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Manual de Arquivo
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Formadora Marta Nascimento
Abril de 09
INTRODUÇÃO - DOCUMENTO E NORMALIZAÇÃO.....................................................................................................2
1. O DOCUMENTO NA EMPRESA............................................................................................................................2
1.1. Noção de documento .................................................................................................................................2
2. NORMALIZAÇÃO................................................................................................................................................3
2.1. Conceito de normalização...........................................................................................................................3
2.2. Tipos de normas.........................................................................................................................................3
2.2.1. Internacionais......................................................................................................................................................3
2.2.2. Nacionais.............................................................................................................................................................3
2.2.3. Particulares..........................................................................................................................................................3
2.3. Aplicação da normalização.........................................................................................................................3
2.4. Normas Portuguesas..................................................................................................................................4
3. IMPRESSOS E MINUTAS......................................................................................................................................5
3.1. Vantagens dos impressos ...........................................................................................................................6
2.2. Estrutura do impresso ................................................................................................................................6
O ARQUIVO E A INFORMAÇÃO .................................................................................................................................7
1. O ARQUIVO – CONCEITO ..........................................................................................................................................7
1.1. Arquivo e arquivos......................................................................................................................................7
1.2 O arquivo da empresa .................................................................................................................................7
2. CLASSIFICAÇÃO DOS ARQUIVOS ..................................................................................................................................8
2.1. Forma de organização dos arquivos............................................................................................................8
2.2. Frequência de consulta...............................................................................................................................8
2.3. Posição dos documentos ............................................................................................................................9
2.4. Nível de informatização............................................................................................................................10
3. FUNÇÕES DO ARQUIVO ..........................................................................................................................................10
4. FICHAS ..............................................................................................................................................................12
4.1. Conceito de ficha......................................................................................................................................12
4.2 Tipos de fichas...........................................................................................................................................12
5. FICHEIROS ..........................................................................................................................................................13
5.1. Conceito de ficheiro..................................................................................................................................13
5.2. Tipos de ficheiros......................................................................................................................................13
6. A ORGANIZAÇÃO E EFICÁCIA DO ARQUIVO...................................................................................................................14
6.1. Informação arquivo e actividade empresarial ...........................................................................................14
6.2. Circuitos administrativos ..........................................................................................................................14
6.3. Eficácia do arquivo...................................................................................................................................14
A PLANIFICAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO DO ARQUIVO................................................................................................16
1. AS CONDICIONANTES ERGONÓMICAS.........................................................................................................................16
2. LOCALIZAÇÃO E INSTALAÇÃO ...................................................................................................................................17
2.1. A instalação .............................................................................................................................................17
2.2. Iluminação, ventilação e eliminação de ruídos ..........................................................................................18
3. EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS................................................................................................................................18
3.1. Estantes e Armários..................................................................................................................................18
3.2. Pastas, Arquivadores e Classificadores......................................................................................................19
3.3. Separadores e Guias.................................................................................................................................20
3.4. Ficheiros...................................................................................................................................................20
4. CONSERVAÇÃO, MANUTENÇÃO E EXPURGO................................................................................................................20
4.1. Prazos de Conservação.............................................................................................................................21
4.2. Actualizações e expurgo ...........................................................................................................................21
5. SEGURANÇA........................................................................................................................................................22
SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO, CODIFICAÇÃO E ORDENAÇÃO ................................................................................23
1. CLASSIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO ...........................................................................................................................23
1.1. Classificação ............................................................................................................................................23
1.2. Codificação ..............................................................................................................................................24
1.2.1 Tipos de Símbolos ...............................................................................................................................................24
1.2.2. Significação dos símbolos ...................................................................................................................................25
1.2.3. Os códigos por conjuntos ou agrupados..............................................................................................................25
1.2.4. A classificação decimal de Dewey .......................................................................................................................26
2. ORDENAÇÃO.......................................................................................................................................................28
2.1. Ordenação alfabética...............................................................................................................................28
2.1.1. Vantagens e desvantagens .................................................................................................................................28
2.1.2. Critérios de ordenação alfabética .......................................................................................................................29
2.1.3. Regras de Ordenação Alfabética.........................................................................................................................30
2. 2. Classificação numérica ............................................................................................................................34
2.3. Classificação ideológica............................................................................................................................35
2.4. Classificações geográfica..........................................................................................................................35
2.5. Classificações Cronológica........................................................................................................................36
3. FICHEIROS ELECTRÓNICOS E BASE DE DADOS ................................................................................................................38
Microfilmagem...............................................................................................................................................38
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Abril de 09
Introdução - Documento e normalização
1. O DOCUMENTO NA EMPRESA
Dado que a empresa representa através de documentos os factos relativos à sua actividade, estes
constituem a sua memória e um facto importante para a eficiência e eficácia dos seus serviços.
1.1. Noção de documento
Um documento é um objecto que reproduz ou representa um facto uma coisa ou uma pessoa,
podendo servir de meio de prova ou de confirmação de um acontecimento, situação ou ocorrência,
habitualmente escrito, podendo, contudo, assumir outro suporte material além do papel.
O documento tem essencialmente duas funções:
 A de representação de um facto ou situação
 A de conservação
Destas funções resulta a seguinte classificação:
Documentos de Posição: Objectivo de conservar ideias ou informações, o documento funciona como
fonte de informação. Ex: registo de um hotel, contas correntes.
Circulação ou transmissão: Servem para fazer circular as ideias ou informações, o documento é
veículo de transporte. Ex: factura, letra.
Manual de Arquivo
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Abril de 09
2. NORMALIZAÇÃO
2.1. Conceito de normalização
A aplicação generalizada das novas tecnologias e a multiplicação de contactos a nível internacional
tornaram necessário uniformizar critérios e padrões, estabelecendo regulamentos ou normas que
simultaneamente facilitem as comunicações e simplifiquem a organização do trabalho
A existência, a observância e o cumprimento de normas contribui de forma decisiva para uma melhor
vivência facilitando a comunicação, orientando os comportamentos, etc.
As normas são assim conjuntos de regras respeitantes aos vários sectores de uma sociedade
organizada podendo ser internacionais, nacionais ou particulares.
2.2. Tipos de normas
 INTERNACIONAIS
 NACIONAIS
 PARTICULARES
2.2.1. Internacionais
Elaboradas por um organismo internacional. Estabelecem uniformização de normas, estipulando
formatos, dimensões e pesos.
2.2.2. Nacionais
Elaboradas dentro de cada país. Definem orientações com vista à uniformização de procedimentos
e sempre que possível de acordo com as normas internacionais.
2.2.3. Particulares
Encontram-se dentro de cada organização, para funcionamento interno.
2.3. Aplicação da normalização
A normalização abrange as normas cujo cumprimento é obrigatório e as que funcionam como simples
orientação da actividade humana e estendendo-se a todas as áreas:
 Aos sectores básicos da economia: Agricultura (fruta de
tamanho normalizado); pesca (malhas das redes, …),
comércio (código de barras, ...), indústria (ferramentas,
moldes, …).
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Abril de 09
 Aos serviços: banca (cartões de crédito, …), seguros (carta verde, …), transportes
(documentação, …), administração (numeração progressiva dos tamanhos de papel), …
 Aos sistemas e suportes da comunicação e das telecomunicações: (correspondência (códigos
postais, …), telefone (indicativos, …).
No arquivo, a normalização é particularmente importante, não só no que se refere à dimensão dos
equipamentos e acessórios, mas sobretudos aos documentos a arquivar.
2.4. Normas Portuguesas
As normas portuguesas começaram a ser estabelecidas a partir de 1960, havendo interesse em
conhecer as que se aplicam mais directamente ao sector de serviços.
NP1 – “Normas Portuguesas – Designação e Numeração”
NP4 – “Papel – Aplicação dos formatos da série A”
NP5 – “Ofício ou Carta – Formato A4 (Primeira Página)
NP5 – “Ofício ou Carta – Formato A4 (Página de Continuação)
NP7 – “Sobrescritos e Bolsas – Formatos”
NP8 – “Ofício ou carta – Formato A5”
NP9 – “Escrita dos Números”
NP10 – “Fichas e Ficheiros – Formatos”
NP17 – “Formatos dos Papeis”
NP20 – “Sobrescrito – Carta – Formato A4”
NP24 – Caixas, Pastas e Capas de Arquivo”
NP37 – “Arredondamento dos valores numéricos”
NP72 – “Unidade de medida”
NP79 – “Arredondamento de Números Ligados”
NP112 – “Fotocópias – Formatos”
NP113 – “Numeração Progressiva das Secções de um Documento”
NP139 – “publicações periódicas – Abreviaturas dos Títulos”
NP 154 – “Símbolos das grandezas e das Unidades de Medida”
NP303 – “Microcópias – Terminologia e Definições”
NP950 – “Tratamento da Informação – Escrita Numérica das datas”
NP951 – “Numeração das Semanas do Ano”
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Formatos do papel
SÉRIE A SÉRIE B SÉRIE C (cm)
A5 = 14.8 x 21 B5 = 17.6 x 25 C5 = 16.2 x 22.9
A4 = 21 x 29.7 B4 = 25 x 35.3 C4 = 22.9 x 32.4
A3 = 29.7 x 42 B3 = 35.3 x 50 C3 = 32.4 x 45.8
A2 = 42 x 59.4 B2 = 50 x 70.7 C2 = 45.8 x 64.8
Formatos dos envelopes mais conhecidos
ENVELOPE DIMENSÃO (cm)
C6 11,4 x 16,2
DL – Invólucro de Dimensão Longa 11,0 x 22,0
CN – Invólucro para cheque normalizado 11,0 x 16,8
DP – Invólucro de dimensão postal 12,0 x 17,6
A escrita dos números e importâncias
Os números devem ser escritos em grupos de 3 algarismos a partir das unidades, quer para a
esquerda (parte inteira), quer para a direita (parte decimal), deixando-se um espaço entre cada grupo,
excepto quando se trate exclusivamente de números inteiros ou decimais formados por 4 ou menos
algarismos. Apenas se devem usar sinais gráficos (ponto ou vírgula) para separar a parte inteira da
parte decimal.
3897 (e não 3 897) excepção à regra
389, 732
390 987 e não 390987
A escrita das datas
As datas devem ser redigidas indicando separadamente o ano, o mês e o dia da seguinte forma:
2009-04-13
Ano Mês Dia
3. IMPRESSOS E MINUTAS
Como consequência directa da necessidade de normalizar, rentabilizar e dinamizar os serviços,
qualquer organismo ou empresa se serve cada vez mais de impressos e minutas, esquematizados e
formatados de acordo com normas internacionais ou com as necessidades pontuais de informação.
Para além de elementos identificativos, apresentam, de forma organizada e graficamente estudada
para permitir uma rápida leitura, os dados fundamentais ou o texto normalizado de uma
comunicação.
Proposta de trabalho
Desenhe com uma régua
os vários formatos de
envelopes e compare-os.
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Exemplos:
 Boletim de matrícula
 Modelos de IRS
 Folhas de requisição
 Fichas de clientes
3.1. Vantagens dos impressos
 Fáceis de preencher;
 Mais económicos;
 Simplificam e normalizam o trabalho administrativo;
 Indicam os dados que temos de recolher e como devemos inseri-los;
 Reduz o tempo de execução de algumas tarefas;
 Normaliza o trabalho administrativo;
 Evita esquecimentos ou repetição de informação;
 Permite preencher diversos documentos num só.
2.2. Estrutura do impresso
 Cabeçalho
 Título
 Nome da empresa
 Data
 Corpo
 Identificação
 As mais variadas informações
 Final
 Data
 Assinaturas
 Vistos
Ficha de Trabalho
1. Explique brevemente o que é um documento e como é que este se pode classificar.
2. Enumere as características de um impresso e as condições que este deve reunir.
3. Corrija a apresentação das datas e números, de acordo com a NP-9: Até 13.04.2009 tivemos
139.237 encomendas, 5 123 das quais ainda não estão pagas, o que equivale a um prejuízo
de 15 mil e 300 Euros.
4. Reduza a caracteres numéricos:
a) Quinhentos e seis mil e cinco
b) Três milhões setecentos e um mil e novecentos
c) Um de Julho de dois mil e quatro.
5. Redija correctamente a data actual.
Nota: Na parte final os
impressos da
administração pública,
em rodapé, contêm
normalmente referência
a:
Códigos (modelos, …)
Data de tiragem
Volume de tiragem
Preço (pode vir no
rodapé)
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O arquivo e a informação
1. O arquivo – conceito
As empresas têm necessidade de recolher ordenadamente os documentos que contém registos de
dados e informações de interesse, garantindo a sua conservação e assegurando despacho dos
pedidos de consulta provenientes dos seus diversos sectores. Essa recolha, conservação e consulta são
asseguradas pelo arquivo.
1.1. Arquivo e arquivos
A palavra arquivo provem do grego “archeion”, que designava o lugar onde os magistrados da Atenas
guardavam os documentos de maior interesse para o estado. Hoje em dia, tem várias acepções:
 Organismo publico (ele trabalha no arquivo municipal do porto)
 local, edifício, sala (vai-se colocar uma fotocopiadora no arquivo)
 Estante, móvel, mobiliário (esse processo encontra-se no arquivo 5)
 Sector, serviço (ela trabalha no arquivo)
 Trabalho, tipo de actividade (vou fazer o arquivo da correspondência)
 Conjunto de documentos arquivados.
Quais os principais arquivos públicos?
 Tombos (arquivos centrais para onde são transferidos os documentos do estado e das autarquias –
torre do tombo)
 Arquivos dos ministérios, alguns dos quais históricos (A. Histórico militar, A. Geral da marinha, A.
Casa da moeda, A. Imprensa nacional, A. Tribunal de contas, etc.)
 Arquivos distritais e municipais (Lisboa, Porto, Coimbra, …)
 Arquivos particulares (Misericórdias, hospitais, igrejas…)
1.2 O arquivo da empresa
Em termos empresariais, o arquivo designa basicamente:
a) O conjunto de tarefas que a nível individual, de grupo ou de sector, assegura a organização
sistematizada da informação/ documentação, a sua conservação e o seu acesso a consulta;
Manual de Arquivo
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Classificação dos
arquivos
Organização:
 Centralizados
 Descentralizados
 Dirigidos
Frequência de
Consulta:
 Activos
 Semi-Activos
 Inactivos
Posição dos
documentos:
 Horizontais
 Verticais
 Suspensos
 Rotativos
Nível de
Informatização:
 Não
informatizados
 Parcialmente
informatizados
 Totalmente
informatizados
b) O conjunto de documentos reservados que são conservados pela empresa segundo métodos
de classificação e durante períodos de tempo pré-determinados pela lei ou pelas suas
conveniências;
c) O local onde estes documentos são conservados.
2. Classificação dos arquivos
Os arquivos são normalmente classificados quanto à forma de organização, à frequência de consulta,
à posição dos documentos e ao grau de informatização.
2.1. Forma de organização dos arquivos
 Centralizados
Nas pequenas e médias empresas, o arquivo encontra-se
habitualmente centralizado no único sector e é comum aos vários
serviços. Todos os documentos são dirigidos para classificação a um
gabinete/órgão/funcionário especializado, que além de receber,
registar, distribuir e expedir o correio, organiza e conserva a
documentação.
 Descentralizados
Nas grandes empresas, cada sector/pessoa tem em principio a
possibilidade de ter o seu arquivo próprio, havendo ou não duplicados
ou acesso informático por outros sectores ou pela administração.
Embora com algumas vantagens, este método exige para o seu bom
funcionamento:
 A existência de um regulamento interno bem detalhado que defina
claramente as normas de funcionamento do arquivo
 A definição da responsabilidade de cada funcionário
 Dirigidos ou mistos
Há por vezes vantagens em combinar os dois sistemas anteriores,
centralizando a coordenação e fiscalização do sistema geral e
descentralizando a informação específica de cada departamento/
sector.
