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Tópicos em Leitura e Produção de Texto
Apostila
Versão 2 - 2015	
  
	
  
Ana Lúcia Magalhães
Tópicos em Leitura e Produção de Textos Ana Lúcia Magalhães - 1
ÍNDICE
I – COMPETÊNCIAS E LINGUAGEM
1. COMPETÊNCIAS ............................................................................................................................................................ 7
1.1 COMPETÊNCIAS FORMAIS...................................................................................................................................... 7
1.2 COMPETÊNCIAS FILOSÓFICAS .............................................................................................................................. 7
1.3 OBJETIVOS, RESULTADOS E TRABALHOS PROPOSTOS.................................................................................... 8
1....................................................................................................................................................................................... 8
1.3.1 OS OBJETIVOS DO NÍVEL BÁSICO .............................................................................................................. 8
1.3.2 CONTEÚDO DOS TRABALHOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – NÍVEL BÁSICO..................................... 9
1.3.3 OS OBJETIVOS DO NÍVEL INTERMEDIÁRIO ............................................................................................. 10
1.3.4 CONTEÚDO DOS TRABALHOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – NÍVEL INTERMEDIÁRIO.................... 11
2. HISTÓRIA DA LINGUAGEM: LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA..................................................................................... 12
2.1 HISTÓRIA DA LINGUAGEM..................................................................................................................................... 12
2.2 LINGUAGEM, LÍNGUA EFALA................................................................................................................................. 12
2.3 DEFINIÇÕES DE LINGUAGEM................................................................................................................................ 12
2.4 DEFINIÇÕES DE LÍNGUA........................................................................................................................................ 13
2.5 DEFINIÇÕES DE FALA............................................................................................................................................ 14
II – GRAMÁTICA
3. EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO ................................................................................................................. 16
3.1 FUNÇÕES DA PONTUAÇÃO................................................................................................................................... 16
3.2 VÍRGULA.................................................................................................................................................................. 16
3.2.1 USOS DA VÍRGULA ...................................................................................................................................... 16
3.2.2 VÍRGULA X CONJUNÇÃO “E” ...................................................................................................................... 17
3.3 PONTO..................................................................................................................................................................... 18
3.4 PONTO E VÍRGULA................................................................................................................................................. 18
3.5 DOIS PONTOS......................................................................................................................................................... 18
3.6 INTERROGAÇÃO .................................................................................................................................................... 19
3.7 EXCLAMAÇÃO......................................................................................................................................................... 19
3.8 RETICÊNCIAS ......................................................................................................................................................... 19
3.9 ASPAS...................................................................................................................................................................... 19
3.10 TRAVESSÃO ...................................................................................................................................................... 20
3.11 PARÊNTESES .................................................................................................................................................... 20
3.12 ASTERISCO........................................................................................................................................................ 20
4. FORMAS DE TRATAMENTO E ENDEREÇAMENTO .................................................................................................. 20
4.1 POLIDEZ E FORMAS DE TRATAMENTO................................................................................................................ 20
4.2 FÓRMULAS, VOCATIVOS E ENDEREÇAMENTOS................................................................................................ 21
4.2.1 AUTORIDADES UNIVERSITÁRIAS .............................................................................................................. 21
4.2.2 AUTORIDADES JUDICIÁRIAS...................................................................................................................... 21
4.2.3 AUTORIDADES MILITARES ......................................................................................................................... 22
4.2.4 AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS................................................................................................................ 22
4.2.5 AUTORIDADES NOBILIÁRQUICAS.............................................................................................................. 22
4.2.6 AUTORIDADES CIVIS................................................................................................................................... 23
4.3 CONCORDÂNCIA COM OS PRONOMES DE TRATAMENTO................................................................................ 23
4.4 ABREVIATURA DAS FORMAS DE TRATAMENTO................................................................................................. 24
4.5 UMA NOTA SOBRE “VOSSA MAGNIFICÊNCIA”..................................................................................................... 24
5. A REFORMA ORTOGRÁFICA ...................................................................................................................................... 24
Tópicos em Leitura e Produção de Textos Ana Lúcia Magalhães - 2
III – COESÃO E COERÊNCIA
6. A COESÃO TEXTUAL................................................................................................................................................... 30
6.1 A NECESSIDADE DE COESÃO............................................................................................................................... 30
6.2 TIPOS DE COESÃO................................................................................................................................................. 31
6.3 EXEMPLOS DE ELEMENTOS DE COESÃO REFERENCIAL ................................................................................. 32
6.4 EXEMPLOS DE ELEMENTOS DE COESÃO SEQUENCIAL ................................................................................... 33
6.4.1 ELEMENTOS COESIVOS ............................................................................................................................. 33
6.4.2 EXEMPLOS CONTEXTUALIZADOS DE COESÃO SEQUENCIAL POR JUNÇÃO...................................... 33
6.5 EXERCÍCIOS SOBRE COESÃO.............................................................................................................................. 34
7. A COERÊNCIA TEXTUAL............................................................................................................................................. 38
7.1 COERÊNCIA E METARREGRAS............................................................................................................................. 38
7.2 EXERCÍCIOS SOBRE COERÊNCIA........................................................................................................................ 38
IV - ASPECTOS UTILITÁRIOS: MÉTODO DE ESTUDO E USO DE TECNOLOGIA
8. MÉTODO DE ESTUDO E RESENHA ........................................................................................................................... 42
8.1 INFORMAÇÕES GERAIS......................................................................................................................................... 42
8.2 ETAPAS ................................................................................................................................................................... 42
8.2.1 LEVANTAMENTO.......................................................................................................................................... 42
8.2.2 PERGUNTAS................................................................................................................................................. 42
8.2.3 LEITURA........................................................................................................................................................ 43
8.2.4 RESPOSTAS ................................................................................................................................................. 43
8.2.5 REVISÃO E PRODUÇÃO DA RESENHA...................................................................................................... 43
8.3 RESENHA ................................................................................................................................................................ 43
9. USO DE TECNOLOGIAS .............................................................................................................................................. 44
9.1 O OFFICE 2007........................................................................................................................................................ 44
9.2 WORD ...................................................................................................................................................................... 44
9.2.1 RECURSOS IMPORTANTES........................................................................................................................ 44
9.2.2 ESCOLHA DE FONTES ................................................................................................................................ 44
9.2.3 TAMANHO DE LETRAS (A MENOS DE NORMAS) ..................................................................................... 45
9.2.4 PARÁGRAFO................................................................................................................................................. 45
9.2.5 CABEÇALHOS............................................................................................................................................... 46
9.2.6 RODAPÉS...................................................................................................................................................... 47
9.2.7 NÚMEROS DE PÁGINA ................................................................................................................................ 47
9.2.8 NUMERAÇÃO DE CAPÍTULOS E SEÇÕES................................................................................................. 47
9.2.9 COMO DOMINAR O SOFTWARE................................................................................................................. 55
9.2.10 O ÍNDICE AUTOMÁTICO......................................................................................................................... 55
9.2.11 PRODUÇÃO DE DOCUMENTOS PDF.................................................................................................... 57
9.2.12 CAPAS...................................................................................................................................................... 57
V - GÊNEROS E LINGUAGENS
10. GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS ................................................................................................................................... 59
10.1 DEFINIÇÕES E EXEMPLOS............................................................................................................................... 59
10.1.1 GÊNERO TEXTUAL................................................................................................................................. 59
10.1.2 TIPOS TEXTUAIS..................................................................................................................................... 59
10.2 COMPARAÇÃO ENTRE TIPOS E GÊNEROS.................................................................................................... 65
10.3 CONFLUÊNCIAS ................................................................................................................................................ 65
10.4 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO............................................................................................................................... 67
10.5 TRÊS NOTAS SOBRE ANÁLISE DE TEXTO...................................................................................................... 67
10.6 GÊNEROS E FORMATOS.................................................................................................................................. 68
11. POESIA.......................................................................................................................................................................... 70
Tópicos em Leitura e Produção de Textos Ana Lúcia Magalhães - 3
11.1 TENTATIVAS DE DEFINIÇÃO............................................................................................................................ 70
11.2 ALGUNS EXEMPLOS......................................................................................................................................... 71
11.3 COMO SE MATA UM POEMA............................................................................................................................. 72
12. LINGUAGEM JORNALÍSTICA....................................................................................................................................... 73
12.1 A LINGUAGEM JORNALÍSTICA......................................................................................................................... 73
12.2 O TRIPÉ DA ESTRUTURA DA NOTÍCIA ............................................................................................................ 73
12.3 O LEAD ............................................................................................................................................................... 73
12.4 A ESTRUTURA DA NOTÍCIA.............................................................................................................................. 74
12.5 CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM JORNALÍSTICA.................................................................................... 75
12.5.1 QUANTO À ESCOLHA DOS ITENS LÉXICOS........................................................................................ 75
12.5.2 QUANTO AOS PROCEDIMENTOS GRAMATICAIS ............................................................................... 76
12.5.3 PRINCIPAL CARACTERÍSTICA............................................................................................................... 77
12.6 DUAS NOTAS IMPORTANTES .......................................................................................................................... 77
12.6.1 ESTRANGEIRISMOS............................................................................................................................... 77
12.6.2 PERGUNTAS QUE DEVEM SER RESPONDIDAS POR UMA REPORTAGEM..................................... 77
13. NOTAS SOBRE A LINGUAGEM PUBLICITÁRIA ......................................................................................................... 78
13.1 CARACTERÍSTICAS DA MENSAGEM PUBLICITÁRIA...................................................................................... 78
13.2 ELEMENTOS DA MENSAGEM PUBLICITÁRIA ................................................................................................. 78
14. DESENVOLVIMENTO DE TEXTO FICCIONAL............................................................................................................ 79
14.1 POR QUE SABER CONTAR HISTÓRIAS?......................................................................................................... 79
14.2 CARACTERÍSTICAS DO TEXTO FICCIONAL.................................................................................................... 79
14.3 OS 5 ELEMENTOS DE UMA HISTÓRIA............................................................................................................. 80
14.4 A ESTRUTURA DE 3 ATOS................................................................................................................................ 81
14.5 NOTA SOBRE ELEMENTOS & ESTRUTURA.................................................................................................... 81
14.6 CONFLITOS........................................................................................................................................................ 81
15. ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL............................................................................................................. 84
15.1 O QUE É REDAÇÃO OFICIAL ............................................................................................................................ 84
15.2 A IMPESSOALIDADE ......................................................................................................................................... 84
15.3 A LINGUAGEM DOS ATOS E COMUNICAÇÕES OFICIAIS .............................................................................. 84
15.4 FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO.................................................................................................................. 85
15.5 CONCISÃO E CLAREZA..................................................................................................................................... 85
VI - POPOSTAS E CURRÍCULOS
16. COMO ELABORAR PROPOSTAS................................................................................................................................ 87
16.1 O QUE É UMA PROPOSTA ................................................................................................................................ 87
16.2 A PROPOSTA TÉCNICA E A PROPOSTA COMERCIAL ................................................................................... 87
16.3 PARTES DA PROPOSTA ................................................................................................................................... 87
16.4 O OBJETIVO (E ESCOPO DE SERVIÇO) .......................................................................................................... 88
16.5 OS ANTECEDENTES ......................................................................................................................................... 88
16.6 COMO DESENVOLVER ..................................................................................................................................... 88
17. A PROPOSTA TÉCNICA............................................................................................................................................... 89
17.1 AS PREMISSAS.................................................................................................................................................. 89
17.2 COMO DESENVOLVER ..................................................................................................................................... 89
17.3 A DESCRIÇÃO DO FORNECIMENTO................................................................................................................ 89
17.4 AS EXCLUSÕES................................................................................................................................................. 91
17.5 CRONOGRAMA E PRAZO ................................................................................................................................. 91
17.6 A PROPOSTA COMERCIAL............................................................................................................................... 91
18. CARTAS ........................................................................................................................................................................ 92
18.1 A CARTA DE ENCAMINHAMENTO.................................................................................................................... 92
18.2 CARTAS-PROPOSTA......................................................................................................................................... 92
18.3 O SUMÁRIO EXECUTIVO .................................................................................................................................. 93
Tópicos em Leitura e Produção de Textos Ana Lúcia Magalhães - 4
18.4 A REVISÃO FINAL .............................................................................................................................................. 93
19. COMO ELABORAR UM CURRÍCULO .......................................................................................................................... 94
19.1 ORIGEM DA PALAVRA....................................................................................................................................... 94
19.2 TIPOS DE CURRÍCULO...................................................................................................................................... 94
19.3 REGRAS PARA A CONFECCÇAO DE UM CURRÍCULO................................................................................... 94
19.4 MODELO DE CURRÍCULO................................................................................................................................. 95
19.4.1 CABEÇALHO............................................................................................................................................ 96
19.4.2 OBJETIVO E FOTO.................................................................................................................................. 96
19.4.3 ESCOLARIDADE...................................................................................................................................... 96
19.4.4 SUMÁRIO DA EXPERIÊNCIA E QUALIFICAÇÕES ................................................................................ 97
19.4.5 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL.............................................................................................................. 97
19.4.6 INFORMÁTICA......................................................................................................................................... 98
19.4.7 IDIOMAS................................................................................................................................................... 98
19.4.8 CURSOS DE EXTENSÃO........................................................................................................................ 98
19.4.9 MODELO EUROPEU................................................................................................................................ 99
19.4.10 UM CURRÍCULO MAL FEITO................................................................................................................ 101
19.4.11 PARA PROFISSIONAIS DE MARKETING............................................................................................. 103
VII - ÉTICA E VALORES
20. ÉTICA E VALORES..................................................................................................................................................... 105
20.1 DEFINIÇÕES DE VALORES............................................................................................................................. 105
20.2 ARISTÓTELES E A ÉTICA................................................................................................................................ 105
20.3 VALORES DE UMA ORGANIZAÇÃO ............................................................................................................... 106
20.4 O DILEMA ÉTICO.............................................................................................................................................. 109
20.4.1 O QUE É................................................................................................................................................. 109
20.4.2 O DILEMA ÉTICO – UMA ABORDAGEM METÓDICA .......................................................................... 109
20.5 UMA NOTA SOBRE FILOSOFIA, POLÍTICAS E ATITUDES ............................................................................ 112
VIII – RETÓRICA E ARGUMENTAÇÃO
21. RETÓRICA E ARGUMENTAÇÃO.................................................................................................................................... 113
21.1 CONCEITOS............................................................................................................................................................ 114
21.2 TRIÂNGULO RETÓRICO ........................................................................................................................................ 114
Tópicos em Leitura e Produção de Textos Ana Lúcia Magalhães - 5
INTRODUÇÃO
O objetivo desta apostila é apresentar uma lista de competências a desenvolver durante o curso de
Leitura e Produção de Textos e abordar certos tópicos pertinentes. O conteúdo é resultado de vivência
como professora e no mercado de trabalho e de pesquisa. A apostila não é exatamente um livro-texto,
é uma coletânea de tópicos..
Leitura e Produção de Textos é uma disciplina diferente de Língua Portuguesa, ainda que possua obje-
tivos em grande parte superpostos. Em essência, pretende ensinar os alunos a se comunicar de modo
competente. Assim, é um curso em que os trabalhos são contextualizados.
Os tópicos estão organizados por seções:
I – Competências e Linguagem: mostra os objetivos e métodos do curso e o que existe de mais básico,
a língua e a linguagem.
II – Gramática: dois tópicos selecionados entre aqueles em que os alunos apresentam mais dúvidas e
o texto mais enxuto possível sobre a reforma ortográfica.
III – Coesão e Coerência: a base do estilo e do bem escrever, supondo que gramática e ortografia este-
jam dominadas.
IV - Aspectos utilitários: método de estudo e uso de tecnologia: faz parte desse conjunto um método de
estudo que, se aplicado, simplesmente muda a perspectiva de vida (não é exagero!) do estudante, pelo
simples fato de que capacita a adquirir conhecimentos em um nível que pouca gente possui. Esse mé-
todo é complementado por instruções de outro conhecimento muito útil: funções importantes e geral-
mente desconhecidas do Word.
V – Gêneros, tipos e linguagens: um apanhado geral sobre gêneros e tipos de textos, seguido de parti-
cularidades sobre a s linguagens jornalística, publicitária e oficial.
V – Propostas e currículos: como escrever propostas, um conhecimento grandemente valorizado pelo
mercado de trabalho, e como fazer um currículo, capacidade cuja importância dificilmente pode ser
exagerada e à qual não se costuma prestar a devida atenção,
VII – Ética e valores: é necessário se comunicar com ética, daí o último capítulo, que inclui um método
de análise de casos.
VIII – O tópico Leitura será trabalhado ao longo do curso, por meio da Retórica.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 6
I – COMPETÊNCIAS E LINGUAGEM
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 7
1. COMPETÊNCIAS
1.1 COMPETÊNCIAS FORMAIS
O quadro a seguir resume as competências a desenvolver, em três níveis. A proposta do curso é che-
gar ao nível intermediário e motivar para o nível avançado.
competência básico intermediário avançado
Comunicação
Escrita
Criar, produzir e revisar do-
cumentos empresariais de
rotina – em resposta a situa-
ções informadas concisamen-
te – que sejam:
Compor, revisar e editar docu-
mentos empresariais – em res-
posta a estudos de casos – que
sejam:
Selecionar estraté-
gias retóricas
apropriadas e ca-
nais de comunica-
ção para persuadir
públicos diversos a
aceitar decisões
empresariais.
– claros
– corteses
– concisos
completos
corretos
(ou seja,
aceitáveis).
– informativos
– bemorganizados
– lógicos
persuasivos
(ou seja,
profissionais
em forma e
conteúdo).
Comunicação
Oral
Expor uma apresentação
breve e informal.
Desenvolver e expor uma apre-
sentação empresarial formal
baseada em relatório ou propos-
ta, que seja:
Criar e apresentar
uma apresentação
executiva e mode-
rar discussões com
utilização de recur-
sos retóricos apro-
priados.
– articulada
– inteligível
– ensaiada
– organizada
– dinâmica
– visualmente
interessante.
Uso de tecno-
logia
Empregar as ferramentas
básicas de tecnologia para
produzir documentos de for-
mato agradável e fáceis de
ler; aplicar as regras para a
produção de e-mails e men-
sagens de voz.
Usar ferramentas mais sofistica-
das que incluam a produção de
gráficos e material audiovisual.
Gerenciar bancos
de dados, crono-
gramas e fluxos de
trabalho com uso
de softwares apro-
priados.
Pesquisa de
Informação
Escrever uma carta ou relató-
rio que contenha resumo e
documentação de informação
obtida de várias fontes.
Escrever uma recomendação que
selecione, analise e organize
informação recolhida de fontes
múltiplas, inclusive fontes eletrô-
nicas.
Escrever um relató-
rio analítico refi-
nando um determi-
nado tópico: sele-
ção, avaliação,
síntese e docu-
mentação de in-
formação complexa
de várias fontes,
com inclusão de
artigos acadêmicos
utilizados apropria-
damente.
1.2 COMPETÊNCIAS FILOSÓFICAS
As competências aqui chamadas de filosóficas interagem com conteúdos de outras disciplinas e dão
mais personalidade ao curso de Leitura e Produção de Textos. O ensino de Ética na disciplina de Co-
municação Empresarial mostrou que esses conhecimentos podem ser sistematizados e transmitidos.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 8
competência básico intermediário avançado
Pensamento
Crítico
Identificar elementos-chave
em situações empresariais
informadas concisamente.
Definir um problema, formu-
lar os objetivos da empresa
ou instituição, propor e ana-
lisar soluções razoáveis e
fazer recomendações sobre
casos (business cases).
Avaliar situações de
crise em termos de
forças, fraquezas,
ameaças e oportunida-
des.
Ética Usar linguagem livre de viés,
evitar exageros e falácias
lógicas e saber reconhecer
práticas não-éticas.
Saber escolher soluções
apropriadas a dilemas éticos
que envolvam várias partes
interessadas.
Aplicar princípios de
ética empresarial a
decisões empresariais.
Decisão Identificar causa e efeito de
uma decisão administrativa
simples.
Usar argumentos de fato,
políticas da empresa ou
instituição, valor e crono-
grama para defender uma
decisão empresarial.
Aplicar um conjunto
explícito de critérios
para avaliar problemas
empresariais e reco-
mendar a melhor solu-
ção.
Resolução de
problemas
Discutir custos e benefícios
de um produto, serviço ou
política da empresa.
Efetuar análises de cus-
to:benefício de alternativas.
Analisar barreiras po-
tenciais, internas e
externas, à implemen-
tação de um projeto.
