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Impactos na Saúde e no Sistema Único de Saúde Decorrentes de Agravos Relacionados a um
Esgotamento Sanitário Inadequado dos 100 Maiores Municípios Brasileiros no Período 2008-2011
Esgotamento sanitário
inadequado e impactos
na saúde da população
Atualização do diagnóstico da situação
nas 100 maiores cidades brasileiras
INTRODUÇÃO
OBJETIVO - METODOLOGIA
RETRATO DO SANEAMENTO NO BRASIL
E NO MUNDO
DESTAQUES
SITUAÇÃO DAS 100 MAIORES CIDADES
DO PAÍS
OS DESAFIOS DO SANEAMENTO BÁSICO
NO BRASIL
UMA CARÊNCIA QUE AFETARÁ O FUTURO
DO PAÍS
GASTOS DO SUS COM INTERNAÇÕES
POR DIARREIAS
CONCLUSÃO
2
3
14
á
á
Índice
4
6
8
10
12
16
18
á
á
á
á
á
á
á
á
Este material traz um resumo executivo com os
principais pontos levantados no estudo original, que
está à disposição no website do Instituto Trata Brasil
(www.tratabrasil.org.br). A íntegra do estudo traz
outras informações que por questões de espaço não
foram incluídas neste resumo. Recomenda-se, portanto,
consultar o estudo original, caso sejam necessárias
outras informações.
FALTA DE SANEAMENTO E DOENÇAS:UMA
RELAÇÃO PERVERSA AOS MAIS NECESSITADOS
Apresentação
02 | Apresentação Objetivo - Metodologia | 03
ste novo estudo do InstitutoTrata Brasil,feito
pela pesquisadora Dra.Denise Kronemberg-
er, tem como objetivo analisar a possível
relação entre o saneamento básico inadequado e as
doenças,sobretudo as diarreias.
Visa também medir a participação das crianças
menores de 5 anos e os impactos no Sistema Úni-
co de Saúde, resultantes do esgotamento sanitário
inadequado nos 100 maiores municípios brasileiros
em população.
estudo contemplou os 100 maiores
municípios brasileiros em população no
período de 2008 a 2011.
A pesquisa refere-se a dois aspectos importantes do
impacto dos agravos relacionados ao esgotamento
sanitário inadequado: perfil de morbi-mortalidade
por diarreias e quadro de gastos hospitalares com
internações por diarreias.
As doenças diarreicas consideradas no estudo
foram: ‘cólera’,‘shiguelose’,‘amebíase’, ‘infecções
por salmonella’, ‘infecções intestinais bacte-
rianas’, ‘doenças intestinais por protozoários’,
‘infecções intestinais virais’,‘diarreia e gastroen-
terite de origem infecciosa presumível’.
O
relação entre o saneamento básico inadequado e as
E
Objetivo do estudo
Metodologia
*ArturTimerman
Instituto Trata Brasil tem como objetivo
contribuir pra a melhoria da qualidade
de vida da população e para a redução
da mortalidade infantil através da mobilização da
sociedade para a implementação de serviços de
coleta e tratamento de esgoto.Neste
estudo que se segue,o Instituto
Trata Brasil apresenta uma atualiza-
ção do diagnóstico da situação do
esgotamento sanitário inadequado
e os consequentes impactos na
saúde da população das 100 maiores
cidades brasileiras.
Nas páginas a seguir,o InstitutoTrata Brasil apresen-
ta importantes dados que mostram que, apesar de
o País estar comemorando o fato de mais brasileiros
saírem da miséria e passarem a classe média,no que
diz respeito ao saneamento ainda continuamos
na miséria. Este estudo é um retrato de que ainda
estamos longe de fazer parte de uma sociedade
desenvolvida, que fornece aos seus cidadãos os
seus direitos mais básicos.
É um absurdo que o Brasil,que se quer incluir como
uma sociedade em desenvolvimento, partícipe das
grandes decisões mundiais, ainda apresente um
índice de quase 40% de internações hospitalares
por diarreias, uma doença claramente relacionada
ao saneamento ambiental inadequado.
Esperamos que este estudo sirva de alerta e de
incentivo para que as autoridades públicas de
nosso País passem a olhar o saneamento básico
como agenda prioritária; e que sirva também como
incentivo para a sociedade civil, para que esta
demande do poder público ações efetivas para uma
mudança neste triste cenário.
ArturTimerman é Infectologista e Embaixador do InstitutoTrata Brasil
O
T
.
. 0
Dr.Artur
Retrato do saneamento | 0504 | Retrato do saneamento
Retrato do saneamento
A
0
o Brasil, as doenças de trans-
missão feco-oral, especialmente as di-
arreias, representam em média mais
de 80% das doenças relacionadas ao sanea-
mento ambiental inadequado (IBGE, 2012).
Ter ou não acesso a uma água de qualidade
e um bom sistema de coleta e tratamento
de esgotos faz toda a diferença para afastar
estas doenças que sobrecarregam o sistema de
saúde, ocupam milhares de leitos hospitalares,
afetam as crianças e as cidades como um todo.
Organização Mundial de Saúde
(OMS) menciona o saneamento bási-
co precário como uma grave ameaça
à saúde humana. Apesar de disseminada no
mundo, a falta de saneamento básico ainda
é muito associada à pobreza afetando princi-
palmente a população de baixa renda;mais
vulnerável devido à subnutrição e muitas
vezes pela higiene inadequada. Doen-
ças relacionadas a sistemas de água e
esgoto inadequados e as deficiências
com a higiene causam a morte de mil-
hões de pessoas todos os anos,com prevalên-
cia nos países de baixa renda (PIB per capita
inferior a US$825,00).
Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS 2009), 88% das mortes por diarreias
no mundo são causadas pelo saneamento
inadequado. Destas mortes, aproximada-
mente 84% são de crianças. O Unicef
(2009) indica que é a segunda maior causa
de mortes em crianças menores de 5 anos de
idade. Estima-se que 1,5 milhão de crian-
ças nesta idade morram a cada ano vítimas de
doenças diarreicas, sobretudo em países em
desenvolvimento.
Nos países de clima quente as diarreias
ocorrem mais durante a estação chuvo-
sa, e tanto as inundações quanto as secas
aumentam o risco de ocorrência dessas
doenças,tais como a cólera,giardíase,infecção
por shiguella,febre tifóide,infecção por E.coli,
entre outras.
N
Retrato do saneamento
Saúde
) menciona o saneamento bási-
co precário como uma grave ameaça
pesar de disseminada no
mundo, a falta de saneamento básico ainda
é muito associada à pobreza afetando princi-
palmente a população de baixa renda;mais
vulnerável devido à subnutrição e muitas
oen-
esgoto inadequados e as deficiências
com a higiene causam a morte de mil-
hões de pessoas todos os anos,com prevalên-
(PIB per capita
Saúde
2009), 88% das mortes por diarreias
no mundo são causadas pelo saneamento
estas mortes, aproximada-
Unicef
(2009) indica que é a segunda maior causa
de mortes em crianças menores de 5 anos de
milhão de crian-
nesta idade morram a cada ano vítimas de
doenças diarreicas, sobretudo em países em
os países de clima quente as diarreias
ocorrem mais durante a estação chuvo-
sa, e tanto as inundações quanto as secas
aumentam o risco de ocorrência dessas
doenças,tais como a cólera,giardíase,infecção
por shiguella,febre tifóide,infecção por E.coli,
SP
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Belo Horizonte
Curitiba
Manaus
Macapá
Belém
São Luís
Ananindeua
Teresina
Fortaleza
Natal
João Pessoa
Maceió
Aracaju
Rio Branco Porto Velho
Cuiabá
Brasília
Salvador
Goiânia
Vitória
Rio de Janeiro
São Paulo
Florianópolis
Porto Alegre
Recife
Palmas
Duque de Caxias
SP
Guarujá
Santos
São Vicente
Praia Grande
Mauá
Santo André
São Bernardo do Campo
Diadema
Guarulhos
Itaquaquecetuba
Mogi das Cruzes
Suzano
São José
dos Campos
São José do Rio Preto
Ribeirão Preto
Bauru
Campinas
Sorocaba
Piracicaba
Jundiaí
Carapicuíba
Osasco
Campos dos Goytacazes
Petrópolis
Nova Iguaçu
Belford Roxo
PE
Jabotão dos
Guararapes
Olinda
Paulista
Recife
O Brasil ainda
está longe de
alcançar a
tão sonhada
universalização
dos serviços de
esgotamento
sanitário.
TO
MT
PAAM
Campo Grande
Pelotas
Anápolis
Niterói
Maringá
Londrina
Uberlândia
Franca
Limeira
Uberaba
Montes Claros
Ponta Grossa
Contagem
Taubaté
Gravataí
Várzea Grande
Blumenau
Santarém
Jaboatão dos Guararapes
Betim
Volta Redonda
Campina Grande
Vitória da Conquista
Caxias do Sul
Cidades analisadas neste estudo
RJ
Destaques.
06 | Destaques Destaques | 07
396.048
Em 2011,no Brasil,
pessoas
foram internadas por diarreia;
destas, 138.447 foram crianças
menores de 5 anos (35% do total).
Nas100 maiores cidades do País,
54.339pessoas
foram internadas por diarreias;
28.594delas foram
crianças entre 0 e 5 anos
de idade.Significa que as crianças
menores de 5 anos
representaram das
internações por diarreia nas
maiores cidades.
53%
Analisando os índices de atendimento
em coleta de esgoto em 2010 (dado mais
recente do SNIS), o estudo apontou que
em 60 das 100 cidades os baixos
índices de atendimento resultaram em
altas taxas de internação por diarreias.
