Cursos de Biologia sobre diversidade e unidade biológica
1. CURSOS PROFISSIONAIS DE NÍVEL SECUNDÁRIO
Componente de Formação Científica Disciplina de BIOLOGIA
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2. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Índice
Questão Problema 03
Objectivos da Aprendizagem 04
Biodiversidade 05
Saída de Campo / Visita de Estudo a um Ecossistema 06
Observar insectos 07
Componentes dos Ecossistemas 08
Factores abióticos 09
Factores bióticos 10
Actividade Experimental: Factores bióticos - Observação de micorrizas 11
Montagem de preparações extemporâneas 12
Actividade Experimental: Factores bióticos - Observação de líquenes 13
Actividade Experimental: Factores bióticos - Observação de micorrizas 14
Montagem de um ecossistema aquático: aquário de água doce 15
Exemplos de ecossistemas aquáticos de água doce 17
Relações alimentares num ecossistema 18
Extinção e conservação das espécies 19
TEXTOS sobre “Biodiversidade – extinção e conservação” 20
Níveis de organização biológica 34
Como se manifesta a diversidade e a unidade da vida? 35
Actividade Experimental: Observação microscópica de células de cebola 36
Actividade Experimental: Observação microscópica de células do epitélio bocal 37
Células da cebola e células do epitélio bocal 38
Actividade Experimental: Observação de seres vivos numa gota de água 39
A célula – unidade de estrutura e função 40
Teoria Celular 41
Células eucarióticas animais e vegetais 42
VERIFICA O QUE APRENDESTE 43
Actividade Experimental: Amido – um polissacarídeo de glicose 44
Constituintes químicos dos seres vivos 45
Compostos orgânicos – constituição e funções 46
Constituintes básicos - principais funções 47
VERIFICA O QUE APRENDESTE 48
SÍNTESE 49
CHAVES DICOTÓMICAS 50
ANEXO I - Paisagens e regiões naturais de Portugal 55
ANEXO II – Áreas Protegidas em Portugal 56
PROPOSTAS DE CORRECÇÃO 57
CRÉDITOS DAS IMAGENS 58
BIBLIOGRAFIA 59
CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO 60
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3. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Questão Problema
Como é que a actividade humana poderá condicionar as dinâmicas que existem num
ecossistema?
Tratando-se do primeiro módulo do programa, assume especial relevância a familiarização dos
alunos com o objecto de estudo da Biologia – A Vida e os Seres Vivos – bem como com as suas
metodologias de trabalho enquanto ciência. Também neste módulo se inicia a sensibilização dos
alunos para o reconhecimento da influência que actualmente a Biologia tem na vida das pessoas,
assim como a importância do domínio dos seus conhecimentos para a participação democrática
dos cidadãos nos processos de tomada de decisão, nomeadamente nos que envolvem questões
de natureza ambiental.
O módulo permite abordar as características gerais da Vida, partindo da problematização e
observação crítica do meio.
O estudo de um ecossistema real e próximo dos alunos permitirá constatar a variedade de
organismos que o caracterizam. Facilitará, também, a inferência de aspectos relativos à sua
organização, bem como factores que o podem desequilibrar e pôr em risco a conservação das
suas espécies.
Os processos de observação em laboratório de seres uni e multicelulares, recolhidos no campo,
deverão permitir compreender que a célula é a unidade estrutural e funcional dos seres vivos, bem
como possibilitar a identificação de alguns dos seus constituintes químicos básicos.
Em jogo estão a aprendizagem de conceitos e destrezas técnicas, assim como a reflexão sobre o
impacte das actividades humanas nos ecossistemas.
Este módulo assume-se, também, como um elemento integrador e articulador das aprendizagens
a desenvolver nos módulos seguintes, na medida em que deverá permitir o levantamento de
questões e/ou problemas orientadores das aprendizagens previstas para esses módulos.
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4. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Objectivos da Aprendizagem
• Distinguir componentes bióticos e abióticos num ecossistema, descrevendo
exemplos que ilustrem a sua interdependência.
• Reconhecer e valorizar a diversidade biológica que caracteriza um ecossistema.
• Identificar causas que podem contribuir para a extinção de espécies, bem como
possíveis implicações desse facto para o ecossistema.
• Identificar e distinguir condutas pessoais e/ou colectivas, bem como suas
implicações ao nível do equilíbrio dos ecossistemas e da conservação das
espécies.
• Compreender que os sistemas vivos se encontram organizados em níveis
estruturais de complexidade crescente.
• Reconhecer a célula como unidade estrutural e funcional de todos os seres vivos
e que essa unidade também se revela a nível molecular.
• Interpretar imagens de células/tecidos ao microscópio óptico composto (por
observação directa, em fotografias e em esquemas), identificando membrana
celular, citoplasma e núcleo (e eventuais órgãos locomotores como cílios ou
flagelos).
• Montar preparações extemporâneas e observá-las ao microscópio óptico (pelo
menos em duas ampliações) em condições de segurança.
• Conhecer os constituintes básicos dos seres vivos e exemplos do papel que
desempenham.
• Observar, distinguir e identificar seres vivos (recolhidos, conservados ou suas
imagens) com recurso a bibliografia ou critérios simples previamente
estabelecidos.
• Usar fontes diversificadas para pesquisar, organizar e sintetizar informação.
• Analisar e comunicar resultados de trabalhos práticos de forma organizada e
diversificada (de forma oral ou escrita; recorrendo a esquemas legendados,
tabelas e mapas de conceitos simples).
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5. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Biodiversidade
Apesar de ser um pequeno planeta, à escala do Universo, a Terra reúne condições que
asseguram a sobrevivência e a evolução dos seres vivos. De facto, existe uma enorme
quantidade e variabilidade de formas vivas no nosso planeta – biodiversidade.
Até ao momento, foram identificadas cerca de 1,7 milhões de espécies. No entanto,
admite-se a existência de cerca de 10 a 100 milhões de organismos diferentes, o que
sugere o grande desconhecimento da biodiversidade.
Estas espécies ocupam praticamente todos os ambientes, entrando na constituição de
sistemas naturais, os ecossistemas.
Neste módulo vais aprender as razões por que certos seres vivos vivem nuns locais e
não noutros, que tipo de relações estabelecem entre si, o que acontece quando ocorrem
perturbações que criam desequilíbrios e colocam em risco a vida dos ecossistemas.
Se conheceres a dinâmica dos ecossistemas, podes ajudar a conservá-los.
Fig. 01 – O louva-a-deus é um insecto predador.
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6. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Saída de Campo / Visita de Estudo a um Ecossistema
Um ecossistema (sistema ecológico) é o conjunto formado por um meio ambiente e os
seres vivos que, em relacionamento mútuo normal, ocupam esse meio. Os ecossistemas
são constituídos por seres vivos que se relacionam entre si e por factores do ambiente
(temperatura, humidade, etc.) que influenciam os seres vivos e são por eles
influenciados.
Planifica e efectua
uma saída de
campo, em
pequenos grupos,
a um ecossistema
próximo da escola
(por exemplo um
charco, um ribeiro,
um terreno ou
canteiro
abandonado, um
muro…) e/ou uma
visita de estudo a
um ecossistema da
tua preferência,
onde procederás à
colheita de seres
vivos (1).
Fig. 02 – Líquenes.
Tem em consideração as questões:
• O que pretendes estudar?
• Que conhecimentos já possuis? Que informação tens que recolher? Onde
poderás fazê-lo?
• O que fazer antes, durante e após a saída? A que material, técnicas ou
instrumentos recorrer? Como se utilizam correctamente?
• Que seres vivos esperas encontrar no ecossistema? Que interacções
estabelecem entre si? Que documentos elaborar para registar e organizar os
dados relativos aos seres vivos e aos factores abióticos? Que factores poderão
alterar a dinâmica desse ecossistema?
(1) Colhe apenas o material biológico necessário às actividades
práticas que se sugerem neste guia de estudo, ou a outras que
entenderes convenientes.
Pequenos animais e plantas devem ser identificados no local,
com o auxílio de chaves dicotómicas, como as que apresentamos
nas páginas 51 a 54, e não levados para o laboratório, onde
poderão sofrer danos irreparáveis. Caso existam na tua Escola,
também podes recorrer a seres vivos conservados em frascos.
Fig. 03 – Animais conservados.
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7. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Observar os insectos
Os buracos-armadilhas são uma boa maneira de apanhar insectos. Poderás experimentar
diferentes tipos de isco para os atrair. Constatarás que a maior parte dos insectos gosta de coisas
doces, como maçãs podres ou uma mistura de água com melaço. Os insectos pequenos podem
ser apanhados com um aspirador. Suga-os para dentro do boião e examina-os cuidadosamente
antes de os libertares.
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Fig. 04 – A borboleta é um insecto.
Para a armadilha, vais precisar de:
Pá; copo de iogurte vazio; pedaço de cartão; 5
pedras.
– Abre um buraco no solo e coloca o copo de iogurte
dentro dele.
– Coloca o isco dentro do copo.
– Coloca quatro pedras em volta do local e tapa com
o cartão para fazer sombra e proteger da chuva.
– Prende o cartão com a pedra restante.