2.2. Frequência de consulta
 Activos
São constituídos por documentos recentes relativos a assuntos em curso e de que se prevê a
necessidade de consulta frequente.
 Semi-activos
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Reúnem os documentos com baixo índice de consulta, ou de consulta periódica.
 Inactivos ou mortos
Contêm documentação que por razoes de ordem fiscal, jurídica, ou histórica deve ser conservada,
sendo a sua consulta feita apenas em casos especiais.
2.3. Posição dos documentos
 Horizontais
Os documentos são arquivados horizontalmente uns a seguir aos outros, em estantes ou
armários com prateleiras.
 Verticais
Neste sistema, os documentos são colocados verticalmente uns após os outros. Usa-se para
volumes encadernados dossiers e caixa de cartão, vídeos, etc.
 Suspensos
Toda a documentação é colocada em pastas ou bolsas de papel kraft continuo, dobrado em
forma de fole, suspensas pela parte superior e em classificadores que deslizem numa estrutura
metálica. As pastas podem apresentar visibilidade superior lateral, ao encontrarem-se colocadas
em gavetas. São muito usados para arquivo dos processos.
Manual de Arquivo
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Formadora Marta Nascimento
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Funções do Arquivo:
 Recolher
 Seleccionar
 Classificar
 Conservar
 Rotativos
Os documentos são presos a um sistema que roda em torno de um eixo (vertical ou
horizontal). Pode ser combinado com o arquivo suspenso, sendo neste caso normalmente
guardado em armário próprio.
2.4. Nível de informatização
 Não informatizados ou tradicionais
 Parcial ou totalmente informatizados
 Totalmente informatizados
A informação chega hoje em dia a uma organização vinculada de formas muito variadas: correio
normal, correio electrónico, telecopia, imagens em vídeo ou fixas, anotações ou mensagens áudio,
etc.
Há assim tendência para fazer o arquivo tradicional dos documentos em papel e o arquivo
electrónico da restante documentação. No entanto, os dois sistemas interpenetram-se,
dependendo a sua utilização da dimensão da empresa e do seu sistema de trabalho (ver ponto 5-
o arquivo electrónico e a micro filmagem).
3. Funções do arquivo
Vimos já que as funções básicas do arquivo consistem na recolha, conservação e criação de
condições de segurança e fácil consulta dos documentos.
Compete assim ao arquivista:
 Seleccionar a documentação recebida e emitida. E necessário
saber fazer a tiragem correcta dos inúmeros documentos que
diariamente chegam à empresa, separando os realmente
necessitam de ser arquivados.
 Dar entrada, registar e classificar/codificar/sinalizar os documentos a arquivar. O registo e feito de
forma cronológica e a classificação segundo critérios predefinidos. A classificação exige atenção,
Manual de Arquivo
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reflexão e disciplina, sobretudo na codificação dos documentos, que consiste na sua identificação
através de um conjunto de símbolos predeterminados
 Ordenar e arquivar os documentos, de forma a facilitar a sua busca e garantir a sua preservação.
 Conservar os documentos, guardando-os em locais adequados, de forma a permitir
simultaneamente a sua segurança e o seu fácil acesso para consulta.
 Actualizar e expurgar o arquivo, reorganizando-os e libertando-o de elementos ultrapassados ou
desnecessários, de acordo com os prazos estipulados na lei (cinco ou dez anos, conforme a sua
natureza) e/ou os interesses da empresa.
 Zelar pela reimpressão do arquivo
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4. Fichas
4.1. Conceito de ficha
As fichas são documentos de formato e disposição gráfica normalizado contendo informações
organizadas e sistematizadas que permitem uma grande facilidade de utilização e consulta.
Para além da variedade de dimensões, material e estruturação as fichas classificam-se quanto à
possibilidade de actualização, e quanto à sua forma de detecção e localização.
Ditar conceito de ficha
4.2 Tipos de fichas
 Estatísticas
As que contem elementos que não se destinam em princípio a sofrer alterações (por ex., fichas
de biblioteca)
 Dinâmicas
As que são susceptíveis de permanente actualização (por ex. Fichas de armazém).
 “Cegas”
As que se colocam sobrepostas ou umas atrás das outras, ficando visível apenas a primeira.
 Parcialmente Visíveis
As que permitem a visibilidade do titulo e / ou outros elementos importantes que são
necessários destacar
 Com sinalizadores
As que são acompanhadas de separadores, indicativos/ Sinalizadores/cavaleiros, incorporados
ou não nas próprias fichas (Alfabéticos, numéricos, por assuntos, etc.)
Manual de Arquivo
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5. Ficheiros
5.1. Conceito de ficheiro
É um conjunto de fichas com o mesmo formato e o mesmo tipo de informação, colocadas numa
ordem previamente determinada em caixa, gaveta ou móvel próprio.
5.2. Tipos de ficheiros
 Horizontais
- Com as fichas em posição horizontal
 Verticais
- Com as fichas em posição vertical
 De consulta directa
 Remissíveis
Remetendo para outros com informações mais pormenorizadas
 Tradicionais
 Informatizados
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6. A organização e eficácia do arquivo
6.1. Informação arquivo e actividade empresarial
Para o bom funcionamento de qualquer organização e essencial reunir em arquivo a documentação e
a informação necessária e/ou útil, enviada e recebida, criando assim um centro de consulta e
fornecimento de informações.
Esta necessidade e tanto mais premente quanto maior for a organização, porque haverá um maior
perigo de desconhecimento de informação importante, perda de tempo na procura, ou ate extravio de
documentação, o que se traduz na desorganização dos serviços administrativos que afectara toda a
Empresa.
A gestão eficaz e eficiente da informação passa assim pela organização adequada do arquivo, onde a
electrónica tem vindo a desempenhar um papel cada vez mais relevante.
6.2. Circuitos administrativos
Associado ao arquivo encontra-se o circuito de entrada e saída de documentos.
Em princípio, os documentos sob a responsabilidade do arquivo constituem processos, não devendo
por essa razão ser consultados separadamente. Cada utente deverá assim solicitar o processo
completo para consulta.
Quem utiliza o arquivo é responsável pelos processos/ documentos que solicita, e deve rubricar a
ficha de controlo quando os levanta. Se os entregar a qualquer outra pessoa sem dar conhecimento
ao arquivo continuará a ser responsável.
A documentação saída deverá ficar na posse do utilizador o tempo estritamente necessário para o
tratamento do assunto em causa, devendo ser estabelecido um tempo máximo para devolução ( 30
dias, por ex.).
É também necessário estabelecer um sistema rápido e de fácil visualização, e que permita ao
arquivista detectar os processos em falta ( por ex, fichas de saída com cavaleiros).
6.3. Eficácia do arquivo
A eficácia do arquivo é medida basicamente:
 Pela rapidez e segurança com que os processos chegam às mãos
dos requisitantes;
 Pela frequência com que são feitos os pedidos
Quais os índices dessa eficácia?
Manual de Arquivo
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O movimento do arquivo, que se define pela relação entre o número de documentos requisitados por
ano e o número de documentos arquivados:
N. de documentos requisitados/ ano
N. de documentos arquivados
Se o resultado atingir o 10 % pode considerar-se satisfatório; abaixo deste índice, revela a existência
de material inútil que está a sobrecarregar o arquivo.
A organização do arquivo, que é encontrada, confrontando o numero de documentos procurados com
o numero de documentos não encontrados:
N. de documentos não encontrados
N. de documentos procurados
Até 0,3%, pode-se considerar razoável a organização; acima deste valor, há que rever o sistema.
Ficha de trabalho
Estabeleça brevemente
1. Os conceitos de:
a) Arquivologia
b) Arquivo empresarial
c) Fichas e ficheiros
d) Circuito administrativo
e) Eficácia do arquivo
2. As finalidades básicas do arquivo.
3. As razões por que se devem conservar os documentos .
4. A classificação dos arquivos.
5. Os principais arquivos públicos.
6. As funções do arquivista.
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Formadora Marta Nascimento
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A planificação e a organização do arquivo
A organização do arquivo esta directamente ligada a dimensão da empresa; à sua actividade e ao seu
sistema de trabalho.
Assim o planeamento e a organização ao arquivo devem ser feitos equacionando:
 O numero de utilizadores e o pessoal disponível;
 O volume da documentação e o tipo de utilização previsível
(permanente, frequente ou esporádica);
 O espaço físico e a localização estratégica.
1. As condicionantes ergonómicas
De uma forma genérica podemos dizer que o arquivo deve ser funcional e eficaz, obedecendo aos
requisitos seguintes:
 Ser instalado em local amplo, arejado, com pouca humidade, a
uma temperatura adequada e constante, com iluminação que
facilite a busca e a consulta;
 Estar “à mão” e ser acessível sem prejuízo da preservação e
segurança dos documentos;
 Ter custo reduzido;
 Apresentar um aspecto agradável e decorativo .
Quais as principais regras a observar?
 O custo do arquivo de um documento (bem como da sua procura) deve ser inferior ao custo da
sua falta ou substituição;
 A organização deve ser feita por classes de documentos segundo regras claras pré-definidas,
prevendo a sua extensão e reclassificação futuras;
 Deve conservar-se apenas o indispensável e durante o tempo exigindo pela lei (prazos de
conservação e prescrições) ou pelos interesses da empresa.
Manual de Arquivo
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Formadora Marta Nascimento
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Convém assim determinar:
A adequação do local aos fins a que se destina
 A escolha do equipamento e a sua disposição e agrupamento
ergonómicos:
 As medidas de protecção contra problemas naturais e riscos de
segurança;
 As normas de arquivo, acesso, consulta e circuitos administrativos.
2. Localização e instalação
Até há relativamente pouco tempo era habitual reservar para o arquivo os
espaços e instalações “excedentes”, ou que não serviam para outra coisa
(arrumos, anexos, caves, sótãos, corredores, etc.).
Hoje compreende-se que é importante que a localização seja estratégica e que
a instalação obedeça a critérios de racionalidade cuidadosamente definidos
que determinam o grau de eficiência e eficácia da utilização do arquivo, pelo que se deve ter
fundamentalmente em conta.
 O grau de centralização/descentralização do arquivo;
 O nível de informatização;
 O tipo e frequência da utilização prevista;
 A ergonomia e a operacionalidade.
Estes factores inter-condicionam-se:
 Nas pequenas e médias empresas, o arquivo encontra-se normalmente centralizada numa única
divisão, que serve todos os sectores; nas grandes empresas, cada sector tende a ter um arquivo
próprio recorrendo frequentemente à informatização para centralizar a informação e possibilitar a
consulta inter-arquivos.
 O nível da informatização depende por sua vez do grau de centralização ou descentralização ao
arquivo, do volume de informação e documentação a tratar, da existência de equipamento e
pessoal especializado e do sistema de trabalho da própria empresa;
 A localização e instalação dependem também da frequência da consulta e do tacto desta se
processar habitualmente no arquivo ou ser feita noutro local
 Há que ter igualmente em conta a economia de tempo e esforço na busca e procura, a fluidez dos
circuitos administrativos e a funcionalidade global do sistema.
2.1. A instalação
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Na instalação deve-se considerar:
 A iluminação, ventilação e eliminação de ruídos;
 A escolha de equipamentos e acessórios;
 As medidas de conservação, manutenção e segurança.
2.2. Iluminação, ventilação e eliminação de ruídos
A iluminação deve ser cuidadosamente estudada, para eliminar reflexos ou
cintilações, com possível gradação ou regulação e ecrans dotados de filtros
protectores, recorrendo-se se necessário a consulta de um técnico em
luminotecnia.
A ventilação, grau de humidade e temperatura devem ser apropriados a
conservação dos documentos (caixa de ar, ventilação natural, ar
condicionado, etc).
A eliminação dos ruídos pode ser feita através de insonorização de paredes e soalhos, colocação
de vidros duplos, etc.
3. Equipamentos e Acessórios
O acondicionamento é importante na conservação e utilização funcional do arquivo. Daí a
necessidade de escolher equipamento sólido, em material adequado, bem dimensionado
relativamente aos fins a que se destina, apropriado a distribuição ergonómica e a futura extensão do
arquivo (módulos em encastráveis, empilháveis ou extensíveis, gavetas de tamanho padronizado e
providas de rolamentos de esferas, etc).
Para se poder fazer a melhor escolha, de acordo com as condicionantes já referidas é necessário
conhecer os modelos e características dos elementos do sistema disponíveis no mercado: equipamento
(peça ou peças que irão conter o arquivo, estantes, armários, ficheiros, etc) e acessórios (materiais
auxiliares – fichas, guias, dispositivos de intercalação etc.)
3.1. Estantes e Armários
Os dossiers são habitualmente colocados (protegidos ou não por caixas próprias)
estantes (abertas ou de vitrine) ou armários, cujas dimensões dependem
naturalmente do espaço disponível e do volume das pastas arquivar, devendo
constituir um conjunto harmónico entre si (do mesmo material e cor, formando
módulos, etc.). e relativamente ao restante mobiliário.
A sua disposição deve ser tão ergonómica quanto possível (distâncias, alturas de
prateleiras, etc.), devendo dar-se particular atenção a distribuição dos dossiers,
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de forma a seguir uma ordem lógica ou cronológica, colocando os de consulta mais frequente nos
locais que exijam menor deslocação ou esforço do utilizador.
3.2. Pastas, Arquivadores e Classificadores
A documentação a ser arquivada é colocada em pastas, a que também se da o nome de
classificadores, arquivadores ou dossiers e cujos formatos, larguras de lombada e dispositivos de
fixação são normalizados.
De que depende a sua escolha?
 Da utilização prevista
Quando destinados a simples consulta, em que não é em princípio necessário (ou ate nem
convêm) retirar qualquer elemento, podem (e por vezes devem) ser utilizadas pastas ou dossiers
que obriguem a retirada ao conjunto para o acesso a um documento.
Se pelo contrário se destinam à elaboração de trabalhos ou arquivo vivo, devem ser providos de
argolas, estar suspensas ou introduzidas noutro sistema que possibilite a introdução ou retirada
dos documentos ou a sua troca de posição.
As pastas suspensas, alem da economia de espaço que representam facilitam e tornam mais
rápida a sua localização.
A qualidade do material e a necessidade de protecção especial (caixas próprias, material plástico,
acetados, etc, são determinados pela importância dos documentos, pela frequência da sua
consulta ou manuseio e pela utilização exclusiva em gabinete ou no exterior.
De qualquer forma, os documentos importantes não devem ser furados, clipados ou agrafados
directamente, mas inseridos em bolsas individuais transparentes ou organizados em processos
(dentro de pastas próprias, reunidos com baguettes etc.)
 Do volume e dimensão dos documentos
A maior parte das pastas corresponde ao formato A4, embora haja modelos
para outros formatos especialmente A3 e A5.
O volume determina por sua vez a largura da lombada, que oscila entre um ou dois
mm para pastas individuais ou pequenos processos e oito a dez cm para grandes
volumes.
Convêm assim escolher o formato e o tamanho das pastas, de forma a
rentabilizar o espaço, respeitar a estética e dar um aspecto tanto quanto
possível uniforme e organizado ao conjunto, sem prejuízo dos elementos
distintivos facilitadores da procura e consulta. Usam-se por vezes cores
diferentes (da pasta, da lombada, da etiqueta, aos sinalizadores, etc.) para cada assunto, tipo de
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arquivo ou departamento, o que permite rápida localização e a detecção de dossiers fora do
lugar.
3.3. Separadores e Guias
Para facilitar a localização rápida usam-se dispositivos de intercalação ou separadores e guias.
As guias móveis têm tiras de inserção de metal ou de plástico (cavaleiros), enquanto as imóveis
apresentam saliências que servem de índices de consulta (pestanas).
