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Biografia
Biografia, obras e estilo literário
Este consagrado poeta brasileiro nasceu em Itabira, Minas Gerais no ano de
1902. Tornou-se, pelo conjunto de sua obra, um dos principais representantes da
literatura brasileira do século XX.
Concretizou seus estudos em Belo Horizonte, e, neste mesmo local, deu início a
sua carreira de redator, na imprensa. Também trabalhou por vários anos como
funcionário público.
Seus poemas abordam assuntos do dia a dia, e contam com uma boa dose de
pessimismo e ironia diante da vida. Em suas obras, há ainda uma permanente
ligação com o meio e obras politizadas. Além das poesias, escreveu diversas
crônicas e contos.
Os principais temas retratados nas poesias de Drummond são: conflito social, a
família e os amigos, a existência humana, a visão sarcástica do mundo e das
pessoas e as lembranças da terra natal.
Dentre suas obras poéticas mais importantes destacam-se: Brejo das Almas,
Sentimento do Mundo, José, Lição de Coisas, Viola de Bolso, Claro Enigma, Fazendeiro
do Ar, A Vida Passada a Limpo e Novos Poemas,
Talentoso também na prosa, tem suas prosas reunidas nos seguintes volumes:
Confissões de Minas, Contos de Aprendiz, Passeios na Ilha e Fala Amendoeira.
Na década de 1980 lançou as seguintes obras: A Paixão Medida, que contém 28
poemas inéditos; Caso do Vestido (1983); Corpo (1984); Amar se aprende amando
(1985) e Poesia Errante (1988).
Faleceu em 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua
filha única.
Poema Para sempre
• Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
— mistério profundo —
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Biografia
• Ainda pequeno, mudou-se para a casa dos avós, em Belo Horizonte, onde concluiu o curso primário. Iniciou o
curso secundário no Colégio Santo Antônio, em São João del-Rei, mas logo retornou a Belo Horizonte, onde se
formou. Em 1925, matriculou-se na então "Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais", com apenas
16 anos2 .
• Em 27 de junho de 1930, casou-se com Lígia Cabral Pena, de apenas 16 anos, com quem teve duas filhas: Vilma e
Agnes. Ainda nesse ano se formou e passou a exercer a profissão em Itaguara, então município de Itaúna (MG),
onde permaneceu cerca de dois anos. Foi nessa localidade que passou a ter contato com os elementos do sertão
que serviram de referência e inspiração a sua obra3 .
• De volta de Itaguara, Guimarães Rosa serviu como médico voluntário da Força Pública (atual Polícia Militar),
durante a Revolução Constitucionalista de 1932, indo para o setor do Túnel em Passa-Quatro (MG) onde tomou
contato com o futuro presidente Juscelino Kubitschek, naquela ocasião o médico-chefe do Hospital de Sangue.
Posteriormente, entrou para o quadro da Força Pública, por concurso. Em 1933, foi para Barbacena na qualidade
de Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria. Aprovado em concurso para o Itamaraty, passou alguns anos de
sua vida como diplomata na Europa e na América Latina1 .
• No início da carreira diplomática, exerceu, como primeira função no exterior, o cargo de Cônsul-adjunto do Brasil
em Hamburgo, na Alemanha, de 1938 a 1942. No contexto da Segunda Guerra Mundial, para auxiliar judeus a
fugir para o Brasil, emitiu, ao lado da segunda esposa, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, mais vistos do que as
cotas legalmente estipuladas, tendo, por essa ação humanitária e de coragem, ganhado, no pós-Guerra, o
reconhecimento do Estado de Israel. Aracy é a única mulher homenageada no Jardim dos Justos entre as Nações,
no Yad Vashem que é o memorial oficial de Israel para lembrar as vitimas judaicas do Holocausto.
• No Brasil, em sua segunda candidatura para a Academia Brasileira de
Letras, foi eleito por unanimidade (1963). Temendo ser tomado por uma
forte emoção, adiou a cerimônia de posse por quatro anos. Em seu
discurso, quando enfim decidiu assumir a cadeira da Academia, em 1967,
chegou a afirmar, em tom de despedida, como se soubesse o que se
passaria ao entardecer do domingo seguinte: "…a gente morre é para
provar que viveu."4 Faleceu três dias mais tarde na cidade do Rio de
Janeiro, em 19 de novembro. Se o laudo médico atestou um infarto, sua
morte permanece um mistério inexplicável, sobretudo por estar
previamente anunciada em sua obra mais marcante — Grande Sertão:
Veredas —, romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia
irracional"3 . Talvez a explicação esteja na própria travessia simbólica do
rio e do sertão de Rio baldo, ou no amor inexplicável por Diadorim,
maravilhoso demais e terrível demais, beleza e medo ao mesmo tempo,
ser e não-ser, verdade e mentira. Diadorim-Mediador, a alma que se perde
na consumação do pacto com a linguagem e a poesia. Rio baldo (Rosa-IO-
bardo), o poeta-guerreiro que, em estado de transe, dá à luz obras-primas
da literatura universal. Biografia e ficção se fundem e se confundem nas
páginas enigmáticas de João Guimarães Rosa, desaparecido
prematuramente aos 59 anos de idade, no ápice de sua carreira literária e
diplomática1 .
Poema Deus Nos Dá Pessoas e Coisas
• Realismo mágico, regionalismo, liberdades e invenções
linguísticas e neologismos são algumas das
características fundamentais da literatura de Guimarães
Rosa, mas não as suficientes para explicar seu sucesso.
Guimarães Rosa prova o quão importante é ter a
linguagem a serviço da temática, e vice-versa, uma
potencializando a outra. Nesse sentido, o escritor
mineiro inaugura uma metamorfose no regionalismo
brasileiro que o traria de novo ao centro da ficção
brasileira3 .
Guimarães Rosa também seria incluído no cânone
internacional a partir do boom da literatura latino-americano
pós-1950. O romance entrara em decadência nos Estados
Unidos (onde à época era vitrine da própria arte literária,
concorrendo apenas com o cinema), especialmente após a
morte de Celine (1951), Thomas Mann (1955), Albert Camus
(1960), Hemingway (1961), Faulkner (1962). E, a partir de
Cem anos de solidão (1967), do colombiano Gabriel García
Márquez, a ficção latino-americana torna-se a representação
de uma vitalidade artística e de uma capacidade de invenção
ficcional que pareciam, naquele momento, perdidas para
sempre. São desse período os imortais Mario Vargas Llosa
(Peru), Carlos Fuentes (México), Júlio Cortázar (Argentina),
Juan Ruflo (México), Alego Carpentier (Cuba) e mais
recentemente Angel Rama (Uruguai).
Biografia
• Antônio Frederico de Castro Alves foi um importante poeta brasileiro do século XIX. Nasceu na cidade de
Curralinho (Bahia) em 14 de março de 1847.
• No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O jovem baiano, simpático
e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e de levar uma vida relativamente confortável,
foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados.
• Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a situação a qual os
negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o tornou conhecido como o “Poeta dos
Escravos”.
• Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica,
o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam
os maus tratos aos quais os negros eram submetidos.
• Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos líricos-amorosos,
de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de
transição entre o Romantismo e o Parnasianismo.
• Este notável escritor morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito que
iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos.
• Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas significativos.
• Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração
cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que
denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos.
• Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos líricos-
amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um
poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo.
• Este notável escritor morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito
que iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos.
• Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas significativos.
Poema Laço de Fita
Não sabes, criança? 'Stou louco de amores...
Prendi meus afetos, formosa Pepita.
Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?!
Não rias, prendi-me
Num laço de fita.
Na selva sombria de tuas madeixas,
Nos negros cabelos da moça bonita,
Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem,
Formoso enroscava-se
O laço de fita.
Meu ser, que voava nas luzes da festa,
Qual pássaro bravo, que os ares agita,
Eu vi de repente cativo, submisso
Rolar prisioneiro
Num laço de fita.
E agora enleada na tênue cadeia
Debalde minh'alma se embate, se irrita...
O braço, que rompe cadeias de ferro,
Não quebra teus elos,
Ó laço de fita!
Meu Deusl As falenas têm asas de opala,
Os astros se libram na plaga infinita.
Os anjos repousam nas penas brilhantes...
Mas tu... tens por asas
Um laço de fita.
Há pouco voavas na célere valsa,
Na valsa que anseia, que estua e palpita.
Por que é que tremeste? Não eram meus lábios...
Beijava-te apenas...
Teu laço de fita.
Mas ai! findo o baile, despindo os adornos
N'alcova onde a vela ciosa... crepita,
Talvez da cadeia libertes as tranças
Mas eu... fico preso
No laço de fita.
Pois bem! Quando um dia na sombra do vale
Abrirem-me a cova... formosa Pepital
Ao menos arranca meus louros da fronte,
E dá-me por c'roa...
Teu laço de fita.
Biografia
• Casimiro José Marque de Abreu foi um importante poeta brasileiro da Segunda
Geração Romântica. Nasceu na cidade de Barra de São João, atual Casimira na (Rio
de Janeiro) em 1837.
• Em 1853, foi morar, junto com o pai, em Portugal, país onde escreveu grande parte
de sua obra.
• Autor de “Primaveras”, coleção de poesias de caráter melancólico e sentimental.
Utilizava uma grande simplicidade na forma de escrever, aliada a um sentimento
exagerado e apaixonado. Suas poesias tratavam de temas relacionados à sua vida,
à casa do pai, ao amor e á saudade da terra natal.
• Tuberculoso, morreu com apenas 23 anos, em 1860, numa fazenda nos arredores
da cidade onde nasceu. Suas poesias fazem sucesso até hoje, principalmente, no
Brasil e Portugal.
• Principais obras de Casimiro de Abreu
Poema Meus Oito Anos
• Oh! que saudades que tenho
• Da aurora da minha vida,
• Da minha infância querida
• Que os anos não trazem mais!
• Que amor, que sonhos, que
flores,
• Naquelas tardes fagueiras
• À sombra das bananeiras,
• Debaixo dos laranjais!
• Como são belos os dias
• Do despontar da existência!
• — Respira a alma inocência
• Como perfumes a flor;
• O mar é — lago sereno,
• O céu — um manto azulado,
• O mundo — um sonho
dourado,
• A vida — um hino d'amor!
• Que aurora, que sol, que vida,
• Que noites de melodia
• Naquela doce alegria,
• Naquele ingênuo folgar!
• O céu bordado d'estrelas,
• A terra
Cecilia Meireles
Biografia
• Cecília Meireles é uma das grandes escritoras da literatura brasileira. Seus
poemas encantam os leitores de todas as idades. Nasceu no dia 7 de
novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro e seu nome completo era
Cecília Benevides de Carvalho Meireles.
• Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com
apenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes
de seu nascimento). Foi criada pela avó Dona Jacinta. Por volta dos nove
anos de idade, Cecília começou a escrever suas primeiras poesias.
• Formou-se professora (cursou a Escola Normal) e com apenas 18 anos de
idade, no ano de 1919, publicou seu primeiro livro “Espectro” (vários
poemas de caráter simbolista). Embora fosse o auge do Modernismo, a
jovem poetisa foi fortemente influenciada pelo movimento literário
simbolista.
• No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias. Com
ele, a escritora teve três filhas.
• Sua formação como professora e interesse pela educação levou-a a fundar
a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro no ano de 1934. Escreveu
várias obras na área de literatura infantil como, por exemplo, “O cavalinho
branco”, “Colar de Carolina”, “Sonhos de menina”, “O menino azul”, entre
outros. Estes poemas infantis são marcados pela musicalidade (uma das
principais características de sua poesia).
• O marido suicidou-se em 1936, após vários anos de sofrimento por
depressão. O novo casamento de Cecília aconteceu somente em 1940,
quando conheceu o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira.
• No ano de 1939, Cecília publicou o livro Viagem. A beleza das poesias
trouxe-lhe um grande reconhecimento dos leitores e também dos
acadêmicos da área de literatura. Com este livro, ganhou o Prêmio de
Poesia da Academia Brasileira de Letras.
• Cecília faleceu em sua cidade natal no dia 9 de novembro de 1964.
Poema A Bailarina
• Esta menina
• tão pequenina
• quer ser bailarina.
• Não conhece nem dó nem ré
• mas sabe ficar na ponta do pé.
•
• Não conhece nem mi nem fá
• Mas inclina o corpo para cá e
para lá
•
• Não conhece nem lá nem si,
• mas fecha os olhos e sorri.
•
• Roda, roda, roda, com os bracinhos
no ar
• e não fica tonta nem sai do lugar.
•
• Põe no cabelo uma estrela e um véu
• e diz que caiu do céu.
•
• Esta menina
• tão pequenina
• quer ser bailarina.
•
• Mas depois esquece todas as danças,
• e também quer dormir como as
outras crianças.
• Cecília Meireles
Cora Coralina
Biografia
•
Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins do
Guimarães Peixoto Bretas, 20/08/1889 —
10/04/1985, é a grande poetisa do Estado de
Goiás.
Se achava mais doceira do que escritora.
