1. Cristo se Refere ao
Coração Humano
Audiências Gerais
Teologia do Corpo
do Papa João Paulo II
2. “Períodos Teológicos”
• “História”
• “Homem
Histórico”
• Após o
pecado
original
• Tríplice
concupis-cência
• Redenção
de Cristo
• “Ressurreição”
• “Homem
Escatológico”
• Visão beatífica
de Deus “face-a-
face”
• Núpcias do
Cordeiro”
• Comunhão dos
Santos
• “Princípio
• “Homem
Original”
• Gênesis –
“Paraíso”
• Antes do
pecado
original
3. As Palavras de Cristo
“Ouvistes que foi dito:
‘não cometerás
adultério’. Ora , eu vos
digo: todo aquele que
olhar para uma mulher
com o desejo
[luxurioso] de possuí-la,
já cometeu adultério
com ela em seu
coração.”
Mt 5, 27-28
4. • “Desejo”
- Sentido Positivo: De acordo com João Paulo II, o desejo sexual
e o prazer sexual são, em si mesmos bons. A palavra “desejo”
pode ser utilizada em sentido positivo. No namoro e no
casamento, não é apenas moralmente legítima, como boa e
santa, em conformidade com o significado esponsal do corpo.
- Sentido Negativo: O “desejo” em um sentido negativo designa
um tipo redutivo de desejo no qual a outra pessoa se torna um
mero instrumento para o prazer, contrário ao significado
esponsal do corpo. Surge quando um homem ou uma mulher
não consegue ver a atratividade completa ou plena da outra
pessoa, e reduz esta atratividade somente à atratividade do
prazer sexual. O fato de isolar e ver somente o desejo sexual é
que dá origem ao vício da luxúria.
• Para evitar a impressão que Jesus (de acordo com a
compreensão de João Paulo II) estaria condenando o desejo
sexual em si, adicionaremos algumas vezes, como lembrete,
certos adjetivos entre colchetes logo após a palavra “desejo”:
[luxurioso], [concupiscente], ou [redutivo]
5. Á Luz do Sermão da Montanha
Jesus Cristo faz uma revisão
fundamental do modo de
compreender e cumprir a lei
moral da Antiga Aliança. (TdC
24)
O homem, a quem Jesus se
refere aqui, é precisamente o
homem “histórico”. Este
homem é, em certo sentido,
“cada” homem, “cada um”
de nós. (TdC 25)
O “coração é uma dimensão
da humanidade, com que
está ligado diretamente o
sentido do significado do
corpo humano. (TdC 25)
6. A Vergonha “Entra em Cena”
O Pecado Original – “Pondo em
dúvida, no seu coração, o
significado mais profundo da
doação, ou seja, o amor como
motivo específico da criação e da
Aliança original, o homem volta as
costas para Deus-Amor, ao “Pai”. Em
certo sentido, lança-O para fora do
próprio coração.” (TdC 26)
A Vergonha, cuja causa se encontra
na própria humanidade, é ao
mesmo tempo imanente e relativa;
manifesta-se na dimensão da
interioridade humana e ao mesmo
tempo se refere ao “outro”. (TdC 28)
Por meio destas palavras revela-se
certa fratura constitutiva no interior
da pessoa humana, uma ruptura da
unidade espiritual e somática
original do homem. (TdC 28)
7. Significado da Vergonha
O homem tem vergonha do corpo
por causa da concupiscência. Mais
exatamente, ele tem vergonha não
tanto pelo corpo, e sim mais
precisamente da concupiscência:
tem vergonha do corpo guiado
pela concupiscência. (TdC 28)
A vergonha tem significado duplo:
ela indica a ameaça ao valor
[original do corpo e do homem], e
qo mesmo tempo ela preserva
interiormente esse valor. (TdC 28)
A necessidade de se esconder ante
o “outro” mostra a fundamental
falta de confiança, que já em si
aponta para o colapso da relação
original “de comunhão”. (TdC 29)
8. O Homem da Concupiscência
Esta verdade sobre o homem “histórico”
parece estar expressa na doutrina bíblica sobre
a tríplice concupiscência (1Jo 2, 16): “Porque
tudo o que há no mundo – a concupiscência
humana, a cobiça dos olhos e a ostentação da
riqueza – não vem do Pai, mas do mundo.” (TdC 26)
O homem da concupiscência não domina o
próprio corpo do mesmo modo, com igual
simplicidade e “naturalidade” como o fazia o
homem da inocência original. (Tdc 28)
O “coração tornou-se um campo de batalha entre o amor e a
concupiscência. (TdC 32)
Quanto mais a concupiscência domina o coração, tanto menos este
experimenta o significado esponsal do corpo, e tanto menos se torna
sensível ao dom da pessoa. (TdC 32)
9. De “dom” a “posse”
O “desejo” [luxurioso] de que Cristo
fala em Mateus 5, 27-28 aparece no
coração humano de muitas formas:
nem sempre é evidente e manifesto,
às vezes é obscuro, de maneira que
se passa como “amor”, embora
obscureça a limpidez do dom. (TdC 32)
A comunhão de pessoas é
substituída por uma relação mútua
diferente, isto é, uma relação de
posse do outro como um objeto do
próprio desejo. (TdC 21)
A relação de dom transforma-se em
relação de apropriação. (TdC 32)
10. Mandamento e Ethos
Como, de fato, pode haver “adultério” sem se “cometer
adultério”, isto é, sem o ato exterior, que permite reconhecer o
ato proibido pela Lei?
