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Escola Secundária M
                   arquês de Pombal
             10.º PGEI
              2011
reta
                       Encontrei uma preta


             ep
                       que estava a chorar,


      ma   d           pedi-lhe uma lágrima


  gri
                       para a analisar.


Lá                     Recolhi a lágrima
                       com todo o cuidado
                       num tubo de ensaio
                       bem esterilizado.

                       Olhei-a de um lado,
                       do outro e de frente:
                       tinha um ar de gota
                       muito transparente.

                       Mandei vir os ácidos,
                       as bases e os sais,
                       as drogas usadas
                       em casos que tais.

                       Ensaiei a frio,
                       experimentei ao lume,
                       de todas as vezes
                       deu-me o que é costume:

                       nem sinais de negro,
                       nem vestígios de ódio.
                                                 SELECÇÃO DE JANILSON
                       Água (quase tudo)
                       e cloreto de sódio.
Regresso                                   Letra para um Hino
                                               É possível falar sem um nó na garganta
 E contudo perdendo-te encontraste.
                                               é possível amar sem que venham proibir
 E nem deuses nem monstros nem tiranos
 te puderam deter. A mim os oceanos.           é possível correr sem que seja fugir.
 E foste. E aproximaste.                       Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta.

 Antes de ti o mar era mistério.
 Tu mostraste que o mar era só mar.            É possível andar sem olhar para o chão
 Maior do que qualquer império                 é possível viver sem que seja de rastos.
 foi a aventura de partir e de chegar.
                                               Os teus olhos nasceram para olhar os astros
 Mas já no mar quem fomos é estrangeiro        se te apetece dizer não grita comigo: não.
 e já em Portugal estrangeiros somos.
 Se em cada um de nós há ainda um marinheiro
 vamos achar em Portugal quem nunca fomos.     É possível viver de outro modo. É
                                               possível transformares em arma a tua mão.
 De Calcute até Lisboa sobre o sal             É possível o amor. É possível o pão.
 e o Tempo. Porque é tempo de voltar
 e de voltando achar em Portugal               É possível viver de pé.
 esse país que se perdeu de mar em mar.

                                               Não te deixes murchar. Não deixes que te domem.
                                               É possível viver sem fingir que se vive.
SELECÇÃO DE JOSEFT PRAZERES
                                               É possível ser homem.
                                               É possível ser livre livre livre.
Um Pouco Mais de Nós
Podes dar uma centelha de lua,                                     Quando Eu For Pequeno
um colar de pétalas breves
                                                                   Quando eu for pequeno, mãe,
ou um farrapo de nuvem;
                                                                   quero ouvir de novo a tua voz
podes dar mais uma asa
                                                                   na campânula de som dos meus dias
a quem tem sede de voar
                                                                   inquietos, apressados, fustigados pelo medo.
ou apenas o tesouro sem preço
                                                                   Subirás comigo as ruas íngremes
do teu tempo em qualquer lugar;
                                                                   com a certeza dócil de que só o empedrado
podes dar o que és e o que sentes
                                                                   e o cansaço da subida
sem que te perguntem
                                                                   me entregarão ao sossego do sono.
nome, sexo ou endereço;
podes dar em suma, com emoção,                                     Quando eu for pequeno, mãe,
tudo aquilo que, em silêncio,                                      os teus olhos voltarão a ver
te segreda o coração;                                              nem que seja o fio do destino
podes dar a rima sem rima                                          desenhado por uma estrela cadente
de uma música só tua                                               no cetim azul das tardes
a quem sofre a miséria dos dias                                    sobre a baía dos veleiros imaginados.
na noite sem tecto de uma rua;
                                                                   Quando eu for pequeno, mãe,
podes juntar o diamante da dádiva
                                                                   nenhum de nós falará da morte,
ao húmus de uma crença forte e antiga,
                                                                   a não ser para confirmarmos
sob a forma de poema ou de cantiga;
                                                                   que ela só vem quando a chamamos
podes ser o livro, o sonho, o ponteiro
                                                                   e que os animais fazem um círculo
do relógio da vida sem atraso,
                                                                   para sabermos de antemão que vai chegar.
e sendo tudo isso serás ainda mais,
anónimo, pleno e livre,                                            Quando eu for pequeno, mãe,
nau sempre aparelhada para deixar o cais,                          trarei as papoilas e os búzios
porque o que conta, vendo bem,                                     para a tua mesa de tricotar encontros,
é dar sempre um pouco mais,                                        e então ficaremos debaixo de um alpendre
sem factura, sem fama, sem horário,                                a ouvir uma banda a tocar
que a máxima recompensa de quem dá                                 enquanto o pai ao longe nos acena,
é o júbilo de um gesto voluntário.          SELECÇÃO DE IDALMIRA   lenço branco na mão com as iniciais bordadas,
                                                                   anunciando que vai voltar porque eu sou pequeno
E, afinal, tudo isso quanto vale ?                                 e a orfandade até nos olhos deixa marcas.
Vale o nada que é tudo                                                                    in O Livro Branco da Melancolia
sempre que damos de nós
o que, sendo acto amor, ganha voz
e se torna eterno por ser único e total.
Porque os outros se mascaram mas tu não     Poema
Porque os outros usam a virtude
                                            A minha vida é o mar o Abril a rua
Para comprar o que não tem perdão.          O meu interior é uma atenção voltada para fora
Porque os outros têm medo mas tu não.       O meu viver escuta
                                            A frase que de coisa em coisa silabada
                                            Grava no espaço e no tempo a sua escrita
Porque os outros são os túmulos caiados
                                            Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro
Onde germina calada a podridão.             Sabendo que o real o mostrará
Porque os outros se calam mas tu não.
                                            Não tenho explicações
                                            Olho e confronto
Porque os outros se compram e se vendem     E por método é nu meu pensamento