3.4. Ficheiros
O seu tamanho, dimensões e estruturas dependem do tipo de fichas que se destinam a conter.
Entre os vários tipos de ficheiros (horizontais, verticais, suspensos ou rotativos), há que escolher os
que melhor se adaptem as finalidades a que se destinam.
No centro de saúde, por exemplo, em que a documentação dos doentes se encontra reunida em
processos mantidos nos serviços administrativos e é facultada aos gabinetes médicos para
consulta, é de toda a conveniência a utilização de ficheiros rotativos suspensos em armários
fechados, que armazenam um grande numero de pastas suspensas, facilitam a busca e permitem
manter a confidencialidade dos registos.
Como regra geral, devem ser escolhidos ficheiros que permitam uma arrumação rápida e uma
localização fácil.
4. Conservação, Manutenção e Expurgo
Para além das condicionantes ergonómicas já estudadas – manutenção de uma
temperatura, grau de humidade e ventilação adequados a conservação dos
documentos – há que estabelecer medidas de profilaxia e remedeio dos problemas
naturais:
 Tratamento anti-fungos de paredes e soalho;
 Pintura anticorrosiva de móveis metálicos;
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 Limpeza e desinfecção periódicas;
 Utilização de ecrãs protectores (filtros, persianas, transparentes, etc.)
 Instalação de ventiladores, desumidificadores ou ar condicionado .
4.1. Prazos de Conservação
O prazo de conservação de um documento é o período que deve decorrer deste a data em que e
elaborado ate à data em que vai ser destruído.
Este prazo e normalmente fixado em anos, havendo a considerar:
 Os prazos de conservação funcional, fixados pela própria empresa, de acordo com o
interesse que para ela representa a informação neles contida, e que raramente
ultrapassam o prazo legal.
 Os prazos de conservação (retenção) legal, que são fixados pela legislação
(habitualmente de 5 ou 10 anos, conforme a natureza do documento).
Nos termos do Código Comercial, “todo o comerciante é obriga do a arquivar a correspondência
e telegramas que receber, os documentos que provarem pagamentos e os livros da sua
escrituração mercantil, devendo conservar tudo pelo espaço de 10 anos” (art. 40º). Tratando-se
de uma sociedade, o prazo termina 5 anos depois da liquidação.
Para efeitos fiscais, o prazo de conservação da escrita é de 5 anos (art. 134 do Código da
Contribuição Industrial, art. 52º do Imposto sobre o valor Acrescendo).
4.2. Actualizações e expurgo
A actualização da informação e a destruição (expurgo) dos documentos são hoje mais do que
nunca uma necessidade, para evitar erros, e acumulação desnecessária e contraproducente de
documentos.
Torna-se assim essencial rever e actualizar periodicamente os arquivos.
Como se deve processar a actualização?
 Transferindo do arquivo activo para o semi-activo os documentos que deixaram de ter
interesse imediato.
 Guardando no arquivo “morto” os documentos que, embora sem previsão de
consulta, continuam a ter interesse para a empresa.
 Libertando o arquivo de documentação ultrapassada, e de informação que deixou de
ser necessária, pertinente ou mesmo correcta (preços antigos, impressos e minutas
que foram reformulados, etc.)
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5. Segurança
Para além das medidas preventivas a ter em conta na instalação – equipamento anticombustível,
extintores, automáticos, sinalização de alarme, etc. - , há que fazer a previsão de risco relativamente a
deterioração, destruição, extravio ou roubo.
Como aumentar a segurança do arquivo?
 Estabelecendo normas de acesso e utilização, de manuseio e
consulta de documentos confidenciais, obras raras ou facilmente
deterioráveis, (com recurso a acetatos de protecção, duplicados, microfilmagem, etc.)
 Proibição de fumo no local.
 Introduzindo dispositivos de retenção de fichas e documentos, e
utilizando cofres e fechos especiais.
A segurança no arquivo informático
 No arquivo informático, há já vários sistemas de segurança:
 Códigos de identificação (Códigos Pin e User-ID, por ex.) a
palavras-chaves de acesso (“passwords”);
 Bloqueio da entrada após um numero pré-determinado de
tentativas;
 Protecção anti-vírus;
 Organização de duplicados para o caso de falha no sistema
(“backups”).
Ficha de trabalho
1. Na Empresa W, instalada numa rua de grande movimento e ruído, num edifício antigo com
problemas de instalação eléctrica, infiltração de humidade e poeiras, o arquivo encontra-se num
corredor sombrio, em estantes abertas enferrujadas, onde a documentação se encontra guardada a
esmo, em caixas de cartão em mau estado.
Enumere as medidas a tomar para modificar este estado de coisas e recuperar e reorganizar o
arquivo.
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Sistemas de Classificação, codificação e
ordenação
1. Classificação e codificação
De uma forma genérica podemos dizer que a documentação é organizada por um processo segundo
o qual se identificam e agrupam sistematicamente os documentos, de acordo com as suas afinidades
ou características comuns, de modo a formar grupos homogéneos.
Pretende-se assim:
 Reunir de forma lógica os documentos e a informação
 Proporcionar o seu fácil e rápido acesso sempre que
necessário
 Detectar com facilidade o extravio de qualquer documento
O sistema de arquivo deve ser simples e útil, permitindo o seu futuro aperfeiçoamento, actualização e
expansão.
Para atingir estes objectivos, há que conhecer e saber utilizar racionalmente os sistemas de
classificação, codificação, indexação e ordenação
1.1. Classificação
Classificar é dividir o material segundo determinados critérios a fim de facilitar o seu encontro e
permitir um melhor conhecimento do próprio material.
Muitas vezes a classificação pressupõe a existência de caracteres distintivos que permitem diferenciar
cada um dos elementos. Por exemplo, classificando determinados documentos em bancos. Os
elementos dessa classe poderiam ser distinguidos pelas siglas dos bancos: BNU, CGD, etc.
A este processo pode chamar-se codificação.
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A classificação procura as características que ligam entre si os documentos e a codificação cria-as no
caso de se revelarem imperfeitas para os fins que nos propomos atingir.
Quer a classificação, quer a codificação procuram atribuir uma designação, uma identificação, um
“nome” a cada documentos e reagrupá-los depois em alíneas e características semelhantes
A identificação do documento pode ser feita por:
 Nome
Do autor
Do remetente
Do destinatário…
 Nome da coisa classificada
 Assunto tratado no documento classificado
 Data em que foi recebido, expedido ou redigido
 Número atribuído a tudo o que é classificado
A cada um destes critérios corresponde um tipo de ordenação especial:
 Alfabético
 Geográfico
 Numérico
 Por assunto ou tema (ideológico)
 Cronológico
Cada um dos métodos de ordenação pode aplicar-se isolado ou em coordenação com os outros. Ex:
Lista telefónica, páginas amarelas.
1.2. Codificação
A codificação designa os símbolos utilizados para codificar os documentos classificados. Esta une as
características dos documentos encontrados na classificação.
A codificação pode efectuar-se utilizando números, letras, ou mesmo a combinação de ambos. Em
geral, a preferência vai para os números.
1.2.1 Tipos de Símbolos
1.2.1. Símbolos alfabéticos
Vantagens
 Maior número de posições: são 26 símbolos alfabéticos
contra 10 numéricos.
 Podem sugerir a identidade dos nomes simbolizados
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Desvantagens
 Podem ser incómodos e difíceis de ler,
 Maior possibilidade de erro na codificação
Símbolos numéricos
 Podem ser manuseados mais facilmente;
 A sua leitura a compreensão é mais imediata.
Permitem identificar a posição relativa de 2 símbolos assinalando o número de termos que os
separam. Ex: não é evidente que a distância entre f e p seja igual à existente entre 6 e 16
Símbolos alfanuméricos
Permite, quando se tem de classificar um grande nº de termos, utilizar símbolos mais curtos do que
os simples símbolos numéricos. Ex: matrículas dos carros.
1.2.2. Significação dos símbolos
Os símbolos deverão exprimir clara e imediatamente as alíneas que representam.
Código descrição
13020 Lâmpada de 20 watt
13025 Lâmpada de 25 watt
13100 Lâmpada de 100 watt
1.2.3. Os códigos por conjuntos ou agrupados
Códigos baseados na sucessão de numeração
Código estabelecido em sucessões simples de números.
Ex: 1
2
3
Os códigos por conjuntos
Os códigos por conjuntos fixam-se estabelecendo conjuntos de números em ordem progressiva a
cada categoria de alíneas a codificar.
Em cada conjunto deixam-se números livres para permitir futuros acrescentos às alíneas
compreendidas na classificação correspondente.
a)
1
2
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3
Os códigos decimais
Sucessão decimal dos números
Ex: 1.
1.1.
1.2.
Os códigos por grupos
Num código por grupos, os algarismos que o compõem são dispostos em grupos ou campos,
designando cada um destes uma das classificações a que pertence a alínea codificada.
Uma vez que a posição de cada algarismo ou grupo de algarismos tem um significado exacto, o
número dos algarismos compreendidos em cada campo deve ser pré-estabelecido, do mesmo
modo para que não sofram modificações, a sucessão dos diversos campos.
A um código deste género poderiam atribuir-se os seguintes significados:
Campo Posição Significado
1 1-3 Vendedor
2 4 Filial
3 5-6 Zona
4 7-10 Produto vendido
Se o código assumisse esta configuração: 121 5 02 2730 - o seu significado poderia ser o
seguinte: o vendedor 121, pertencente à filial 05, que opera na zona 2, efectuou uma venda do
produto 2730.
Os códigos em grupos são especialmente indicados para uma elaboração mecânica dos dados,
pois podem ser facilmente extraídos e tabelados, qualquer que seja a classificação prevista.
Podem, além disso, ser facilmente memorizados, graças ao claro significado que possuem os
algarismos de acordo com a sua posição.
 Exercício: Codifique os seguintes elementos
Nome .................................área .....................Zona.....................Idade
Carina Lemos......................Gestão .................Faro .....................40
Joana Brás ..........................Marketing .............Lagos....................30
Pedro Marques....................Eng. Civil..............Portimão...............28
André Brito..........................Economia .............Faro .....................35
Paulo Soares .......................Marketing .............Olhão...................32
Sandra Fonseca...................Gestão .................Faro .....................26
1.2.4. A classificação decimal de Dewey
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Este sistema, também conhecido por sistema de Dewey (de Melvil Dewey, que o idealizou em
1873) ou C.D.U. – Classificação Decimal Universal –, constitui uma variante do sistema
ideológico, metódico ou analítico.
E sobretudo usado para arquivos de volume considerável e grande complexidade e variedade de
classes (arquivos e bibliotecas municipais), sendo a sua principal aplicação, relativamente as
empresas, o POC (Plano Oficial de Contabilidade).
Tem por base um plano de divisão das matérias em 10 classes (de 0 a 9), cada uma das quais se
pode subdividir até outras 10 subclasses e assim sucessivamente.
Para a sua implementação terá obrigatoriamente que ser estabelecido um plano de arquivo
elaborado de forma a considerar a limitação decimal e as necessidades futuras.
Tem a vantagem de agrupar matérias ou assuntos, enquanto o numérico simples os separa. Além
disso, tem uma referência prática, e fácil de aplicar e é uniforme.
Este sistema pode ainda ser alargado (método decimal derivado), considerando mais do que um
algarismo por grupo (normalmente com 100 posições, de 0 a 99).
EXEMPLO (Plano Oficial de Contabilidade):
26 Outros devedores e credores
261 Fornecedores de imobilizado
2611 Fornecedores de imobilizado, c/c
2612 Fornecedor de imobilizado – títulos a pagar
262 Pessoal
27 Acréscimos e diferimentos
 Conclusão
Ao executar-se um plano de codificação procura-se promover a homogeneidade dos critérios de
classificação e fazer com que a classificação corresponda aos fins para que é efectuada.
Assim, na preparação deste plano torna-se necessário definir objectivos a alcançar e conhecer
adequadamente quer o material a classificar, quer as técnicas de classificação.
Só depois de um estudo das exigências efectivas de cada empresa é possível efectuar a escolha de um
sistema de classificação satisfatória.
Um dos problemas da classificação é que, muitas vezes, sente-se a necessidade de classificar os
mesmos documento sob diversos aspectos. A solução passaria por efectuar a classificação sobre todos
os aspectos, não fosse o dispêndio de tempo espaço e o erro da duplicação de informação. Assim,
aconselha-se a adoptar o sistema mais procurado.
Os códigos também têm que ser planeados. Cada vez mais, com o crescente número de informação,
há a tendência de se apoiar em códigos para a classificação de dados. No decurso das operações de
codificação deverá ser elaborada a sua descrição que deverá constituir o ponto de partida para
futuras referências. A terminologia adoptada deverá ser sempre normalizada.
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2. Ordenação
A ordenação dos documentos deve ser feita de acordo com um critério de classificação adequado à
consulta (por nomes, ordem de entrada, datas, assuntos, áreas de vendas, etc.).
Há vários sistemas de ordenação, que se podem combinar entre si:
 Alfabéticos
 Numéricos
 Ideológicos
 Alfanuméricos
 Geográficos
 Cronológicos
2.1. Ordenação alfabética
A ordenação alfabética fundamenta-se, como o nome indica, na sucessão de letras do alfabeto. É
usada, por exemplo, em ficheiros de pessoal, clientes e fornecedores, listagens, guias, etc. Este
tipo de ordenação constitui a base de muitos planos de classificação pois é a técnica mais simples.
Esta técnica não exclui a possibilidade de se utilizarem outras técnicas de ordenação que, por
vezes, são complementos necessários.
Nota: mesmo que utilizando outro sistema de ordenação, por exemplo o ideológico ou geográfico, estas categorias ordenam-se
alfabeticamente.
2.1.1. Vantagens e desvantagens
Vantagens
 Simplicidade no plano de ordenação, pois o nome é o único elemento necessário para
ordenar o material;
 Familiaridade como critério de ordenação pois este é um dos mais tradicionais
 Elasticidade: é sempre possível inserir novos nomes no local exacto;
 Baixo custo: o material pode ser arquivado em aparelhos simples e económicos;
 Possibilidade de se encontrar facilmente uma posição
Desvantagens
 É fácil surgirem dúvidas e cometerem-se erros. Pode acontecer que as pessoas que
ordenam e as que efectuam a procura não sigam sempre os mesmos critérios;
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 Quanto mais o material aumenta mais frequentes são os casos de homonímia (repetição
dos nomes)
Uma vez que não há regulamentação vinculativa, possibilita divergências no critério de ordenação,
problemas de homonímia e dificuldade de expansão.
Assim, a sua utilização não pode ser “cega”, sendo necessário estabelecer regras fixas e critérios de
orientação bem definidos, sobretudo relativamente à palavra de ordem, ou seja a palavra-chave que
vai servir de referência para a ordenação.
Na organização das turmas, por ex., considera-se habitualmente o primeiro nome e a ordenação
palavra a palavra, entretanto que na lista telefónica de assinantes se usa a ordenação por apelido.
2.1.2. Critérios de ordenação alfabética
Os nomes podem ordenar-se das seguintes formas
Pelo primeiro nome
Pelo apelido
Dentro destes critérios pode ainda optar-se por uma ordenação alfabética
letra-a-letra ou
palavra-a-palavra.
Embora o ponto de partida seja sempre o da disposição das letras no alfabeto, há que
estabelecer o critério a seguir:
 Nome a nome ou palavra a palavra
Entre dois nomes com letras iguais, vem em primeiro lugar o que acabar primeiro (tiver menos
letras)
Ex.: Manuel vira antes de Manuela
Os nomes designativos por uma inicial precedem qualquer outro que comece por essa inicial
mas não se encontre abreviado
Ex.: D. Pacheco virá antes de Dário Magalhães
Se o primeiro nome for igual, faz-se a selecção de acordo com o 2º nome
Ex.: Joana Maria virá antes de Joana Sofia
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 Letra-a-letra
Os nomes consideram-se como tornando uma só palavra:
Ex: Gilberto Silva vira antes de Gil Gomes.
