3. Terminologia
• Crítica da Forma' é o nome em português da
Formgeschichte alemã (“história da forma”), ou
da “Gattungsforschung” (“pesquisa de gênero”).
• Crítica da forma é uma tentativa de analisar os
materiais orais (ou os materiais transmitidos
oralmente) para identificar suas formas literárias
e reconstruí-los em suas versões mais
primitivas.
4. Background da Crítica da Forma
F.C. Baur propôs um modelo de reconstrução da
história da igreja.
• O professor alemão adotou a filosofia de Hegel
e aplicou à história da igreja.
• Hegel: história é um conflito de ideias: tese
versus antítese => síntese
• Baur aplicou o mesmo método à história da
igreja.
5. História da Igreja de Baur
Igreja Judaica Igreja Gentílica
• Pedro • Paulo
• Judeus • Gentios helenistas
• Jesus como • Jesus como Deus de
taumaturgo e messias uma nova religião de
• Ênfase na lei mistério
• Salvação nacional • Ênfase nos
sacramentos
• Salvação individual
6. Background da Crítica da Forma
David Friedrich Strauss:
• Aproximação mítica dos evangelhos
• Escreveu Leben Jesu em 1835.
• Evangelhos são peças de propaganda que
ensinam verdades religiosas, mas os eventos
que eles narram nnão aconteceram.
• Crítica da forma, especialmente Bultmann,
também entende os evangelhos como
míticos.
7. Background da Crítica da Forma
Bernard Weiss & H.J. Holzmann:
• Teoria documentária dos evangelhos
• Popularizou a teoria dos dois documentos,
proposta anteriormente por Eichhorn
• Marcos & Q são fontes de Lucas e Mateus
• Crítica das Formas vê Marcos & Q como
fontes subjacentes aos Evangelhos, mas
tenta ir até antes das mesmas, tenta
reconstituir as fontes orais primitivas
8. Background da Crítica da Forma
Antigos argumentos liberais:
• Removem os milagres, estabelecendo retratos
de Jesus como:
– Um pregador moral
– Um líder revolucionário
– Um profeta escatológico
– Um charlatão
• Com as partes selecionadas e rejeitadas,
diferentes retratos de Jesus são propostos
• Bultmann e outros esperavam que a crítica da
forma auxiliasse no projeto de estabelecer um
retrato de Jesus mais próximo daquele proposto
pelos primeiros cristãos
9. Background da Crítica da Forma
Wilhelm Wrede & Julius Wellhausen:
• Ceticismo
• Consideram Marcos & Q construções
teológicas
• A opção metodológica de Wrede e
Wellhausen é dissolver os panoramas com
maior amplitude e se concentrar nos ditos de
Jesus
• É isso exatamente o que a Crítica da Forma
proporá
10. Crítica da Forma – Antigo
Testamento
Hermann Gunkel:
• Distinguiu pequenas unidades em Gênesis e
Salmos e percebeu evidências de circulação oral
nelas
• Unidades em Gênesis eram lendas que
explanavam sobre a origem de nomes, lugares
santos etc.
• Unidades dos Salmos eram materiais cúlticos
usados em ocasiões específicas
• Gunkel reconstruiu configurações contextuais
• Bultmann tentou fazer a mesma coisa nos
Evangelhos Sinóticos
11. Crítica das Formas no Novo
Testamento
Rudolf Bultmann:
• Depois da Primeira Guerra Mundial, aplicou os
métodos de Gunkel a partes isoladas de Marcos
& Q, como sugerido por Wrede & Wellhausen.
• Bultmann argumentou que seu método poderia
distinguir materiais mais primitivos dos mais
recentes, gentílicos ou judaicos
• Os métodos foram sendo refinados desde as
pesquisas de Bultmann até a prática mais ávida
dos mesmos no “Jesus Seminar”.
13. O que é uma forma?
• Formas físicas:
– Forma concreta
– Forma de gelo
• Formas de linguagem:
– Uma introdução polida
– Um sermão
• Formas legais ou financeiras:
– Cheques, escrituras, testamentos etc.