E os seus gestos dão sempre dividendo.      A terra o sol o vento o mar
Porque os outros são hábeis mas tu não.     São a minha biografia e são meu rosto

                                            Por isso não me peçam cartão de identidade
Porque os outros vão à sombra dos abrigos   Pois nenhum outro senão o mundo tenho
                                            Não me peçam opiniões nem entrevistas
E tu vais de mãos dadas com os perigos.     Não me perguntem datas nem moradas
Porque os outros calculam mas tu não.       De tudo quanto vejo me acrescento

                                            E a hora da minha morte aflora lentamente
    SELECÇÃO DE YURAN SEMEDO                Cada dia preparada
É urgente o amor


É urgente o amor.                                                      O sal da    Língua
É urgente um barco no mar.                                    Escuta, escuta: tenho ainda

                                                              uma coisa a dizer.

É urgente destruir certas palavras,                           Não é importante, eu sei, não vai

ódio, solidão e crueldade,                                    salvar o mundo, não mudará

                                                              a vida de ninguém - mas quem
alguns lamentos,
                                                              é hoje capaz de salvar o mundo
muitas espadas.
                                                              ou apenas mudar o sentido

                                                              da vida de alguém?
É urgente inventar alegria,
                                                              Escuta-me, não te demoro.
multiplicar os beijos, as searas,
                                                              É coisa pouca, como a chuvinha
é urgente descobrir rosas e rios
                                                              que vem vindo devagar.
e manhãs claras.                                              São três, quatro palavras, pouco

                                                              mais. Palavras que te quero confiar,
Cai o silêncio nos ombros e a luz                             para que não se extinga o seu lume,
impura, até doer.                                             o seu lume breve.

É urgente o amor, é urgente           SELECÇÃO DE RAMIRO CÁ   Palavras que muito amei,

permanecer.
Amor que morre

O nosso amor morreu... Quem o diria!
Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta,
Ceguinha de te ver, sem ver a conta
Do tempo que passava, que fugia!
                                          Minha culpa

Bem estava a sentir que ele morria...
E outro clarão, ao longe, já desponta!    Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem
Um engano que morre... e logo aponta      Quem sou? Um fogo-fátuo, uma miragem...
A luz doutra miragem fugidia...           Sou um reflexo... um canto de paisagem
                                          Ou apenas cenário! Um vaivém

Eu bem sei, meu Amor, que pra viver       Como a sorte: hoje aqui, depois além!
São precisos amores, pra morrer,          Sei lá quem sou? Sei lá! Sou a roupagem
E são precisos sonhos para partir.        De um doido que partiu numa romagem
                                          E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!...