G I L B E R T O S I L V A
G I L G O M E S
Exemplos:
Nomes Letra a letra Palavra a palavra
Dr. Santos Guedes ANTONIOFONSECA António Fonseca
António Fonseca JOANAJANEIRO J. Rui Gomes
Joana Janeiro JRUIGOMES Joana Janeiro
J. Rui Gomes MANUELFELIX Manuel Félix
Manuel Félix SANTOSGUEDES Santos Guedes (Dr.)
 Exercício: Ordene os seguintes nomes, pelo primeiro
nome, letra-a-letra e palavra-a-palavra.
Sandrine Jesus
Sandro Castro André
P.Pires
Paulo Fonseca
Marialba Foz
Paul Simon
Maria Luz Paulo
Maria Luzia Andrade
 Exercício: Faça o mesmo com os seguintes nomes
A. Brás
Anabela Fonseca
Ana Maria
Aniceto Borges
A. Nóbrega
Ana Bela Fonseca
2.1.3. Regras de Ordenação Alfabética
Para que a ordenação alfabética seja eficiente é necessário estabelecer regras para garantir a
necessária uniformidade no trabalho efectuado. Estas regras visam:
 Facilitar o trabalho de entrada e procura;
 Reduzir ao mínimo os casos duvidosos;
 Evitar as interpretações subjectivas.
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A regra mais importante é utilizar sempre e sempre o mesmo critério de ordenação.
Pelo primeiro nome
i. Omitem-se os artigos definidos e indefinidos. Ex: Rosa Maria da Silva fica Rosa Maria Silva.
Nota: omitirem-se os artigos é a opção mais comum. Com a evolução e a diversidade dos dias de
hoje já se vêm também sistemas de ordenação em que estas partículas não são omitidas podendo
optar-se por deixar o artigo como está ou colocando-o entre parêntesis. No entanto, estes artigos
nunca são considerados na alfabetação bem como outros como “e”.
ii. Consideram-se as abreviaturas e os números como escritos por extenso
Stª Maria Santa Maria
Mª Jesus Maria Jesus
iii. Os títulos são colocados entre parêntesis no final do nome e não são considerados na ordenação
Dr. Fernando Barros Barros, Fernado (Dr)
Arqº Tomás Silveira Silveira, Tomás (Arqº)
Engº Pedro Varela Varela, Pedro (Engº)
Nota: todas estas regras também são aplicadas na ordenação por apelido
Por apelido
i. O apelido surge em primeiro lugar com uma vírgula seguido dos
restantes nomes pela sua ordem natural.
Aníbal Barbosa Barbosa, Aníbal
João Carlos Correia Correia, João Carlos
No caso de mais do que um apelido, é o ultimo que se considera (excepto quando formam
nomes compostos)
Ex.: |António Albino Ribeiro Soberano
|Soberano, António Albino Ribeiro
mas
|Ana Maria São Vicente
|São Vicente, Ana Maria
Sendo o último apelido igual, é a palavra seguinte que estabelece a ordem a seguir (nome
próprio e depois os restantes apelidos, pela ordem habitual do nome)
Ex.: Joaquim Barbosa Barbosa, Abel
Abel Barbosa Barbosa, Joaquim
Pedro Barbosa Barbosa, Pedro
ii. Tal como na ordenação pelo primeiro nome os artigos são:
 Ou omitidos
 Ou deixados no nome conforme a sua apresentação
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 Ou colocados entre parêntesis no final do nome a que pertencem
Em nenhuma situação são considerados na ordenação.
José Prates da Costa Costa , José Prates
Fernando de Araújo Dias Dias, Fernando de Araújo
Carla de Jesus das Dores Dores (das), Carla Jesus (de)
iii. Os nomes compostos por um substantivo e um adjectivo ligados ou não por um hífen não são
separados.
Sérgio Castelo Branco Castelo Branco, Sérgio
Heitor Villas Boas Villas Boas, Heitor
Paulo boa Hora Boa Hora, Paulo
iv. Os nomes como Santa, Santo ou São seguem a mesma regra.
Luís Santa Rita Santa Rita; Luís
João São Joaquim São João Joaquim
v. As partículas estrangeiras se escritas com iniciais maiúsculas são consideradas como parte
integrante do nome. O’, D’, Von, Van, Mac, Mc, Du, La, Di, Del, Das, Le.
John O’Brien O’Brien, John
Eric Von Johnson Von Johnson, Eric
vi. Os nomes ligados por apóstrofo são considerandos como uma só palavra:
Armindo Sant’Ana Sant’Ana, Armindo
vii. Os nomes orientais (japoneses, Chineses, Árabes, etc) são registados na ordem em que se
apresentam
Alben Abig Alben Abig
Li Jutang Li Jutang
Mão Tsé tung Mão Tsé Tung
viii. Os nomes espanhóis são registados pelo penúltimo nome que corresponde ao da família do pai
José Hernadez Xavier Hernandez Xavier, José
Miguel Cervantes Savreda Cervantes Savreda, Miguel
ix. Os nomes ligados por “e” não se separam
João Canto e Castro Canto e Castro, João
Pedro Vale e Azevedo Vale e Azevedo, Pedro
 Exercício de Revisão: Ordene os seguintes nomes, pelo
apelido, letra-a-letra e palavra –a-palavra
Luís Filipe Boavista Marques
Adriana André da Boavista
Célia de Andrade
Gustav Von Blick
Adriano Silva Boa Vista
Paulo João Nobre
Tiago Carvalho e Melo
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Joaquim José André
Dr. Pimenta de Marques
Filipa José da Vontade
Célia de Andrade
Luís Filipe Paulo Marques
João José André
Gustav Von Blick
Vânia Sofia Carvão
Pablo Andraz Del Canto
Filipa Nóbrega e Mello
x. Os números que fazem parte do nome, quer no fim, que no início devem ser considerados como
se estivessem escritos por extenso.
2 Sentinelas 2(duas) sentinelas
Forma 85 Forma 85 (oitenta e cinco)
2001 Prendas 2001 (duas mil e uma) prendas
xi. Os nomes das empresas devem ser registados como se apresentam
Pastelaria Boa Hora, Lda Pastelaria Boa Hora, Lda
Barbosa e Sousa, SA Barbosa e Sousa, SA
xii. As expressões como por exemplo, Sociedade, Empresa devem ser considerados na ordenação
(deste que façam parte da denominação)
Empresa das Águas Empresa das Águas
Sociedade de Autores Sociedade de Autores
xiii. Caso a designação do ramo de actividade da empresa também faça parte do nome, esta
também é considerada na ordenação
Restaurante O Pitéu Restaurante O Pitéu
Pastelaria Boa Hora Pastelaria Boa Hora
Editora Abril Editora Abril
xiv. Os nomes das empresas ou instituições que usam siglas com ou sem pontos entre as letras devem
ser ordenadas como se o conjunto de letras que os formam fossem uma palavra.
CMF
IEFP
UNESCO
ONU
xv. Quando uma empresa ou instituição for conhecida para além do seu nome por extenso, também
por uma sigla, o arquivista deverá optar pela forma de ordenação que melhor atenda às
necessidades da organização, utilizando sempre o mesmo método.
CGD Caixa Geral de Depósitos
NERA Núcleo Empresarial da Região do Algarve
ANJE Associação Nacional dos Jovens Empresários
AMAL Associação dos Municípios do Algarve
xvi. As empresas com varias filiais são ordenados pela ordem alfabética das localidades
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Ex: BES, Porto BES, Aveiro
BES, Lisboa considera-se BES, Coimbra
BES, Faro BES, Faro
BES, Coimbra BES, Lisboa
BES, Aveiro BES, Porto
xvii. Os nomes absolutamente iguais distinguem-se colocando seguidamente (entre parênteses ou
separados por hífenes ou vírgulas) os nomes das terras das naturalidades, profissões, graus
hierárquicos, departamentos, etc.
Ex: Sá, João (Beja) Sá, João (Arq.) Sá, João (Arm.)
Sá, João (Cacém) Sá, João (Eng.) Sá, João (Cont.)
Sá, João (Damala) Sa, João (Med.) Sá, João (Mark.)
xviii. As traduções de nomes estrangeiros, que devem ser ordenados pela designação de origem.
Ex: Bordeaux considera-se Bordeaux e não Bordéus.
2. 2. Classificação numérica
Neste sistema, muito utilizado para a ordenação da documentação comercial (notas de
encomenda, facturas, recibos, etc.), atribui-se um número aos documentos que são recebidos e
aos que são expedidos (N de entradas e de saída respectivamente). Este processo e feito
normalmente com um numerador, ou numerador/ datador.
Vantagens e desvantagens
São vários os inconvenientes deste sistema: codificação demorada e com riscos de erro,
dificuldade de encontrar um documento sem o número de ordem que lhe foi atribuído,
pesquisa efectuada em duas fases (descodificação e pesquisa propriamente dita), e
impossibilidade de intercalar novos documentos.
Tem contudo vantagens apreciáveis: é de fácil leitura e aplicação, não se presta a
divergências, tem uma localização imutável e sobretudo permite o fácil controlo e detecção do
extravio de um documento.
Para facilitar a localização dos documentos, utilizam-se muitas vezes dois jogos de fichas,
constituindo-se um ficheiro de referência alfabética auxiliar, que apenas funcione para saber o
Nº que recebeu o documento que se esta a procurar
A correspondência avulsa pode ser arquivada pelo método numérico em pastas de cores
diferentes. Se houver necessidade de classificar os diversos géneros de documentos, poderão
ser usados guias alfabéticos para os representar, numa combinação dos métodos numéricos,
ideológico e alfabético.
Recibo N.º 511
Recibo N.º 510
Recibo N.º509
Recebi______do_____Sr. Proprietário do 5º
andar da rua 5 de Outubro, 38
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Formadora Marta Nascimento
Abril de 09
2.3. Classificação ideológica
Também chamada metódica ou analítica trata-se de uma classificação por assuntos ou temas.
Quais as suas vantagens e inconvenientes?
Embora racional, lógica e maleável (tem possibilidade de intercalamento e de extensão), e de difícil
execução, porque exige não só um plano de arquivo, como uma grande capacidade de análise e
elevado grau de conhecimentos (da Empresa, da sua actividade, etc.).
Exige racional, lógica e maleável (tem possibilidade de intercalamento e de extensão), e de difícil
execução, porque exige não só um plano de arquivo, como uma grande capacidade de análise e
elevado grau de conhecimentos (da Empresa, da sua actividade, etc.)
Exige ainda outra ordenação (alfabética, cronológica, etc.) dentro de cada grupo considerado.
E muitas vezes usada nas grandes empresas na organização da biblioteca ou de ficheiros remissivos.
2.4. Classificações geográfica
…
Informática
Ficção
Ciência
Arte
Pintura
…
Manual de Arquivo
36
Formadora Marta Nascimento
Abril de 09
Trata-se de um sistema que apresenta grande utilidade para empresas com várias filiais ou grande
número de clientes dispersos por várias zonas geográficas.
A ordenação faz-se pela selecção geográfica (países, distritos, concelhos, localidades) seguida pela
ordenação alfabética dos documentos respeitados a cada grupo, podendo a primeira selecção estar
também por ordem alfabética ou, outra.
Embora apresente os mesmos inconvenientes da ordenação alfabética e seja susceptível de erro (e
fácil enquadrar indevidamente um documento num grupo geográfico a que não pertence), este
sistema tem vantagens, porque faculta.
A introdução de novos documentos sem necessidades de alterações
O ajustamento de acordo com as necessidades (novas localidades, por ex.)
O agrupamento da documentação por grupos com características bem definidas
2.5. Classificações Cronológica
E feito com base em datas (de emissão, de recepção, de vencimento, de aquisição, de venda, etc. …).
Embora neste sistema os documentos sejam agrupados sem ter em conta o assunto,
e seja difícil encontra-los sem conhecer a data, esta organização oferece grandes vantagens,
porque não da origem a ambiguidades nem divergências,
não exige pessoal especializado ou com muita prática e permite o acesso rápido aos documentos,
desde que se conheça a data destes.
Onde é que a sua utilização tem mais interesse?
No arquivo da correspondência, em que se faz a ordenação do passado para o pressente, de forma a
ficar no topo da pasta a mais recentemente expedida ou recebida.
Na organização dos documentos a pagar, onde se segue a ordem normal, de modo a que o primeiro
a ser visto seja o primeiro a ser pago.
Podem considerar-se 3 tipos de cronologia: rígida, quando é diária, circunstancial, quando considera
factos de rotinas (letras, por ex.), e acidental. Quando é relativa a iniciativas ocasionais (encontro,
conferências, reuniões, etc.).
Firma X Damaia
FirmaX Coimbra
Firma X Braga
Firma X Aveiro
Clientes
Alves & CA……
Manual de Arquivo
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Formadora Marta Nascimento
Abril de 09
Neste ultimo caso, atende-se frequentemente às horas e até aos minutos
Ex: 9 horas do dia 18 de Julho de 1996 96 / 07 / 18 / 09
12 “ “ “ 18 “ “ “ “ 96 / 07 / 18 / 12
15 “ “ “ 18 “ “ “ “ 96 / 07 / 18 / 15
Se não atender as horas/minutos, terá que ser forçosamente combinado com outro método, uma vez
que, dentro do mesmo dia há que ordenar numérica ou alfabeticamente os documentos.
A classificação cronológica pode também aparecer como 2ª classificação (no arquivo de processos
individuais, por exemplo, depois de uma primeira classificação numérica, por ordem de entrada, ou
alfabética, por nomes).
Manual de Arquivo
38
Formadora Marta Nascimento
Abril de 09
3. Ficheiros electrónicos e base de dados
O principal contributo trazido pela informática ao arquivo electrónico é constituído pelos ficheiros e
base de dados.
Os ficheiros electrónicos são ficheiros informatizados que permitem o acesso quase instantâneo a
informação, podendo facultar simultaneamente a sua confidencialidade através de códigos especiais
ou “chaves” de acesso.
A base de dados é um conjunto organizado de informação, exaustivo e não redundante, gerido por
um programa que define o acesso à informação, a sua utilização e a interacção com o utilizador.
Microfilmagem
Trata-se basicamente de um sistema de microfotografia, permitindo a obtenção de fotogramas, ou
seja, micro-reproduções de documentos (comerciais, técnicos, históricos, etc.), que podem ser lidas
através de leitores.
Exige equipamento próprio – máquina de filmar, máquina de revelar e aparelhos de projecção /
leitura (em tamanho reduzido ou natural), e essencialmente utilizada no tratamento de volumes de
documentação consideráveis (em arquivos gerais de grandes organizações ou instituições, nos jornais,
na banca, etc.).
Quais as principais vantagens do microfilme?
Dimensões e peso diminutos, possibilitando o armazenamento num volume e espaços extremamente
reduzidos;
Uniformização dos arquivos, uma vez que as películas são standardizadas;
Impossibilidade de alteração da ordem sequencial;
Consulta de obras raras ou de grande valor sem necessidade de manuseio, evitando assim a
deterioração;
Busca rápida de informação;
Reprodução fácil e exacta de documentos, facultando a criação de duplicados (sem se ficar portanto
sujeito a um original) e a descentralização da informação;
Economia no envio de grandes volumes de documentos;
Possibilidade de aplicação no campo da informática.
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39
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Abril de 09
Quais as principais aplicações?
Aplicações de ordem geral:
Correspondência;
Letras e cheques;
Manuais técnicos;
Ficheiros de clientes.