Realismo Aplicar conhecimento rele-
vante de necessidades do
cliente, interesses da orga-
nização e regulamentações
governamentais a uma cor-
respondência.
Determinar como fatores
éticos, globais, políticos,
tecnológicos e culturais
afetam a possibilidade de
uma organização operar.
Definir, avaliar e resol-
ver problemas de co-
municação que afetam
departamentos como
produção, finanças,
marketing e relações
públicas de uma orga-
nização.
1.3 OBJETIVOS, RESULTADOS E TRABALHOS PROPOSTOS
1.3.1 OS OBJETIVOS DO NÍVEL BÁSICO
As competências referidas são alcançadas através do desenvolvimento de trabalhos que persigam
objetivos específicos, listados a seguir.
a) Redação de mensagens e/ou correspondências breves que resultem da análise de situações expli-
cadas concisamente;
b) Pesquisa e relatórios correspondentes a cada pesquisa;
c) Redação de e-mails
d) Busca de emprego.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 9
1.3.2 CONTEÚDO DOS TRABALHOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – NÍVEL BÁSICO
a) Mensagens e/ou correspondências breves a partir de análise de situações
conteúdo roteiro critérios de avaliação
– 2 cartas (ou memorandos)
de informação
– 2 cartas (ou memorandos)
com más notícias
– 2 cartas persuasivas (ven-
das).
– analisar uma situação
– identificar o problema
– determinar o curso apropria-
do de ação
– escolher a estratégia apro-
priada de redação (direta ou
indireta)
– adotar o formato adequado
(carta ou memorando)
– Inclusão de todos os pontos
essenciais; nenhum aspecto
capital deixado de fora.
– correção ortográfica e grama-
tical.
– entendimento do público a
que a mensagem se destina.
– tom positivo.
– mensagem concisa.
– formato profissional: mensa-
gem de fácil compreensão.
b) Pequeno projeto de pesquisa e relatório
conteúdo roteiro critérios de avaliação
– Relatório de um pequeno
projeto de pesquisa (por
exemplo, tipo de computador
a adquirir para uma finalida-
de específica, formação de
uma pequena biblioteca para
um curso de reforço em Ma-
temática para concursos,
roupa mais adequada para
usar no calor).
– planejar a pesquisa (Internet,
biblioteca, entrevistas).
– conduzir a pesquisa
– listar os resultados
– formatar o relatório (itens e
subitens)
– escrever o relatório.
– citação correta e ética das
fontes (exemplo de falta de
ética: folhear um livro e es-
crever que leu).
– uso correto da Internet,
sem cópia de textos e sem
frases ou parágrafos des-
necessários.
– clareza e organização.
– concisão.
c) Redação de e-mails
conteúdo roteiro critérios de avaliação
– 4 e-mails de informação.
– 2 e-mails com más notícias.
– 2 e-mails persuasivos.
(é possível passar as mes-
mas situações e instar os
alunos a escolherem cartas
ou e-mails para fazer a co-
municação).
– analisar uma situação
– identificar o problema
– determinar o curso apropriado
de ação
– escolher a estratégia apropri-
ada de redação (direta ou in-
direta)
– justificar, com base nos 10
mandamentos do e-mail (Uni-
versidade de Harvard) a esco-
lha do e-mail para fazer a co-
municação.
– Inclusão de todos os pon-
tos essenciais; nenhum
aspecto capital deixado de
fora.
– correção ortográfica e
gramatical.
– entendimento do público a
que a mensagem se desti-
na.
– escolha da estratégia
apropriada de redação
– tom positivo.
– mensagem concisa.
– formato profissional: men-
sagem de fácil compreen-
são.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 10
d) Apresentação oral
conteúdo roteiro critérios de avaliação
– Apresentação oral de 20
minutos utilizando Power
Point e recursos audiovisuais,
a partir de uma situação
apresentada concisamente.
– desenvolver o plano de slides.
– planejar o uso de recursos
audiovisuais
– desenvolver os textos, obser-
vando as regras fornecidas em
aula.
– formatar a apresentação.
– citação correta e ética das
fontes (exemplo de falta
de ética: folhear um livro e
escrever que leu).
– uso correto da Internet,
sem cópia de textos e sem
frases ou parágrafos des-
necessários.
– clareza.
– organização.
– concisão.
e) Busca de estágio ou emprego
conteúdo roteiro critérios de avaliação
– Currículo
– Carta
– Preparação para entrevista
– determinar uma posição espe-
cífica (por exemplo, assistente
de vendas de uma empresa
metalúrgica)
– recolher material para um cur-
rículo
– escrever o currículo segundo
um modelo (dados pessoais,
escolaridade, sumário da expe-
riência, experiência em detalhe,
informática, idiomas).
– planejar cuidadosamente a
carta
– escrever a carta.
– Antecipar as perguntas que
serão feitas na entrevista
– Preparar as respostas.
– ética.
– organização.
– persuasão.
– correção ortográfica e
gramatical.
1.3.3 OS OBJETIVOS DO NÍVEL INTERMEDIÁRIO
Como no caso do nível básico, as competências referidas são alcançadas através do desenvolvimento
de trabalhos que persigam objetivos específicos, listados a seguir.
a) Analisar um problema de uma instituição e o resolver com especial atenção à comunicação;
b) Escrever uma análise de caso, com introdução, análise e conclusão.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 11
1.3.4 CONTEÚDO DOS TRABALHOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – NÍVEL INTERMEDIÁRIO
a) Análise do problema de falta temporária de energia e seu efeito em uma indústria
conteúdo roteiro critérios de avaliação
– Relatório com intro-
dução, análise e con-
clusão.
– Escolher duas ou três indústrias para
pesquisa;
– Verificar o número e duração das inter-
rupções de fornecimento nos últimos
dois anos;
– Desenvolver descrições sumárias dos
processos de fabricação;
– Desenvolver um questionário para
cada indústria;
– Analisar e tabular os resultados;
– Escrever uma conclusão.
– clareza.
– conteúdo
– correção gramatical
– adequação ao público
destinatário.
– estilo.
– estratégia (plano de ação
e linguagem adequados
para alcançar um objeti-
vo).
b) Formulação de proposta de fornecimento
conteúdo roteiro critérios de avaliação
– Proposta, de forneci-
mento de bens ou
serviços.
– Descrever, de modo ao mesmo tempo
conciso e abrangente, o bem ou servi-
ço a ser fornecido.
– Estruturar, com base em modelo for-
necido.
– Desenvolver a proposta técnica;
– Desenvolver a proposta comercial.
– clareza.
– conteúdo
– correção gramatical
– estilo.
– persuasão.
c) Formulação de proposta de implantação de uma ideia
conteúdo roteiro critérios de avaliação
– Proposta, de implan-
tação de uma ideia.
– Descrever, de modo ao mesmo tempo
conciso e abrangente, o item a ser im-
plantado.
– Estruturar a proposta, com base em
um modelo fornecido.
– Desenvolver a descrição técnica;
– Mostrar a relação custo-benefício,
incluindo benefícios tangíveis e intan-
gíveis.
– clareza.
– conteúdo
– correção gramatical
– adequação ao público
destinatário.
– estilo.
– persuasão.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 12
2. HISTÓRIA DA LINGUAGEM: LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA
2.1 HISTÓRIA DA LINGUAGEM
Embora não haja marcos e limites definidos na história da linguagem, podemos estabelecer alguns
períodos para melhor compreensão:
– Antiguidade: desde as primeiras manifestações até os gregos e romanos. Foco: paganismo.
– Idade Média: a partir do desenvolvimento do Cristianismo estende-se até o Renascimento. Foco
teocêntrico (origem divina) – linguagem de caráter universal.
– Renascimento: grande marco no séc. XVI. Foco: antropocentrismo e linguagem individualizada.
– Iluminismo: a partir do séc. XVIII até início do séc. XX. Viés histórico ou historicista. Foco na valori-
zação da lógica (da razão pura) e matemática (Kant, Descartes). Linguística fragmentada em busca
das especificidades dos sistemas: mudança social, política, econômica.
– Modernismo: meados século XX. Linguística transfrástica e estudos de gramática do texto. A partir
da segunda metade do séc. XX surgem diversas teorias do texto e a Análise do Discurso.
– Século XXI: linguística textual de vertente sócio-cognitiva. Início da Análise Crítica do Discurso.
2.2 LINGUAGEM, LÍNGUA EFALA
– Muitas pesquisas, desde tempos longínquos.
– Apesar da imensa quantidade de trabalhos, persiste a necessidade de melhor compreensão do
conhecimento já estruturado.
– Muitas lacunas até que o desempenho, pelo falante, seja considerado exercício de uma gramática
tão legítima quanto a oficial, maiúscula.
– Linguageméa capacidade fônica de se exprimir, como um dom.
– Línguaéo patrimônio expressivo, uma sedimentação a partir das falas.
– Falaéa expressão, uma função da linguagem.
2.3 DEFINIÇÕES DE LINGUAGEM
– Instrumento de comunicação.
– Fundamentalmente informativa;
– Expressão depensamentos (e sentimentos).
– Representação do pensamento por meio de sinais (permite a comunicação e a interação entre as
pessoas).
– Sistema constituído por elementos que podem ser gestos, sinais, sons, símbolos ou palavras, usa-
dos para representar conceitos de comunicação, idéias, significados e pensamentos. Nesta acep-
ção, aproxima-se do conceito de língua.
A linguagem cria a fala, que gera a língua, que serve à fala
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 13
– Função cerebral que permite a qualquer ser humano adquirir e utilizar uma língua.
– Processo mental de manifestação do pensamento e de natureza essencialmente consciente, signi-
ficativa e orientada para o contato interpessoal. Apesar do processo da linguagem ser essencial-
mente consciente, entende-se que seu fluxo e sua articulação provêm de camadas mais profundas
e não conscientes. (William James).
– Sistema completo, complexo, arbitrário de símbolos aprendidos primária e oralmente e usado para
comunicação em uma comunidade linguística em determinado grupo cultural. (Hector Hammerly)
Assim, o pensamento é:
– Biblioteca linguística formada de ideias, significados, palavras;
– "Base de dados" para expressão verbal pela fala.
– Uma seleção - pegando na prateleira da biblioteca - palavra por palavra, criando estruturas de en-
tendimento para a comunicação.
“Na linguagem e pela linguagem o homem vai se constituir como sujeito” (Émile Benveniste, linguista e
filósofo francês). A linguagem, ao viabilizar a relação das pessoas, permite:
– retorno sobre si como individualidade distinta
– comunicação inter-humana".
2.4 DEFINIÇÕES DE LÍNGUA
– Aquilo que é tomado como padrão de correção por uma elite escolarizada e culta.
– O mesmo que linguagem, na forma mais plena de possibilidades de comunicação entre os homens.
– Tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comuni-
cam.
– ".. coisa de tal modo distinta que um homem privado do uso da fala conserva a língua, contato que
compreende os signos vocais que ouve." (Saussure, linguista francês, criado da Semiótica, área do
conhecimento que estuda os símbolos).
Sob um aspecto técnico-analítico é um sistema de comunicação:
– criativo;
– arbitrário;
– fundamentalmente oral e complementarmente gráfico;
– composto de símbolos com significados convencionalizados;
– que ocorre dentro de uma determinada comunidade ou cultura (a ela intrinsecamente ligado);
– ao alcance de qualquer ser humano e assimilado intuitivamente por todos, de forma semelhante;
– com características universais.
Valem ainda as observações importantes que seguem.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 14
1. Em essência, é um fenômeno inerente ao ser humano e semelhante a ele próprio: sistemático,
complexo, arbitrário, irregular, mostra acentuado grau de tolerância a variações, repleto de ambi-
guidades, em constante evolução aleatória e incon-
trolável.
2. Quanto à função, pode ser definida como sistema de
representação cognitiva do universo, através do qual
se constroem suas relações. Reflexo criativo influen-
ciado pela cultura de seus falantes.
3. Principal instrumento de desenvolvimento cognitivo
do ser humano.
4. Há profunda interdependência entre linguagem e
pensamento: um subsidia o outro; palavras que não
representam ideias são mortas, ideias não coloca-
das em palavras são sombras.
5. O quadro ao lado mostra a sequência a observar:
2.5 DEFINIÇÕES DE FALA
– Capacidade ou uso da capacidade de emitir sons em algum padrão (uma língua);
– Conjunto de "... combinações pelas quais o falante realiza o código da língua no propósito de ex-
primir seu pensamento pessoal..." (Saussure) – entidade profundamente individual.
– Sintetização da mensagem, configurada na massa da frase - quem ouve sintetiza a compreensão;
– Expressão do homem.
Três notas importantes sobre a fala:
– Tem uma função individual muito mais constante que sua função social - a do permanente exercí-
cio humano do solilóquio, da meditação, da fala interior.
– Pensamos por meio da fala e por ela clareamos um objeto, mentalmente.
– O homem vive redigindo a vida, criando os mundos do seu mundo, enquanto descreve as coisas e
compreende a alma.
O quadro a seguir mostra como funciona o conjunto Língua-Fala
língua fala
abstrata concreta
possibilidade expressão
mundo interior mundo exterior
estado de análise síntese
intraindividual extraindividual
processo produto
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 15
II – GRAMÁTICA
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 16
3. EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO
3.1 FUNÇÕES DA PONTUAÇÃO
Há certos recursos da linguagem - pausa, melodia, entonação e até mesmo, silêncio - que só estão
presentes na oralidade. Na linguagem escrita, para substituir tais recursos, usamos os sinais de pontu-
ação. Estes são também usados para destacar palavras, expressões ou orações e esclarecer o sentido
de frases, a fim de dissipar qualquer tipo de ambiguidade.
Há uma acepção errada muito comum que consiste em ignorar as regras e ir “pelo ouvido”. Não funcio-
na, o “ouvido” pode enganar.
3.2 VÍRGULA
3.2.1 USOS DA VÍRGULA
Emprega-se a vírgula (uma breve pausa):
a) para separar os elementos mencionados numa relação: A nossa empresa está contratando enge-
nheiros, economistas, analistas de sistemas e secretárias. O apartamento tem três quartos, sala de
visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros.
NOTA: Mesmo que oe venha repetido antes de cada um dos elementos da enu-
meração, a vírgula deve ser empregada: Rodrigo estava nervoso. Andava pelos
cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e ria, e roía as unhas.
b) para isolar o vocativo: Cristina, desligue já esse telefone! Por favor, Ricardo, venha até o meu ga-
binete.
c) para isolar o aposto: Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou presa no eleva-
dor. Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino.
d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou melhor, aliás, além
disso etc.): Gastamos R$ 5.000,00 na reforma do apartamento, isto é, tudo o que tínhamos econo-
mizado durante anos. Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o Canadá.
e) para isolar o adjunto adverbial antecipado: Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas. Ontem
à noite, fomos todos jantar fora.
f) para isolar elementos repetidos: O palácio, o palácio está destruído. Estão todos cansados, cansa-
dos de dar dó!
g) para isolar, nas datas, o nome do lugar: São Paulo, 22 de maio de 1995. Roma, 13 de dezembro
de 1995.
h) para isolar os adjuntos adverbiais: A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio. Os candi-
datos serão atendidos, das sete às onze, pelo próprio gerente.
i) para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela conjunção e: Ele já enganou vá-
rias pessoas, logo não é digno de confiança. Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado
ao dirigir. Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente.
j) para indicar a elipse de um elemento da oração: Foi um grande escândalo. Às vezes gritava, ou-
tras, estrebuchava como um animal. Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a irmã,
que foi um acidente.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 17
k) para separar o paralelismo de provérbios: Ladrão de tostão, ladrão de milhão. Ouvir cantar o galo,
sem saber onde.
l) após a saudação em correspondência (social e comercial): Com muito amor, Respeitosamente,
Atenciosamente,
m) para isolar as orações adjetivas explicativas: Marina, que é uma criatura maldosa, "puxou o tapete"
de Juliana lá no trabalho. Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi escrito por Gracilia-
no Ramos.
n) para isolar orações intercaladas: Não lhe posso garantir nada, respondi secamente. O filme, disse
ele, é fantástico.
3.2.2 VÍRGULA X CONJUNÇÃO “E”
Usa-se a vírgula antes da conjunção aditiva “e”, quando houver:
– nas orações sindéticas aditivas, sujeitos diferentes −Ela foi ao shopping, e suas amigas voltaram.
– intercalação anterior ou quando o próprio “e” iniciar uma intercalação −Ele passou no concurso,
porque estudou muito, e hoje ganha muito bem. João doou, e é bom que se diga, todos os seus
bens aos pobres.
– coordenação muito longa que antecede o “e”. Nesse caso, vírgula (que é facultativa) indica pausa
respiratória− Eliane, Afonso e Wagner fizeram longa viagem até Brasília, e decidiram descansar lá
por uns dias; Vila Bela da Santíssima Trindade é município localizado no oeste de Mato Grosso, e
é ponto de partida para muitas expedições de pesca.
– necessidade de ênfase −Ainda que ele corra, e pule, e retroceda, nós o acertaremos. Vírgula facul-
tativa na dependência de se querer ou não produzir a ênfase mencionada.
– palavra ou expressão depois do "e" sujeito de outra oração– Geralmente, já foram fixados os pre-
ços, e as tabelas não podem ser alteradas. “Os preços” e “as tabelas” são sujeitos de predicados
diferentes (foram fixados e não podem ser alteradas). Sem a vírgula, na leitura rápida, pode pare-
cer que se trata de sujeito composto (já foram fixados os preços e as tabelas). Outro exemplo: Os
executivos usam carros da empresa, e microônibus levam os demais empregados ao trabalho.
Neste caso, a ausência da vírgula propiciaria compreensão de que “microônibus”, sujeito de “le-
vam”, fosse entendido como complemento de “usam”, juntamente com “carros da empresa”. No ca-
so, a vírgula é obrigatória.
– Destaque de oração ou expressão intercalada – Esse eixo semântico, e trata-se exatamente disso,
possui grande generalidade; o padre repreendeu, e era perfeitamente o caso, o comportamento
impróprio de alguns paroquianos; o aluno foi chamado e, aparentando tranquilidade, apresentou-se
ao diretor. Vírgula facultativa.
– separação de aposto do “e”, Caso é semelhante ao anterior, mas a particularidade é que se trata
de aposto, que nem sempre precisa estar entre vírgulas– Nosso primeiro imperador foi D. Pedro I,
o Defensor Perpétuo do Brasil. Na hipótese de o aposto ser interno, ou seja, não ser seguido por
ponto, deve estar entre vírgulas, mesmo que à segunda se siga a conjunção “e” - Luiz Inácio Lula
da Silva, o presidente eleito, e sua equipe reúnem-se hoje; Karl Marx, autor de O Capital, e Frie-
drich Engels são ideólogos do marxismo. Vírgula, no caso. obrigatória.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 18
Usa-se a vírgula antes e depois da conjunção aditiva “e”, quando houver:
– uma intercalação anterior e posterior. Ela chegou cedo, porque é pontual, e, como sempre ocorre,
apresentou-se bem.
De modo geral, não cabe o emprego da vírgula depois da conjunção aditiva “e”, pois ambos funcionam
como conectivos no mesmo lugar.
Nota: nos Estados Unidos, a vírgula antes da conjunção coordenativa aditiva é chamada de vírgula de
Harvard. Lá, é um sinal de elegância. Serve para dar um ritmo melhor à frase.
3.3 PONTO
Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de uma frase declarativa de um período sim-
ples ou composto. Desejo-lhe uma feliz viagem. A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada,
no entanto tudo no seu interior era conservado com primor.
O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por exemplo: fev. = fevereiro, hab. = habi-
tante, rod. = rodovia. O ponto que é empregado para encerrar um texto escrito recebe o nome de ponto
final.
3.4 PONTO E VÍRGULA
Utiliza-se o ponto-e-vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula, praticamente uma
pausa intermediária entre o ponto e a vírgula. Geralmente, emprega-se o ponto-e-vírgula para:
a) separar orações coordenadas que tenham certo sentido ou aquelas que já apresentam separação
por vírgula: Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora, mulher madura,
tornou-se uma doidivanas.
b) separar vários itens de uma enumeração:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para
o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensa-
mento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públi-
cas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; . . . (Constituição da
República Federativa do Brasil).
3.5 DOIS PONTOS
Os dois pontos são empregados para:
c) enumeração: ... Rubião recordou a sua entrada no escritório do Camacho, o modo porque falou: e
daí tornou atrás, ao próprio ato. Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos,
o grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível... (Machado de Assis)
d) citação: Visto que ela nada declarasse, o marido indagou: Afinal, o que houve?
e) esclarecimento: Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o
amasse, mas para magoar Lucila. Observe que os dois-pontos são também usados na introdução
de exemplos, notas ou observações.
