SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 2
Baixar para ler offline
www.eduardodantas.adv.br
Obra protegida por direitos autorais. Permitida a reprodução, desde que mencionada a fonte
LIXO HOSPITALAR E (IR)RESPONSABILIDADE CIVIL
Eduardo Dantas
Um dos (muitos) grandes problemas da saúde contemporânea, característicos de grandes centros
urbanos sem adequado comprometimento da administração pública, é a questão do descarte do
chamado lixo hospitalar. Diferentemente do lixo urbano e do industrial, aquele primeiro requer
cuidados especiais, em virtude de seu alto potencial ofensivo à saúde e ao meio ambiente.
Dentro de um hospital, nem todo o lixo produzido é hospitalar propriamente dito, haja vista que o
lixo proveniente dos setores administrativos se comporta como se fosse da classe dos lixos
urbanos. Preocupante é aquela porção que pode estar contaminada com vírus ou bactérias
patogênicas das salas de cirurgia e curativos, das clínicas dentárias, dos laboratórios de análises,
dos ambulatórios e até de clínicas e laboratórios não localizados em hospitais, além de biotérios e
veterinárias.
A composição de tal lixo é a mais variada possível, podendo ser constituída de restos de
alimentos de enfermos, restos de limpeza de salas de cirurgia e curativos, gazes, ataduras, peças
anatômicas etc. Os hospitais são obrigados a providenciar o tratamento e transporte adequado dos
resíduos contaminados neles gerados, exceto os radioativos. Certos materiais hospitalares, como
aventais que mantiveram constante contato com raios eletromagnéticos de alta energia como raios
X são categorizados como lixo nuclear, e recebem tratamento diferente. Os resíduos radioativos
devem ser devolvidos aos fabricantes. Os materiais farmacêuticos devem ser recolocados nos
recipientes originais e devolvidos aos fabricantes. Já o lixo reciclável não pode ter o mesmo
destino dos infectantes. Para esse existem três processos: reciclagem, compostagem e os aterros .
É importante estar atento ao manuseio deste lixo, pois as pessoas que o manipulam podem ficar
sujeitas a doenças e levarem para outras, vários tipos de contaminação. O lixo hospitalar
contaminado deve ser embalado de forma especial, seguindo normas de segurança específicas,
utilizando-se sempre sacos identificados, grossos e resistentes.
O depósito desses sacos deve ser em vasilhames bem vedados e estes colocados fora do alcance
de pessoas, até a chegada do carro próprio para a coleta. Nunca tais lixos devem aguardar a coleta
em locais públicos ou calçadas.
Esse lixo deve ser recolhido por empresas especializadas. Seu destino é o incinerador onde é
queimado e transformado em cinzas.O problema é que a incineração libera gases tóxicos, uma
vez que esse lixo pode conter diversos tipos de resinas e outros materiais cuja queima além de
liberar CO2, também podem liberar outros gases. O ideal seria fazer como em alguns países nos
www.eduardodantas.adv.br
Obra protegida por direitos autorais. Permitida a reprodução, desde que mencionada a fonte
quais o lixo é levado para a autoclave, na qual é submetido à alta pressão e temperatura, assim
todos os microorganismo são mortos, e o lixo pode ir para aterros especiais.
A pior forma, e que deve ser evitada, é levar o lixo hospitalar para usinas de lixo urbano, aterros
sanitários e lixões, o que é praxe. Se o lixo hospitalar contaminado for parar em aterros sem o
devido tratamento, as conseqüências são muito graves. O solo e os lençóis d’água podem ser
contaminados que conseqüentemente contaminaria as pessoas que freqüentam os aterros, à
procura de alimento ou algo útil. Moscas e outros animais também podem ser contaminados e
logo depois passariam essas infecções ao entrarem em contato com pessoas ou alimentos.
A falta de um controle adequado, e de regras claras para o descarte deste material pode gerar para
as instituições hospitalares, além de multas de caráter sanitário ou ambiental, sanções outras em
virtude dos possíveis problemas, já que os administradores são penal e civilmente responsáveis
pelos danos que venham a causar a terceiros ou à coletividade. Minimizar riscos, cobrando do
poder público a construção de locais adequados para o descarte, além de eticamente louvável,
também é sinônimo de respeito ao paciente, ao ambiente e à saúde, em seu mais amplo
significado.
Eduardo Dantas é advogado, especialista em Direito Médico. Mestrando
em Direito Médico pela University of Glasgow – Escócia. É presidente da
APEDIMES – Associação Pernambucana de Direito Médico e da Saúde.
e-mail: presidente@apedimes.com.br

