) • “Esta coerência fictiva depende • espaço público de educação cívica de forma de uma possibilidade de tal “que toda a pólis fosse um exemplo de construção de sentido articulada educação para a Grécia” (Th. 2.44.1) no momento da escritura do • Interferência das tragédias nas questões texto, mas que deverá ser de interesse dos cidadãos. reconstruída pelo leitor.” • Estímulo financeiro para todos (LEENHARDT & PESAVENTO, Discurso Histórico e Narrativa frequentarem o teatro (EASTERLING, The Cambridge Companion to Greek Tragedy, 1997; Literária, 1998, p. 12) GOLDHILL, ‘Civic ideology and the problem of difference’, 2000; CARTER, ‘Was Attic tragedy democratic?’, 2004)
  • 8. Pólis-teatral e representação dramática • Atenas, o estado (pólis) teatral: • GEERTZ, Negara: the Theater State in Nineteenth-Century Bali. New York, 1980. • cultura de Atenas: uma cultura da performance (REHM, Greek Tragic Theatre, 1992; CSAPO, E. & SLATER, J., The Context of Ancient Drama, 1995) • Representação dramática: • está imbuída de idealidades e mentalidades • está imbuída de rupturas e continuidades • pressupõe um drama e uma audiência julgadora • apresenta “debates, contradições e questionamentos… pela abstração” (WILLIAMS, Tragédia moderna, 2002, p. 36) • está situada “entre o lugar e o não-lugar, uma localização parasitária, que vive da própria impossibilidade de se estabilizar” (MAINGUENEAU, O contexto da obra literária, 2001, p. 28). Tal lugar é artístico, mas também político.
  • 13. Prohedría – banco da frente
  • 15. Skenḗ - tenda Proskḗnion – frente da tenda Logeîon – região da skenḗ onde os atores falam
  • 16. Thýrōma – porta com batente Epískēnos – frente da tenda
  • 17. Párodos – caminho ou entrada
  • 18. Teatros Réplica artística do Teatro de Dioniso teatro de Dioniso hoje Teatro de Delfos
  • 19. Teatro de Dioniso - Atenas • Era um anfiteatro • Com capacidade para 20,000 espectadores • Localizado na acrópole
  • 22. Os Festivais Teatrais Dionisíacas Rurais As Dionisíacas Rurais eram celebradas em honra a Dioniso Leneias nos campos. Vários démoi celebravam esta festa em diferentes datas, mas todas no mesmo ano As Leneias era festivais de Dionisíacas Urbanas agrícola verão, que durante o fim ocorriam entre As Dionisíacas Urbanas ou Grandes Dionisíacas eram um do período de janeiro e festival de primavera celebrado anualmente entre o fim de chuvas, entre fevereiro. março e o começo de abril. Dioniso era honrado como patrono dezembro e local janeiro, poucas semanas antes das Leneias
  • 23. Festivais/Competições • Dionisíacas • Um festival religioso de Atenas em honra a Dioniso • Por volta de 530 a.C. as tragédias passaram a ser encenadas • Por volta de 478 a.C, as comédias também passaram a ser encenadas
  • 24. Leneias (Λήναια) • Era um festival Ateniense dedicado ao deus Dioniso • Celebrada durante o inverno, por volta do mês Gamēliṓn [Γαμθλιών, antigamente chamado de Ληναιών] (janeiro-fevereiro). Consistia, em sacrifícios e em concursos dramáticos de tragédias e de comédias • As Leneias eram limitadas aos cidadãos atenienses • Durante o festival das Leneias, eram apresentadas peças de teatro e comédias, era um empreendimento público, organizado pelos magistrados mais importantes da cidade • Os festejos terminavam em uma assembleia em que todos os cidadãos podiam participar • Na assembleia, eram avaliados: o desempenho dos organizadores e de todos os concorrentes. • O festival decorria nos moldes da prática política e democracia Ateniense.
  • 25. Dionisíaca Rurais (τὰ κατ΄ἄγρούς Διονύσια) • Descrita vividamente por Aristófanes em Acarnenses (247-249), gives us a vivid description of the procession • Ocorria em dezembro (Poseideṓn [Ποςειδεών], sexto mês no calendário ático) • Muitas pessoas frequentavam a festa • Era realizada uma procissão contendo • Mulheres, com flores e pão • Homens, com vinho e água • Um falo • Um bode • Panela para cozinhar o bode • A festa durava seis dias, nos quais eram feitas procissões, entoadas canções, eram feitas danças e festas
  • 26. Dionisíacas Urbanas (τὰ ἐν άστει Διονύσια / τὰ μεγάλα Διονύσια) • Festival urbano • Estabelecido no sexto século a.C. • Ocorria três meses depois das Dionisíacas Rurais, entre março e abril (Elaphēboliṓn [Ἐλαφθϐολιών ], nono mês do calendário ático) • O festival durava 5 dias • A festa ocorria no final do inverno, numa época frutífera • O teatro de Dioniso era democrático por natureza: todos os cidadãos eram convidados a participar do festival e até mesmo os prisioneiros eram libertos nesta ocasião • O desfile do falo terminava com a condução da efígie do “deus” até o teatro para que esse fosse celebrado.