Aplicações de ordem especifica:
Bancos;
Seguradoras;
Jornais;
Bibliotecas;
Tribunais.
Como se processa a microfilmagem
Manual de Arquivo
40
Formadora Marta Nascimento
Abril de 09
Preparação dos Documentos
Conferencia;
Ordenação
Microfilmagem
Revelação
Inspecção da qualidade do filme
Arquivo
Dos
Documentos
Destruição
Dos
Documentos
(Expurgo)
Montagem
Indexação
Dos
Jackets
Indexação das Bobines
Bobine
Original
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  • 1. Manual de Arquivo 1 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 INTRODUÇÃO - DOCUMENTO E NORMALIZAÇÃO.....................................................................................................2 1. O DOCUMENTO NA EMPRESA............................................................................................................................2 1.1. Noção de documento .................................................................................................................................2 2. NORMALIZAÇÃO................................................................................................................................................3 2.1. Conceito de normalização...........................................................................................................................3 2.2. Tipos de normas.........................................................................................................................................3 2.2.1. Internacionais......................................................................................................................................................3 2.2.2. Nacionais.............................................................................................................................................................3 2.2.3. Particulares..........................................................................................................................................................3 2.3. Aplicação da normalização.........................................................................................................................3 2.4. Normas Portuguesas..................................................................................................................................4 3. IMPRESSOS E MINUTAS......................................................................................................................................5 3.1. Vantagens dos impressos ...........................................................................................................................6 2.2. Estrutura do impresso ................................................................................................................................6 O ARQUIVO E A INFORMAÇÃO .................................................................................................................................7 1. O ARQUIVO – CONCEITO ..........................................................................................................................................7 1.1. Arquivo e arquivos......................................................................................................................................7 1.2 O arquivo da empresa .................................................................................................................................7 2. CLASSIFICAÇÃO DOS ARQUIVOS ..................................................................................................................................8 2.1. Forma de organização dos arquivos............................................................................................................8 2.2. Frequência de consulta...............................................................................................................................8 2.3. Posição dos documentos ............................................................................................................................9 2.4. Nível de informatização............................................................................................................................10 3. FUNÇÕES DO ARQUIVO ..........................................................................................................................................10 4. FICHAS ..............................................................................................................................................................12 4.1. Conceito de ficha......................................................................................................................................12 4.2 Tipos de fichas...........................................................................................................................................12 5. FICHEIROS ..........................................................................................................................................................13 5.1. Conceito de ficheiro..................................................................................................................................13 5.2. Tipos de ficheiros......................................................................................................................................13 6. A ORGANIZAÇÃO E EFICÁCIA DO ARQUIVO...................................................................................................................14 6.1. Informação arquivo e actividade empresarial ...........................................................................................14 6.2. Circuitos administrativos ..........................................................................................................................14 6.3. Eficácia do arquivo...................................................................................................................................14 A PLANIFICAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO DO ARQUIVO................................................................................................16 1. AS CONDICIONANTES ERGONÓMICAS.........................................................................................................................16 2. LOCALIZAÇÃO E INSTALAÇÃO ...................................................................................................................................17 2.1. A instalação .............................................................................................................................................17 2.2. Iluminação, ventilação e eliminação de ruídos ..........................................................................................18 3. EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS................................................................................................................................18 3.1. Estantes e Armários..................................................................................................................................18 3.2. Pastas, Arquivadores e Classificadores......................................................................................................19 3.3. Separadores e Guias.................................................................................................................................20 3.4. Ficheiros...................................................................................................................................................20 4. CONSERVAÇÃO, MANUTENÇÃO E EXPURGO................................................................................................................20 4.1. Prazos de Conservação.............................................................................................................................21 4.2. Actualizações e expurgo ...........................................................................................................................21 5. SEGURANÇA........................................................................................................................................................22 SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO, CODIFICAÇÃO E ORDENAÇÃO ................................................................................23 1. CLASSIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO ...........................................................................................................................23 1.1. Classificação ............................................................................................................................................23 1.2. Codificação ..............................................................................................................................................24 1.2.1 Tipos de Símbolos ...............................................................................................................................................24 1.2.2. Significação dos símbolos ...................................................................................................................................25 1.2.3. Os códigos por conjuntos ou agrupados..............................................................................................................25 1.2.4. A classificação decimal de Dewey .......................................................................................................................26 2. ORDENAÇÃO.......................................................................................................................................................28 2.1. Ordenação alfabética...............................................................................................................................28 2.1.1. Vantagens e desvantagens .................................................................................................................................28 2.1.2. Critérios de ordenação alfabética .......................................................................................................................29 2.1.3. Regras de Ordenação Alfabética.........................................................................................................................30 2. 2. Classificação numérica ............................................................................................................................34 2.3. Classificação ideológica............................................................................................................................35 2.4. Classificações geográfica..........................................................................................................................35 2.5. Classificações Cronológica........................................................................................................................36 3. FICHEIROS ELECTRÓNICOS E BASE DE DADOS ................................................................................................................38 Microfilmagem...............................................................................................................................................38
  • 2. Manual de Arquivo 2 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Introdução - Documento e normalização 1. O DOCUMENTO NA EMPRESA Dado que a empresa representa através de documentos os factos relativos à sua actividade, estes constituem a sua memória e um facto importante para a eficiência e eficácia dos seus serviços. 1.1. Noção de documento Um documento é um objecto que reproduz ou representa um facto uma coisa ou uma pessoa, podendo servir de meio de prova ou de confirmação de um acontecimento, situação ou ocorrência, habitualmente escrito, podendo, contudo, assumir outro suporte material além do papel. O documento tem essencialmente duas funções:  A de representação de um facto ou situação  A de conservação Destas funções resulta a seguinte classificação: Documentos de Posição: Objectivo de conservar ideias ou informações, o documento funciona como fonte de informação. Ex: registo de um hotel, contas correntes. Circulação ou transmissão: Servem para fazer circular as ideias ou informações, o documento é veículo de transporte. Ex: factura, letra.
  • 3. Manual de Arquivo 3 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 2. NORMALIZAÇÃO 2.1. Conceito de normalização A aplicação generalizada das novas tecnologias e a multiplicação de contactos a nível internacional tornaram necessário uniformizar critérios e padrões, estabelecendo regulamentos ou normas que simultaneamente facilitem as comunicações e simplifiquem a organização do trabalho A existência, a observância e o cumprimento de normas contribui de forma decisiva para uma melhor vivência facilitando a comunicação, orientando os comportamentos, etc. As normas são assim conjuntos de regras respeitantes aos vários sectores de uma sociedade organizada podendo ser internacionais, nacionais ou particulares. 2.2. Tipos de normas  INTERNACIONAIS  NACIONAIS  PARTICULARES 2.2.1. Internacionais Elaboradas por um organismo internacional. Estabelecem uniformização de normas, estipulando formatos, dimensões e pesos. 2.2.2. Nacionais Elaboradas dentro de cada país. Definem orientações com vista à uniformização de procedimentos e sempre que possível de acordo com as normas internacionais. 2.2.3. Particulares Encontram-se dentro de cada organização, para funcionamento interno. 2.3. Aplicação da normalização A normalização abrange as normas cujo cumprimento é obrigatório e as que funcionam como simples orientação da actividade humana e estendendo-se a todas as áreas:  Aos sectores básicos da economia: Agricultura (fruta de tamanho normalizado); pesca (malhas das redes, …), comércio (código de barras, ...), indústria (ferramentas, moldes, …).
  • 4. Manual de Arquivo 4 Formadora Marta Nascimento Abril de 09  Aos serviços: banca (cartões de crédito, …), seguros (carta verde, …), transportes (documentação, …), administração (numeração progressiva dos tamanhos de papel), …  Aos sistemas e suportes da comunicação e das telecomunicações: (correspondência (códigos postais, …), telefone (indicativos, …). No arquivo, a normalização é particularmente importante, não só no que se refere à dimensão dos equipamentos e acessórios, mas sobretudos aos documentos a arquivar. 2.4. Normas Portuguesas As normas portuguesas começaram a ser estabelecidas a partir de 1960, havendo interesse em conhecer as que se aplicam mais directamente ao sector de serviços. NP1 – “Normas Portuguesas – Designação e Numeração” NP4 – “Papel – Aplicação dos formatos da série A” NP5 – “Ofício ou Carta – Formato A4 (Primeira Página) NP5 – “Ofício ou Carta – Formato A4 (Página de Continuação) NP7 – “Sobrescritos e Bolsas – Formatos” NP8 – “Ofício ou carta – Formato A5” NP9 – “Escrita dos Números” NP10 – “Fichas e Ficheiros – Formatos” NP17 – “Formatos dos Papeis” NP20 – “Sobrescrito – Carta – Formato A4” NP24 – Caixas, Pastas e Capas de Arquivo” NP37 – “Arredondamento dos valores numéricos” NP72 – “Unidade de medida” NP79 – “Arredondamento de Números Ligados” NP112 – “Fotocópias – Formatos” NP113 – “Numeração Progressiva das Secções de um Documento” NP139 – “publicações periódicas – Abreviaturas dos Títulos” NP 154 – “Símbolos das grandezas e das Unidades de Medida” NP303 – “Microcópias – Terminologia e Definições” NP950 – “Tratamento da Informação – Escrita Numérica das datas” NP951 – “Numeração das Semanas do Ano”
  • 5. Manual de Arquivo 5 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Formatos do papel SÉRIE A SÉRIE B SÉRIE C (cm) A5 = 14.8 x 21 B5 = 17.6 x 25 C5 = 16.2 x 22.9 A4 = 21 x 29.7 B4 = 25 x 35.3 C4 = 22.9 x 32.4 A3 = 29.7 x 42 B3 = 35.3 x 50 C3 = 32.4 x 45.8 A2 = 42 x 59.4 B2 = 50 x 70.7 C2 = 45.8 x 64.8 Formatos dos envelopes mais conhecidos ENVELOPE DIMENSÃO (cm) C6 11,4 x 16,2 DL – Invólucro de Dimensão Longa 11,0 x 22,0 CN – Invólucro para cheque normalizado 11,0 x 16,8 DP – Invólucro de dimensão postal 12,0 x 17,6 A escrita dos números e importâncias Os números devem ser escritos em grupos de 3 algarismos a partir das unidades, quer para a esquerda (parte inteira), quer para a direita (parte decimal), deixando-se um espaço entre cada grupo, excepto quando se trate exclusivamente de números inteiros ou decimais formados por 4 ou menos algarismos. Apenas se devem usar sinais gráficos (ponto ou vírgula) para separar a parte inteira da parte decimal. 3897 (e não 3 897) excepção à regra 389, 732 390 987 e não 390987 A escrita das datas As datas devem ser redigidas indicando separadamente o ano, o mês e o dia da seguinte forma: 2009-04-13 Ano Mês Dia 3. IMPRESSOS E MINUTAS Como consequência directa da necessidade de normalizar, rentabilizar e dinamizar os serviços, qualquer organismo ou empresa se serve cada vez mais de impressos e minutas, esquematizados e formatados de acordo com normas internacionais ou com as necessidades pontuais de informação. Para além de elementos identificativos, apresentam, de forma organizada e graficamente estudada para permitir uma rápida leitura, os dados fundamentais ou o texto normalizado de uma comunicação. Proposta de trabalho Desenhe com uma régua os vários formatos de envelopes e compare-os.
  • 6. Manual de Arquivo 6 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Exemplos:  Boletim de matrícula  Modelos de IRS  Folhas de requisição  Fichas de clientes 3.1. Vantagens dos impressos  Fáceis de preencher;  Mais económicos;  Simplificam e normalizam o trabalho administrativo;  Indicam os dados que temos de recolher e como devemos inseri-los;  Reduz o tempo de execução de algumas tarefas;  Normaliza o trabalho administrativo;  Evita esquecimentos ou repetição de informação;  Permite preencher diversos documentos num só. 2.2. Estrutura do impresso  Cabeçalho  Título  Nome da empresa  Data  Corpo  Identificação  As mais variadas informações  Final  Data  Assinaturas  Vistos Ficha de Trabalho 1. Explique brevemente o que é um documento e como é que este se pode classificar. 2. Enumere as características de um impresso e as condições que este deve reunir. 3. Corrija a apresentação das datas e números, de acordo com a NP-9: Até 13.04.2009 tivemos 139.237 encomendas, 5 123 das quais ainda não estão pagas, o que equivale a um prejuízo de 15 mil e 300 Euros. 4. Reduza a caracteres numéricos: a) Quinhentos e seis mil e cinco b) Três milhões setecentos e um mil e novecentos c) Um de Julho de dois mil e quatro. 5. Redija correctamente a data actual. Nota: Na parte final os impressos da administração pública, em rodapé, contêm normalmente referência a: Códigos (modelos, …) Data de tiragem Volume de tiragem Preço (pode vir no rodapé)
  • 7. Manual de Arquivo 7 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 O arquivo e a informação 1. O arquivo – conceito As empresas têm necessidade de recolher ordenadamente os documentos que contém registos de dados e informações de interesse, garantindo a sua conservação e assegurando despacho dos pedidos de consulta provenientes dos seus diversos sectores. Essa recolha, conservação e consulta são asseguradas pelo arquivo. 1.1. Arquivo e arquivos A palavra arquivo provem do grego “archeion”, que designava o lugar onde os magistrados da Atenas guardavam os documentos de maior interesse para o estado. Hoje em dia, tem várias acepções:  Organismo publico (ele trabalha no arquivo municipal do porto)  local, edifício, sala (vai-se colocar uma fotocopiadora no arquivo)  Estante, móvel, mobiliário (esse processo encontra-se no arquivo 5)  Sector, serviço (ela trabalha no arquivo)  Trabalho, tipo de actividade (vou fazer o arquivo da correspondência)  Conjunto de documentos arquivados. Quais os principais arquivos públicos?  Tombos (arquivos centrais para onde são transferidos os documentos do estado e das autarquias – torre do tombo)  Arquivos dos ministérios, alguns dos quais históricos (A. Histórico militar, A. Geral da marinha, A. Casa da moeda, A. Imprensa nacional, A. Tribunal de contas, etc.)  Arquivos distritais e municipais (Lisboa, Porto, Coimbra, …)  Arquivos particulares (Misericórdias, hospitais, igrejas…) 1.2 O arquivo da empresa Em termos empresariais, o arquivo designa basicamente: a) O conjunto de tarefas que a nível individual, de grupo ou de sector, assegura a organização sistematizada da informação/ documentação, a sua conservação e o seu acesso a consulta;
  • 8. Manual de Arquivo 8 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Classificação dos arquivos Organização:  Centralizados  Descentralizados  Dirigidos Frequência de Consulta:  Activos  Semi-Activos  Inactivos Posição dos documentos:  Horizontais  Verticais  Suspensos  Rotativos Nível de Informatização:  Não informatizados  Parcialmente informatizados  Totalmente informatizados b) O conjunto de documentos reservados que são conservados pela empresa segundo métodos de classificação e durante períodos de tempo pré-determinados pela lei ou pelas suas conveniências; c) O local onde estes documentos são conservados. 2. Classificação dos arquivos Os arquivos são normalmente classificados quanto à forma de organização, à frequência de consulta, à posição dos documentos e ao grau de informatização. 2.1. Forma de organização dos arquivos  Centralizados Nas pequenas e médias empresas, o arquivo encontra-se habitualmente centralizado no único sector e é comum aos vários serviços. Todos os documentos são dirigidos para classificação a um gabinete/órgão/funcionário especializado, que além de receber, registar, distribuir e expedir o correio, organiza e conserva a documentação.  Descentralizados Nas grandes empresas, cada sector/pessoa tem em principio a possibilidade de ter o seu arquivo próprio, havendo ou não duplicados ou acesso informático por outros sectores ou pela administração. Embora com algumas vantagens, este método exige para o seu bom funcionamento:  A existência de um regulamento interno bem detalhado que defina claramente as normas de funcionamento do arquivo  A definição da responsabilidade de cada funcionário  Dirigidos ou mistos Há por vezes vantagens em combinar os dois sistemas anteriores, centralizando a coordenação e fiscalização do sistema geral e descentralizando a informação específica de cada departamento/ sector. 2.2. Frequência de consulta  Activos São constituídos por documentos recentes relativos a assuntos em curso e de que se prevê a necessidade de consulta frequente.  Semi-activos
  • 9. Manual de Arquivo 9 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Reúnem os documentos com baixo índice de consulta, ou de consulta periódica.  Inactivos ou mortos Contêm documentação que por razoes de ordem fiscal, jurídica, ou histórica deve ser conservada, sendo a sua consulta feita apenas em casos especiais. 2.3. Posição dos documentos  Horizontais Os documentos são arquivados horizontalmente uns a seguir aos outros, em estantes ou armários com prateleiras.  Verticais Neste sistema, os documentos são colocados verticalmente uns após os outros. Usa-se para volumes encadernados dossiers e caixa de cartão, vídeos, etc.  Suspensos Toda a documentação é colocada em pastas ou bolsas de papel kraft continuo, dobrado em forma de fole, suspensas pela parte superior e em classificadores que deslizem numa estrutura metálica. As pastas podem apresentar visibilidade superior lateral, ao encontrarem-se colocadas em gavetas. São muito usados para arquivo dos processos.
