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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE EDUCAÇÃO

Aquisição da escrita: desejo que faz fronteira ao gozo.
Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise

Marisa Assunção Teixeira
Orientadora: Claudia Rosa Riolfi
OBJETO DE PESQUISA

Cenas escolares envolvendo crianças em impasse
na etapa de alfabetização.
OBJETIVO GERAL

1) Examinar em que medida os caminhos da pulsão na
criança têm relação com o acesso aos objetos de
conhecimento, com privilégio na escrita.
2) Como o (a) professor (a) pode estabelecer uma
parceria produtiva com o (a) aluno (a) para a
aprendizagem da leitura e da escrita.
OBJETIVO ESPECÍFICO

A partir da análise de alguns excertos extraídos da
prática, circunscrever as operações necessárias por
parte da criança e pelo lado professor para a iniciação
no universo da escrita, partindo do pressuposto do
sujeito como ser de linguagem.
PERGUNTAS DE PESQUISA

1) Em que momento da articulação pulsional a criança
se lança em direção à aprendizagem da escrita?
2) Qual operação que a (o) professora (o) tem de
colocar em marcha para se tornar um parceiro
produtivo nessa empreitada?
TESE
1) É possível correlacionar a dimensão pulsional com o
acesso à escrita, na medida em que a quebra do
narcisismo (atitude que toma o próprio corpo como
objeto de satisfação) possibilita a abertura para o
aprendizado da escrita alfabética.
2) O (a) professor (a) pode exercer grande influência
para potencializar este processo, caso não incorra
em cristalização dos papeis sociais (narcisismo), e
consiga alternar nas posições enunciativas.
PESQUISA EM PSICANÁLISE

CONSTITUIÇÃO DOS CORPORA
Uma transcrição de um vídeo clipe que foi produzido a
partir da gravação em vídeo de uma aula de língua
portuguesa.
Narrativas organizadas em excertos, envolvendo
crianças em impasse na etapa de alfabetização.
PESQUISA EM PSICANÁLISE
FERRAMENTAS METODOLÓGICAS
 Construção do caso referenciada na “pesquisa psicanalítica” . A partir do
material empírico trazido pela criança, pela professora e por outros agentes
e pela transferência instaurada no processo, a narradora extrai inferências,
seleciona aspectos, destaca falas e ações para compor, construir a cena por
escrito.
 A transferência de trabalho: refere-se à conexão entre a pesquisadora e
as narrativas escritas selecionadas para compor o corpus. A transferência
de trabalho atende uma posição desejante de conectar a minha experiência
como participante do GEPPEP, que se reúne em torno de um tema comum – a
produção escrita dos estudantes da educação básica e do ensino superior –
com minha experiência com as crianças em impasse em relação à iniciação
na escrita.
PESQUISA EM PSICANÁLISE
FERRAMENTAS METODOLÓGICAS
 Posição discursiva: a pessoa pode ocupar diversos lugares, conforme se
ponha sob um ou outros dos significantes que constituem a estrutura dos
quatro discursos: do mestre, da histérica, do analista e da universidade,
correspondendo, respectivamente, ao governar, interrogar, silenciar e
educar.
A mesma pessoa nomeada Marisa ocupa a posição de pesquisadora e de
narradora. Nos excertos a narradora ora está como “Adulto na posição de
professor” ora como especialista em aprendizagem e comportamento, via
seu título de psicóloga.
CONCEITOS E NOÇÕES
ESCRITA
1) A escrita é representação da língua falada, tendo em Saussure seu
expoente.
1.1. É instrumento produzido de forma consciente, intencional, por
convenção cultural, de cunho universal.
2) A escrita é independente em relação à língua, estabelecendo com esta uma
relação de contingência, concepção derivada dos ensino de Lacan.
2.1. Na apropriação da escrita pela criança existe uma reciprocidade entre
o universal (a cultura) e o singular (o sujeito do desejo), processo que
opera por rupturas, embaraços e deslocamentos, em que o raciocínio, a
reflexão e a consciência são fenômenos intermitentes e revelam o modo do
sujeito se posicionar frente ao conhecimento.
CONCEITOS E NOÇÕES
SUBSTITUIÇÃO DA NOÇÃO DE DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM PELA DE
IMPASSE OU EMBARAÇO
1) Dificuldade de aprendizagem: baseada em etapas cronológicas do
desenvolvimento, quando os alunos não atingem o nível de conhecimentos
esperado para sua faixa etária.
2) Impasse ou embaraço: relacionado ao tempo lógico, uma das coordenadas
temporais propostas por Lacan, que age por retroação, volta para trás e
salta para frente, ignorando sequência ou sucessão, fazendo com que o
sujeito extraia conclusões singulares que não estão referenciadas àquilo
que é esperado cronologicamente.
- É a articulação particular que a criança faz dos tempos de ver,
compreender e concluir.
CONCEITOS E NOÇÕES
LINGUAGEM
1) Pela perspectiva da linguística
A linguagem coordena (pelas leis da linearidade e as relações de
semelhanças e diferenças) e associa (ligações regidas por princípios
diversos: analogia de significação – ensino, instrução, educação;
semelhança das imagens acústicas –“vamos embora, bombar”, “vamos
embora, prum bar”).
2) Pela perspectiva da psicologia de Vigotski
A noção de linguagem é oscilante e tem o sentido de fala, discurso,
conversa, capacidade de falar. Também pode ser a forma específica de os
seres se comunicarem entre si (linguagem de sinais, linguagem sonora –
a fala –, reações vocais).
CONCEITOS E NOÇÕES
LINGUAGEM