Se pegarmos os dados de 2011, a Taxa
média de Internação por Diarreias nas
20 melhores cidades foi de 14,6 casos
contra 363 casos nas 10 piores cidades.
Significa que a média de internações nas
piores cidades foi 25 vezes maior.
menores de 5 anos (35% do total).
Em 2011,os gastos do SUS
com internações por diarreia
no país foi de
R$ 140 milhões
Nas 100 maiores cidades este gasto
foi de R$ 23 milhões,
ou seja,16,4% do total.
Em 45%dos 100 municípios
analisados mais de 50%das
internações foi de crianças
de 0a 5 anos
Das 54.339 pessoas internadas por
diarreia nas 100 cidades em 2011,
cerca de 20 mil
ocorreram nos 10 municípios com as
piores taxas de internação por diarreia.
Significa que 5% das internações do país
se concentraram em apenas 10 cidades.
Já nas 10 melhores cidades em 2011 foram
internadas 1.100 pessoas (2% das 100
cidades e 0,27% no país)
(37%)
maiores cidades.
pessoas
Entre 2008 e 2011, as melhores cidades
em coleta de esgoto tiveram uma taxa
média de 39,1 Internações por Diarreia /
100 mil habitantes.
Se expandirmos isso para o conjunto das
100 maiores cidades teríamos, em 2011,
30.403internações,ao invés das 54.339
ocorridas. Significa que bons serviços de
coleta de esgotos poderiam ter poupado
23.936 internações (44%) somente
nestas cidades.
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Custo
Internações
hospitalares
por diarreia (em R$)
por 100 mil hab.
2011
Indicador
de população
com coleta
de esgoto
(%) - SNIS
2010
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Diarreia x
100 mil hab.
2011
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de esgoto
tratado por água
consumida
(%) - SNIS
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13,333
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20,118
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Salvador
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Natal
Sorocaba
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SãoVicente
Serra
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por diarreia (em R$)
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7,139
8,385
10,463
8,058
7,037
8,238
8,451
7,430
8,175
31,338
8,465
8,843
7,976
8,295
13,360
13,321
12,805
19,789
14,618
14,501
12,283
9,342
13,613
10,413
16,978
21,818
16,319
20,449
18,044
9,807
16,242
16,374
9,964
18,666
13,088
14,536
11,055
12,062
12,147
21,161
15,853
23,167
14,368
Custo
Internações
hospitalares
por diarreia (em R$)
por 100 mil hab.
2011
Indicador
de população
com coleta
de esgoto
(%) - SNIS
2010
Taxa
Internação
Diarreia x
100 mil hab.
2011
Indicador
de esgoto
tratado por água
consumida
(%) - SNIS
2010
Situação das 100 Maiores Cidades do País
Taxa
Internação
Diarreia x
100 mil hab.
2010
Taxa
Internação
Crianças (0 a 5 anos)
xTotal Internações
por diarreia
2011
Município Taxa
Internação
Crianças (0 a 5 anos)
xTotal Internações
por diarreia
2010
Custo
Internações
hospitalares
por diarreia (em R$)
por 100 mil hab.
2010
SantaMaria
Cariacica
Olinda
BeloHorizonte
Cascavel
Curitiba
Uberlândia
Limeira
Caruaru
SãoJosédoRioPreto
Recife
MogidasCruzes
RioBranco
Diadema
Maringá
Cuiabá
GovernadorValadares
Brasília
Petrolina
Carapicuíba
SãoJosédosPinhais
Blumenau
PortoAlegre
SãoJoãodeMeriti
PontaGrossa
CamposdosGoytacazes
SãoGonçalo
Macapá
PortoVelho
JaboatãodosGuararapes
AparecidadeGoiânia
Goiânia
SãoLuís
NovaIguaçu
Manaus
JuazeirodoNorte
Caucaia
BoaVista
Fortaleza
Teresina
Maceió
JoãoPessoa
Santarém
CampinaGrande
VitóriadaConquista
VárzeaGrande
Belém
Anápolis
BelfordRoxo
Ananindeua
34.7
35.7
36.7
37.2
37.3
38.8
40
42.4
42.6
43.2
44.9
45.9
46.7
49.7
49.7
54.5
55.1
60.8
61.1
61.6
70.7
74.5
80
84.5
87.4
91.6
93.7
95.3
98.2
98.5
101.3
103.3
103.5
114.6
128.9
131.3
143.6
151.3
166.4
180.6
211.1
213.1
241.4
263.9
312.1
354.7
354.8
373.1
399.4
904
42.5
40.7
38.9
44.1
40.9
46.9
67.4
51.8
70.2
40.2
69.3
62.9
55.9
77.7
64.1
89.6
59.5
78.2
75.2
68.5
99.5
89.0
91.0
116.2
172.3
110.8
118.0
88.4
113.9
162.0
161.7
206.5
137.2
170.8
108.3
242.9
165.9
150.9
186.1
293.2
230.5
246.4
265.8
341.1
386.2
439.0
505.4
520.3
359.9
1802.8
63.7
48
48.2
46.6
43.5
33.5
49
41.5
48.5
41
49.3
53.3
36.9
49.2
37.2
31.4
57.5
50.5
62.8
53.3
45.8
17.6
27.6
66.8
44.4
60.1
56.1
73.5
72.4
38.9
60.9
60.4
53.3
68.1
71.1
74.1
44.6
64.8
53.7
38
62.4
64.5
36.3
24.7
62.9
17.7
72.7
54
66.6
33
64.9
54.9
42.2
55.7
25.6
34.8
63.4
58.7
67.4
44.5
51.1
58.2
53.7
60.3
39.3
39.9
72.6
56.8
63.8
50.6
60.5
25.8
37.3
68.1
55.1
58.2
55.3
77.8
77.9
38.2
61.6
65.5
65.1
67.8
75.0
73.5
50.2
73.2
57.5
43.5
68.7
65.0
48.0
40.8
69.0
28.6
76.0
50.7
66.2
37.8
13,808
28,215
18,691
27,848
15,384
18,335
16,419
19,605
21,878
18,859
21,437
21,046
18,073
16,606
14,597
25,155
33,908
24,785
24,417
32,526
32,263
31,969
31,854
28,287
33,331
38,330
32,221
34,455
33,821
36,618
36,732
42,736
42,574
40,438
51,651
53,159
50,163
65,849
62,861
64,314
80,001
79,105
82,397
95,668
106,414
123,960
131,089
135,477
138,375
314,459
15,286
25,904
23,807
28,114
16,442
19,664
28,402
24,555
29,998
18,848
33,155
26,212
20,964
24,615
19,799
34,277
38,877
29,648
29,251
22,427
50,026
40,606
36,008
40,153
60,588
42,078
40,408
32,229
39,882
60,252
64,076
74,812
51,269
59,467
43,364
87,697
56,812
67,479
66,022
100,745
85,899
88,508
91,676
121,708
133,248
155,873
185,796
193,702
124,676
612,532
45.6
20.2
32.3
100.0
56.1
93.0
97.3
97.0
38.2
89.2
35.2
81.1
20.2
96.2
85.3
39.9
97.3
93.7
49.7
68.5
50.0
3.3
87.7
48.7
79.0
41.1
36.8
5.6
1.5
6.8
19.5
76.6
45.7
42.0
21.3
22.5
29.7
18.7
48.3
15.2
34.4
45.1
ND
69.1
52.1
13.1
7.7
47.0
39.3
ND
45.6
14.8
32.3
55.1
56.1
86.3
78.5
69.4
38.2
89.2
35.2
21.2
20.2
12.3
85.3
21.9
0.0
64.4
49.7
20.7
50.0
3.3
16.4
0.0
72.2
34.2
8.5
ND
0.0
6.8
19.5
64.3
11.3
0.5
21.3
22.5
29.7
18.7
48.3
13.9
34.4
45.1
ND
69.1
52.1
13.1
1.8
47.0
2.2
ND
Situação das 100 Maiores Cidades do País
Em 2010,apenas 23 cidades apresentavam índice de coleta de esgoto superior a 90%.
s indicadores que compõem os índices
de coleta de esgoto nos 100 municípios
analisados colocam em foco uma
realidade tão conhecida quanto constrange-
dora: o Brasil ainda está longe de alcançar a tão
sonhada universalização dos serviços de esgota-
mento sanitário.
Em 2010, segundo a pesquisa, a média de coleta
de esgoto nas cidades analisadas não ultrapas-
sava 60%. Quando se extrapola a aferição para
o país, os números disponíveis são ainda mais
alarmantes – 46,2% da população não têm suas
residências conectadas a redes de esgoto.
Do esgoto gerado no Brasil apenas cerca de 1/3
é tratado. Bauru
São
Paulo
Em 2010,7 dos 10 piores
municípios em coleta de esgotos
eram das regiões Norte e Nordeste.
Já dos 20 melhores,
19eram da região Sudeste
e 1da região Sul.
Os desafios do saneamento
básico no Brasil
Ainda que o país tenha pela frente o desafio de
aprimorar sua base de dados sobre o saneamen-
to básico, os números da pesquisa oferecem um
retrato bem consistente da situação vivida nas
maiores cidades brasileiras, que, juntas, soma-
vam no ano de 2010 cerca de 77 milhões,ou seja,
40% da população.
