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Por que a torrada cai de ponta-cabeça?
Parece perseguição do azar: quando escapa da mão, um pedaço de pão ou torrada sempre aterrissa com a manteiga voltada
para baixo. Mas, segundo o físico Robert Matthews, da universidade de Aston, em Birmingham, na Inglaterra, o inevitável
acidente não é obra do destino, mas resultado da ação da força de gravidade. Depois de passar dias criando e resolvendo
complicadas equações, ele chegou à conclusão de que a manteiga sempre vai de encontro ao chão simplesmente porque a
torrada não tem tempo, durante a queda, de se virar para cima. Quando escorrega de uma mesa de altura média (cerca de
80 centímetros), ela começa a girar no ar. Daí para frente, o movimento segue o mesmo sentido, ao longo da queda. Para
não cair de cabeça para baixo, a torrada teria que dar uma volta bem grande em torno de si mesma, ou seja, percorrer cerca
de 270 graus, voltando a face amanteigada para cima. Mas, no final dos 80 centímetros da viagem, ela não tem tempo para
isso. Matthews fez os cálculos e concluiu: se não quiser manchar o tapete, melhor comer sua torrada no alto de uma escada.
(Superinteressante, ano 9, nº 10)

Um ouvido para cada som
Estudo mostra que se ouve melhor música do lado esquerdo e frases do lado direito
A aptidão musical de algumas pessoas, enquanto outras não conseguem cantar no chuveiro sem causar a ira dos vizinhos,
sempre intrigou os cientistas. A resposta desse mistério pode estar no lugar mais óbvio: o ouvido, de acordo com uma
pesquisa recente. Segundo o estudo da escola de medicina da Universidade da Califórnia, publicado na revista científica
americana Science, o ouvido humano é especializado: o direito capta melhor as palavras e o esquerdo, os sons musicais.
Durante seis anos, os pesquisadores fizeram testes com um aparelho que emite sons em mais de 3.000 recém-nascidos,
antes que eles saíssem do hospital. Um dos sons era parecido com o ritmo de um discurso. O outro era de tons musicais. Os
bebês reagiram melhor ao escutar os sons parecidos com música no ouvido esquerdo e ao ouvir sons semelhantes a
conversas no direito. As diferenças entre os lados do corpo não são novidade, mas nunca se havia percebido que isso inclui a
especialização da percepção auditiva. No fim do século XIX, o médico francês Paul Broca elaborou a teoria de que o
hemisfério direito do cérebro, associado à criatividade e à aptidão musical, controla o lado esquerdo do corpo. O hemisfério
esquerdo, associado à capacidade analítica e à fala, controla o lado direito. Pesquisas científicas realizadas no século
seguinte comprovaram que Broca estava certo. O que se vê agora, com o trabalho dos pesquisadores da Universidade da
Califórnia, é que esse tipo de organização das funções cerebrais tem conexões ainda mais amplas. "O estudo mostrou que o
processo auditivo ocorre primeiro no ouvido e só depois vai para os hemisférios cerebrais", diz a pesquisadora Barbara Cone-
Wesson, uma das responsáveis pelo trabalho. "Desde o nascimento, o ouvido está preparado para distinguir todos os tipos
de som e enviá-los para o lado correto do cérebro." Uma pesquisa anterior tinha observado que crianças com problemas de
audição no ouvido direito têm maior dificuldade de aprendizado que aquelas com problemas no ouvido esquerdo – mas
faltava uma explicação para essa diferença. Outro estudo, este da Universidade Estadual Sam Houston, no Texas, havia
concluído que frases com grande carga emocional, como declarações de amor e críticas, são mais bem lembradas se ditas
no ouvido esquerdo. "As descobertas podem ajudar a desenvolver aparelhos auditivos específicos para captar melhor as
palavras ou a música, de acordo com a necessidade do deficiente auditivo", diz a médica Yvonne Sininger, que coordenou o
trabalho da Universidade da Califórnia.
(Revista Veja On-line)

Gelatina Doce curiosidade.
A Gelatina é uma sobremesa rápida, fácil de fazer e está disponível nos mais variados sabores e cores. Mas para muitas
pessoas ela é verdadeiramente um a incógnita. De que é feito, como vira pó? Vamos tentar esclarecer algumas dessas
dúvidas. E veremos como é doce saciar a curiosidade! Tem gente que vai torcer nunca mais comer gelatina na vida. Mas é
preciso dizer a verdade: a gelatina é produzida a partir da pele, dos ossos e dos tendões, as fibras que unem os músculos
aos ossos, de animais como bois e porcos. A primeira vista pode não parecer muito apetitoso. Mas faz todo o sentido se a
gente souber que a gelatina nada mais é do que um tipo de proteína, chamado de colágeno, que existe em grande
quantidade nessas partes do corpo dos animais, e do nosso próprio organismo também. Para se transformar em gelatina, a
pele, os ossos e os tendões de bois e porcos passam por um longo processo. Primeiro, eles são lavados. A seguir são
fervidos em água para a retirada da gordura. Depois, passam um bom tempo de molho em uma solução ácida ou alcalina (o
contrário de ácida). Essa etapa é muito importante, porque é quando o colágeno começa a ser quebrado em pedaços
menores, o que permite que ele se torne solúvel, ou seja, que se dissolva em água. Mas o processo não acaba aí, após
retirar o colágeno de peles, ossos e tendões, transformar o colágeno e me líquido, será preciso submetê-lo a uma secagem,
formando aí folhas de gelatina, que encontramos em casa de produtos naturais. Se forem trituradas essas folhas darão
origem a um pó que, misturado a açúcares, corantes e aromatizantes, formarão a gelatina que conhecemos e compramos no
mercado. Então, aprendeu como se faz? E agora, pronto (a) para degustar uma gelatinazinha geladinha?
Revista Ciências Hoje das Crianças, Ano 20. nº 181, Julho de 2007. pp.3 a 5.

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