Considerava os doces cristalizados de caju,
abóbora, figo e laranja, que encantavam os
vizinhos e amigos, obras melhores do que os
poemas escritos em folhas de caderno. Só em
1965, aos 75 anos, ela conseguiu realizar o
sonho de publicar o primeiro livro, Poemas dos
Becos de Goiás e Estórias Mais. Ana Lins dos
Guimarães Peixoto Bretas viveu por muito
tempo de sua produção de doces, até ficar
conhecida como Cora Coralina, a primeira
mulher a ganhar o Prêmio Juca Pato, em 1983,
com o livro Vintém de Cobre – Meias
Confissões de Aninha.
• Nascida em Goiás, Cora tornou-se doceira para
sustentar os quatro filhos depois que o marido, o
advogado paulista Cândido Bretas, morreu, em 1934.
“Mamãe foi uma mulher à frente do seu tempo”, diz a
filha caçula, Vicência Bretas Tahan, autora do livro
biográfico Cora Coragem Cora Poesia. “Dona de uma
mente aberta, sempre nos passou a lição de coragem e
otimismo.” Aos 70 anos, decidiu aprender datilografia
para preparar suas poesias e enviá-las aos editores.
Cora, que começou a escrever poemas e contos aos 14
anos, cursou apenas até a terceira série do primário.
Nos últimos anos de vida, quando sua obra foi
reconhecida, participou de conferências, homenagens
e programas de televisão, e não perdeu a doçura da
alma de escritora e confeiteira.
Poema Se Temos de Esperar
Se temos de esperar,
que seja para colher a
semente boa
que lançamos hoje no solo
da vida.
Se for para semear,
então que seja para
produzir
milhões de sorrisos,
de solidariedade e amizade.
•
Biografia
• O poeta Antônio Gonçalves Dias, que se orgulhava de ter no sangue as três
raças formadoras do povo brasileiro (branca, indígena e negra), nasceu no
Maranhão em 10 de agosto de 1823. Em 1840 foi para Portugal cursar
Direito na Faculdade de Coimbra. Ali, entrou em contato com os principais
escritores da primeira fase do Romantismo português.
• Em 1843, inspirado na saudade da pátria, escreveu "Canção do Exílio".
• No ano seguinte graduou-se bacharel em Direito. De volta ao Brasil, iniciou
uma fase de intensa produção literária. Em 1849, junto com Araújo Porto
Alegre e Joaquim Manuel de Macedo, fundou a revista "Guanabara".
• Com o objetivo de mudar de vida, embarca novamente
para a Europa, onde passa uma temporada. Com a saúde
abalada, ele resolve, anos mias tarde, voltar ao Brasil. Na
viagem, porém, morre no naufrágio do navio Valle de
Bolognesi, em 1864, próximo ao Maranhão.
• Se por um lado deve-se a Gonçalves de Magalhães a
introdução do Romantismo no Brasil, por outro, deve-se a
Gonçalves Dias a sua consolidação. Isso porque o poeta
trabalhou com maestria todas as características iniciais da
primeira fase do Romantismo brasileiro. De sua obra,
geralmente dividida em lírica, medieval e nacionalista,
destacam-se "I-juca Pirama", "Os Tibiram as" e "Canção do
Tamoio".
Poema Canção do Exílio
• "Minha terra tem palmeiras,
• Onde canta o Sabiá;
• As aves que aqui gorjeiam,
• Não gorjeiam como lá.
• Nosso céu tem mais estrelas,
• Nossas várzeas têm mais flores,
• Nossos bosques têm mais vida,
• Nossa vida mais amores.
• Em cismar, sozinho, à noite,
• Mais prazer encontro eu lá;
• Minha terra tem palmeiras,
• Onde canta o Sabiá.
• Minha terra tem primores,
• Que tais não encontro eu cá;
• Em cismar - sozinho, à noite -
• Mais prazer encontro eu lá;
• Minha terra tem palmeiras,
• Onde canta o Sabiá.
• Não permita Deus que eu morra,
• Sem que eu volte para lá;
• Sem que desfrute os primores
• Que não encontro por cá;
• Sem que inda aviste as palmeiras,
• Onde canta o Sabiá.“
Biografia
Por Paula Perin dos Santos
João Cabral de Melo Neto (1920-1999) nasceu em Recife e é considerado um dos maiores poetas da Geração de 45,
assim chamada por rejeitar os “excessos do modernismo” para elaborar uma poesia de rigor formal, construindo uma
expressão poética mais disciplinada.
Desde cedo mostrou interesse pela palavra, pela literatura de cordel e almejava ser crítico literário. Conviveu com
Manuel Bandeira e Gilberto Freyre, que eram seus primos. Com apenas o curso secundário mudou-se para o Rio de
Janeiro e ingressou no funcionalismo público. Três anos depois, através de concurso, mudou-se para o Itamarati,
ocupando cargos diplomáticos e morando em várias cidades do mundo, como Londres, Sevilha, Barcelona, Marselha,
Berna, Genebra.
Apesar de ser cronologicamente um poeta da Geração de 45, João Cabral seguiu um caminho próprio, recuperando
certos traços da poesia de Drummond e Murilo Mendes, como a poesia substantiva e a precisão dos vocábulos,
produzindo uma poesia de caráter objetivo numa linguagem sem sentimentalismo e rompendo com a definição de
“poesia profunda” utilizada até então. Para o poeta, “a poesia não é fruto de inspiração em razão do sentimento”, mas
de transpiração: “fruto do trabalho paciente e lúcido do poeta”.
A primeira obra de João Cabral, Pedra do sono (1945) apresenta uma declinação para a objetividade e imagem
surrealista. Já em O engenheiro (1945), percebe-se que o poeta se afasta da linha surrealista, pendendo para a
geometrização e exatidão da linguagem, como se ele próprio fosse o engenheiro, economizando as palavras (o material
com se constrói) e a objetivação do poema (o propósito do uso do material – a construção terminada).
Nas suas principais obras, como O cão sem plumas (1950), O rio (1954), Quaderna (1960), Morte e vida
severina (1965), A educação da pedra (1966), Museu de tudo (1975), A escola das facas (1980), Poesia
crítica (1982), Agrestes (1985) e Andando em Sevilha (1990), o poeta revela uma preocupação com a
realidade social, principalmente com a do Nordeste Brasileiro; reflete constantemente sobre a criação
artística (Catar feijão – poema); aprimora a poética da linguagem objeto, definida como a linguagem
que, pela própria construção, sugere de que assunto aborda (Tecendo a manhã – poema). Essa
característica de sua obra constitui a principal referência do Movimento Concretista da década de 50 e
60 e de vários poetas contemporâneos, como Arnaldo Antunes.
Morte e vida severina (Auto de natal pernambucano) é a obra mais popular de João Cabral. Nela, o
poeta mantém a tradição dos autos medievais, fazendo uso da musicalidade, do ritmo e das
redondilhas, recursos que agradam o povo. Ela foi encenada pela primeira vez em 1966 no Teatro da
PUC em São Paulo, com música de Chico Buarque. Foi premiada no Brasil e na França e, a partir daí, vem
sendo encenada diversas vezes e até adaptada para a televisão.
O poema narra à caminhada do retirante Severino, desde o sertão até sua chegada em Recife e, além
das denúncias de certos problemas sociais do Nordeste, constitui uma reflexão sobre a condição
humana.
João Cabral é considerado pelos críticos “não apenas um dos maiores poetas sociais, mas um renovador
consistente, instigante e original da dicção poética antes, durante e depois dele”. Ele e Graciliano Ramos
possuem o mesmo grau ético e artístico, um na poesia, o outro na prosa, que objetiva com precisão
uma prática poética comum: deram à paisagem nordestina, com suas diferenças sociais, uma das
dimensões estéticas mais fortes, cruéis e indiscutíveis que já se conheceu.
Poema Jecendo a Manhã
• Um galo sozinho não tece uma
manhã.
• ele precisará sempre de outros galos.
• De um que apanhe esse grito que ele
• e o lance a outro; de um outro galo
• que apanhe o grito que um galo
antes
• e o lance a outro; e de outros galos
• que com muitos outros galos se
cruzem
• os fios de sol de seus gritos de galo,
• para que a manhã, desde uma teia
tênue,
• se vá tecendo, entre todos os galos.
• E se encorpando em tela, entre
todos,
• se erguendo tenda, onde entrem
todos,
• se entretendo para todos, no toldo
• (a manhã) que plana livre de
armação.
• A manhã, toldo de um tecido tão
aéreo
• que, tecido, se eleva por si: luz balão.
Este notável poeta do modernismo brasileiro nasceu em Recife, Pernambuco, no ano
de 1886. Teve seu talento evidenciado desde cedo quando já se destacava nos
estudos.
Durante o período em que cursava a Faculdade Politécnica em São Paulo, Bandeira
precisou deixar os estudos para ir à Suíça na busca de tratamento para sua
tuberculose. Após sua recuperação, ele retornou ao Brasil e publicou seu primeiro
livro de versos, Cinza das Horas, no ano de 1917; porém, devido à influência
simbolista, esta obra não teve grande destaque.
Dois anos mais tarde este talentoso escritor agradou muito ao escrever Carnaval, onde
já mostrava suas tendências modernistas. Posteriormente, participou da Semana de
Arte Moderna de 1922, descartando de vez o lirismo bem comportado. Passou a
abordar temas com mais encanto, sendo que muitos deles tinham foco nas
recordações de infância.
Além de poeta, Manuel Bandeira exerceu também outras atividades: jornalista,
redator de crônicas, tradutor, integrante da Academia Brasileira de Letras e também
professor de História da Literatura no Colégio Pedro II e de Literatura Hispano-
Americana na faculdade do Brasil, Rio de Janeiro.
Este, que foi um dos nomes mais importantes do modernismo no Brasil, faleceu no
ano 1968.
Suas obras:
POESIA: Poesias, reunindo A cinza das horas, Carnaval, O ritmo dissoluto (1924), Libertinagem (1930),
Estrela da manhã (1936), Poesias escolhidas (1937), Poesias completas, reunindo as obras anteriores e
mais Lira dos cinquenta anos (1940), Poesias completas, 4a edição, acrescida de Belo belo (1948),
Poesias completas, 6a edição, acrescida de Opus 10 (1954), Poemas traduzidos (1945), Mafuá do
malungo, versos de circunstância (1948), Obras poéticas (1956), 50 Poemas escolhidos pelo autor
(1955), Alumbramentos (1960), Estrela da tarde (1960).
PROSA: Crônicas da província do Brasil (1936), Guia de Ouro Preto (1938), Noções de história das
literaturas (1940), Autoria das Cartas chilenas, separata da Revista do Brasil (1940), Apresentação da
poesia brasileira (1946), Literatura hispano-americana (1949), Gonçalves Dias, biografia (1952),
Itinerário de Passarada (1954), De poetas e de poesia (1954), A flauta de papel (1957), Prosa, reunindo
obras anteriores e mais Ensaios literários, Crítica de Artes e Epistolário (1958), Andorinha, andorinha,
crônicas (1966), Os reis vagabundos e mais 50 crônicas (1966), Colóquio unilateralmente sentimental,
crônica (1968).
ANTOLOGIAS: Antologia dos poetas brasileiros da fase romântica (1937), Antologia dos poetas
brasileiros da fase parnasiana (1938), Antologia dos poetas brasileiros bissextos contemporâneos
(1946). Organizou os Sonetos completos e Poemas escolhidos de Antero de Quental, as Obras poéticas
de Gonçalves Dias (1944), as Rimas de José Albano (1948) e, de Mário de Andrade, Cartas a Manuel
Bandeira (1958).
Poema Café com Pão (Trem de Ferro)
Café com pão
Café com pão
Café com pão
Virge Maria que foi isso maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa, fumaça
Corre, cerca
Ai seu foguista
Bota fogo
Na fornalha
Que eu preciso
Muita força
Muita força
Muita força
(trem de ferro, trem de ferro)
Oô...
Foge, bicho
Foge, povo
Passa ponte
Passa poste
Passa pasto
Passa boi
Passa boiada
Passa galho
Da ingazeira
Debruçada
No riacho
Que vontade
De cantar!
Oô...
(café com pão é muito bom)
Quando me prendero
No canaviá
Cada pé de cana
Era um oficiá
Oô...
Menina bonita
Do vestido verde
Me dá tua boca
Pra matar minha sede
Oô...
Vou mimbora vou mimbora
Não gosto daqui
Nasci no sertão
Sou de Ouricuri
Oô...
Vou depressa
Vou correndo
Vou na toda
Que só levo
Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...
(trem de ferro, trem de ferro)
Biografia
Biografia, obras e estilo literário
Mário de Andrade nasceu em São Paulo, no ano de 1893. Professor, crítico, poeta,
contista, romancista e músico, formou-se pelo Conservatório Dramático e Musical de
São Paulo, passando a lecionar neste mesmo local posteriormente. Participou da
Semana de Arte Moderna de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo.
Durante sua trajetória, Mário de Andrade fundou a Sociedade de Etnografia e Folclore
e também passou por vários cargos públicos, entre estes, foi diretor do Departamento
Municipal de Cultura de São Paulo.