É certo que os casos de diarreia não podem ser
associados totalmente aos baixos índices de sa-
neamento.Há municípios com baixos índices de
coleta de esgoto,mas também com baixas taxas
de internação, e o inverso; municípios com altos
índices de coleta de esgoto, mas com relativa-
mente altas taxas de diarreia. Significa que há
queseestudarcaso-a-casoestassituações.Oque
o estudo mostra, no entanto, é que na grande
maioria das cidades há mesmo uma forte rela-
ção entre falta de coleta de esgotos e altas taxas
Atabelacompletacomas100cidadesestánoestudooriginalàdisposiçãonositedoInstitutoTrataBrasil(www.tratabrasil.org.br)
10 | Os desafios do saneamento Os desafios do Saneamento | 11
Rio Branco - AC
Gravataí - RS
Várzea Grande - MT
Blumenau - SC
Belém - PA
1º
2º
3º
4º
5º
Avaliaçãodosserviçosnas
100maiorescidadesbrasileiras
10 piores em Saneamento Básico
Santarém - PA
Ananindeua - PA
Jaboatão dos Guararapes - PE
PortoVelho - RO
Macapá - AP
6º
7º
8º
9º
10º
Várzea Grande - MT
Santos - SP
Maringá - PR
Franca - SP
Uberlândia - MG
Jundiaí - SP
Sorocaba - SP
Limeira - SP
Uberaba - MG
Niterói - RJ
Londrina - PR
20 melhores em Saneamento Básico
Avaliaçãodosserviçosnas
100maiorescidadesbrasileiras
1º
2º
3º
4º
5º
6º
7º
8º
9º
10º
11º
12º
13º
14º
15º
16º
17º
18º
19º
20º
Brasília - DF
Curitiba - PR
Ribeirão Preto - SP
Montes Claros - MG
Ponta Grossa - PR
Belo Horizonte - MG
Contagem - MG
São Paulo - SP
Taubaté - SP
São Paulo - SP
de internação por diarreias, altos gastos no SUS
e grande presença de crianças entre 0 e 5 anos
nas internações por diarreias.
Em 2010, em 60 das 100 cidades analisadas os
baixos índices de atendimento em coleta de
esgoto foram acompanhados por altas taxas de
internação por diarreias.
realidade tão conhecida quanto constrange
O
0
E
12 | Falta de saneamento e doenças
m 2010, em 60 das 100 cidades
analisadas os baixos índices de
atendimento em coleta de esgo-
to foram acompanhados por altas taxas de
internação por diarreias. O Norte e o
Nordeste apareceram entre 2009 e 2011
como as áreas com as taxas mais elevadas de
internações por diarreias – 7 das 10 cidades com
pior desempenho eram dessas regiões.
As outras estavam no Centro-Oeste e no
Sudeste (Baixada Fluminense).
Isso indica que as regiões mais pobres do país e
asperiferiasdegrandescidadessãoasáreasmais
críticas em termos de internações por diarreias.
Em 2011,as 10 piores cidades em taxas
de internação por diarreia
O município de Ananindeua (PA) pode ser
considerado um caso crítico, uma vez que
ocupou o primeiro lugar com a pior taxa de
internação em todos os anos analisados, com
valores acima de 900 internações por 100 mil
habitantes.
As cidades de Taubaté (SP), Praia Grande (SP),
São Bernardo do Campo (SP), Suzano (SP),
Bauru (SP) e Campinas (SP) estiveram entre
os 10 melhores em taxas de internação por
diarreia em todos os anos analisados.
Nas 10 cidades com menores taxas de
internação por diarreias, foram internadas
1.100 pessoas,o que representa apenas 2% do
universo das 100 maiores cidades.
Taubaté
Praia Grande
São Bernardo do Campo
Suzano
Rio de Janeiro
Bauru
Caxias do Sul
Campinas
Montes Claros
Betim
Franca
Jundiaí
Guarujá
Pelotas
Petrópolis
Santos
Florianópolis
Volta Redonda
Itaquaquecetuba
Mauá
Maceió
João Pessoa
Santarém
Campina Grande
Vitória da Conquista
Várzea Grande
Belém
Anápolis
Belford Roxo
Ananindeua
1.4
6.4
7.5
7.9
11.5
11.8
12.2
12.6
12.8
14.1
15
15.5
18.1
18.2
20.2
20.5
21.1
21.2
21.8
21.8
211.1
213.1
241.4
263.9
312.1
354.7
354.8
373.1
399.4
904
Taxa
internaçãoDiarreia
x100milhab.
2011
Menores taxas - internação
Município
Taxa
internaçãoDiarreia
x100milhab.
2011
Município
Maiores taxas - internação
Falta de saneamento e doenças | 13
responderam por
37%das internações nas
100 maiores cidades.
Assim, analisando as 20 melhores cidades
em termos de Taxa de internação por
diarreias, vemos que, nestas, em média
78% da população é atendida por coleta de
esgotos. Já a taxa média de internação
nestas 20 melhores cidades foi de 17,9
casos para cada 100 mil habitantes.
Em contrapartida, ao analisarmos as 10 piores
cidades por Taxa de Internação por Diarreia,
temos, em média, apenas 29% da população
atendida por coleta de esgotos. Já a taxa de
internação média nessas cidades é de 516
casos para cada 100 mil habitantes.
Assim sendo, é possível concluir que em
2010, nas 10 piores cidades por Taxa de
Internação por Diarreia,temos 2,7 vezes
menos pessoas atendidas com coleta
de esgotos e 29 vezes mais casos de
internaçãodoquenas10melhorescidades.
Já para o ano de 2011, se considerar-
mos os dados de Taxa de Internação por
Diarreias nas 100 maiores cidades,
temos que a média nas 20 melhores
cidades foi de 14,6 casos contra uma
média de 363 casos nas 10 piores.
Significa que a média de internações
nas piores cidades foi 25vezes maior.
.Falta de saneamento e doenças: uma
relação perversa aos mais necessitados
Falta de saneamento e doenças
Uma carência que afetará
o futuro do país
m 2011, nas 100 maiores cidades,
54.339 pessoas foram internadas por
diarreias, sendo 28.594 delas crianças
entre 0 e 5 anos de idade.
Estas crianças representaram, portanto,
53% das internações por diarreia nas maiores
cidades e 21% destas internações no Brasil.
Em 45% das 100 cidades analisadas, mais da
metade das internações foi representada por
crianças.
As 10 cidades com as maiores taxas de
internação de crianças em função do total
das internações por diarreias foram Duque
de Caixas (77,1%), Juazeiro do Norte (74,1%),
Macapá (73,5%), Feira de Santana (73,3%),
Belém (72,7%), Porto Velho (72,4%), Manaus
(71,1%), Nova Iguaçu (68,1%), São João de
Meriti (66,8%) e Uberaba (66,7%).
As crianças dessa faixa etária são o grupo
mais vulnerável às diarreias e, por extensão,
suas maiores vítimas, na comparação com o
conjunto da população.
Isso reforça que as doenças associadas a
falta de saneamento adequado atingem não
somente a população atual, como também
deixamsequelasparaofuturodenossasociedade.
entre 0 e 5 anos de idade.
E
14 | Uma carência que afetará o futuro do país Uma carência que afetará o futuro do país | 15
0
396.048pessoas foram internadas
por diarreia; destas,
138.447foram crianças menores
de 5 anos (35% do total).
Em 2011,no Brasil,
Em 2011,só nas 100 maiores cidades,
54.339pessoas foram
internadas por diarreias,sendo
28.594delas crianças
entre 0 e 5 anos de idade.
Estas crianças representaram,portanto,
53% destas internações por diarreia.
stas crianças representaram,portanto,
53% destas internações por diarreia.53% destas internações por diarreia.
foram crianças menores
de 5 anos (35% do total).
Édison Carlos,presidente executivo do
Trata Brasil,comenta os resultados:
Embora seja do conhecimento geral que vários
fatores influenciam na ocorrência das diarreias,
os resultados do estudo mostram que há uma
forte relação entre a abrangência do serviço de
coleta e tratamento dos esgotos com o número
de internações por diarreia.Infelizmente,o aten-
dimento em saneamento básico ainda divide o
Brasil onde cidades bem atendidas em água e
esgotos economizam recursos com saúde e tem
cidadãos mais saudáveis,sobretudo as crianças.
Enquanto isso, cidades sem saneamento
gastam muito em internações e conde-
nam seus cidadãos a conviver com doenças.
É uma irresponsabilidade ver as autoridades,
sobretudo os prefeitos,assistirem passivamente,
pois são eleitos para levar qualidade de vida às
pessoas.
”
“
m 2011, no Brasil, os gastos do SUS
com internações por diarreia foram
de R$ 140 milhões.
Nas 100 cidades analisadas neste estudo,
este gasto foi de R$ 23 milhões, ou seja,
16,4% do total.
Os municípios que mais gastaram com
doenças diarreicas foram Ananindeua (CE),
Belford Roxo (RJ), Anápolis (GO), Belém (PA),
Gastos do SUS com internações
por diarreias
Taubaté
Praia Grande
São Bernardo do Campo
Suzano
Rio de Janeiro
Bauru
Caxias do Sul
Campinas
Montes Claros
Betim
Franca
Jundiaí
Guarujá
Pelotas
Petrópolis
Santos
Florianópolis
Volta Redonda
Itaquaquecetuba
Mauá
Maceió
João Pessoa
Santarém
Campina Grande
Vitória da Conquista
Várzea Grande
Belém
Anápolis
Belford Roxo
Ananindeua
721,0
3.009
3.566
5.062
4.944
6.268
5.218
7.139
8.385
10.463
8.058
7.037
8.238
8.451
7.430
8.175
31.338
8.465
8.843
7.976
1.346
2.802
3.205
6.147
6.477
9.978
7.280
8.096
21.808
21.614
10.135
8.576
7.573
17.349
19.769
6.751
13.601
6.782
11.496
9.022
80.001
79.105
82.397
95.668
106.414
123.960
131.089
135.477
138.375
314.459
85.899
88.508
91.676
121.708
133.248
155.873
185.796
193.702
124.676
612.532
Custointernações
hospitalarespordiarreia
(emR$)por100milhab.