Para fazer um aspirador, vais precisar de:
Tubo fino de plástico; gaze; boião com tampa;
elástico; tubo de plástico flexível; plasticina; furador.
– Faz dois orifícios na tampa do boião com o furador.
– Corta dois pedaços de tubo curtos e um que seja ligeiramente maior. Com um elástico, fixa um
pedaço de gaze na extremidade de um dos tubos curtos.
– Enfia um tubo curto através de cada orifício da tampa e veda bem os orifícios com plasticina.
– Com o pedaço de tubo flexível, liga o pedaço de tubo mais longo ao outro tubo curto. Enrosca a
tampa no boião.
– Aspira o tubo curto, apontando a extremidade do tubo longo aos insectos que pretendes
capturar.
Figs. 05 e 06 – Armadilha e aspirador para capturar insectos.
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8. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Componentes dos Ecossistemas
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Dos ecossistemas fazem parte dois tipos de
componentes: componentes bióticos, que
correspondem às interacções que se verificam
entre os seres vivos, e componentes
abióticos, que são os componentes físico-
químicos do meio, que influenciam os seres
vivos: factores climáticos (luz, temperatura,
água …) e factores edáficos (solo). Se os
componentes abióticos não influenciassem os
seres vivos, poderias encontrar as mesmas
espécies em todas as partes do mundo.
Fig. 07 - Os insectos são essenciais
para a polinização das plantas com
flor.
Fig. 09 - Na época do acasalamento,
os machos de algumas espécies
Fig. 08 - As plantas servem de lutam pelas fêmeas.
alimentação e de local de abrigo e
reprodução a muitas espécies.
Fig. 10 - Os líquenes parecem plantas
mas são, na realidade, uma associação
entre uma alga e um fungo.
Fig. 11 - As plantas
dependem de factores
como a temperatura, a
luz, a água e o solo para
se desenvolverem
convenientemente.
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9. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Factores abióticos
A figura localiza alguns dos principais ecossistemas terrestres, ou biomas, e os gráficos
A, B, C e D a variação da temperatura ao longo do ano, em quatro deles.
Fig. 12 – Biomas, os grandes ecossistemas terrestres.
A B
C D
o Estabelece a correspondência entre os gráficos (A a D) e os climas temperado,
equatorial, árctico e desértico. Clima árctico, desértico, equatorial, temperado
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10. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Factores bióticos
Relações bióticas são as relações/interacções que os seres vivos estabelecem entre si:
- podem ocorrer entre seres vivos da mesma espécie (intra-específicas);
- ou entre seres vivos de espécies diferentes (interespecíficas).
Nestas, os seres podem: ser beneficiados +; ser prejudicados -; não ser afectados 0.
Fig. 13 – Componentes
ou factores bióticos.
Quadro para registo de relações bióticas identificadas no ecossistema em estudo.
Ser vivo A Ser vivo B Tipo de interacção
0 Abelha + Planta com flor + MUTUALISMO
1
2
3
4
5
6
7
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11. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Factores bióticos: Observação de micorrizas (fungos em
associação com raízes de plantas)
Mais de três quartos das espécies de plantas com sementes possuem fungos associados às suas
raízes. Esta associação é mutualista, pois tanto o fungo como a planta beneficiam com a relação.
Os fungos têm a capacidade de absorver e concentrar fósforo de uma forma mais eficiente do que
a efectuada pelas raízes da planta. Assim, o fungo fornece-lhe este nutriente mineral
imprescindível ao seu bom desenvolvimento e obtém da planta matéria orgânica por ela
produzida.
Material:
• Raízes de pinheiro,
com cogumelos nas proximidades.
• Lupa binocular
• Placas de Petri
Procedimento:
1- Sacode suavemente as raízes, de modo
a removeres as partículas de solo.
2- Observa macroscopicamente as raízes.
3- Observa as raízes com a lupa binocular. Fig. 14 – Micorrizas.
4- Esquematiza o que observas.
• Legenda os esquemas efectuados, com o auxílio de bibliografia adequada.
• Explica as vantagens desta associação para o meio ambiente.
Figs. 15, 16 e 17 – Micorrizas observadas com ampliações sucessivamente maiores.
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12. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Montagem de preparações extemporâneas
Fig. 18 - Colocação do meio de montagem sobre
a lâmina.
Fig. 19 - Colocação da lamela sobre o meio de
montagem, que contém o material a ser observado.
Fig. 20 - Limpeza do excesso de meio de montagem,
que extravasa a lamela, após colocação da mesma.
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13. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Factores bióticos:
Observação de líquenes
(algas em associação com
fungos)
Um líquen é uma associação simbiótica, e por
isso obrigatória, estabelecida entre fungos e
algas unicelulares. A alga, ser autotrófico,
sintetiza através da fotossíntese matéria
orgânica que fornece ao fungo. O fungo, ser
heterotrófico, protege a alga da desidratação e
fornece-lhe água e sais minerais que absorve.
Os líquenes parecem absorver alguns sais
minerais a partir do substrato mas, na maioria
das vezes, absorvem-nos, rapidamente, a partir
do ar e das chuvas (s, por isso, particularmente
sensíveis a substâncias tóxicas). A alga e o
fungo são facilmente distinguidos pela
coloração e forma das suas células (esféricas e
verdes nas algas).
Fig. 21 – Desenhos de líquenes observados à
vista desarmada, à lupa e ao microscópio.
Material:
• Líquenes de vários • Óleo de imersão
tipos
• Lâmina de barbear • Conta-gotas
• Lupa binocular • Placas de Petri
• Microscópio • Frascos
• Lâminas e lamelas • Pinças
• Agulhas de dissecação • Bisturi ou navalha
Procedimento:
1- Coloca os espécimes de líquenes recolhidos na saída de campo em frascos com água,
algumas horas antes do início da actividade, de forma a facilitar a execução de cortes para
microscopia.
2- Coloca os líquenes nas placas de Petri e observa-os com a lupa binocular. Fotografa-os,
se possível.
3- Com a ajuda da lâmina de barbear, efectua cortes finos nos líquenes.
4- Coloca os cortes sobre lâminas distintas, adiciona água como meio de montagem e
procede à dissociação do material biológico com a ajuda das agulhas de dissecação.
5- Coloca lamelas sobre o material biológico dissociado e observa ao microscópio nas várias
ampliações. Esquematiza o que observa com a objectiva de maior ampliação.
• Identifica a alga e o fungo, nos esquemas efectuados.
• Explica porque podem os líquenes ser considerados indicadores de
poluição.
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14. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Factores bióticos: Observação de bactérias fixadoras de
azoto atmosférico em raízes de leguminosas
Apesar de 79% da composição da atmosfera ser azoto (N2), este elemento encontra-se indisponível para as plantas e
outros seres vivos. Contudo, algumas bactérias do solo, por exemplo as do género Rhizobium, apresentam a
capacidade de fixarem o azoto atmosférico, convertendo-o em amónia. Estas bactérias podem invadir as raízes das
leguminosas, estabelecendo com elas uma relação simbiótica em que fornecem amónia à planta e obtêm dela
nutrientes orgânicos.
Fig. 22 – Nódulos nas raízes
Material: de uma leguminosa.
• Leguminosas (trevo, tremoceiro, • Placas de Petri
feijoeiro, soja, faveira ou • Pinças
ervilheira)
• Lâmina de barbear • Varetas de vidro
• Lupa binocular • Conta-gotas
• Microscópio • Óleo de imersão
• Lâminas e lamelas • Azul-de-metileno
• Agulhas de dissecação
Procedimento:
2- Lava as raízes das leguminosas com água, de forma a remover as partículas de solo
nelas aderidas.
3- Observa macroscopicamente os nódulos presentes nas raízes das leguminosas. Retirea
um dos nódulos e, com a ajuda da lâmina, secciona-o transversalmente.
4- Coloca os cortes, com o auxílio de uma pinça, em placas de Petri, e observa-os com a
lupa binocular. Esquematiza o que observas.
5- Com a ajuda das agulhas de dissecação, retira pequenos fragmentos de tecido da zona
vermelha dos nódulos seccionados e coloca-os sobre lâminas de vidro.
6- Coloca uma gota de água (ou azul-de-metileno) sobre as lâminas contendo os cortes dos
nódulos e esmaga os fragmentos com a vareta de vidro.
7- Coloca a lamela sobre o preparado e observa ao microscópio óptico. Esquematiza o que
observas com a objectiva de imersão.
• Legenda os esquemas efectuados, com o auxílio de bibliografia adequada.
• Explica as vantagens desta associação, para o meio ambiente.
Figs. 23, 24 e 25 – Nódulos observados com ampliações sucessivamente maiores.
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15. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Montagem de um ecossistema
aquático: aquário de água doce
Atenção: desliga sempre o equipamento eléctrico antes de
colocares as mãos dentro de água, e volta a ligá-lo depois.
http://www.xylema.net/
Fig. 26
Factores abióticos: Solo e Nutrientes
Um solo fértil é indispensável para um bom desenvolvimento da comunidade vegetal. Para tal,
coloca uma camada de 2 cm de terra vegetal no fundo do aquário e cobre-a com outra de 2 cm de
mistura de areia com argila. Por cima das duas camadas anteriores coloca 3 cm de areão
previamente bem lavado.