Apesar de ter sido uma pessoa com inúmeras ocupações, este artista modernista
sempre tinha tempo para ajudar os escritores que ainda não eram conhecidos.
Enquanto viveu, ele lutou pela arte com seu estilo de escrita puro e verdadeiro. Certo
de que a inteligência brasileira necessitava de atualização, este escritor modernista
nunca abandonou suas maiores virtudes: a consciência artística e a dignidade
intelectual.
Foram de sua autoria os versos de Paulicéia Desvairada, considerada o marco inicial da
poesia modernista no Brasil. Uma outra obra deste artista que se destacou por sua
contribuição ao movimento modernista foi o livro Macunaíma, romance onde é
mostrado um herói que tem as qualidades e defeitos de um brasileiro comum.
Suas obras estão agrupadas em dezenove volumes com o título de
Obras Completas. As principais são:
Poesia
Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917), Paulicéia Desvairada
(1922), Losango Cáqui (1926), Clã do Jabuti (1927), Remate de Males
(1930), Poesias (1941), Lira Paulistana (1946), O Carro da Miséria
(1946), Poesias Completas (1955).
Romance
Amar, Verbo Intransitivo (1927), Macunaíma (1928).
Contos
Primeiro Andar (1926), Belas arte (1934), Contos Novos (1947).
Crônicas
Os filhos da Candinha (1943).
Ensaios
A Escrava que não é Isaura (1925), O Aleijadinho de Álvares de
Azevedo (1935), O Movimento Modernista (1942), O Baile das Quatro
Artes (1943), O Empalhador de Passarinhos (1944), O Banquete (1978).
Reconhecido por sua contribuição na criação de idéias inovadoras,
Mário de Andrade morreu em São Paulo no ano de 1945.
Poema A Meditação Sobre O Tietê
• Água do meu Tietê, Onde me queres levar? - Rio
que entras pela terra E que me afastas do mar... É
noite. E tudo é noite. Debaixo do arco admirável
Da Ponte das Bandeiras o rio Murmura num
banzeiro de água pesada e oleosa. É noite e tudo é
noite. Uma ronda de sombras, Soturnas sombras,
enchem de noite de tão vasta O peito do rio, que é
como si a noite fosse água, Água noturna, noite
líquida, afogando de apreensões As altas torres do
meu coração exausto. De repente O óleo das águas
recolhe em cheio luzes trêmulas, É um susto. E
num momento o rio Esplende em luzes
inumeráveis, lares, palácios e ruas, Ruas, ruas, por
onde os dinossauros cachinam Agora, arranha-céus
valentes donde saltam Os bichos blau e os
punidores gatos verdes, Em cânticos, em prazeres,
em trabalhos e fábricas, Luzes e glória. É a cidade...
É a emaranhada forma Humana corrupta da vida
que muge e se aplaude. E se aclama e se falsifica e
se esconde. E deslumbra. Mas é um momento só.
Logo o rio escurece de novo, Está negro. As águas
oleosas e pesadas se aplacam Num gemido. Flor.
Tristeza que timbra um caminho de morte. É noite.
E tudo é noite. E o meu coração devastado É um
rumor de germes insalubres pé
• inumeráveis, lares, palácios e ruas, Ruas, ruas, por
onde os dinossauros cachinam Agora, arranha-céus
valentes donde saltam Os bichos blau e os
punidores gatos verdes, Em cânticos, em prazeres,
em trabalhos e fábricas, Luzes e glória. É a cidade...
É a emaranhada forma Humana corrupta da vida
que muge e se aplaude. E se aclama e se falsifica e
se esconde. E deslumbra. Mas é um momento só.
Logo o rio escurece de novo, Está negro. As águas
oleosas e pesadas se aplacam Num gemido. Flor.
Tristeza que timbra um caminho de morte. É noite.
E tudo é noite. E o meu coração devastado É um
rumor de germes insalubres pé
Biografia
• Biografia, obras e estilo literário
• Mário Quintana foi um importante escritor, jornalista e poeta gaúcho. Nasceu na
cidade de Alegrete (Rio Grande do Sul) no dia 30 de julho de 1906. Trabalhou
também como tradutor de importantes obras literárias. Com um tom irônico,
escreveu sobre as coisas simples da vida, porém buscando sempre a perfeição
técnica.
• Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três
anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes de seu Viveu na
cidade natal até os 13 anos de idade. Em 1919, mudou-se para a cidade de Porto
Alegre, onde foi estudar no Colégio Militar. Foi nesta instituição de ensino que
começou a escrever seus primeiros textos literários.
Já na fase adulta, Mário Quintana foi trabalhar na Editora Globo. Começou a atuar
na tradução de obras literárias. Durante sua vida traduziu mais de cem obras da
literatura mundial. Entre as mais importantes, traduziu “Em busca do tempo
perdido” de Marcel Proust e “Mrs. Dalloway” de Virgínia Woolf.
Com 34 anos de idade lançou-se no mundo da poesia. Em
1940, publicou seu primeiro livro com temática infantil: “A rua
dos cataventos”. Volta a publicar um novo livro somente em
1946 com a obra “Canções”. Dois anos mais tarde lança
“Sapato Florido”. Porém, somente em 1966 sua obra ganha
reconhecimento nacional. Neste ano, Mário Quintana ganha o
Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira dos Escritores,
pela obra “Antologia Poética”. Neste mesmo ano foi
homenageado pela Academia Brasileira de Letras.
Ainda em vida recebeu outra homenagem em Porto Alegre. No
centro velho da capital gaúcha é montado, no prédio do antigo
Hotel Majestic, um centro cultural com o nome de Casa de
Cultura Mário Quintana.
Poema Os degraus
• Não desças os degraus do
sonho
Para não despertar os
monstros.
Não subas aos sótãos - onde
Os deuses, por trás das suas
máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua
vida!
E é um sonho louco este
nosso mundo...
• máscaras,
Ocultam o próprio enigma.
Não desças, não subas, fica.
O mistério está é na tua
vida!
E é um sonho louco este
nosso mundo...
Biografia
• Olavo Bilac (1865-1918) foi um poeta e jornalista brasileiro.
Escreveu a letra do hino à Bandeira brasileira. É membro fundador
da Academia Brasileira de Letras. Foi um dos principais
representantes do Movimento Parnasiano que valorizou o cuidado
formal do poema, em busca de palavras raras, rimas ricas e rigidez
das regras da composição poética.
• Olavo Bilac (1865-1918) nasceu no Rio de janeiro, no dia 16 de
dezembro. Era filho do cirurgião militar, Brás Martins dos Guimarães
e de Delfina Belmiro Gomes de Paula. Estudou Medicina e Direito,
sem concluir nenhum dos cursos. Dedicou-se ao jornalismo e à
poesia. Foi noivo de Amélia de Oliveira, irmã de seu amigo Alberto
de Oliveira, que foi impedida de casar por outro irmão que não
aceitava a vida de poeta 1918.
• boêmio que Bilac levava.
• Colaborou em vários jornais e revistas como Gazeta de Notícias e
Diário de Notícias. Exerceu o cargo de Secretário do Congresso Pan-
Americano em Buenos Aires. Foi inspetor de instrução de escola
pública e membro do Conselho Superior do Departamento Federal.
Exerceu constante atividade nacionalista, realizando pregações
cívicas em todo país sobre a obrigatoriedade do serviço militar.
• Pertenceu à Escola Parnasiana Brasileira, sendo um dos seus
principais poetas. Sua primeira obra foi "Poesias", publicada em
1888. Nela o poeta já estava identificado com as propostas do
Parnasianismo. Sua poesia apresentava várias temáticas. Na linha
tipicamente parnasiana, escreveu sobre temas greco-romanos. Fez
várias descrições da natureza, indicando uma herança romântica.
• Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, morreu no Rio de Janeiro,
no dia 28 de dezembro de
Poema Velhas Arvores
Olha estas velhas árvores, mais
belas
Do que as árvores novas, mais
amigas:
Tanto mais belas quanto mais
antigas,
Vencedoras da idade e das
procelas...
O homem, a fera, e o inseto, à
sombra delas
Vivem, livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as
cantigas
E os amores das aves tagarelas.
Não choremos, amigo, a
mocidade!
Envelheçamos rindo!
envelheçamos
Como as árvores fortes
envelhecem:
Na glória da alegria e da
bondade,
Agasalhando os pássaros nos
ramos,
Dando sombra e consolo aos que
padecem!
Biografia
• Oswald de Andrade (1890-1954) foi escritor brasileiro. Fundou, junto com
Tarsila, o Movimento Antropófago. Foi uma das personalidades mais
polêmicas do modernismo. Era militante político sendo idealizador dos
principais manifestos modernistas. Ao lado da pintora Anita Malfatti, do
escritor Mário de Andrade e de outros intelectuais, organizou a Semana
de Arte Moderna de 1922.
• Oswald de Andrade (1890-1954) nasceu em São Paulo, no dia 11 de
janeiro de 1890. Filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês
Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. Formou-se em Direito pela
Faculdade do Largo de São Francisco. De família rica, fez várias viagens à
Europa, onde entra em contato com os movimentos de vanguarda.
Estudou jornalismo literário e, em 1911 iniciou sua vida literária no jornal
humorístico "O Pirralho" que ele mesmo fundou. O semanário que
circulou até 1917, contava entre seus colaboradores, com o pintor Di
Em 1912, quando retornou de sua primeira viagem à Europa, adota as idéias futuristas e, desde então,
tornou-se um dos principais vultos do modernismo. Em 1916 lança a primeira redação do romance "Memórias
Sentimentais de João Miramar", romance que quebra toda a estrutura dos romances tradicionais, pois
apresenta capítulos curtíssimos e semi-independentes, num misto de prosa e poesia, que no final da leitura
formam um grande painel.
Além de ter sido o criador e principal divulgador da orientação "primitivista", com "O Pau-Brasil" e com a
"Antropofagia", Oswald escreveu os textos mais corrosivos da estética modernista. Sua participação ativa na
Semana de 22, é seguida da sua segunda viagem à Europa. Em Paris, na Sorbonne, dá a conferência "O Esforço
Intelectual do Brasil Contemporâneo".
Oswald de Andrade lança em 18 de março de 1924, um dos mais importantes manifestos do modernismo
"Manifesto Pau-Brasil", publicado no Correio da Manhã. Explicando o nome do manifesto , o autor diz "Pensei
em fazer uma poesia de exportação. Como o pau-brasil foi a primeira riqueza brasileira exportada, denominei o
movimento Pau-Brasil".
Em 1925 Oswald de Andrade lança o livro de poemas "Pau-Brasil", em que põe em prática os princípios
propostos no manifesto. O livro Pau-Brasil foi ilustrado por Tarsila do Amaral e apresenta uma literatura
extremamente vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil.
Em 1926 casa-se com a pintora Tarsila do Amaral. Dois anos depois, radicalizando o movimento nativista, o
seu "Manifesto Antropofágico" propõe que o Brasil devore a cultura estrangeira e crie uma cultura
revolucionária própria. Nessa época, rompe com Mário de Andrade, separa-se de Tarsila do Amaral e casa-se
com a escritora e militante política Patrícia Galvão, a Pagu. Em 1944, mais um casamento, com Maria Antonieta
D'Aikmin, com quem permanece casado até o fim de sua vida.
José Oswald de Sousa Andrade morre em São Paulo, no dia 22 de outubro de 1954.
Biografia
• Vinicius de Morais (1913-1980) nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Filho de funcionário público e
poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz. Desde cedo, já mostrava interesse por poesia. Ingressou no colégio
jesuíta, Santo Inácio, onde fez os estudos secundários. Entrou para o coral da igreja, onde desenvolveu suas habilidades
musicais. Em 1929, iniciou o curso de Direito da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro.
• Em 1933, ano de sua formatura, publica "O Caminho Para a Distância". Não exerceu a advocacia. Trabalhou como censor
cinematográfico, até 1938, quando recebeu uma bolsa de estudos e foi para Londres. Estudou inglês e literatura na
Universidade de Oxford. Trabalhou na BBC londrina até 1939.
• Várias experiência conjugais marcaram a vida de Vinicius. Casou-se nove vezes e teve cinco filhos. Suas esposas foram,
Beatriz Azevedo, Regina Pederneira, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nellita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta
Rodrigues e a última Gilda Matoso.
• Em 1943 é aprovado no concurso para Diplomata. Vai para os Estados Unidos, onde assume o posto de vice-cônsul em Los
Angeles. Escreve o livro "Cinco Elegias". Serviu sucessivamente em Paris, em 1953, em Montevidéu, e novamente em Paris,
em 1963. Volta para o Brasil em 1964. É aposentado compulsoriamente em 1968, pelo Ato Institucional Número Cinco.
• De volta ao Brasil, dedica-se à poesia e à música popular brasileira. Fez parcerias musicais com Toquinho, Tom Jobim, Baden
Powell, João Gilberto, Francis Hime, Carlos Lyra e Chico Buarque. Entre suas músicas destacam-se: "Garota de Ipanema",
"Gente Humilde", "Aquarela", "A Casa", "Arrastão", "A Rosa de Hiroshima", "Berimbau", "A Tonga da Mironga do Kaburetê",
"Canto de Ossanha", "Insensatez", "Eu Sei Que Vou Te Amar" e "Chega de Saudade".