3) A acepção de linguagem que inclui o sujeito e o equívoco
constitutivo: a psicanálise retomada por Lacan
O sujeito é divido entre o “eu” e o “isso”. O “isso” comparece na
forma de tropeço – o sonho, o ato falho, o chiste –, em um
momento de eclipse da consciência, se manifestando como
equívoco.
CONCEITOS E NOÇÕES
PULSÃO

1) Conceito utilizado por Freud para designar a energia fundamental
de uma pessoa, ligada ao que foi, outrora, uma função biológica do
corpo do bebê; surgiu de dentro do seu próprio organismo.
2) Não há como fugir desta força e ela é a base para se distinguir
entre um “de dentro” e um “de fora” fazendo com que o bebê
empreenda atividades complexas e interligadas para mobilizar o
mundo externo a fim de proporcionar satisfação à sua fonte
interna de estimulação.
3) É uma força vital mutifacetada, podendo-se falar no plural: pulsões.
CONCEITOS E NOÇÕES
PULSÃO

4) A psicanálise vai falar de um corpo pulsional que funciona de
acordo com uma variedade de arranjos e onde as pulsões atuam
independentes umas das outras, até poderem alcançar uma
síntese que, via de regra, passa pela resolução edípica.
5) As pulsões também podem funcionar em curto-circuito,
deixando a pessoa à mercê de sua força bruta.
6) A noção de corpo pulsional é uma perspectiva contrária à da
biologia e da medicina, que tomam o corpo como materialidade
unificada e organizada, submetido a leis de desenvolvimento e
maturação.
A variedade dos arranjos das pulsões se desdobram nas formações do
inconsciente ou nas formações narcísicas, fazendo com que a criança
entre na dinâmica do desejo e possa se lançar no universo da escrita
ou, ao contrário, se ver inibida ou embaraçada.
Vou ilustrar este argumento com três exemplos:
 Ian (8 anos, pela segunda vez no 2º ano do ciclo I), não falava, andou
tardiamente, não se exprimia graficamente, usava de gestos para
mostrar suas motivações.
 Maria Isabela (7 anos, 1º ano inicial), recusava-se a falar, desenho
pouco estruturado, garatujas.
 Carlos (11 anos, 2º ano do ciclo II), recusava-se a falar, identificava as
letras do alfabeto, mas não lia nem escrevia.
IAN E SUAS TENTATIVAS DE OPERAR NA LINGUAGEM
A partir da transcrição de um vídeo clipe que compunha os corpora, procurouse indícios que pudessem confirmar que o menino operava na linguagem. Para
tanto seria preciso identificar as operações de coordenação (linearidade
temporal, diferenças) e associação (com outras informações, pensamentos e
acontecimento). Pode-se inferir:
1) Ian privilegiava o som da palavra em detrimento das imagens
apresentadas (figuras).
2) Fazia vocalizações que pareciam reproduzir os fonemas mais destacados
da verbalização da professora.
3) Esforçava-se para corresponder aos turnos do diálogo.
4) Parecia estar operando com o conceito, ao tornar presente o ausente.
5) Demonstrava capacidade de evocar e associar com eventos de sua
experiência.
IAN E SUAS TENTATIVAS DE OPERAR NA LINGUAGEM
Os indícios sugerem:
1) Ian estava tentando fazer operações de coordenação e associação. A
coordenação está no esforço do menino em manter reciprocidade nos
turnos do diálogo. A associação está ligada à ideia “o leão é perigoso”,
com acontecimentos vividos como o jogo de figurinhas (quando bate a