 E bem sei, meu Amor, que era preciso     Sou um verme que um dia quis ser astro...
Fazer do amor que parte o claro riso      Uma estátua truncada de alabastro…
De outro amor impossível que há-de vir!   Uma chaga sangrenta do Senhor...

                                          Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados,
                                          Num mundo de maldades e pecados,
                                          Sou mais um mau, sou mais um pecador...
      SELECÇÃO DE EUNICE BARBOSA
A leoa convenceu o leão,
                           depois de uma grande discussão,
                           a passarem juntos o Verão.
                           Sei lá... talvez no Ceilão!
                           O leão, convencido,
                           com a leoa foi mesmo querido:
                           - Ouve lá o teu rico marido:
                           e se fôssemos para um sítio bem florido?
                           A leoa rosnou e ripostou:
                           - Sabes bem como é que eu sou.
                           Há climas com os quais eu não me dou.
                           Prefiro o fresco. Para o pólo eu vou.


                           E lá partiram, a rugir, para a zona polar.
                           Fartaram-se de pular, de rosnar e de andar.
                           Chegaram lá... o pólo estava a fechar:
                           Pedimos desculpa, mas estamos a gelar!
                           - O pólo está fechado?
                           - gritou a leoa. O leão, escaldado,
                           olhou de alto a baixo e depois de lado.
SELECÇÃO DE VICTA SOARES   - Anda daí, vamos mas é comer um gelado!
O MAR
Rio
As águas vêm de longe,
                                                       O mar,
trazem o mundo,
                                                       o meu mar.
os montes a terra as pedras
                                                       todo o mar
os bichos pólen                                        do mundo
                                                       ao meu encontro.
as folhas e a luz                                      Mar meu,
a chuva o granizo                                      centro.

e a sede dos homens                                    Mergulho
                                                       no mar.
o rumor das noites e dos dias.
                                                       Entro?
Rio vivo, quase mudo,
cheio de água
                                                       Ou entra
cheio de terra
                                                       em mim
cheio de tudo.
                                                       o mar?
                                 SELECÇÃO DE ADILSON
EU SOU PORTUGUÊS AQUI

Eu sou português
aqui                         Eu sou português
em terra e fome talhado      aqui
feito de barro e carvão      no teatro mentiroso              Nasci
rasgado pelo vento norte     mas afinal verdadeiro            aqui
amante certo da morte        na finta fácil                   no mês de Abril
no silêncio da agressão.     no gozo                          quando esqueci toda a saudade
                             no sorriso doloroso              e comecei a inventar
Eu sou português             no gingar de um marinheiro.      em cada gesto
aqui
                                                              a liberdade.o
mas nascido deste lado       Nasci
do lado de cá da vida        deste lado da ternura            Nasci
do lado do sofrimento        do coração esfarrapado           aqui
da miséria repetida          eu sou filho da aventura                                              SELECÇÃO DE ADMILSON
                                                              ao pé do mar
do pé descalço               da anedota do acaso              de uma garganta magoada no cantar.
do vento                     campeão do improviso             Eu sou a festa
                             trago as mãos sujas do sangue    inacabada
Nasci                        que empapa a terra que piso.     quase ausente
deste lado da cidade
                                                              eu sou a briga
nesta margem                 Eu sou português                 a luta antiga
no meio da tempestade        aqui                             renovada
durante o reino do medo.     na brilhantina em que embrulho   ainda urgente.
Sempre a apostar na viagem   no alto da minha esquina
quando os frutos amargavam   a conversa e a borrasca          Eu sou português
e o luar sabia a azedo.      eu sou filho do sarilho          aqui
                             no gesto desmesurado             o português sem mestre
                             nos cordéis do desenrasca.       mas com jeito.
                                                              Eu sou português
                                                              aqui
                                                              e trago o mês de Abril
                                                              a voar
Rei, Capitão, Soldado, Ladrão
Tudo de pernas para o ar                           Rei, capitão,
                                                   soldado, ladrão,
Numa noite escura, escura,                         menina bonita
o sol brilhava no céu.                             do meu coração.