Nota: A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de dois-pontos ou de
vírgula. Por exemplo:
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 19
– Querida amiga:
– Prezados senhores,
3.6 INTERROGAÇÃO
O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que esta não exija res-
posta: O senhor não precisa de mim?A que horas janta-se? O senhor sai a passeio depois do jantar?
De carro ou a cavalo?
3.7 EXCLAMAÇÃO
O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com entonação excla-
mativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro ou indignação. Viva o meu príncipe!
Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito compreensível e muito repousante, Jacinto! - Então janta,
homem!
Nota: O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas: Oh! Valha-me
Deus!
3.8 RETICÊNCIAS
As reticências são empregadas para:
a) assinalar interrupção do pensamento: Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de
que fiz o meu dever. Mas o mundo saberá...
b) indicar passos que são suprimidos de um texto: O primeiro e crucial problema de linguística geral
que Saussure focalizou dizia respeito à natureza da linguagem. Encarava-a como um sistema de
signos. Considerava a linguística, portanto, com um aspecto de uma ciência mais geral, a ciência
dos signos... (Mattoso Câmara Jr.) Outra forma de marcar essa supressão é [...]
c) marcar aumento de emoção: As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela carta, significativa
da turvação do infeliz, foram estas: "Morrerei, Simão, morrerei. Perdoa tu ao meu destino... Perdi-
te... Bem sabes que sorte eu queria dar-te... e morro, porque não posso, nem poderei jamais resga-
tar-te. (Camilo Castelo Branco)
3.9 ASPAS
As aspas são empregadas:
a) antes e depois de citações textuais: Roulet afirma que "o gramático deveria descrever a língua em
uso em nossa época, pois é dela que os alunos necessitam para a comunicação quotidiana".
b) para realçar uma palavra ou expressão: Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um "não" sono-
ro. Aquela "vertigem súbita" na vida financeira de Ricardo afastou-lhe os amigos dissimulados. É
facultativo e deve ser usado com cuidado.
c) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressões populares ou vulgares: O “fast
track” é uma delegação do congresso americano ao presidente para negociar acordos comerciais.
Nota: expressões como bypass e feedback, que não possuem correspondentes em Português, devem
ser usadas sem aspas.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 20
3.10 TRAVESSÃO
Emprega-se o travessão para:
a) indicar a mudança de interlocutor no diálogo: Que gente é aquela, seu Alberto? - São japoneses. -
Japoneses? E... é gente como nós? - É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles
são amarelos. - Mas, então não são índios? (Ferreira de Castro)
b) colocar em relevo certas palavras ou expressões: Maria José sempre muito generosa - sem ser
artificial ou piegas - a perdoou sem restrições. Um grupo de turistas estrangeiros - todos muito rui-
dosos - invadiu o saguão do hotel no qual estávamos hospedados.
c) substituir a vírgula ou os dois pontos: Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente sel-
vagem, a arte é a superioridade humana - acima dos preceitos que se combatem, acima das religi-
ões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase. (R.
Pompéia)
3.11 PARÊNTESES
Os parênteses são empregados para:
a) destacar num texto qualquer explicação ou comentário: Todo signo linguístico é formado de duas
partes associadas e inseparáveis, isto é, o significante (unidade formada pela sucessão de fone-
mas) e o significado (conceito ou ideia).
b) incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.): Mattoso Câma-
ra (1977:91) afirma que, às vezes, os preceitos da gramática e os registros dos dicionários são dis-
cutíveis: consideram erro o que já poderia ser admitido e aceitam o que poderia, de preferência, ser
posto de lado.
c) isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos traves-
sões: Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros
apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas.
3.12 ASTERISCO
O asterisco é um recurso empregado para:
a) remissão a uma nota no pé da página ou no fim de um capítulo de um livro.
b) substituição de um nome próprio que não se deseja mencionar: O Dr.* afirmou que a causa da
infecção hospitalar na Casa de Saúde Municipal está ligada à falta de produtos adequados para
assepsia.
4. FORMAS DE TRATAMENTO E ENDEREÇAMENTO
4.1 POLIDEZ E FORMAS DE TRATAMENTO
Umas das características do estilo da correspondência oficial e empresarial é a polidez, entendida co-
mo o ajustamento da expressão às normas de educação ou cortesia.
Há divergências entre autores, porém a polidez se manifesta no emprego de fórmulas de cortesia. As-
sim, temos duas formas e ainda hoje vemos a mais polida ("Tenho a honra de encaminhar" no lugar de
"Encaminho..."; "Tomo a liberdade de sugerir..." e "Sugiro..."). Alguns manuais preferem a primeira
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 21
forma; o Prof. Pasquale, a segunda... De qualquer maneira, é preciso cuidado para evitar frases agres-
sivas ou ásperas: até uma carta de cobrança pode ter seu tom amenizado, fazendo-se menção, por
exemplo, a possível esquecimento. O emprego adequado das formas de tratamento é importante. É
importante também dispensar atenção respeitosa a superiores, colegas e subalternos.
No que diz respeito à utilização das formas de tratamento e endereçamento, deve-se considerar não
apenas a área de atuação da autoridade (universitária, judiciária, religiosa, etc.), mas também a posi-
ção hierárquica do cargo que ocupa.
4.2 FÓRMULAS, VOCATIVOS E ENDEREÇAMENTOS
4.2.1 AUTORIDADES UNIVERSITÁRIAS
cargo ou função por extenso
abreviatura
vocativo endereçamento
singular plural
Reitores
Vossa Magnifi-
cência
ou
Vossa Exce-
lência
V. Magª ou
V. Maga.
V. Exa. ou
V. Exª
V. Magasou V.
Magas.
ou
V.Exas ouV.Exas.
Magnífico Reitor
ou
Excelentíssimo
Senhor Reitor
Ao Magnífico Reitor
ou
Ao Excelentíssimo
Senhor Reitor
Nome
Cargo
Endereço
Vice-Reitores
Vossa Exce-
lência
V. Exª ou
V.Exa.
V.Exas ouV.
Exas.
Excelentíssimo
Senhor Vice-
Reitor
Ao Excelentíssimo
Senhor Vice-Reitor
Nome
Cargo
Endereço
Assessores
Pró-Reitores
Diretores
Coord. de Depar-
tamento
Vossa Senho-
ria
V.Sª ou
V.Sa.
V.Sas ou V.Sas. Senhor + cargo
Ao Senhor
Nome
Cargo
Endereço
4.2.2 AUTORIDADES JUDICIÁRIAS
cargo ou função por extenso
abreviatura
vocativo endereçamento
singular plural
Auditores
Curadores
Defensores Públicos
Desembargadores
Membros de Tribu-
nais
Presidentes de Tribu-
nais
Procuradores
Promotores
Vossa
Excelência
V. Exª ou
V.Exa.
V.Exas ou
V. Exas.
Excelentíssimo
Senhor + cargo
Ao Excelentíssimo Senhor
Nome
Cargo
Endereço
Juízes de Direito
Meritíssimo
Juiz
ou
Vossa
Excelência
M. Juiz,
V. Exª ou
V.Exa.
V. Exª
Meritíssimo Senhor
Juiz
ou
Excelentíssimo
Senhor Juiz
Ao Meritíssimo Senhor
Juiz
ou
Ao Excelentíssimo Senhor
Juiz
Nome
Cargo
Endereço
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 22
4.2.3 AUTORIDADES MILITARES
cargo ou função por extenso
abreviatura
vocativo endereçamento
singular plural
Oficiais Superiores
Vossa
Excelência
V. Exª ou
V.Exa.
V.Exas ou
V. Exas.
Excelentíssimo
Senhor
Ao Excelentíssimo Senhor
Nome
Cargo
Endereço
Outras Patentes
Vossa
Senhoria
V. Sª ou
V.Sa.
V.Sas ou
V.Sas.
Senhor + patente
Ao Senhor
Nome
Cargo
Endereço
4.2.4 AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS
cargo ou função por extenso
abreviatura
vocativo endereçamento
singular plural
Arcebispos e Bis-
pos
Vossa
Excelência
Reveren-
díssima
V.
ExªRevmaou
V.Exa.
Revma.
V.
ExªRevma
ou V.Exa.
Revma.
Excelentíssimo
Reverendíssimo
A Sua Excelência Reve-
rendíssima
Nome
Cargo
Endereço
Cardeais
Vossa
Eminência
ou Vossa
Eminência
Reveren-
díssima
V Emª, V.
Ema.
ou
V. Emª
Revma, V.
Ema. Re-
vma.
V Emas, V.
Emas.
ou
V. Emas
Revmas, V.
Emas.
Revmas.
Eminentíssimo
Reverendíssimo ou
Eminentíssimo
Senhor Cardeal
A Sua Eminência Reve-
rendíssima
Nome
Cargo
Endereço
Cônegos
Vossa
Reveren-
díssima
V.Revma, V.
Revma.
V.Revmas,
V. Revmas.
Reverendíssimo
Cônego
Ao Reverendíssimo Cô-
nego
Nome
Cargo
Endereço
Frades
Vossa
Reveren-
díssima
V.Revma, V.
Revma.
V.Revmas,
V. Revmas.
Reverendíssimo
Frade
Ao Reverendíssimo Frade
Nome
Cargo
Endereço
Freiras
Vossa
Reveren-
díssima
V.Revma, V.
Revma.
V.Revmas,
V. Revmas.
Reverendíssima
Irmã
À Reverendíssima Irmã
Nome
Cargo
Endereço
Monsenhores
Vossa
Reveren-
díssima
V.Revma, V.
Revma.
V.Revmas,
V. Revmas.
Reverendíssimo
Monsenhor
Ao Reverendíssimo Mon-
senhor
Nome
Cargo
Endereço
Papa
Vossa
Santidade
V.S. - Santíssimo Padre A Sua Santidade o Papa
4.2.5 AUTORIDADES NOBILIÁRQUICAS
cargo ou função por extenso
abreviatura
vocativo endereçamento
singular plural
Príncipes, Arquidu-
ques e Duques
Vossa
Alteza
V.A. VV. AA.
Sereníssimo +
Título
A Sua Alteza Real
Nome
Cargo
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 23
cargo ou função por extenso
abreviatura
vocativo endereçamento
singular plural
Endereço
Imperadores e Reis
Vossa
Majestade
V.M. VV. MM. Majestade
A Sua Majestade
Nome
Cargo
Endereço
4.2.6 AUTORIDADES CIVIS
cargo ou função por extenso
abreviatura
vocativo endereçamento
singular plural
Cônsules
Deputados
Embaixadores
Governadores
Ministros de Estado
Prefeitos
Presidentes da
República
Secretários de
Estado
Senadores
Vice-Presidentes de
Repúblicas
Vossa
Excelência
V. Exª ou
V.Exa.
V.Exas ou
V. Exas.
Excelentíssimo
Senhor + Cargo
Ao Excelentíssimo Se-
nhor
Nome
Cargo
Endereço
Demais autoridades
não contempladas
com tratamento
específico
Vossa
Senhoria
V. Sª ou
V.Sa.
V.Sas ou
V.Sas.
Senhor + Cargo
Ao Senhor
Nome
Cargo
Endereço
4.3 CONCORDÂNCIA COM OS PRONOMES DE TRATAMENTO
a) Concordância de gênero
Com as formas de tratamento, faz-se a concordância com o sexo das pessoas a que se referem:
– Vossa Senhoria está sendo convidado (homem) a assistir ao III Seminário da FATEC.
– Vossa Excelência será informada (mulher) a respeito das conclusões do III Seminário da FATEC.
b) Concordância de pessoa
Embora tenham a palavra "Vossa" na expressão, as formas de tratamento exigem verbos e pronomes
referentes a elas na terceira pessoa:
– Vossa Excelência solicitou...
– Vossa Senhoria informou...
– Temos a satisfação de convidar Vossa Senhoria e sua equipe para... Na oportunidade, teremos a
honra de ouvi-los...
c) A pessoa do emissor
O emissor da mensagem, referindo-se a si mesmo, poderá utilizar a primeira pessoa do singular ou do
plural (plural de modéstia). Não pode, no entanto, misturar as duas opções ao longo do texto:
– Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência... ou Comunico a Vossa Excelência...
– Temos a honra de comunicar a Vossa Excelência... ou Comunicamos a Vossa Excelência...
– Cabe-me ainda esclarecer a Vossa Excelência... Esclareço ainda a Vossa Excelência...
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 24
– Cabe-nos ainda esclarecer a Vossa Excelência... Esclarecemos ainda a Vossa Excelência...
d) Emprego de Vossa (Excelência, Senhoria e outros) Sua (Excelência, Senhoria e outros).
– Vossa (Excelência, Senhoria etc.), é tratamento direto - usa-se para se dirigir a pessoa com quem
se fala, ou a quem se dirige a correspondência (equivale a você):Na expectativa do atendimento do
que acaba de ser solicitado, apresento a Vossa Senhoria nossas atenciosas saudações.
– Sua (Excelência, Senhoria etc.): em relação à pessoa de quem se fala (equivale a ele fala): Na
abertura do Seminário, Sua Excelência o Senhor Reitor da PUCRS falou sobre o Plano Estratégico.
4.4 ABREVIATURA DAS FORMAS DE TRATAMENTO
A forma por extenso demonstra maior respeito, maior deferência, sendo de rigor em correspondência
dirigida ao Presidente da República. Fique claro, no entanto, que qualquer forma de tratamento pode
ser escrita por extenso, independentemente do cargo ocupado pelo destinatário.
4.5 UMA NOTA SOBRE “VOSSA MAGNIFICÊNCIA”
É assim que manuais mais antigos de redação ensinam a tratar os reitores de universidades. Uma
forma muito cerimoniosa, empolada, difícil de escrever e pronunciar, e em desuso. Já não existe hoje
em dia distanciamento tão grande entre a pessoa do reitor e o corpo docente e discente. É, pois, perfei-
tamente aceita hoje em dia a fórmula Vossa Excelência (V. Exa.). A invocação pode ser simplesmente
Senhor Reitor, Excelentíssimo Senhor Reitor.
5. A REFORMA ORTOGRÁFICA
Esta seção traz as resoluções da reforma ortográfica em tópicos. Conhecer o que segue resolve a qua-
se totalidade das possíveis dúvidas, com exceção dos hifens, assunto sobre o qual não há certeza de
que a reforma está consolidada.
a) Inserção das letras
As letras K, W e Y ficam incorporadas ao alfabeto.
b) Eliminação do trema
O trema está eliminado. Existia nos grupos gue, gui, que, qui em que a letra u é pronunciada
§ agüentar aguentar
§ cinqüenta cinquenta
c) Eliminação do acento em ditongos abertos em paroxítonas
§ alcalóide alcaloide
§ alcatéia alcateia
§ apóia apóia
§ bóia boia
§ colméia colmeia
§ idéia ideia
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 25
Atenção! A regra vale apenas para as paroxítonas. As oxítonas continuam acentuadas, como:
§ herói § papéis § troféu
d) Eliminação do acento em palavras terminadas em êem, ôo (s)
§ abençôo abençoo
§ dêem deem
§ povôo povoo
§ vôos voos
§ enjôo enjoo
e) Eliminação de acentos diferenciais
§ pára/para,
§ péla/pela,
§ pólo/polo
§ pêlo/pelo
§ pêra/pêra
Permanece o acento diferencial em:
§ pôde/pode; § pôr/por; tem/têm; § vem/vêm
f) eliminação do acento agudo no “u” tônico em dois verbos
Não são mais usados das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos
verbos arguir e redarguir.
g) Variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir:
Esses verbos, que são aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, delinquir, enxaguar, admitem duas pro-
núncias.
§ se forem pronunciadas com a ou i tônicos, devem ser acentuadas: enxáguo, enxáguas, delínquo,
delínques, delínguem.
§ se forem pronunciadas com u tônico, as formas deixam de ser acentuadas: enxaguo, enxagues,
enxaguem; delinque, delinquo, delinquam.
No Brasil a pronúncia mais corrente é a primeira: com a e i tônicos.
h) Alteração das regras de uso do hífen
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo acordo, mas como se trata ainda de matéria
controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão apresenta-se um resumo das regras
que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns.
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por
elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto,
circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi,
neo, pen, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice [...].
.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 26
Usa-se o hífen quando a segunda palavra de uma expressão começa com “h”
§ anti-higiênico
§ proto-história
§ anti-histórico
§ super-homem
§ co-herdeiro
§ ultra-humano
§ macro-história
§ sobre-humano
§ mini-hotel
Uma exceção: sub-humano subumano (neste caso o termo humano perdeu o h)
– Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo
elemento. Seguem exemplos de palavras que passam a ser escritas sem hífen.
§ aeroespacial
§ agroindustrial
§ anteontem
§ antiaéreo
§ antieducativo
§ semiaberto
§ autoescola
§ autoestrada
§ coautor
§ extraescolar
§ infraestrutura
§ plurianual
Uma exceção: o prefixo cose aglutina em geral com o segundo elemento, mesmo quando se inicia por o:
cooptar, cooperação, coordenar.
– Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante
diferente de r ou s:
§ anteprojeto
§ antipedagógico
§ autopeça
§ coprodução
§ microcomputador
§ semideus
§ seminovo
§ ultramoderno
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante, vice-presidente.
– Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por “r” ou “s”.
Nesse caso, duplicam-se essas letras.
§ antirrábico
§ antirracismo
§ antirreligioso
§ antirrugas
§ infrassom
§ minissaia
§ semirreta
§ ultrassom
§ neorrealismo
§ contrassenso
§ biorritmo
§ antissocial
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 27
§ multissecular § ultrarresistente
– Usa-se hífen quando o prefixo termina por vogal e o segundo elemento iniciar pela mesma vogal
§ anti-imperialista
§ anti-inflacionário
§ auto-observação
§ contra-almirante
§ micro-ondas
§ micro-ônibus
§ semi-internato
§ contra-ataque
§ semi-interno
§ anti-ibérico
– Usa-se o hífen quando o prefixo termina por consoante e o segundo elemento começar com a mesma
consoante
§ hiper-requintado
§ inter-racial
§ super-racista
§ super-reacionário
§ super-romântico
§ inter-regional
§ super-resistente
§ inter-regional
Nota: nos demais casos não se usa o hífen: supermercado, intermunicipal, superinteressante, superprote-
ção.
– Usa-se o hífen com o prefixo “sub”, mesmo que o segundo elemento iniciecom“r”
§ sub-raça
§ sub-região
– Usa-se o hífen com os prefixos “circum” e “pan” diante de palavra iniciada por “m”, “n” e vogal
§ circum-navegação
§ pan-americano
– Não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal
§ hiperacidez
§ hiperativo
§ interescolar
§ interestadual
§ interestelar
§ interestudantil
§ superamigo
§ supereconômico
§ superotimismo
§ superexigente
§ superaquecimento
§ superinteressante
– Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 28
§ além-mar
§ além-túmulo
§ ex-aluno
§ aquém-mar
§ ex-diretor
§ ex-presidente
§ pós-graduação
§ pré-história
§ pré-vestibular
§ pró-europeu
§ recém-casado
§ recém-nascido
§ sem-terra
§ ex-hospedeiro
– Usa-se o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim
§ amoré-guaçu
§ anajá-mirim
§ capim-açu
§ Mogi-guaçu
– Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não pro-
priamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares.
§ ponte Rio-Niterói
§ eixo Rio-São Paulo
§ estrada Paraná-Rio
Grande do Sul
§ passagem Lorena-
Guaratinguetá
– Não se usa hífen em certas palavras que perderam a noção de composição
§ girassol
§ madressilva
§ mandachuva
§ paraquedas
§ paraquedista
§ pontapé
– Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coinci-
dir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte
§ Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar
§ O diretor recebeu os ex-
-alunos
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 29
III – COESÃO E COERÊNCIA
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 30
6. A COESÃO TEXTUAL
6.1 A NECESSIDADE DE COESÃO
O texto constitui uma unidade comunicativa, uma unidade de uso da língua. Na sua construção e orga-
nização, utilizamos uma série de recursos com a finalidade de deixar as pistas para que o leitor recons-
trua nossas intenções e o percurso de produção. Quando não mapeamos claramente as pistas em
nosso texto, o leitor sofre e pode até falhar na construção dos sentidos.