• Compôs a trilha sonora do filme Orfeu Negro, que foi premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e o
Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Em 1961, compõe Rancho das Flores, baseado no tema Jesus, Alegria dos Homens, de
Johann Sebastian Bach. Com Edu Lobo, ganha o Primeiro Festival Nacional de Música Popular Brasileira, com a música
"Arrastão".
• A parceria com o músico Toquinho foi considerada a mais produtiva. Rendeu músicas importantes
como "Aquarela", "A Casa", "As Cores de Abril", "Testamento", "Maria Vai com as Outras", "Morena
Flor", "A Rosa Desfolhada", "Para Viver Um Grande Amor" e "Regra Três".
• É preciso destacar também sua participação em shows e gravações com cantores e compositores
importantes como Chico Buarque de Holanda, Elis Regina, Dorival Caymmi, Maria Creuza, Miúcha e
Maria Bethânia. O Álbum Arca de Noé foi lançado em 1980 e teve vários intérpretes, cantando
músicas de cunho infantil. Esse Álbum originou um especial para a televisão.
• A produção poética de Vinícius passou por duas fases. A primeira é carregada de misticismo e
profundamente cristã, como expressa em "O Caminho para a Distância" e em "Forma e Exegese". A
segunda fase, vai ao encontro do cotidiano, e nela se ressalta a figura feminina e o amor, como em
"Ariana, A Mulher".
• Vinícius também se inclina para os grandes temas sociais do seu tempo. O carro chefe é "A Rosa de
Hiroshima". A parábola "O Operário em Construção" alinha-se entre os maiores poemas de
denúncia da literatura nacional: Pensem na crianças/Mudas telepáticas/Pensem nas
mulheres/Rotas alteradas/Pensem nas feridas /Como rosas cálidas.
• Marcus Vinícius de Mello Moraes morreu no Rio de Janeiro, no dia 09 de julho de 1980
Poema Soneto do Amigo
• Enfim, depois de tanto erro
passado
• Tantas retaliações, tanto perigo
• Eis que ressurge noutro o velho
amigo
• Nunca perdido, sempre
reencontrado.
• É bom sentá-lo novamente ao
lado
• Com olhos que contêm o olhar
antigo
• Sempre comigo um pouco
atribulado
• E como sempre singular comigo.
• Um bicho igual a mim, simples e
humano
• Sabendo se mover e comover
• E a disfarçar com o meu próprio
engano.
• O amigo: um ser que a vida não
explica
• Que só se vai ao ver outro nascer
• E o espelho de minha alma
multiplica...
Biografia
• Fernando Pessoa (1888 - 1935) foi um poeta e escritor português, nascido
em Lisboa. É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e
da literatura universal.
• Aos seis anos de idade, Fernando Pessoa foi para a África do Sul, onde
aprendeu perfeitamente o inglês, e das quatro obras que publicou em
vida, três são em inglês. Durante sua vida, Fernando Pessoa trabalhou em
vários lugares como correspondente de língua inglesa e francesa. Foi
também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador
político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, e ao mesmo tempo
produzia suas obras em verso e prosa.
• Como poeta, era conhecido por suas múltiplas personalidades, os
heterónimos, que eram e são até hoje objeto da maior parte dos estudos
sobre sua vida e sua obra.
• Fernando Pessoa faleceu em Lisboa, com 47 anos anos de idade, vítima de
uma cólica hepática causada por um cálculo biliar associado a cirrose
hepática, um diagnóstico hoje é dia é contestado por diversos médicos.
• Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são:
• - Alberto Caeiro, nascido em Lisboa, e era o mais objetivo dos
heterônimos. Buscava o objetivismo absoluto, eliminando todos os
vestígios da subjetividade. É o poeta que busca "as sensações das
coisas tais como são". Opõe-se radicalmente ao intelectualismo, à
abstração, à especulação metafísica e ao misticismo. É o menos
"culto" dos heterônimos, o que menos conhece a Gramática e a
Literatura.
• - Ricardo Reis, nascido no Porto, representa a vertente clássica ou
neoclássica da criação de Fernando Pessoa. Sua linguagem é
contida, disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos. Apóia-se
na mitologia greco-romana; é adepto do estoicismo e do
epicurismo (saúde do corpo e da mente, equilíbrio, harmonia) para
que se possa aproveitar a vida, porque a morte está à espreita. É
um médico que se mudou para o Brasil.
• - Álvaro de Campos, nascido no Porto, é o lado "moderno" de
Fernando Pessoa, caracterizado por uma vontade de conquista, por
um amor à civilização e ao progresso. Campos era um engenheiro
inativo, inadaptado, com consciência crítica.
Poema Auto psicografia de Fernando
Pessoa
• O AMOR, quando se revela,
• Não se sabe revelar.
• Sabe bem olhar p'ra ela,
• Mas não lhe sabe falar.
• Quem quer dizer o que sente
• Não sabe o que há de dizer.
• Fala: parece que mente...
• Cala: parece esquecer...
• Ah, mas se ela adivinhasse,
• Se pudesse ouvir o olhar,
• E se um olhar lhe bastasse
• P'ra saber que a estão a amar!
• Mas quem sente muito, cala;
• Quem quer dizer quanto sente
• Fica sem alma nem fala,
• Fica só, inteiramente!
• Mas se isto puder contar-lhe
• O que não lhe ouso contar,
• Já não terei que falar-lhe
• Porque lhe estou a falar...
Biografia
• Clarice Lispector (1920-1977) foi escritora e jornalista brasileira. "A Hora da Estrela" foi seu último romance, publicado em vida.
• Clarice Lispector (1920-1977) nasceu em Tchetchelnik na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920. Filha de família de origem judaica, Pinkouss e
Mania Lispector. Sua família veio para o Brasil em março de 1922, para a cidade de Maceió, Alagoas, onde morava Zaina, irmã de sua mãe. Nascida
Haia Pinkhasovna Lispector, por iniciativa do seu pai, todos mudam de nome, e Haia passa a se chamar Clarice.
• Em 1925 mudam-se para a cidade de Recife onde Clarice passa sua infância no Bairro da Boa Vista. Aprendeu a ler e escrever muito nova. Estudou
inglês e francês e cresceu ouvindo o idioma dos seus pais o iídiche. Com 9 anos fica órfã de mãe. Em 1931 ingressa no Ginásio Pernambucano, o
melhor colégio público da cidade.
• Em 1937 muda-se com a família para o Rio de Janeiro, indo morar no Bairro da Tijuca. Ingressa no Colégio Silva Jardim, onde era frequentadora
assídua da biblioteca. Ingressa no curso de Direito. Com 19 anos publica seu primeiro conto "Triunfo" no semanário Pan. Em 1943 forma-se em
Direito e casa-se com o amigo de turma Maury Gurgel Valente. Nesse mesmo ano estreou na literatura com o romance "Perto do Coração
Selvagem", que retrata uma visão interiorizada do mundo da adolescência, e teve calorosa acolhida da crítica, recebendo o Prêmio Graça Aranha.
• Clarice Lispector acompanha seu marido em viagens, na carreira de Diplomata no Ministério das Relações Exteriores. Em sua primeira viagem para
Nápoles, Clarice trabalha como voluntária de assistente de enfermagem no hospital da Força Expedicionária Brasileira. Também morou na Inglaterra,
Estados Unidos e Suíça, sempre acompanhando seu marido.
• Em 1948 nasce na Suíça seu primeiro filho, Pedro, e em 1953 nasce nos Estados Unidos o segundo filho, Paulo. Em 1959 Clarice se separa do marido
e retorna ao Rio de Janeiro, com os filhos. Logo começa a trabalhar no Jornal Correio da Manhã, assumindo a coluna Correio Feminino. Em 1960
trabalha no Diário da Noite com a coluna Só Para Mulheres, e lança "Laços de Família", livro de contos, que recebe o Prêmio Jabuti da Câmara
Brasileira do Livro. Em 1961 publica "A Maçã no Escuro" pelo qual recebe o prêmio de melhor livro do ano em 1962.
• Clarice Lispector sofre várias queimaduras no corpo e na mão direita, quando dorme com um cigarro aceso, em 1966. Passa por várias cirurgias e vive
isolada, sempre escrevendo. No ano seguinte publica crônicas no Jornal do Brasil e lança "O Mistério do Coelho Pensante". Passa a integrar o
Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro. Em 1969 já tinha perto de doze volumes publicados. Recebeu o prêmio do X Concurso Literário
Nacional de Brasília.
• A melhor prosa da autora se mostra nos contos de "Laços de Família" (1960) e de "A Legião Estrangeira" (1964). Em obras como "A Maçã no Escuro"
(1961), "A Paixão Segundo G.H." (1961) e "Água-Viva" (1973), os personagens, alienados e em busca de um sentido para a vida, adquirem
gradualmente consciência de si mesmos e aceitam seu lugar num universo arbitrário e eterno.
• Clarice Lispector, escreveu "Hora da Estrela" em 1977, onde conta a história de Macabéa, moça do interior em busca de sobreviver na cidade grande.
A versão cinematográfica desse romance, dirigida por Suzana Amaral em 1985, conquistou os maiores prêmios do festival de cinema de Brasília e deu
à atriz Marcélia Cartaxo, que fez o papel principal, o troféu Urso de Prata em Berlim em 1986.
• Clarice Lispector morreu no Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1977. de câncer no ovário e foi enterrada no cemitério Israelita do Caju.
• Clarice Lispector acompanha seu marido em viagens, na carreira de Diplomata no Ministério das
Relações Exteriores. Em sua primeira viagem para Nápoles, Clarice trabalha como voluntária de
assistente de enfermagem no hospital da Força Expedicionária Brasileira. Também morou na
Inglaterra, Estados Unidos e Suíça, sempre acompanhando seu marido.
• Em 1948 nasce na Suíça seu primeiro filho, Pedro, e em 1953 nasce nos Estados Unidos o segundo
filho, Paulo. Em 1959 Clarice se separa do marido e retorna ao Rio de Janeiro, com os filhos. Logo
começa a trabalhar no Jornal Correio da Manhã, assumindo a coluna Correio Feminino. Em 1960
trabalha no Diário da Noite com a coluna Só Para Mulheres, e lança "Laços de Família", livro de
contos, que recebe o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Em 1961 publica "A Maçã no
Escuro" pelo qual recebe o prêmio de melhor livro do ano em 1962.
• Clarice Lispector sofre várias queimaduras no corpo e na mão direita, quando dorme com um
cigarro aceso, em 1966. Passa por várias cirurgias e vive isolada, sempre escrevendo. No ano
seguinte publica crônicas no Jornal do Brasil e lança "O Mistério do Coelho Pensante". Passa a
integrar o Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro. Em 1969 já tinha perto de doze
volumes publicados. Recebeu o prêmio do X Concurso Literário Nacional de Brasília.
• A melhor prosa da autora se mostra nos contos de "Laços de Família" (1960) e de "A Legião
Estrangeira" (1964). Em obras como "A Maçã no Escuro" (1961), "A Paixão Segundo G.H." (1961) e
"Água-Viva" (1973), os personagens, alienados e em busca de um sentido para a vida, adquirem
gradualmente consciência de si mesmos e aceitam seu lugar num universo arbitrário e eterno.
• Clarice Lispector, escreveu "Hora da Estrela" em 1977, onde conta a história de Macabéa, moça do
interior em busca de sobreviver na cidade grande. A versão cinematográfica desse romance,
dirigida por Suzana Amaral em 1985, conquistou os maiores prêmios do festival de cinema de
Brasília e deu à atriz Marcélia Cartaxo, que fez o papel principal, o troféu Urso de Prata em Berlim
em 1986.
• Clarice Lispector morreu no Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1977. de câncer no ovário e foi
enterrada no cemitério Israelita do Caju.
Poema O Sonho
• "Sou composta por urgências:
• minhas alegrias são intensas;
• minhas tristezas, absolutas.
• Entupo-me de ausências,
• Esvazio-me de excessos.
• Eu não caibo no estreito,
• eu só vivo nos extremos.
• Pouco não me serve,
• médio não me satisfaz,
• metades nunca foram meu forte!
• Todos os grandes e pequenos momentos,
• feitos com amor e com carinho,
• são pra mim recordações eternas.
• Palavras até me conquistam temporariamente...
• Mas atitudes me perdem ou me ganham para
sempre.
• Suponho que me entender
• não é uma questão de inteligência
• e sim de sentir,
• de entrar em contato...
• Ou toca, ou não toca.”
• Todos os grandes e pequenos momentos,
• feitos com amor e com carinho,
• são pra mim recordações eternas.
• Palavras até me conquistam temporariamente...
• Mas atitudes me perdem ou me ganham para
sempre.
• Suponho que me entender
• não é uma questão de inteligência
• e sim de sentir,
• de entrar em contato...
• Ou toca, ou não toca.”

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Biografia 4º A

  • 1.
  • 2.