Subi pela rua abaixo,
                                                   Não quero ter coroa,
vestido de corpo ao léu.
                                                   nem arma na mão,
                                                   nem fazer assaltos
Fui cair dentro de um poço                         com um facalhão.
mais alto que a chaminé,
                                                   Quero ser criança,
vi peixes a beber pão,                             quero ser feliz,
rãs a comerem café.                                não quero nas lutas
                                                   partir o nariz.

Construí a minha casa
                                                   Quero ter amigos
com o telhado no chão                              jogar futebol,
e a porta bem no cimo                              descobrir o mundo
para lá entrar de avião.                           debaixo do sol.

                                                   Rei, capitão,
Na escola daquela terra
                                                   soldado, ladrão,
ensinavam trinta burros.
                                                   não.
O professor aprendia
                             SELECÇÃO DE EDWIGES
a dar coices e dar zurros.                         Mas quero a menina
                                                   do meu coração.
Poemas perdidos.


                       Real, real porque me abandonaste?
                       E, no entanto, às vezes bem preciso
                       de entregar nas tuas mãos o meu espírito
                       e que, por um momento, baste
                       que seja feita a tua vontade
                       para tudo de novo ter sentido,


                       não digo a vida, mas ao menos o vivido,
                       nomes e coisas, livre arbítrio, causalidade.


                       Oh, juntar os pedaços de todos os livros
                       e desimaginar o mundo, descriá-lo,
                       amarrado ao mastro mais altivo
                       do passado! Mas onde encontrar um passado?
SELECÇÃO DE CLAUDINA
Cântico de Barro
               Pretexto
                                                             Inquieta chuva, inquieta me dispersa,
Por que não cai a noite, de uma vez?
                                                             esquecida a tradição e o cansado som.
— Custa viver assim aos encontrões!
                                                             Dentro e fora de mim tudo é deserto
Já sei de cor os passos que me cercam,
                                                             como se as ervas fossem arrancadas
o silêncio que pede pelas ruas,
                                                             ou se esgotasse a dor por que se chora.
e o desenho de todos os portões.


Por que não cai a noite, de uma vez?                         Na grande solidão me basta, e a contemplo

— Irritam-me estas horas penduradas                          para o sonho interior que me resolve!
como frutos maduros que não tombam.                          Tão fácil é esperar, que já nem sinto
                                                             o que vem a dormir ou a morrer
(E dentro em mim, ninguém vem desfazer                       na mesma angústia que o silêncio envolve.
o novelo das tardes enroladas.)


                                         SELECÇÃO DE ALINE
Deixa contar...
                                                   A girafa
Era uma vez
                                                   deu
O senhor Mar                                       ao seu

Com uma onda...                                    marido
                                                   no dia
Com muita onda...
                                                   de Natal
E depois?                                          um lenço

E depois…                                          colorido
                                                   de seda natural.

Ondinha vai...                                     Que alegria!
                                                   – disse o marido –
Ondinha vem...
                                                   ponha a pata
Ondinha vai...                                     nesta pata,
Ondinha vem...                                     com um pescoço
                                                   tão comprido
E depois...
                                                   você não podia
A menina adormeceu                                 ter-me comprado
                     SELECÇÃO DE MARIA DE FÁTIMA
Nos braços da sua                                  uma gravata.
A erva secou no telhado.
Saudação à Primavera                            Não dá pão.
Na hora certa                                   As minhas costas estão em carne viva.
                                                Encham agricultores
Disse que chegaria.
                                                o celeiro!
Declarou dia e hora.
                                                Calquei as minhas culpas, meus pecados.
Tão longe que ela mora                          Fugi para o silêncio. E entretanto
                                                de mim, calado, o pranto todo o dia
que diabo, até
                                                jorrava, e este corpo esmorecia
se lhe perdoaria                                ossos roídos de suor e febre.
que, perdendo a maré,                           – Não sejas – me disseste –
chegasse no outro dia.                          como aqueles cavalos dominados
                                                somente pelo freio e pela mordaça:
                                                eles só se aproximam, se confiam.

                                                Entendi. Este canto bem o mostra.
De tudo se abrigou                              Prometo que só ficarei atento
                                                os séculos que forem necessários.
na sorte ingrata
                                                Atento nas promessas
e à hora exacta
                                                que fazem os amigos
“aqui estou!”                                   atento na justiça
disse da alta esfera.                           com a paz na pista dos seus passos.