figura) ou quando aponta o dedo para as figuras (à semelhança de
apontar as palavras para localizar e ajustar as letras).
2) Ian se depara com os equívocos de interpretação de sua professora e
os seus próprios. A ausência de mecanismos de regulação e controle
neste que é um diálogo muito principiante pode ter sido responsável
pela desistência de interlocuções futuras.
Impasses do estádio narcísico: o silêncio de Maria Isabela
Impasses do estádio narcísico: o silêncio de Maria Isabela
Pela sua produção gráfica percebe-se
1) Formula hipóteses sobre a escrita, distinguindo entre desenho e letras.
2) Usa garatujas para escrever nomes na direção da esquerda para a direita.
3) Na escrita do nome “Marisa” fez garatujas variadas, como se
compreendesse que precisaria de letras diferentes para escrevê-lo.
4) Na escrita de seu próprio nome repetiu várias vezes uma mesma garatuja
como se entendesse que o nome tem vários sons de /a/.
5) Parece entender que seu nome é bem grande, pela quantidade de garatujas
que fez.
6) O desempenho gráfico-motor é precário bem como o arranjo espacial dos
itens é disperso.
7) Maria Isabela mostra um vacilo no desenho da boneca e da menina
(substitutos de imagem do próprio corpo), com formas que não se unem e
não se integram.
Impasses do estádio narcísico: o silêncio de Maria Isabela
Efeitos a partir da intervenção do “Adulto na posição de professor”:
1) A ação de nomear as partes do corpo da boneca teve o efeito de fazer com
que Maria Isabela desenhasse a si mesma e se dirigisse oralmente ao “adulto
na posição de professor”, falando a palavra “menina”.
2) A nomeação deu uma significação para o que estava fora da ordem da
linguagem, o que ainda não tinha contornos – o corpo próprio.
3) A aceitação por parte do “adulto em posição de professor” dos rabiscos
pouco estruturados como sendo denotativos de “boneca”, de “Marisa”, do
“fantasma”, dos “gatos” e da própria Maria Isabela acrescida das respectivas
nomeações, devolveu potência a menina ao ser reconhecida pela sua
produção.
4) A significação deu oportunidade à Maria Isabela de transpor o imaginário,
aguentar o medo de desaparecer (morte). Faltava assumir-se como
imperfeita e procurar buscar ser reconhecida nos objetos de conhecimento.
A FORÇA DO NARCISISMO NO SILÊNCIO DE CARLOS
A FORÇA DO NARCISISMO NO SILÊNCIO DE CARLOS
1) Carlos resiste à aproximação do “Adulto na posição de professor”, negando-se
a mostrar a ela suas lições.
2) Essa atitude de controle mobilizou o seu orgulho de especialista em educação,
mexeu com seu narcisismo.
3) Para poder novamente se assumir como um adulto que tem como ponto de
honra introduzir as novas gerações na ordem simbólica, ela retorna à carteira
de Carlos, anunciando: “você não precisa falar nada, eu falo no seu lugar”.
4) O “adulto em posição de professor” não confronta a recusa de Carlos em falar
e nem dá a ele liberdade para fazer o que quiser. Ao invés, acena com uma
negociação.
5) Carlos mostra-se produtivo diante das adaptações improvisadas de
interpretação de texto solicitada pelo “adulto na posição de professor”.
6) Para Carlos a atitude narcisista se tratava de defender (através da recusa em
escrever e em falar) a sua imperfeição, a sua falta de potência.
AS PARCERIAS PARA A AQUISIÇÃO DA ESCRITA