Depois de colocado o solo, enche o aquário de água, lentamente e de forma a esta não caiar
directamente sobre o solo, para não o remexer.
Manutenção: quando as plantas já estiverem a crescer bem, enterra, mensalmente, fertilizante
sólido junto às raízes e aduba semanalmente com fertilizante líquido.
Factores abióticos: Temperatura
O valor ideal para o nosso ecossistema é de 28º C. Para tal, tens de regular o aquecedor para
essa temperatura, com a ajuda do termómetro.
A regulação é feita com o “botão” do topo: rodar para a direita aumenta a temperatura e para a
esquerda fá-la diminuir. A luz acesa indica que está ligado e a aquecer.
Atenção: manuseia o aquecedor com cuidado, para que não se parta e não te cortes, e nunca o
ligues à electricidade se estiver fora de água.
Manutenção: verificar, sempre que possível, se o equipamento está a funcionar correctamente,
através da leitura do termómetro.
Factores abióticos: Luz
Indispensável às plantas, visto ser necessária à fotossíntese. Os valores ideais situam-se acima
dos 0,75 watts/litro. Para verificares se a iluminação é suficiente, calcula quantos watts totalizam
as lâmpadas e divide pelo nº de litros de água do aquário (volume = comprimento x largura x
altura).
O fotoperíodo (nº de horas diárias de luz) das regiões tropicais é de aproximadamente 12 h. Para
obteres este fotoperíodo utiliza um temporizador para ligar e desligar a luz.
Manutenção: verificar, sempre que possível, se o equipamento está a funcionar correctamente.
Factores abióticos: CO2 e pH
O dióxido de carbono (CO2) é essencial à realização da fotossíntese, pelos produtores.
Podes construir um “aparelho produtor de CO2”, misturando 1 Kg de açúcar, um pacote de
fermento biológico e água, num garrafão de 5 litros, previamente preparado, e ligado ao aquário
através de um tubo.
O CO2 faz variar (baixar) outro factor, o pH da água, que deve ser medido com testes próprios
(varia de 1 a 14), e corrigido se for menor que 5 ou maior que 9.
Manutenção: verificar, sempre que possível, se ocorre a libertação de bolhas de CO2 e renovar a
mistura quando esta parar. Medir o pH semanalmente e corrigi-lo, se necessário, recorrendo a
testes e produtos disponíveis no mercado.
Factores abióticos: Dureza da água
De uma forma simples, podemos dizer que a dureza da água se relaciona com a quantidade de
sais dissolvidos, sendo esta tanto mais dura quanto mais sais tiver, e tanto mais mole quanto
menos sais dissolvidos contiver.
Manutenção: medir a dureza da água semanalmente e corrigi-la, se necessário, recorrendo a
testes e produtos disponíveis no mercado.
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16. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Factores bióticos | Seres vivos: Autotróficos ou Produtores
Plantas
Planta-as assim que a temperatura atingir os 20ºC, enterrando as raízes com muito cuidado para
não as “magoares”, nem remexeres muito o solo. Planta as mais pequenas à frente e as maiores
atrás, para teres uma visão de todo o aquário. As mais pequenas e finas devem ser plantadas com
o auxílio de uma pinça. Agrupa as da mesma espécie (em populações), porque é assim que elas
estão na Natureza.
É normal, ao fim de algum tempo, aparecerem outros produtores como algas ou cianobactérias.
Manutenção: remover as folhas velhas e podar as plantas, quando necessário.
Factores bióticos | Seres vivos: Heterotróficos
Decompositores (bactérias):
Transformam as fezes dos peixes e caracóis, as folhas mortas e os restos de comida (matéria
orgânica morta) em matéria mineral. Eles são o “coração” do nosso ecossistema e irão
desenvolver-se na esponja do filtro, que apenas deve ser ligado depois de estar na água.
Consumidores (caracóis e peixes):
Os caracóis podem ser colocados assim que o grupo 5 terminar a tarefa, mas os peixes só ao fim
de 3 semanas, quando os decompositores já existirem em quantidade, para que não morram
“intoxicados”.
Manutenção: alimentar os peixes diariamente e passar a esponja do filtro por água quando a
corrente for muito fraca.
Fig. 27 – Aquário tropical de água doce.
o Um aquário é um ecossistema aquático em miniatura. Monta o aquário de
acordo com um ecossistema natural à tua escolha (tens alguns exemplos na página
seguinte). Para tal, efectua uma pesquisa na Internet para conheceres os seres vivos
(peixes, plantas, caracóis, etc.), bem como todos os factores abióticos (temperatura,
luz, pH, dureza, etc.) característicos das diferentes regiões.
o Fórum para esclarecimento de dúvidas: http://www.aquariofilia.net/forum/
o Características dos ecossistemas aquáticos: http://www.aquapress-bleher.com/
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17. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Exemplos de ecossistemas aquáticos de água doce
Fig. 28 - Rio Mapuera - Brasil (Amazonas). Fig. 29 - Lago Cuipeuá – Brasil (Amazonas).
Fig. 30 - Rio Nan – Tailândia. Fig. 31 - Rio Paraguay – Paraguai.
Fig. 32 - Lago Victoria – Uganda. Fig. 33 - Rio Meruvambayi – India
Fig. 34 - Thandwe creek – Myanmar. Fig. 35 - Rio Katherine – Austrália.
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18. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Relações alimentares num ecossistema
O Sol é a fonte primária de energia para a vida dos ecossistemas. As plantas captam a
energia luminosa e transformam-na em energia química, que fica contida nos compostos
orgânicos que elaboram. Pela fotossíntese, em presença da luz, utilizam dióxido de
carbono (CO2), água (H2O) e alguns sais minerais, que são substâncias inorgânicas, e
com elas produzem compostos orgânicos, que passam a fazer parte do seu próprio
organismo. Por essa razão são consideradas seres produtores nos ecossistemas.
As plantas servem de alimento a numerosos seres vivos, que, por sua vez, são comidos
por outros. Os seres que obtêm matéria orgânica alimentando-se de outros, denominam-
se seres consumidores. Existem ainda nos ecossistemas seres, como bactérias e
fungos, seres decompositores, que transformam a matéria orgânica dos cadáveres, dos
excrementos e dos detritos vegetais e animais em substâncias minerais (inorgânicas),
que podem novamente ser utilizadas pelos produtores.
Fig. 36 – Cadeia alimentar.
Estas relações alimentares podem representar-se por sequências de seres vivos, através dos
quais o alimento passa – cadeias alimentares ou cadeias tróficas. Nelas, cada ser vivo come o
que o precede e é comido pelo seguinte.
Cada cadeia alimentar inicia-se por um produtor (P), fonte de alimento para um consumidor
primário ou de 1ª ordem (C1), que, por sua vez, serve de alimento a um consumidor secundário ou
de 2ª ordem (C2), e este a um consumidor terciário ou de 3ª ordem (C3), e assim sucessivamente.
Normalmente, não existem cadeias alimentares isoladas nos ecossistemas (são raros os seres
que se alimentam de uma única espécie). Elas estão interligadas (o mesmo ser pode pertencer
simultaneamente a diversas cadeias alimentares) O que existe na realidade são redes tróficas,
ou teias alimentares, em que numerosas cadeias se entrecruzam.
o Fundamenta a afirmação: “A destruição da vegetação pode levar ao
desequilíbrio dos ecossistemas”.
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19. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Extinção e conservação das espécies
Muitas ameaças pairam sobre os seres vivos do nosso planeta, sendo as actividades
humanas as principais responsáveis pela extinção de espécies – redução do número de
indivíduos de cada espécie até ao seu desaparecimento – o que pode conduzir à ruptura
do equilíbrio dos ecossistemas. Contudo, o ser humano também desenvolve uma série
de medidas no intuito de preservar a biodiversidade.
Fig. 37 – Águia imperial
(Aquila heliaca), uma ave
gravemente ameaçada de
extinção, não apenas em
Portugal, como em todo o
planeta.
Proposta de trabalho:
1. Divide os 14 textos seguintes por grupos de trabalho de 2 elementos, se possível,
aos quais caberá identificar:
o aspectos reveladores da importância da biodiversidade;
o causas que podem contribuir para a extinção de espécies, bem como
possíveis implicações desse facto para o ecossistema;
o espécies ameaçadas de extinção em Portugal e no resto do mundo;
o condutas pessoais e/ou colectivas conducentes à preservação da
biodiversidade.
2. Os resultados do trabalho de cada grupo devem ser comunicados aos outros
grupos de forma oral ou escrita, aproveitando-se para efectuar um debate /
reflexão crítica sobre códigos de conduta, pessoais e colectivos, face à forma
como o Homem se relaciona com os outros seres vivos e com o meio ambiente.