  • 27. Mais sobre o festival dionisíaco • Segundo a tradição, o festival foi estabelecido após a anexação de Eleutéria, uma cidade na fronteira entre a Ática e a Beócia • Os cidadãos da cidade de Eleutéria escolheram fazer parte da Ática • Os cidadãos de Eleutéria levaram a Atenas uma estátua de Dioniso, que foi inicialmente rejeitada • Dioniso puniu os atenienses com uma praga que afetou a genitália masculina, curada após a aceitação, pelos atenienes, do culto a Dioniso • A adesão ao culto a Dioniso e a cura eram recordados todos os anos pela procissão de cidadãos carregando na procissão um falo.
  • 29. Performances nos Festivais Teatrais Ditirambos Dramas Tragédias satíricos Comédias
  • 30. Ditirambos Descrição Competições entre grupos cantando ditirambos eram uma parte importante dos festivais Cada tribo apresenta dois coros: um de homens, outro de meninos, cada um sob a liderança de um chorēgós O chorēgós vencedor recebe uma estátua que seria erguida às suas próprias custas sobre um monumento público para comemorar a vitória de seu grupo
  • 31. Drama Satírico Derivado, como a Como a tragédia, é um tragédia, do O único drama satírico jogo entre o coro e os ditirambo, e mais supérstite protagonistas. antigo que esta • Das danças mais • O drama satírico é • é Ciclope, atribuído a antigas em honra a uma espécie de Eurípides Dioniso este drama tragicomédia • O coro era composto reteve a imitação dos • “é um drama que de sátiros. sátiros diverte” (Demetrius, • Nas grandes • As suas feições finais Sobre o estilo, 169). Dionisíacas, o drama são atribuídas a satírico era a quarta Pratinas, concorrente peça de uma de Ésquilo nos tetralogia festivais
  • 32. Comédia Quando a tragédia já A palavra "comédia" A comédia teve sua havia passado o pico originalmente primeira evolução do seu significava "Κῶμοσ artística com desenvolvimento, cantado" Epicarmo de Siracusa, floresceu na comédia qe viveu no tempo do Os primeiros comediógrafos O termo “comédia” Origem Era uma espécie de rei Hierão. ática. festa brincalhona e Ele também tem suas alegre, um carnaval. Epicarmo colocou em raízes nos festivais cena estereótipos, O coro usava como o camponês e o dionisíacos. fantasias absurdas e parasita. Encenou o Fazendo uso do riso permanecia vestido banquete suntuoso, amargo e zombaria, a sem máscaras. com atores vestidos comédia tece críticas As comédias foram de forma grotesca tanto à vida pública e inicialmente quanto à privada. Até o ano 487 a.C., as encenadas nas representações foram Leneias. feitas por amadores. Depois, a comédia se tornou uma categoria oficial dos concursos dramáticos.
  • 33. Comédia Quando a tragédia já A palavra "comédia" A comédia teve sua havia passado o pico originalmente primeira evolução do seu significava "Κῶμοσ artística com desenvolvimento, cantado" Epicarmo de Siracusa, floresceu na comédia qe viveu no tempo do Os primeiros comediógrafos O termo “comédia” Origem Era uma espécie de rei Hierão. ática. festa brincalhona e Ele também tem suas alegre, um carnaval. Epicarmo colocou em raízes nos festivais cena estereótipos, O coro usava como o camponês e o dionisíacos. fantasias absurdas e parasita. Encenou o Fazendo uso do riso permanecia vestido banquete suntuoso, amargo e zombaria, a sem máscaras. com atores vestidos comédia tece críticas As comédias foram de forma grotesca tanto à vida pública e inicialmente quanto à privada. Até o ano 487 a.C., as encenadas nas representações foram Leneias. feitas por amadores. Depois, a comédia se tornou uma categoria oficial dos concursos dramáticos.