14. O que é uma forma?
• Formas literárias:
– Um soneto
• 14 linhas, iâmbo, pentâmetro
• Lírica
• Rima
15. Premissas da Crítica da Forma
• Período oral
• Material dos Evangelhos circulou em unidades
independentes.
• Unidades podem ser classificadas como:
– Ditos
– Narrativas de ditos
– Narrativas de milagres
• Igreja Antiga preservou e inovou
• Materiais tem pouco valor histórico
• Versão original de cada unidade pode ser recuperada e
a história pode ser traçada usando as leis da
transmissão da tradição
16. Procedimentos da Crítica da Forma
• Isolar a estórias e ditos do seu contexto
• Usar as leis da tradição para recuperar o seu
estado primitivo
– As narrativas primitivas tem particularidades
– Desenvolvimentos são reconhecíveis por evidências
• Para cada original, decida a respeito da sua
fonte:
– Igreja primitiva
– Jesus
– Judaísmo
17. Aplicação da Crítica da Forma
Formas básicas são identificadas:
• Estórias de milagres
– Estrutura:
• Descrição do problema
• Solução do problema
• Efeito
– Exemplos:
• Marcos 1:23-27: endemoninhado na sinagoga
• Marcos 4:35-41: Jesus acalma a tempestade
18. Aplicação da Crítica da Forma
• Narrativas de ditos:
– Uma narrativa com um dito é central
– A narrativa é dirigida para que o dito cause
impacto
– Características gerais:
• Ênfases no dito de Jesus
• Uma breve narrativa é suficiente para fazer o dito
compreensível
• Estória contém algum interesse biográfico
• Estória gira em torno de algum dito ou ação de
Jesus
19. Aplicação da Crítica da Forma
• Narrativa de ditos:
– Bultmann vê dois diferentes tipos:
• Judaísmo: similar à literatura rabínica:
– Alguém faz uma pergunta ao Rabbi
– O Rabbi responde com uma parábola ou com outra
questão
– Marcos 3:2-6: homem com a mão ressequida é curado
– Marcos 2:23-28: colheita de grãos no sábado
• Gentilismo: como nas anedotas sobre filósofos
gregos
– Fórmula estereotipada: “Quando perguntado sobre…"
– Lucas 17:20-21
20. Aplicação da Crítica da Forma
• Ditos:
– Originalmente não tem nenhuma narrativa
– Algumas são agrupadas em “sermões”
– Bultman encontra 5 diferentes tipos de ditos:
• Provérbios
• Ditos profético ou apocalípticos
• Mandamentos
• Ditos “Eu”
• Parábolas
22. O que é Crítica da Redação?
• Redação
– Atividade de um redator
• Redator
– Sinônimo de “editor”
• Crítica da Redação
– Estudo da atividade dos redatores
– Encontrado em textos bíblicos
– Especialmente os Evangelhos Sinóticos
23. História da Crítica da Redação
• Problema sinótico e Crítica das Fontes
• Realidade histórica dos Evangelhos
• Crítica das Formas
• Crítica da Redação
– Bornkamm sobre Mateus (1948ff)
– Conzelmann sobre Lucas (1954)
– Marxsen sobre Marcos (1956)
– Mais tarde:
• Estudo de Q e João
• Círculos evangélicos
24. Métodos da Crítica da Redação
• Selecionar um Evangelho ou um documento
(seja Q, M, L, Proto-Marcos) para o estudo
• Comparar diferenças e paralelos nos
Evangelhos
• Descobrir que diferenças são obras do redator
do Evangelho
• Deduzir qual seria a motivação teológica do
redator
• Reconstruir o Sitz im Leben do redator
25. Alguns resultados da Crítica da
Redação
• Em círculos liberais
– Pouco se sabe sobre Jesus
– Sabe-se muito sobre as seitas e movimentos
cristãos pelos documentos
• Em círculos conservadores
– Algumas narrativas não são históricas – mas
são conclusões comedidas
– Para Gundry, Mateus é um tipo de midrash –
um recontar imaginativo de evetos sob um
ponto de vista teológico