2010
Custointernações
hospitalarespordiarreia
(emR$)por100milhab.
2011
E
.
Várzea Grande (MT), Vitória da Conquista
(BA), Campina Grande (PB), Santarém (PA),
Maceió (AL) e João Pessoa (PB).
Os municípios de Santarém (PA), Teresina
(PI) e Várzea Grande (MT), aparecem como
os municípios com maiores gastos em três
dos quatro anos analisados (2008-2011).
Na outra ponta, com os menores gastos,
encontram-se os municípios de Taubaté
(SP), Praia Grande (SP), São Bernardo do
Campo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Suzano (SP),
Caxias do Sul (RS), Bauru (SP), Jundiaí (SP),
Campinas (SP) e Petrópolis (RJ).
Em números absolutos, Ananindeua (CE),
o município que apresentou os maiores
gastos por internação por diarreias, gastou
em 2011 um total de R$ 314.459,00 por 100
mil habitantes,enquanto que em Taubaté,o
município com o menor gasto, o gasto total
foi de R$ 721,00.
20 melhores
Município hospitalarespordiarreia
(emR$)por100milhab.
Custointernações
hospitalarespordiarreia
(emR$)por100milhab.
2010
Custointernações
hospitalarespordiarreia
(emR$)por100milhab.
2011
10 piores
Município hospitalarespordiarreia
(emR$)por100milhab.
16 | Gastos do SUS com internações por diarreias Gastos do SUS com internações por diarreias | 17
Conclusão0
18 | Conclusão Conclusão | 19
*Dr.Milton Hênio Netto de Gouveia – pediatra
Instituto Trata Brasil, uma das maio-
res Entidades brasileiras a estudar
com dinamismo e interesse o grave
problema da ausência de saneamento e
esgoto sanitário no país, solicitou à pesquisa-
dora Dra. Denise Kronemberger que fizesse
uma apreciação dos dados do
Ministério da Saúde e IBGE en-
tre 2008 – 2011 em relação às
internações hospitalares nos
100 municípios brasileiros rela-
cionados com a diarreia e os
custos que isso ocasionou para
o Ministério da Saúde.
Também que relacionasse esses números ao
atendimento do país em saneamento básico.
Essa pesquisa, muito bem feita, reforça o que
diz a Organização Mundial de Saúde - OMS,ou
seja,que o saneamento básico precário é uma
ameaça à saúde humana.
E as crianças mais afetadas são aquelas que
têm entre 0 e 5 anos de idade,e que estão em
plena fase de seu desenvolvimento.
A UNICEF e a OMS apontam a diarreia como
sendo a segunda maior causa de morte em
menores de 5 anos de idade. Acredita-se que
1,5 milhões de crianças nessa idade morrem
a cada ano vitimas de diarreia, sobretudo nos
países em desenvolvimento.
O objetivo do estudo foi analisar os impactos
na saúde e no Sistema Único de Saúde, SUS,
resultantes do esgotamento sanitário inade-
quado nos 100 maiores municípios brasileiros
em população.
As diarreias são infecções gastrointesti-
nais causadas por agentes patógenos como
bactérias,vírus e protozoários. As shiguellas,as
salmonelas e as E. Coli foram as maiores
responsáveis por essas agressões.
Dentre as conclusões do estudo, vemos, por
exemplo,que entre os 100 maiores municípios
brasileiros estudados (2008 - 2011), o número
de crianças de 0 a 5 anos internadas por diar-
reia oscilou - 37.485 crianças em 2009, 40.439
em 2010 e uma diminuição em 2011 com
redução para 28.594 crianças.
Estes resultados referem-se as crianças que
vivem em ambientes negativos, e referem-se
ao caos em que vive nossa criança brasileira,
principalmente a nordestina.
Temos ainda que muito caminhar. Com os
dados do IBGE de 2008 - 2011 ficamos tristes
e alegres. Tristes pelo volumoso número de
brasileiros, principalmente de crianças distan-
ciadas da educação, saúde e bem estar social,
e alegres, porque notamos que o Brasil evolu-
iu, melhorando a distribuição de saneamento
pelo território nacional,apesar de lenta.
A coleta e o tratamento de esgotos na verdade
têm sido abandonados, deixados de lado pe-
los nossos governantes que não acolhem com
amor a súplica dos seus governados. Vejam
que apenas 50,65% das populações urbanas
em 2013 terão acesso a rede de esgoto.
Nossa caminhada promete ainda ser muito
longa para o bem estar da população.
Para um Brasil que quer ser uma das grandes
potencias do mundo,temos que sonhar ainda
bastante com a realização plena dos nossos
projetos em relação ao saneamento bási-
co. A verdadeira liberdade se conquista em
conjunto (políticos e povo).É uma tarefa difícil
e delicada que só alcançaremos através de
um conjunto de entendimentos. Só assim
seremos uma grande nação.
O contraste no Brasil é gritante porque o
povo em sua maioria, não participa dos
acontecimentos políticos, escolhendo os
melhores candidatos para que possam
administrar bem suas cidades.
O povo não sabe que o preço do feijão, da
farinha, da saúde e do bem estar de sua
cidade, depende de decisões políticas de boa
vontade. O Brasil tem urgência. É só esperar.
Até quando não sei.
Segundo Adam Smith, “nenhuma sociedade
pode florescer e ser feliz enquanto a maio-
ria dos seus membros forem constituídos de
pobres e miseráveis, doentes e aflitos”. Vamos
esperar que o próximo Censo nos dê dados
animadores do nosso querido Brasil.
Sem duvida o Brasil deve superar grandes
desafios para conseguir a felicidade de sua
população e o bem estar de suas crianças.
Não podemos alimentar ilusões sobre a
nossa real situação em termos de saneamento
e coletas de esgoto; basta sair um pouco do
esplendor das grandes cidades e mergulhar
no imenso interior para ver o quanto temos
que fazer,e o mais urgente possível.
Todos são iguais perante nós e perante
Deus. Esforcemo-nos como faz o Instituto
Trata Brasil, até cobrir com nossa assistência
e carinho, aqueles lares humildes e des-
feitos, onde a criança vive e vegeta em
plena orfandade física e espiritual.
Quando iremos, políticos e povo, resgatar
nossas culpas? Eis a grande mensagem de
alerta que proferiu Elisabeth Lesseur:“Na vida,
somos culpados não só do mal que fazemos,
como do bem que deixamos de fazer”.
É preciso, portanto, que nasçam mais
brasileiros em famílias mais protegidas,
onde mãe e filho possam se beneficiar
da segurança, da higiene, do meio ambiente
seguro, de uma política social e econômica
que cuide de toda a população em todas as
regiões do Brasil, e assim, que sejamos um
povo feliz e realizado, com saúde e paz de
espirito.
Vamos esperar por dias melhores.Esperar é viver.