  • 34. Comédia Cratino • Contemporâneo de Péricles. • Passou à posteridade como o verdadeiro fundador da comédia ática antiga. • Os poucos comentários a seu respeito mostram-lhe como crítico político, mas também como um homem simpático e jovial. • Com 90 anos, em 423, venceu Nuvens de Aristófanes no concurso trágico, a nona de suas vitórias. Eupolis • Foi o crítico mais impiedoso da situação política e dos sofistas de seu tempo. • Sua produção coincide com a de seu rival de Aristófanes, seu amigo - mas depois, ambos romperam. • Eupolis morreu na batalha naval do Helesponto.
  • 35. Aristófanes O mais brilhante dos dramaturgos cômicos Viveu entre 450 e 385 a.C. gregos do seu tempo. Ateniense, nascido aos pés O elemento vital de sua da Acrópole, no demo de comédia foi a oposição Cidateneo, ridicularizou as vigilante à política da deformidades e loucuras época. da vida política.
  • 37. A origem da tragédia
  • 38. Transição do Ditirambo para a Tragédia O líder do coro mais Os ditirambos tarde se torna o normalmente estão protagonista, com relacionados a algum intercâmbios líricos incidente na vida de entre ele e o coro – Dionísio nasce a tragédia Os ditirambos são cantados por um coro grego de até 50 homens ou meninos dançando em formação circular
  • 39. Téspis cantor de introdutor de um ditirambos novo estilo um cantor – várias personagens personagens Criador do Gênero diferentes Trágico (tradição) com máscaras diferentes
  • 40. Téspis cantor de introdutor de um ditirambos novo estilo um cantor – várias personagens personagens Criador do Gênero diferentes Trágico (tradição) com máscaras diferentes
  • 41. Na Poética de Aristóteles, temos: os ditirambos, cantos em honra do deus o ditirambo passou por uma visão teleológica Dioniso, são apontados transformações até da tragédia como o ponto de seu acabamento final partida da “evolução” Criador do Gênero Trágico Poét., IV,1449a10-20 (tradição)
  • 42. As primeiras tragédias Temas Objetivo Histórias de deuses e heróis Cosmovisão Explorar os problemas Recurso temático humanos Universo governado pelo destino grandeza Destino em desastre interação com a humana de tomar decisões
  • 43. Dramaturgos Téspis • Ator e dramaturgo • 534? A.C. Ésquilo • Criador do diálogo • 515-455 a.C. Sófocles • Introdutor do terceiro ator • 495-405 a.C. Eurípides • “mais trágico dos trágicos” (Arist., Poet., 1453a29-30) • 485-406 a.C. Aristófanes • Comediógrafo • 448-380 a.C. Menandro • Principal autor da comédia nova, comédia de costumes • 342-291 a.C.
  • 45. Atividades de pré-produção teatral Escrever a Verificar Entregar o Aguardar música, se o Ensaiar, poema/m até que o atendendo chorēgós ensaiar, Participar úsica aos processo às executa reescrever, do atores/me de seleção demandas corretame ensaiar, proagṓn mbros do dos juízes formais do nte as suas ensaiar coro chegue drama funções
  • 46. As tragédias e os festivais: cronologia Início das Dionisíacas Eventos que Festa do elenco ocorrem antes e início da nova da apresentação produção teatral das peças Julgamento das Apresentação peças das peças
  • 47. A teoria da tragédia
  • 49. Teoria da Tragédia: Aristóteles Poética de Aristóteles • visão teleológica da tragédia • os ditirambos, cantos em honra do deus Dioniso, são apontados como o ponto de partida da “evolução” do gênero • O gênero passou por transformações até seu acabamento final (Poét., IV,1449a10- 20) Inovações: número de atores • Segundo o tratado poético, Ésquilo foi responsável pela introdução do segundo ator • Com o tempo, foi diminuindo a importância do coro • Com a introdução de personagens em cena, a tragédia passa a ter o predomínio do diálogo das personagens entre si e delas com o coro Sófocles • é o responsável por colocar três atores em cena • É o responsável pela ênfase ao aspecto cênico nas peças
  • 50. Características do drama trágico Pouca ação encenada Enredo familiar Pedagógico Eixo temático: conflito entre o indivíduo e o universo Destino trágico provocado pelo crime contra a sociedade ou contra os deuses Castigo, com o propósito de equilibrar a balança da justiça