  • 10. Manual de Arquivo 10 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Funções do Arquivo:  Recolher  Seleccionar  Classificar  Conservar  Rotativos Os documentos são presos a um sistema que roda em torno de um eixo (vertical ou horizontal). Pode ser combinado com o arquivo suspenso, sendo neste caso normalmente guardado em armário próprio. 2.4. Nível de informatização  Não informatizados ou tradicionais  Parcial ou totalmente informatizados  Totalmente informatizados A informação chega hoje em dia a uma organização vinculada de formas muito variadas: correio normal, correio electrónico, telecopia, imagens em vídeo ou fixas, anotações ou mensagens áudio, etc. Há assim tendência para fazer o arquivo tradicional dos documentos em papel e o arquivo electrónico da restante documentação. No entanto, os dois sistemas interpenetram-se, dependendo a sua utilização da dimensão da empresa e do seu sistema de trabalho (ver ponto 5- o arquivo electrónico e a micro filmagem). 3. Funções do arquivo Vimos já que as funções básicas do arquivo consistem na recolha, conservação e criação de condições de segurança e fácil consulta dos documentos. Compete assim ao arquivista:  Seleccionar a documentação recebida e emitida. E necessário saber fazer a tiragem correcta dos inúmeros documentos que diariamente chegam à empresa, separando os realmente necessitam de ser arquivados.  Dar entrada, registar e classificar/codificar/sinalizar os documentos a arquivar. O registo e feito de forma cronológica e a classificação segundo critérios predefinidos. A classificação exige atenção,
  • 11. Manual de Arquivo 11 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 reflexão e disciplina, sobretudo na codificação dos documentos, que consiste na sua identificação através de um conjunto de símbolos predeterminados  Ordenar e arquivar os documentos, de forma a facilitar a sua busca e garantir a sua preservação.  Conservar os documentos, guardando-os em locais adequados, de forma a permitir simultaneamente a sua segurança e o seu fácil acesso para consulta.  Actualizar e expurgar o arquivo, reorganizando-os e libertando-o de elementos ultrapassados ou desnecessários, de acordo com os prazos estipulados na lei (cinco ou dez anos, conforme a sua natureza) e/ou os interesses da empresa.  Zelar pela reimpressão do arquivo
  • 12. Manual de Arquivo 12 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 4. Fichas 4.1. Conceito de ficha As fichas são documentos de formato e disposição gráfica normalizado contendo informações organizadas e sistematizadas que permitem uma grande facilidade de utilização e consulta. Para além da variedade de dimensões, material e estruturação as fichas classificam-se quanto à possibilidade de actualização, e quanto à sua forma de detecção e localização. Ditar conceito de ficha 4.2 Tipos de fichas  Estatísticas As que contem elementos que não se destinam em princípio a sofrer alterações (por ex., fichas de biblioteca)  Dinâmicas As que são susceptíveis de permanente actualização (por ex. Fichas de armazém).  “Cegas” As que se colocam sobrepostas ou umas atrás das outras, ficando visível apenas a primeira.  Parcialmente Visíveis As que permitem a visibilidade do titulo e / ou outros elementos importantes que são necessários destacar  Com sinalizadores As que são acompanhadas de separadores, indicativos/ Sinalizadores/cavaleiros, incorporados ou não nas próprias fichas (Alfabéticos, numéricos, por assuntos, etc.)
  • 13. Manual de Arquivo 13 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 5. Ficheiros 5.1. Conceito de ficheiro É um conjunto de fichas com o mesmo formato e o mesmo tipo de informação, colocadas numa ordem previamente determinada em caixa, gaveta ou móvel próprio. 5.2. Tipos de ficheiros  Horizontais - Com as fichas em posição horizontal  Verticais - Com as fichas em posição vertical  De consulta directa  Remissíveis Remetendo para outros com informações mais pormenorizadas  Tradicionais  Informatizados
  • 14. Manual de Arquivo 14 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 6. A organização e eficácia do arquivo 6.1. Informação arquivo e actividade empresarial Para o bom funcionamento de qualquer organização e essencial reunir em arquivo a documentação e a informação necessária e/ou útil, enviada e recebida, criando assim um centro de consulta e fornecimento de informações. Esta necessidade e tanto mais premente quanto maior for a organização, porque haverá um maior perigo de desconhecimento de informação importante, perda de tempo na procura, ou ate extravio de documentação, o que se traduz na desorganização dos serviços administrativos que afectara toda a Empresa. A gestão eficaz e eficiente da informação passa assim pela organização adequada do arquivo, onde a electrónica tem vindo a desempenhar um papel cada vez mais relevante. 6.2. Circuitos administrativos Associado ao arquivo encontra-se o circuito de entrada e saída de documentos. Em princípio, os documentos sob a responsabilidade do arquivo constituem processos, não devendo por essa razão ser consultados separadamente. Cada utente deverá assim solicitar o processo completo para consulta. Quem utiliza o arquivo é responsável pelos processos/ documentos que solicita, e deve rubricar a ficha de controlo quando os levanta. Se os entregar a qualquer outra pessoa sem dar conhecimento ao arquivo continuará a ser responsável. A documentação saída deverá ficar na posse do utilizador o tempo estritamente necessário para o tratamento do assunto em causa, devendo ser estabelecido um tempo máximo para devolução ( 30 dias, por ex.). É também necessário estabelecer um sistema rápido e de fácil visualização, e que permita ao arquivista detectar os processos em falta ( por ex, fichas de saída com cavaleiros). 6.3. Eficácia do arquivo A eficácia do arquivo é medida basicamente:  Pela rapidez e segurança com que os processos chegam às mãos dos requisitantes;  Pela frequência com que são feitos os pedidos Quais os índices dessa eficácia?
  • 15. Manual de Arquivo 15 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 O movimento do arquivo, que se define pela relação entre o número de documentos requisitados por ano e o número de documentos arquivados: N. de documentos requisitados/ ano N. de documentos arquivados Se o resultado atingir o 10 % pode considerar-se satisfatório; abaixo deste índice, revela a existência de material inútil que está a sobrecarregar o arquivo. A organização do arquivo, que é encontrada, confrontando o numero de documentos procurados com o numero de documentos não encontrados: N. de documentos não encontrados N. de documentos procurados Até 0,3%, pode-se considerar razoável a organização; acima deste valor, há que rever o sistema. Ficha de trabalho Estabeleça brevemente 1. Os conceitos de: a) Arquivologia b) Arquivo empresarial c) Fichas e ficheiros d) Circuito administrativo e) Eficácia do arquivo 2. As finalidades básicas do arquivo. 3. As razões por que se devem conservar os documentos . 4. A classificação dos arquivos. 5. Os principais arquivos públicos. 6. As funções do arquivista.
  • 16. Manual de Arquivo 16 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 A planificação e a organização do arquivo A organização do arquivo esta directamente ligada a dimensão da empresa; à sua actividade e ao seu sistema de trabalho. Assim o planeamento e a organização ao arquivo devem ser feitos equacionando:  O numero de utilizadores e o pessoal disponível;  O volume da documentação e o tipo de utilização previsível (permanente, frequente ou esporádica);  O espaço físico e a localização estratégica. 1. As condicionantes ergonómicas De uma forma genérica podemos dizer que o arquivo deve ser funcional e eficaz, obedecendo aos requisitos seguintes:  Ser instalado em local amplo, arejado, com pouca humidade, a uma temperatura adequada e constante, com iluminação que facilite a busca e a consulta;  Estar “à mão” e ser acessível sem prejuízo da preservação e segurança dos documentos;  Ter custo reduzido;  Apresentar um aspecto agradável e decorativo . Quais as principais regras a observar?  O custo do arquivo de um documento (bem como da sua procura) deve ser inferior ao custo da sua falta ou substituição;  A organização deve ser feita por classes de documentos segundo regras claras pré-definidas, prevendo a sua extensão e reclassificação futuras;  Deve conservar-se apenas o indispensável e durante o tempo exigindo pela lei (prazos de conservação e prescrições) ou pelos interesses da empresa.
  • 17. Manual de Arquivo 17 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Convém assim determinar: A adequação do local aos fins a que se destina  A escolha do equipamento e a sua disposição e agrupamento ergonómicos:  As medidas de protecção contra problemas naturais e riscos de segurança;  As normas de arquivo, acesso, consulta e circuitos administrativos. 2. Localização e instalação Até há relativamente pouco tempo era habitual reservar para o arquivo os espaços e instalações “excedentes”, ou que não serviam para outra coisa (arrumos, anexos, caves, sótãos, corredores, etc.). Hoje compreende-se que é importante que a localização seja estratégica e que a instalação obedeça a critérios de racionalidade cuidadosamente definidos que determinam o grau de eficiência e eficácia da utilização do arquivo, pelo que se deve ter fundamentalmente em conta.  O grau de centralização/descentralização do arquivo;  O nível de informatização;  O tipo e frequência da utilização prevista;  A ergonomia e a operacionalidade. Estes factores inter-condicionam-se:  Nas pequenas e médias empresas, o arquivo encontra-se normalmente centralizada numa única divisão, que serve todos os sectores; nas grandes empresas, cada sector tende a ter um arquivo próprio recorrendo frequentemente à informatização para centralizar a informação e possibilitar a consulta inter-arquivos.  O nível da informatização depende por sua vez do grau de centralização ou descentralização ao arquivo, do volume de informação e documentação a tratar, da existência de equipamento e pessoal especializado e do sistema de trabalho da própria empresa;  A localização e instalação dependem também da frequência da consulta e do tacto desta se processar habitualmente no arquivo ou ser feita noutro local  Há que ter igualmente em conta a economia de tempo e esforço na busca e procura, a fluidez dos circuitos administrativos e a funcionalidade global do sistema. 2.1. A instalação
  • 18. Manual de Arquivo 18 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Na instalação deve-se considerar:  A iluminação, ventilação e eliminação de ruídos;  A escolha de equipamentos e acessórios;  As medidas de conservação, manutenção e segurança. 2.2. Iluminação, ventilação e eliminação de ruídos A iluminação deve ser cuidadosamente estudada, para eliminar reflexos ou cintilações, com possível gradação ou regulação e ecrans dotados de filtros protectores, recorrendo-se se necessário a consulta de um técnico em luminotecnia. A ventilação, grau de humidade e temperatura devem ser apropriados a conservação dos documentos (caixa de ar, ventilação natural, ar condicionado, etc). A eliminação dos ruídos pode ser feita através de insonorização de paredes e soalhos, colocação de vidros duplos, etc. 3. Equipamentos e Acessórios O acondicionamento é importante na conservação e utilização funcional do arquivo. Daí a necessidade de escolher equipamento sólido, em material adequado, bem dimensionado relativamente aos fins a que se destina, apropriado a distribuição ergonómica e a futura extensão do arquivo (módulos em encastráveis, empilháveis ou extensíveis, gavetas de tamanho padronizado e providas de rolamentos de esferas, etc). Para se poder fazer a melhor escolha, de acordo com as condicionantes já referidas é necessário conhecer os modelos e características dos elementos do sistema disponíveis no mercado: equipamento (peça ou peças que irão conter o arquivo, estantes, armários, ficheiros, etc) e acessórios (materiais auxiliares – fichas, guias, dispositivos de intercalação etc.) 3.1. Estantes e Armários Os dossiers são habitualmente colocados (protegidos ou não por caixas próprias) estantes (abertas ou de vitrine) ou armários, cujas dimensões dependem naturalmente do espaço disponível e do volume das pastas arquivar, devendo constituir um conjunto harmónico entre si (do mesmo material e cor, formando módulos, etc.). e relativamente ao restante mobiliário. A sua disposição deve ser tão ergonómica quanto possível (distâncias, alturas de prateleiras, etc.), devendo dar-se particular atenção a distribuição dos dossiers,
  • 19. Manual de Arquivo 19 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 de forma a seguir uma ordem lógica ou cronológica, colocando os de consulta mais frequente nos locais que exijam menor deslocação ou esforço do utilizador. 3.2. Pastas, Arquivadores e Classificadores A documentação a ser arquivada é colocada em pastas, a que também se da o nome de classificadores, arquivadores ou dossiers e cujos formatos, larguras de lombada e dispositivos de fixação são normalizados. De que depende a sua escolha?  Da utilização prevista Quando destinados a simples consulta, em que não é em princípio necessário (ou ate nem convêm) retirar qualquer elemento, podem (e por vezes devem) ser utilizadas pastas ou dossiers que obriguem a retirada ao conjunto para o acesso a um documento. Se pelo contrário se destinam à elaboração de trabalhos ou arquivo vivo, devem ser providos de argolas, estar suspensas ou introduzidas noutro sistema que possibilite a introdução ou retirada dos documentos ou a sua troca de posição. As pastas suspensas, alem da economia de espaço que representam facilitam e tornam mais rápida a sua localização. A qualidade do material e a necessidade de protecção especial (caixas próprias, material plástico, acetados, etc, são determinados pela importância dos documentos, pela frequência da sua consulta ou manuseio e pela utilização exclusiva em gabinete ou no exterior. De qualquer forma, os documentos importantes não devem ser furados, clipados ou agrafados directamente, mas inseridos em bolsas individuais transparentes ou organizados em processos (dentro de pastas próprias, reunidos com baguettes etc.)  Do volume e dimensão dos documentos A maior parte das pastas corresponde ao formato A4, embora haja modelos para outros formatos especialmente A3 e A5. O volume determina por sua vez a largura da lombada, que oscila entre um ou dois mm para pastas individuais ou pequenos processos e oito a dez cm para grandes volumes. Convêm assim escolher o formato e o tamanho das pastas, de forma a rentabilizar o espaço, respeitar a estética e dar um aspecto tanto quanto possível uniforme e organizado ao conjunto, sem prejuízo dos elementos distintivos facilitadores da procura e consulta. Usam-se por vezes cores diferentes (da pasta, da lombada, da etiqueta, aos sinalizadores, etc.) para cada assunto, tipo de
  • 20. Manual de Arquivo 20 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 arquivo ou departamento, o que permite rápida localização e a detecção de dossiers fora do lugar. 3.3. Separadores e Guias Para facilitar a localização rápida usam-se dispositivos de intercalação ou separadores e guias. As guias móveis têm tiras de inserção de metal ou de plástico (cavaleiros), enquanto as imóveis apresentam saliências que servem de índices de consulta (pestanas). 3.4. Ficheiros O seu tamanho, dimensões e estruturas dependem do tipo de fichas que se destinam a conter. Entre os vários tipos de ficheiros (horizontais, verticais, suspensos ou rotativos), há que escolher os que melhor se adaptem as finalidades a que se destinam. No centro de saúde, por exemplo, em que a documentação dos doentes se encontra reunida em processos mantidos nos serviços administrativos e é facultada aos gabinetes médicos para consulta, é de toda a conveniência a utilização de ficheiros rotativos suspensos em armários fechados, que armazenam um grande numero de pastas suspensas, facilitam a busca e permitem manter a confidencialidade dos registos. Como regra geral, devem ser escolhidos ficheiros que permitam uma arrumação rápida e uma localização fácil. 4. Conservação, Manutenção e Expurgo Para além das condicionantes ergonómicas já estudadas – manutenção de uma temperatura, grau de humidade e ventilação adequados a conservação dos documentos – há que estabelecer medidas de profilaxia e remedeio dos problemas naturais:  Tratamento anti-fungos de paredes e soalho;  Pintura anticorrosiva de móveis metálicos;
  • 21. Manual de Arquivo 21 Formadora Marta Nascimento Abril de 09  Limpeza e desinfecção periódicas;  Utilização de ecrãs protectores (filtros, persianas, transparentes, etc.)  Instalação de ventiladores, desumidificadores ou ar condicionado . 4.1. Prazos de Conservação O prazo de conservação de um documento é o período que deve decorrer deste a data em que e elaborado ate à data em que vai ser destruído. Este prazo e normalmente fixado em anos, havendo a considerar:  Os prazos de conservação funcional, fixados pela própria empresa, de acordo com o interesse que para ela representa a informação neles contida, e que raramente ultrapassam o prazo legal.  Os prazos de conservação (retenção) legal, que são fixados pela legislação (habitualmente de 5 ou 10 anos, conforme a natureza do documento). Nos termos do Código Comercial, “todo o comerciante é obriga do a arquivar a correspondência e telegramas que receber, os documentos que provarem pagamentos e os livros da sua escrituração mercantil, devendo conservar tudo pelo espaço de 10 anos” (art. 40º). Tratando-se de uma sociedade, o prazo termina 5 anos depois da liquidação. Para efeitos fiscais, o prazo de conservação da escrita é de 5 anos (art. 134 do Código da Contribuição Industrial, art. 52º do Imposto sobre o valor Acrescendo). 4.2. Actualizações e expurgo A actualização da informação e a destruição (expurgo) dos documentos são hoje mais do que nunca uma necessidade, para evitar erros, e acumulação desnecessária e contraproducente de documentos. Torna-se assim essencial rever e actualizar periodicamente os arquivos. Como se deve processar a actualização?  Transferindo do arquivo activo para o semi-activo os documentos que deixaram de ter interesse imediato.  Guardando no arquivo “morto” os documentos que, embora sem previsão de consulta, continuam a ter interesse para a empresa.  Libertando o arquivo de documentação ultrapassada, e de informação que deixou de ser necessária, pertinente ou mesmo correcta (preços antigos, impressos e minutas que foram reformulados, etc.)