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20. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Descobertas dez novas espécies de anfíbios na Colômbia
02.02.2009 - PÚBLICO.PT | Reuters
Figs. 38 a 43 - Uma equipa de biólogos da Conservation International descobriu nove espécies de
sapos e uma de salamandra nas montanhas da Colômbia. (…)
As novas espécies, incluindo três sapos venenosos, foram descobertas na zona montanhosa de
Tacarcuna, perto da fronteira da Colômbia com o Panamá. Esta região servia de passagem entre
espécies de plantas e de animais entre a América do Norte e a América do Sul. (…)
Actualmente, Tacarcuna é uma zona que sofre com o abate florestal, exploração de gado, caça,
exploração mineira e fragmentação dos habitats. Estima-se que 30 por cento da sua vegetação
natural já desapareceu.
O elevado número de novas espécies de anfíbios é um sinal de esperança, mesmo com a grave
ameaça de extinção que enfrentam estes animais em muitas outras regiões do mundo.
Robin Moore, especialista em anfíbios na Conservation International, sublinhou que actualmente
um terço de todas as espécies de anfíbios do planeta está ameaçado de extinção. “Os anfíbios
são muito sensíveis às mudanças no ambiente (…). São uma espécie de barómetro e são os
primeiros a responder a essas mudanças, como por exemplo as alterações climáticas”, explicou.
Os anfíbios ajudam a controlar a progressão de doenças como a malária e o dengue porque se
alimentam dos insectos que transmitem
essas doenças às pessoas.
A equipa quer trabalhar com as
populações locais de Tacarcuna para que
encontrem formas mais sustentáveis para
proteger os seus recursos naturais,
também para seu benefício.
Fig. 44 - Uma salamandra (Bolitoglossa
taylori) potencialmente nova para a
ciência descoberta na Colômbia. Existem
neste país mais de 754 espécies de
anfíbios – um dos números mais
elevados do mundo.
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21. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Plantas zangadas confirmam mudanças climáticas na
Antárctida
13.03.2009 - PÚBLICO.PT | Reuters
Não queira ver o fitoplâncton zangado.
Estas microscópicas plantas do mar
estão na base de uma cadeia alimentar
nas águas que cercam a península da
Antárctida e quando estão infelizes,
tudo o que depende delas pode sofrer
as consequências, incluindo peixe e
pinguins. Um novo estudo publicado
ontem na Science revela que uma
parte deste fitoplâncton tem ficado
cada vez mais “chateado” nos últimos
30 anos.
Como a maioria das plantas,
fitoplâncton precisa de alimento e luz
do sul para sobreviver. Para as
espécies que vivem longe da costa
oeste da península da Antárctica, a
obtenção destes meios essenciais tem
sido um desafio cada vez maior, algo
que se pode constatar com a
diminuição de 12 por cento registada
nas última três décadas nas
populações de fitoplâncton.
Fig. 45 - Uma diminuição de fitoplâncton na
península da Antárctida significa menos
comida para os pequenos crustáceos que,
por sua vez, servem de alimento a peixes e
por aí em diante na cadeia alimentar que
chega até aos pinguins (Adelie) e outros
animais.
http://animals.nationalgeographic.com/
Investigadores do EUA perceberam este dado olhando para informação recolhida por satélite para
seguir as pistas da quantidade de clorofila – um sinal da fotossíntese do fitoplâncton. – nas águas
ao sul da península da Antárctica que aponta na direcção da América do Sul. Esta área é um bom
local para procurar sinais das mudanças climáticas porque, no Inverno, aquece mais rápido do que
qualquer outro lugar na terra. O fitoplâncton é um excelente marcador para as mudanças
climáticas porque respondem rapidamente, por vezes no espaço de apenas um dia, à variação do
ambiente e também porque há uma longa cadeia alimentar que depende da sua sobrevivência.
Devido às alterações nos padrões da atmosfera que rodeia a península – possivelmente, devido
às mudanças climáticas - há actualmente céu nublado onde antes havia sol e vice-versa, diz um
dos autores do estudo Martim Montes-Hugo da Rutgers University. No sul da península, as nuvens
estão a diminuir e o sol está a derreter o mar gelado, libertando mais água para o sol penetrar,
afirmou Montes-Hugo à Reuters. “Há mais água e por isso há penetração da luz, por isso o
fitoplâncton está feliz no sul”, referiu.
No norte da península há mais nuvens e o mar de gelo está ainda mais reduzido. Aqui, a mudança
de padrões atmosféricos trouxe mais ventos para agitar as águas, o que leva o fitoplâncton para
maiores profundidades. Nestes níveis mais profundos estas pequenas plantas captam menos sol.
“Isto enfurece o fitoplâncton”, refere Montes-Hugo. Como outras plantas, o fitoplâncton absorve o
dióxido de carbono responsável pelo efeito de estufa. Menos fitoplâncton significa menos dióxido
de carbono absorvido. Uma diminuição de fitoplâncton na península da Antárctida significa menos
comida para os pequenos crustáceos que, por sua vez, servem de alimento a peixes e por aí em
diante na cadeia alimentar que chega até aos pinguins e outros animais.
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22. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Proteína de esponja marinha pode combater malária e
cancro
19.02.2009 - Diário Digital / Lusa
O uso de uma proteína contida numa esponja marinha que apenas existe na costa
portuguesa no fabrico de medicamentos pode ajudar a tratar doenças como a malária
cerebral ou o cancro, de acordo com um projecto recente.
A esponja na qual foram detectados compostos com efeito terapêutico no combate a
estas doenças foi recolhida junto ao Banco de Gorringe, numa expedição científica que
decorreu no ano passado.
O projecto está a ser
desenvolvido pela empresa
Bioalvo em colaboração
com o Instituto Português
de Malacologia (IPM),
sedeado no Zoomarine, em
Albufeira, onde já tinha sido
desenvolvido um estudo
semelhante com lesmas-
do-mar.
A descoberta de novos
fármacos de origem
Fig. 46 – Corais. marinha em Portugal está a
dar os seus primeiros
passos, mas Helena Vieira, da Bioalvo, acredita que podem ser descobertos mais
compostos que podem ser úteis noutras doenças.
«O próximo passo é identificar a estrutura responsável por esta actividade e ver se pode
ser aplicada à indústria farmacêutica», referiu, acrescentando que aquela esponja nunca
tinha sido explorada do ponto de vista biotecnológico.
A identificação da proteína que poderá ter um papel chave no combate ao cancro e à
malária foi identificada através de uma plataforma tecnológica de alto débito, que permite
fazer o rastreio de milhares de compostos num curto espaço de tempo, explicou.
«O facto de conseguir identificar logo numa espécie que não existe em mais lado nenhum
do mundo um composto bio-activo dá-nos muitas lições», refere Gonçalo Calado, biólogo
e presidente do IPM.
A ideia é agora testar o uso dessa plataforma noutras espécies, para alargar o leque de
invertebrados marinhos dos quais possam vir a ser extraídas proteínas de interesse
farmacológico.
Há cerca de cinco anos, iniciou-se no IPM um projecto de aquacultura de lesmas-do-mar
com interesse para a indústria farmacêutica, cujos ensinamentos têm possibilitado a
prospecção de outras espécies.
As lesmas-do-mar, pequenos moluscos coloridos aparentados com os búzios e as lapas
e que produzem substâncias químicas com potencial farmacológico, podem estar prestes
a apontar o caminho de novos anti-cancerígenos, anti-inflamatórios e analgésicos,
segundo os investigadores.
Apesar de ainda não haver no mercado nenhum medicamento derivado de substâncias
retiradas de lesmas-do-mar, existem outros organismos marinhos, como os corais e as
esponjas, que têm dado um importante contributo à investigação científica.
Um dos mais importantes medicamentos utilizados no tratamento da SIDA - o AZT
(zidovudina) - foi isolado a partir de uma esponja das Caraíbas e o analgésico mais forte
do mundo, 50 vezes mais forte que a morfina, foi retirado de uma espécie de caracol.
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23. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
E se os animais mais emblemáticos do planeta
desaparecessem?
14.03.2009 - PÚBLICO.PT | Ana Fernandes
Fora de água, são os seres com o andar mais
tonto do planeta. Mas o que interessa é que ainda
por cá se bamboleiam, nos seus impecáveis
fraques, gelo fora. Por enquanto, porque os
pinguins são alguns dos animais mais ameaçados
pelas alterações climáticas, só ultrapassados pelo
mítico urso polar, esse sim condenado a extinguir-
se dentro de uns meros 75 anos.
Um relatório da associação internacional WWF
sobre o impacto das alterações climáticas sobre as
espécies mais emblemáticas do planeta, que é hoje
divulgado, traça um quadro assustador. "Imaginam
um mundo sem elefantes na savana africana, onde
os orangotangos apenas existem em cativeiro ou
em que as imagens de ursos polares em cima de
icebergs só persistem em filmes?", pergunta. Pois
"este mundo é mais provável do que podem Fig. 47 - Os ursos do Pólo Norte não
pensar", alerta. (…) deverão chegar ao fim do século.
Um argumento de peso. A situação de muitas das
espécies mais emblemáticas do mundo - baleias e
golfinhos, albatrozes, tartarugas marinhas, ursos polares, elefantes africanos, tigres,
orangotangos, corais, cangurus e pinguins - já não era famosa, devido à destruição dos seus
habitats e à perseguição que lhes é movida pelos seres humanos. Mas tudo tende a piorar face às
mudanças no clima, que lhes rouba o gelo, lhes aquece as águas, os condena a secas ou a
grandes chuvadas.