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Folder de residuos de lixo hospitalar
Folder de residuos de lixo hospitalarFolder de residuos de lixo hospitalar
Folder de residuos de lixo hospitalarecologiaurbanacwb
 
Seminário final - Resíduos - Semana do Meio Ambiente
Seminário final - Resíduos - Semana do Meio AmbienteSeminário final - Resíduos - Semana do Meio Ambiente
Seminário final - Resíduos - Semana do Meio AmbienteMardelene Gomes
 
Gereciamento de residuos na area de saude grupo ii
Gereciamento de residuos na area de saude grupo iiGereciamento de residuos na area de saude grupo ii
Gereciamento de residuos na area de saude grupo iiTatiane Silva
 
Residuos hospitalares
Residuos hospitalares Residuos hospitalares
Residuos hospitalares micaelaneves
 
Gerenciamento de resíduos biológicos (resíduos de serviços de saúde)
Gerenciamento de resíduos biológicos (resíduos de serviços de saúde)Gerenciamento de resíduos biológicos (resíduos de serviços de saúde)
Gerenciamento de resíduos biológicos (resíduos de serviços de saúde)marcelo otenio
 
Aula residuos de serviços da saúde
Aula   residuos de serviços da saúdeAula   residuos de serviços da saúde
Aula residuos de serviços da saúdesanthdalcin
 
Gerenciamento de resíduos biológicos
Gerenciamento de resíduos biológicosGerenciamento de resíduos biológicos
Gerenciamento de resíduos biológicosRicardo Alanís
 
PGRSS HNSC Apresentação
PGRSS HNSC ApresentaçãoPGRSS HNSC Apresentação
PGRSS HNSC ApresentaçãoEverton Ianiak
 
PGRSS Plano de gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde
PGRSS   Plano de gerenciamento de resíduos dos serviços de saúdePGRSS   Plano de gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde
PGRSS Plano de gerenciamento de resíduos dos serviços de saúdeRebeca Purcino
 
IFAM - SEDF12 - GESTÃO AMBIENTAL, GRUPO III: Gestão de Resíduos Hospitalares
IFAM - SEDF12 - GESTÃO AMBIENTAL, GRUPO III: Gestão de Resíduos HospitalaresIFAM - SEDF12 - GESTÃO AMBIENTAL, GRUPO III: Gestão de Resíduos Hospitalares
IFAM - SEDF12 - GESTÃO AMBIENTAL, GRUPO III: Gestão de Resíduos HospitalaresGabriel Almeida
 
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e Incinerador Hospitalar
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e Incinerador HospitalarGerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e Incinerador Hospitalar
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e Incinerador HospitalarFernanda Cabral
 
Lixo Comum e Descarte do Lixo Hospitalar
Lixo Comum e Descarte do Lixo HospitalarLixo Comum e Descarte do Lixo Hospitalar
Lixo Comum e Descarte do Lixo Hospitalartammygerbasi
 
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos 2018
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos 2018Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos 2018
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos 2018Flávio Rocha
 
PGRSS - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESIDUOS - Gabriela Elise / Enfermeira
PGRSS - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESIDUOS - Gabriela Elise / Enfermeira PGRSS - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESIDUOS - Gabriela Elise / Enfermeira
PGRSS - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESIDUOS - Gabriela Elise / Enfermeira GABRIELA ELISE
 

Mais procurados (20)

Lixo Hospitalar
Lixo HospitalarLixo Hospitalar
Lixo Hospitalar
 
Folder de residuos de lixo hospitalar
Folder de residuos de lixo hospitalarFolder de residuos de lixo hospitalar
Folder de residuos de lixo hospitalar
 