  • 22. Manual de Arquivo 22 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 5. Segurança Para além das medidas preventivas a ter em conta na instalação – equipamento anticombustível, extintores, automáticos, sinalização de alarme, etc. - , há que fazer a previsão de risco relativamente a deterioração, destruição, extravio ou roubo. Como aumentar a segurança do arquivo?  Estabelecendo normas de acesso e utilização, de manuseio e consulta de documentos confidenciais, obras raras ou facilmente deterioráveis, (com recurso a acetatos de protecção, duplicados, microfilmagem, etc.)  Proibição de fumo no local.  Introduzindo dispositivos de retenção de fichas e documentos, e utilizando cofres e fechos especiais. A segurança no arquivo informático  No arquivo informático, há já vários sistemas de segurança:  Códigos de identificação (Códigos Pin e User-ID, por ex.) a palavras-chaves de acesso (“passwords”);  Bloqueio da entrada após um numero pré-determinado de tentativas;  Protecção anti-vírus;  Organização de duplicados para o caso de falha no sistema (“backups”). Ficha de trabalho 1. Na Empresa W, instalada numa rua de grande movimento e ruído, num edifício antigo com problemas de instalação eléctrica, infiltração de humidade e poeiras, o arquivo encontra-se num corredor sombrio, em estantes abertas enferrujadas, onde a documentação se encontra guardada a esmo, em caixas de cartão em mau estado. Enumere as medidas a tomar para modificar este estado de coisas e recuperar e reorganizar o arquivo.
  • 23. Manual de Arquivo 23 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Sistemas de Classificação, codificação e ordenação 1. Classificação e codificação De uma forma genérica podemos dizer que a documentação é organizada por um processo segundo o qual se identificam e agrupam sistematicamente os documentos, de acordo com as suas afinidades ou características comuns, de modo a formar grupos homogéneos. Pretende-se assim:  Reunir de forma lógica os documentos e a informação  Proporcionar o seu fácil e rápido acesso sempre que necessário  Detectar com facilidade o extravio de qualquer documento O sistema de arquivo deve ser simples e útil, permitindo o seu futuro aperfeiçoamento, actualização e expansão. Para atingir estes objectivos, há que conhecer e saber utilizar racionalmente os sistemas de classificação, codificação, indexação e ordenação 1.1. Classificação Classificar é dividir o material segundo determinados critérios a fim de facilitar o seu encontro e permitir um melhor conhecimento do próprio material. Muitas vezes a classificação pressupõe a existência de caracteres distintivos que permitem diferenciar cada um dos elementos. Por exemplo, classificando determinados documentos em bancos. Os elementos dessa classe poderiam ser distinguidos pelas siglas dos bancos: BNU, CGD, etc. A este processo pode chamar-se codificação.
  • 24. Manual de Arquivo 24 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 A classificação procura as características que ligam entre si os documentos e a codificação cria-as no caso de se revelarem imperfeitas para os fins que nos propomos atingir. Quer a classificação, quer a codificação procuram atribuir uma designação, uma identificação, um “nome” a cada documentos e reagrupá-los depois em alíneas e características semelhantes A identificação do documento pode ser feita por:  Nome Do autor Do remetente Do destinatário…  Nome da coisa classificada  Assunto tratado no documento classificado  Data em que foi recebido, expedido ou redigido  Número atribuído a tudo o que é classificado A cada um destes critérios corresponde um tipo de ordenação especial:  Alfabético  Geográfico  Numérico  Por assunto ou tema (ideológico)  Cronológico Cada um dos métodos de ordenação pode aplicar-se isolado ou em coordenação com os outros. Ex: Lista telefónica, páginas amarelas. 1.2. Codificação A codificação designa os símbolos utilizados para codificar os documentos classificados. Esta une as características dos documentos encontrados na classificação. A codificação pode efectuar-se utilizando números, letras, ou mesmo a combinação de ambos. Em geral, a preferência vai para os números. 1.2.1 Tipos de Símbolos 1.2.1. Símbolos alfabéticos Vantagens  Maior número de posições: são 26 símbolos alfabéticos contra 10 numéricos.  Podem sugerir a identidade dos nomes simbolizados
  • 25. Manual de Arquivo 25 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Desvantagens  Podem ser incómodos e difíceis de ler,  Maior possibilidade de erro na codificação Símbolos numéricos  Podem ser manuseados mais facilmente;  A sua leitura a compreensão é mais imediata. Permitem identificar a posição relativa de 2 símbolos assinalando o número de termos que os separam. Ex: não é evidente que a distância entre f e p seja igual à existente entre 6 e 16 Símbolos alfanuméricos Permite, quando se tem de classificar um grande nº de termos, utilizar símbolos mais curtos do que os simples símbolos numéricos. Ex: matrículas dos carros. 1.2.2. Significação dos símbolos Os símbolos deverão exprimir clara e imediatamente as alíneas que representam. Código descrição 13020 Lâmpada de 20 watt 13025 Lâmpada de 25 watt 13100 Lâmpada de 100 watt 1.2.3. Os códigos por conjuntos ou agrupados Códigos baseados na sucessão de numeração Código estabelecido em sucessões simples de números. Ex: 1 2 3 Os códigos por conjuntos Os códigos por conjuntos fixam-se estabelecendo conjuntos de números em ordem progressiva a cada categoria de alíneas a codificar. Em cada conjunto deixam-se números livres para permitir futuros acrescentos às alíneas compreendidas na classificação correspondente. a) 1 2
  • 26. Manual de Arquivo 26 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 3 Os códigos decimais Sucessão decimal dos números Ex: 1. 1.1. 1.2. Os códigos por grupos Num código por grupos, os algarismos que o compõem são dispostos em grupos ou campos, designando cada um destes uma das classificações a que pertence a alínea codificada. Uma vez que a posição de cada algarismo ou grupo de algarismos tem um significado exacto, o número dos algarismos compreendidos em cada campo deve ser pré-estabelecido, do mesmo modo para que não sofram modificações, a sucessão dos diversos campos. A um código deste género poderiam atribuir-se os seguintes significados: Campo Posição Significado 1 1-3 Vendedor 2 4 Filial 3 5-6 Zona 4 7-10 Produto vendido Se o código assumisse esta configuração: 121 5 02 2730 - o seu significado poderia ser o seguinte: o vendedor 121, pertencente à filial 05, que opera na zona 2, efectuou uma venda do produto 2730. Os códigos em grupos são especialmente indicados para uma elaboração mecânica dos dados, pois podem ser facilmente extraídos e tabelados, qualquer que seja a classificação prevista. Podem, além disso, ser facilmente memorizados, graças ao claro significado que possuem os algarismos de acordo com a sua posição.  Exercício: Codifique os seguintes elementos Nome .................................área .....................Zona.....................Idade Carina Lemos......................Gestão .................Faro .....................40 Joana Brás ..........................Marketing .............Lagos....................30 Pedro Marques....................Eng. Civil..............Portimão...............28 André Brito..........................Economia .............Faro .....................35 Paulo Soares .......................Marketing .............Olhão...................32 Sandra Fonseca...................Gestão .................Faro .....................26 1.2.4. A classificação decimal de Dewey
  • 27. Manual de Arquivo 27 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Este sistema, também conhecido por sistema de Dewey (de Melvil Dewey, que o idealizou em 1873) ou C.D.U. – Classificação Decimal Universal –, constitui uma variante do sistema ideológico, metódico ou analítico. E sobretudo usado para arquivos de volume considerável e grande complexidade e variedade de classes (arquivos e bibliotecas municipais), sendo a sua principal aplicação, relativamente as empresas, o POC (Plano Oficial de Contabilidade). Tem por base um plano de divisão das matérias em 10 classes (de 0 a 9), cada uma das quais se pode subdividir até outras 10 subclasses e assim sucessivamente. Para a sua implementação terá obrigatoriamente que ser estabelecido um plano de arquivo elaborado de forma a considerar a limitação decimal e as necessidades futuras. Tem a vantagem de agrupar matérias ou assuntos, enquanto o numérico simples os separa. Além disso, tem uma referência prática, e fácil de aplicar e é uniforme. Este sistema pode ainda ser alargado (método decimal derivado), considerando mais do que um algarismo por grupo (normalmente com 100 posições, de 0 a 99). EXEMPLO (Plano Oficial de Contabilidade): 26 Outros devedores e credores 261 Fornecedores de imobilizado 2611 Fornecedores de imobilizado, c/c 2612 Fornecedor de imobilizado – títulos a pagar 262 Pessoal 27 Acréscimos e diferimentos  Conclusão Ao executar-se um plano de codificação procura-se promover a homogeneidade dos critérios de classificação e fazer com que a classificação corresponda aos fins para que é efectuada. Assim, na preparação deste plano torna-se necessário definir objectivos a alcançar e conhecer adequadamente quer o material a classificar, quer as técnicas de classificação. Só depois de um estudo das exigências efectivas de cada empresa é possível efectuar a escolha de um sistema de classificação satisfatória. Um dos problemas da classificação é que, muitas vezes, sente-se a necessidade de classificar os mesmos documento sob diversos aspectos. A solução passaria por efectuar a classificação sobre todos os aspectos, não fosse o dispêndio de tempo espaço e o erro da duplicação de informação. Assim, aconselha-se a adoptar o sistema mais procurado. Os códigos também têm que ser planeados. Cada vez mais, com o crescente número de informação, há a tendência de se apoiar em códigos para a classificação de dados. No decurso das operações de codificação deverá ser elaborada a sua descrição que deverá constituir o ponto de partida para futuras referências. A terminologia adoptada deverá ser sempre normalizada.
  • 28. Manual de Arquivo 28 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 2. Ordenação A ordenação dos documentos deve ser feita de acordo com um critério de classificação adequado à consulta (por nomes, ordem de entrada, datas, assuntos, áreas de vendas, etc.). Há vários sistemas de ordenação, que se podem combinar entre si:  Alfabéticos  Numéricos  Ideológicos  Alfanuméricos  Geográficos  Cronológicos 2.1. Ordenação alfabética A ordenação alfabética fundamenta-se, como o nome indica, na sucessão de letras do alfabeto. É usada, por exemplo, em ficheiros de pessoal, clientes e fornecedores, listagens, guias, etc. Este tipo de ordenação constitui a base de muitos planos de classificação pois é a técnica mais simples. Esta técnica não exclui a possibilidade de se utilizarem outras técnicas de ordenação que, por vezes, são complementos necessários. Nota: mesmo que utilizando outro sistema de ordenação, por exemplo o ideológico ou geográfico, estas categorias ordenam-se alfabeticamente. 2.1.1. Vantagens e desvantagens Vantagens  Simplicidade no plano de ordenação, pois o nome é o único elemento necessário para ordenar o material;  Familiaridade como critério de ordenação pois este é um dos mais tradicionais  Elasticidade: é sempre possível inserir novos nomes no local exacto;  Baixo custo: o material pode ser arquivado em aparelhos simples e económicos;  Possibilidade de se encontrar facilmente uma posição Desvantagens  É fácil surgirem dúvidas e cometerem-se erros. Pode acontecer que as pessoas que ordenam e as que efectuam a procura não sigam sempre os mesmos critérios;
  • 29. Manual de Arquivo 29 Formadora Marta Nascimento Abril de 09  Quanto mais o material aumenta mais frequentes são os casos de homonímia (repetição dos nomes) Uma vez que não há regulamentação vinculativa, possibilita divergências no critério de ordenação, problemas de homonímia e dificuldade de expansão. Assim, a sua utilização não pode ser “cega”, sendo necessário estabelecer regras fixas e critérios de orientação bem definidos, sobretudo relativamente à palavra de ordem, ou seja a palavra-chave que vai servir de referência para a ordenação. Na organização das turmas, por ex., considera-se habitualmente o primeiro nome e a ordenação palavra a palavra, entretanto que na lista telefónica de assinantes se usa a ordenação por apelido. 2.1.2. Critérios de ordenação alfabética Os nomes podem ordenar-se das seguintes formas Pelo primeiro nome Pelo apelido Dentro destes critérios pode ainda optar-se por uma ordenação alfabética letra-a-letra ou palavra-a-palavra. Embora o ponto de partida seja sempre o da disposição das letras no alfabeto, há que estabelecer o critério a seguir:  Nome a nome ou palavra a palavra Entre dois nomes com letras iguais, vem em primeiro lugar o que acabar primeiro (tiver menos letras) Ex.: Manuel vira antes de Manuela Os nomes designativos por uma inicial precedem qualquer outro que comece por essa inicial mas não se encontre abreviado Ex.: D. Pacheco virá antes de Dário Magalhães Se o primeiro nome for igual, faz-se a selecção de acordo com o 2º nome Ex.: Joana Maria virá antes de Joana Sofia
  • 30. Manual de Arquivo 30 Formadora Marta Nascimento Abril de 09  Letra-a-letra Os nomes consideram-se como tornando uma só palavra: Ex: Gilberto Silva vira antes de Gil Gomes. G I L B E R T O S I L V A G I L G O M E S Exemplos: Nomes Letra a letra Palavra a palavra Dr. Santos Guedes ANTONIOFONSECA António Fonseca António Fonseca JOANAJANEIRO J. Rui Gomes Joana Janeiro JRUIGOMES Joana Janeiro J. Rui Gomes MANUELFELIX Manuel Félix Manuel Félix SANTOSGUEDES Santos Guedes (Dr.)  Exercício: Ordene os seguintes nomes, pelo primeiro nome, letra-a-letra e palavra-a-palavra. Sandrine Jesus Sandro Castro André P.Pires Paulo Fonseca Marialba Foz Paul Simon Maria Luz Paulo Maria Luzia Andrade  Exercício: Faça o mesmo com os seguintes nomes A. Brás Anabela Fonseca Ana Maria Aniceto Borges A. Nóbrega Ana Bela Fonseca 2.1.3. Regras de Ordenação Alfabética Para que a ordenação alfabética seja eficiente é necessário estabelecer regras para garantir a necessária uniformidade no trabalho efectuado. Estas regras visam:  Facilitar o trabalho de entrada e procura;  Reduzir ao mínimo os casos duvidosos;  Evitar as interpretações subjectivas.