  • 51. Convenções do Teatro Grego Principais Convenções Eram usadas máscaras, Recurso Devido à Os atores perucas e dramático: um intenção usando botas de salto mensageiro As peças eram Atores eram religiosa e conjuntos alto para vem ao palco encenadas todos do sexo estilo, nenhu mínimos e aumentar e fala ao durante o dia masculino. ma violência poucos visibilidade e público sobre era mostra no adereços. adicionar as mortes e palco. formalidade à assassinatos. caracterização
  • 52. Partes Quantitativas da Tragédia (Poét. XII, 1452b15) Coral Êxodo • párodo • estásimo Episódio Prólogo
  • 53. Ordem narrativa da tragédia Prólogo Párodo Episódios Estásimos Êxodo entrecortam apresentação partes da os episódios • a saída do do tema da primeira ode peça com com a coro peça cenas atuação do • com a • um ator coro diminuição (monólogo) do elemento • mais de um coral, ator (em passou a ser monólogo) a última • mais de um cena depois ator (em do último diálogo) estásimo
  • 54. Elementos dramáticos da Tragédia Grega A tragédia grega centra-se no reverso da fortuna - peripeteía • Encena-se a queda do herói trágico e os eventos que levaram a essa queda. • Um dos propósitos principais da tragédia grega é ajudar o público a aprender alguma verdade sobre a vida. • O público experimenta uma intensificação das emoções: os espectadores veem como o herói sofre e se identificam com seus problemas. • O herói trágico passa por uma anagnórisis: a conscientização de sua condição, uma transição da ignorância ao conhecimento. • No final do drama, o público é conduzido à catarse, a purganção e purificação de suas emoções, tornando-se mais capaz de entender a vida. • A condição trágica é muitas vezes o resultado da hamartía do herói trágico, ou da falha trágica, que leva à sua queda. • Um traço comumente associado à hamartía é a hýbris (excesso, desmedida). • Poética (X, 1452a12-17)
  • 55. Elementos dramáticos da Tragédia Grega
  • 56. Exemplo: Édipo Rei Peça de Sófocles Recebeu o segundo prêmio no concurso trágico Mito: • Maldição contra a família dos Labdácidas (Lábdaco) • Peças: Laio, Édipo e Sete contra Tebas, Édipo Rei Laio rapta o filho do rei Pélops, Crisipo, que se mata. Pélops amaldiçoou Laio, decretando que se ele viesse a ter um filho, este seria seu assassino. Este é o enredo de Sete contra Tebas e Antígona.
  • 57.
  • 58.
  • 59. O herói trágico de Aristóteles • Status nobre. • Imperfeito. • Livre em sua vontade e, por isso, falível. • É punido pelo seu crime, cometido geralmente por ignorância. • A queda do herói conduze-o ao autoconhecimento. • A audiência ficava emocionalmente devastada com o descenso do herói. Uma das funções da tragédia é gerar, através disso, piedade e temor.
  • 60. As três unidades de Aristóteles • Para infundir intensidade dramática, as tragédias contem, segundo Aristóteles, três unidades: • Unidade de tempo • toda a ação ocorre em um dia, e o coro dá as informações de background. • Unidade de lugar • Toda a ação ocorre em um só lugar • Unidade de assunto • A caracterização é singular, não havendo interpolação de narrativas ou subenredos. • Poética, VI, 1450a4
  • 61. Atores e coro trágicos
  • 62. Atores trágicos protagonista Contratados Concedidos e pagos aos poetas Três atores deuteragonista pelo Estado trágicos tritagonista
  • 64. Atores Trágicos • O protagonista • assumiu o papel do personagem mais importante na peça • Deuteragonista e tritagonista • desempenhavam um papel menor • Nunca há mais de três atores falando na mesma cena • Todos os três atores desempenhavam múltiplos papéis
  • 65. Atores Trágicos • Os atores do sexo masculino interpretavam papéis femininos • A encenação de papéis múltiplos, tanto masculinos quanto femininos, era possível devido ao uso de máscaras • Máscaras com variações sutis também ajudavam a audiência a identificar o sexo, a idade e a posição social dos personagens • As principais funções de um ator eram • falar o diálogo atribuído para os seus personagens • cantar sozinho canções • cantar com o coro ou com outros atores
