O documento discute o surgimento da TV no Brasil e sua influência na educação. A TV brasileira se originou do modelo americano comercial, enquanto a TV educativa surgiu em um ambiente pouco propício. O documento defende que a TV deve estar na educação, mas é necessária uma educação para as mídias que explore seu potencial e aborde como os jovens consomem e são influenciados por ela.
1. TV e Vídeo
na Educação
Daniele Garcia de Castro Alves
José Ailton Gonçalves Adriano
Universidade Federal de Juiz de Fora
2. O surgimento da TV
• O surgimento da TV data de
1937, nos Estados Unidos,
onde se desenvolveu como
veículo de comunicação de
massas a partir de meados do
século XX.
• No Brasil, sua implantação
ocorreu ao longo dos anos 50,
com uma programação
bastante pobre, que se
mesclava a uma boa
quantidade de anúncios
comerciais.
3. Dois modelos de TV que
influenciaram a brasileira
• TV americana – vocação comercial
A televisão comercial preocupa-se basicamente com a rentabilidade de seus
produtos: comerciais, programas de auditório, e, para isto, há todo um
investimento para melhor conhecer seu público.
• TV européia – vocação educativa
A Europa tinha uma tradição fortemente humanista em contraposição ao
funcionalismo e as práticas laboratoriais americanas. Os estados europeus,
com o desenvolvimento da TV, assumem sua direção em benefício do cidadão,
utilizando o meio sem distinção de classe, sem qualquer fim comercial e voltado
para a formação social do indivíduo. Para os pensadores europeus, a cultura, a
preservação, a formação do homem nunca poderia ser parte de uma indústria
com fins capitalistas. Desta maneira, em tese, as emissoras européias já
nasceram educativas.
4. TV comercial no Brasil
• A televisão comercial
brasileira originou-se do
modelo americano de
televisão, dirigiu-se a uma
grande massa e, como
tal, teve a preocupação
em manter a audiência,
geralmente paga por uma
pesquisa que ajudasse a
desenhar o perfil do
telespectador.
• É nesse cenário que a
televisão educativa
brasileira nasce.
5. A TV educativa brasileira
• A primeira emissora educativa a entrar no ar foi a
TV Universitária de Pernambuco, em 1967. Entre
1967 e 1974, surgiram nove emissoras
educativas cuja razão social e vinculação eram
as mais diversas.
• Os Programas da TVE, inicialmente, eram presos
ao “modelo aula pela TV”, a tendência atual é a
da transmissão de programas com vários
formatos mantendo a educação como fio
condutor.
• Ainda hoje, porém, a audiência é muito pequena.
6. Ambiente pouco propício à
educação?
• A TV educativa nasce num ambiente pouco
amigável, em função de uma vocação
fortemente comercial da televisão na época,
quando era feita visando basicamente a
grande audiência.
• A TV não é bem recebida no meio
educacional e as iniciativas de produção de
programas educativos não têm grande
penetração.
7. A TV dentro de casa
• No Brasil, cerca de 150 milhões de
pessoas vêem televisão todos os dias e
a maior parte delas passa pelo menos
três horas por dia diante da tela da TV.
• Crianças são o segmento mais
significativo desse público porque,
estando em casa mais tempo do que
adolescentes e adultos, vêem um
número muito maior de programas, em
diferentes horários e canais e com
endereçamentos muito distintos, isto é,
produtos dirigidos a diferentes faixas
etárias.
8. A TV é fortemente consumida
• Sítio do Pica-Pau-Amarelo (1952-1960);
• Vila Sésamo (década de 70);
• TV Escola – Salto para o Futuro (desde 1991);
• Telecurso (desde 1978);
• Novo Telecurso (desde 2000);
• Canal Futura ( inicia em 1997);
• TV Cultura – Educação Financeira (lançado
1999);
9. A TV tem sido considerada
nociva
• Sendo assim, é compreensível que os meios
educacionais se preocupem com o considerável
poder de penetração da televisão e, acima de
tudo, com a influência que ela pode exercer
sobre opiniões, crenças, valores e visões de
mundo daqueles que com ela se relacionam
mais intensamente, isto é, crianças em idade
escolar. Por ela gerações aprendem a consumir
e a conhecer a si e ao mundo.
• Mas parece haver muito exagero nessas
preocupações.
10. Algumas questões para reflexão
• Que uso foi feito da
TV recursos desde
sua produção em
massa e distribuição
na maioria das
escolas?
• Por que televisão não
participa até hoje de
maneira mais efetiva
na escolarização?
11. Dimensões a considerar
Alvo
• Para a formação
escolar
• Para a formação
de professores
• Para a Educação
Informal
(Campanhas)
• Pesquisas
científicas
12. Possibilidades e vantagens
• Acesso e alcance
• Recursos de imagem,
som e texto
• Recursos que
favorecem a
interatividade
• Distribuição e arquivo
13. Desvantagens
• Custo alto de produção
• Infra-estrutura sofisticada
• Limites para a interatividade
Alterações possíveis apenas por processos
ainda muito sofisticados
Necessidade de aliar outras tecnologias
• Divulgação - pesquisas de mercado
14. A TV efetivamente forma, não se pode
fazer de conta que ela não está aí.
De que modo ela deve estar
na educação?
15. A necessidade de uma educação
para as mídias
• Para a educação, torna-se fundamental discutir e pensar sobre o
quanto nós, professores, talvez saibamos muito pouco a respeito
das profundas transformações que têm ocorrido nos modos de
aprender das gerações mais jovens.
• O que é para os jovens estar informado ou buscar informação?
• De que modo seu gosto estético está sendo formado?
• O que buscam ver na TV?
• O que lhes dá prazer nessas imagens midiáticas?
• Com que figuras ou situações alunos e alunas se identificam mais?
Que modos de representar visualmente os objetos, os sentimentos, as
relações entre as pessoas são cotidianamente aprendidos a partir da
linguagem da televisão?
• De que modo vamos aprendendo a desejar este ou aquele objeto,
através das imagens e sons da TV?
• Que novos modos de narrar, de contar histórias, aprendemos através
da experiência diária com a TV?
16. A mídia-educação
• Cabe ainda favorecer, em contexto escolar, a
experimentação de certas práticas bem
próprias do fazer televisivo (formatos,
enquadramentos, iluminação, sonorização,
duração, periodicidade etc.) e também de ver
televisão (sozinho, com amigos, com a família,
com irmãos, na rua etc.), de modo a qualificá-
las e ampliar as possibilidades de integração
destas com outros saberes e práticas
tradicionalmente ligados à escola.
17. A mídia-educação
• Propor atividades que envolvam a criação de
um roteiro, o uso de som e movimento, cenários,
encenações etc., por exemplo, brincar de
antecipar acontecimentos de um seriado ou
telenovela, inventar finais alternativos ou outras
possibilidades de desdobramento de uma certa
narrativa audiovisual, usar a televisão para
discutir a própria televisão, propor situações
onde publicidade, propaganda e patrocínio
possam ser discutidos e analisados, são
algumas entre muitas possibilidades de
articulação dos conteúdos, linguagem e formatos
televisivos na construção de conhecimentos
18. Considerações Finais
• Pouca exploração do recurso - possibilidade de
produções de baixo custo
• Contexto Cultural - estímulo à criação de uma
cultura de consumo das mídias
• Investimento (exemplos dos países
desenvolvidos - escolas públicas com recursos
tecnológicos para confecção e consumo de TV e
vídeo)
• Inclusão Tecnológica