Bem-vinda Primavera!                            Vejam só que de frutos se enche a Terra!
                                                Porque és eterno é que criaste o dia.

                        SELECÇÃO DE EMACULADA   Porque és eterno é que me criaste a mim.
AS CHÁVENAS

                                                             As chaveninhas da avó,
                                                             repartidas em partilhas
SEIS DA MANHÃ                                                por netas, noras e filhas,
Para começar bem o dia,                                      lembram-me as chávenas da feira
antes que o dia me veja,
                                                             com tatuagem Lembrança
ponho-te aqui de bandeja
a meu lado,                                                  gravada a ouro na pança.
rosto de amor,                                               Todas elas são de saldo,
extenuado.
                                                             nunca a salvo,
Hoje o teu corpo,
onde quer que ele esteja,                                    todas vêm do desterro
vai ter de se erguer sozinho,                                e trazem no aro fino
respirar sozinho,                                            um óculo cego, um destino,
sair sozinho,
e tudo lhe vai parecer estranho,                             um erro.
estranha a luz, estranho o tamanho                           Anjos de uma asa só,
do caminho.                                                  leve penugem de pó.



                                     SELECÇÃO DE DULCELINA

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Livro de poesia plnm 2

  • 1. Escola Secundária M arquês de Pombal 10.º PGEI 2011
  • 2. reta Encontrei uma preta ep que estava a chorar, ma d pedi-lhe uma lágrima gri para a analisar. Lá Recolhi a lágrima com todo o cuidado num tubo de ensaio bem esterilizado. Olhei-a de um lado, do outro e de frente: tinha um ar de gota muito transparente. Mandei vir os ácidos, as bases e os sais, as drogas usadas em casos que tais. Ensaiei a frio, experimentei ao lume, de todas as vezes deu-me o que é costume: nem sinais de negro, nem vestígios de ódio. SELECÇÃO DE JANILSON Água (quase tudo) e cloreto de sódio.
  • 3. Regresso Letra para um Hino É possível falar sem um nó na garganta E contudo perdendo-te encontraste. é possível amar sem que venham proibir E nem deuses nem monstros nem tiranos te puderam deter. A mim os oceanos. é possível correr sem que seja fugir. E foste. E aproximaste. Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta. Antes de ti o mar era mistério. Tu mostraste que o mar era só mar. É possível andar sem olhar para o chão Maior do que qualquer império é possível viver sem que seja de rastos. foi a aventura de partir e de chegar. Os teus olhos nasceram para olhar os astros Mas já no mar quem fomos é estrangeiro se te apetece dizer não grita comigo: não. e já em Portugal estrangeiros somos. Se em cada um de nós há ainda um marinheiro vamos achar em Portugal quem nunca fomos. É possível viver de outro modo. É possível transformares em arma a tua mão. De Calcute até Lisboa sobre o sal É possível o amor. É possível o pão. e o Tempo. Porque é tempo de voltar e de voltando achar em Portugal É possível viver de pé. esse país que se perdeu de mar em mar. Não te deixes murchar. Não deixes que te domem. É possível viver sem fingir que se vive. SELECÇÃO DE JOSEFT PRAZERES É possível ser homem. É possível ser livre livre livre.