  • 67. O coro Os membros do coro Coro e atores não eram profissionais • A tragédia continha • Aqueles que tinham músicas cantadas talento para cantar tanto por atores e dançar eram quanto pelo coro treinados pelo • O coro fazia poeta ou pelo movimentos e diretor de cena danças • Os membros do coro vestiam fantasias e máscaras
  • 68. O coro • A primeira função de um coro trágico era a de entoar um canto de entrada chamado de párodo • Os membros do coro entoavam o párodo enquanto marchavam para a orquestra • Quando o coro estava posicionado na orquestra, ele assumia duas funções: • diálogo com os personagens através de seu líder, o Corifeu • cantar e dançar canções corais chamadas stásimai
  • 69. O coro trágico • Era composto por 15-20 homens • O coro representava os cidadãos – sua dicção é índice não só da voz do dramaturgo, mas direciona a recepção do drama
  • 70. As funções do coro trágico • Definir o tom das ações • Dar informações • Recordar eventos do passado • Interpretar e resumir os eventos encenados • Fazer perguntas • Emitir opiniões • Dar conselhos, se solicitado • É objetivo no julgamento das ações do protagonista • O coro age como um júri de anciãos ou homens sábios • Geralmente, as conclusões do coro são moralistas
  • 71. As canções entoadas pelo coro • A música coral é • altamente formal e estilizada • aumentava a emoção no decorrer do seu desempenho • Partes: • Estrofe: a primeira parte de uma ode coral, durante o qual o Coro desloca-se da esquerda para a direita, ou de leste a oeste • Antístrofe: a parte de uma ode coral que segue a estrofe e durante o qual o Coro executa passos em seu retorno da direita para a esquerda ou do leste para o oeste. • EPODOS • É a terceira parte de uma ode coral, após a estrofe e o antístrofe • Completa os movimentos do coro. • Muitas vezes, um personagem no palco (ou personagens no palco) vai/vão dialogar com o Coro. • O nome da música entoada no diálogo é kômmos.
  • 72. Ésquilo, Eurípides e Sófocles: os três principais dramaturgos trágicos
  • 73. Ésquilo • 525 a.C./524 a.C - 456 a.C /455 a.C. • Considerado o pai da tragédia • Expandiu o número de atores para permitir conflito entre eles • 7 de 92 peças são supérstites • Seu drama foi influenciado pela invasão persa da Grécia • Foi importante no tempo da guerra: sua lápide faz menção à vitória grega em Maratona
  • 74. Ésquilo • Culpa e punição foram os temas mais frequentes • Obras mais conhecidas: Prometeu Acorrentado e Oresteia • 13 vezes ganhador da Cidade Dionísia
  • 75. Sófocles • Escreveu 120 peças - 7 sobreviveram • Competiu em cerca de 30 vezes e venceu 24 concursos trágicos • Ésquilo só ganhou 14 e foi derrotado, por vezes, por Sófocles • Sófocles influenciou o drama como o conhecemos pela adição de um terceiro ator • Com Sófocles, o coro tornou-se menos importante • A caracterização em Sófocles é mais desenvolvida
  • 76. Sófocles • Temas • Homem Ideal - religioso • Amor, harmonia e paz • Respeito pela democracia • Simpatia com as fraquezas humanas
  • 78. Eurípides • 480 a.C.-406 a.C. 18-19 de suas peças sobreviveram • Tragédia reformulado - introduziu personagens fortes e mulheres/escravos inteligentes • Satiriza os heróis da mitologia grega • Suas peças pareciam modernas • Centrou-se na vida interior e nos motivos patéticos • Só ganhou quatro competições
  • 79. Hécuba de Eurípides  Histórico da Pesquisa – Metodologia – Conceitos
  • 80. Histórico da Metodologia Conceitos Pesquisa • 2009 - Tradução e estudo • Tradução do corpus • Trágico do prólogo • Análise das imagens • Párodo • 2010 - Tradução e estudo políticas • Tragédia e Política do párodo • Imagem Política na tragédia • 2011 – Tradução da tragédia inteira
  • 81. Conceitos  Trágico – Párodo – Tragédia e Política – Imagem Política
  • 82.