Os números são devastadores: 95 por cento dos corais da Grande Barreira dos Recifes podem ter
desaparecido em 2050. Setenta e cinco por cento dos pinguins-de-Adélia na Antárctida deverão
ter o mesmo destino e os alvos ursos do Pólo Norte não deverão chegar ao fim do século.
O relatório da WWF compila dados de vários relatórios científicos. O mais citado - a avaliação feita
pelo Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas - diz que se a temperatura aumentar
entre 1,5 a 2,5 graus até 2050, então 20 a 30 por cento das espécies do planeta correrão grave
risco de extinção.
Tudo dependerá do poder de adaptação das espécies, como prova a história do mundo. Mas
algumas poderão não conseguir encontrar alternativa: é o caso daqueles que vivem nas zonas
polares. Assim como muito irá depender da rapidez das mudanças e na forma como ocorrerão,
pois a previsão de como se irá comportar o clima não é uma ciência exacta.
E há ainda aquelas espécies que já se encontravam tão tremendamente ameaçadas, devido a
outros factores, como é o caso do tigre ou dos orangotangos, que as alterações climáticas
poderão ser a machadada final.
Animal a animal, a WWF dá conta do actual estado de conservação destas 11 espécies, ameaças
a que estão sujeitas e propõe o que se pode fazer para tentar salvá-las.
O urso polar, por exemplo, pode perder metade do seu habitat até 2050. Hoje existem entre 20 a
25 mil indivíduos em regime selvagem, a maioria no Canadá. Estes dependem da continuação das
suas principais presas, as focas, também elas dependentes da manutenção destas massas
geladas. A protecção dos seus habitats é hoje uma questão crucial.
O lindíssimo tigre asiático, hoje reduzido a 4000 indivíduos - entre os quais o tigre de Bengala, que
já não passa dos 1400 - tem sofrido golpes atrás de golpes. Em 100 anos, 95 por cento
desapareceu, várias subespécies nunca mais foram avistadas. Com a subida do nível do mar,
algumas ilhas de Sonda, onde alguns subsistem, podem submergir. E com elas o fabuloso bicho.
As más notícias sucedem-se para cada uma das espécies. Seres únicos, bem adaptados, mas
hoje extraordinariamente vulneráveis. Será a despedida?
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24. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Perda de biodiversidade: pobres afectados primeiro…
04.06.2008 - PÚBLICO.PT / Paulo Miguel Madeira
http://www.kidsplanet.org/
Fig. 48 – Animais ameaçados de extinção.
(…) Os mais pobres são os primeiros a ser afectados por um uso abusivo dos recursos naturais,
“mas os próximos seremos nós”. Este “nós” inclusivo e abrangente foi dito por Pavan Sukhdev,
que na semana passada se tornou uma estrela do mundo da ecologia por ter apresentado, em
Bona, o primeiro estudo (“The Economics of ecosystems & biodiversity – An interim report”) que
faz uma contabilização económica da perda da biodiversidade de animais e plantas a nível global.
O nós inclusivo de refere-se às pessoas abastadas dos países ricos que gozam de elevados
padrões de consumo se olhados numa perspectiva global.
No estudo, cuja importância está a ser comparada à do Relatório Stern sobre o custo das
alterações climáticas, conclui-se que a perda actual de biodiversidade em larga escala, como
acontece com as florestas, representa vários pontos percentuais do PIB e uma fatia significativa
do bem-estar da humanidade, segundo explicou então numa entrevista à Voz da Alemanha. E
acrescentou que, para convencer as pessoas a fazer alguma coisa, deve ser-lhes dito que a
alimentação e a água estão em risco e que os seis a oito por cento do PIB global de que fala
representam actualmente o sustento de dois mil milhões de pessoas.
Hoje, na Semana Verde da Comissão Europeia, onde veio falar numa sessão justamente sobre “O
valor da biodiversidade e ecossistemas”, deu uma entrevista ao programa Biosfera, a que o
PÚBLICO assistiu, onde disse que a expectativa é de que em 2050 tenham sido convertidos mais
7,5 milhões de km2 de áreas naturais para uso humano em todo o planeta (a área da Austrália) e
foi peremptório sobre um aumento futuro dos preços da comida. O primeiro conselho que deu foi o
“que se comece a medir as externalidades”, as tais que “estão a deixar de sê-lo”.
Para Sukhdev, que dirige o Deutsche Bank na Índia, “quando se pensar em mudar o uso do solo
[da natureza para actividades humanas] tem de se contabilizar aspectos até agora não tidos em
conta”, como o uso lúdico ou os benefícios potenciais para a medicina. Por exemplo: uma espécie
de rãs da Austrália estava a ser estudada por ter características que sugeriam que poderia
fornecer solução para as doenças gástricas. Mas entretanto extinguiu-se.
Considera também que o exemplo das pescas é bom para se perceber a importância da
biodiversidade. Sukhdev diz elas que “estão em declínio por causa do excesso de captura”, e isto
porque os governos subsidiam a actividade e há procura”, existindo já grande quantidade de
mares a ser explorados acima da sua capacidade de renovação de “stocks”.
Na sua perspectiva, se as coisas continuarem como estão, “em 2050 não haverá pesca e perdem-
se 27 milhões de empregos” ao nível global. “Agora os pobres, depois seremos nós. Não é
sustentável.” E adianta que, depois das florestas, vai estudar o que se passa com os oceanos.
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25. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Biosfera: Ecossistemas valem 33 triliões de dólares/ano
16.03.2009 Diário Digital / Lusa
O Condomínio da Terra, um projecto
global de preservação do planeta,
assenta na gestão comum dos serviços
prestados pelos ecossistemas
Fig. 49 existentes na biosfera, cujo valor
económico foi estimado em 33 triliões
de dólares por ano.
Este valor, quase o mesmo que o
produto interno bruto mundial, resultou
de um trabalho desenvolvido por 12
economistas e ecologistas, que
dividiram a superfície do planeta em 16
biomas (de florestas tropicais a recifes
de corais) e definiram 17 categorias de
serviços.
Estas contas pretenderam atribuir um valor económico aos serviços ambientais prestados pelos
ecossistemas, que são essenciais para a vida no planeta.
A concepção do Condomínio da Terra prevê que a manutenção dos ecossistemas seja entendida
como uma actividade económica, acabando com a perspectiva actual de só atribuir valor à
natureza depois de a destruir ou transformar.
«As árvores têm que valer mais vivas do que em madeira e, neste momento, uma árvore só tem
rentabilidade económica quando é transformada em madeira», frisou o ambientalista Paulo
Magalhães, referindo-se à importância das florestas.
Para inverter este quadro, tornou-se necessário atribuir um valor aos serviços prestados pelos
ecossistemas, para permitir contabilizar o que cada um tem a pagar ou a receber pelo seu uso ou
pela sua conservação e manutenção.
«O nosso sistema de valoração é a economia, que tem que dar valor ao que nós mais precisamos
e, neste momento, precisamos mais dos serviços prestados pelas florestas do que de telemóveis
de quarta ou quinta geração», salientou o principal impulsionador do Condomínio da Terra.
Nas contas da equipa liderada por Robert Costanza, o serviço ecológico mais 'valioso' prestado
pela biosfera é a reciclagem de minerais, em especial carbono, nitrogénio e fósforo, que foi
avaliada em 17 triliões de dólares anuais.
O tratamento de resíduos e filtragem de produtos tóxicos (2,28 triliões), o controlo de distúrbios
climáticos (1,78), o armazenamento de água em bacias hidrográficas, reservatórios e aquíferos
(1,69) e a produção de alimentos (1,39) são outros serviços cujo valor foi estimado.
Nesta lista incluem-se ainda serviços ambientais como a regulação dos níveis de gases
atmosféricos poluentes (1,34), as fontes de matérias-primas (0,72), o controlo biológico de pragas
e doenças (0,42) ou a protecção de habitats utilizados na reprodução e migração das espécies
(0,12).
O estudo permitiu concluir, sem sombra para dúvidas, que os ecossistemas do planeta prestam
serviços cujo valor económico é muito superior aos lucros gerados pela exploração tradicional dos
seus recursos.
O desafio colocado pelo Condomínio da Terra é a criação de um modelo que promova a produção
e manutenção dos bens vitais do planeta e, ao mesmo tempo, faça repercutir os custos de
produção dos bens não essenciais que contribuem para a destruição das condições sustentáveis
da biosfera.
Com este sistema, esperam os promotores do projecto que os países procurem danificar o menos
possível as partes comuns do planeta e cuidem delas da melhor forma.
«Num planeta limitado, é insustentável ter uma economia baseada numa produção ilimitada»,
defendeu Paulo Magalhães.
Nesse sentido, salientou a necessidade de «criar, ao lado da economia de produção, uma
economia de manutenção das partes comuns».
«Tem que haver pessoas, empresas, países, cujo trabalho é cuidar das florestas, limpar as águas,
garantir o funcionamento dos ecossistemas», frisou.