  • 4. Um Pouco Mais de Nós Podes dar uma centelha de lua, Quando Eu For Pequeno um colar de pétalas breves Quando eu for pequeno, mãe, ou um farrapo de nuvem; quero ouvir de novo a tua voz podes dar mais uma asa na campânula de som dos meus dias a quem tem sede de voar inquietos, apressados, fustigados pelo medo. ou apenas o tesouro sem preço Subirás comigo as ruas íngremes do teu tempo em qualquer lugar; com a certeza dócil de que só o empedrado podes dar o que és e o que sentes e o cansaço da subida sem que te perguntem me entregarão ao sossego do sono. nome, sexo ou endereço; podes dar em suma, com emoção, Quando eu for pequeno, mãe, tudo aquilo que, em silêncio, os teus olhos voltarão a ver te segreda o coração; nem que seja o fio do destino podes dar a rima sem rima desenhado por uma estrela cadente de uma música só tua no cetim azul das tardes a quem sofre a miséria dos dias sobre a baía dos veleiros imaginados. na noite sem tecto de uma rua; Quando eu for pequeno, mãe, podes juntar o diamante da dádiva nenhum de nós falará da morte, ao húmus de uma crença forte e antiga, a não ser para confirmarmos sob a forma de poema ou de cantiga; que ela só vem quando a chamamos podes ser o livro, o sonho, o ponteiro e que os animais fazem um círculo do relógio da vida sem atraso, para sabermos de antemão que vai chegar. e sendo tudo isso serás ainda mais, anónimo, pleno e livre, Quando eu for pequeno, mãe, nau sempre aparelhada para deixar o cais, trarei as papoilas e os búzios porque o que conta, vendo bem, para a tua mesa de tricotar encontros, é dar sempre um pouco mais, e então ficaremos debaixo de um alpendre sem factura, sem fama, sem horário, a ouvir uma banda a tocar que a máxima recompensa de quem dá enquanto o pai ao longe nos acena, é o júbilo de um gesto voluntário. SELECÇÃO DE IDALMIRA lenço branco na mão com as iniciais bordadas, anunciando que vai voltar porque eu sou pequeno E, afinal, tudo isso quanto vale ? e a orfandade até nos olhos deixa marcas. Vale o nada que é tudo in O Livro Branco da Melancolia sempre que damos de nós o que, sendo acto amor, ganha voz e se torna eterno por ser único e total.
  • 5. Porque os outros se mascaram mas tu não Poema Porque os outros usam a virtude A minha vida é o mar o Abril a rua Para comprar o que não tem perdão. O meu interior é uma atenção voltada para fora Porque os outros têm medo mas tu não. O meu viver escuta A frase que de coisa em coisa silabada Grava no espaço e no tempo a sua escrita Porque os outros são os túmulos caiados Não trago Deus em mim mas no mundo o procuro Onde germina calada a podridão. Sabendo que o real o mostrará Porque os outros se calam mas tu não. Não tenho explicações Olho e confronto Porque os outros se compram e se vendem E por método é nu meu pensamento E os seus gestos dão sempre dividendo. A terra o sol o vento o mar Porque os outros são hábeis mas tu não. São a minha biografia e são meu rosto Por isso não me peçam cartão de identidade Porque os outros vão à sombra dos abrigos Pois nenhum outro senão o mundo tenho Não me peçam opiniões nem entrevistas E tu vais de mãos dadas com os perigos. Não me perguntem datas nem moradas Porque os outros calculam mas tu não. De tudo quanto vejo me acrescento E a hora da minha morte aflora lentamente SELECÇÃO DE YURAN SEMEDO Cada dia preparada
  • 6. É urgente o amor É urgente o amor. O sal da Língua É urgente um barco no mar. Escuta, escuta: tenho ainda uma coisa a dizer. É urgente destruir certas palavras, Não é importante, eu sei, não vai ódio, solidão e crueldade, salvar o mundo, não mudará a vida de ninguém - mas quem alguns lamentos, é hoje capaz de salvar o mundo muitas espadas. ou apenas mudar o sentido da vida de alguém? É urgente inventar alegria, Escuta-me, não te demoro. multiplicar os beijos, as searas, É coisa pouca, como a chuvinha é urgente descobrir rosas e rios que vem vindo devagar. e manhãs claras. São três, quatro palavras, pouco mais. Palavras que te quero confiar, Cai o silêncio nos ombros e a luz para que não se extinga o seu lume, impura, até doer. o seu lume breve. É urgente o amor, é urgente SELECÇÃO DE RAMIRO CÁ Palavras que muito amei, permanecer.