  • 83. Análise das Imagens Políticas 
  • 84. Hécuba 107- ἐν γὰρ Ἀχαιῶν πλιρει ξυνόδῳ λζγεται δόξαι ςὴν παῖδ᾽ Ἀχιλεῖ 108 “Pois, na assembleia plena dos aqueus, diz-se que foi decretado tornar” Hécuba πολλῆσ δ᾽ ἔριδοσ ςυνζπαιςε κλφδων, δόξα δ᾽ ἐχώρει δίχ᾽ ἀν᾽ Ἑλλινων 116-118 “Uma onda de grande querela chocou-se simultaneamente, e uma dupla opinião avançava sobre o exército”
  • 85. Hécuba 123- τὼ Θθςείδα δ᾽, ὄηω Ἀκθνῶν, διςςῶν μφκων ῥιτορεσ ἦςαν: 125 “dois rebentos de Atenas, eram oradores de duplos discursos, mas concordavam em uma única proposição,” Hécuba ςπουδαὶ δὲ λόγων κατατεινομζνων ἦςαν ἴςαι πωσ, πρὶν ὁ ποικιλόφρων 130-134 κόπισ ἡδυλόγοσ θμοχαριςτὴσ Λαερτιάδθσ πείκει ςτρατιὰν μὴ τὸν ἄριςτον Δαναῶν πάντων“ eram, de certa maneira, semelhantes, depois que o astuto mentiroso de fala doce que agrada o povo, o Filho de Laerte, persuade o exército”
  • 86. BAILLY, A. Dictionnaire Grec Français. Éd. revue par L. Séchan et P. Chantraine. Paris: Hachette, 26e éd., 1963. EASTERLING, E. A. Form and Performance. In: EASTERLING, E. A. The Cambridge Companion to Greek Tragedy. Cambridge: Cambridge University Press, 1997 (2005). p. 151-177. FINLEY. Moses. (org) Mito memória e História. In: Uso e abuso da História. São Paulo: Martins Fontes, 1989. p. 06. GOODWIN, W.W. A Greek Grammar. London: MacMillan, 1894. GREGORY, Justina. Hecuba: introduction, text, and commentary. Atlanta: American Philological Association, 1999. PAGE, T. E.; CAPPS, D. E.; ROSE, W. H. D. (eds.). Euripides. v. III. New York: Putnam Son’s, 1929. GRUBE, G. M. A. The Drama of Euripides. Londres: Methuen & Co., 1941. p. 68-69.
  • 87. GRUBE, G. M. A. The Drama of Euripides. Londres: Methuen & Co., 1941. p. 68- 69. HORTA, G.N.B.P. Os gregos e seu idioma, 2 v. Rio de Janeiro: Di Giorgio, 1983 (1º tomo, 3ª ed.) e 1979 (2º tomo). LIDDEL, H.G. & SCOTT, R. A Greek-English Lexicon Revised and augmented by H.S. Jones and R. McKenzie. Oxford: Clarendon Press, 1940. MAINGUENEAU, D. O contexto da obra literária. São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 28. SANTOS, Fernando Brandão dos. Alceste, de Eurípides: o prólogo (1-76). Humanitas, v. LX, 2008. p.92. SEGAL, C. “O ouvinte e o espectador”. IN: VERNANT, J-P. O Homem Grego. Lisboa: Presença, 1994. p. 195. SOMMESTEIN, Greek Drama and Dramatists. New York: Routledge, 2002. p. 6-7. VERNANT, J-P. Mito e tragédia na Grécia Antiga. São Paulo: Perspectiva, 1999. p. 10.

Notas do Editor

  1. parodos, p. 400:“. . . with the fennel / Join reverence to riot. / Soon the land will dance; For whoso leads the revel / He is always Bacchus ... / Will dance out to the mountains / Mountains where the women / Waiting in their concourse / Have raged from loom and shuttle / To rave with Bacchus.”what’s that mean? If whoevedr leads the revel is always Bacchus, who, or what, is Bacchus, which is to say, Dionysus? who, or what, wreaks a terrible vengeance upon Pentheus? [discussion]Now, we’ve already talked a lot about Dionysus and the revenge he seeks in this play – how it has troubled at least a few of us (perhaps more than a few) that he, a god, appears to behave in a petty (if violent) way, and in response to petty motivations – how, in other words, this doesn’t answer to modern notions of what god is supposed to be all about. Nor will it in many ways have fulfilled ancient notions of the divine as a principle underpinning and modeling justice and morality in the human sphere.So maybe we don’t have as good a god as we’d like in Dionysus, but what kind of god is this in the first place? What are we to make of his justice if anyone playing him in so doing actually becomes him?So maybe I should at this point be a little more up front about my assigning this play, from the end of Greek tragedy’s golden age, so early in the semester. . .First of all, I want at the very least to challenge the idea that, when we’re dealing with greek tragedy, we can afford to be simplistic about good guys and bad guys, about crime and punishment. In our play, piety operates virtually by definition as a form of “crime”; that, paradoxically, would seem to be the implication of a line like “Join reverence to riot,” literally, “Sanctify the hubristic (hubristas) fennel rods all around!” Hubris, of course, as every high-schooler knows, is stock-in-trade for tragedy. Without it, how could the mighty fall? Here, though, it paradoxically blurs the line between piety and crime.But this idea that “whoso leads the revel / He is always Bacchus” likewise blurs boundaries. Recall that the name “Bacchus” (but the Greek says Bromios) can label not just the god but the god’s worshippers; scholars point out that that is what the text means. Yet it seems to go beyond that; it seems to force us to question our usual assumptions about demarcations between, and vast distance separating, the human and the divine. It seems, in other words, to force us to rethink tragedy if all we can do no better than think of it as human beings falling prey to all the bad karma they and the forebears have been building up throughout the generations.So as we watch, and talk about, the bacchae today, let’s work on this larger project, WHAT IS TRAGEDY? Let’s see if the challenges posed by this thoroughly human god and topsy-turvy play don’t makes us think a little hardere than we might have otherwise. . . Or to quote Tiresias lecturing Pentheus, “There is no cure for madness when the cure itself is mad” (p. 409).