Seminário final - Resíduos - Semana do Meio Ambiente
Seminário final - Resíduos - Semana do Meio AmbienteSeminário final - Resíduos - Semana do Meio Ambiente
Seminário final - Resíduos - Semana do Meio Ambiente
 
Gereciamento de residuos na area de saude grupo ii
Gereciamento de residuos na area de saude grupo iiGereciamento de residuos na area de saude grupo ii
Gereciamento de residuos na area de saude grupo ii
 
Residuos hospitalares
Residuos hospitalares Residuos hospitalares
Residuos hospitalares
 
Gerenciamento de resíduos biológicos (resíduos de serviços de saúde)
Gerenciamento de resíduos biológicos (resíduos de serviços de saúde)Gerenciamento de resíduos biológicos (resíduos de serviços de saúde)
Gerenciamento de resíduos biológicos (resíduos de serviços de saúde)
 
Aula residuos de serviços da saúde
Aula   residuos de serviços da saúdeAula   residuos de serviços da saúde
Aula residuos de serviços da saúde
 
Gestão de resíduos hospitalares
Gestão de resíduos hospitalaresGestão de resíduos hospitalares
Gestão de resíduos hospitalares
 
Gerenciamento de resíduos biológicos
Gerenciamento de resíduos biológicosGerenciamento de resíduos biológicos
Gerenciamento de resíduos biológicos
 
PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
PROGRAMA  DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUO DE SERVIÇOS DE SAÚDEPROGRAMA  DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUO DE SERVIÇOS DE SAÚDE
 
PGRSS HNSC Apresentação
PGRSS HNSC ApresentaçãoPGRSS HNSC Apresentação
PGRSS HNSC Apresentação
 
PGRSS Plano de gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde
PGRSS   Plano de gerenciamento de resíduos dos serviços de saúdePGRSS   Plano de gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde
PGRSS Plano de gerenciamento de resíduos dos serviços de saúde
 
IFAM - SEDF12 - GESTÃO AMBIENTAL, GRUPO III: Gestão de Resíduos Hospitalares
IFAM - SEDF12 - GESTÃO AMBIENTAL, GRUPO III: Gestão de Resíduos HospitalaresIFAM - SEDF12 - GESTÃO AMBIENTAL, GRUPO III: Gestão de Resíduos Hospitalares
IFAM - SEDF12 - GESTÃO AMBIENTAL, GRUPO III: Gestão de Resíduos Hospitalares
 
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e Incinerador Hospitalar
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e Incinerador HospitalarGerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e Incinerador Hospitalar
Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde e Incinerador Hospitalar
 
Gerenciamento de resíduos
Gerenciamento de resíduosGerenciamento de resíduos
Gerenciamento de resíduos
 
Lixo Comum e Descarte do Lixo Hospitalar
Lixo Comum e Descarte do Lixo HospitalarLixo Comum e Descarte do Lixo Hospitalar
Lixo Comum e Descarte do Lixo Hospitalar
 
Cep 5 grss_2_cartilha
Cep 5 grss_2_cartilhaCep 5 grss_2_cartilha
Cep 5 grss_2_cartilha
 
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos 2018
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos 2018Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos 2018
Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos 2018
 
Six soluções anderson
Six soluções  andersonSix soluções  anderson
Six soluções anderson
 
PGRSS - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESIDUOS - Gabriela Elise / Enfermeira
PGRSS - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESIDUOS - Gabriela Elise / Enfermeira PGRSS - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESIDUOS - Gabriela Elise / Enfermeira
PGRSS - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESIDUOS - Gabriela Elise / Enfermeira
 

Semelhante a 10 lixo hospitalar[1]

Resíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptx
Resíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptxResíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptx
Resíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptxRaquelOlimpio1
 
Resíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptx
Resíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptxResíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptx
Resíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptxRaquelOlimpio1
 
Trab de biologia e saude
Trab de biologia e saudeTrab de biologia e saude
Trab de biologia e saudeMaria Menezes
 