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26. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Redução da biodiversidade vai afectar os mais pobres
29.05.2008 - PÚBLICO.PT / Agências
A diminuição da biodiversidade pode
reduzir para metade os recursos das
populações mais pobres do mundo.
Esta é a mais importante conclusão do
estudo que foi tornado público na
conferência do Bona, e que também
prevê uma descida de sete por cento
no PIB mundial até 2050 causado pela
degradação da natureza.
“Valores de seis ou oito por cento do
PIB global aparecem quando se pensa
nos benefícios que os ecossistemas
intactos trazem no controlo das águas,
das cheias e secas e no movimento
dos nutrientes das florestas para os
campos de cultivo”, explicou à BBC
News Pavan Sukhdev, líder do
projecto.
A Economia dos Ecossistemas e da
Biodiversidade (EEB) é o título do
estudo que foi programado pelo
governo alemão e pela Comissão
Europeia durante a presidência alemã
do G8. Foi feito por e para economistas
e apostou-se na mesma perspectiva
Fig. 50 – Variedades de árvores. que se utilizou para o Estudo de Stern
sobre as alterações climáticas.
O estrago das florestas, dos rios, e da vida marinha são alguns dos problemas detectados.
“Apercebemo-nos que os maiores beneficiários [da natureza] são cerca de 1500 milhões da
população do mundo que é considerada pobre. Estes sistemas naturais são cerca de 40 a 50 por
cento daquilo que é definido como o “PIB dos pobres””, diz Sukhdev, que é o director executivo na
divisão de mercados globais do Banco Alemão.
A informação do relatório é provisória e avisa que os custos reais não estão quantificados, os sete
por cento são baseados quase unicamente na perda das florestas. Conhecem-se as tendências:
nos últimos 100 anos houve uma diminuição de 50 por cento dos terrenos húmidos como os
pântanos, a rapidez com que as espécies estão a desaparecer é entre 100 e 1000 vezes superior
ao que seria normal num mundo sem pessoas. Está-se a testemunhar um rápido declínio nos
“stocks” de peixes e um terço dos recifes de coral estão danificados. Mas é muito mais difícil
transformar estas perdas em dinheiro de que quando se estuda por exemplo o impacto das
alterações climáticas.
O documento que saiu da reunião dos ministros do ambiente do G8, na reunião que houve no
Japão na semana passada, diz que “a biodiversidade é a base da segurança da humanidade e a
sua perda exacerba a desigualdade e a instabilidade na sociedade humana”.
Os objectivos que os signatários da CBD determinaram no encontro do Rio em 1992 – travar e
reverter a perda de biodiversidade até 2010, não vão ser cumpridos.
A versão preliminar do relatório que a BBC News teve acesso conclui que da seguinte forma: “As
lições aprendidas nos últimos 100 anos demonstram que a humanidade actua normalmente
demasiado tarde e com pouca força relativamente a ameaças similares – o amianto, os CFCs, a
chuva ácida, a diminuição dos "stocks" de pesca, a BSE e – mais recentemente – as alterações
climáticas”. Espera-se que este relatório obrigue os governos a reagir.
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27. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Mais de 1/4 da fauna mundial desapareceu em 35 anos
17-05-2008 – Diário Digital / Lusa
http://palscience.com/wp-content/uploads/2007/11/gecko1_f1.jpg
Fig. 51 – Uma osga (réptil).
Mais de um
quarto da fauna
mundial
desapareceu
depois dos anos
70, revela um
estudo publicado
sexta-feira pela
Sociedade
Zoológica de
Londres em
colaboração com
o Fundo Mundial
para a Natureza.
O estudo observou a evolução de cerca de 1.400 espécies de peixes, anfíbios, répteis,
pássaros ou mamíferos, concluindo que se registou um declínio de 27 por cento na fauna
entre 1970 e 2005.
Segundo a investigação, a fauna terrestre sofreu uma redução de 25 por cento, a fauna
de água salgada baixou 28 por cento e a de água doce registou uma diminuição de 29
por cento.
O ser humano contribuiu para o desaparecimento de cerca de um por cento das espécies
animais por ano, segundo o documento, que sublinha que um dos «grandes episódios de
extinção» da História está em curso.
A poluição, a agricultura, a expansão urbana, o recurso excessivo à pesca e à caça são
as razões citadas para explicar esta tendência.
«A redução da biodiversidade significa que milhões de pessoas vão ter um futuro onde as
reservas alimentares serão mais vulneráveis aos insectos e às doenças e onde a água
estará disponível em pouca quantidade e irregularmente», lamentou James Leape,
director-geral do Fundo Mundial para a Natureza.
«Ninguém irá escapar ao impacto da redução da biodiversidade, pois ela vai evidenciar-
se em menos medicamentos novos, numa maior vulnerabilidade aos desastres naturais e
em efeitos acrescidos no que diz respeito ao aquecimento climático», acrescentou.
O documento assinala ainda que este declínio coincide com uma fase em que os seres
humanos consomem cada vez mais recursos naturais, gastando 25 por cento acima do
que aquilo que a natureza consegue substituir.
O relatório divulgado precede a convenção da ONU sobre a biodiversidade, que se
realiza na próxima semana em Bona, na Alemanha.
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28. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Planeta perdeu 27% da vida selvagem desde 1970
16.05.2008 - PÚBLICO.PT / Helena Geraldes
Fig. 52 - Espadarte do Atlântico: Xiphias gladius - Linnaeus, 1758.
As populações de animais selvagens do planeta registaram uma queda global de 27 por cento
desde 1970, revela o Índice Planeta Vivo 2008 realizado pela Sociedade Zoológica de Londres
para a organização WWF (Fundo Mundial da Natureza) e divulgado hoje.
As populações das espécies terrestres diminuíram 25 por cento, as marinhas 28 por cento e as de
água doce, 29 por cento, revela este Índice que monitoriza quatro mil populações de 302 espécies
de mamíferos, 811 de aves, 241 de peixes, 83 de anfíbios e 40 de répteis.
Nos gráficos que denunciam as tendências populacionais, são mais as linhas que descem do que
as que sobem. A WWF receia que o Baiji (Lipotes vexillifer) ou golfinho do rio Yangtzé (China), se
tenha perdido. O espadarte do Atlântico (Xiphias gladius) é outra espécie que está a perder
terreno, assim como o abutre indiano (Gyps bengalensis).
Mas também há populações que estão em recuperação. É o caso do elefante africano na
Tanzânia (Loxodonta africana) e do salmão atlântico (Salmo salar) na Noruega.
Apesar disso, os números não são de todo animadores se pensarmos que a comunidade
internacional tem apenas mais dois anos para cumprir o ambicioso desígnio a que se propôs em
2000: conseguir reduzir “significativamente” o ritmo de perda da biodiversidade mundial até 2010.
A WWF aponta a destruição de habitats e o comércio ilegal como os grandes responsáveis por um
declínio que se mantém constante desde 1976. Tudo isto leva a crer que “é muito provável que a
meta de 2010 não seja cumprida”, diz o relatório de apresentação do Índice. “A menos que sejam
tomadas medidas imediatas para reduzir as pressões sobre os ecossistemas naturais, a perda da
biodiversidade global vai continuar inalterada”.
A tarefa não será fácil porque, segundo as contas do Índice, todos os anos a humanidade
consome 25 por cento mais recursos naturais do que aqueles que o planeta consegue repor.
De 19 a 30 deste mês, os líderes mundiais reúnem-se em Bona, Alemanha, na nona Convenção
das Partes (COP) da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica. Em cima da mesa estará,
precisamente, a meta de 2010.
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29. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Saúde prejudicada com perda da biodiversidade
23-04-2008 - Diário Digital / Lusa
O risco de perder novos tratamentos
Fig. 53 – Animais ameaçados de extinção.
médicos para o cancro, osteoporose e
outras doenças por causa da perda de
biodiversidade no planeta foi hoje motivo
de um alerta das Nações Unidas.
Achim Steiner, director executivo do
Programa das Nações Unidas para o
Ambiente (UNEP), afirmou hoje que é
necessário «actuar rapidamente» para
travar essa perda de biodiversidade,
explicando que muitos organismos que os
cientistas podem usar para tratamentos
estão ameaçados de extinção.
«Temos de fazer alguma coisa acerca do
que está a acontecer com a perda da
biodiversidade», afirmou Achim Steiner,
salientando a necessidade de ajudar a
sociedade a entender a dependência que
as economias e a vida humana têm sobre
a diversidade de espécies.
O alerta lançado por Achim Steiner é uma
das conclusões de um novo livro de
medicina à margem da conferência da
UNEP em Singapura, que acolheu cerca
de 600 homens de negócios e
especialistas da área do ambiente.
O livro «Sustentando a Vida» baseia-se
num trabalho de mais de uma centena de
especialistas, alguns dos quais de
Universidade de Harvard, e é apoiado por
várias organizações, incluindo a UNEP.
Fig. 53 - http://livredoponto.files.wordpress.com
Um exemplo ilustrativo das consequências da perda da biodiversidade para a medicina,
mencionado pelos autores do livro, é a de uma rã descoberta nos anos 80 em florestas virgens da
Austrália.