* Dr. Milton Hênio Netto de Gouveia – renomado
pediatradeAlagoasedaregiãoNordeste,membroefetivo
da Academia Brasileira de Pediatria e embaixador
do Instituto Trata Brasil
Dr.Milton
problema da ausência de saneamento e
O
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Estudo Trata Brasil: Esgotamento Sanitário Inadequado e Impactos na Saúde da População 2008-2011

  • 1. Impactos na Saúde e no Sistema Único de Saúde Decorrentes de Agravos Relacionados a um Esgotamento Sanitário Inadequado dos 100 Maiores Municípios Brasileiros no Período 2008-2011 Esgotamento sanitário inadequado e impactos na saúde da população Atualização do diagnóstico da situação nas 100 maiores cidades brasileiras INTRODUÇÃO OBJETIVO - METODOLOGIA RETRATO DO SANEAMENTO NO BRASIL E NO MUNDO DESTAQUES SITUAÇÃO DAS 100 MAIORES CIDADES DO PAÍS OS DESAFIOS DO SANEAMENTO BÁSICO NO BRASIL UMA CARÊNCIA QUE AFETARÁ O FUTURO DO PAÍS GASTOS DO SUS COM INTERNAÇÕES POR DIARREIAS CONCLUSÃO 2 3 14 á á Índice 4 6 8 10 12 16 18 á á á á á á á á Este material traz um resumo executivo com os principais pontos levantados no estudo original, que está à disposição no website do Instituto Trata Brasil (www.tratabrasil.org.br). A íntegra do estudo traz outras informações que por questões de espaço não foram incluídas neste resumo. Recomenda-se, portanto, consultar o estudo original, caso sejam necessárias outras informações. FALTA DE SANEAMENTO E DOENÇAS:UMA RELAÇÃO PERVERSA AOS MAIS NECESSITADOS
  • 2. Apresentação 02 | Apresentação Objetivo - Metodologia | 03 ste novo estudo do InstitutoTrata Brasil,feito pela pesquisadora Dra.Denise Kronemberg- er, tem como objetivo analisar a possível relação entre o saneamento básico inadequado e as doenças,sobretudo as diarreias. Visa também medir a participação das crianças menores de 5 anos e os impactos no Sistema Úni- co de Saúde, resultantes do esgotamento sanitário inadequado nos 100 maiores municípios brasileiros em população. estudo contemplou os 100 maiores municípios brasileiros em população no período de 2008 a 2011. A pesquisa refere-se a dois aspectos importantes do impacto dos agravos relacionados ao esgotamento sanitário inadequado: perfil de morbi-mortalidade por diarreias e quadro de gastos hospitalares com internações por diarreias. As doenças diarreicas consideradas no estudo foram: ‘cólera’,‘shiguelose’,‘amebíase’, ‘infecções por salmonella’, ‘infecções intestinais bacte- rianas’, ‘doenças intestinais por protozoários’, ‘infecções intestinais virais’,‘diarreia e gastroen- terite de origem infecciosa presumível’. O relação entre o saneamento básico inadequado e as E Objetivo do estudo Metodologia *ArturTimerman Instituto Trata Brasil tem como objetivo contribuir pra a melhoria da qualidade de vida da população e para a redução da mortalidade infantil através da mobilização da sociedade para a implementação de serviços de coleta e tratamento de esgoto.Neste estudo que se segue,o Instituto Trata Brasil apresenta uma atualiza- ção do diagnóstico da situação do esgotamento sanitário inadequado e os consequentes impactos na saúde da população das 100 maiores cidades brasileiras. Nas páginas a seguir,o InstitutoTrata Brasil apresen- ta importantes dados que mostram que, apesar de o País estar comemorando o fato de mais brasileiros saírem da miséria e passarem a classe média,no que diz respeito ao saneamento ainda continuamos na miséria. Este estudo é um retrato de que ainda estamos longe de fazer parte de uma sociedade desenvolvida, que fornece aos seus cidadãos os seus direitos mais básicos. É um absurdo que o Brasil,que se quer incluir como uma sociedade em desenvolvimento, partícipe das grandes decisões mundiais, ainda apresente um índice de quase 40% de internações hospitalares por diarreias, uma doença claramente relacionada ao saneamento ambiental inadequado. Esperamos que este estudo sirva de alerta e de incentivo para que as autoridades públicas de nosso País passem a olhar o saneamento básico como agenda prioritária; e que sirva também como incentivo para a sociedade civil, para que esta demande do poder público ações efetivas para uma mudança neste triste cenário. ArturTimerman é Infectologista e Embaixador do InstitutoTrata Brasil O T . . 0 Dr.Artur
  • 3. Retrato do saneamento | 0504 | Retrato do saneamento Retrato do saneamento A 0 o Brasil, as doenças de trans- missão feco-oral, especialmente as di- arreias, representam em média mais de 80% das doenças relacionadas ao sanea- mento ambiental inadequado (IBGE, 2012). Ter ou não acesso a uma água de qualidade e um bom sistema de coleta e tratamento de esgotos faz toda a diferença para afastar estas doenças que sobrecarregam o sistema de saúde, ocupam milhares de leitos hospitalares, afetam as crianças e as cidades como um todo. Organização Mundial de Saúde (OMS) menciona o saneamento bási- co precário como uma grave ameaça à saúde humana. Apesar de disseminada no mundo, a falta de saneamento básico ainda é muito associada à pobreza afetando princi- palmente a população de baixa renda;mais vulnerável devido à subnutrição e muitas vezes pela higiene inadequada. Doen- ças relacionadas a sistemas de água e esgoto inadequados e as deficiências com a higiene causam a morte de mil- hões de pessoas todos os anos,com prevalên- cia nos países de baixa renda (PIB per capita inferior a US$825,00). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS 2009), 88% das mortes por diarreias no mundo são causadas pelo saneamento inadequado. Destas mortes, aproximada- mente 84% são de crianças. O Unicef (2009) indica que é a segunda maior causa de mortes em crianças menores de 5 anos de idade. Estima-se que 1,5 milhão de crian- ças nesta idade morram a cada ano vítimas de doenças diarreicas, sobretudo em países em desenvolvimento. Nos países de clima quente as diarreias ocorrem mais durante a estação chuvo- sa, e tanto as inundações quanto as secas aumentam o risco de ocorrência dessas doenças,tais como a cólera,giardíase,infecção por shiguella,febre tifóide,infecção por E.coli, entre outras. N Retrato do saneamento Saúde ) menciona o saneamento bási- co precário como uma grave ameaça pesar de disseminada no mundo, a falta de saneamento básico ainda é muito associada à pobreza afetando princi- palmente a população de baixa renda;mais vulnerável devido à subnutrição e muitas oen- esgoto inadequados e as deficiências com a higiene causam a morte de mil- hões de pessoas todos os anos,com prevalên- (PIB per capita Saúde 2009), 88% das mortes por diarreias no mundo são causadas pelo saneamento estas mortes, aproximada- Unicef (2009) indica que é a segunda maior causa de mortes em crianças menores de 5 anos de milhão de crian- nesta idade morram a cada ano vítimas de doenças diarreicas, sobretudo em países em os países de clima quente as diarreias ocorrem mais durante a estação chuvo- sa, e tanto as inundações quanto as secas aumentam o risco de ocorrência dessas doenças,tais como a cólera,giardíase,infecção por shiguella,febre tifóide,infecção por E.coli, SP MG RJ BA GO ES MS PR DF SC RS MA RO AC PI CE RR AP RN PB PE AL SE Belo Horizonte Curitiba Manaus Macapá Belém São Luís Ananindeua Teresina Fortaleza Natal João Pessoa Maceió Aracaju Rio Branco Porto Velho Cuiabá Brasília Salvador Goiânia Vitória Rio de Janeiro São Paulo Florianópolis Porto Alegre Recife Palmas Duque de Caxias SP Guarujá Santos São Vicente Praia Grande Mauá Santo André São Bernardo do Campo Diadema Guarulhos Itaquaquecetuba Mogi das Cruzes Suzano São José dos Campos São José do Rio Preto Ribeirão Preto Bauru Campinas Sorocaba Piracicaba Jundiaí Carapicuíba Osasco Campos dos Goytacazes Petrópolis Nova Iguaçu Belford Roxo PE Jabotão dos Guararapes Olinda Paulista Recife O Brasil ainda está longe de alcançar a tão sonhada universalização dos serviços de esgotamento sanitário. TO MT PAAM Campo Grande Pelotas Anápolis Niterói Maringá Londrina Uberlândia Franca Limeira Uberaba Montes Claros Ponta Grossa Contagem Taubaté Gravataí Várzea Grande Blumenau Santarém Jaboatão dos Guararapes Betim Volta Redonda Campina Grande Vitória da Conquista Caxias do Sul Cidades analisadas neste estudo RJ
  • 4. Destaques. 06 | Destaques Destaques | 07 396.048 Em 2011,no Brasil, pessoas foram internadas por diarreia; destas, 138.447 foram crianças menores de 5 anos (35% do total). Nas100 maiores cidades do País, 54.339pessoas foram internadas por diarreias; 28.594delas foram crianças entre 0 e 5 anos de idade.Significa que as crianças menores de 5 anos representaram das internações por diarreia nas maiores cidades. 53% Analisando os índices de atendimento em coleta de esgoto em 2010 (dado mais recente do SNIS), o estudo apontou que em 60 das 100 cidades os baixos índices de atendimento resultaram em altas taxas de internação por diarreias. Se pegarmos os dados de 2011, a Taxa média de Internação por Diarreias nas 20 melhores cidades foi de 14,6 casos contra 363 casos nas 10 piores cidades. Significa que a média de internações nas piores cidades foi 25 vezes maior. menores de 5 anos (35% do total). Em 2011,os gastos do SUS com internações por diarreia no país foi de R$ 140 milhões Nas 100 maiores cidades este gasto foi de R$ 23 milhões, ou seja,16,4% do total. Em 45%dos 100 municípios analisados mais de 50%das internações foi de crianças de 0a 5 anos Das 54.339 pessoas internadas por diarreia nas 100 cidades em 2011, cerca de 20 mil ocorreram nos 10 municípios com as piores taxas de internação por diarreia. Significa que 5% das internações do país se concentraram em apenas 10 cidades. Já nas 10 melhores cidades em 2011 foram internadas 1.100 pessoas (2% das 100 cidades e 0,27% no país) (37%) maiores cidades. pessoas Entre 2008 e 2011, as melhores cidades em coleta de esgoto tiveram uma taxa média de 39,1 Internações por Diarreia / 100 mil habitantes. Se expandirmos isso para o conjunto das 100 maiores cidades teríamos, em 2011, 30.403internações,ao invés das 54.339 ocorridas. Significa que bons serviços de coleta de esgotos poderiam ter poupado 23.936 internações (44%) somente nestas cidades.