Etimologicamente falando, o termo coesão, de origem latina (*cohaesio -onis), entrou para o nosso
léxico através do francês cohésion e significa “união íntima das partes de um todo.” O conceito de coe-
são implica conhecimentos de língua, remete-se a conhecimentos do léxico e da gramática; ela estabe-
lece ligações entre palavras, expressões, frases, períodos e até mesmo parágrafos, garantindo a uni-
dade e a progressão do texto. Ela ocorre quando o leitor remete uma forma a outra, verificando, a partir
do tema, a progressão. A coesão ocorre de modo visível no texto por meio de estratégias que incluem
a concordância, a retomada de palavras e expressões pela sua repetição ou substituição pelos tempos
dos verbos, pelas conjunções.
Os parágrafos que seguem fornecem um exemplo da aplicação desses conceitos.
Rotina
Há pessoas que amam a rotina, outras que verdadeiramente a abominam. Para as primeiras, a
rotina constitui um meio de situar-se, de manter certa disciplina e organização produtivas. Para as
últimas, rotina é pura caretice, convite ao tédio mortal, “descurtição”, pasmaceira... Para estas, o
bom da vida é viver o que pintar, numa boa, sem regras ou métodos, e, principalmente, sem roti-
na ...
Galasso, L. Ser mãe é sorrir em parafuso. SP: Ática, 1988.
O assunto do texto é rotina. Ele se desenvolve pela oposição entre gostar ou não de rotina, em função
do que se entende pelo termo rotina. Os principais referentes do texto são: rotina e pessoas. O referen-
te pessoas é retomado por “que”, “outras”, “as primeiras”, “as últimas”, e “estas”. O referente rotina é
retomado por “a”, “a rotina”, “um meio de situar-se, de manter uma certa disciplina e organização pro-
dutivas”, “pura caretice, convite ao tédio mortal, ‘descurtição’, pasmaceira”, e “rotina”.
No desenrolar do texto, as referências se modificam e são construídas a partir da absorção de novos
sentidos que vão sendo incorporados aos referentes, estabelecendo relações lógicas e argumentativas
constantemente renovadas, garantindo a progressão semântica, o que permite dizer que as partes de
um texto são linguística e semanticamente interdependentes.
Quando tratamos da coesão, no domínio do texto, outros fenômenos devem ser considerados. É preci-
so ficar atento a palavras e expressões chamadas de conectores: conjunções; expressões ordenadoras
e temporais, correlação dos tempos verbais. É importante observar as paráfrases, os paralelismos, as
recorrências de termos, além do ritmo, da entoação, das aliterações e assonâncias – mais observados
no texto poético. A retomada dos referentes, sua substituição e sua reiteração são os fenômenos mais
facilmente visíveis do estabelecimento da coesão de um texto.
Conforme visto, existem vários procedimentos que garantem a coesão. São fatores de recursividade
presentes no texto, tanto no nível lexical quanto no gramatical. É essa recursividade que vai construir
as laçadas que tecem a unidade textual. A coesão depende, portanto, do grau de domínio dos elemen-
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 31
tos linguísticos em uso no texto. Entram nesse processo todos os níveis de análise e descrição da lín-
gua: fonológico, morfológico e sintático. Como se observa, a retomada dos referentes, chamada de
coesão referencial, permite, além da progressão temática, a unidade semântica entre as partes do texto
e o todo; uma teia, uma verdadeira união.
6.2 TIPOS DE COESÃO
É possível estabelecer uma analogia dessa união com o ato de costurar (coser). Vale observar que a
coesão referencial não é a única responsável por esta costura. Este entrelaçamento se dá também
através de outros fatores de coesão. Para fins de análise, costumamos classificar a coesão em três
tipos, mostrados no quadro a seguir. Os quadros subsequentes fornecem exemplos, particularmente
importantes pela dificuldade dos textos no quadro.
tipo ocorrência formas
REFERENCIAL Diz respeito às retomadas dos referen-
tes que se apresentam no texto e tem
por função construir a progressão das
informações ligadas a eles. No desen-
volvimento do texto, as referências vão
se modificando, absorvendo novos
sentidos, construindo constantemente
novas relações.
a) Substituição (anafórica e catafórica)
– proformas
– definitização (fecho, conclusão)
– elipse
b) Reiteração
– sinonímia
– retificação, explicação
– hiperonímia e hiponímia
– expressões nominais definidas
RECORRENCIAL Dá-se quando o fluxo informacional
caminha, progride por meio de retoma-
das de itens, sentenças ou estruturas.
a) recorrência de termos
b) paralelismo
c) paráfrase
d) recursos fonológicos
SEQUENCIAL Também tem a função de fazer progre-
dir o texto; difere da recorrencial por-
que se estabelece por sequenciação
temporal e por conexão, estabelecendo
relações entre as partes dos períodos,
dos parágrafos que compõem o texto.
a) temporal
– ordenação linear
– expressões ordenadoras ou continuado-
ras
– expressões e partículas temporais
– correlação dos tempos verbais
b) Por conexão/junção:
– conjunção/disjunção
– contrajunção/explicação
– conclusão/condicionalidade
– causalidade/restrição ou delimita-
ção/complementação
– mediação e outros
A compreensão dessa tabela não é imediata. Os exemplos que seguem e, principalmente, exercícios
ao final desta seção auxiliam o entendimento da tabela e do assunto.
É relativamente comum indivíduos utilizarem elementos coesivos de forma equivocada. A tabela a se-
guir mostra algumas formas de coesão referencial e sequencial que servem, de alguma maneira, para
nortear a utilização correta, principalmente ao se elaborar textos longos. Algumas (formas), no entanto,
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 32
são mais difíceis de listar. É o caso da sinonímia, bastante conhecida: para evitar repetições do mesmo
termo, utiliza-se um sinônimo. A listagem de sinônimos é o dicionário!
6.3 EXEMPLOS DE ELEMENTOS DE COESÃO REFERENCIAL
fecho/conclusão retificação/explicação
em suma
em remate
por conseguinte
em última análise
concluindo
por fim
finalmente
por tais razões
por tudo isso
em síntese
enfim
posto isso
assim
consequentemente
isto é
por exemplo
a saber
de fato
em verdade
aliás
ou antes
ou melhor
melhor ainda
como se nota
como se viu
como se observa
com efeito
como vimos
por isso
portanto
é óbvio
pois
Deve-se notar os seguintes pontos relativos a formas que constam da tabela em 4.2 e não foram
exemplificadas:
– Não tem sentido listar exemplos da coesão referencial por elipse também não pode ser listada.
Ocorre sempre que um termo deixar de ser citado, mas ficar implícita a sua ocorrência. Por exem-
plo: Maria assistiu ao filme XXX, primeiro lugar na Revista Veja. Houve elipse de uma frase inteira.
Como ficaria? Maria assistiu ao filme XXX. O filme XXX estava em primeiro lugar na Revista Veja.
– Hiperonímia é a utilização de um termo genérico, que abrange toda uma categoria. Seu contrário, a
hiponímia, é a utilização de termos particulares, que pertencem a uma categoria mais genérica.
Exemplos:
§ hiperonímia: aparelho eletrodoméstico, universidade;
§ hiponímia: liquidificador, faculdade de tecnologia.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 33
6.4 EXEMPLOS DE ELEMENTOS DE COESÃO SEQUENCIAL
6.4.1 ELEMENTOS COESIVOS
enumeração
distribuição
continuação
realce, inclusão,
adição
negação, oposição,
explicação
afirmação,
igualdade
conclusão,
fecho
em primeiro lugar
a princípio
em seguida
depois (depois de)
em linhas gerais
no geral
neste momento
por sua vez
a par disso
entrementes
por seu turno
antes de tudo
além disso
ainda
também
vale lembrar
agora
de modo geral
por iguais razões
inclusive
até
é certo
é inegável
em outras palavras
além desse fator
só
somente
sequer
exceto
senão
apenas
excluindo
tão-somente
embora
não obstante
entretanto
no entanto
ao contrário disso
por outro lado
diferente disso
de outro lado
de outra parte
diversamente
pois
outrossim
felizmente
infelizmente
ainda bem
obviamente
na verdade
realmente
de igual forma
do mesmo modo que
da mesma sorte
no mesmo sentido
semelhantemente
em suma
em remate
por conseguinte
em última análise
concluindo
por fim
finalmente
por tais razões
por tudo isso
em síntese
enfim
posto isso
assim
consequentemente
6.4.2 EXEMPLOS CONTEXTUALIZADOS DE COESÃO SEQUENCIAL POR JUNÇÃO
(fonte: Gramática de Usos, M. Helena de Moura Neves)
Algumas palavras da língua atuam especificamente na junção dos elementos do discurso. Elas ocor-
rem num determinado ponto do texto indicando o modo pelo qual se conectam as porções que se su-
cedem. Nesta atividade vamos apresentar algumas palavras que estabelecem a ligação, isto é, a jun-
ção entre as orações e que tipo de relação que elas estabelecem.
a) Relação de adição conjunção
Chove e faz frio.
Não me arrisco nem arrisco você.
Aí ninguém entra. Nem eu.
Ela é afetada, esnobe. E como representa, parece que está sempre no palco.
b) Relação de contraste, desigualdade, oposição contrajunção
Fez o que quis mas levou na cabeça.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 34
Jogou muito bem, contudo não conseguiu o título.
Foi à festa embora estivesse doente.
Depenava frangos e não ganhava nada.
Vou bem mas você vai mal.
c) Relação de alternância disjunção
Ou se usa luva ou se usa anel.
Estude bastante para os exames. Ou você já se esqueceu o que aconteceu no ano passado?
d) Relação de causa-consequência, causa-efeito causalidade, explicação
Não estudou e foi reprovado.
Ele gritou tanto durante o jogo que ficou rouco.
Falou baixo porque havia uma criança dormindo.
Trabalho aqui porque quero.
Se Paulo é homem então é mortal.
e) Relação de condição condicionalidade
Caso a senhora não prestar contas, levaremos o problema ao diretor.
A menos que você seja um conselheiro treinado, deixe a tarefa para um profissional.
Se o trabalho não seguir conforme a instrução, delegue-o a outra pessoa.
f) Relação de finalidade mediação
Fugiu para que não o vissem.
Saiu cedo para chegar a tempo na reunião
Secou os cabelos a fim de evitar outro resfriado.
g) Relação de delimitação restrição
Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.
Comprei os livros que você pediu.
h) Relação de igualdade, desigualdade comparação
Antes um pássaro na mão que dois voando.
Você a conhece tão bem quanto eu.
A recepção foi muito maior do que o político esperava.
6.5 EXERCÍCIOS SOBRE COESÃO
1º exercício
Os enunciados a seguir foram retirados de um exame teórico para carteira de motorista. Restabeleça o
paralelismo entre as alternativas, tomando por base sempre a estrutura da primeira. Em outras pala-
vras, corrija a coesão.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 35
a) Para ultrapassar outro veículo em movimento, o condutor deverá:
– fazer sinal convencional de braço ou acionar dispositivo luminoso;
– certificar-se de que dispõe de espaço suficiente e de que a visibilidade lhe permite a ultrapassagem;
– nas rodovias ultrapasse pelo acostamento.
b) Quando o veículo que vem atrás pedir passagem, o condutor deve:
– aumentar a velocidade de seu veículo, não permitindo a ultrapassagem;
– continuar sempre na mesma velocidade, permanecendo na faixa em que está;
– não poderá acelerar a velocidade de seu veículo, dando passagem pela esquerda.
c) As vias secundárias são destinadas a
– estacionamento regulamentado;
– distribuir o trânsito das outras vias;
– Interceptar, coletar, e distribuir o trânsito das vias de trânsito rápido e das vias preferenciais.
d) Vias de trânsito são:
– todas as ruas do centro da cidade;
– são todas as vias que possuem linhas demarcatórias;
– são as caracterizadas por bloqueio que permita trânsito livre sem interseções e com acessos espe-
ciais.
e) A realização de competições esportivas nas vias públicas só pode ocorrer:
– com autorização do Juiz de Direito local;
– com autorização da autoridade de trânsito com jurisdição sobre elas;
– dependerá do presidente do clube ou da organização promotora.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 36
2º exercício
Identificar alguns tipos de conectores (entre orações) que estabelecem a coesão sequencial por cone-
xão/junção no texto. Numerar conforme a convenção mostrada a seguir.
Relação de adição conjunção 1
Relação de contraste, de desigualdade contrajunção 2
Relação de alternância disjunção 3
Relação de causa-consequência causalidade 4
Relação de condição condicionalidade 5
Relação de finalidade mediação 6
Relação de delimitação restrição 7
Relação de confronto comparação 8
Henry Jenkins da "Technology Review"
Cinema de garagem
Os filmes amadores sempre foram filmes caseiros. Nós os fazemos em nossas casas, em nossos bairros e() os exibimos
em nossas salas de estar. O cinema digital pode mudar tudo isso, finalmente fornecendo um meio de distribuição e exibição
para que ( ) os filmes caseiros possam tornar-se filmes públicos. Hoje em dia, crianças e adultos estão criando seus pró-
prios filmes "Guerra nas Estrelas", usando computadores de mesa para() criar efeitos especiais que ( ) teriam custado uma
fortuna à Industrial Light & Magic apenas uma década atrás. E(), o que é ainda mais notável, todos nós podemos assistir a
esses filmes na internet.
O cinema digital pode fazer pelo cinema o que a fotocopiadora fez pela cultura dos documentos impressos. Nos anos 70 e
80 assistimos à explosão de "newsletters" e zines, documentando as experiências de pessoas que() viviam em lares para
idosos, trabalhavam em troca de salário mínimo ou ( ) ficavam no gargarejo em shows de rock. Agora a chegada das câ-
meras de vídeo digitais baratas e leves, do software de edição digital baseado em PCs e da distribuição de "streaming
vídeo" na internet coloca os recursos necessários para() fazer cinema à disposição de uma gama igualmente grande de
cidadãos, ampliando o potencial de criatividade para as bases.
Alguns céticos talvez se queixem de já terem ouvido tudo isso antes: uma sucessão de tecnologias anteriores prometeu
mais acesso democrático aos meios de produção de mídia, apenas para() permanecer à margem. Mas() isso seria fazer
uma leitura equivocada da natureza da revolução atual. O cinema digital pode descrever uma gama de modificações tecno-
lógicas, especialmente no que diz respeito a câmeras e edição, mas() o que realmente é novo desta vez é o advento da
distribuição de filmes baseada na internet. É isso que transforma o fazer filmes digitais, ou() mesmo convencionais, em
cinema digital.
No passado, os filmes amadores jamais chegavam às grandes salas de cinema. Ativistas locais eram obrigados a brigar
eternamente com as Câmaras de suas cidades para() proteger os canais de acesso público a cabo, um dos poucos lugares
que veiculam filmes desse tipo. Mas() o cinema digital está respondendo ao desafio da distribuição em diversos níveis: nos
portais comerciais, sedentos pelo produto, que ( ) já colocaram centenas de filmes em seus sites, em várias redes mais
especializadas, subculturais ou ( ) de fãs, ou ( ) em sites montados por cineastas especificamente para ( ) exibir seu
trabalho.
Hoje, se() você souber onde procurar na internet, poderá encontrar exemplos fascinantes desse novo cinema de garagem -
desde curtas animados até documentários comoventes. O coletivo de mídia "Big Noise", de Cambridge, Massachusetts, e o
"Independent Media Center" de Seattle, por exemplo, distribuíram câmeras a mais de cem ativistas de mídia em Seattle
durante a polêmica conferência da Organização Mundial do Comércio, em 1999, e o resultado foi o contundente trabalho
"This Is What Democracy Looks Like" (Isso É com Que se Parece a Democracia, que pode ser encomendado no site
www.thisisdemocracy.org).
Filmes digitais podem ser tão profundos quanto() a fita sobre Rodney King ou ( ) tão superficiais quanto ( ) "America's-
Funniest Home Videos". Mas() toda forma de arte precisa de espaço para ( ) as pessoas assumirem riscos e cometerem
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 37
enganos. Não poderemos ter um grande cinema se não houver algum lugar onde os principiantes possam começar por
fazer cinema horrível; e, enquanto isso, os filmes digitais são mais ousados e originais do que() qualquer coisa que ( ) se
pode ver há muito tempo na tela grande.
Já se veem evidências de que o público - e a grande indústria do cinema - aderiu a esse novo estilo popular de fazer cine-
ma. "South Park", um dos maiores sucessos comerciais do final dos anos 90, teve sua origem num videocartão de Natal
que() foi difundido na internet. Vários seriados animados da internet, incluindo "Undercover Brother" e "Starship Regulars",
já têm contratos para() virar filmes de longa-metragem ou ( ) passarem para a televisão comercial.
E, o que possivelmente seja o mais surpreendente, quando a Amazon começou a oferecer cópias em vídeo de "George
Lucas in Love", um dos primeiros filmes digitais a fazer sucesso, elas venderam em sua primeira semana mais do que() "A
Ameaça Fantasma".
Além do potencial comercial, existe a seguinte possibilidade sedutora: como() a poesia, o cinema pode tornar-se um modo
de expressão íntimo e espontâneo. Como explicou Francis Ford Coppola no documentário "Hearts of Darkness", "para mim,
a grande esperança é que, agora que estão saindo câmeras de vídeo de oito milímetros, pessoas que( ) normalmente não
fariam filmes vão fazê-los. E que algum dia uma garotinha gordinha em Ohio vire a nova Mozart e faça um belo filme com a
câmera de seu pai. O chamado profissionalismo do cinema será destruído, e o cinema realmente se tornará uma forma de
arte".
Nenhum de meus amigos virou um novo Mozart. Nunca chegamos a fazer os filmes de monstros dos quais() falávamos.
Mas() talvez Coppola tenha razão -quem sabe se, em algum lugar do Ohio, uma grande obra-prima já não esteja em pro-
cesso de criação. Quem sabe isso não esteja acontecendo em sua própria sala de gravação.
Tradução Clara Allain
3º exercício
Encontre nos parágrafos abaixo os elementos referenciais que estabelecem a coesão. (Fonte: Chartier,
R. A aventura do livro. UNESP, 1999.)
a) A empresa multimídia, em termos de rentabilidade, só pode ser eficaz sob três condições: que ela esteja im-
plantada no maior número de regiões produtivas do mundo, que ela congregue atividades afins – cada produto
sendo, portanto, desde sua origem, concebido para a diversificação - e também que ela tenha uma capacidade
de investimento enorme, com os crescentes custos de acesso aos bancos de dados.
b) Ler um artigo em um banco de dados eletrônico, sem saber nada da revista na qual foi publicado, nem dos
artigos que o acompanham, e ler o “mesmo” artigo no número da revista na qual apareceu não é a mesma expe-
riência. O sentido que o leitor constrói, no segundo caso, depende de elementos que não estão presentes no
próprio artigo, mas que dependem do conjunto dos textos reunidos em um mesmo número e do projeto intelec-
tual e editorial da revista ou do jornal.
TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Ana Lúcia Magalhães 38
7. A COERÊNCIA TEXTUAL
7.1 COERÊNCIA E METARREGRAS
A coerência é um termo tomado da filosofia, mais especificamente da lógica. etimologicamente, vem do
latim (cohaerentia - ae) e significa ligação ou harmonia entre situações, acontecimentos ou ideias. ela
se estabelece na dependência do conhecimento de elementos linguísticos, do conhecimento de mundo,
do conhecimento partilhado entre produtor e receptor do texto e de fatores sociais e interacionais.
Recentemente, uma revista americana promoveu um concurso, pedindo a seus leitores que enviassem
mensagens estranhas divulgadas por seus gerentes, no ambiente de trabalho. O texto a seguir foi a
mensagem vencedora:
"A partir de amanhã, os empregados somente poderão acessar o prédio usando cartões de
segurança individuais. As fotografias serão tiradas na próxima quarta-feira, e os emprega-
dos receberão seus cartões em duas semanas". (Fred Dales, Microsoft, Redmond, WA)
Por que esta mensagem é estranha? A resposta é simples: porque é incoerente. Afinal, a empresa não
pode exigir que os empregados apresentem cartão de identificação duas semanas antes de disponibili-
zá-los. Existe, neste texto, uma contradição, uma incoerência. O texto, portanto, não pode fazer sentido
para aqueles que o leem.
É a coerência que faz com que o texto faça sentido para os leitores. Ela diz respeito à possibilidade de
estabelecer, no texto, alguma forma de unidade ou relação. É ela que permite identificar o texto como
uma unidade de sentido. Ela está ligada, portanto, ao texto como um todo e é por isso que dizemos
que ela se refere à macroestrutura do texto.
Existem regras, as metarregras, responsáveis pela boa formação de um texto:
REPETIÇÃO
para que um texto seja coerente, é preciso que ele contenha no seu desen-
volvimento linear elementos de recorrência.
PROGRESSÃO
para que um texto seja coerente, é preciso que haja no seu desenvolvimento
uma ampliação do sentido constantemente renovada.