A diferença entre a professora titular e o “Adulto na posição de
professor” é que ambas mobilizam diferentes éticas educacionais:
1) A professora titular queria explicações para as atitudes de
Carlos, crente que nelas poderia encontrar as prescrições de
como lidar com o menino.
2) O “adulto na posição de professor” estava preocupada em como
fazer o jovem criar gosto pelo conhecimento e se arriscar pelo
desconhecido.
3) Para uma parceria produtiva na aquisição da escrita é
imprescindível que o (a) professor (a) alterne nos lugares que
ocupa em relação à alteridade, lançando mão de operações que
engendrem movimentos no aluno.
AS PARCERIAS PARA A AQUISIÇÃO DA ESCRITA
Quadro 17 – Correlação entre posição enunciativa e posição subjetiva
Posição enunciativa

Eu não sei nada, quem sabe é o
outro.

Posição subjetiva
Efeitos
Alienação no desejo do
Delegação, conformismo, apatia.
Outro/narcisismo /identidade
alienante.

Eu sei tudo, o que não sei, não
existe.

Identificação imaginária ao
desejo do Outro/narcisismo

Eu trabalho.

Eu invento.

Fechamento, reprodução,
prepotência, irrealidade, fantasia
de completude, falta de prova
lógica.
Separação do desejo do
Elaboração nova, consequência,
Outro/identificação simbólica. responsabilidade, sublimação.

Separação do desejo do outro;
honrar a filiação simbólica;
criar um lugar novo para si
que também possa ser
transmitido.

Sublimação,
Invenção,
Criatividade,
Inauguração de uma nova linhagem
OS EFEITOS EM CARLOS PROVOCADOS PELA MUDANÇA DE POSIÇÃO ENUNCIATIVA DA
PROFESSORA TITULAR
OS EFEITOS EM CARLOS PROVOCADOS PELA MUDANÇA DE POSIÇÃO ENUNCIATIVA DA
PROFESSORA TITULAR

1) Para obter esta produção de Carlos a professora titular teve de
alternar entre uma posição narcisista de ser reconhecida como uma
“professora super dedicada” e uma posição de “Eu trabalho”, assumindo
uma posição de escuta.
2) Escuta que se vê pela escolha dos exercícios, garantindo o delicado
equilíbrio subjetivo de Carlos: entre a imagem de corpo e o texto.
3) O saber da professora titular é algo que faz parte do saber inconsciente,
saber artesanal, aquele que o sujeito não sabe que possui, mas que de
fato está ali, a espera de um momento de se apresentar.
4) Um saber que não se aprende nos bancos da graduação nem na
formação continuada, mas que não pode prescindir de uma parceria, de
uma interlocução, como aquela que foi estabelecida entre as quatro
profissionais envolvidas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
1) À pergunta que procurava investigar em que momento da

articulação pulsional a criança se lança em direção à
aprendizagem da leitura e da escrita, eu procurei responder com
as discussões sobre o Carlos.
1.1.) É o momento no qual a criança consegue ultrapassar a
completude da imagem idealizada do corpo (narcisismo) para
fazer uso do material linguístico-discursivo para produzir
efeitos de sentido.
1.2.) As características desta dinâmica são sempre singulares e
não podem ser generalizadas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

2) Com Ian, Maria Isabela e Carlos eu tentei explorar a pergunta
que dizia respeito a qual operação o professor tem de colocar em
marcha para se tornar um parceiro produtivo. Elas estão
resumidas em:
a) Adotar uma posição de escuta.
b) Fazer com que sua intervenção seja permeada por uma postura
ética que vise a relação da criança com o conhecimento.
c) Reconhecer o seu não saber, que é da instância do inconsciente.
Endereço eletrônico:
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-27052013121138/es.php