Cristo faz que a avaliação moral do “desejo” dependa acima
de tudo da dignidade pessoal do homem e da mulher, e isso é
importante seja quando se trata de pessoas não casadas, seja
– e talvez mais ainda – quando são cônjuges, mulher e marido.
(TdC 42)
A concupiscência que nasce como ato interior muda a
própria intencionalidade do existir da mulher “para” o homem.
(TdC 43)
O homem que “olha” de tal modo, como escreve Mt 5, 27-28,
“se utiliza” da mulher, da sua feminillidade, para satisfazer o
próprio “instinto”. Mesmo que não o faça em um ato exterior,
já tornou essa atitude no seu íntimo. Um homem pode
cometer tal adultério “no coração” mesmo com a própria
esposa, se a trata apenas como objeto para a satisfação de
impulsos. (TdC 43)
11. Maniqueísmo
O maniqueísmo via a fonte do mal
na matéria, no corpo. (TdC 44)
As pessoas, portanto,
procuravam descobrir tal
condenação [do corpo] no
Evangelho, encontrando-a onde
foi pelo contrário expressa
exclusivamente uma exigência
particular dirigida ao espírito
humano. (TdC 44)
A interpretação apropriada das
palavras de Cristo deve ser
completamente livre de elementos
maniqueístas no pensamento e na
atitude. (TdC 45)
O homem “histórico” assim passa do pólo do pessimismo ao pólo do otimismo,
da severidade puritana ao permissivismo contemporâneo.
(TdC 44)
“Mestres da
Suspeita”
As palavras de Crfisto não nos
permitem parar na acusação
contra o coração humano e
colocá-lo em estado de
suspeita contínua, mas devem
ser entendidas e interpretadas
sobretudo como apelo dirigido
ao coração. (TdC 46)
Aredenção é uma verdade,
uma realidade, em cujo nome
o homem deve sentir-se
chamado, e “chamado com
eficácia”.(TdC 46)
12. Pureza e “Vida no Espírito”
O sentido mais amplo e geral de pureza também está presente
nas cartas de São Paulo. Ele observa uma oposição e tensão
entre a “carne e o “Espírito”. (TdC 50) “Pois o que a carne
deseja é contra o Espírito, e o que o Espírito deseja é contra a
carne: são o oposto um do outro, e por isso nem sempre fazeis
o que gostaríeis de fazer” (Galatas 5, 16-17)
A carne, então, para S. Paulo, não deve ser identificada com o
sexo ou o corpo físico. O termo “carne” indica não apenas o
homem “exterior”, mas também o homem “interiormente”
sujeito às coisas “do mundo”. (TdC 51)
13. Pureza e “Vida no Espírito”
Em primeiro lugar, a pureza
é uma “habilidade”, é uma
atitude. A pureza
obviamente deve ter suas
raízes na vontade. (TdC 54)
Entre estes dons, conhecidos
na história da espiritualidade
como os sete dons do
Espírito Santo, o mais
congenial à virtude da
pureza parece ser o dom da
“piedade”. (TdC 57)
14. Pureza e “Vida no Espírito”
Deste modo, a pureza, no sentido de temperança, desenvolve-se no
coração do homem que a cultiva e tende a descobrir e a afirmar o
sentido esponsal do corpo na sua verdade integral. Esta mesma
verdade deve ser conhecida interiormente, deve, de
certo modo, ser “sentida com
o coração”, para que as relações
recíprocas do homem e da
mulher – e mesmo o simples
olhar – readquiram aquele
Conteúdo autenticamente
esponsal dos seus significados.
(TdC 58)
15. A pureza é a glória do
corpo humano diante de Deus.
É a glória de Deus no corpo humano.
(TdC 57)
16. Virgo Mater Puríssima!
ENSINA-NOS A
SER PUROS
COMO TEU
DIVINO
FILHO, E
DIGNOS DE
VER A DEUS
FACE A FACE!