  • 3. Biografia Biografia, obras e estilo literário Este consagrado poeta brasileiro nasceu em Itabira, Minas Gerais no ano de 1902. Tornou-se, pelo conjunto de sua obra, um dos principais representantes da literatura brasileira do século XX. Concretizou seus estudos em Belo Horizonte, e, neste mesmo local, deu início a sua carreira de redator, na imprensa. Também trabalhou por vários anos como funcionário público. Seus poemas abordam assuntos do dia a dia, e contam com uma boa dose de pessimismo e ironia diante da vida. Em suas obras, há ainda uma permanente ligação com o meio e obras politizadas. Além das poesias, escreveu diversas crônicas e contos. Os principais temas retratados nas poesias de Drummond são: conflito social, a família e os amigos, a existência humana, a visão sarcástica do mundo e das pessoas e as lembranças da terra natal.
  • 4. Dentre suas obras poéticas mais importantes destacam-se: Brejo das Almas, Sentimento do Mundo, José, Lição de Coisas, Viola de Bolso, Claro Enigma, Fazendeiro do Ar, A Vida Passada a Limpo e Novos Poemas, Talentoso também na prosa, tem suas prosas reunidas nos seguintes volumes: Confissões de Minas, Contos de Aprendiz, Passeios na Ilha e Fala Amendoeira. Na década de 1980 lançou as seguintes obras: A Paixão Medida, que contém 28 poemas inéditos; Caso do Vestido (1983); Corpo (1984); Amar se aprende amando (1985) e Poesia Errante (1988). Faleceu em 17 de agosto de 1987, no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua filha única.
  • 5. Poema Para sempre • Por que Deus permite que as mães vão-se embora? Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga quando sopra o vento e chuva desaba, veludo escondido na pele enrugada, água pura, ar puro, puro pensamento. Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra — mistério profundo — de tirá-la um dia? Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.
  • 6.
  • 7. Biografia • Ainda pequeno, mudou-se para a casa dos avós, em Belo Horizonte, onde concluiu o curso primário. Iniciou o curso secundário no Colégio Santo Antônio, em São João del-Rei, mas logo retornou a Belo Horizonte, onde se formou. Em 1925, matriculou-se na então "Faculdade de Medicina da Universidade de Minas Gerais", com apenas 16 anos2 . • Em 27 de junho de 1930, casou-se com Lígia Cabral Pena, de apenas 16 anos, com quem teve duas filhas: Vilma e Agnes. Ainda nesse ano se formou e passou a exercer a profissão em Itaguara, então município de Itaúna (MG), onde permaneceu cerca de dois anos. Foi nessa localidade que passou a ter contato com os elementos do sertão que serviram de referência e inspiração a sua obra3 . • De volta de Itaguara, Guimarães Rosa serviu como médico voluntário da Força Pública (atual Polícia Militar), durante a Revolução Constitucionalista de 1932, indo para o setor do Túnel em Passa-Quatro (MG) onde tomou contato com o futuro presidente Juscelino Kubitschek, naquela ocasião o médico-chefe do Hospital de Sangue. Posteriormente, entrou para o quadro da Força Pública, por concurso. Em 1933, foi para Barbacena na qualidade de Oficial Médico do 9º Batalhão de Infantaria. Aprovado em concurso para o Itamaraty, passou alguns anos de sua vida como diplomata na Europa e na América Latina1 . • No início da carreira diplomática, exerceu, como primeira função no exterior, o cargo de Cônsul-adjunto do Brasil em Hamburgo, na Alemanha, de 1938 a 1942. No contexto da Segunda Guerra Mundial, para auxiliar judeus a fugir para o Brasil, emitiu, ao lado da segunda esposa, Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, mais vistos do que as cotas legalmente estipuladas, tendo, por essa ação humanitária e de coragem, ganhado, no pós-Guerra, o reconhecimento do Estado de Israel. Aracy é a única mulher homenageada no Jardim dos Justos entre as Nações, no Yad Vashem que é o memorial oficial de Israel para lembrar as vitimas judaicas do Holocausto.
  • 8. • No Brasil, em sua segunda candidatura para a Academia Brasileira de Letras, foi eleito por unanimidade (1963). Temendo ser tomado por uma forte emoção, adiou a cerimônia de posse por quatro anos. Em seu discurso, quando enfim decidiu assumir a cadeira da Academia, em 1967, chegou a afirmar, em tom de despedida, como se soubesse o que se passaria ao entardecer do domingo seguinte: "…a gente morre é para provar que viveu."4 Faleceu três dias mais tarde na cidade do Rio de Janeiro, em 19 de novembro. Se o laudo médico atestou um infarto, sua morte permanece um mistério inexplicável, sobretudo por estar previamente anunciada em sua obra mais marcante — Grande Sertão: Veredas —, romance qualificado por Rosa como uma "autobiografia irracional"3 . Talvez a explicação esteja na própria travessia simbólica do rio e do sertão de Rio baldo, ou no amor inexplicável por Diadorim, maravilhoso demais e terrível demais, beleza e medo ao mesmo tempo, ser e não-ser, verdade e mentira. Diadorim-Mediador, a alma que se perde na consumação do pacto com a linguagem e a poesia. Rio baldo (Rosa-IO- bardo), o poeta-guerreiro que, em estado de transe, dá à luz obras-primas da literatura universal. Biografia e ficção se fundem e se confundem nas páginas enigmáticas de João Guimarães Rosa, desaparecido prematuramente aos 59 anos de idade, no ápice de sua carreira literária e diplomática1 .
  • 9. Poema Deus Nos Dá Pessoas e Coisas • Realismo mágico, regionalismo, liberdades e invenções linguísticas e neologismos são algumas das características fundamentais da literatura de Guimarães Rosa, mas não as suficientes para explicar seu sucesso. Guimarães Rosa prova o quão importante é ter a linguagem a serviço da temática, e vice-versa, uma potencializando a outra. Nesse sentido, o escritor mineiro inaugura uma metamorfose no regionalismo brasileiro que o traria de novo ao centro da ficção brasileira3 . Guimarães Rosa também seria incluído no cânone internacional a partir do boom da literatura latino-americano pós-1950. O romance entrara em decadência nos Estados Unidos (onde à época era vitrine da própria arte literária, concorrendo apenas com o cinema), especialmente após a morte de Celine (1951), Thomas Mann (1955), Albert Camus (1960), Hemingway (1961), Faulkner (1962). E, a partir de Cem anos de solidão (1967), do colombiano Gabriel García Márquez, a ficção latino-americana torna-se a representação de uma vitalidade artística e de uma capacidade de invenção ficcional que pareciam, naquele momento, perdidas para sempre. São desse período os imortais Mario Vargas Llosa (Peru), Carlos Fuentes (México), Júlio Cortázar (Argentina), Juan Ruflo (México), Alego Carpentier (Cuba) e mais recentemente Angel Rama (Uruguai).
  • 10.
  • 11. Biografia • Antônio Frederico de Castro Alves foi um importante poeta brasileiro do século XIX. Nasceu na cidade de Curralinho (Bahia) em 14 de março de 1847. • No período em que viveu (1847-1871), ainda existia a escravidão no Brasil. O jovem baiano, simpático e gentil, apesar de possuir gosto sofisticado para roupas e de levar uma vida relativamente confortável, foi capaz de compreender as dificuldades dos negros escravizados. • Manifestou toda sua sensibilidade escrevendo versos de protesto contra a situação a qual os negros eram submetidos. Este seu estilo contestador o tornou conhecido como o “Poeta dos Escravos”. • Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos. • Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos líricos-amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo. • Este notável escritor morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito que iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos. • Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas significativos.
  • 12. • Aos 21 anos de idade, mostrou toda sua coragem ao recitar, durante uma comemoração cívica, o “Navio Negreiro”. A contra gosto, os fazendeiros ouviram-no clamar versos que denunciavam os maus tratos aos quais os negros eram submetidos. • Além de poesia de caráter social, este grande escritor também escreveu versos líricos- amorosos, de acordo com o estilo de Vítor Hugo. Pode-se dizer que Castro Alves foi um poeta de transição entre o Romantismo e o Parnasianismo. • Este notável escritor morreu ainda jovem, antes mesmo de terminar o curso de Direito que iniciara, pois, vinha sofrendo de tuberculose desde os seus 16 anos. • Apesar de ter vivido tão pouco, este artista notável deixou livros e poemas significativos.
  • 13. Poema Laço de Fita Não sabes, criança? 'Stou louco de amores... Prendi meus afetos, formosa Pepita. Mas onde? No templo, no espaço, nas névoas?! Não rias, prendi-me Num laço de fita. Na selva sombria de tuas madeixas, Nos negros cabelos da moça bonita, Fingindo a serpente qu'enlaça a folhagem, Formoso enroscava-se O laço de fita. Meu ser, que voava nas luzes da festa, Qual pássaro bravo, que os ares agita, Eu vi de repente cativo, submisso Rolar prisioneiro Num laço de fita. E agora enleada na tênue cadeia Debalde minh'alma se embate, se irrita... O braço, que rompe cadeias de ferro, Não quebra teus elos, Ó laço de fita! Meu Deusl As falenas têm asas de opala, Os astros se libram na plaga infinita. Os anjos repousam nas penas brilhantes... Mas tu... tens por asas Um laço de fita. Há pouco voavas na célere valsa, Na valsa que anseia, que estua e palpita. Por que é que tremeste? Não eram meus lábios... Beijava-te apenas... Teu laço de fita. Mas ai! findo o baile, despindo os adornos N'alcova onde a vela ciosa... crepita, Talvez da cadeia libertes as tranças Mas eu... fico preso No laço de fita. Pois bem! Quando um dia na sombra do vale Abrirem-me a cova... formosa Pepital Ao menos arranca meus louros da fronte, E dá-me por c'roa... Teu laço de fita.
  • 14.
  • 15. Biografia • Casimiro José Marque de Abreu foi um importante poeta brasileiro da Segunda Geração Romântica. Nasceu na cidade de Barra de São João, atual Casimira na (Rio de Janeiro) em 1837. • Em 1853, foi morar, junto com o pai, em Portugal, país onde escreveu grande parte de sua obra. • Autor de “Primaveras”, coleção de poesias de caráter melancólico e sentimental. Utilizava uma grande simplicidade na forma de escrever, aliada a um sentimento exagerado e apaixonado. Suas poesias tratavam de temas relacionados à sua vida, à casa do pai, ao amor e á saudade da terra natal. • Tuberculoso, morreu com apenas 23 anos, em 1860, numa fazenda nos arredores da cidade onde nasceu. Suas poesias fazem sucesso até hoje, principalmente, no Brasil e Portugal. • Principais obras de Casimiro de Abreu
  • 16. Poema Meus Oito Anos • Oh! que saudades que tenho • Da aurora da minha vida, • Da minha infância querida • Que os anos não trazem mais! • Que amor, que sonhos, que flores, • Naquelas tardes fagueiras • À sombra das bananeiras, • Debaixo dos laranjais! • Como são belos os dias • Do despontar da existência! • — Respira a alma inocência • Como perfumes a flor; • O mar é — lago sereno, • O céu — um manto azulado, • O mundo — um sonho dourado, • A vida — um hino d'amor! • Que aurora, que sol, que vida, • Que noites de melodia • Naquela doce alegria, • Naquele ingênuo folgar! • O céu bordado d'estrelas, • A terra
  • 18. Biografia • Cecília Meireles é uma das grandes escritoras da literatura brasileira. Seus poemas encantam os leitores de todas as idades. Nasceu no dia 7 de novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro e seu nome completo era Cecília Benevides de Carvalho Meireles. • Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes de seu nascimento). Foi criada pela avó Dona Jacinta. Por volta dos nove anos de idade, Cecília começou a escrever suas primeiras poesias. • Formou-se professora (cursou a Escola Normal) e com apenas 18 anos de idade, no ano de 1919, publicou seu primeiro livro “Espectro” (vários poemas de caráter simbolista). Embora fosse o auge do Modernismo, a jovem poetisa foi fortemente influenciada pelo movimento literário simbolista.
  • 19. • No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias. Com ele, a escritora teve três filhas. • Sua formação como professora e interesse pela educação levou-a a fundar a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro no ano de 1934. Escreveu várias obras na área de literatura infantil como, por exemplo, “O cavalinho branco”, “Colar de Carolina”, “Sonhos de menina”, “O menino azul”, entre outros. Estes poemas infantis são marcados pela musicalidade (uma das principais características de sua poesia). • O marido suicidou-se em 1936, após vários anos de sofrimento por depressão. O novo casamento de Cecília aconteceu somente em 1940, quando conheceu o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira. • No ano de 1939, Cecília publicou o livro Viagem. A beleza das poesias trouxe-lhe um grande reconhecimento dos leitores e também dos acadêmicos da área de literatura. Com este livro, ganhou o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. • Cecília faleceu em sua cidade natal no dia 9 de novembro de 1964.