NÃO-
CONTRADIÇÃO
para que um texto seja coerente, é preciso que no seu desenvolvimento não
haja nenhum elemento que contradiga o que já foi enunciado anteriormente
RELAÇÃO
para que um texto seja coerente é preciso que os fatos que se denotam no
mundo representado pelo texto estejam relacionados.
A coerência refere-se, também, às possibilidades que o leitor tem para interpretar determinados tipos
de textos:
Para nós, que não dominamos a área de música, fica difícil estabelecer a coerência desse texto; ele
não faz sentido pelo fato de não possuirmos os conhecimentos necessários para o estabelecimento
dos sentidos do texto. A coerência tem a ver, portanto, também, com os conhecimentos do leitor. É por
isso que, ao escrevermos, devemos levar em conta a quem dirigimos nosso texto.
7.2 EXERCÍCIOS SOBRE COERÊNCIA
1º exercício
A relação que podemos estabelecer ente os graus IV e V quanto ao I seria como se um deles
representasse o seu passado luminoso, e o outro o seu futuro ainda obscuro: esta proporção
SOL:DÓ = DÓ: FÁ é a verdadeira ‘seção áurea’
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  • 1. Tópicos em Leitura e Produção de Texto Apostila Versão 2 - 2015     Ana Lúcia Magalhães
  • 2. Tópicos em Leitura e Produção de Textos Ana Lúcia Magalhães - 1 ÍNDICE I – COMPETÊNCIAS E LINGUAGEM 1. COMPETÊNCIAS ............................................................................................................................................................ 7 1.1 COMPETÊNCIAS FORMAIS...................................................................................................................................... 7 1.2 COMPETÊNCIAS FILOSÓFICAS .............................................................................................................................. 7 1.3 OBJETIVOS, RESULTADOS E TRABALHOS PROPOSTOS.................................................................................... 8 1....................................................................................................................................................................................... 8 1.3.1 OS OBJETIVOS DO NÍVEL BÁSICO .............................................................................................................. 8 1.3.2 CONTEÚDO DOS TRABALHOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – NÍVEL BÁSICO..................................... 9 1.3.3 OS OBJETIVOS DO NÍVEL INTERMEDIÁRIO ............................................................................................. 10 1.3.4 CONTEÚDO DOS TRABALHOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – NÍVEL INTERMEDIÁRIO.................... 11 2. HISTÓRIA DA LINGUAGEM: LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA..................................................................................... 12 2.1 HISTÓRIA DA LINGUAGEM..................................................................................................................................... 12 2.2 LINGUAGEM, LÍNGUA EFALA................................................................................................................................. 12 2.3 DEFINIÇÕES DE LINGUAGEM................................................................................................................................ 12 2.4 DEFINIÇÕES DE LÍNGUA........................................................................................................................................ 13 2.5 DEFINIÇÕES DE FALA............................................................................................................................................ 14 II – GRAMÁTICA 3. EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO ................................................................................................................. 16 3.1 FUNÇÕES DA PONTUAÇÃO................................................................................................................................... 16 3.2 VÍRGULA.................................................................................................................................................................. 16 3.2.1 USOS DA VÍRGULA ...................................................................................................................................... 16 3.2.2 VÍRGULA X CONJUNÇÃO “E” ...................................................................................................................... 17 3.3 PONTO..................................................................................................................................................................... 18 3.4 PONTO E VÍRGULA................................................................................................................................................. 18 3.5 DOIS PONTOS......................................................................................................................................................... 18 3.6 INTERROGAÇÃO .................................................................................................................................................... 19 3.7 EXCLAMAÇÃO......................................................................................................................................................... 19 3.8 RETICÊNCIAS ......................................................................................................................................................... 19 3.9 ASPAS...................................................................................................................................................................... 19 3.10 TRAVESSÃO ...................................................................................................................................................... 20 3.11 PARÊNTESES .................................................................................................................................................... 20 3.12 ASTERISCO........................................................................................................................................................ 20 4. FORMAS DE TRATAMENTO E ENDEREÇAMENTO .................................................................................................. 20 4.1 POLIDEZ E FORMAS DE TRATAMENTO................................................................................................................ 20 4.2 FÓRMULAS, VOCATIVOS E ENDEREÇAMENTOS................................................................................................ 21 4.2.1 AUTORIDADES UNIVERSITÁRIAS .............................................................................................................. 21 4.2.2 AUTORIDADES JUDICIÁRIAS...................................................................................................................... 21 4.2.3 AUTORIDADES MILITARES ......................................................................................................................... 22 4.2.4 AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS................................................................................................................ 22 4.2.5 AUTORIDADES NOBILIÁRQUICAS.............................................................................................................. 22 4.2.6 AUTORIDADES CIVIS................................................................................................................................... 23 4.3 CONCORDÂNCIA COM OS PRONOMES DE TRATAMENTO................................................................................ 23 4.4 ABREVIATURA DAS FORMAS DE TRATAMENTO................................................................................................. 24 4.5 UMA NOTA SOBRE “VOSSA MAGNIFICÊNCIA”..................................................................................................... 24 5. A REFORMA ORTOGRÁFICA ...................................................................................................................................... 24
  • 3. Tópicos em Leitura e Produção de Textos Ana Lúcia Magalhães - 2 III – COESÃO E COERÊNCIA 6. A COESÃO TEXTUAL................................................................................................................................................... 30 6.1 A NECESSIDADE DE COESÃO............................................................................................................................... 30 6.2 TIPOS DE COESÃO................................................................................................................................................. 31 6.3 EXEMPLOS DE ELEMENTOS DE COESÃO REFERENCIAL ................................................................................. 32 6.4 EXEMPLOS DE ELEMENTOS DE COESÃO SEQUENCIAL ................................................................................... 33 6.4.1 ELEMENTOS COESIVOS ............................................................................................................................. 33 6.4.2 EXEMPLOS CONTEXTUALIZADOS DE COESÃO SEQUENCIAL POR JUNÇÃO...................................... 33 6.5 EXERCÍCIOS SOBRE COESÃO.............................................................................................................................. 34 7. A COERÊNCIA TEXTUAL............................................................................................................................................. 38 7.1 COERÊNCIA E METARREGRAS............................................................................................................................. 38 7.2 EXERCÍCIOS SOBRE COERÊNCIA........................................................................................................................ 38 IV - ASPECTOS UTILITÁRIOS: MÉTODO DE ESTUDO E USO DE TECNOLOGIA 8. MÉTODO DE ESTUDO E RESENHA ........................................................................................................................... 42 8.1 INFORMAÇÕES GERAIS......................................................................................................................................... 42 8.2 ETAPAS ................................................................................................................................................................... 42 8.2.1 LEVANTAMENTO.......................................................................................................................................... 42 8.2.2 PERGUNTAS................................................................................................................................................. 42 8.2.3 LEITURA........................................................................................................................................................ 43 8.2.4 RESPOSTAS ................................................................................................................................................. 43 8.2.5 REVISÃO E PRODUÇÃO DA RESENHA...................................................................................................... 43 8.3 RESENHA ................................................................................................................................................................ 43 9. USO DE TECNOLOGIAS .............................................................................................................................................. 44 9.1 O OFFICE 2007........................................................................................................................................................ 44 9.2 WORD ...................................................................................................................................................................... 44 9.2.1 RECURSOS IMPORTANTES........................................................................................................................ 44 9.2.2 ESCOLHA DE FONTES ................................................................................................................................ 44 9.2.3 TAMANHO DE LETRAS (A MENOS DE NORMAS) ..................................................................................... 45 9.2.4 PARÁGRAFO................................................................................................................................................. 45 9.2.5 CABEÇALHOS............................................................................................................................................... 46 9.2.6 RODAPÉS...................................................................................................................................................... 47 9.2.7 NÚMEROS DE PÁGINA ................................................................................................................................ 47 9.2.8 NUMERAÇÃO DE CAPÍTULOS E SEÇÕES................................................................................................. 47 9.2.9 COMO DOMINAR O SOFTWARE................................................................................................................. 55 9.2.10 O ÍNDICE AUTOMÁTICO......................................................................................................................... 55 9.2.11 PRODUÇÃO DE DOCUMENTOS PDF.................................................................................................... 57 9.2.12 CAPAS...................................................................................................................................................... 57 V - GÊNEROS E LINGUAGENS 10. GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS ................................................................................................................................... 59 10.1 DEFINIÇÕES E EXEMPLOS............................................................................................................................... 59 10.1.1 GÊNERO TEXTUAL................................................................................................................................. 59 10.1.2 TIPOS TEXTUAIS..................................................................................................................................... 59 10.2 COMPARAÇÃO ENTRE TIPOS E GÊNEROS.................................................................................................... 65 10.3 CONFLUÊNCIAS ................................................................................................................................................ 65 10.4 ORGANIZAÇÃO DO TEXTO............................................................................................................................... 67 10.5 TRÊS NOTAS SOBRE ANÁLISE DE TEXTO...................................................................................................... 67 10.6 GÊNEROS E FORMATOS.................................................................................................................................. 68 11. POESIA.......................................................................................................................................................................... 70
  • 4. Tópicos em Leitura e Produção de Textos Ana Lúcia Magalhães - 3 11.1 TENTATIVAS DE DEFINIÇÃO............................................................................................................................ 70 11.2 ALGUNS EXEMPLOS......................................................................................................................................... 71 11.3 COMO SE MATA UM POEMA............................................................................................................................. 72 12. LINGUAGEM JORNALÍSTICA....................................................................................................................................... 73 12.1 A LINGUAGEM JORNALÍSTICA......................................................................................................................... 73 12.2 O TRIPÉ DA ESTRUTURA DA NOTÍCIA ............................................................................................................ 73 12.3 O LEAD ............................................................................................................................................................... 73 12.4 A ESTRUTURA DA NOTÍCIA.............................................................................................................................. 74 12.5 CARACTERÍSTICAS DA LINGUAGEM JORNALÍSTICA.................................................................................... 75 12.5.1 QUANTO À ESCOLHA DOS ITENS LÉXICOS........................................................................................ 75 12.5.2 QUANTO AOS PROCEDIMENTOS GRAMATICAIS ............................................................................... 76 12.5.3 PRINCIPAL CARACTERÍSTICA............................................................................................................... 77 12.6 DUAS NOTAS IMPORTANTES .......................................................................................................................... 77 12.6.1 ESTRANGEIRISMOS............................................................................................................................... 77 12.6.2 PERGUNTAS QUE DEVEM SER RESPONDIDAS POR UMA REPORTAGEM..................................... 77 13. NOTAS SOBRE A LINGUAGEM PUBLICITÁRIA ......................................................................................................... 78 13.1 CARACTERÍSTICAS DA MENSAGEM PUBLICITÁRIA...................................................................................... 78 13.2 ELEMENTOS DA MENSAGEM PUBLICITÁRIA ................................................................................................. 78 14. DESENVOLVIMENTO DE TEXTO FICCIONAL............................................................................................................ 79 14.1 POR QUE SABER CONTAR HISTÓRIAS?......................................................................................................... 79 14.2 CARACTERÍSTICAS DO TEXTO FICCIONAL.................................................................................................... 79 14.3 OS 5 ELEMENTOS DE UMA HISTÓRIA............................................................................................................. 80 14.4 A ESTRUTURA DE 3 ATOS................................................................................................................................ 81 14.5 NOTA SOBRE ELEMENTOS & ESTRUTURA.................................................................................................... 81 14.6 CONFLITOS........................................................................................................................................................ 81 15. ASPECTOS GERAIS DA REDAÇÃO OFICIAL............................................................................................................. 84 15.1 O QUE É REDAÇÃO OFICIAL ............................................................................................................................ 84 15.2 A IMPESSOALIDADE ......................................................................................................................................... 84 15.3 A LINGUAGEM DOS ATOS E COMUNICAÇÕES OFICIAIS .............................................................................. 84 15.4 FORMALIDADE E PADRONIZAÇÃO.................................................................................................................. 85 15.5 CONCISÃO E CLAREZA..................................................................................................................................... 85 VI - POPOSTAS E CURRÍCULOS 16. COMO ELABORAR PROPOSTAS................................................................................................................................ 87 16.1 O QUE É UMA PROPOSTA ................................................................................................................................ 87 16.2 A PROPOSTA TÉCNICA E A PROPOSTA COMERCIAL ................................................................................... 87 16.3 PARTES DA PROPOSTA ................................................................................................................................... 87 16.4 O OBJETIVO (E ESCOPO DE SERVIÇO) .......................................................................................................... 88 16.5 OS ANTECEDENTES ......................................................................................................................................... 88 16.6 COMO DESENVOLVER ..................................................................................................................................... 88 17. A PROPOSTA TÉCNICA............................................................................................................................................... 89 17.1 AS PREMISSAS.................................................................................................................................................. 89 17.2 COMO DESENVOLVER ..................................................................................................................................... 89 17.3 A DESCRIÇÃO DO FORNECIMENTO................................................................................................................ 89 17.4 AS EXCLUSÕES................................................................................................................................................. 91 17.5 CRONOGRAMA E PRAZO ................................................................................................................................. 91 17.6 A PROPOSTA COMERCIAL............................................................................................................................... 91 18. CARTAS ........................................................................................................................................................................ 92 18.1 A CARTA DE ENCAMINHAMENTO.................................................................................................................... 92 18.2 CARTAS-PROPOSTA......................................................................................................................................... 92 18.3 O SUMÁRIO EXECUTIVO .................................................................................................................................. 93
  • 5. Tópicos em Leitura e Produção de Textos Ana Lúcia Magalhães - 4 18.4 A REVISÃO FINAL .............................................................................................................................................. 93 19. COMO ELABORAR UM CURRÍCULO .......................................................................................................................... 94 19.1 ORIGEM DA PALAVRA....................................................................................................................................... 94 19.2 TIPOS DE CURRÍCULO...................................................................................................................................... 94 19.3 REGRAS PARA A CONFECCÇAO DE UM CURRÍCULO................................................................................... 94 19.4 MODELO DE CURRÍCULO................................................................................................................................. 95 19.4.1 CABEÇALHO............................................................................................................................................ 96 19.4.2 OBJETIVO E FOTO.................................................................................................................................. 96 19.4.3 ESCOLARIDADE...................................................................................................................................... 96 19.4.4 SUMÁRIO DA EXPERIÊNCIA E QUALIFICAÇÕES ................................................................................ 97 19.4.5 EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL.............................................................................................................. 97 19.4.6 INFORMÁTICA......................................................................................................................................... 98 19.4.7 IDIOMAS................................................................................................................................................... 98 19.4.8 CURSOS DE EXTENSÃO........................................................................................................................ 98 19.4.9 MODELO EUROPEU................................................................................................................................ 99 19.4.10 UM CURRÍCULO MAL FEITO................................................................................................................ 101 19.4.11 PARA PROFISSIONAIS DE MARKETING............................................................................................. 103 VII - ÉTICA E VALORES 20. ÉTICA E VALORES..................................................................................................................................................... 105 20.1 DEFINIÇÕES DE VALORES............................................................................................................................. 105 20.2 ARISTÓTELES E A ÉTICA................................................................................................................................ 105 20.3 VALORES DE UMA ORGANIZAÇÃO ............................................................................................................... 106 20.4 O DILEMA ÉTICO.............................................................................................................................................. 109 20.4.1 O QUE É................................................................................................................................................. 109 20.4.2 O DILEMA ÉTICO – UMA ABORDAGEM METÓDICA .......................................................................... 109 20.5 UMA NOTA SOBRE FILOSOFIA, POLÍTICAS E ATITUDES ............................................................................ 112 VIII – RETÓRICA E ARGUMENTAÇÃO 21. RETÓRICA E ARGUMENTAÇÃO.................................................................................................................................... 113 21.1 CONCEITOS............................................................................................................................................................ 114 21.2 TRIÂNGULO RETÓRICO ........................................................................................................................................ 114
  • 6. Tópicos em Leitura e Produção de Textos Ana Lúcia Magalhães - 5 INTRODUÇÃO O objetivo desta apostila é apresentar uma lista de competências a desenvolver durante o curso de Leitura e Produção de Textos e abordar certos tópicos pertinentes. O conteúdo é resultado de vivência como professora e no mercado de trabalho e de pesquisa. A apostila não é exatamente um livro-texto, é uma coletânea de tópicos.. Leitura e Produção de Textos é uma disciplina diferente de Língua Portuguesa, ainda que possua obje- tivos em grande parte superpostos. Em essência, pretende ensinar os alunos a se comunicar de modo competente. Assim, é um curso em que os trabalhos são contextualizados. Os tópicos estão organizados por seções: I – Competências e Linguagem: mostra os objetivos e métodos do curso e o que existe de mais básico, a língua e a linguagem. II – Gramática: dois tópicos selecionados entre aqueles em que os alunos apresentam mais dúvidas e o texto mais enxuto possível sobre a reforma ortográfica. III – Coesão e Coerência: a base do estilo e do bem escrever, supondo que gramática e ortografia este- jam dominadas. IV - Aspectos utilitários: método de estudo e uso de tecnologia: faz parte desse conjunto um método de estudo que, se aplicado, simplesmente muda a perspectiva de vida (não é exagero!) do estudante, pelo simples fato de que capacita a adquirir conhecimentos em um nível que pouca gente possui. Esse mé- todo é complementado por instruções de outro conhecimento muito útil: funções importantes e geral- mente desconhecidas do Word. V – Gêneros, tipos e linguagens: um apanhado geral sobre gêneros e tipos de textos, seguido de parti- cularidades sobre a s linguagens jornalística, publicitária e oficial. V – Propostas e currículos: como escrever propostas, um conhecimento grandemente valorizado pelo mercado de trabalho, e como fazer um currículo, capacidade cuja importância dificilmente pode ser exagerada e à qual não se costuma prestar a devida atenção, VII – Ética e valores: é necessário se comunicar com ética, daí o último capítulo, que inclui um método de análise de casos. VIII – O tópico Leitura será trabalhado ao longo do curso, por meio da Retórica.
  • 7. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 6 I – COMPETÊNCIAS E LINGUAGEM
  • 8. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 7 1. COMPETÊNCIAS 1.1 COMPETÊNCIAS FORMAIS O quadro a seguir resume as competências a desenvolver, em três níveis. A proposta do curso é che- gar ao nível intermediário e motivar para o nível avançado. competência básico intermediário avançado Comunicação Escrita Criar, produzir e revisar do- cumentos empresariais de rotina – em resposta a situa- ções informadas concisamen- te – que sejam: Compor, revisar e editar docu- mentos empresariais – em res- posta a estudos de casos – que sejam: Selecionar estraté- gias retóricas apropriadas e ca- nais de comunica- ção para persuadir públicos diversos a aceitar decisões empresariais. – claros – corteses – concisos completos corretos (ou seja, aceitáveis). – informativos – bemorganizados – lógicos persuasivos (ou seja, profissionais em forma e conteúdo). Comunicação Oral Expor uma apresentação breve e informal. Desenvolver e expor uma apre- sentação empresarial formal baseada em relatório ou propos- ta, que seja: Criar e apresentar uma apresentação executiva e mode- rar discussões com utilização de recur- sos retóricos apro- priados. – articulada – inteligível – ensaiada – organizada – dinâmica – visualmente interessante. Uso de tecno- logia Empregar as ferramentas básicas de tecnologia para produzir documentos de for- mato agradável e fáceis de ler; aplicar as regras para a produção de e-mails e men- sagens de voz. Usar ferramentas mais sofistica- das que incluam a produção de gráficos e material audiovisual. Gerenciar bancos de dados, crono- gramas e fluxos de trabalho com uso de softwares apro- priados. Pesquisa de Informação Escrever uma carta ou relató- rio que contenha resumo e documentação de informação obtida de várias fontes. Escrever uma recomendação que selecione, analise e organize informação recolhida de fontes múltiplas, inclusive fontes eletrô- nicas. Escrever um relató- rio analítico refi- nando um determi- nado tópico: sele- ção, avaliação, síntese e docu- mentação de in- formação complexa de várias fontes, com inclusão de artigos acadêmicos utilizados apropria- damente. 1.2 COMPETÊNCIAS FILOSÓFICAS As competências aqui chamadas de filosóficas interagem com conteúdos de outras disciplinas e dão mais personalidade ao curso de Leitura e Produção de Textos. O ensino de Ética na disciplina de Co- municação Empresarial mostrou que esses conhecimentos podem ser sistematizados e transmitidos.
