3. GRACILIANO RAMOS
Graciliano Ramos (1892-1953) nasceu na cidade
de Quebrangulo, Alagoas, no dia 27 de outubro de
1892. Era o primogênito de quinze filhos, de uma
família de classe média do sertão nordestino.
Passou parte de sua infância na cidade de Buíque,
em Pernambuco, e parte em Viçosa, Alagoas. Fez
seus estudos secundários em Maceió. Não cursou
nenhuma faculdade.
Graciliano Ramos foi escritor brasileiro. O
romance "Vidas Secas" foi sua obra de maior
destaque. É considerado o melhor ficcionista do
modernismo e o prosador mais importante da
segunda fase do Modernismo.
4. Suas obras embora tratem de problemas
sociais do Nordeste brasileiro, apresentam
uma visão crítica das relações humanas, que
as tornam de interesse universal. Seus livros
foram traduzidos para várias línguas. Seus
trabalhos "Vidas Secas", "São Bernardo" e
"Memórias do Cárcere", foram levados para o
cinema. Recebeu o Prêmio da Fundação
William Faulkner, dos Estados Unidos, pela
obra "Vidas Secas".
6. CAETÉS
Caetés foi o primeiro livro de
Graciliano Ramos, de 1933. Esse
romance é narrado em primeira
pessoa pelo protagonista João
Valério. O cenário é o sertão, mais
precisamente a cidade de Palmeira
dos Índios, Alagoas, na qual
Graciliano Ramos foi prefeito.
7. O romance relata uma história de amor e poder.
João Valério, narrador e personagem desta história,
é introvertido e adora fantasiar. Ele sente-se
seduzido pelos ambientes de burguesia. Um dia ele
se envolve com Maria Luisa, esposa de seu amigo e
protetor, Adrião, que também é dono da firma
comercial, onde trabalha. O caso amoroso é
denunciado por uma carta anônima, levando o
marido traído ao suicídio. Arrependido, e
arrefecidos os sentimentos, João Valério afasta-se
de Luisa, continuando, porém como sócio da firma.
Burguesia: classe social dos possuidores de riqueza.
Arrefecidos: abrandados ou enfraquecidos.
8. Graciliano escolheu o título de seu livro ao realizar uma
analogia metafórica entre o nativo caeté devorando,
num ritual de canibalismo, o Bispo Sardinha, no século
XVII, e o lado selvagem de João Valério ao devorar
avidamente o adversário Adrião. O próprio
protagonista, ao fazer uma autoanálise, se vê como um
ser dominado pelos instintos:
"Não ser selvagem! Que sou eu senão um selvagem,
ligeiramente polido, com uma tênue camada de verniz
por fora? Quatrocentos anos de civilização, outras
raças, outros costumes. É eu disse que não sabia o que
se passava na alma de um caeté! Provavelmente o que
se passa na minha com algumas diferenças”.
9. OS ÍNDIOS CAETÉS E O BISPO
SARDINHA (1495 – 1556)
Ritual antropofágico – Theodore de Bry (1528 – 1598)
10. Naufrágio, morte e canibalismo são os ingredientes
da historia do primeiro Bispo no Brasil, D. Pedro
Fernandes Sardinha (1495-1556). O Bispo que
embarcou para Portugal na nau Nossa Senhora da
Ajuda com uma centena de pessoas, naufragou
próximo à foz do rio Coruripe, em Alagoas. A maior
parte da tripulação e dos passageiros sobreviveu,
mas foram aprisionados, mortos e devorados por
índios Caetés, segundo relato do frei Vicente de
Salvador, além do bispo Sardinha, outras noventa
pessoas foram devoradas. Anos depois, em
represália, o governador geral Mem de Sá ordenou o
massacre dos Caetés.