  • 7. Amor que morre O nosso amor morreu... Quem o diria! Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta, Ceguinha de te ver, sem ver a conta Do tempo que passava, que fugia! Minha culpa Bem estava a sentir que ele morria... E outro clarão, ao longe, já desponta! Sei lá! Sei lá! Eu sei lá bem Um engano que morre... e logo aponta Quem sou? Um fogo-fátuo, uma miragem... A luz doutra miragem fugidia... Sou um reflexo... um canto de paisagem Ou apenas cenário! Um vaivém Eu bem sei, meu Amor, que pra viver Como a sorte: hoje aqui, depois além! São precisos amores, pra morrer, Sei lá quem sou? Sei lá! Sou a roupagem E são precisos sonhos para partir. De um doido que partiu numa romagem E nunca mais voltou! Eu sei lá quem!... E bem sei, meu Amor, que era preciso Sou um verme que um dia quis ser astro... Fazer do amor que parte o claro riso Uma estátua truncada de alabastro… De outro amor impossível que há-de vir! Uma chaga sangrenta do Senhor... Sei lá quem sou?! Sei lá! Cumprindo os fados, Num mundo de maldades e pecados, Sou mais um mau, sou mais um pecador... SELECÇÃO DE EUNICE BARBOSA
  • 8. A leoa convenceu o leão, depois de uma grande discussão, a passarem juntos o Verão. Sei lá... talvez no Ceilão! O leão, convencido, com a leoa foi mesmo querido: - Ouve lá o teu rico marido: e se fôssemos para um sítio bem florido? A leoa rosnou e ripostou: - Sabes bem como é que eu sou. Há climas com os quais eu não me dou. Prefiro o fresco. Para o pólo eu vou. E lá partiram, a rugir, para a zona polar. Fartaram-se de pular, de rosnar e de andar. Chegaram lá... o pólo estava a fechar: Pedimos desculpa, mas estamos a gelar! - O pólo está fechado? - gritou a leoa. O leão, escaldado, olhou de alto a baixo e depois de lado. SELECÇÃO DE VICTA SOARES - Anda daí, vamos mas é comer um gelado!
  • 9. O MAR Rio As águas vêm de longe, O mar, trazem o mundo, o meu mar. os montes a terra as pedras todo o mar os bichos pólen do mundo ao meu encontro. as folhas e a luz Mar meu, a chuva o granizo centro. e a sede dos homens Mergulho no mar. o rumor das noites e dos dias. Entro? Rio vivo, quase mudo, cheio de água Ou entra cheio de terra em mim cheio de tudo. o mar? SELECÇÃO DE ADILSON
  • 10. EU SOU PORTUGUÊS AQUI Eu sou português aqui Eu sou português em terra e fome talhado aqui feito de barro e carvão no teatro mentiroso Nasci rasgado pelo vento norte mas afinal verdadeiro aqui amante certo da morte na finta fácil no mês de Abril no silêncio da agressão. no gozo quando esqueci toda a saudade no sorriso doloroso e comecei a inventar Eu sou português no gingar de um marinheiro. em cada gesto aqui a liberdade.o mas nascido deste lado Nasci do lado de cá da vida deste lado da ternura Nasci do lado do sofrimento do coração esfarrapado aqui da miséria repetida eu sou filho da aventura SELECÇÃO DE ADMILSON ao pé do mar do pé descalço da anedota do acaso de uma garganta magoada no cantar. do vento campeão do improviso Eu sou a festa trago as mãos sujas do sangue inacabada Nasci que empapa a terra que piso. quase ausente deste lado da cidade eu sou a briga nesta margem Eu sou português a luta antiga no meio da tempestade aqui renovada durante o reino do medo. na brilhantina em que embrulho ainda urgente. Sempre a apostar na viagem no alto da minha esquina quando os frutos amargavam a conversa e a borrasca Eu sou português e o luar sabia a azedo. eu sou filho do sarilho aqui no gesto desmesurado o português sem mestre nos cordéis do desenrasca. mas com jeito. Eu sou português aqui e trago o mês de Abril a voar