  • 5. 721.0 3,009 3,566 5,062 4,944 6,268 5,218 7,139 8,385 10,463 8,058 7,037 8,238 8,451 7,430 8,175 31,338 8,465 8,843 7,976 8,295 13,360 13,321 12,805 19,789 14,618 14,501 12,283 9,342 13,613 10,413 16,978 21,818 16,319 20,449 18,044 9,807 16,242 16,374 9,964 18,666 13,088 14,536 11,055 12,062 12,147 21,161 15,853 23,167 14,368 721.0 3,009 3,566 5,062 4,944 6,268 5,218 7,139 8,385 10,463 8,058 7,037 8,238 8,451 7,430 8,175 31,338 8,465 8,843 7,976 8,295 13,360 13,321 12,805 19,789 14,618 14,501 12,283 9,342 13,613 10,413 16,978 21,818 16,319 20,449 18,044 9,807 16,242 16,374 9,964 18,666 13,088 14,536 11,055 12,062 12,147 21,161 15,853 23,167 14,368 721.0 3,009 3,566 5,062 4,944 6,268 5,218 7,139 8,385 10,463 8,058 7,037 8,238 8,451 7,430 8,175 31,338 8,465 8,843 7,976 8,295 13,360 13,321 12,805 19,789 14,618 14,501 12,283 9,342 13,613 10,413 16,978 21,818 16,319 20,449 18,044 9,807 16,242 16,374 9,964 18,666 13,088 14,536 11,055 12,062 12,147 21,161 15,853 23,167 14,368 721.0 3,009 3,566 5,062 4,944 6,268 5,218 7,139 8,385 10,463 8,058 7,037 8,238 8,451 7,430 8,175 31,338 8,465 8,843 7,976 8,295 13,360 13,321 12,805 19,789 14,618 14,501 12,283 9,342 13,613 10,413 16,978 21,818 16,319 20,449 18,044 9,807 16,242 16,374 9,964 18,666 13,088 14,536 11,055 12,062 12,147 21,161 15,853 23,167 14,368 08 | Situação das 100 Maiores Cidades do País Situação das 100 Maiores Cidades do País | 09 2.5 5.3 5.5 5.7 15.2 19.8 17.4 16.3 23.8 27.0 16.6 22.4 20.3 37.8 44.3 11.9 21.8 20.6 25.8 27.1 27.3 29.2 28.1 27.1 37.1 34.1 38.2 42.3 37.8 38.8 32.5 26.6 28.3 39.9 26.5 55.5 41.4 28.6 47.7 47.2 38.1 31.2 39.5 47.3 56.4 37.7 58.7 39.1 35.4 37.2 Custo Internações hospitalares por diarreia (em R$) por 100 mil hab. 2011 Indicador de população com coleta de esgoto (%) - SNIS 2010 Taxa Internação Diarreia x 100 mil hab. 2011 Indicador de esgoto tratado por água consumida (%) - SNIS 2010 14.3 35.7 40.5 60.0 61.3 41.2 32.9 36.9 44.2 54.9 43.4 19.3 66.1 60.5 48.9 34.0 46.7 34.0 55.4 58.4 56.4 63.6 53.6 41.4 36.6 57.5 44.6 61.8 49.5 55.7 43.5 77.1 43.8 60.2 52.7 73.5 69.8 34.9 39.5 68.6 65.3 39.8 43.0 72.1 72.0 31.4 63.1 54.1 59.5 53.7 1,346 2,802 3,205 6,147 6,477 9,978 7,280 8,096 21,808 21,614 10,135 8,576 7,573 17,349 19,769 6,751 13,601 6,782 11,496 9,022 10,357 14,617 11,852 14,058 23,848 15,259 19,892 17,145 12,549 24,596 12,165 12,300 14,784 23,950 14,006 19,568 14,083 14,320 18,232 13,333 20,925 12,350 17,521 20,118 21,796 13,721 28,914 16,961 24,072 12,639 94.8 58.4 88.0 81.4 70.1 97.0 77.8 83.0 95.2 86.9 100.0 100.0 63.7 55.6 74.3 100.0 53.9 94.8 63.4 86.8 92.7 95.4 79.0 74.6 16.5 76.0 97.8 32.8 97.5 73.6 71.6 46.3 93.9 97.0 20.6 33.6 41.6 35.3 32.4 64.6 60.3 96.0 17.2 98.1 37.4 83.8 100.0 96.1 60.4 20.9 57.7 42.1 17.0 51.1 53.2 0.0 10.1 47.4 78.1 17.0 76.3 88.9 52.5 18.2 74.3 76.8 40.3 22.2 3.6 5.0 92.7 51.4 3.0 16.6 16.0 76.0 80.1 16.9 93.6 4.8 57.3 19.7 44.8 7.5 20.6 33.6 4.4 35.3 32.4 64.6 54.2 34.0 13.3 53.9 37.4 79.9 33.5 54.2 40.8 20.9 1.4 6.4 7.5 7.9 11.5 11.8 12.2 12.6 12.8 14.1 15 15.5 18.1 18.2 20.2 20.5 21.1 21.2 21.8 21.8 21.8 22.2 23.2 23.7 24 24.1 24.3 24.7 24.8 25 26.3 27.2 27.5 28 28.6 28.8 28.9 29 29.2 29.7 29.9 29.9 30.8 31.1 31.3 32.1 32.1 32.1 32.1 33.4 25 64.7 24.1 42.9 58.6 36.6 18.5 32.1 53.2 48.1 31.3 15.5 60.4 51.7 50 45.3 24.4 25.5 53.5 54.3 51.4 59.3 50 45.6 33.6 48.1 32.9 60 42.9 58.7 46.6 45.1 41.7 58.2 46.7 58.1 77.1 40.9 15.6 42.1 62.2 34.5 43 66.7 73.3 29.3 52.5 52 58.5 41.9 Taubaté PraiaGrande SãoBernardodoCampo Suzano RiodeJaneiro Bauru CaxiasdoSul Campinas MontesClaros Betim Franca Jundiaí Guarujá Pelotas Petrópolis Santos Florianópolis VoltaRedonda Itaquaquecetuba Mauá Niterói Contagem Guarulhos Osasco Joinville Salvador RibeirãoPreto Natal Sorocaba RibeirãodasNeves SãoVicente Serra SãoJosédosCampos JuizdeFora VilaVelha Aracaju DuquedeCaxias Paulista Mossoró FozdoIguaçu CampoGrande SantoAndré Canoas Uberaba FeiradeSantana Londrina Piracicaba SãoPaulo Vitória Gravataí Taxa Internação Diarreia x 100 mil hab. 2010 Taxa Internação Crianças (0 a 5 anos) xTotal Internações por diarreia 2011 Município Taxa Internação Crianças (0 a 5 anos) xTotal Internações por diarreia 2010 Custo Internações hospitalares por diarreia (em R$) por 100 mil hab. 2010 721.0 3,009 3,566 5,062 4,944 6,268 5,218 7,139 8,385 10,463 8,058 7,037 8,238 8,451 7,430 8,175 31,338 8,465 8,843 7,976 8,295 13,360 13,321 12,805 19,789 14,618 14,501 12,283 9,342 13,613 10,413 16,978 21,818 16,319 20,449 18,044 9,807 16,242 16,374 9,964 18,666 13,088 14,536 11,055 12,062 12,147 21,161 15,853 23,167 14,368 Custo Internações hospitalares por diarreia (em R$) por 100 mil hab. 2011 Indicador de população com coleta de esgoto (%) - SNIS 2010 Taxa Internação Diarreia x 100 mil hab. 2011 Indicador de esgoto tratado por água consumida (%) - SNIS 2010 Situação das 100 Maiores Cidades do País Taxa Internação Diarreia x 100 mil hab. 2010 Taxa Internação Crianças (0 a 5 anos) xTotal Internações por diarreia 2011 Município Taxa Internação Crianças (0 a 5 anos) xTotal Internações por diarreia 2010 Custo Internações hospitalares por diarreia (em R$) por 100 mil hab. 2010 SantaMaria Cariacica Olinda BeloHorizonte Cascavel Curitiba Uberlândia Limeira Caruaru SãoJosédoRioPreto Recife MogidasCruzes RioBranco Diadema Maringá Cuiabá GovernadorValadares Brasília Petrolina Carapicuíba SãoJosédosPinhais Blumenau PortoAlegre SãoJoãodeMeriti PontaGrossa CamposdosGoytacazes SãoGonçalo Macapá PortoVelho JaboatãodosGuararapes AparecidadeGoiânia Goiânia SãoLuís NovaIguaçu Manaus JuazeirodoNorte Caucaia BoaVista Fortaleza Teresina Maceió JoãoPessoa Santarém CampinaGrande VitóriadaConquista VárzeaGrande Belém Anápolis BelfordRoxo Ananindeua 34.7 35.7 36.7 37.2 37.3 38.8 40 42.4 42.6 43.2 44.9 45.9 46.7 49.7 49.7 54.5 55.1 60.8 61.1 61.6 70.7 74.5 80 84.5 87.4 91.6 93.7 95.3 98.2 98.5 101.3 103.3 103.5 114.6 128.9 131.3 143.6 151.3 166.4 180.6 211.1 213.1 241.4 263.9 312.1 354.7 354.8 373.1 399.4 904 42.5 40.7 38.9 44.1 40.9 46.9 67.4 51.8 70.2 40.2 69.3 62.9 55.9 77.7 64.1 89.6 59.5 78.2 75.2 68.5 99.5 89.0 91.0 116.2 172.3 110.8 118.0 88.4 113.9 162.0 161.7 206.5 137.2 170.8 108.3 242.9 165.9 150.9 186.1 293.2 230.5 246.4 265.8 341.1 386.2 439.0 505.4 520.3 359.9 1802.8 63.7 48 48.2 46.6 43.5 33.5 49 41.5 48.5 41 49.3 53.3 36.9 49.2 37.2 31.4 57.5 50.5 62.8 53.3 45.8 17.6 27.6 66.8 44.4 60.1 56.1 73.5 72.4 38.9 60.9 60.4 53.3 68.1 71.1 74.1 44.6 64.8 53.7 38 62.4 64.5 36.3 24.7 62.9 17.7 72.7 54 66.6 33 64.9 54.9 42.2 55.7 25.6 34.8 63.4 58.7 67.4 44.5 51.1 58.2 53.7 60.3 39.3 39.9 72.6 56.8 63.8 50.6 60.5 25.8 37.3 68.1 55.1 58.2 55.3 77.8 77.9 38.2 61.6 65.5 65.1 67.8 75.0 73.5 50.2 73.2 57.5 43.5 68.7 65.0 48.0 40.8 69.0 28.6 76.0 50.7 66.2 37.8 13,808 28,215 18,691 27,848 15,384 18,335 16,419 19,605 21,878 18,859 21,437 21,046 18,073 16,606 14,597 25,155 33,908 24,785 24,417 32,526 32,263 31,969 31,854 28,287 33,331 38,330 32,221 34,455 33,821 36,618 36,732 42,736 42,574 40,438 51,651 53,159 50,163 65,849 62,861 64,314 80,001 79,105 82,397 95,668 106,414 123,960 131,089 135,477 138,375 314,459 15,286 25,904 23,807 28,114 16,442 19,664 28,402 24,555 29,998 18,848 33,155 26,212 20,964 24,615 19,799 34,277 38,877 29,648 29,251 22,427 50,026 40,606 36,008 40,153 60,588 42,078 40,408 32,229 39,882 60,252 64,076 74,812 51,269 59,467 43,364 87,697 56,812 67,479 66,022 100,745 85,899 88,508 91,676 121,708 133,248 155,873 185,796 193,702 124,676 612,532 45.6 20.2 32.3 100.0 56.1 93.0 97.3 97.0 38.2 89.2 35.2 81.1 20.2 96.2 85.3 39.9 97.3 93.7 49.7 68.5 50.0 3.3 87.7 48.7 79.0 41.1 36.8 5.6 1.5 6.8 19.5 76.6 45.7 42.0 21.3 22.5 29.7 18.7 48.3 15.2 34.4 45.1 ND 69.1 52.1 13.1 7.7 47.0 39.3 ND 45.6 14.8 32.3 55.1 56.1 86.3 78.5 69.4 38.2 89.2 35.2 21.2 20.2 12.3 85.3 21.9 0.0 64.4 49.7 20.7 50.0 3.3 16.4 0.0 72.2 34.2 8.5 ND 0.0 6.8 19.5 64.3 11.3 0.5 21.3 22.5 29.7 18.7 48.3 13.9 34.4 45.1 ND 69.1 52.1 13.1 1.8 47.0 2.2 ND Situação das 100 Maiores Cidades do País