Apresentação pra onde vai o seu lixo
Apresentação   pra onde vai o seu lixoApresentação   pra onde vai o seu lixo
Apresentação pra onde vai o seu lixoRICARDO PEGÊ TST
 
Aula residuosdeserviosdasade2-110528110549-phpapp01
Aula residuosdeserviosdasade2-110528110549-phpapp01Aula residuosdeserviosdasade2-110528110549-phpapp01
Aula residuosdeserviosdasade2-110528110549-phpapp01NayaraOliver
 
Cápsulas INFLA-TECH - Segmento Saneamento
Cápsulas INFLA-TECH - Segmento Saneamento Cápsulas INFLA-TECH - Segmento Saneamento
Cápsulas INFLA-TECH - Segmento Saneamento Inflatech Capsulas
 
Residuos 9e
Residuos 9eResiduos 9e
Residuos 9eMayjö .
 
Dr3 Tecnologia Ciencia
Dr3 Tecnologia CienciaDr3 Tecnologia Ciencia
Dr3 Tecnologia Cienciamega
 
Pop uso e descarte de material perfurocortante
Pop uso e descarte de material perfurocortantePop uso e descarte de material perfurocortante
Pop uso e descarte de material perfurocortanteItaecio Lane Itaecio Lane
 
Residuos 9 f
Residuos 9 fResiduos 9 f
Residuos 9 fMayjö .
 
LATEC - UFF. PALESTRA - RESÍDUOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE.
LATEC - UFF. PALESTRA - RESÍDUOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE.LATEC - UFF. PALESTRA - RESÍDUOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE.
LATEC - UFF. PALESTRA - RESÍDUOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE.LATEC - UFF
 
Slide, diga não ao lixo
Slide, diga não ao lixoSlide, diga não ao lixo
Slide, diga não ao lixodacnorte1
 

Semelhante a 10 lixo hospitalar[1] (20)

Resíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptx
Resíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptxResíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptx
Resíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptx
 
Resíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptx
Resíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptxResíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptx
Resíduos de serviço de saúde e lixo hospitalar.pptx
 
Trab de biologia e saude
Trab de biologia e saudeTrab de biologia e saude
Trab de biologia e saude
 
Apresentação pra onde vai o seu lixo
Apresentação   pra onde vai o seu lixoApresentação   pra onde vai o seu lixo
Apresentação pra onde vai o seu lixo
 
Aula residuosdeserviosdasade2-110528110549-phpapp01
Aula residuosdeserviosdasade2-110528110549-phpapp01Aula residuosdeserviosdasade2-110528110549-phpapp01
Aula residuosdeserviosdasade2-110528110549-phpapp01
 
PROJETO LIXO NO LIXO.ppt
PROJETO LIXO NO LIXO.pptPROJETO LIXO NO LIXO.ppt
PROJETO LIXO NO LIXO.ppt
 
Resíduos.pdf
Resíduos.pdfResíduos.pdf
Resíduos.pdf
 
Cápsulas INFLA-TECH - Segmento Saneamento
Cápsulas INFLA-TECH - Segmento Saneamento Cápsulas INFLA-TECH - Segmento Saneamento
Cápsulas INFLA-TECH - Segmento Saneamento
 
Autor
AutorAutor
Autor
 
Residuos 9e
Residuos 9eResiduos 9e
Residuos 9e
 
Dr3 Tecnologia Ciencia
Dr3 Tecnologia CienciaDr3 Tecnologia Ciencia
Dr3 Tecnologia Ciencia
 
Lixo5
Lixo5Lixo5
Lixo5
 
Lixo5
Lixo5Lixo5
Lixo5
 
Lixo
LixoLixo
Lixo
 
Engenharia Ambiental - Resíduos
Engenharia Ambiental -  ResíduosEngenharia Ambiental -  Resíduos
Engenharia Ambiental - Resíduos
 
Pop uso e descarte de material perfurocortante
Pop uso e descarte de material perfurocortantePop uso e descarte de material perfurocortante
Pop uso e descarte de material perfurocortante
 
Residuos 9 f
Residuos 9 fResiduos 9 f
Residuos 9 f
 
LATEC - UFF. PALESTRA - RESÍDUOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE.
LATEC - UFF. PALESTRA - RESÍDUOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE.LATEC - UFF. PALESTRA - RESÍDUOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE.
LATEC - UFF. PALESTRA - RESÍDUOS DE SERVIÇOS DA SAÚDE.
 