  • 11. Rei, Capitão, Soldado, Ladrão Tudo de pernas para o ar Rei, capitão, soldado, ladrão, Numa noite escura, escura, menina bonita o sol brilhava no céu. do meu coração. Subi pela rua abaixo, Não quero ter coroa, vestido de corpo ao léu. nem arma na mão, nem fazer assaltos Fui cair dentro de um poço com um facalhão. mais alto que a chaminé, Quero ser criança, vi peixes a beber pão, quero ser feliz, rãs a comerem café. não quero nas lutas partir o nariz. Construí a minha casa Quero ter amigos com o telhado no chão jogar futebol, e a porta bem no cimo descobrir o mundo para lá entrar de avião. debaixo do sol. Rei, capitão, Na escola daquela terra soldado, ladrão, ensinavam trinta burros. não. O professor aprendia SELECÇÃO DE EDWIGES a dar coices e dar zurros. Mas quero a menina do meu coração.
  • 12. Poemas perdidos. Real, real porque me abandonaste? E, no entanto, às vezes bem preciso de entregar nas tuas mãos o meu espírito e que, por um momento, baste que seja feita a tua vontade para tudo de novo ter sentido, não digo a vida, mas ao menos o vivido, nomes e coisas, livre arbítrio, causalidade. Oh, juntar os pedaços de todos os livros e desimaginar o mundo, descriá-lo, amarrado ao mastro mais altivo do passado! Mas onde encontrar um passado? SELECÇÃO DE CLAUDINA
  • 13. Cântico de Barro Pretexto Inquieta chuva, inquieta me dispersa, Por que não cai a noite, de uma vez? esquecida a tradição e o cansado som. — Custa viver assim aos encontrões! Dentro e fora de mim tudo é deserto Já sei de cor os passos que me cercam, como se as ervas fossem arrancadas o silêncio que pede pelas ruas, ou se esgotasse a dor por que se chora. e o desenho de todos os portões. Por que não cai a noite, de uma vez? Na grande solidão me basta, e a contemplo — Irritam-me estas horas penduradas para o sonho interior que me resolve! como frutos maduros que não tombam. Tão fácil é esperar, que já nem sinto o que vem a dormir ou a morrer (E dentro em mim, ninguém vem desfazer na mesma angústia que o silêncio envolve. o novelo das tardes enroladas.) SELECÇÃO DE ALINE
  • 14. Deixa contar... A girafa Era uma vez deu O senhor Mar ao seu Com uma onda... marido no dia Com muita onda... de Natal E depois? um lenço E depois… colorido de seda natural. Ondinha vai... Que alegria! – disse o marido – Ondinha vem... ponha a pata Ondinha vai... nesta pata, Ondinha vem... com um pescoço tão comprido E depois... você não podia A menina adormeceu ter-me comprado SELECÇÃO DE MARIA DE FÁTIMA Nos braços da sua uma gravata.
  • 15. A erva secou no telhado. Saudação à Primavera Não dá pão. Na hora certa As minhas costas estão em carne viva. Encham agricultores Disse que chegaria. o celeiro! Declarou dia e hora. Calquei as minhas culpas, meus pecados. Tão longe que ela mora Fugi para o silêncio. E entretanto de mim, calado, o pranto todo o dia que diabo, até jorrava, e este corpo esmorecia se lhe perdoaria ossos roídos de suor e febre. que, perdendo a maré, – Não sejas – me disseste – chegasse no outro dia. como aqueles cavalos dominados somente pelo freio e pela mordaça: eles só se aproximam, se confiam. Entendi. Este canto bem o mostra. De tudo se abrigou Prometo que só ficarei atento os séculos que forem necessários. na sorte ingrata Atento nas promessas e à hora exacta que fazem os amigos “aqui estou!” atento na justiça disse da alta esfera. com a paz na pista dos seus passos. Bem-vinda Primavera! Vejam só que de frutos se enche a Terra! Porque és eterno é que criaste o dia. SELECÇÃO DE EMACULADA Porque és eterno é que me criaste a mim.
  • 16. AS CHÁVENAS As chaveninhas da avó, repartidas em partilhas SEIS DA MANHÃ por netas, noras e filhas, Para começar bem o dia, lembram-me as chávenas da feira antes que o dia me veja, com tatuagem Lembrança ponho-te aqui de bandeja a meu lado, gravada a ouro na pança. rosto de amor, Todas elas são de saldo, extenuado. nunca a salvo, Hoje o teu corpo, onde quer que ele esteja, todas vêm do desterro vai ter de se erguer sozinho, e trazem no aro fino respirar sozinho, um óculo cego, um destino, sair sozinho, e tudo lhe vai parecer estranho, um erro. estranha a luz, estranho o tamanho Anjos de uma asa só, do caminho. leve penugem de pó. SELECÇÃO DE DULCELINA