  2. 4th episode (432)D&P. Fitting scene4th episode. ritual feminization preceding p's death. but also representing a stage in p’s “initiation” into the mysteries of dionysus. initiation itself as a kind of ritual death. p sees double. to him d seems a bull. tyrannical-masculine-aggressive p now feminized, effeminate d now hyper-masculinized. p now wants to be publically conducted through thebes. public ritual humiliation.one is tempted to ask whether that scene serves properly as comedy or tragedy. but the comic element is sort of unmistakeable. yet this is no comic relief with low characters on stage, as in shakespeare, whatever else, this has to be made to fit into the play’s tragic trajectory!4th stasimon (436)Excited song of vengeance5th episode (438)Messenger (servant on death of Pentheus)messenger speech. p's killing by bacchants. p's curiosity. d's miraculous strength as he pulls down tree. d dissappears to address thiasos from sky. women go to pelt p etc. (fail), then to uprrot tree. p, a "climbing animal," believed will spread secrets. sparagmos and near omophagia, ironically, of agave’s own son.5th stasimon (442)Short song of triumphexodos (443)Agave’s mad scenelyric dialogueCadmus’s return with PentheusLament for PentheusDeus ex machinadeus ex machina (ex tecto??). (had already begun in lost segments with establishment of cult. translator wrong in rejecting lines. Cadmus and Harmonia to become snakes, to drive chariot to barbarian land. shall lead barbarians in attack on delphi. shall die and be transported to the islands of the blest.
  3. a number of recognitions:p’s delusions as dionysian clarity.agave’s eventually of p, once delusion has passed.reversals:p womanized, overthrown, killed.agave brought down by crime against her own.the family’s ruin.knowledge too late:now agave gets it: "Destroyed by ... by Dionysus ... now I understand." (1296–1297: {Αγ.} Διόνυσος ἡμᾶς ὤλεσ᾽, ἄρτι μανθάνω. | {Κα.} ὕβριν <γ᾽> ὑβρισθείς· θεὸν γὰρ οὐχ ἡγεῖσθέ νιν.) This is the theme of understanding too late.c laments his error and the mercilessness of gods. knowledge too late.Greek 1344–1349:{Κα.} Διόνυσε, λισσόμεσθά σ᾽, ἠδικήκαμεν.{Δι.} ὄψ᾽ ἐμάθεθ᾽ ἡμᾶς, ὅτε δ᾽ ἐχρῆν οὐκ ἤιδετε.{Κα.} ἐγνώκαμεν ταῦτ᾽· ἀλλ᾽ ἐπεξέρχηι λίαν.{Δι.} καὶ γὰρ πρὸς ὑμῶν θεὸς γεγὼς ὑβριζόμην.{Κα.} ὀργὰς πρέπει θεοὺς οὐχ ὁμοιοῦσθαι βροτοῖς.{Δι.} πάλαι τάδε Ζεὺς οὑμὸς ἐπένευσεν πατήρ.pity, fear, catharsis (this last the most difficult of aristotelian concepts to understand)? pity and fear. cadmus reflects on his family's collective ruin, all due to the dishonor paid semele and her child. pathetic lament for his and family's misfortune. chorus leader acknowledges cadmus' pain.