Slide, diga não ao lixo
Slide, diga não ao lixoSlide, diga não ao lixo
Slide, diga não ao lixo
 
Lixo5
Lixo5Lixo5
Lixo5
 

Mais de Renatbar

Acidentes de trabalho com perfurocortantes
Acidentes de trabalho com perfurocortantesAcidentes de trabalho com perfurocortantes
Acidentes de trabalho com perfurocortantesRenatbar
 
Acidentes com perfuro cortantes
Acidentes com perfuro cortantesAcidentes com perfuro cortantes
Acidentes com perfuro cortantesRenatbar
 
Acidentes com motoristas
Acidentes com motoristasAcidentes com motoristas
Acidentes com motoristasRenatbar
 
Acidentes com material biológico
Acidentes com material biológicoAcidentes com material biológico
Acidentes com material biológicoRenatbar
 
A saúde mental está doente! a síndrome de burnout em psicólogos
A saúde mental está doente! a síndrome de burnout em psicólogosA saúde mental está doente! a síndrome de burnout em psicólogos
A saúde mental está doente! a síndrome de burnout em psicólogosRenatbar
 
A importância da saúde, segurança
A importância da saúde, segurançaA importância da saúde, segurança
A importância da saúde, segurançaRenatbar
 
A importância da odontologia legal
A importância da odontologia legalA importância da odontologia legal
A importância da odontologia legalRenatbar
 
A gestao do risco hospitalar
A gestao do risco hospitalar A gestao do risco hospitalar
A gestao do risco hospitalar Renatbar
 
Acidentes do trabalho e indenização acidentária
Acidentes do trabalho e indenização acidentáriaAcidentes do trabalho e indenização acidentária
Acidentes do trabalho e indenização acidentáriaRenatbar
 
A identificação e a análise de riscos
A identificação e a análise de riscosA identificação e a análise de riscos
A identificação e a análise de riscosRenatbar
 
Acidentes de trabalho fatores e influencias comportamentais
Acidentes de trabalho  fatores e influencias comportamentaisAcidentes de trabalho  fatores e influencias comportamentais
Acidentes de trabalho fatores e influencias comportamentaisRenatbar
 
Agroecologia conceitos e princpios1
Agroecologia conceitos e princpios1Agroecologia conceitos e princpios1
Agroecologia conceitos e princpios1Renatbar
 
Guia tecnico risco biologico nr-32
Guia tecnico risco biologico nr-32Guia tecnico risco biologico nr-32
Guia tecnico risco biologico nr-32Renatbar
 
A aplicação de espoleta eletrônica de rochas com explosivos
A aplicação de espoleta eletrônica de rochas com explosivosA aplicação de espoleta eletrônica de rochas com explosivos
A aplicação de espoleta eletrônica de rochas com explosivosRenatbar
 
69895114 aula-insalubridade-e-periculosidade-d-trabalho-ii
69895114 aula-insalubridade-e-periculosidade-d-trabalho-ii69895114 aula-insalubridade-e-periculosidade-d-trabalho-ii
69895114 aula-insalubridade-e-periculosidade-d-trabalho-iiRenatbar
 
5 pontos altos___cinco_maneiras_de_reduzir_riscos_nos_sitios_de_construcao
5 pontos altos___cinco_maneiras_de_reduzir_riscos_nos_sitios_de_construcao5 pontos altos___cinco_maneiras_de_reduzir_riscos_nos_sitios_de_construcao
5 pontos altos___cinco_maneiras_de_reduzir_riscos_nos_sitios_de_construcaoRenatbar
 
2 doença relacionada ao trabalho
2 doença relacionada ao trabalho2 doença relacionada ao trabalho
2 doença relacionada ao trabalhoRenatbar
 