  • 9. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 8 competência básico intermediário avançado Pensamento Crítico Identificar elementos-chave em situações empresariais informadas concisamente. Definir um problema, formu- lar os objetivos da empresa ou instituição, propor e ana- lisar soluções razoáveis e fazer recomendações sobre casos (business cases). Avaliar situações de crise em termos de forças, fraquezas, ameaças e oportunida- des. Ética Usar linguagem livre de viés, evitar exageros e falácias lógicas e saber reconhecer práticas não-éticas. Saber escolher soluções apropriadas a dilemas éticos que envolvam várias partes interessadas. Aplicar princípios de ética empresarial a decisões empresariais. Decisão Identificar causa e efeito de uma decisão administrativa simples. Usar argumentos de fato, políticas da empresa ou instituição, valor e crono- grama para defender uma decisão empresarial. Aplicar um conjunto explícito de critérios para avaliar problemas empresariais e reco- mendar a melhor solu- ção. Resolução de problemas Discutir custos e benefícios de um produto, serviço ou política da empresa. Efetuar análises de cus- to:benefício de alternativas. Analisar barreiras po- tenciais, internas e externas, à implemen- tação de um projeto. Realismo Aplicar conhecimento rele- vante de necessidades do cliente, interesses da orga- nização e regulamentações governamentais a uma cor- respondência. Determinar como fatores éticos, globais, políticos, tecnológicos e culturais afetam a possibilidade de uma organização operar. Definir, avaliar e resol- ver problemas de co- municação que afetam departamentos como produção, finanças, marketing e relações públicas de uma orga- nização. 1.3 OBJETIVOS, RESULTADOS E TRABALHOS PROPOSTOS 1.3.1 OS OBJETIVOS DO NÍVEL BÁSICO As competências referidas são alcançadas através do desenvolvimento de trabalhos que persigam objetivos específicos, listados a seguir. a) Redação de mensagens e/ou correspondências breves que resultem da análise de situações expli- cadas concisamente; b) Pesquisa e relatórios correspondentes a cada pesquisa; c) Redação de e-mails d) Busca de emprego.
  • 10. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 9 1.3.2 CONTEÚDO DOS TRABALHOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – NÍVEL BÁSICO a) Mensagens e/ou correspondências breves a partir de análise de situações conteúdo roteiro critérios de avaliação – 2 cartas (ou memorandos) de informação – 2 cartas (ou memorandos) com más notícias – 2 cartas persuasivas (ven- das). – analisar uma situação – identificar o problema – determinar o curso apropria- do de ação – escolher a estratégia apro- priada de redação (direta ou indireta) – adotar o formato adequado (carta ou memorando) – Inclusão de todos os pontos essenciais; nenhum aspecto capital deixado de fora. – correção ortográfica e grama- tical. – entendimento do público a que a mensagem se destina. – tom positivo. – mensagem concisa. – formato profissional: mensa- gem de fácil compreensão. b) Pequeno projeto de pesquisa e relatório conteúdo roteiro critérios de avaliação – Relatório de um pequeno projeto de pesquisa (por exemplo, tipo de computador a adquirir para uma finalida- de específica, formação de uma pequena biblioteca para um curso de reforço em Ma- temática para concursos, roupa mais adequada para usar no calor). – planejar a pesquisa (Internet, biblioteca, entrevistas). – conduzir a pesquisa – listar os resultados – formatar o relatório (itens e subitens) – escrever o relatório. – citação correta e ética das fontes (exemplo de falta de ética: folhear um livro e es- crever que leu). – uso correto da Internet, sem cópia de textos e sem frases ou parágrafos des- necessários. – clareza e organização. – concisão. c) Redação de e-mails conteúdo roteiro critérios de avaliação – 4 e-mails de informação. – 2 e-mails com más notícias. – 2 e-mails persuasivos. (é possível passar as mes- mas situações e instar os alunos a escolherem cartas ou e-mails para fazer a co- municação). – analisar uma situação – identificar o problema – determinar o curso apropriado de ação – escolher a estratégia apropri- ada de redação (direta ou in- direta) – justificar, com base nos 10 mandamentos do e-mail (Uni- versidade de Harvard) a esco- lha do e-mail para fazer a co- municação. – Inclusão de todos os pon- tos essenciais; nenhum aspecto capital deixado de fora. – correção ortográfica e gramatical. – entendimento do público a que a mensagem se desti- na. – escolha da estratégia apropriada de redação – tom positivo. – mensagem concisa. – formato profissional: men- sagem de fácil compreen- são.
  • 11. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 10 d) Apresentação oral conteúdo roteiro critérios de avaliação – Apresentação oral de 20 minutos utilizando Power Point e recursos audiovisuais, a partir de uma situação apresentada concisamente. – desenvolver o plano de slides. – planejar o uso de recursos audiovisuais – desenvolver os textos, obser- vando as regras fornecidas em aula. – formatar a apresentação. – citação correta e ética das fontes (exemplo de falta de ética: folhear um livro e escrever que leu). – uso correto da Internet, sem cópia de textos e sem frases ou parágrafos des- necessários. – clareza. – organização. – concisão. e) Busca de estágio ou emprego conteúdo roteiro critérios de avaliação – Currículo – Carta – Preparação para entrevista – determinar uma posição espe- cífica (por exemplo, assistente de vendas de uma empresa metalúrgica) – recolher material para um cur- rículo – escrever o currículo segundo um modelo (dados pessoais, escolaridade, sumário da expe- riência, experiência em detalhe, informática, idiomas). – planejar cuidadosamente a carta – escrever a carta. – Antecipar as perguntas que serão feitas na entrevista – Preparar as respostas. – ética. – organização. – persuasão. – correção ortográfica e gramatical. 1.3.3 OS OBJETIVOS DO NÍVEL INTERMEDIÁRIO Como no caso do nível básico, as competências referidas são alcançadas através do desenvolvimento de trabalhos que persigam objetivos específicos, listados a seguir. a) Analisar um problema de uma instituição e o resolver com especial atenção à comunicação; b) Escrever uma análise de caso, com introdução, análise e conclusão.
  • 12. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 11 1.3.4 CONTEÚDO DOS TRABALHOS E CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO – NÍVEL INTERMEDIÁRIO a) Análise do problema de falta temporária de energia e seu efeito em uma indústria conteúdo roteiro critérios de avaliação – Relatório com intro- dução, análise e con- clusão. – Escolher duas ou três indústrias para pesquisa; – Verificar o número e duração das inter- rupções de fornecimento nos últimos dois anos; – Desenvolver descrições sumárias dos processos de fabricação; – Desenvolver um questionário para cada indústria; – Analisar e tabular os resultados; – Escrever uma conclusão. – clareza. – conteúdo – correção gramatical – adequação ao público destinatário. – estilo. – estratégia (plano de ação e linguagem adequados para alcançar um objeti- vo). b) Formulação de proposta de fornecimento conteúdo roteiro critérios de avaliação – Proposta, de forneci- mento de bens ou serviços. – Descrever, de modo ao mesmo tempo conciso e abrangente, o bem ou servi- ço a ser fornecido. – Estruturar, com base em modelo for- necido. – Desenvolver a proposta técnica; – Desenvolver a proposta comercial. – clareza. – conteúdo – correção gramatical – estilo. – persuasão. c) Formulação de proposta de implantação de uma ideia conteúdo roteiro critérios de avaliação – Proposta, de implan- tação de uma ideia. – Descrever, de modo ao mesmo tempo conciso e abrangente, o item a ser im- plantado. – Estruturar a proposta, com base em um modelo fornecido. – Desenvolver a descrição técnica; – Mostrar a relação custo-benefício, incluindo benefícios tangíveis e intan- gíveis. – clareza. – conteúdo – correção gramatical – adequação ao público destinatário. – estilo. – persuasão.
  • 13. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 12 2. HISTÓRIA DA LINGUAGEM: LINGUAGEM, LÍNGUA E FALA 2.1 HISTÓRIA DA LINGUAGEM Embora não haja marcos e limites definidos na história da linguagem, podemos estabelecer alguns períodos para melhor compreensão: – Antiguidade: desde as primeiras manifestações até os gregos e romanos. Foco: paganismo. – Idade Média: a partir do desenvolvimento do Cristianismo estende-se até o Renascimento. Foco teocêntrico (origem divina) – linguagem de caráter universal. – Renascimento: grande marco no séc. XVI. Foco: antropocentrismo e linguagem individualizada. – Iluminismo: a partir do séc. XVIII até início do séc. XX. Viés histórico ou historicista. Foco na valori- zação da lógica (da razão pura) e matemática (Kant, Descartes). Linguística fragmentada em busca das especificidades dos sistemas: mudança social, política, econômica. – Modernismo: meados século XX. Linguística transfrástica e estudos de gramática do texto. A partir da segunda metade do séc. XX surgem diversas teorias do texto e a Análise do Discurso. – Século XXI: linguística textual de vertente sócio-cognitiva. Início da Análise Crítica do Discurso. 2.2 LINGUAGEM, LÍNGUA EFALA – Muitas pesquisas, desde tempos longínquos. – Apesar da imensa quantidade de trabalhos, persiste a necessidade de melhor compreensão do conhecimento já estruturado. – Muitas lacunas até que o desempenho, pelo falante, seja considerado exercício de uma gramática tão legítima quanto a oficial, maiúscula. – Linguageméa capacidade fônica de se exprimir, como um dom. – Línguaéo patrimônio expressivo, uma sedimentação a partir das falas. – Falaéa expressão, uma função da linguagem. 2.3 DEFINIÇÕES DE LINGUAGEM – Instrumento de comunicação. – Fundamentalmente informativa; – Expressão depensamentos (e sentimentos). – Representação do pensamento por meio de sinais (permite a comunicação e a interação entre as pessoas). – Sistema constituído por elementos que podem ser gestos, sinais, sons, símbolos ou palavras, usa- dos para representar conceitos de comunicação, idéias, significados e pensamentos. Nesta acep- ção, aproxima-se do conceito de língua. A linguagem cria a fala, que gera a língua, que serve à fala
  • 14. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 13 – Função cerebral que permite a qualquer ser humano adquirir e utilizar uma língua. – Processo mental de manifestação do pensamento e de natureza essencialmente consciente, signi- ficativa e orientada para o contato interpessoal. Apesar do processo da linguagem ser essencial- mente consciente, entende-se que seu fluxo e sua articulação provêm de camadas mais profundas e não conscientes. (William James). – Sistema completo, complexo, arbitrário de símbolos aprendidos primária e oralmente e usado para comunicação em uma comunidade linguística em determinado grupo cultural. (Hector Hammerly) Assim, o pensamento é: – Biblioteca linguística formada de ideias, significados, palavras; – "Base de dados" para expressão verbal pela fala. – Uma seleção - pegando na prateleira da biblioteca - palavra por palavra, criando estruturas de en- tendimento para a comunicação. “Na linguagem e pela linguagem o homem vai se constituir como sujeito” (Émile Benveniste, linguista e filósofo francês). A linguagem, ao viabilizar a relação das pessoas, permite: – retorno sobre si como individualidade distinta – comunicação inter-humana". 2.4 DEFINIÇÕES DE LÍNGUA – Aquilo que é tomado como padrão de correção por uma elite escolarizada e culta. – O mesmo que linguagem, na forma mais plena de possibilidades de comunicação entre os homens. – Tipo de código formado por palavras e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comuni- cam. – ".. coisa de tal modo distinta que um homem privado do uso da fala conserva a língua, contato que compreende os signos vocais que ouve." (Saussure, linguista francês, criado da Semiótica, área do conhecimento que estuda os símbolos). Sob um aspecto técnico-analítico é um sistema de comunicação: – criativo; – arbitrário; – fundamentalmente oral e complementarmente gráfico; – composto de símbolos com significados convencionalizados; – que ocorre dentro de uma determinada comunidade ou cultura (a ela intrinsecamente ligado); – ao alcance de qualquer ser humano e assimilado intuitivamente por todos, de forma semelhante; – com características universais. Valem ainda as observações importantes que seguem.
  • 15. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 14 1. Em essência, é um fenômeno inerente ao ser humano e semelhante a ele próprio: sistemático, complexo, arbitrário, irregular, mostra acentuado grau de tolerância a variações, repleto de ambi- guidades, em constante evolução aleatória e incon- trolável. 2. Quanto à função, pode ser definida como sistema de representação cognitiva do universo, através do qual se constroem suas relações. Reflexo criativo influen- ciado pela cultura de seus falantes. 3. Principal instrumento de desenvolvimento cognitivo do ser humano. 4. Há profunda interdependência entre linguagem e pensamento: um subsidia o outro; palavras que não representam ideias são mortas, ideias não coloca- das em palavras são sombras. 5. O quadro ao lado mostra a sequência a observar: 2.5 DEFINIÇÕES DE FALA – Capacidade ou uso da capacidade de emitir sons em algum padrão (uma língua); – Conjunto de "... combinações pelas quais o falante realiza o código da língua no propósito de ex- primir seu pensamento pessoal..." (Saussure) – entidade profundamente individual. – Sintetização da mensagem, configurada na massa da frase - quem ouve sintetiza a compreensão; – Expressão do homem. Três notas importantes sobre a fala: – Tem uma função individual muito mais constante que sua função social - a do permanente exercí- cio humano do solilóquio, da meditação, da fala interior. – Pensamos por meio da fala e por ela clareamos um objeto, mentalmente. – O homem vive redigindo a vida, criando os mundos do seu mundo, enquanto descreve as coisas e compreende a alma. O quadro a seguir mostra como funciona o conjunto Língua-Fala língua fala abstrata concreta possibilidade expressão mundo interior mundo exterior estado de análise síntese intraindividual extraindividual processo produto
  • 16. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 15 II – GRAMÁTICA
  • 17. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 16 3. EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO 3.1 FUNÇÕES DA PONTUAÇÃO Há certos recursos da linguagem - pausa, melodia, entonação e até mesmo, silêncio - que só estão presentes na oralidade. Na linguagem escrita, para substituir tais recursos, usamos os sinais de pontu- ação. Estes são também usados para destacar palavras, expressões ou orações e esclarecer o sentido de frases, a fim de dissipar qualquer tipo de ambiguidade. Há uma acepção errada muito comum que consiste em ignorar as regras e ir “pelo ouvido”. Não funcio- na, o “ouvido” pode enganar. 3.2 VÍRGULA 3.2.1 USOS DA VÍRGULA Emprega-se a vírgula (uma breve pausa): a) para separar os elementos mencionados numa relação: A nossa empresa está contratando enge- nheiros, economistas, analistas de sistemas e secretárias. O apartamento tem três quartos, sala de visitas, sala de jantar, área de serviço e dois banheiros. NOTA: Mesmo que oe venha repetido antes de cada um dos elementos da enu- meração, a vírgula deve ser empregada: Rodrigo estava nervoso. Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e ria, e roía as unhas. b) para isolar o vocativo: Cristina, desligue já esse telefone! Por favor, Ricardo, venha até o meu ga- binete. c) para isolar o aposto: Dona Sílvia, aquela mexeriqueira do quarto andar, ficou presa no eleva- dor. Rafael, o gênio da pintura italiana, nasceu em Urbino. d) para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou melhor, aliás, além disso etc.): Gastamos R$ 5.000,00 na reforma do apartamento, isto é, tudo o que tínhamos econo- mizado durante anos. Eles viajaram para a América do Norte, aliás, para o Canadá. e) para isolar o adjunto adverbial antecipado: Lá no sertão, as noites são escuras e perigosas. Ontem à noite, fomos todos jantar fora. f) para isolar elementos repetidos: O palácio, o palácio está destruído. Estão todos cansados, cansa- dos de dar dó! g) para isolar, nas datas, o nome do lugar: São Paulo, 22 de maio de 1995. Roma, 13 de dezembro de 1995. h) para isolar os adjuntos adverbiais: A multidão foi, aos poucos, avançando para o palácio. Os candi- datos serão atendidos, das sete às onze, pelo próprio gerente. i) para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela conjunção e: Ele já enganou vá- rias pessoas, logo não é digno de confiança. Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir. Não compareci ao trabalho ontem, pois estava doente. j) para indicar a elipse de um elemento da oração: Foi um grande escândalo. Às vezes gritava, ou- tras, estrebuchava como um animal. Não se sabe ao certo. Paulo diz que ela se suicidou, a irmã, que foi um acidente.
  • 18. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 17 k) para separar o paralelismo de provérbios: Ladrão de tostão, ladrão de milhão. Ouvir cantar o galo, sem saber onde. l) após a saudação em correspondência (social e comercial): Com muito amor, Respeitosamente, Atenciosamente, m) para isolar as orações adjetivas explicativas: Marina, que é uma criatura maldosa, "puxou o tapete" de Juliana lá no trabalho. Vidas Secas, que é um romance contemporâneo, foi escrito por Gracilia- no Ramos. n) para isolar orações intercaladas: Não lhe posso garantir nada, respondi secamente. O filme, disse ele, é fantástico. 3.2.2 VÍRGULA X CONJUNÇÃO “E” Usa-se a vírgula antes da conjunção aditiva “e”, quando houver: – nas orações sindéticas aditivas, sujeitos diferentes −Ela foi ao shopping, e suas amigas voltaram. – intercalação anterior ou quando o próprio “e” iniciar uma intercalação −Ele passou no concurso, porque estudou muito, e hoje ganha muito bem. João doou, e é bom que se diga, todos os seus bens aos pobres. – coordenação muito longa que antecede o “e”. Nesse caso, vírgula (que é facultativa) indica pausa respiratória− Eliane, Afonso e Wagner fizeram longa viagem até Brasília, e decidiram descansar lá por uns dias; Vila Bela da Santíssima Trindade é município localizado no oeste de Mato Grosso, e é ponto de partida para muitas expedições de pesca. – necessidade de ênfase −Ainda que ele corra, e pule, e retroceda, nós o acertaremos. Vírgula facul- tativa na dependência de se querer ou não produzir a ênfase mencionada. – palavra ou expressão depois do "e" sujeito de outra oração– Geralmente, já foram fixados os pre- ços, e as tabelas não podem ser alteradas. “Os preços” e “as tabelas” são sujeitos de predicados diferentes (foram fixados e não podem ser alteradas). Sem a vírgula, na leitura rápida, pode pare- cer que se trata de sujeito composto (já foram fixados os preços e as tabelas). Outro exemplo: Os executivos usam carros da empresa, e microônibus levam os demais empregados ao trabalho. Neste caso, a ausência da vírgula propiciaria compreensão de que “microônibus”, sujeito de “le- vam”, fosse entendido como complemento de “usam”, juntamente com “carros da empresa”. No ca- so, a vírgula é obrigatória. – Destaque de oração ou expressão intercalada – Esse eixo semântico, e trata-se exatamente disso, possui grande generalidade; o padre repreendeu, e era perfeitamente o caso, o comportamento impróprio de alguns paroquianos; o aluno foi chamado e, aparentando tranquilidade, apresentou-se ao diretor. Vírgula facultativa. – separação de aposto do “e”, Caso é semelhante ao anterior, mas a particularidade é que se trata de aposto, que nem sempre precisa estar entre vírgulas– Nosso primeiro imperador foi D. Pedro I, o Defensor Perpétuo do Brasil. Na hipótese de o aposto ser interno, ou seja, não ser seguido por ponto, deve estar entre vírgulas, mesmo que à segunda se siga a conjunção “e” - Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente eleito, e sua equipe reúnem-se hoje; Karl Marx, autor de O Capital, e Frie- drich Engels são ideólogos do marxismo. Vírgula, no caso. obrigatória.