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Aquisição da escrita e o impasse da criança

  • 1. UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE EDUCAÇÃO Aquisição da escrita: desejo que faz fronteira ao gozo. Um estudo a partir da perspectiva da psicanálise Marisa Assunção Teixeira Orientadora: Claudia Rosa Riolfi
  • 2. OBJETO DE PESQUISA Cenas escolares envolvendo crianças em impasse na etapa de alfabetização.
  • 3. OBJETIVO GERAL 1) Examinar em que medida os caminhos da pulsão na criança têm relação com o acesso aos objetos de conhecimento, com privilégio na escrita. 2) Como o (a) professor (a) pode estabelecer uma parceria produtiva com o (a) aluno (a) para a aprendizagem da leitura e da escrita.
  • 4. OBJETIVO ESPECÍFICO A partir da análise de alguns excertos extraídos da prática, circunscrever as operações necessárias por parte da criança e pelo lado professor para a iniciação no universo da escrita, partindo do pressuposto do sujeito como ser de linguagem.
  • 5. PERGUNTAS DE PESQUISA 1) Em que momento da articulação pulsional a criança se lança em direção à aprendizagem da escrita? 2) Qual operação que a (o) professora (o) tem de colocar em marcha para se tornar um parceiro produtivo nessa empreitada?
  • 6. TESE 1) É possível correlacionar a dimensão pulsional com o acesso à escrita, na medida em que a quebra do narcisismo (atitude que toma o próprio corpo como objeto de satisfação) possibilita a abertura para o aprendizado da escrita alfabética. 2) O (a) professor (a) pode exercer grande influência para potencializar este processo, caso não incorra em cristalização dos papeis sociais (narcisismo), e consiga alternar nas posições enunciativas.
  • 7. PESQUISA EM PSICANÁLISE CONSTITUIÇÃO DOS CORPORA Uma transcrição de um vídeo clipe que foi produzido a partir da gravação em vídeo de uma aula de língua portuguesa. Narrativas organizadas em excertos, envolvendo crianças em impasse na etapa de alfabetização.
  • 8. PESQUISA EM PSICANÁLISE FERRAMENTAS METODOLÓGICAS  Construção do caso referenciada na “pesquisa psicanalítica” . A partir do material empírico trazido pela criança, pela professora e por outros agentes e pela transferência instaurada no processo, a narradora extrai inferências, seleciona aspectos, destaca falas e ações para compor, construir a cena por escrito.  A transferência de trabalho: refere-se à conexão entre a pesquisadora e as narrativas escritas selecionadas para compor o corpus. A transferência de trabalho atende uma posição desejante de conectar a minha experiência como participante do GEPPEP, que se reúne em torno de um tema comum – a produção escrita dos estudantes da educação básica e do ensino superior – com minha experiência com as crianças em impasse em relação à iniciação na escrita.
  • 9. PESQUISA EM PSICANÁLISE FERRAMENTAS METODOLÓGICAS  Posição discursiva: a pessoa pode ocupar diversos lugares, conforme se ponha sob um ou outros dos significantes que constituem a estrutura dos quatro discursos: do mestre, da histérica, do analista e da universidade, correspondendo, respectivamente, ao governar, interrogar, silenciar e educar. A mesma pessoa nomeada Marisa ocupa a posição de pesquisadora e de narradora. Nos excertos a narradora ora está como “Adulto na posição de professor” ora como especialista em aprendizagem e comportamento, via seu título de psicóloga.
  • 10. CONCEITOS E NOÇÕES ESCRITA 1) A escrita é representação da língua falada, tendo em Saussure seu expoente. 1.1. É instrumento produzido de forma consciente, intencional, por convenção cultural, de cunho universal. 2) A escrita é independente em relação à língua, estabelecendo com esta uma relação de contingência, concepção derivada dos ensino de Lacan. 2.1. Na apropriação da escrita pela criança existe uma reciprocidade entre o universal (a cultura) e o singular (o sujeito do desejo), processo que opera por rupturas, embaraços e deslocamentos, em que o raciocínio, a reflexão e a consciência são fenômenos intermitentes e revelam o modo do sujeito se posicionar frente ao conhecimento.