  • 20. Poema A Bailarina • Esta menina • tão pequenina • quer ser bailarina. • Não conhece nem dó nem ré • mas sabe ficar na ponta do pé. • • Não conhece nem mi nem fá • Mas inclina o corpo para cá e para lá • • Não conhece nem lá nem si, • mas fecha os olhos e sorri. • • Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar • e não fica tonta nem sai do lugar. • • Põe no cabelo uma estrela e um véu • e diz que caiu do céu. • • Esta menina • tão pequenina • quer ser bailarina. • • Mas depois esquece todas as danças, • e também quer dormir como as outras crianças. • Cecília Meireles
  • 22. Biografia • Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins do Guimarães Peixoto Bretas, 20/08/1889 — 10/04/1985, é a grande poetisa do Estado de Goiás. Se achava mais doceira do que escritora. Considerava os doces cristalizados de caju, abóbora, figo e laranja, que encantavam os vizinhos e amigos, obras melhores do que os poemas escritos em folhas de caderno. Só em 1965, aos 75 anos, ela conseguiu realizar o sonho de publicar o primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais. Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas viveu por muito tempo de sua produção de doces, até ficar conhecida como Cora Coralina, a primeira mulher a ganhar o Prêmio Juca Pato, em 1983, com o livro Vintém de Cobre – Meias Confissões de Aninha.
  • 23. • Nascida em Goiás, Cora tornou-se doceira para sustentar os quatro filhos depois que o marido, o advogado paulista Cândido Bretas, morreu, em 1934. “Mamãe foi uma mulher à frente do seu tempo”, diz a filha caçula, Vicência Bretas Tahan, autora do livro biográfico Cora Coragem Cora Poesia. “Dona de uma mente aberta, sempre nos passou a lição de coragem e otimismo.” Aos 70 anos, decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e enviá-las aos editores. Cora, que começou a escrever poemas e contos aos 14 anos, cursou apenas até a terceira série do primário. Nos últimos anos de vida, quando sua obra foi reconhecida, participou de conferências, homenagens e programas de televisão, e não perdeu a doçura da alma de escritora e confeiteira.
  • 24. Poema Se Temos de Esperar Se temos de esperar, que seja para colher a semente boa que lançamos hoje no solo da vida. Se for para semear, então que seja para produzir milhões de sorrisos, de solidariedade e amizade. •
  • 25.
  • 26. Biografia • O poeta Antônio Gonçalves Dias, que se orgulhava de ter no sangue as três raças formadoras do povo brasileiro (branca, indígena e negra), nasceu no Maranhão em 10 de agosto de 1823. Em 1840 foi para Portugal cursar Direito na Faculdade de Coimbra. Ali, entrou em contato com os principais escritores da primeira fase do Romantismo português. • Em 1843, inspirado na saudade da pátria, escreveu "Canção do Exílio". • No ano seguinte graduou-se bacharel em Direito. De volta ao Brasil, iniciou uma fase de intensa produção literária. Em 1849, junto com Araújo Porto Alegre e Joaquim Manuel de Macedo, fundou a revista "Guanabara".
  • 27. • Com o objetivo de mudar de vida, embarca novamente para a Europa, onde passa uma temporada. Com a saúde abalada, ele resolve, anos mias tarde, voltar ao Brasil. Na viagem, porém, morre no naufrágio do navio Valle de Bolognesi, em 1864, próximo ao Maranhão. • Se por um lado deve-se a Gonçalves de Magalhães a introdução do Romantismo no Brasil, por outro, deve-se a Gonçalves Dias a sua consolidação. Isso porque o poeta trabalhou com maestria todas as características iniciais da primeira fase do Romantismo brasileiro. De sua obra, geralmente dividida em lírica, medieval e nacionalista, destacam-se "I-juca Pirama", "Os Tibiram as" e "Canção do Tamoio".
  • 28. Poema Canção do Exílio • "Minha terra tem palmeiras, • Onde canta o Sabiá; • As aves que aqui gorjeiam, • Não gorjeiam como lá. • Nosso céu tem mais estrelas, • Nossas várzeas têm mais flores, • Nossos bosques têm mais vida, • Nossa vida mais amores. • Em cismar, sozinho, à noite, • Mais prazer encontro eu lá; • Minha terra tem palmeiras, • Onde canta o Sabiá. • Minha terra tem primores, • Que tais não encontro eu cá; • Em cismar - sozinho, à noite - • Mais prazer encontro eu lá; • Minha terra tem palmeiras, • Onde canta o Sabiá. • Não permita Deus que eu morra, • Sem que eu volte para lá; • Sem que desfrute os primores • Que não encontro por cá; • Sem que inda aviste as palmeiras, • Onde canta o Sabiá.“
  • 29.
  • 30. Biografia Por Paula Perin dos Santos João Cabral de Melo Neto (1920-1999) nasceu em Recife e é considerado um dos maiores poetas da Geração de 45, assim chamada por rejeitar os “excessos do modernismo” para elaborar uma poesia de rigor formal, construindo uma expressão poética mais disciplinada. Desde cedo mostrou interesse pela palavra, pela literatura de cordel e almejava ser crítico literário. Conviveu com Manuel Bandeira e Gilberto Freyre, que eram seus primos. Com apenas o curso secundário mudou-se para o Rio de Janeiro e ingressou no funcionalismo público. Três anos depois, através de concurso, mudou-se para o Itamarati, ocupando cargos diplomáticos e morando em várias cidades do mundo, como Londres, Sevilha, Barcelona, Marselha, Berna, Genebra. Apesar de ser cronologicamente um poeta da Geração de 45, João Cabral seguiu um caminho próprio, recuperando certos traços da poesia de Drummond e Murilo Mendes, como a poesia substantiva e a precisão dos vocábulos, produzindo uma poesia de caráter objetivo numa linguagem sem sentimentalismo e rompendo com a definição de “poesia profunda” utilizada até então. Para o poeta, “a poesia não é fruto de inspiração em razão do sentimento”, mas de transpiração: “fruto do trabalho paciente e lúcido do poeta”. A primeira obra de João Cabral, Pedra do sono (1945) apresenta uma declinação para a objetividade e imagem surrealista. Já em O engenheiro (1945), percebe-se que o poeta se afasta da linha surrealista, pendendo para a geometrização e exatidão da linguagem, como se ele próprio fosse o engenheiro, economizando as palavras (o material com se constrói) e a objetivação do poema (o propósito do uso do material – a construção terminada).
  • 31. Nas suas principais obras, como O cão sem plumas (1950), O rio (1954), Quaderna (1960), Morte e vida severina (1965), A educação da pedra (1966), Museu de tudo (1975), A escola das facas (1980), Poesia crítica (1982), Agrestes (1985) e Andando em Sevilha (1990), o poeta revela uma preocupação com a realidade social, principalmente com a do Nordeste Brasileiro; reflete constantemente sobre a criação artística (Catar feijão – poema); aprimora a poética da linguagem objeto, definida como a linguagem que, pela própria construção, sugere de que assunto aborda (Tecendo a manhã – poema). Essa característica de sua obra constitui a principal referência do Movimento Concretista da década de 50 e 60 e de vários poetas contemporâneos, como Arnaldo Antunes. Morte e vida severina (Auto de natal pernambucano) é a obra mais popular de João Cabral. Nela, o poeta mantém a tradição dos autos medievais, fazendo uso da musicalidade, do ritmo e das redondilhas, recursos que agradam o povo. Ela foi encenada pela primeira vez em 1966 no Teatro da PUC em São Paulo, com música de Chico Buarque. Foi premiada no Brasil e na França e, a partir daí, vem sendo encenada diversas vezes e até adaptada para a televisão. O poema narra à caminhada do retirante Severino, desde o sertão até sua chegada em Recife e, além das denúncias de certos problemas sociais do Nordeste, constitui uma reflexão sobre a condição humana. João Cabral é considerado pelos críticos “não apenas um dos maiores poetas sociais, mas um renovador consistente, instigante e original da dicção poética antes, durante e depois dele”. Ele e Graciliano Ramos possuem o mesmo grau ético e artístico, um na poesia, o outro na prosa, que objetiva com precisão uma prática poética comum: deram à paisagem nordestina, com suas diferenças sociais, uma das dimensões estéticas mais fortes, cruéis e indiscutíveis que já se conheceu.
  • 32. Poema Jecendo a Manhã • Um galo sozinho não tece uma manhã. • ele precisará sempre de outros galos. • De um que apanhe esse grito que ele • e o lance a outro; de um outro galo • que apanhe o grito que um galo antes • e o lance a outro; e de outros galos • que com muitos outros galos se cruzem • os fios de sol de seus gritos de galo, • para que a manhã, desde uma teia tênue, • se vá tecendo, entre todos os galos. • E se encorpando em tela, entre todos, • se erguendo tenda, onde entrem todos, • se entretendo para todos, no toldo • (a manhã) que plana livre de armação. • A manhã, toldo de um tecido tão aéreo • que, tecido, se eleva por si: luz balão.
  • 33.
  • 34. Este notável poeta do modernismo brasileiro nasceu em Recife, Pernambuco, no ano de 1886. Teve seu talento evidenciado desde cedo quando já se destacava nos estudos. Durante o período em que cursava a Faculdade Politécnica em São Paulo, Bandeira precisou deixar os estudos para ir à Suíça na busca de tratamento para sua tuberculose. Após sua recuperação, ele retornou ao Brasil e publicou seu primeiro livro de versos, Cinza das Horas, no ano de 1917; porém, devido à influência simbolista, esta obra não teve grande destaque. Dois anos mais tarde este talentoso escritor agradou muito ao escrever Carnaval, onde já mostrava suas tendências modernistas. Posteriormente, participou da Semana de Arte Moderna de 1922, descartando de vez o lirismo bem comportado. Passou a abordar temas com mais encanto, sendo que muitos deles tinham foco nas recordações de infância. Além de poeta, Manuel Bandeira exerceu também outras atividades: jornalista, redator de crônicas, tradutor, integrante da Academia Brasileira de Letras e também professor de História da Literatura no Colégio Pedro II e de Literatura Hispano- Americana na faculdade do Brasil, Rio de Janeiro. Este, que foi um dos nomes mais importantes do modernismo no Brasil, faleceu no ano 1968.
  • 35. Suas obras: POESIA: Poesias, reunindo A cinza das horas, Carnaval, O ritmo dissoluto (1924), Libertinagem (1930), Estrela da manhã (1936), Poesias escolhidas (1937), Poesias completas, reunindo as obras anteriores e mais Lira dos cinquenta anos (1940), Poesias completas, 4a edição, acrescida de Belo belo (1948), Poesias completas, 6a edição, acrescida de Opus 10 (1954), Poemas traduzidos (1945), Mafuá do malungo, versos de circunstância (1948), Obras poéticas (1956), 50 Poemas escolhidos pelo autor (1955), Alumbramentos (1960), Estrela da tarde (1960). PROSA: Crônicas da província do Brasil (1936), Guia de Ouro Preto (1938), Noções de história das literaturas (1940), Autoria das Cartas chilenas, separata da Revista do Brasil (1940), Apresentação da poesia brasileira (1946), Literatura hispano-americana (1949), Gonçalves Dias, biografia (1952), Itinerário de Passarada (1954), De poetas e de poesia (1954), A flauta de papel (1957), Prosa, reunindo obras anteriores e mais Ensaios literários, Crítica de Artes e Epistolário (1958), Andorinha, andorinha, crônicas (1966), Os reis vagabundos e mais 50 crônicas (1966), Colóquio unilateralmente sentimental, crônica (1968). ANTOLOGIAS: Antologia dos poetas brasileiros da fase romântica (1937), Antologia dos poetas brasileiros da fase parnasiana (1938), Antologia dos poetas brasileiros bissextos contemporâneos (1946). Organizou os Sonetos completos e Poemas escolhidos de Antero de Quental, as Obras poéticas de Gonçalves Dias (1944), as Rimas de José Albano (1948) e, de Mário de Andrade, Cartas a Manuel Bandeira (1958).
  • 36. Poema Café com Pão (Trem de Ferro) Café com pão Café com pão Café com pão Virge Maria que foi isso maquinista? Agora sim Café com pão Agora sim Voa, fumaça Corre, cerca Ai seu foguista Bota fogo Na fornalha Que eu preciso Muita força Muita força Muita força (trem de ferro, trem de ferro) Oô... Foge, bicho Foge, povo Passa ponte Passa poste Passa pasto Passa boi Passa boiada Passa galho Da ingazeira Debruçada No riacho Que vontade De cantar! Oô... (café com pão é muito bom) Quando me prendero No canaviá Cada pé de cana Era um oficiá Oô... Menina bonita Do vestido verde Me dá tua boca Pra matar minha sede Oô... Vou mimbora vou mimbora Não gosto daqui Nasci no sertão Sou de Ouricuri Oô... Vou depressa Vou correndo Vou na toda Que só levo Pouca gente Pouca gente Pouca gente... (trem de ferro, trem de ferro)
  • 37.