  • 19. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 18 Usa-se a vírgula antes e depois da conjunção aditiva “e”, quando houver: – uma intercalação anterior e posterior. Ela chegou cedo, porque é pontual, e, como sempre ocorre, apresentou-se bem. De modo geral, não cabe o emprego da vírgula depois da conjunção aditiva “e”, pois ambos funcionam como conectivos no mesmo lugar. Nota: nos Estados Unidos, a vírgula antes da conjunção coordenativa aditiva é chamada de vírgula de Harvard. Lá, é um sinal de elegância. Serve para dar um ritmo melhor à frase. 3.3 PONTO Emprega-se o ponto, basicamente, para indicar o término de uma frase declarativa de um período sim- ples ou composto. Desejo-lhe uma feliz viagem. A casa, quase sempre fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era conservado com primor. O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas, por exemplo: fev. = fevereiro, hab. = habi- tante, rod. = rodovia. O ponto que é empregado para encerrar um texto escrito recebe o nome de ponto final. 3.4 PONTO E VÍRGULA Utiliza-se o ponto-e-vírgula para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula, praticamente uma pausa intermediária entre o ponto e a vírgula. Geralmente, emprega-se o ponto-e-vírgula para: a) separar orações coordenadas que tenham certo sentido ou aquelas que já apresentam separação por vírgula: Criança, foi uma garota sapeca; moça, era inteligente e alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma doidivanas. b) separar vários itens de uma enumeração: Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensa- mento, a arte e o saber; III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públi- cas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais; . . . (Constituição da República Federativa do Brasil). 3.5 DOIS PONTOS Os dois pontos são empregados para: c) enumeração: ... Rubião recordou a sua entrada no escritório do Camacho, o modo porque falou: e daí tornou atrás, ao próprio ato. Estirado no gabinete, evocou a cena: o menino, o carro, os cavalos, o grito, o salto que deu, levado de um ímpeto irresistível... (Machado de Assis) d) citação: Visto que ela nada declarasse, o marido indagou: Afinal, o que houve? e) esclarecimento: Joana conseguira enfim realizar seu desejo maior: seduzir Pedro. Não porque o amasse, mas para magoar Lucila. Observe que os dois-pontos são também usados na introdução de exemplos, notas ou observações. Nota: A invocação em correspondência (social ou comercial) pode ser seguida de dois-pontos ou de vírgula. Por exemplo:
  • 20. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 19 – Querida amiga: – Prezados senhores, 3.6 INTERROGAÇÃO O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta, ainda que esta não exija res- posta: O senhor não precisa de mim?A que horas janta-se? O senhor sai a passeio depois do jantar? De carro ou a cavalo? 3.7 EXCLAMAÇÃO O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer enunciado com entonação excla- mativa, que normalmente exprime admiração, surpresa, assombro ou indignação. Viva o meu príncipe! Sim, senhor... Eis aqui um comedouro muito compreensível e muito repousante, Jacinto! - Então janta, homem! Nota: O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções interjetivas: Oh! Valha-me Deus! 3.8 RETICÊNCIAS As reticências são empregadas para: a) assinalar interrupção do pensamento: Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que fiz o meu dever. Mas o mundo saberá... b) indicar passos que são suprimidos de um texto: O primeiro e crucial problema de linguística geral que Saussure focalizou dizia respeito à natureza da linguagem. Encarava-a como um sistema de signos. Considerava a linguística, portanto, com um aspecto de uma ciência mais geral, a ciência dos signos... (Mattoso Câmara Jr.) Outra forma de marcar essa supressão é [...] c) marcar aumento de emoção: As palavras únicas de Teresa, em resposta àquela carta, significativa da turvação do infeliz, foram estas: "Morrerei, Simão, morrerei. Perdoa tu ao meu destino... Perdi- te... Bem sabes que sorte eu queria dar-te... e morro, porque não posso, nem poderei jamais resga- tar-te. (Camilo Castelo Branco) 3.9 ASPAS As aspas são empregadas: a) antes e depois de citações textuais: Roulet afirma que "o gramático deveria descrever a língua em uso em nossa época, pois é dela que os alunos necessitam para a comunicação quotidiana". b) para realçar uma palavra ou expressão: Ele reagiu impulsivamente e lhe deu um "não" sono- ro. Aquela "vertigem súbita" na vida financeira de Ricardo afastou-lhe os amigos dissimulados. É facultativo e deve ser usado com cuidado. c) para assinalar estrangeirismos, neologismos, gírias e expressões populares ou vulgares: O “fast track” é uma delegação do congresso americano ao presidente para negociar acordos comerciais. Nota: expressões como bypass e feedback, que não possuem correspondentes em Português, devem ser usadas sem aspas.
  • 21. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 20 3.10 TRAVESSÃO Emprega-se o travessão para: a) indicar a mudança de interlocutor no diálogo: Que gente é aquela, seu Alberto? - São japoneses. - Japoneses? E... é gente como nós? - É. O Japão é um grande país. A única diferença é que eles são amarelos. - Mas, então não são índios? (Ferreira de Castro) b) colocar em relevo certas palavras ou expressões: Maria José sempre muito generosa - sem ser artificial ou piegas - a perdoou sem restrições. Um grupo de turistas estrangeiros - todos muito rui- dosos - invadiu o saguão do hotel no qual estávamos hospedados. c) substituir a vírgula ou os dois pontos: Cruel, obscena, egoísta, imoral, indômita, eternamente sel- vagem, a arte é a superioridade humana - acima dos preceitos que se combatem, acima das religi- ões que passam, acima da ciência que se corrige; embriaga como a orgia e como o êxtase. (R. Pompéia) 3.11 PARÊNTESES Os parênteses são empregados para: a) destacar num texto qualquer explicação ou comentário: Todo signo linguístico é formado de duas partes associadas e inseparáveis, isto é, o significante (unidade formada pela sucessão de fone- mas) e o significado (conceito ou ideia). b) incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicação, página etc.): Mattoso Câma- ra (1977:91) afirma que, às vezes, os preceitos da gramática e os registros dos dicionários são dis- cutíveis: consideram erro o que já poderia ser admitido e aceitam o que poderia, de preferência, ser posto de lado. c) isolar orações intercaladas com verbos declarativos, em substituição à vírgula e aos traves- sões: Afirma-se (não se prova) que é muito comum o recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas. 3.12 ASTERISCO O asterisco é um recurso empregado para: a) remissão a uma nota no pé da página ou no fim de um capítulo de um livro. b) substituição de um nome próprio que não se deseja mencionar: O Dr.* afirmou que a causa da infecção hospitalar na Casa de Saúde Municipal está ligada à falta de produtos adequados para assepsia. 4. FORMAS DE TRATAMENTO E ENDEREÇAMENTO 4.1 POLIDEZ E FORMAS DE TRATAMENTO Umas das características do estilo da correspondência oficial e empresarial é a polidez, entendida co- mo o ajustamento da expressão às normas de educação ou cortesia. Há divergências entre autores, porém a polidez se manifesta no emprego de fórmulas de cortesia. As- sim, temos duas formas e ainda hoje vemos a mais polida ("Tenho a honra de encaminhar" no lugar de "Encaminho..."; "Tomo a liberdade de sugerir..." e "Sugiro..."). Alguns manuais preferem a primeira
  • 22. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 21 forma; o Prof. Pasquale, a segunda... De qualquer maneira, é preciso cuidado para evitar frases agres- sivas ou ásperas: até uma carta de cobrança pode ter seu tom amenizado, fazendo-se menção, por exemplo, a possível esquecimento. O emprego adequado das formas de tratamento é importante. É importante também dispensar atenção respeitosa a superiores, colegas e subalternos. No que diz respeito à utilização das formas de tratamento e endereçamento, deve-se considerar não apenas a área de atuação da autoridade (universitária, judiciária, religiosa, etc.), mas também a posi- ção hierárquica do cargo que ocupa. 4.2 FÓRMULAS, VOCATIVOS E ENDEREÇAMENTOS 4.2.1 AUTORIDADES UNIVERSITÁRIAS cargo ou função por extenso abreviatura vocativo endereçamento singular plural Reitores Vossa Magnifi- cência ou Vossa Exce- lência V. Magª ou V. Maga. V. Exa. ou V. Exª V. Magasou V. Magas. ou V.Exas ouV.Exas. Magnífico Reitor ou Excelentíssimo Senhor Reitor Ao Magnífico Reitor ou Ao Excelentíssimo Senhor Reitor Nome Cargo Endereço Vice-Reitores Vossa Exce- lência V. Exª ou V.Exa. V.Exas ouV. Exas. Excelentíssimo Senhor Vice- Reitor Ao Excelentíssimo Senhor Vice-Reitor Nome Cargo Endereço Assessores Pró-Reitores Diretores Coord. de Depar- tamento Vossa Senho- ria V.Sª ou V.Sa. V.Sas ou V.Sas. Senhor + cargo Ao Senhor Nome Cargo Endereço 4.2.2 AUTORIDADES JUDICIÁRIAS cargo ou função por extenso abreviatura vocativo endereçamento singular plural Auditores Curadores Defensores Públicos Desembargadores Membros de Tribu- nais Presidentes de Tribu- nais Procuradores Promotores Vossa Excelência V. Exª ou V.Exa. V.Exas ou V. Exas. Excelentíssimo Senhor + cargo Ao Excelentíssimo Senhor Nome Cargo Endereço Juízes de Direito Meritíssimo Juiz ou Vossa Excelência M. Juiz, V. Exª ou V.Exa. V. Exª Meritíssimo Senhor Juiz ou Excelentíssimo Senhor Juiz Ao Meritíssimo Senhor Juiz ou Ao Excelentíssimo Senhor Juiz Nome Cargo Endereço
  • 23. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 22 4.2.3 AUTORIDADES MILITARES cargo ou função por extenso abreviatura vocativo endereçamento singular plural Oficiais Superiores Vossa Excelência V. Exª ou V.Exa. V.Exas ou V. Exas. Excelentíssimo Senhor Ao Excelentíssimo Senhor Nome Cargo Endereço Outras Patentes Vossa Senhoria V. Sª ou V.Sa. V.Sas ou V.Sas. Senhor + patente Ao Senhor Nome Cargo Endereço 4.2.4 AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS cargo ou função por extenso abreviatura vocativo endereçamento singular plural Arcebispos e Bis- pos Vossa Excelência Reveren- díssima V. ExªRevmaou V.Exa. Revma. V. ExªRevma ou V.Exa. Revma. Excelentíssimo Reverendíssimo A Sua Excelência Reve- rendíssima Nome Cargo Endereço Cardeais Vossa Eminência ou Vossa Eminência Reveren- díssima V Emª, V. Ema. ou V. Emª Revma, V. Ema. Re- vma. V Emas, V. Emas. ou V. Emas Revmas, V. Emas. Revmas. Eminentíssimo Reverendíssimo ou Eminentíssimo Senhor Cardeal A Sua Eminência Reve- rendíssima Nome Cargo Endereço Cônegos Vossa Reveren- díssima V.Revma, V. Revma. V.Revmas, V. Revmas. Reverendíssimo Cônego Ao Reverendíssimo Cô- nego Nome Cargo Endereço Frades Vossa Reveren- díssima V.Revma, V. Revma. V.Revmas, V. Revmas. Reverendíssimo Frade Ao Reverendíssimo Frade Nome Cargo Endereço Freiras Vossa Reveren- díssima V.Revma, V. Revma. V.Revmas, V. Revmas. Reverendíssima Irmã À Reverendíssima Irmã Nome Cargo Endereço Monsenhores Vossa Reveren- díssima V.Revma, V. Revma. V.Revmas, V. Revmas. Reverendíssimo Monsenhor Ao Reverendíssimo Mon- senhor Nome Cargo Endereço Papa Vossa Santidade V.S. - Santíssimo Padre A Sua Santidade o Papa 4.2.5 AUTORIDADES NOBILIÁRQUICAS cargo ou função por extenso abreviatura vocativo endereçamento singular plural Príncipes, Arquidu- ques e Duques Vossa Alteza V.A. VV. AA. Sereníssimo + Título A Sua Alteza Real Nome Cargo
  • 24. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 23 cargo ou função por extenso abreviatura vocativo endereçamento singular plural Endereço Imperadores e Reis Vossa Majestade V.M. VV. MM. Majestade A Sua Majestade Nome Cargo Endereço 4.2.6 AUTORIDADES CIVIS cargo ou função por extenso abreviatura vocativo endereçamento singular plural Cônsules Deputados Embaixadores Governadores Ministros de Estado Prefeitos Presidentes da República Secretários de Estado Senadores Vice-Presidentes de Repúblicas Vossa Excelência V. Exª ou V.Exa. V.Exas ou V. Exas. Excelentíssimo Senhor + Cargo Ao Excelentíssimo Se- nhor Nome Cargo Endereço Demais autoridades não contempladas com tratamento específico Vossa Senhoria V. Sª ou V.Sa. V.Sas ou V.Sas. Senhor + Cargo Ao Senhor Nome Cargo Endereço 4.3 CONCORDÂNCIA COM OS PRONOMES DE TRATAMENTO a) Concordância de gênero Com as formas de tratamento, faz-se a concordância com o sexo das pessoas a que se referem: – Vossa Senhoria está sendo convidado (homem) a assistir ao III Seminário da FATEC. – Vossa Excelência será informada (mulher) a respeito das conclusões do III Seminário da FATEC. b) Concordância de pessoa Embora tenham a palavra "Vossa" na expressão, as formas de tratamento exigem verbos e pronomes referentes a elas na terceira pessoa: – Vossa Excelência solicitou... – Vossa Senhoria informou... – Temos a satisfação de convidar Vossa Senhoria e sua equipe para... Na oportunidade, teremos a honra de ouvi-los... c) A pessoa do emissor O emissor da mensagem, referindo-se a si mesmo, poderá utilizar a primeira pessoa do singular ou do plural (plural de modéstia). Não pode, no entanto, misturar as duas opções ao longo do texto: – Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência... ou Comunico a Vossa Excelência... – Temos a honra de comunicar a Vossa Excelência... ou Comunicamos a Vossa Excelência... – Cabe-me ainda esclarecer a Vossa Excelência... Esclareço ainda a Vossa Excelência...
  • 25. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 24 – Cabe-nos ainda esclarecer a Vossa Excelência... Esclarecemos ainda a Vossa Excelência... d) Emprego de Vossa (Excelência, Senhoria e outros) Sua (Excelência, Senhoria e outros). – Vossa (Excelência, Senhoria etc.), é tratamento direto - usa-se para se dirigir a pessoa com quem se fala, ou a quem se dirige a correspondência (equivale a você):Na expectativa do atendimento do que acaba de ser solicitado, apresento a Vossa Senhoria nossas atenciosas saudações. – Sua (Excelência, Senhoria etc.): em relação à pessoa de quem se fala (equivale a ele fala): Na abertura do Seminário, Sua Excelência o Senhor Reitor da PUCRS falou sobre o Plano Estratégico. 4.4 ABREVIATURA DAS FORMAS DE TRATAMENTO A forma por extenso demonstra maior respeito, maior deferência, sendo de rigor em correspondência dirigida ao Presidente da República. Fique claro, no entanto, que qualquer forma de tratamento pode ser escrita por extenso, independentemente do cargo ocupado pelo destinatário. 4.5 UMA NOTA SOBRE “VOSSA MAGNIFICÊNCIA” É assim que manuais mais antigos de redação ensinam a tratar os reitores de universidades. Uma forma muito cerimoniosa, empolada, difícil de escrever e pronunciar, e em desuso. Já não existe hoje em dia distanciamento tão grande entre a pessoa do reitor e o corpo docente e discente. É, pois, perfei- tamente aceita hoje em dia a fórmula Vossa Excelência (V. Exa.). A invocação pode ser simplesmente Senhor Reitor, Excelentíssimo Senhor Reitor. 5. A REFORMA ORTOGRÁFICA Esta seção traz as resoluções da reforma ortográfica em tópicos. Conhecer o que segue resolve a qua- se totalidade das possíveis dúvidas, com exceção dos hifens, assunto sobre o qual não há certeza de que a reforma está consolidada. a) Inserção das letras As letras K, W e Y ficam incorporadas ao alfabeto. b) Eliminação do trema O trema está eliminado. Existia nos grupos gue, gui, que, qui em que a letra u é pronunciada § agüentar aguentar § cinqüenta cinquenta c) Eliminação do acento em ditongos abertos em paroxítonas § alcalóide alcaloide § alcatéia alcateia § apóia apóia § bóia boia § colméia colmeia § idéia ideia
  • 26. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 25 Atenção! A regra vale apenas para as paroxítonas. As oxítonas continuam acentuadas, como: § herói § papéis § troféu d) Eliminação do acento em palavras terminadas em êem, ôo (s) § abençôo abençoo § dêem deem § povôo povoo § vôos voos § enjôo enjoo e) Eliminação de acentos diferenciais § pára/para, § péla/pela, § pólo/polo § pêlo/pelo § pêra/pêra Permanece o acento diferencial em: § pôde/pode; § pôr/por; tem/têm; § vem/vêm f) eliminação do acento agudo no “u” tônico em dois verbos Não são mais usados das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir. g) Variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir: Esses verbos, que são aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, delinquir, enxaguar, admitem duas pro- núncias. § se forem pronunciadas com a ou i tônicos, devem ser acentuadas: enxáguo, enxáguas, delínquo, delínques, delínguem. § se forem pronunciadas com u tônico, as formas deixam de ser acentuadas: enxaguo, enxagues, enxaguem; delinque, delinquo, delinquam. No Brasil a pronúncia mais corrente é a primeira: com a e i tônicos. h) Alteração das regras de uso do hífen Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo acordo, mas como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão apresenta-se um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns. As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pen, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice [...]. .
  • 27. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 26 Usa-se o hífen quando a segunda palavra de uma expressão começa com “h” § anti-higiênico § proto-história § anti-histórico § super-homem § co-herdeiro § ultra-humano § macro-história § sobre-humano § mini-hotel Uma exceção: sub-humano subumano (neste caso o termo humano perdeu o h) – Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Seguem exemplos de palavras que passam a ser escritas sem hífen. § aeroespacial § agroindustrial § anteontem § antiaéreo § antieducativo § semiaberto § autoescola § autoestrada § coautor § extraescolar § infraestrutura § plurianual Uma exceção: o prefixo cose aglutina em geral com o segundo elemento, mesmo quando se inicia por o: cooptar, cooperação, coordenar. – Não se usa hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s: § anteprojeto § antipedagógico § autopeça § coprodução § microcomputador § semideus § seminovo § ultramoderno Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante, vice-presidente. – Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por “r” ou “s”. Nesse caso, duplicam-se essas letras. § antirrábico § antirracismo § antirreligioso § antirrugas § infrassom § minissaia § semirreta § ultrassom § neorrealismo § contrassenso § biorritmo § antissocial
  • 28. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 27 § multissecular § ultrarresistente – Usa-se hífen quando o prefixo termina por vogal e o segundo elemento iniciar pela mesma vogal § anti-imperialista § anti-inflacionário § auto-observação § contra-almirante § micro-ondas § micro-ônibus § semi-internato § contra-ataque § semi-interno § anti-ibérico – Usa-se o hífen quando o prefixo termina por consoante e o segundo elemento começar com a mesma consoante § hiper-requintado § inter-racial § super-racista § super-reacionário § super-romântico § inter-regional § super-resistente § inter-regional Nota: nos demais casos não se usa o hífen: supermercado, intermunicipal, superinteressante, superprote- ção. – Usa-se o hífen com o prefixo “sub”, mesmo que o segundo elemento iniciecom“r” § sub-raça § sub-região – Usa-se o hífen com os prefixos “circum” e “pan” diante de palavra iniciada por “m”, “n” e vogal § circum-navegação § pan-americano – Não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal § hiperacidez § hiperativo § interescolar § interestadual § interestelar § interestudantil § superamigo § supereconômico § superotimismo § superexigente § superaquecimento § superinteressante – Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró.