  • 11. CONCEITOS E NOÇÕES SUBSTITUIÇÃO DA NOÇÃO DE DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM PELA DE IMPASSE OU EMBARAÇO 1) Dificuldade de aprendizagem: baseada em etapas cronológicas do desenvolvimento, quando os alunos não atingem o nível de conhecimentos esperado para sua faixa etária. 2) Impasse ou embaraço: relacionado ao tempo lógico, uma das coordenadas temporais propostas por Lacan, que age por retroação, volta para trás e salta para frente, ignorando sequência ou sucessão, fazendo com que o sujeito extraia conclusões singulares que não estão referenciadas àquilo que é esperado cronologicamente. - É a articulação particular que a criança faz dos tempos de ver, compreender e concluir.
  • 12. CONCEITOS E NOÇÕES LINGUAGEM 1) Pela perspectiva da linguística A linguagem coordena (pelas leis da linearidade e as relações de semelhanças e diferenças) e associa (ligações regidas por princípios diversos: analogia de significação – ensino, instrução, educação; semelhança das imagens acústicas –“vamos embora, bombar”, “vamos embora, prum bar”). 2) Pela perspectiva da psicologia de Vigotski A noção de linguagem é oscilante e tem o sentido de fala, discurso, conversa, capacidade de falar. Também pode ser a forma específica de os seres se comunicarem entre si (linguagem de sinais, linguagem sonora – a fala –, reações vocais).
  • 13. CONCEITOS E NOÇÕES LINGUAGEM 3) A acepção de linguagem que inclui o sujeito e o equívoco constitutivo: a psicanálise retomada por Lacan O sujeito é divido entre o “eu” e o “isso”. O “isso” comparece na forma de tropeço – o sonho, o ato falho, o chiste –, em um momento de eclipse da consciência, se manifestando como equívoco.
  • 14. CONCEITOS E NOÇÕES PULSÃO 1) Conceito utilizado por Freud para designar a energia fundamental de uma pessoa, ligada ao que foi, outrora, uma função biológica do corpo do bebê; surgiu de dentro do seu próprio organismo. 2) Não há como fugir desta força e ela é a base para se distinguir entre um “de dentro” e um “de fora” fazendo com que o bebê empreenda atividades complexas e interligadas para mobilizar o mundo externo a fim de proporcionar satisfação à sua fonte interna de estimulação. 3) É uma força vital mutifacetada, podendo-se falar no plural: pulsões.
  • 15. CONCEITOS E NOÇÕES PULSÃO 4) A psicanálise vai falar de um corpo pulsional que funciona de acordo com uma variedade de arranjos e onde as pulsões atuam independentes umas das outras, até poderem alcançar uma síntese que, via de regra, passa pela resolução edípica. 5) As pulsões também podem funcionar em curto-circuito, deixando a pessoa à mercê de sua força bruta. 6) A noção de corpo pulsional é uma perspectiva contrária à da biologia e da medicina, que tomam o corpo como materialidade unificada e organizada, submetido a leis de desenvolvimento e maturação.
  • 16. A variedade dos arranjos das pulsões se desdobram nas formações do inconsciente ou nas formações narcísicas, fazendo com que a criança entre na dinâmica do desejo e possa se lançar no universo da escrita ou, ao contrário, se ver inibida ou embaraçada. Vou ilustrar este argumento com três exemplos:  Ian (8 anos, pela segunda vez no 2º ano do ciclo I), não falava, andou tardiamente, não se exprimia graficamente, usava de gestos para mostrar suas motivações.  Maria Isabela (7 anos, 1º ano inicial), recusava-se a falar, desenho pouco estruturado, garatujas.  Carlos (11 anos, 2º ano do ciclo II), recusava-se a falar, identificava as letras do alfabeto, mas não lia nem escrevia.