Essa rã transporta a cria no estômago, o que causou espanto na comunidade científica, uma vez
que, em outros animais, a cria seria destruída pelas enzimas e ácidos do estômago.
Os estudos preliminares indicaram que as rãs bebés produziam substâncias que as protegem
daquela destruição, o que se tornou uma pista para tratamentos de úlceras gástricas.
Mas, segundo o livro, a rã foi declarada extinta antes de concluírem os estudos.
No ano passado, a lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção da União Internacional para
a Conservação da Natureza revelou estarem nessa situação mais de 16 mil espécies.
Achim Steiner adiantou que o livro, hoje divulgado, retrata vários grupos de organismos
ameaçados com grande potencial para a evolução de tratamentos médicos, entre os quais os
anfíbios, os ursos, as cobras, os tubarões e macacos.
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30. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Espécies em risco - Vítimas do progresso
2007-12-15 - André Pereira / Correio da Manhã
A ameaça de extinção de espécies também afecta
Portugal. No País, 19 por cento dos anfíbios, 26 por
cento dos mamíferos, 69 por cento dos peixes de
água doce, 32 por cento dos répteis e 38 por cento
das aves estão ameaçadas de extinção e o ritmo
aumenta a uma velocidade preocupante. As causas
são muitas e quase todas têm a intervenção
humana, que tem descurado as preocupações
ambientais em detrimento de um desenvolvimento
cego e sem regras.
De acordo com Maria José Costa, professora da
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e
presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências
Naturais, “a densidade humana crescente, a
sobreexploração dos recursos naturais e o
consequente desequilíbrio de forças entre o homem
e as demais espécies, reclamam uma intervenção
urgente em prol da regulamentação das várias
actividades comerciais, sobretudo nas suas
vertentes económicas e turística”, defendendo que Fig. 54 – Lince ibérico – o animal mais
“só assim se evita a degradação definitiva dos próximo da extinção em Portugal.
habitats e a extinção das espécies”.
Em Portugal, o lince ibérico é o animal mais próximo da extinção, mas outras espécies, menos
conhecidas, estão também ameaçadas. Entre os mamíferos, o lobo, o gato-bravo, morcegos e a
maioria dos cetáceos têm o estatuto de ameaçados. No que diz respeito às aves, a situação é
grave, com quase 40 por cento das espécies identificadas em risco de desaparecer. Além das
aves de rapina, como a águia ou o peneireiro, existem espécies endémicas ameaçadas de
extinção. A Freira e o Pombo da Madeira e o Priôlo, dos Açores, são disso exemplo e só existem
nestas duas zonas geográficas.
A inexistência de estudos aprofundados sobre as populações de certas plantas, invertebrados
marinhos e insectos não permitem dizer, com exactidão, quais são as espécies mais ameaçadas.
Porém, entre os insectos – Portugal, apesar de ser um País pequeno, tem 30 das 33 ordens
reconhecidas –, é possível apontar a ‘Euchloe tagis’ com uma espécie ameaçada.
Nos peixes, a lista em risco de extinção é extensa, devido à poluição, construção de barragens e
pesca excessiva. O esturjão, o salmão, a solha, o sável e as lampreias são apenas alguns
exemplos de espécies a desaparecer dos rios nacionais. Por fim, também os répteis e os anfíbios
estão ameaçados em Portugal, como são os casos da salamandra-lusitânica, o tritão palmado, o
cágado de carapaça-estriada e a víbora de seoane.
Apesar do cenário ser alarmante, a especialista encara o futuro com optimismo, depositando
grande esperança no comportamento das gerações mais jovens. “Acredito que as nossas crianças
estão já mais conscientes para as questões ambientais e conseguem influenciar os pais a adoptar
comportamentos mais correctos”, afirmou ao CM, dando como exemplo pequenos gestos
individuais que fazem toda a diferença: “O meu neto diz que fecha a torneira, enquanto lava os
dentes, por causa das baleias.”
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31. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
24 espécies de orquídeas desaparecidas numa década
21-03-2008 - Diário Digital / Lusa
Os furacões, os incêndios, a desflorestação
descontrolada e a imigração que passa pelo
Sul do México afectaram as orquídeas, uma
flor exótica, que em dez anos viu
desaparecer pelo menos 24 espécies,
informaram hoje investigadores
universitários.
Peritos da Universidade Nacional Autónoma
do México (UNAM) realizaram estudos no
Parque Nacional Lagunas de Montebello,
localizado no Estado de Chiapas (Sul), com
fronteira com a Guatemala, una zona
protegida que conta com o habitat mais
diverso deste tipo de flora no México.
O especialista Gerardo Salazar, do Instituto
de Biologia da UNAM, assinalou que os
factores citados, assim como o comércio
ilícito destas plantas, levaram a que se
perdesse a biodiversidade no ecossistema
das orquídeas das Lagunas de Montebello.
Isso deu azo a que já não exista uma grande
Fig. 55 - Laelia speciosa variedade de orquídeas numa comunidade
«onde era possível encontrar até 200
espécies dessa flor num hectare de
bosque», salientou o cientista.
Embora muitos tipos de orquídeas não estejam em «iminente risco» no México, poderão vir a ficar
«se continuarem a verificar-se factores como a desflorestação descontrolada e a extracção ilegal
para a sua venda, sobretudo nas ruas e mercados das grandes cidades do país, indicou o biólogo
da UNAM.
Salazar citou o exemplo da orquídea conhecida como Flor de Maio (Laelia speciosa), que habita
nos bosques de azinheiras e se extrai a “taxas alarmantes” que a põem em perigo.
O perito mexicano destacou que no mundo há cerca de 25 mil espécies de orquídeas, existindo só
no México 1.300 espécies, 40% delas endémicas, que não se dão de forma natural em nenhum
outro local.
A orquídeo-flora deste país caracteriza-se pela «alta proporção de espécies exclusivas», com
níveis semelhantes aos da África do Sul, o Sudeste do Brasil e Madagáscar, comentou o perito.
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32. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Por ano desaparecem 27 mil espécies,
74 por dia, três por hora...
15.03.2008 - PÚBLICO.PT / Maria João Lopes
(…) "Um escaravelho raro sentado sobre
uma orquídea num vale remoto dos
Andes poderá segregar uma substância
que cura o cancro do pâncreas." A frase
vai passando num ecrã pendurado numa
das paredes do Museu da Ciência em
Coimbra, onde, até Junho, se pode visitar
a exposição A Diversidade da Vida, 300
Anos de Lineu. A proposição que soa
tanto a hipótese científica como a
enunciado poético pretende, tal como
toda a exposição, sensibilizar para o
perigo do desaparecimento de espécies
em todo o mundo. (…)
Em miúdos: a biodiversidade está em
risco e, muitas vezes, a culpa é nossa -
Fig. 56 – Uma rã venenosa (anfíbio). umas de forma acidental, outras,
consciente. Nesta longa história de
mortes de plantas e de animais também acontecem acasos infelizes, como quando, pouco depois
da Segunda Guerra Mundial, uma espécie de cobra da Austrália foi transportada acidentalmente
num navio para a ilha de Guam. O resultado foi uma praga responsável pela extinção de vários
pássaros.
Já os restantes actos que sabemos terem consequências negativas para a biodiversidade não são
novidade para ninguém: a caça, a poluição, a destruição de florestas. (..)
Quem também anda naquele arquipélago são os investigadores da Sociedade Portuguesa para o
Estudo das Aves, com quem Ruben Heleno acaba por trocar informações. Tudo por causa de um
pássaro chamado priolo (na ilustração), uma ave raríssima que existe apenas em S. Miguel e que
está em perigo. Serão cerca de 200 a 400 os casais que habitam em certas zonas montanhosas
da ilha, florestas ameaçadas por pastagens e produção de madeira.
O objectivo da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves é recuperar 300 hectares de
floresta natural - 150 já estão - controlando a expansão das espécies exóticas e voltando a plantar
espécies nativas. É preciso aumentar o habitat do priolo, limpando as zonas afectadas pela
espécie invasora (criptoméria-do-japão).
74 mortes por dia
Desde há 100 anos que a principal causa de extinção de espécies é a destruição de habitats pela
mão humana, explica o director do Museu de Ciência, Paulo Gama Mota, acrescentando que a
segunda é o aquecimento global.
Apesar de esta ser a sexta maior fase de extinções desde o início do mundo - a "mãe de todas as
extinções" aconteceu há mais de 250 milhões de anos -, ela deve-se, em grande medida, à nossa
acção: às transformações do uso do solo, à poluição, às mudanças climáticas... De acordo com
algumas previsões (em artigos da Nature e no livro A Criação - Um apelo para salvar a vida na
terra, de E.O. Wilson, por exemplo), até 2050 poderão desaparecer 25 a 35 por cento das
espécies.
Exemplos de animais que já não existem em Portugal? O urso-pardo. Desapareceu por caça
excessiva. O lobo-ibérico continua em perigo, graças à destruição de bosques, à caça furtiva, ao
atropelamento e ao envenenamento (há apenas 200 em todo o país). Igualmente em perigo, em
vários países da Europa, está o cágado-de-carapaça-estriada, por captura ilegal para fins
comerciais, poluição da água, incêndios...