  • 29. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 28 § além-mar § além-túmulo § ex-aluno § aquém-mar § ex-diretor § ex-presidente § pós-graduação § pré-história § pré-vestibular § pró-europeu § recém-casado § recém-nascido § sem-terra § ex-hospedeiro – Usa-se o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim § amoré-guaçu § anajá-mirim § capim-açu § Mogi-guaçu – Usa-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não pro- priamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. § ponte Rio-Niterói § eixo Rio-São Paulo § estrada Paraná-Rio Grande do Sul § passagem Lorena- Guaratinguetá – Não se usa hífen em certas palavras que perderam a noção de composição § girassol § madressilva § mandachuva § paraquedas § paraquedista § pontapé – Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coinci- dir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte § Na cidade, conta- -se que ele foi viajar § O diretor recebeu os ex- -alunos
  • 30. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 29 III – COESÃO E COERÊNCIA
  • 31. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 30 6. A COESÃO TEXTUAL 6.1 A NECESSIDADE DE COESÃO O texto constitui uma unidade comunicativa, uma unidade de uso da língua. Na sua construção e orga- nização, utilizamos uma série de recursos com a finalidade de deixar as pistas para que o leitor recons- trua nossas intenções e o percurso de produção. Quando não mapeamos claramente as pistas em nosso texto, o leitor sofre e pode até falhar na construção dos sentidos. Etimologicamente falando, o termo coesão, de origem latina (*cohaesio -onis), entrou para o nosso léxico através do francês cohésion e significa “união íntima das partes de um todo.” O conceito de coe- são implica conhecimentos de língua, remete-se a conhecimentos do léxico e da gramática; ela estabe- lece ligações entre palavras, expressões, frases, períodos e até mesmo parágrafos, garantindo a uni- dade e a progressão do texto. Ela ocorre quando o leitor remete uma forma a outra, verificando, a partir do tema, a progressão. A coesão ocorre de modo visível no texto por meio de estratégias que incluem a concordância, a retomada de palavras e expressões pela sua repetição ou substituição pelos tempos dos verbos, pelas conjunções. Os parágrafos que seguem fornecem um exemplo da aplicação desses conceitos. Rotina Há pessoas que amam a rotina, outras que verdadeiramente a abominam. Para as primeiras, a rotina constitui um meio de situar-se, de manter certa disciplina e organização produtivas. Para as últimas, rotina é pura caretice, convite ao tédio mortal, “descurtição”, pasmaceira... Para estas, o bom da vida é viver o que pintar, numa boa, sem regras ou métodos, e, principalmente, sem roti- na ... Galasso, L. Ser mãe é sorrir em parafuso. SP: Ática, 1988. O assunto do texto é rotina. Ele se desenvolve pela oposição entre gostar ou não de rotina, em função do que se entende pelo termo rotina. Os principais referentes do texto são: rotina e pessoas. O referen- te pessoas é retomado por “que”, “outras”, “as primeiras”, “as últimas”, e “estas”. O referente rotina é retomado por “a”, “a rotina”, “um meio de situar-se, de manter uma certa disciplina e organização pro- dutivas”, “pura caretice, convite ao tédio mortal, ‘descurtição’, pasmaceira”, e “rotina”. No desenrolar do texto, as referências se modificam e são construídas a partir da absorção de novos sentidos que vão sendo incorporados aos referentes, estabelecendo relações lógicas e argumentativas constantemente renovadas, garantindo a progressão semântica, o que permite dizer que as partes de um texto são linguística e semanticamente interdependentes. Quando tratamos da coesão, no domínio do texto, outros fenômenos devem ser considerados. É preci- so ficar atento a palavras e expressões chamadas de conectores: conjunções; expressões ordenadoras e temporais, correlação dos tempos verbais. É importante observar as paráfrases, os paralelismos, as recorrências de termos, além do ritmo, da entoação, das aliterações e assonâncias – mais observados no texto poético. A retomada dos referentes, sua substituição e sua reiteração são os fenômenos mais facilmente visíveis do estabelecimento da coesão de um texto. Conforme visto, existem vários procedimentos que garantem a coesão. São fatores de recursividade presentes no texto, tanto no nível lexical quanto no gramatical. É essa recursividade que vai construir as laçadas que tecem a unidade textual. A coesão depende, portanto, do grau de domínio dos elemen-
  • 32. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 31 tos linguísticos em uso no texto. Entram nesse processo todos os níveis de análise e descrição da lín- gua: fonológico, morfológico e sintático. Como se observa, a retomada dos referentes, chamada de coesão referencial, permite, além da progressão temática, a unidade semântica entre as partes do texto e o todo; uma teia, uma verdadeira união. 6.2 TIPOS DE COESÃO É possível estabelecer uma analogia dessa união com o ato de costurar (coser). Vale observar que a coesão referencial não é a única responsável por esta costura. Este entrelaçamento se dá também através de outros fatores de coesão. Para fins de análise, costumamos classificar a coesão em três tipos, mostrados no quadro a seguir. Os quadros subsequentes fornecem exemplos, particularmente importantes pela dificuldade dos textos no quadro. tipo ocorrência formas REFERENCIAL Diz respeito às retomadas dos referen- tes que se apresentam no texto e tem por função construir a progressão das informações ligadas a eles. No desen- volvimento do texto, as referências vão se modificando, absorvendo novos sentidos, construindo constantemente novas relações. a) Substituição (anafórica e catafórica) – proformas – definitização (fecho, conclusão) – elipse b) Reiteração – sinonímia – retificação, explicação – hiperonímia e hiponímia – expressões nominais definidas RECORRENCIAL Dá-se quando o fluxo informacional caminha, progride por meio de retoma- das de itens, sentenças ou estruturas. a) recorrência de termos b) paralelismo c) paráfrase d) recursos fonológicos SEQUENCIAL Também tem a função de fazer progre- dir o texto; difere da recorrencial por- que se estabelece por sequenciação temporal e por conexão, estabelecendo relações entre as partes dos períodos, dos parágrafos que compõem o texto. a) temporal – ordenação linear – expressões ordenadoras ou continuado- ras – expressões e partículas temporais – correlação dos tempos verbais b) Por conexão/junção: – conjunção/disjunção – contrajunção/explicação – conclusão/condicionalidade – causalidade/restrição ou delimita- ção/complementação – mediação e outros A compreensão dessa tabela não é imediata. Os exemplos que seguem e, principalmente, exercícios ao final desta seção auxiliam o entendimento da tabela e do assunto. É relativamente comum indivíduos utilizarem elementos coesivos de forma equivocada. A tabela a se- guir mostra algumas formas de coesão referencial e sequencial que servem, de alguma maneira, para nortear a utilização correta, principalmente ao se elaborar textos longos. Algumas (formas), no entanto,
  • 33. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 32 são mais difíceis de listar. É o caso da sinonímia, bastante conhecida: para evitar repetições do mesmo termo, utiliza-se um sinônimo. A listagem de sinônimos é o dicionário! 6.3 EXEMPLOS DE ELEMENTOS DE COESÃO REFERENCIAL fecho/conclusão retificação/explicação em suma em remate por conseguinte em última análise concluindo por fim finalmente por tais razões por tudo isso em síntese enfim posto isso assim consequentemente isto é por exemplo a saber de fato em verdade aliás ou antes ou melhor melhor ainda como se nota como se viu como se observa com efeito como vimos por isso portanto é óbvio pois Deve-se notar os seguintes pontos relativos a formas que constam da tabela em 4.2 e não foram exemplificadas: – Não tem sentido listar exemplos da coesão referencial por elipse também não pode ser listada. Ocorre sempre que um termo deixar de ser citado, mas ficar implícita a sua ocorrência. Por exem- plo: Maria assistiu ao filme XXX, primeiro lugar na Revista Veja. Houve elipse de uma frase inteira. Como ficaria? Maria assistiu ao filme XXX. O filme XXX estava em primeiro lugar na Revista Veja. – Hiperonímia é a utilização de um termo genérico, que abrange toda uma categoria. Seu contrário, a hiponímia, é a utilização de termos particulares, que pertencem a uma categoria mais genérica. Exemplos: § hiperonímia: aparelho eletrodoméstico, universidade; § hiponímia: liquidificador, faculdade de tecnologia.
  • 34. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 33 6.4 EXEMPLOS DE ELEMENTOS DE COESÃO SEQUENCIAL 6.4.1 ELEMENTOS COESIVOS enumeração distribuição continuação realce, inclusão, adição negação, oposição, explicação afirmação, igualdade conclusão, fecho em primeiro lugar a princípio em seguida depois (depois de) em linhas gerais no geral neste momento por sua vez a par disso entrementes por seu turno antes de tudo além disso ainda também vale lembrar agora de modo geral por iguais razões inclusive até é certo é inegável em outras palavras além desse fator só somente sequer exceto senão apenas excluindo tão-somente embora não obstante entretanto no entanto ao contrário disso por outro lado diferente disso de outro lado de outra parte diversamente pois outrossim felizmente infelizmente ainda bem obviamente na verdade realmente de igual forma do mesmo modo que da mesma sorte no mesmo sentido semelhantemente em suma em remate por conseguinte em última análise concluindo por fim finalmente por tais razões por tudo isso em síntese enfim posto isso assim consequentemente 6.4.2 EXEMPLOS CONTEXTUALIZADOS DE COESÃO SEQUENCIAL POR JUNÇÃO (fonte: Gramática de Usos, M. Helena de Moura Neves) Algumas palavras da língua atuam especificamente na junção dos elementos do discurso. Elas ocor- rem num determinado ponto do texto indicando o modo pelo qual se conectam as porções que se su- cedem. Nesta atividade vamos apresentar algumas palavras que estabelecem a ligação, isto é, a jun- ção entre as orações e que tipo de relação que elas estabelecem. a) Relação de adição conjunção Chove e faz frio. Não me arrisco nem arrisco você. Aí ninguém entra. Nem eu. Ela é afetada, esnobe. E como representa, parece que está sempre no palco. b) Relação de contraste, desigualdade, oposição contrajunção Fez o que quis mas levou na cabeça.
  • 35. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 34 Jogou muito bem, contudo não conseguiu o título. Foi à festa embora estivesse doente. Depenava frangos e não ganhava nada. Vou bem mas você vai mal. c) Relação de alternância disjunção Ou se usa luva ou se usa anel. Estude bastante para os exames. Ou você já se esqueceu o que aconteceu no ano passado? d) Relação de causa-consequência, causa-efeito causalidade, explicação Não estudou e foi reprovado. Ele gritou tanto durante o jogo que ficou rouco. Falou baixo porque havia uma criança dormindo. Trabalho aqui porque quero. Se Paulo é homem então é mortal. e) Relação de condição condicionalidade Caso a senhora não prestar contas, levaremos o problema ao diretor. A menos que você seja um conselheiro treinado, deixe a tarefa para um profissional. Se o trabalho não seguir conforme a instrução, delegue-o a outra pessoa. f) Relação de finalidade mediação Fugiu para que não o vissem. Saiu cedo para chegar a tempo na reunião Secou os cabelos a fim de evitar outro resfriado. g) Relação de delimitação restrição Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. Comprei os livros que você pediu. h) Relação de igualdade, desigualdade comparação Antes um pássaro na mão que dois voando. Você a conhece tão bem quanto eu. A recepção foi muito maior do que o político esperava. 6.5 EXERCÍCIOS SOBRE COESÃO 1º exercício Os enunciados a seguir foram retirados de um exame teórico para carteira de motorista. Restabeleça o paralelismo entre as alternativas, tomando por base sempre a estrutura da primeira. Em outras pala- vras, corrija a coesão.
  • 36. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 35 a) Para ultrapassar outro veículo em movimento, o condutor deverá: – fazer sinal convencional de braço ou acionar dispositivo luminoso; – certificar-se de que dispõe de espaço suficiente e de que a visibilidade lhe permite a ultrapassagem; – nas rodovias ultrapasse pelo acostamento. b) Quando o veículo que vem atrás pedir passagem, o condutor deve: – aumentar a velocidade de seu veículo, não permitindo a ultrapassagem; – continuar sempre na mesma velocidade, permanecendo na faixa em que está; – não poderá acelerar a velocidade de seu veículo, dando passagem pela esquerda. c) As vias secundárias são destinadas a – estacionamento regulamentado; – distribuir o trânsito das outras vias; – Interceptar, coletar, e distribuir o trânsito das vias de trânsito rápido e das vias preferenciais. d) Vias de trânsito são: – todas as ruas do centro da cidade; – são todas as vias que possuem linhas demarcatórias; – são as caracterizadas por bloqueio que permita trânsito livre sem interseções e com acessos espe- ciais. e) A realização de competições esportivas nas vias públicas só pode ocorrer: – com autorização do Juiz de Direito local; – com autorização da autoridade de trânsito com jurisdição sobre elas; – dependerá do presidente do clube ou da organização promotora.
  • 37. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 36 2º exercício Identificar alguns tipos de conectores (entre orações) que estabelecem a coesão sequencial por cone- xão/junção no texto. Numerar conforme a convenção mostrada a seguir. Relação de adição conjunção 1 Relação de contraste, de desigualdade contrajunção 2 Relação de alternância disjunção 3 Relação de causa-consequência causalidade 4 Relação de condição condicionalidade 5 Relação de finalidade mediação 6 Relação de delimitação restrição 7 Relação de confronto comparação 8 Henry Jenkins da "Technology Review" Cinema de garagem Os filmes amadores sempre foram filmes caseiros. Nós os fazemos em nossas casas, em nossos bairros e() os exibimos em nossas salas de estar. O cinema digital pode mudar tudo isso, finalmente fornecendo um meio de distribuição e exibição para que ( ) os filmes caseiros possam tornar-se filmes públicos. Hoje em dia, crianças e adultos estão criando seus pró- prios filmes "Guerra nas Estrelas", usando computadores de mesa para() criar efeitos especiais que ( ) teriam custado uma fortuna à Industrial Light & Magic apenas uma década atrás. E(), o que é ainda mais notável, todos nós podemos assistir a esses filmes na internet. O cinema digital pode fazer pelo cinema o que a fotocopiadora fez pela cultura dos documentos impressos. Nos anos 70 e 80 assistimos à explosão de "newsletters" e zines, documentando as experiências de pessoas que() viviam em lares para idosos, trabalhavam em troca de salário mínimo ou ( ) ficavam no gargarejo em shows de rock. Agora a chegada das câ- meras de vídeo digitais baratas e leves, do software de edição digital baseado em PCs e da distribuição de "streaming vídeo" na internet coloca os recursos necessários para() fazer cinema à disposição de uma gama igualmente grande de cidadãos, ampliando o potencial de criatividade para as bases. Alguns céticos talvez se queixem de já terem ouvido tudo isso antes: uma sucessão de tecnologias anteriores prometeu mais acesso democrático aos meios de produção de mídia, apenas para() permanecer à margem. Mas() isso seria fazer uma leitura equivocada da natureza da revolução atual. O cinema digital pode descrever uma gama de modificações tecno- lógicas, especialmente no que diz respeito a câmeras e edição, mas() o que realmente é novo desta vez é o advento da distribuição de filmes baseada na internet. É isso que transforma o fazer filmes digitais, ou() mesmo convencionais, em cinema digital. No passado, os filmes amadores jamais chegavam às grandes salas de cinema. Ativistas locais eram obrigados a brigar eternamente com as Câmaras de suas cidades para() proteger os canais de acesso público a cabo, um dos poucos lugares que veiculam filmes desse tipo. Mas() o cinema digital está respondendo ao desafio da distribuição em diversos níveis: nos portais comerciais, sedentos pelo produto, que ( ) já colocaram centenas de filmes em seus sites, em várias redes mais especializadas, subculturais ou ( ) de fãs, ou ( ) em sites montados por cineastas especificamente para ( ) exibir seu trabalho. Hoje, se() você souber onde procurar na internet, poderá encontrar exemplos fascinantes desse novo cinema de garagem - desde curtas animados até documentários comoventes. O coletivo de mídia "Big Noise", de Cambridge, Massachusetts, e o "Independent Media Center" de Seattle, por exemplo, distribuíram câmeras a mais de cem ativistas de mídia em Seattle durante a polêmica conferência da Organização Mundial do Comércio, em 1999, e o resultado foi o contundente trabalho "This Is What Democracy Looks Like" (Isso É com Que se Parece a Democracia, que pode ser encomendado no site www.thisisdemocracy.org). Filmes digitais podem ser tão profundos quanto() a fita sobre Rodney King ou ( ) tão superficiais quanto ( ) "America's- Funniest Home Videos". Mas() toda forma de arte precisa de espaço para ( ) as pessoas assumirem riscos e cometerem
  • 38. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 37 enganos. Não poderemos ter um grande cinema se não houver algum lugar onde os principiantes possam começar por fazer cinema horrível; e, enquanto isso, os filmes digitais são mais ousados e originais do que() qualquer coisa que ( ) se pode ver há muito tempo na tela grande. Já se veem evidências de que o público - e a grande indústria do cinema - aderiu a esse novo estilo popular de fazer cine- ma. "South Park", um dos maiores sucessos comerciais do final dos anos 90, teve sua origem num videocartão de Natal que() foi difundido na internet. Vários seriados animados da internet, incluindo "Undercover Brother" e "Starship Regulars", já têm contratos para() virar filmes de longa-metragem ou ( ) passarem para a televisão comercial. E, o que possivelmente seja o mais surpreendente, quando a Amazon começou a oferecer cópias em vídeo de "George Lucas in Love", um dos primeiros filmes digitais a fazer sucesso, elas venderam em sua primeira semana mais do que() "A Ameaça Fantasma". Além do potencial comercial, existe a seguinte possibilidade sedutora: como() a poesia, o cinema pode tornar-se um modo de expressão íntimo e espontâneo. Como explicou Francis Ford Coppola no documentário "Hearts of Darkness", "para mim, a grande esperança é que, agora que estão saindo câmeras de vídeo de oito milímetros, pessoas que( ) normalmente não fariam filmes vão fazê-los. E que algum dia uma garotinha gordinha em Ohio vire a nova Mozart e faça um belo filme com a câmera de seu pai. O chamado profissionalismo do cinema será destruído, e o cinema realmente se tornará uma forma de arte". Nenhum de meus amigos virou um novo Mozart. Nunca chegamos a fazer os filmes de monstros dos quais() falávamos. Mas() talvez Coppola tenha razão -quem sabe se, em algum lugar do Ohio, uma grande obra-prima já não esteja em pro- cesso de criação. Quem sabe isso não esteja acontecendo em sua própria sala de gravação. Tradução Clara Allain 3º exercício Encontre nos parágrafos abaixo os elementos referenciais que estabelecem a coesão. (Fonte: Chartier, R. A aventura do livro. UNESP, 1999.) a) A empresa multimídia, em termos de rentabilidade, só pode ser eficaz sob três condições: que ela esteja im- plantada no maior número de regiões produtivas do mundo, que ela congregue atividades afins – cada produto sendo, portanto, desde sua origem, concebido para a diversificação - e também que ela tenha uma capacidade de investimento enorme, com os crescentes custos de acesso aos bancos de dados. b) Ler um artigo em um banco de dados eletrônico, sem saber nada da revista na qual foi publicado, nem dos artigos que o acompanham, e ler o “mesmo” artigo no número da revista na qual apareceu não é a mesma expe- riência. O sentido que o leitor constrói, no segundo caso, depende de elementos que não estão presentes no próprio artigo, mas que dependem do conjunto dos textos reunidos em um mesmo número e do projeto intelec- tual e editorial da revista ou do jornal.
  • 39. TÓPICOS EM COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Ana Lúcia Magalhães 38 7. A COERÊNCIA TEXTUAL 7.1 COERÊNCIA E METARREGRAS A coerência é um termo tomado da filosofia, mais especificamente da lógica. etimologicamente, vem do latim (cohaerentia - ae) e significa ligação ou harmonia entre situações, acontecimentos ou ideias. ela se estabelece na dependência do conhecimento de elementos linguísticos, do conhecimento de mundo, do conhecimento partilhado entre produtor e receptor do texto e de fatores sociais e interacionais. Recentemente, uma revista americana promoveu um concurso, pedindo a seus leitores que enviassem mensagens estranhas divulgadas por seus gerentes, no ambiente de trabalho. O texto a seguir foi a mensagem vencedora: "A partir de amanhã, os empregados somente poderão acessar o prédio usando cartões de segurança individuais. As fotografias serão tiradas na próxima quarta-feira, e os emprega- dos receberão seus cartões em duas semanas". (Fred Dales, Microsoft, Redmond, WA) Por que esta mensagem é estranha? A resposta é simples: porque é incoerente. Afinal, a empresa não pode exigir que os empregados apresentem cartão de identificação duas semanas antes de disponibili- zá-los. Existe, neste texto, uma contradição, uma incoerência. O texto, portanto, não pode fazer sentido para aqueles que o leem. É a coerência que faz com que o texto faça sentido para os leitores. Ela diz respeito à possibilidade de estabelecer, no texto, alguma forma de unidade ou relação. É ela que permite identificar o texto como uma unidade de sentido. Ela está ligada, portanto, ao texto como um todo e é por isso que dizemos que ela se refere à macroestrutura do texto. Existem regras, as metarregras, responsáveis pela boa formação de um texto: REPETIÇÃO para que um texto seja coerente, é preciso que ele contenha no seu desen- volvimento linear elementos de recorrência. PROGRESSÃO para que um texto seja coerente, é preciso que haja no seu desenvolvimento uma ampliação do sentido constantemente renovada. NÃO- CONTRADIÇÃO para que um texto seja coerente, é preciso que no seu desenvolvimento não haja nenhum elemento que contradiga o que já foi enunciado anteriormente RELAÇÃO para que um texto seja coerente é preciso que os fatos que se denotam no mundo representado pelo texto estejam relacionados. A coerência refere-se, também, às possibilidades que o leitor tem para interpretar determinados tipos de textos: Para nós, que não dominamos a área de música, fica difícil estabelecer a coerência desse texto; ele não faz sentido pelo fato de não possuirmos os conhecimentos necessários para o estabelecimento dos sentidos do texto. A coerência tem a ver, portanto, também, com os conhecimentos do leitor. É por isso que, ao escrevermos, devemos levar em conta a quem dirigimos nosso texto. 7.2 EXERCÍCIOS SOBRE COERÊNCIA 1º exercício A relação que podemos estabelecer ente os graus IV e V quanto ao I seria como se um deles representasse o seu passado luminoso, e o outro o seu futuro ainda obscuro: esta proporção SOL:DÓ = DÓ: FÁ é a verdadeira ‘seção áurea’