  • 38. Biografia Biografia, obras e estilo literário Mário de Andrade nasceu em São Paulo, no ano de 1893. Professor, crítico, poeta, contista, romancista e músico, formou-se pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, passando a lecionar neste mesmo local posteriormente. Participou da Semana de Arte Moderna de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo. Durante sua trajetória, Mário de Andrade fundou a Sociedade de Etnografia e Folclore e também passou por vários cargos públicos, entre estes, foi diretor do Departamento Municipal de Cultura de São Paulo. Apesar de ter sido uma pessoa com inúmeras ocupações, este artista modernista sempre tinha tempo para ajudar os escritores que ainda não eram conhecidos. Enquanto viveu, ele lutou pela arte com seu estilo de escrita puro e verdadeiro. Certo de que a inteligência brasileira necessitava de atualização, este escritor modernista nunca abandonou suas maiores virtudes: a consciência artística e a dignidade intelectual. Foram de sua autoria os versos de Paulicéia Desvairada, considerada o marco inicial da poesia modernista no Brasil. Uma outra obra deste artista que se destacou por sua contribuição ao movimento modernista foi o livro Macunaíma, romance onde é mostrado um herói que tem as qualidades e defeitos de um brasileiro comum.
  • 39. Suas obras estão agrupadas em dezenove volumes com o título de Obras Completas. As principais são: Poesia Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917), Paulicéia Desvairada (1922), Losango Cáqui (1926), Clã do Jabuti (1927), Remate de Males (1930), Poesias (1941), Lira Paulistana (1946), O Carro da Miséria (1946), Poesias Completas (1955). Romance Amar, Verbo Intransitivo (1927), Macunaíma (1928). Contos Primeiro Andar (1926), Belas arte (1934), Contos Novos (1947). Crônicas Os filhos da Candinha (1943). Ensaios A Escrava que não é Isaura (1925), O Aleijadinho de Álvares de Azevedo (1935), O Movimento Modernista (1942), O Baile das Quatro Artes (1943), O Empalhador de Passarinhos (1944), O Banquete (1978). Reconhecido por sua contribuição na criação de idéias inovadoras, Mário de Andrade morreu em São Paulo no ano de 1945.
  • 40. Poema A Meditação Sobre O Tietê • Água do meu Tietê, Onde me queres levar? - Rio que entras pela terra E que me afastas do mar... É noite. E tudo é noite. Debaixo do arco admirável Da Ponte das Bandeiras o rio Murmura num banzeiro de água pesada e oleosa. É noite e tudo é noite. Uma ronda de sombras, Soturnas sombras, enchem de noite de tão vasta O peito do rio, que é como si a noite fosse água, Água noturna, noite líquida, afogando de apreensões As altas torres do meu coração exausto. De repente O óleo das águas recolhe em cheio luzes trêmulas, É um susto. E num momento o rio Esplende em luzes inumeráveis, lares, palácios e ruas, Ruas, ruas, por onde os dinossauros cachinam Agora, arranha-céus valentes donde saltam Os bichos blau e os punidores gatos verdes, Em cânticos, em prazeres, em trabalhos e fábricas, Luzes e glória. É a cidade... É a emaranhada forma Humana corrupta da vida que muge e se aplaude. E se aclama e se falsifica e se esconde. E deslumbra. Mas é um momento só. Logo o rio escurece de novo, Está negro. As águas oleosas e pesadas se aplacam Num gemido. Flor. Tristeza que timbra um caminho de morte. É noite. E tudo é noite. E o meu coração devastado É um rumor de germes insalubres pé • inumeráveis, lares, palácios e ruas, Ruas, ruas, por onde os dinossauros cachinam Agora, arranha-céus valentes donde saltam Os bichos blau e os punidores gatos verdes, Em cânticos, em prazeres, em trabalhos e fábricas, Luzes e glória. É a cidade... É a emaranhada forma Humana corrupta da vida que muge e se aplaude. E se aclama e se falsifica e se esconde. E deslumbra. Mas é um momento só. Logo o rio escurece de novo, Está negro. As águas oleosas e pesadas se aplacam Num gemido. Flor. Tristeza que timbra um caminho de morte. É noite. E tudo é noite. E o meu coração devastado É um rumor de germes insalubres pé
  • 41.
  • 42. Biografia • Biografia, obras e estilo literário • Mário Quintana foi um importante escritor, jornalista e poeta gaúcho. Nasceu na cidade de Alegrete (Rio Grande do Sul) no dia 30 de julho de 1906. Trabalhou também como tradutor de importantes obras literárias. Com um tom irônico, escreveu sobre as coisas simples da vida, porém buscando sempre a perfeição técnica. • Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes de seu Viveu na cidade natal até os 13 anos de idade. Em 1919, mudou-se para a cidade de Porto Alegre, onde foi estudar no Colégio Militar. Foi nesta instituição de ensino que começou a escrever seus primeiros textos literários. Já na fase adulta, Mário Quintana foi trabalhar na Editora Globo. Começou a atuar na tradução de obras literárias. Durante sua vida traduziu mais de cem obras da literatura mundial. Entre as mais importantes, traduziu “Em busca do tempo perdido” de Marcel Proust e “Mrs. Dalloway” de Virgínia Woolf.
  • 43. Com 34 anos de idade lançou-se no mundo da poesia. Em 1940, publicou seu primeiro livro com temática infantil: “A rua dos cataventos”. Volta a publicar um novo livro somente em 1946 com a obra “Canções”. Dois anos mais tarde lança “Sapato Florido”. Porém, somente em 1966 sua obra ganha reconhecimento nacional. Neste ano, Mário Quintana ganha o Prêmio Fernando Chinaglia da União Brasileira dos Escritores, pela obra “Antologia Poética”. Neste mesmo ano foi homenageado pela Academia Brasileira de Letras. Ainda em vida recebeu outra homenagem em Porto Alegre. No centro velho da capital gaúcha é montado, no prédio do antigo Hotel Majestic, um centro cultural com o nome de Casa de Cultura Mário Quintana.
  • 44. Poema Os degraus • Não desças os degraus do sonho Para não despertar os monstros. Não subas aos sótãos - onde Os deuses, por trás das suas máscaras, Ocultam o próprio enigma. Não desças, não subas, fica. O mistério está é na tua vida! E é um sonho louco este nosso mundo... • máscaras, Ocultam o próprio enigma. Não desças, não subas, fica. O mistério está é na tua vida! E é um sonho louco este nosso mundo...
  • 45.
  • 46. Biografia • Olavo Bilac (1865-1918) foi um poeta e jornalista brasileiro. Escreveu a letra do hino à Bandeira brasileira. É membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Foi um dos principais representantes do Movimento Parnasiano que valorizou o cuidado formal do poema, em busca de palavras raras, rimas ricas e rigidez das regras da composição poética. • Olavo Bilac (1865-1918) nasceu no Rio de janeiro, no dia 16 de dezembro. Era filho do cirurgião militar, Brás Martins dos Guimarães e de Delfina Belmiro Gomes de Paula. Estudou Medicina e Direito, sem concluir nenhum dos cursos. Dedicou-se ao jornalismo e à poesia. Foi noivo de Amélia de Oliveira, irmã de seu amigo Alberto de Oliveira, que foi impedida de casar por outro irmão que não aceitava a vida de poeta 1918.
  • 47. • boêmio que Bilac levava. • Colaborou em vários jornais e revistas como Gazeta de Notícias e Diário de Notícias. Exerceu o cargo de Secretário do Congresso Pan- Americano em Buenos Aires. Foi inspetor de instrução de escola pública e membro do Conselho Superior do Departamento Federal. Exerceu constante atividade nacionalista, realizando pregações cívicas em todo país sobre a obrigatoriedade do serviço militar. • Pertenceu à Escola Parnasiana Brasileira, sendo um dos seus principais poetas. Sua primeira obra foi "Poesias", publicada em 1888. Nela o poeta já estava identificado com as propostas do Parnasianismo. Sua poesia apresentava várias temáticas. Na linha tipicamente parnasiana, escreveu sobre temas greco-romanos. Fez várias descrições da natureza, indicando uma herança romântica. • Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac, morreu no Rio de Janeiro, no dia 28 de dezembro de
  • 48. Poema Velhas Arvores Olha estas velhas árvores, mais belas Do que as árvores novas, mais amigas: Tanto mais belas quanto mais antigas, Vencedoras da idade e das procelas... O homem, a fera, e o inseto, à sombra delas Vivem, livres de fomes e fadigas; E em seus galhos abrigam-se as cantigas E os amores das aves tagarelas. Não choremos, amigo, a mocidade! Envelheçamos rindo! envelheçamos Como as árvores fortes envelhecem: Na glória da alegria e da bondade, Agasalhando os pássaros nos ramos, Dando sombra e consolo aos que padecem!
  • 49.
  • 50. Biografia • Oswald de Andrade (1890-1954) foi escritor brasileiro. Fundou, junto com Tarsila, o Movimento Antropófago. Foi uma das personalidades mais polêmicas do modernismo. Era militante político sendo idealizador dos principais manifestos modernistas. Ao lado da pintora Anita Malfatti, do escritor Mário de Andrade e de outros intelectuais, organizou a Semana de Arte Moderna de 1922. • Oswald de Andrade (1890-1954) nasceu em São Paulo, no dia 11 de janeiro de 1890. Filho único de José Oswald Nogueira de Andrade e Inês Henriqueta Inglês de Sousa Andrade. Formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco. De família rica, fez várias viagens à Europa, onde entra em contato com os movimentos de vanguarda. Estudou jornalismo literário e, em 1911 iniciou sua vida literária no jornal humorístico "O Pirralho" que ele mesmo fundou. O semanário que circulou até 1917, contava entre seus colaboradores, com o pintor Di
  • 51. Em 1912, quando retornou de sua primeira viagem à Europa, adota as idéias futuristas e, desde então, tornou-se um dos principais vultos do modernismo. Em 1916 lança a primeira redação do romance "Memórias Sentimentais de João Miramar", romance que quebra toda a estrutura dos romances tradicionais, pois apresenta capítulos curtíssimos e semi-independentes, num misto de prosa e poesia, que no final da leitura formam um grande painel. Além de ter sido o criador e principal divulgador da orientação "primitivista", com "O Pau-Brasil" e com a "Antropofagia", Oswald escreveu os textos mais corrosivos da estética modernista. Sua participação ativa na Semana de 22, é seguida da sua segunda viagem à Europa. Em Paris, na Sorbonne, dá a conferência "O Esforço Intelectual do Brasil Contemporâneo". Oswald de Andrade lança em 18 de março de 1924, um dos mais importantes manifestos do modernismo "Manifesto Pau-Brasil", publicado no Correio da Manhã. Explicando o nome do manifesto , o autor diz "Pensei em fazer uma poesia de exportação. Como o pau-brasil foi a primeira riqueza brasileira exportada, denominei o movimento Pau-Brasil". Em 1925 Oswald de Andrade lança o livro de poemas "Pau-Brasil", em que põe em prática os princípios propostos no manifesto. O livro Pau-Brasil foi ilustrado por Tarsila do Amaral e apresenta uma literatura extremamente vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil. Em 1926 casa-se com a pintora Tarsila do Amaral. Dois anos depois, radicalizando o movimento nativista, o seu "Manifesto Antropofágico" propõe que o Brasil devore a cultura estrangeira e crie uma cultura revolucionária própria. Nessa época, rompe com Mário de Andrade, separa-se de Tarsila do Amaral e casa-se com a escritora e militante política Patrícia Galvão, a Pagu. Em 1944, mais um casamento, com Maria Antonieta D'Aikmin, com quem permanece casado até o fim de sua vida. José Oswald de Sousa Andrade morre em São Paulo, no dia 22 de outubro de 1954.
  • 52.
  • 53. Biografia • Vinicius de Morais (1913-1980) nasceu no Rio de Janeiro, no dia 19 de outubro de 1913. Filho de funcionário público e poeta Clodoaldo Pereira da Silva e da pianista Lídia Cruz. Desde cedo, já mostrava interesse por poesia. Ingressou no colégio jesuíta, Santo Inácio, onde fez os estudos secundários. Entrou para o coral da igreja, onde desenvolveu suas habilidades musicais. Em 1929, iniciou o curso de Direito da Faculdade Nacional do Rio de Janeiro. • Em 1933, ano de sua formatura, publica "O Caminho Para a Distância". Não exerceu a advocacia. Trabalhou como censor cinematográfico, até 1938, quando recebeu uma bolsa de estudos e foi para Londres. Estudou inglês e literatura na Universidade de Oxford. Trabalhou na BBC londrina até 1939. • Várias experiência conjugais marcaram a vida de Vinicius. Casou-se nove vezes e teve cinco filhos. Suas esposas foram, Beatriz Azevedo, Regina Pederneira, Lila Bôscoli, Maria Lúcia Proença, Nellita de Abreu, Cristina Gurjão, Gesse Gessy, Marta Rodrigues e a última Gilda Matoso. • Em 1943 é aprovado no concurso para Diplomata. Vai para os Estados Unidos, onde assume o posto de vice-cônsul em Los Angeles. Escreve o livro "Cinco Elegias". Serviu sucessivamente em Paris, em 1953, em Montevidéu, e novamente em Paris, em 1963. Volta para o Brasil em 1964. É aposentado compulsoriamente em 1968, pelo Ato Institucional Número Cinco. • De volta ao Brasil, dedica-se à poesia e à música popular brasileira. Fez parcerias musicais com Toquinho, Tom Jobim, Baden Powell, João Gilberto, Francis Hime, Carlos Lyra e Chico Buarque. Entre suas músicas destacam-se: "Garota de Ipanema", "Gente Humilde", "Aquarela", "A Casa", "Arrastão", "A Rosa de Hiroshima", "Berimbau", "A Tonga da Mironga do Kaburetê", "Canto de Ossanha", "Insensatez", "Eu Sei Que Vou Te Amar" e "Chega de Saudade". • Compôs a trilha sonora do filme Orfeu Negro, que foi premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes e o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Em 1961, compõe Rancho das Flores, baseado no tema Jesus, Alegria dos Homens, de Johann Sebastian Bach. Com Edu Lobo, ganha o Primeiro Festival Nacional de Música Popular Brasileira, com a música "Arrastão".