Vinte e sete mil espécies desaparecem por ano, 74 por dia, três por hora... Na exposição do
Museu da Ciência, há um vídeo que projecta mensagens sobre o que podemos fazer: andar a pé,
usar transportes públicos, poupar água, reduzir a utilização de sacos plásticos, reciclar o lixo,
evitar madeiras exóticas... Jane Memmott vai todos os dias de bicicleta para a faculdade. Diz que
é "uma sortuda" por causa disso.
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33. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Projecto da WWF ajuda a recuperar biodiversidade no
Vale do Guadiana
18.03.2009 - PÚBLICO.PT | Helena Geraldes
Plantar zimbros, aroeiras, azinheiras e oliveiras
bravas é apenas parte de um projecto que a WWF
(Fundo Mundial da Natureza) pretende levar até
2011 para recuperar a biodiversidade da Ribeira
do Vascão, habitat de espécies raras e únicas,
como o peixe saramugo, na Bacia hidrográfica do
Guadiana, uma das mais importantes da Península
Ibérica.
O Guadiana junta-se assim a grandes rios do
Fig. 57 – Saramugo
planeta a precisar de “cuidados” e nas mãos da
(Anaecypris hispanica).
WWF e da Coca-Cola, unidas numa parceria
internacional para conservar os recursos hídricos.
Fazem parte desta lista o Yangtze (China),
Mekong (Ásia), Rio Grande/Rio Bravo (Estados Unidos/México), rios do Sudeste dos Estados
Unidos, Lago Malawi (África) e o Danúbio (Europa).
Luís Silva, responsável pelo programa florestal da WWF Portugal e coordenador da intervenção na
Ribeira do Vascão, explicou ao PÚBLICO a escolha do Guadiana. “É uma das bacias hidrográficas
mais importantes a nível de biodiversidade, uma vez que tem espécies que não existem em mais
lugar nenhum do planeta. Além disso, sofre grandes pressões a nível do consumo de água, com
20 barragens do lado espanhol e o perímetro de regadio do Alqueva, o maior de Portugal. A
acrescentar, é a bacia hidrológica com o "clima mais seco”.
O projecto foi apresentado ao Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB),
concretamente ao Parque Natural do Vale do Guadiana, entidade que escolheu um determinado
troço da Ribeira do Vascão para ser recuperado.
“Esta ribeira, no limite Sul do Parque Natural, é quase toda sítio Rede Natura e de todas as
ribeiras do Sul é a mais importante por causa da sua fauna, flora e habitats”, explicou Pedro
Rocha, director-adjunto do Departamento de Gestão de Áreas Classificadas – Sul, ao PÚBLICO.
Além disso, “é um dos principais redutos de uma espécie de peixe, o saramugo, que vai beneficiar
com a melhoria das margens da ribeira, através da melhoria da qualidade da água”.
A intervenção de Inverno/Primavera do projecto terminou no mês de Fevereiro e teve como
objectivo recuperar um troço da Ribeira do Vascão com cerca de um quilómetro, depois de um
grande incêndio em 2007. Foram plantados zimbros, aroeiras, azinheiras e oliveiras bravas para
“evitar a erosão do solo”, explicou Luís Silva, numa intervenção “muito suave para não acelerar o
processo de erosão”.
Mas o projecto ainda não terminou e já estão a ser preparadas outras acções num troço diferente
do Vascão. Os trabalhos deverão recomeçar em Outubro e continuar até 2011. Desta feita com
mais intervenientes, nomeadamente locais. Poderá estar em cima da mesa a integração da
Ribeira do Vascão num percurso de visitação.
Actualmente, a Ribeira do Vascão é um afluente do Guadiana pouco intervencionado. No entanto,
a poluição difusa de águas sem tratamento de populações ou explorações agrícolas, as espécies
exóticas como a achigã e o assoreamento do leito da ribeira são problemas que poderiam ser
atacados. Luís Silva lembra que o abandono do uso tradicional da ribeira com moinhos, azenhas e
açudes que deixaram de funcionar criou zonas de água parada onde se acumulam sedimentos. “O
saramugo precisa de um leito de cascalho”, comentou. “Queremos ir ajudando a recuperar o leito
da ribeira, retirando sedimentos para permitir que a água corra livre”.
Pedro Rocha considera muito importante “recuperar os açudes e promover o ciclo natural” do
curso de água, algo “muito importante para os peixes”.
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34. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Níveis de organização biológica
http://farm1.static.flickr.com/
Fig. 58 – Girafa
(mamífero).
A célula é a unidade mais simples em que existe vida. Nos seres unicelulares a própria
célula constitui o indivíduo, mas em seres multicelulares as células são subunidades de
níveis de organização mais complexos. Os seres vivos encontram-se organizados em
níveis estruturais de complexidade crescente (figura 59).
Fig. 59 – Níveis
estruturais dos seres
vivos.
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35. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Como se manifesta a diversidade e a unidade da vida?
Apesar da enorme biodiversidade, os seres vivos apresentam uma unidade básica
comum - a célula. É basicamente constituída por membrana, citoplasma e núcleo,
apresentando forma, dimensão e conteúdos diversos, consoante os tecidos e a espécie
de que faz parte. A célula é a unidade estrutural de todos os seres vivos.
As células podem ser agrupadas em dois grandes grupos: Células procarióticas (do
grego pró = antes + káryon = núcleo), sem núcleo; Células eucarióticas (do grego eũ =
verdadeiro + káryon = núcleo), com núcleo.
As bactérias são os únicos seres vivos na Terra que apresentam células procarióticas.
Nestas células, muito simples, o material genético (DNA) não está envolvido por uma
membrana nuclear, não apresentando, por isso, núcleo. As células eucarióticas,
presentes nos animais, plantas, fungos e protistas, são mais complexas e de maiores
dimensões, têm o núcleo bem definido e inúmeros organitos (estruturas com formas e
funções diferentes) no citoplasma. Existem dois tipos de células eucarióticas: animal e
vegetal.
As células possuem dimensões e formas muito variadas. Esta variedade de formas está
relacionada com a função que as células desempenham nos organismos. Existem alguns
seres vivos que são constituídos por uma única célula (unicelulares) e outros
constituídos por várias células (pluricelulares).
Fig. 60 – Células de cebola. Cebola.
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36. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Observação microscópica de células de cebola
Material:
http://www.ieoonions.com/images/sales/red_onions.jp
g
• Microscópio
• Lâminas e lamelas
• Pinça
• Agulha de dissecção
• Tesoura
• Vermelho-neutro
• Água iodada
• Azul-de-metileno Fig. 61.
• Cebola
Procedimento:
1. Coloca uma gota de vermelho-neutro, pouco concentrado, sobre uma lâmina.
2. Destaca, com a pinça, um fragmento da epiderme da face côncava de uma túnica
do bolbo da cebola.
3. Corta o fragmento obtido, com a tesoura, de modo a obteres um pequeno
quadrado de aproximadamente 5mm de lado.
4. Coloca o fragmento sobre a gota de corante.
5. Distende o fragmento, em caso de necessidade, com o auxílio da agulha de
dissecção.
6. Cobre a preparação com a lamela e observa ao microscópio nas várias
ampliações.
7. Esquematiza o observado.
8. Repete os passos (1 a 7) anteriores, substituindo o vermelho-neutro (corante),
primeiro por água iodada e, em seguida, por azul-de-metileno.
o Identifica, através da legendagem dos esquemas efectuados, alguns
organelos celulares da epiderme da cebola, tais como a membrana celular, o
citoplasma, o núcleo, a parede celular e o vacúolo.
Figs. 62 e 63 – Células da epiderme da face côncava de uma túnica de um bolbo da cebola.
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37. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Observação microscópica de células do epitélio bocal
Material:
• Microscópio
• Lâminas e lamelas
• Palitos
• Conta-gotas
• Azul-de-metileno diluído
http://www.sporeworks.com/
Fig. 64.
Procedimento:
1. Coloca uma gota da solução diluída de azul-de-metileno no centro de uma lâmina.
2. Raspa, com o palito, a superfície interna da bochecha.
3. Coloca, com o auxílio de outro palito, o produto obtido sobre a gota de azul-de-
metileno.
4. Cobre a preparação com a lamela e observa ao microscópio nas várias
ampliações.
5. Esquematiza o observado.
o Identifica, através da legendagem do esquema efectuado, alguns
organelos das células do epitélio bocal, tais como a membrana celular, o
citoplasma e o núcleo.
Fig. 65 - Célula epitelial da boca com bactérias – já foram identificadas cerca de 500 bactérias
diferentes na boca humana.
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38. CURSO PROFISSIONAL DE NÍVEL SECUNDÁRIO BIOLOGIA | Módulo A1 - Diversidade e Unidade Biológica
Células da cebola e células do epitélio bocal
Citoplasma
Núcleo
Parede celular
Membrana celular
Fig. 66 – Células de cebola observadas ao microscópio óptico composto.
Membrana celular
Citoplasma
Núcleo
Fig. 67 – Células do epitélio bocal observadas ao microscópio óptico composto. 300
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