Espacos confinados
 Espacos confinados Espacos confinados
Espacos confinadosRenatbar
 

Mais de Renatbar (20)

Acidentes de trabalho com perfurocortantes
Acidentes de trabalho com perfurocortantesAcidentes de trabalho com perfurocortantes
Acidentes de trabalho com perfurocortantes
 
Acidentes com perfuro cortantes
Acidentes com perfuro cortantesAcidentes com perfuro cortantes
Acidentes com perfuro cortantes
 
Acidentes com motoristas
Acidentes com motoristasAcidentes com motoristas
Acidentes com motoristas
 
Acidentes com material biológico
Acidentes com material biológicoAcidentes com material biológico
Acidentes com material biológico
 
A saúde mental está doente! a síndrome de burnout em psicólogos
A saúde mental está doente! a síndrome de burnout em psicólogosA saúde mental está doente! a síndrome de burnout em psicólogos
A saúde mental está doente! a síndrome de burnout em psicólogos
 
A importância da saúde, segurança
A importância da saúde, segurançaA importância da saúde, segurança
A importância da saúde, segurança
 
A importância da odontologia legal
A importância da odontologia legalA importância da odontologia legal
A importância da odontologia legal
 
A gestao do risco hospitalar
A gestao do risco hospitalar A gestao do risco hospitalar
A gestao do risco hospitalar
 
Acidentes do trabalho e indenização acidentária
Acidentes do trabalho e indenização acidentáriaAcidentes do trabalho e indenização acidentária
Acidentes do trabalho e indenização acidentária
 
A identificação e a análise de riscos
A identificação e a análise de riscosA identificação e a análise de riscos
A identificação e a análise de riscos
 
Acidentes de trabalho fatores e influencias comportamentais
Acidentes de trabalho  fatores e influencias comportamentaisAcidentes de trabalho  fatores e influencias comportamentais
Acidentes de trabalho fatores e influencias comportamentais
 
Tlv acgih
Tlv acgihTlv acgih
Tlv acgih
 
Pprps
PprpsPprps
Pprps
 
Agroecologia conceitos e princpios1
Agroecologia conceitos e princpios1Agroecologia conceitos e princpios1
Agroecologia conceitos e princpios1
 
Guia tecnico risco biologico nr-32
Guia tecnico risco biologico nr-32Guia tecnico risco biologico nr-32
Guia tecnico risco biologico nr-32
 
A aplicação de espoleta eletrônica de rochas com explosivos
A aplicação de espoleta eletrônica de rochas com explosivosA aplicação de espoleta eletrônica de rochas com explosivos
A aplicação de espoleta eletrônica de rochas com explosivos
 
69895114 aula-insalubridade-e-periculosidade-d-trabalho-ii
69895114 aula-insalubridade-e-periculosidade-d-trabalho-ii69895114 aula-insalubridade-e-periculosidade-d-trabalho-ii
69895114 aula-insalubridade-e-periculosidade-d-trabalho-ii
 
5 pontos altos___cinco_maneiras_de_reduzir_riscos_nos_sitios_de_construcao
5 pontos altos___cinco_maneiras_de_reduzir_riscos_nos_sitios_de_construcao5 pontos altos___cinco_maneiras_de_reduzir_riscos_nos_sitios_de_construcao
5 pontos altos___cinco_maneiras_de_reduzir_riscos_nos_sitios_de_construcao
 
2 doença relacionada ao trabalho
2 doença relacionada ao trabalho2 doença relacionada ao trabalho
2 doença relacionada ao trabalho
 
Espacos confinados
 Espacos confinados Espacos confinados
Espacos confinados
 

10 lixo hospitalar[1]