  • 6. Em 2010,apenas 23 cidades apresentavam índice de coleta de esgoto superior a 90%. s indicadores que compõem os índices de coleta de esgoto nos 100 municípios analisados colocam em foco uma realidade tão conhecida quanto constrange- dora: o Brasil ainda está longe de alcançar a tão sonhada universalização dos serviços de esgota- mento sanitário. Em 2010, segundo a pesquisa, a média de coleta de esgoto nas cidades analisadas não ultrapas- sava 60%. Quando se extrapola a aferição para o país, os números disponíveis são ainda mais alarmantes – 46,2% da população não têm suas residências conectadas a redes de esgoto. Do esgoto gerado no Brasil apenas cerca de 1/3 é tratado. Bauru São Paulo Em 2010,7 dos 10 piores municípios em coleta de esgotos eram das regiões Norte e Nordeste. Já dos 20 melhores, 19eram da região Sudeste e 1da região Sul. Os desafios do saneamento básico no Brasil Ainda que o país tenha pela frente o desafio de aprimorar sua base de dados sobre o saneamen- to básico, os números da pesquisa oferecem um retrato bem consistente da situação vivida nas maiores cidades brasileiras, que, juntas, soma- vam no ano de 2010 cerca de 77 milhões,ou seja, 40% da população. É certo que os casos de diarreia não podem ser associados totalmente aos baixos índices de sa- neamento.Há municípios com baixos índices de coleta de esgoto,mas também com baixas taxas de internação, e o inverso; municípios com altos índices de coleta de esgoto, mas com relativa- mente altas taxas de diarreia. Significa que há queseestudarcaso-a-casoestassituações.Oque o estudo mostra, no entanto, é que na grande maioria das cidades há mesmo uma forte rela- ção entre falta de coleta de esgotos e altas taxas Atabelacompletacomas100cidadesestánoestudooriginalàdisposiçãonositedoInstitutoTrataBrasil(www.tratabrasil.org.br) 10 | Os desafios do saneamento Os desafios do Saneamento | 11 Rio Branco - AC Gravataí - RS Várzea Grande - MT Blumenau - SC Belém - PA 1º 2º 3º 4º 5º Avaliaçãodosserviçosnas 100maiorescidadesbrasileiras 10 piores em Saneamento Básico Santarém - PA Ananindeua - PA Jaboatão dos Guararapes - PE PortoVelho - RO Macapá - AP 6º 7º 8º 9º 10º Várzea Grande - MT Santos - SP Maringá - PR Franca - SP Uberlândia - MG Jundiaí - SP Sorocaba - SP Limeira - SP Uberaba - MG Niterói - RJ Londrina - PR 20 melhores em Saneamento Básico Avaliaçãodosserviçosnas 100maiorescidadesbrasileiras 1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º 8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º 15º 16º 17º 18º 19º 20º Brasília - DF Curitiba - PR Ribeirão Preto - SP Montes Claros - MG Ponta Grossa - PR Belo Horizonte - MG Contagem - MG São Paulo - SP Taubaté - SP São Paulo - SP de internação por diarreias, altos gastos no SUS e grande presença de crianças entre 0 e 5 anos nas internações por diarreias. Em 2010, em 60 das 100 cidades analisadas os baixos índices de atendimento em coleta de esgoto foram acompanhados por altas taxas de internação por diarreias. realidade tão conhecida quanto constrange O 0
  • 7. E 12 | Falta de saneamento e doenças m 2010, em 60 das 100 cidades analisadas os baixos índices de atendimento em coleta de esgo- to foram acompanhados por altas taxas de internação por diarreias. O Norte e o Nordeste apareceram entre 2009 e 2011 como as áreas com as taxas mais elevadas de internações por diarreias – 7 das 10 cidades com pior desempenho eram dessas regiões. As outras estavam no Centro-Oeste e no Sudeste (Baixada Fluminense). Isso indica que as regiões mais pobres do país e asperiferiasdegrandescidadessãoasáreasmais críticas em termos de internações por diarreias. Em 2011,as 10 piores cidades em taxas de internação por diarreia O município de Ananindeua (PA) pode ser considerado um caso crítico, uma vez que ocupou o primeiro lugar com a pior taxa de internação em todos os anos analisados, com valores acima de 900 internações por 100 mil habitantes. As cidades de Taubaté (SP), Praia Grande (SP), São Bernardo do Campo (SP), Suzano (SP), Bauru (SP) e Campinas (SP) estiveram entre os 10 melhores em taxas de internação por diarreia em todos os anos analisados. Nas 10 cidades com menores taxas de internação por diarreias, foram internadas 1.100 pessoas,o que representa apenas 2% do universo das 100 maiores cidades. Taubaté Praia Grande São Bernardo do Campo Suzano Rio de Janeiro Bauru Caxias do Sul Campinas Montes Claros Betim Franca Jundiaí Guarujá Pelotas Petrópolis Santos Florianópolis Volta Redonda Itaquaquecetuba Mauá Maceió João Pessoa Santarém Campina Grande Vitória da Conquista Várzea Grande Belém Anápolis Belford Roxo Ananindeua 1.4 6.4 7.5 7.9 11.5 11.8 12.2 12.6 12.8 14.1 15 15.5 18.1 18.2 20.2 20.5 21.1 21.2 21.8 21.8 211.1 213.1 241.4 263.9 312.1 354.7 354.8 373.1 399.4 904 Taxa internaçãoDiarreia x100milhab. 2011 Menores taxas - internação Município Taxa internaçãoDiarreia x100milhab. 2011 Município Maiores taxas - internação Falta de saneamento e doenças | 13 responderam por 37%das internações nas 100 maiores cidades. Assim, analisando as 20 melhores cidades em termos de Taxa de internação por diarreias, vemos que, nestas, em média 78% da população é atendida por coleta de esgotos. Já a taxa média de internação nestas 20 melhores cidades foi de 17,9 casos para cada 100 mil habitantes. Em contrapartida, ao analisarmos as 10 piores cidades por Taxa de Internação por Diarreia, temos, em média, apenas 29% da população atendida por coleta de esgotos. Já a taxa de internação média nessas cidades é de 516 casos para cada 100 mil habitantes. Assim sendo, é possível concluir que em 2010, nas 10 piores cidades por Taxa de Internação por Diarreia,temos 2,7 vezes menos pessoas atendidas com coleta de esgotos e 29 vezes mais casos de internaçãodoquenas10melhorescidades. Já para o ano de 2011, se considerar- mos os dados de Taxa de Internação por Diarreias nas 100 maiores cidades, temos que a média nas 20 melhores cidades foi de 14,6 casos contra uma média de 363 casos nas 10 piores. Significa que a média de internações nas piores cidades foi 25vezes maior. .Falta de saneamento e doenças: uma relação perversa aos mais necessitados Falta de saneamento e doenças
  • 8. Uma carência que afetará o futuro do país m 2011, nas 100 maiores cidades, 54.339 pessoas foram internadas por diarreias, sendo 28.594 delas crianças entre 0 e 5 anos de idade. Estas crianças representaram, portanto, 53% das internações por diarreia nas maiores cidades e 21% destas internações no Brasil. Em 45% das 100 cidades analisadas, mais da metade das internações foi representada por crianças. As 10 cidades com as maiores taxas de internação de crianças em função do total das internações por diarreias foram Duque de Caixas (77,1%), Juazeiro do Norte (74,1%), Macapá (73,5%), Feira de Santana (73,3%), Belém (72,7%), Porto Velho (72,4%), Manaus (71,1%), Nova Iguaçu (68,1%), São João de Meriti (66,8%) e Uberaba (66,7%). As crianças dessa faixa etária são o grupo mais vulnerável às diarreias e, por extensão, suas maiores vítimas, na comparação com o conjunto da população. Isso reforça que as doenças associadas a falta de saneamento adequado atingem não somente a população atual, como também deixamsequelasparaofuturodenossasociedade. entre 0 e 5 anos de idade. E 14 | Uma carência que afetará o futuro do país Uma carência que afetará o futuro do país | 15 0 396.048pessoas foram internadas por diarreia; destas, 138.447foram crianças menores de 5 anos (35% do total). Em 2011,no Brasil, Em 2011,só nas 100 maiores cidades, 54.339pessoas foram internadas por diarreias,sendo 28.594delas crianças entre 0 e 5 anos de idade. Estas crianças representaram,portanto, 53% destas internações por diarreia. stas crianças representaram,portanto, 53% destas internações por diarreia.53% destas internações por diarreia. foram crianças menores de 5 anos (35% do total). Édison Carlos,presidente executivo do Trata Brasil,comenta os resultados: Embora seja do conhecimento geral que vários fatores influenciam na ocorrência das diarreias, os resultados do estudo mostram que há uma forte relação entre a abrangência do serviço de coleta e tratamento dos esgotos com o número de internações por diarreia.Infelizmente,o aten- dimento em saneamento básico ainda divide o Brasil onde cidades bem atendidas em água e esgotos economizam recursos com saúde e tem cidadãos mais saudáveis,sobretudo as crianças. Enquanto isso, cidades sem saneamento gastam muito em internações e conde- nam seus cidadãos a conviver com doenças. É uma irresponsabilidade ver as autoridades, sobretudo os prefeitos,assistirem passivamente, pois são eleitos para levar qualidade de vida às pessoas. ” “