  • 31. Manual de Arquivo 31 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 A regra mais importante é utilizar sempre e sempre o mesmo critério de ordenação. Pelo primeiro nome i. Omitem-se os artigos definidos e indefinidos. Ex: Rosa Maria da Silva fica Rosa Maria Silva. Nota: omitirem-se os artigos é a opção mais comum. Com a evolução e a diversidade dos dias de hoje já se vêm também sistemas de ordenação em que estas partículas não são omitidas podendo optar-se por deixar o artigo como está ou colocando-o entre parêntesis. No entanto, estes artigos nunca são considerados na alfabetação bem como outros como “e”. ii. Consideram-se as abreviaturas e os números como escritos por extenso Stª Maria Santa Maria Mª Jesus Maria Jesus iii. Os títulos são colocados entre parêntesis no final do nome e não são considerados na ordenação Dr. Fernando Barros Barros, Fernado (Dr) Arqº Tomás Silveira Silveira, Tomás (Arqº) Engº Pedro Varela Varela, Pedro (Engº) Nota: todas estas regras também são aplicadas na ordenação por apelido Por apelido i. O apelido surge em primeiro lugar com uma vírgula seguido dos restantes nomes pela sua ordem natural. Aníbal Barbosa Barbosa, Aníbal João Carlos Correia Correia, João Carlos No caso de mais do que um apelido, é o ultimo que se considera (excepto quando formam nomes compostos) Ex.: |António Albino Ribeiro Soberano |Soberano, António Albino Ribeiro mas |Ana Maria São Vicente |São Vicente, Ana Maria Sendo o último apelido igual, é a palavra seguinte que estabelece a ordem a seguir (nome próprio e depois os restantes apelidos, pela ordem habitual do nome) Ex.: Joaquim Barbosa Barbosa, Abel Abel Barbosa Barbosa, Joaquim Pedro Barbosa Barbosa, Pedro ii. Tal como na ordenação pelo primeiro nome os artigos são:  Ou omitidos  Ou deixados no nome conforme a sua apresentação
  • 32. Manual de Arquivo 32 Formadora Marta Nascimento Abril de 09  Ou colocados entre parêntesis no final do nome a que pertencem Em nenhuma situação são considerados na ordenação. José Prates da Costa Costa , José Prates Fernando de Araújo Dias Dias, Fernando de Araújo Carla de Jesus das Dores Dores (das), Carla Jesus (de) iii. Os nomes compostos por um substantivo e um adjectivo ligados ou não por um hífen não são separados. Sérgio Castelo Branco Castelo Branco, Sérgio Heitor Villas Boas Villas Boas, Heitor Paulo boa Hora Boa Hora, Paulo iv. Os nomes como Santa, Santo ou São seguem a mesma regra. Luís Santa Rita Santa Rita; Luís João São Joaquim São João Joaquim v. As partículas estrangeiras se escritas com iniciais maiúsculas são consideradas como parte integrante do nome. O’, D’, Von, Van, Mac, Mc, Du, La, Di, Del, Das, Le. John O’Brien O’Brien, John Eric Von Johnson Von Johnson, Eric vi. Os nomes ligados por apóstrofo são considerandos como uma só palavra: Armindo Sant’Ana Sant’Ana, Armindo vii. Os nomes orientais (japoneses, Chineses, Árabes, etc) são registados na ordem em que se apresentam Alben Abig Alben Abig Li Jutang Li Jutang Mão Tsé tung Mão Tsé Tung viii. Os nomes espanhóis são registados pelo penúltimo nome que corresponde ao da família do pai José Hernadez Xavier Hernandez Xavier, José Miguel Cervantes Savreda Cervantes Savreda, Miguel ix. Os nomes ligados por “e” não se separam João Canto e Castro Canto e Castro, João Pedro Vale e Azevedo Vale e Azevedo, Pedro  Exercício de Revisão: Ordene os seguintes nomes, pelo apelido, letra-a-letra e palavra –a-palavra Luís Filipe Boavista Marques Adriana André da Boavista Célia de Andrade Gustav Von Blick Adriano Silva Boa Vista Paulo João Nobre Tiago Carvalho e Melo
  • 33. Manual de Arquivo 33 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Joaquim José André Dr. Pimenta de Marques Filipa José da Vontade Célia de Andrade Luís Filipe Paulo Marques João José André Gustav Von Blick Vânia Sofia Carvão Pablo Andraz Del Canto Filipa Nóbrega e Mello x. Os números que fazem parte do nome, quer no fim, que no início devem ser considerados como se estivessem escritos por extenso. 2 Sentinelas 2(duas) sentinelas Forma 85 Forma 85 (oitenta e cinco) 2001 Prendas 2001 (duas mil e uma) prendas xi. Os nomes das empresas devem ser registados como se apresentam Pastelaria Boa Hora, Lda Pastelaria Boa Hora, Lda Barbosa e Sousa, SA Barbosa e Sousa, SA xii. As expressões como por exemplo, Sociedade, Empresa devem ser considerados na ordenação (deste que façam parte da denominação) Empresa das Águas Empresa das Águas Sociedade de Autores Sociedade de Autores xiii. Caso a designação do ramo de actividade da empresa também faça parte do nome, esta também é considerada na ordenação Restaurante O Pitéu Restaurante O Pitéu Pastelaria Boa Hora Pastelaria Boa Hora Editora Abril Editora Abril xiv. Os nomes das empresas ou instituições que usam siglas com ou sem pontos entre as letras devem ser ordenadas como se o conjunto de letras que os formam fossem uma palavra. CMF IEFP UNESCO ONU xv. Quando uma empresa ou instituição for conhecida para além do seu nome por extenso, também por uma sigla, o arquivista deverá optar pela forma de ordenação que melhor atenda às necessidades da organização, utilizando sempre o mesmo método. CGD Caixa Geral de Depósitos NERA Núcleo Empresarial da Região do Algarve ANJE Associação Nacional dos Jovens Empresários AMAL Associação dos Municípios do Algarve xvi. As empresas com varias filiais são ordenados pela ordem alfabética das localidades
  • 34. Manual de Arquivo 34 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Ex: BES, Porto BES, Aveiro BES, Lisboa considera-se BES, Coimbra BES, Faro BES, Faro BES, Coimbra BES, Lisboa BES, Aveiro BES, Porto xvii. Os nomes absolutamente iguais distinguem-se colocando seguidamente (entre parênteses ou separados por hífenes ou vírgulas) os nomes das terras das naturalidades, profissões, graus hierárquicos, departamentos, etc. Ex: Sá, João (Beja) Sá, João (Arq.) Sá, João (Arm.) Sá, João (Cacém) Sá, João (Eng.) Sá, João (Cont.) Sá, João (Damala) Sa, João (Med.) Sá, João (Mark.) xviii. As traduções de nomes estrangeiros, que devem ser ordenados pela designação de origem. Ex: Bordeaux considera-se Bordeaux e não Bordéus. 2. 2. Classificação numérica Neste sistema, muito utilizado para a ordenação da documentação comercial (notas de encomenda, facturas, recibos, etc.), atribui-se um número aos documentos que são recebidos e aos que são expedidos (N de entradas e de saída respectivamente). Este processo e feito normalmente com um numerador, ou numerador/ datador. Vantagens e desvantagens São vários os inconvenientes deste sistema: codificação demorada e com riscos de erro, dificuldade de encontrar um documento sem o número de ordem que lhe foi atribuído, pesquisa efectuada em duas fases (descodificação e pesquisa propriamente dita), e impossibilidade de intercalar novos documentos. Tem contudo vantagens apreciáveis: é de fácil leitura e aplicação, não se presta a divergências, tem uma localização imutável e sobretudo permite o fácil controlo e detecção do extravio de um documento. Para facilitar a localização dos documentos, utilizam-se muitas vezes dois jogos de fichas, constituindo-se um ficheiro de referência alfabética auxiliar, que apenas funcione para saber o Nº que recebeu o documento que se esta a procurar A correspondência avulsa pode ser arquivada pelo método numérico em pastas de cores diferentes. Se houver necessidade de classificar os diversos géneros de documentos, poderão ser usados guias alfabéticos para os representar, numa combinação dos métodos numéricos, ideológico e alfabético. Recibo N.º 511 Recibo N.º 510 Recibo N.º509 Recebi______do_____Sr. Proprietário do 5º andar da rua 5 de Outubro, 38
  • 35. Manual de Arquivo 35 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 2.3. Classificação ideológica Também chamada metódica ou analítica trata-se de uma classificação por assuntos ou temas. Quais as suas vantagens e inconvenientes? Embora racional, lógica e maleável (tem possibilidade de intercalamento e de extensão), e de difícil execução, porque exige não só um plano de arquivo, como uma grande capacidade de análise e elevado grau de conhecimentos (da Empresa, da sua actividade, etc.). Exige racional, lógica e maleável (tem possibilidade de intercalamento e de extensão), e de difícil execução, porque exige não só um plano de arquivo, como uma grande capacidade de análise e elevado grau de conhecimentos (da Empresa, da sua actividade, etc.) Exige ainda outra ordenação (alfabética, cronológica, etc.) dentro de cada grupo considerado. E muitas vezes usada nas grandes empresas na organização da biblioteca ou de ficheiros remissivos. 2.4. Classificações geográfica … Informática Ficção Ciência Arte Pintura …
  • 36. Manual de Arquivo 36 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Trata-se de um sistema que apresenta grande utilidade para empresas com várias filiais ou grande número de clientes dispersos por várias zonas geográficas. A ordenação faz-se pela selecção geográfica (países, distritos, concelhos, localidades) seguida pela ordenação alfabética dos documentos respeitados a cada grupo, podendo a primeira selecção estar também por ordem alfabética ou, outra. Embora apresente os mesmos inconvenientes da ordenação alfabética e seja susceptível de erro (e fácil enquadrar indevidamente um documento num grupo geográfico a que não pertence), este sistema tem vantagens, porque faculta. A introdução de novos documentos sem necessidades de alterações O ajustamento de acordo com as necessidades (novas localidades, por ex.) O agrupamento da documentação por grupos com características bem definidas 2.5. Classificações Cronológica E feito com base em datas (de emissão, de recepção, de vencimento, de aquisição, de venda, etc. …). Embora neste sistema os documentos sejam agrupados sem ter em conta o assunto, e seja difícil encontra-los sem conhecer a data, esta organização oferece grandes vantagens, porque não da origem a ambiguidades nem divergências, não exige pessoal especializado ou com muita prática e permite o acesso rápido aos documentos, desde que se conheça a data destes. Onde é que a sua utilização tem mais interesse? No arquivo da correspondência, em que se faz a ordenação do passado para o pressente, de forma a ficar no topo da pasta a mais recentemente expedida ou recebida. Na organização dos documentos a pagar, onde se segue a ordem normal, de modo a que o primeiro a ser visto seja o primeiro a ser pago. Podem considerar-se 3 tipos de cronologia: rígida, quando é diária, circunstancial, quando considera factos de rotinas (letras, por ex.), e acidental. Quando é relativa a iniciativas ocasionais (encontro, conferências, reuniões, etc.). Firma X Damaia FirmaX Coimbra Firma X Braga Firma X Aveiro Clientes Alves & CA……
  • 37. Manual de Arquivo 37 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Neste ultimo caso, atende-se frequentemente às horas e até aos minutos Ex: 9 horas do dia 18 de Julho de 1996 96 / 07 / 18 / 09 12 “ “ “ 18 “ “ “ “ 96 / 07 / 18 / 12 15 “ “ “ 18 “ “ “ “ 96 / 07 / 18 / 15 Se não atender as horas/minutos, terá que ser forçosamente combinado com outro método, uma vez que, dentro do mesmo dia há que ordenar numérica ou alfabeticamente os documentos. A classificação cronológica pode também aparecer como 2ª classificação (no arquivo de processos individuais, por exemplo, depois de uma primeira classificação numérica, por ordem de entrada, ou alfabética, por nomes).
  • 38. Manual de Arquivo 38 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 3. Ficheiros electrónicos e base de dados O principal contributo trazido pela informática ao arquivo electrónico é constituído pelos ficheiros e base de dados. Os ficheiros electrónicos são ficheiros informatizados que permitem o acesso quase instantâneo a informação, podendo facultar simultaneamente a sua confidencialidade através de códigos especiais ou “chaves” de acesso. A base de dados é um conjunto organizado de informação, exaustivo e não redundante, gerido por um programa que define o acesso à informação, a sua utilização e a interacção com o utilizador. Microfilmagem Trata-se basicamente de um sistema de microfotografia, permitindo a obtenção de fotogramas, ou seja, micro-reproduções de documentos (comerciais, técnicos, históricos, etc.), que podem ser lidas através de leitores. Exige equipamento próprio – máquina de filmar, máquina de revelar e aparelhos de projecção / leitura (em tamanho reduzido ou natural), e essencialmente utilizada no tratamento de volumes de documentação consideráveis (em arquivos gerais de grandes organizações ou instituições, nos jornais, na banca, etc.). Quais as principais vantagens do microfilme? Dimensões e peso diminutos, possibilitando o armazenamento num volume e espaços extremamente reduzidos; Uniformização dos arquivos, uma vez que as películas são standardizadas; Impossibilidade de alteração da ordem sequencial; Consulta de obras raras ou de grande valor sem necessidade de manuseio, evitando assim a deterioração; Busca rápida de informação; Reprodução fácil e exacta de documentos, facultando a criação de duplicados (sem se ficar portanto sujeito a um original) e a descentralização da informação; Economia no envio de grandes volumes de documentos; Possibilidade de aplicação no campo da informática.
  • 39. Manual de Arquivo 39 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Quais as principais aplicações? Aplicações de ordem geral: Correspondência; Letras e cheques; Manuais técnicos; Ficheiros de clientes. Aplicações de ordem especifica: Bancos; Seguradoras; Jornais; Bibliotecas; Tribunais. Como se processa a microfilmagem
  • 40. Manual de Arquivo 40 Formadora Marta Nascimento Abril de 09 Preparação dos Documentos Conferencia; Ordenação Microfilmagem Revelação Inspecção da qualidade do filme Arquivo Dos Documentos Destruição Dos Documentos (Expurgo) Montagem Indexação Dos Jackets Indexação das Bobines Bobine Original Duplicados De Bobine Central de Microfilmagem Arquivo dos Diversos sectores Duplicação dos Jackets Jacket Original Duplicados dos Jackets Arquivos dos diversos Sectores