  • 1. www.eduardodantas.adv.br Obra protegida por direitos autorais. Permitida a reprodução, desde que mencionada a fonte LIXO HOSPITALAR E (IR)RESPONSABILIDADE CIVIL Eduardo Dantas Um dos (muitos) grandes problemas da saúde contemporânea, característicos de grandes centros urbanos sem adequado comprometimento da administração pública, é a questão do descarte do chamado lixo hospitalar. Diferentemente do lixo urbano e do industrial, aquele primeiro requer cuidados especiais, em virtude de seu alto potencial ofensivo à saúde e ao meio ambiente. Dentro de um hospital, nem todo o lixo produzido é hospitalar propriamente dito, haja vista que o lixo proveniente dos setores administrativos se comporta como se fosse da classe dos lixos urbanos. Preocupante é aquela porção que pode estar contaminada com vírus ou bactérias patogênicas das salas de cirurgia e curativos, das clínicas dentárias, dos laboratórios de análises, dos ambulatórios e até de clínicas e laboratórios não localizados em hospitais, além de biotérios e veterinárias. A composição de tal lixo é a mais variada possível, podendo ser constituída de restos de alimentos de enfermos, restos de limpeza de salas de cirurgia e curativos, gazes, ataduras, peças anatômicas etc. Os hospitais são obrigados a providenciar o tratamento e transporte adequado dos resíduos contaminados neles gerados, exceto os radioativos. Certos materiais hospitalares, como aventais que mantiveram constante contato com raios eletromagnéticos de alta energia como raios X são categorizados como lixo nuclear, e recebem tratamento diferente. Os resíduos radioativos devem ser devolvidos aos fabricantes. Os materiais farmacêuticos devem ser recolocados nos recipientes originais e devolvidos aos fabricantes. Já o lixo reciclável não pode ter o mesmo destino dos infectantes. Para esse existem três processos: reciclagem, compostagem e os aterros . É importante estar atento ao manuseio deste lixo, pois as pessoas que o manipulam podem ficar sujeitas a doenças e levarem para outras, vários tipos de contaminação. O lixo hospitalar contaminado deve ser embalado de forma especial, seguindo normas de segurança específicas, utilizando-se sempre sacos identificados, grossos e resistentes. O depósito desses sacos deve ser em vasilhames bem vedados e estes colocados fora do alcance de pessoas, até a chegada do carro próprio para a coleta. Nunca tais lixos devem aguardar a coleta em locais públicos ou calçadas. Esse lixo deve ser recolhido por empresas especializadas. Seu destino é o incinerador onde é queimado e transformado em cinzas.O problema é que a incineração libera gases tóxicos, uma vez que esse lixo pode conter diversos tipos de resinas e outros materiais cuja queima além de liberar CO2, também podem liberar outros gases. O ideal seria fazer como em alguns países nos
  • 2. www.eduardodantas.adv.br Obra protegida por direitos autorais. Permitida a reprodução, desde que mencionada a fonte quais o lixo é levado para a autoclave, na qual é submetido à alta pressão e temperatura, assim todos os microorganismo são mortos, e o lixo pode ir para aterros especiais. A pior forma, e que deve ser evitada, é levar o lixo hospitalar para usinas de lixo urbano, aterros sanitários e lixões, o que é praxe. Se o lixo hospitalar contaminado for parar em aterros sem o devido tratamento, as conseqüências são muito graves. O solo e os lençóis d’água podem ser contaminados que conseqüentemente contaminaria as pessoas que freqüentam os aterros, à procura de alimento ou algo útil. Moscas e outros animais também podem ser contaminados e logo depois passariam essas infecções ao entrarem em contato com pessoas ou alimentos. A falta de um controle adequado, e de regras claras para o descarte deste material pode gerar para as instituições hospitalares, além de multas de caráter sanitário ou ambiental, sanções outras em virtude dos possíveis problemas, já que os administradores são penal e civilmente responsáveis pelos danos que venham a causar a terceiros ou à coletividade. Minimizar riscos, cobrando do poder público a construção de locais adequados para o descarte, além de eticamente louvável, também é sinônimo de respeito ao paciente, ao ambiente e à saúde, em seu mais amplo significado. Eduardo Dantas é advogado, especialista em Direito Médico. Mestrando em Direito Médico pela University of Glasgow – Escócia. É presidente da APEDIMES – Associação Pernambucana de Direito Médico e da Saúde. e-mail: presidente@apedimes.com.br