  4. a number of recognitions:p’s delusions as dionysian clarity.agave’s eventually of p, once delusion has passed.reversals:p womanized, overthrown, killed.agave brought down by crime against her own.the family’s ruin.knowledge too late:now agave gets it: "Destroyed by ... by Dionysus ... now I understand." (1296–1297: {Αγ.} Διόνυσος ἡμᾶς ὤλεσ᾽, ἄρτι μανθάνω. | {Κα.} ὕβριν <γ᾽> ὑβρισθείς· θεὸν γὰρ οὐχ ἡγεῖσθέ νιν.) This is the theme of understanding too late.c laments his error and the mercilessness of gods. knowledge too late.Greek 1344–1349:{Κα.} Διόνυσε, λισσόμεσθά σ᾽, ἠδικήκαμεν.{Δι.} ὄψ᾽ ἐμάθεθ᾽ ἡμᾶς, ὅτε δ᾽ ἐχρῆν οὐκ ἤιδετε.{Κα.} ἐγνώκαμεν ταῦτ᾽· ἀλλ᾽ ἐπεξέρχηι λίαν.{Δι.} καὶ γὰρ πρὸς ὑμῶν θεὸς γεγὼς ὑβριζόμην.{Κα.} ὀργὰς πρέπει θεοὺς οὐχ ὁμοιοῦσθαι βροτοῖς.{Δι.} πάλαι τάδε Ζεὺς οὑμὸς ἐπένευσεν πατήρ.pity, fear, catharsis (this last the most difficult of aristotelian concepts to understand)? pity and fear. cadmus reflects on his family's collective ruin, all due to the dishonor paid semele and her child. pathetic lament for his and family's misfortune. chorus leader acknowledges cadmus' pain.
  5. a number of recognitions:p’s delusions as dionysian clarity.agave’s eventually of p, once delusion has passed.reversals:p womanized, overthrown, killed.agave brought down by crime against her own.the family’s ruin.knowledge too late:now agave gets it: "Destroyed by ... by Dionysus ... now I understand." (1296–1297: {Αγ.} Διόνυσος ἡμᾶς ὤλεσ᾽, ἄρτι μανθάνω. | {Κα.} ὕβριν <γ᾽> ὑβρισθείς· θεὸν γὰρ οὐχ ἡγεῖσθέ νιν.) This is the theme of understanding too late.c laments his error and the mercilessness of gods. knowledge too late.Greek 1344–1349:{Κα.} Διόνυσε, λισσόμεσθά σ᾽, ἠδικήκαμεν.{Δι.} ὄψ᾽ ἐμάθεθ᾽ ἡμᾶς, ὅτε δ᾽ ἐχρῆν οὐκ ἤιδετε.{Κα.} ἐγνώκαμεν ταῦτ᾽· ἀλλ᾽ ἐπεξέρχηι λίαν.{Δι.} καὶ γὰρ πρὸς ὑμῶν θεὸς γεγὼς ὑβριζόμην.{Κα.} ὀργὰς πρέπει θεοὺς οὐχ ὁμοιοῦσθαι βροτοῖς.{Δι.} πάλαι τάδε Ζεὺς οὑμὸς ἐπένευσεν πατήρ.pity, fear, catharsis (this last the most difficult of aristotelian concepts to understand)? pity and fear. cadmus reflects on his family's collective ruin, all due to the dishonor paid semele and her child. pathetic lament for his and family's misfortune. chorus leader acknowledges cadmus' pain.
  6. a number of recognitions:p’s delusions as dionysian clarity.agave’s eventually of p, once delusion has passed.reversals:p womanized, overthrown, killed.agave brought down by crime against her own.the family’s ruin.knowledge too late:now agave gets it: "Destroyed by ... by Dionysus ... now I understand." (1296–1297: {Αγ.} Διόνυσος ἡμᾶς ὤλεσ᾽, ἄρτι μανθάνω. | {Κα.} ὕβριν <γ᾽> ὑβρισθείς· θεὸν γὰρ οὐχ ἡγεῖσθέ νιν.) This is the theme of understanding too late.c laments his error and the mercilessness of gods. knowledge too late.Greek 1344–1349:{Κα.} Διόνυσε, λισσόμεσθά σ᾽, ἠδικήκαμεν.{Δι.} ὄψ᾽ ἐμάθεθ᾽ ἡμᾶς, ὅτε δ᾽ ἐχρῆν οὐκ ἤιδετε.{Κα.} ἐγνώκαμεν ταῦτ᾽· ἀλλ᾽ ἐπεξέρχηι λίαν.{Δι.} καὶ γὰρ πρὸς ὑμῶν θεὸς γεγὼς ὑβριζόμην.{Κα.} ὀργὰς πρέπει θεοὺς οὐχ ὁμοιοῦσθαι βροτοῖς.{Δι.} πάλαι τάδε Ζεὺς οὑμὸς ἐπένευσεν πατήρ.pity, fear, catharsis (this last the most difficult of aristotelian concepts to understand)? pity and fear. cadmus reflects on his family's collective ruin, all due to the dishonor paid semele and her child. pathetic lament for his and family's misfortune. chorus leader acknowledges cadmus' pain.