  • 17. IAN E SUAS TENTATIVAS DE OPERAR NA LINGUAGEM A partir da transcrição de um vídeo clipe que compunha os corpora, procurouse indícios que pudessem confirmar que o menino operava na linguagem. Para tanto seria preciso identificar as operações de coordenação (linearidade temporal, diferenças) e associação (com outras informações, pensamentos e acontecimento). Pode-se inferir: 1) Ian privilegiava o som da palavra em detrimento das imagens apresentadas (figuras). 2) Fazia vocalizações que pareciam reproduzir os fonemas mais destacados da verbalização da professora. 3) Esforçava-se para corresponder aos turnos do diálogo. 4) Parecia estar operando com o conceito, ao tornar presente o ausente. 5) Demonstrava capacidade de evocar e associar com eventos de sua experiência.
  • 18. IAN E SUAS TENTATIVAS DE OPERAR NA LINGUAGEM Os indícios sugerem: 1) Ian estava tentando fazer operações de coordenação e associação. A coordenação está no esforço do menino em manter reciprocidade nos turnos do diálogo. A associação está ligada à ideia “o leão é perigoso”, com acontecimentos vividos como o jogo de figurinhas (quando bate a figura) ou quando aponta o dedo para as figuras (à semelhança de apontar as palavras para localizar e ajustar as letras). 2) Ian se depara com os equívocos de interpretação de sua professora e os seus próprios. A ausência de mecanismos de regulação e controle neste que é um diálogo muito principiante pode ter sido responsável pela desistência de interlocuções futuras.
  • 19. Impasses do estádio narcísico: o silêncio de Maria Isabela
  • 20. Impasses do estádio narcísico: o silêncio de Maria Isabela Pela sua produção gráfica percebe-se 1) Formula hipóteses sobre a escrita, distinguindo entre desenho e letras. 2) Usa garatujas para escrever nomes na direção da esquerda para a direita. 3) Na escrita do nome “Marisa” fez garatujas variadas, como se compreendesse que precisaria de letras diferentes para escrevê-lo. 4) Na escrita de seu próprio nome repetiu várias vezes uma mesma garatuja como se entendesse que o nome tem vários sons de /a/. 5) Parece entender que seu nome é bem grande, pela quantidade de garatujas que fez. 6) O desempenho gráfico-motor é precário bem como o arranjo espacial dos itens é disperso. 7) Maria Isabela mostra um vacilo no desenho da boneca e da menina (substitutos de imagem do próprio corpo), com formas que não se unem e não se integram.
  • 21. Impasses do estádio narcísico: o silêncio de Maria Isabela Efeitos a partir da intervenção do “Adulto na posição de professor”: 1) A ação de nomear as partes do corpo da boneca teve o efeito de fazer com que Maria Isabela desenhasse a si mesma e se dirigisse oralmente ao “adulto na posição de professor”, falando a palavra “menina”. 2) A nomeação deu uma significação para o que estava fora da ordem da linguagem, o que ainda não tinha contornos – o corpo próprio. 3) A aceitação por parte do “adulto em posição de professor” dos rabiscos pouco estruturados como sendo denotativos de “boneca”, de “Marisa”, do “fantasma”, dos “gatos” e da própria Maria Isabela acrescida das respectivas nomeações, devolveu potência a menina ao ser reconhecida pela sua produção. 4) A significação deu oportunidade à Maria Isabela de transpor o imaginário, aguentar o medo de desaparecer (morte). Faltava assumir-se como imperfeita e procurar buscar ser reconhecida nos objetos de conhecimento.
  • 22. A FORÇA DO NARCISISMO NO SILÊNCIO DE CARLOS
  • 23. A FORÇA DO NARCISISMO NO SILÊNCIO DE CARLOS 1) Carlos resiste à aproximação do “Adulto na posição de professor”, negando-se a mostrar a ela suas lições. 2) Essa atitude de controle mobilizou o seu orgulho de especialista em educação, mexeu com seu narcisismo. 3) Para poder novamente se assumir como um adulto que tem como ponto de honra introduzir as novas gerações na ordem simbólica, ela retorna à carteira de Carlos, anunciando: “você não precisa falar nada, eu falo no seu lugar”. 4) O “adulto em posição de professor” não confronta a recusa de Carlos em falar e nem dá a ele liberdade para fazer o que quiser. Ao invés, acena com uma negociação. 5) Carlos mostra-se produtivo diante das adaptações improvisadas de interpretação de texto solicitada pelo “adulto na posição de professor”. 6) Para Carlos a atitude narcisista se tratava de defender (através da recusa em escrever e em falar) a sua imperfeição, a sua falta de potência.