  • 9. m 2011, no Brasil, os gastos do SUS com internações por diarreia foram de R$ 140 milhões. Nas 100 cidades analisadas neste estudo, este gasto foi de R$ 23 milhões, ou seja, 16,4% do total. Os municípios que mais gastaram com doenças diarreicas foram Ananindeua (CE), Belford Roxo (RJ), Anápolis (GO), Belém (PA), Gastos do SUS com internações por diarreias Taubaté Praia Grande São Bernardo do Campo Suzano Rio de Janeiro Bauru Caxias do Sul Campinas Montes Claros Betim Franca Jundiaí Guarujá Pelotas Petrópolis Santos Florianópolis Volta Redonda Itaquaquecetuba Mauá Maceió João Pessoa Santarém Campina Grande Vitória da Conquista Várzea Grande Belém Anápolis Belford Roxo Ananindeua 721,0 3.009 3.566 5.062 4.944 6.268 5.218 7.139 8.385 10.463 8.058 7.037 8.238 8.451 7.430 8.175 31.338 8.465 8.843 7.976 1.346 2.802 3.205 6.147 6.477 9.978 7.280 8.096 21.808 21.614 10.135 8.576 7.573 17.349 19.769 6.751 13.601 6.782 11.496 9.022 80.001 79.105 82.397 95.668 106.414 123.960 131.089 135.477 138.375 314.459 85.899 88.508 91.676 121.708 133.248 155.873 185.796 193.702 124.676 612.532 Custointernações hospitalarespordiarreia (emR$)por100milhab. 2010 Custointernações hospitalarespordiarreia (emR$)por100milhab. 2011 E . Várzea Grande (MT), Vitória da Conquista (BA), Campina Grande (PB), Santarém (PA), Maceió (AL) e João Pessoa (PB). Os municípios de Santarém (PA), Teresina (PI) e Várzea Grande (MT), aparecem como os municípios com maiores gastos em três dos quatro anos analisados (2008-2011). Na outra ponta, com os menores gastos, encontram-se os municípios de Taubaté (SP), Praia Grande (SP), São Bernardo do Campo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Suzano (SP), Caxias do Sul (RS), Bauru (SP), Jundiaí (SP), Campinas (SP) e Petrópolis (RJ). Em números absolutos, Ananindeua (CE), o município que apresentou os maiores gastos por internação por diarreias, gastou em 2011 um total de R$ 314.459,00 por 100 mil habitantes,enquanto que em Taubaté,o município com o menor gasto, o gasto total foi de R$ 721,00. 20 melhores Município hospitalarespordiarreia (emR$)por100milhab. Custointernações hospitalarespordiarreia (emR$)por100milhab. 2010 Custointernações hospitalarespordiarreia (emR$)por100milhab. 2011 10 piores Município hospitalarespordiarreia (emR$)por100milhab. 16 | Gastos do SUS com internações por diarreias Gastos do SUS com internações por diarreias | 17
  • 10. Conclusão0 18 | Conclusão Conclusão | 19 *Dr.Milton Hênio Netto de Gouveia – pediatra Instituto Trata Brasil, uma das maio- res Entidades brasileiras a estudar com dinamismo e interesse o grave problema da ausência de saneamento e esgoto sanitário no país, solicitou à pesquisa- dora Dra. Denise Kronemberger que fizesse uma apreciação dos dados do Ministério da Saúde e IBGE en- tre 2008 – 2011 em relação às internações hospitalares nos 100 municípios brasileiros rela- cionados com a diarreia e os custos que isso ocasionou para o Ministério da Saúde. Também que relacionasse esses números ao atendimento do país em saneamento básico. Essa pesquisa, muito bem feita, reforça o que diz a Organização Mundial de Saúde - OMS,ou seja,que o saneamento básico precário é uma ameaça à saúde humana. E as crianças mais afetadas são aquelas que têm entre 0 e 5 anos de idade,e que estão em plena fase de seu desenvolvimento. A UNICEF e a OMS apontam a diarreia como sendo a segunda maior causa de morte em menores de 5 anos de idade. Acredita-se que 1,5 milhões de crianças nessa idade morrem a cada ano vitimas de diarreia, sobretudo nos países em desenvolvimento. O objetivo do estudo foi analisar os impactos na saúde e no Sistema Único de Saúde, SUS, resultantes do esgotamento sanitário inade- quado nos 100 maiores municípios brasileiros em população. As diarreias são infecções gastrointesti- nais causadas por agentes patógenos como bactérias,vírus e protozoários. As shiguellas,as salmonelas e as E. Coli foram as maiores responsáveis por essas agressões. Dentre as conclusões do estudo, vemos, por exemplo,que entre os 100 maiores municípios brasileiros estudados (2008 - 2011), o número de crianças de 0 a 5 anos internadas por diar- reia oscilou - 37.485 crianças em 2009, 40.439 em 2010 e uma diminuição em 2011 com redução para 28.594 crianças. Estes resultados referem-se as crianças que vivem em ambientes negativos, e referem-se ao caos em que vive nossa criança brasileira, principalmente a nordestina. Temos ainda que muito caminhar. Com os dados do IBGE de 2008 - 2011 ficamos tristes e alegres. Tristes pelo volumoso número de brasileiros, principalmente de crianças distan- ciadas da educação, saúde e bem estar social, e alegres, porque notamos que o Brasil evolu- iu, melhorando a distribuição de saneamento pelo território nacional,apesar de lenta. A coleta e o tratamento de esgotos na verdade têm sido abandonados, deixados de lado pe- los nossos governantes que não acolhem com amor a súplica dos seus governados. Vejam que apenas 50,65% das populações urbanas em 2013 terão acesso a rede de esgoto. Nossa caminhada promete ainda ser muito longa para o bem estar da população. Para um Brasil que quer ser uma das grandes potencias do mundo,temos que sonhar ainda bastante com a realização plena dos nossos projetos em relação ao saneamento bási- co. A verdadeira liberdade se conquista em conjunto (políticos e povo).É uma tarefa difícil e delicada que só alcançaremos através de um conjunto de entendimentos. Só assim seremos uma grande nação. O contraste no Brasil é gritante porque o povo em sua maioria, não participa dos acontecimentos políticos, escolhendo os melhores candidatos para que possam administrar bem suas cidades. O povo não sabe que o preço do feijão, da farinha, da saúde e do bem estar de sua cidade, depende de decisões políticas de boa vontade. O Brasil tem urgência. É só esperar. Até quando não sei. Segundo Adam Smith, “nenhuma sociedade pode florescer e ser feliz enquanto a maio- ria dos seus membros forem constituídos de pobres e miseráveis, doentes e aflitos”. Vamos esperar que o próximo Censo nos dê dados animadores do nosso querido Brasil. Sem duvida o Brasil deve superar grandes desafios para conseguir a felicidade de sua população e o bem estar de suas crianças. Não podemos alimentar ilusões sobre a nossa real situação em termos de saneamento e coletas de esgoto; basta sair um pouco do esplendor das grandes cidades e mergulhar no imenso interior para ver o quanto temos que fazer,e o mais urgente possível. Todos são iguais perante nós e perante Deus. Esforcemo-nos como faz o Instituto Trata Brasil, até cobrir com nossa assistência e carinho, aqueles lares humildes e des- feitos, onde a criança vive e vegeta em plena orfandade física e espiritual. Quando iremos, políticos e povo, resgatar nossas culpas? Eis a grande mensagem de alerta que proferiu Elisabeth Lesseur:“Na vida, somos culpados não só do mal que fazemos, como do bem que deixamos de fazer”. É preciso, portanto, que nasçam mais brasileiros em famílias mais protegidas, onde mãe e filho possam se beneficiar da segurança, da higiene, do meio ambiente seguro, de uma política social e econômica que cuide de toda a população em todas as regiões do Brasil, e assim, que sejamos um povo feliz e realizado, com saúde e paz de espirito. Vamos esperar por dias melhores.Esperar é viver. * Dr. Milton Hênio Netto de Gouveia – renomado pediatradeAlagoasedaregiãoNordeste,membroefetivo da Academia Brasileira de Pediatria e embaixador do Instituto Trata Brasil Dr.Milton problema da ausência de saneamento e O