  • 54. • A parceria com o músico Toquinho foi considerada a mais produtiva. Rendeu músicas importantes como "Aquarela", "A Casa", "As Cores de Abril", "Testamento", "Maria Vai com as Outras", "Morena Flor", "A Rosa Desfolhada", "Para Viver Um Grande Amor" e "Regra Três". • É preciso destacar também sua participação em shows e gravações com cantores e compositores importantes como Chico Buarque de Holanda, Elis Regina, Dorival Caymmi, Maria Creuza, Miúcha e Maria Bethânia. O Álbum Arca de Noé foi lançado em 1980 e teve vários intérpretes, cantando músicas de cunho infantil. Esse Álbum originou um especial para a televisão. • A produção poética de Vinícius passou por duas fases. A primeira é carregada de misticismo e profundamente cristã, como expressa em "O Caminho para a Distância" e em "Forma e Exegese". A segunda fase, vai ao encontro do cotidiano, e nela se ressalta a figura feminina e o amor, como em "Ariana, A Mulher". • Vinícius também se inclina para os grandes temas sociais do seu tempo. O carro chefe é "A Rosa de Hiroshima". A parábola "O Operário em Construção" alinha-se entre os maiores poemas de denúncia da literatura nacional: Pensem na crianças/Mudas telepáticas/Pensem nas mulheres/Rotas alteradas/Pensem nas feridas /Como rosas cálidas. • Marcus Vinícius de Mello Moraes morreu no Rio de Janeiro, no dia 09 de julho de 1980
  • 55. Poema Soneto do Amigo • Enfim, depois de tanto erro passado • Tantas retaliações, tanto perigo • Eis que ressurge noutro o velho amigo • Nunca perdido, sempre reencontrado. • É bom sentá-lo novamente ao lado • Com olhos que contêm o olhar antigo • Sempre comigo um pouco atribulado • E como sempre singular comigo. • Um bicho igual a mim, simples e humano • Sabendo se mover e comover • E a disfarçar com o meu próprio engano. • O amigo: um ser que a vida não explica • Que só se vai ao ver outro nascer • E o espelho de minha alma multiplica...
  • 56.
  • 57. Biografia • Fernando Pessoa (1888 - 1935) foi um poeta e escritor português, nascido em Lisboa. É considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa e da literatura universal. • Aos seis anos de idade, Fernando Pessoa foi para a África do Sul, onde aprendeu perfeitamente o inglês, e das quatro obras que publicou em vida, três são em inglês. Durante sua vida, Fernando Pessoa trabalhou em vários lugares como correspondente de língua inglesa e francesa. Foi também empresário, editor, crítico literário, jornalista, comentador político, tradutor, inventor, astrólogo e publicitário, e ao mesmo tempo produzia suas obras em verso e prosa. • Como poeta, era conhecido por suas múltiplas personalidades, os heterónimos, que eram e são até hoje objeto da maior parte dos estudos sobre sua vida e sua obra. • Fernando Pessoa faleceu em Lisboa, com 47 anos anos de idade, vítima de uma cólica hepática causada por um cálculo biliar associado a cirrose hepática, um diagnóstico hoje é dia é contestado por diversos médicos.
  • 58. • Os principais heterônimos de Fernando Pessoa são: • - Alberto Caeiro, nascido em Lisboa, e era o mais objetivo dos heterônimos. Buscava o objetivismo absoluto, eliminando todos os vestígios da subjetividade. É o poeta que busca "as sensações das coisas tais como são". Opõe-se radicalmente ao intelectualismo, à abstração, à especulação metafísica e ao misticismo. É o menos "culto" dos heterônimos, o que menos conhece a Gramática e a Literatura. • - Ricardo Reis, nascido no Porto, representa a vertente clássica ou neoclássica da criação de Fernando Pessoa. Sua linguagem é contida, disciplinada. Seus versos são, geralmente, curtos. Apóia-se na mitologia greco-romana; é adepto do estoicismo e do epicurismo (saúde do corpo e da mente, equilíbrio, harmonia) para que se possa aproveitar a vida, porque a morte está à espreita. É um médico que se mudou para o Brasil. • - Álvaro de Campos, nascido no Porto, é o lado "moderno" de Fernando Pessoa, caracterizado por uma vontade de conquista, por um amor à civilização e ao progresso. Campos era um engenheiro inativo, inadaptado, com consciência crítica.
  • 59. Poema Auto psicografia de Fernando Pessoa • O AMOR, quando se revela, • Não se sabe revelar. • Sabe bem olhar p'ra ela, • Mas não lhe sabe falar. • Quem quer dizer o que sente • Não sabe o que há de dizer. • Fala: parece que mente... • Cala: parece esquecer... • Ah, mas se ela adivinhasse, • Se pudesse ouvir o olhar, • E se um olhar lhe bastasse • P'ra saber que a estão a amar! • Mas quem sente muito, cala; • Quem quer dizer quanto sente • Fica sem alma nem fala, • Fica só, inteiramente! • Mas se isto puder contar-lhe • O que não lhe ouso contar, • Já não terei que falar-lhe • Porque lhe estou a falar...
  • 60.
  • 61. Biografia • Clarice Lispector (1920-1977) foi escritora e jornalista brasileira. "A Hora da Estrela" foi seu último romance, publicado em vida. • Clarice Lispector (1920-1977) nasceu em Tchetchelnik na Ucrânia, no dia 10 de dezembro de 1920. Filha de família de origem judaica, Pinkouss e Mania Lispector. Sua família veio para o Brasil em março de 1922, para a cidade de Maceió, Alagoas, onde morava Zaina, irmã de sua mãe. Nascida Haia Pinkhasovna Lispector, por iniciativa do seu pai, todos mudam de nome, e Haia passa a se chamar Clarice. • Em 1925 mudam-se para a cidade de Recife onde Clarice passa sua infância no Bairro da Boa Vista. Aprendeu a ler e escrever muito nova. Estudou inglês e francês e cresceu ouvindo o idioma dos seus pais o iídiche. Com 9 anos fica órfã de mãe. Em 1931 ingressa no Ginásio Pernambucano, o melhor colégio público da cidade. • Em 1937 muda-se com a família para o Rio de Janeiro, indo morar no Bairro da Tijuca. Ingressa no Colégio Silva Jardim, onde era frequentadora assídua da biblioteca. Ingressa no curso de Direito. Com 19 anos publica seu primeiro conto "Triunfo" no semanário Pan. Em 1943 forma-se em Direito e casa-se com o amigo de turma Maury Gurgel Valente. Nesse mesmo ano estreou na literatura com o romance "Perto do Coração Selvagem", que retrata uma visão interiorizada do mundo da adolescência, e teve calorosa acolhida da crítica, recebendo o Prêmio Graça Aranha. • Clarice Lispector acompanha seu marido em viagens, na carreira de Diplomata no Ministério das Relações Exteriores. Em sua primeira viagem para Nápoles, Clarice trabalha como voluntária de assistente de enfermagem no hospital da Força Expedicionária Brasileira. Também morou na Inglaterra, Estados Unidos e Suíça, sempre acompanhando seu marido. • Em 1948 nasce na Suíça seu primeiro filho, Pedro, e em 1953 nasce nos Estados Unidos o segundo filho, Paulo. Em 1959 Clarice se separa do marido e retorna ao Rio de Janeiro, com os filhos. Logo começa a trabalhar no Jornal Correio da Manhã, assumindo a coluna Correio Feminino. Em 1960 trabalha no Diário da Noite com a coluna Só Para Mulheres, e lança "Laços de Família", livro de contos, que recebe o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Em 1961 publica "A Maçã no Escuro" pelo qual recebe o prêmio de melhor livro do ano em 1962. • Clarice Lispector sofre várias queimaduras no corpo e na mão direita, quando dorme com um cigarro aceso, em 1966. Passa por várias cirurgias e vive isolada, sempre escrevendo. No ano seguinte publica crônicas no Jornal do Brasil e lança "O Mistério do Coelho Pensante". Passa a integrar o Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro. Em 1969 já tinha perto de doze volumes publicados. Recebeu o prêmio do X Concurso Literário Nacional de Brasília. • A melhor prosa da autora se mostra nos contos de "Laços de Família" (1960) e de "A Legião Estrangeira" (1964). Em obras como "A Maçã no Escuro" (1961), "A Paixão Segundo G.H." (1961) e "Água-Viva" (1973), os personagens, alienados e em busca de um sentido para a vida, adquirem gradualmente consciência de si mesmos e aceitam seu lugar num universo arbitrário e eterno. • Clarice Lispector, escreveu "Hora da Estrela" em 1977, onde conta a história de Macabéa, moça do interior em busca de sobreviver na cidade grande. A versão cinematográfica desse romance, dirigida por Suzana Amaral em 1985, conquistou os maiores prêmios do festival de cinema de Brasília e deu à atriz Marcélia Cartaxo, que fez o papel principal, o troféu Urso de Prata em Berlim em 1986. • Clarice Lispector morreu no Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1977. de câncer no ovário e foi enterrada no cemitério Israelita do Caju.
  • 62. • Clarice Lispector acompanha seu marido em viagens, na carreira de Diplomata no Ministério das Relações Exteriores. Em sua primeira viagem para Nápoles, Clarice trabalha como voluntária de assistente de enfermagem no hospital da Força Expedicionária Brasileira. Também morou na Inglaterra, Estados Unidos e Suíça, sempre acompanhando seu marido. • Em 1948 nasce na Suíça seu primeiro filho, Pedro, e em 1953 nasce nos Estados Unidos o segundo filho, Paulo. Em 1959 Clarice se separa do marido e retorna ao Rio de Janeiro, com os filhos. Logo começa a trabalhar no Jornal Correio da Manhã, assumindo a coluna Correio Feminino. Em 1960 trabalha no Diário da Noite com a coluna Só Para Mulheres, e lança "Laços de Família", livro de contos, que recebe o Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro. Em 1961 publica "A Maçã no Escuro" pelo qual recebe o prêmio de melhor livro do ano em 1962. • Clarice Lispector sofre várias queimaduras no corpo e na mão direita, quando dorme com um cigarro aceso, em 1966. Passa por várias cirurgias e vive isolada, sempre escrevendo. No ano seguinte publica crônicas no Jornal do Brasil e lança "O Mistério do Coelho Pensante". Passa a integrar o Conselho Consultivo do Instituto Nacional do Livro. Em 1969 já tinha perto de doze volumes publicados. Recebeu o prêmio do X Concurso Literário Nacional de Brasília. • A melhor prosa da autora se mostra nos contos de "Laços de Família" (1960) e de "A Legião Estrangeira" (1964). Em obras como "A Maçã no Escuro" (1961), "A Paixão Segundo G.H." (1961) e "Água-Viva" (1973), os personagens, alienados e em busca de um sentido para a vida, adquirem gradualmente consciência de si mesmos e aceitam seu lugar num universo arbitrário e eterno. • Clarice Lispector, escreveu "Hora da Estrela" em 1977, onde conta a história de Macabéa, moça do interior em busca de sobreviver na cidade grande. A versão cinematográfica desse romance, dirigida por Suzana Amaral em 1985, conquistou os maiores prêmios do festival de cinema de Brasília e deu à atriz Marcélia Cartaxo, que fez o papel principal, o troféu Urso de Prata em Berlim em 1986. • Clarice Lispector morreu no Rio de Janeiro em 9 de dezembro de 1977. de câncer no ovário e foi enterrada no cemitério Israelita do Caju.
  • 63. Poema O Sonho • "Sou composta por urgências: • minhas alegrias são intensas; • minhas tristezas, absolutas. • Entupo-me de ausências, • Esvazio-me de excessos. • Eu não caibo no estreito, • eu só vivo nos extremos. • Pouco não me serve, • médio não me satisfaz, • metades nunca foram meu forte! • Todos os grandes e pequenos momentos, • feitos com amor e com carinho, • são pra mim recordações eternas. • Palavras até me conquistam temporariamente... • Mas atitudes me perdem ou me ganham para sempre. • Suponho que me entender • não é uma questão de inteligência • e sim de sentir, • de entrar em contato... • Ou toca, ou não toca.” • Todos os grandes e pequenos momentos, • feitos com amor e com carinho, • são pra mim recordações eternas. • Palavras até me conquistam temporariamente... • Mas atitudes me perdem ou me ganham para sempre. • Suponho que me entender • não é uma questão de inteligência • e sim de sentir, • de entrar em contato... • Ou toca, ou não toca.”