  • 24. AS PARCERIAS PARA A AQUISIÇÃO DA ESCRITA A diferença entre a professora titular e o “Adulto na posição de professor” é que ambas mobilizam diferentes éticas educacionais: 1) A professora titular queria explicações para as atitudes de Carlos, crente que nelas poderia encontrar as prescrições de como lidar com o menino. 2) O “adulto na posição de professor” estava preocupada em como fazer o jovem criar gosto pelo conhecimento e se arriscar pelo desconhecido. 3) Para uma parceria produtiva na aquisição da escrita é imprescindível que o (a) professor (a) alterne nos lugares que ocupa em relação à alteridade, lançando mão de operações que engendrem movimentos no aluno.
  • 25. AS PARCERIAS PARA A AQUISIÇÃO DA ESCRITA Quadro 17 – Correlação entre posição enunciativa e posição subjetiva Posição enunciativa Eu não sei nada, quem sabe é o outro. Posição subjetiva Efeitos Alienação no desejo do Delegação, conformismo, apatia. Outro/narcisismo /identidade alienante. Eu sei tudo, o que não sei, não existe. Identificação imaginária ao desejo do Outro/narcisismo Eu trabalho. Eu invento. Fechamento, reprodução, prepotência, irrealidade, fantasia de completude, falta de prova lógica. Separação do desejo do Elaboração nova, consequência, Outro/identificação simbólica. responsabilidade, sublimação. Separação do desejo do outro; honrar a filiação simbólica; criar um lugar novo para si que também possa ser transmitido. Sublimação, Invenção, Criatividade, Inauguração de uma nova linhagem
  • 26. OS EFEITOS EM CARLOS PROVOCADOS PELA MUDANÇA DE POSIÇÃO ENUNCIATIVA DA PROFESSORA TITULAR
  • 27. OS EFEITOS EM CARLOS PROVOCADOS PELA MUDANÇA DE POSIÇÃO ENUNCIATIVA DA PROFESSORA TITULAR 1) Para obter esta produção de Carlos a professora titular teve de alternar entre uma posição narcisista de ser reconhecida como uma “professora super dedicada” e uma posição de “Eu trabalho”, assumindo uma posição de escuta. 2) Escuta que se vê pela escolha dos exercícios, garantindo o delicado equilíbrio subjetivo de Carlos: entre a imagem de corpo e o texto. 3) O saber da professora titular é algo que faz parte do saber inconsciente, saber artesanal, aquele que o sujeito não sabe que possui, mas que de fato está ali, a espera de um momento de se apresentar. 4) Um saber que não se aprende nos bancos da graduação nem na formação continuada, mas que não pode prescindir de uma parceria, de uma interlocução, como aquela que foi estabelecida entre as quatro profissionais envolvidas.
  • 28. CONSIDERAÇÕES FINAIS 1) À pergunta que procurava investigar em que momento da articulação pulsional a criança se lança em direção à aprendizagem da leitura e da escrita, eu procurei responder com as discussões sobre o Carlos. 1.1.) É o momento no qual a criança consegue ultrapassar a completude da imagem idealizada do corpo (narcisismo) para fazer uso do material linguístico-discursivo para produzir efeitos de sentido. 1.2.) As características desta dinâmica são sempre singulares e não podem ser generalizadas.
  • 29. CONSIDERAÇÕES FINAIS 2) Com Ian, Maria Isabela e Carlos eu tentei explorar a pergunta que dizia respeito a qual operação o professor tem de colocar em marcha para se tornar um parceiro produtivo. Elas estão resumidas em: a) Adotar uma posição de escuta. b) Fazer com que sua intervenção seja permeada por uma postura ética que vise a relação da criança com o conhecimento. c) Reconhecer o seu não saber, que é da instância do inconsciente.