2. 1
INTRODUÇÃO
Corrosão é um termo químico bastante empregado no cotidiano que
consiste na destruição ou deterioração de materiais pela sua interação química
ou eletroquímica com o meio, associado ou não a esforços mecânicos. Apesar
de geralmente ser remetida a metais, como os aços ou as ligas de cobre, a
corrosão pode incidir sobre diversos outros tipos de materiais, como plásticos,
cerâmicas ou concreto.
Tratando-se de materiais metálicos, consiste num processo inverso da
Metalurgia Extrativa, em que o metal retorna ao seu estado original.
Figura 01- Ciclo dos Metais.
Dependendo do tipo de ação do meio corrosivo sobre o material, os
processos corrosivos podem ser classificados em dois grandes grupos:
Corrosão Eletroquímica:
Conhecida também como corrosão em meio aquoso, é o tipo de
corrosão mais comum na natureza e se caracteriza por acontecer
necessariamente na presença de água no estado líquido, em temperaturas
abaixo do ponto de orvalho da água, sendo a grande maioria na temperatura
ambiente, e com formação de uma pilha ou célula de corrosão, com a
circulação de elétrons na superfície metálica.
Corrosão Eletroquímica:
Também denominada corrosão/oxidação em meio não aquoso, seca, ou
em altas temperaturas, esse tipo de corrosão ocorre em ausência da água
3. 2
líquida e em temperaturas elevadas, sempre acima do ponto de orvalho da
água. É um processo menos frequente na natureza e corresponde a uma
interação direta entre o meio corrosivo e o metal, sem a transferência de
elétrons.
Para minimizar os efeitos corrosivos, é necessário a utilização de
técnicas anticorrosivas, como os revestimentos, que são os mais comumente
utilizados.
Para proteção do material faz-se o uso de revestimentos orgânicos finos
- tintas – que formam uma barreira entre metal e meio corrosivo. Estes são os
mais usados para proteção à corrosão devido ao baixo custo para o grau de
proteção conseguido. Um bom sistema de pintura inclui uma limpeza
adequada, a aplicação de uma base e uma camada externa de acabamento. A
aplicação dos vários revestimentos pode ser feita com pistola, banho, ou
deposição eletroforética.
Outra técnica comumente empregada é a galvanoplastia, que consiste
na superposição de um metal menos nobre sobre o que será protegido. Aplica-
se um revestimento metálico a uma peça, colocando-a como cátodo (polo
negativo) em um circuito de eletrólise. Geralmente protege-se o ferro utilizando
um metal que tem o potencial de oxidação maior que o dele, como o magnésio
e o zinco. Quando o metal usado é o zinco, chama-se galvanização. O metal
usado como cátodo é denominado “de sacrifício” exatamente porque é ele que
será oxidado no lugar do ferro. Esse metal de sacrifício perde elétrons para o
ferro mantendo-o protegido mesmo se a superfície for arranhada e o ferro ficar
exposto ao ar.
OBJETIVO
Determinar o meio mais agressivo ao metal ferro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesta prática adicionou-se o prego de ferro de três diferentes formas em
cinco soluções diferentes. Na primeira parte do experimento adicionou-se o
prego limpo, na segunda parte adicionou-se um prego envolto por graxa e na
terceira parte um prego envolvido por uma fita de magnésio.
Montou-se três tabelas com as observações obtidas em cada solução,
onde observamos que a tabela 2, apresentou menos alterações que as demais.
4. 3
Tabela 1 – pH e observações em cada solução para o prego limpo.
Solução NaOH NaCl HCl K2Cr2O7 H2O
pH 13 9 0 5 7
Observação
Nenhuma
alteração
Leve
alteração
na cor
Azul
escuro
Nenhuma
alteração
Nenhuma
alteração
Tabela 2 – pH e observações em cada solução para o prego engraxado.
Solução NaOH NaCl HCl K2Cr2O7 H2O
pH 14 6 1 4 7
Observação
Nenhuma
alteração
Nenhuma
alteração
Verde
claro
Nenhuma
alteração
Nenhuma
alteração
Tabela 3 - pH e observações em cada solução para o prego + fita de
magnésio.
Solução NaOH NaCl HCl K2Cr2O7 H2O
pH 14 7 0 5 7
Observação
Nenhuma
alteração
Nenhuma
alteração
Verde
escuro
Nenhuma
alteração
Nenhuma
alteração
O ferricianeto de potássio adicionado aos tubos serviu como indicador
da corrosão nos tubos, pois este forma um complexo azulado quando reage
com o Fe2+. Adicionou-se e em outro tubo um sal de ferro e o indicador para
comparação da coloração.
Observou-se que para a primeira tabela que nos tubos contendo cloreto
de sódio e acido clorídrico, houve alteração da coloração da solução, que ficou
e azulada para o tubo que continha HCl e amarelo-esverdeado para o tubo que
com NaCl. A cor do tubo com HCl ficou muito próxima da cor do tubo com o sal
de ferro, isso mostra que a corrosão do ferro foi bem mais intensa para o tubo
que continha a solução de HCl.
Figura 02 – Comparação entre o tubo com a solução de HCl e o tubo
com a solução de NaOH.
5. 4
Verificou-se que houve a oxidação do ferro, pela liberação de Fe++,
indicado pelo ferricianeto de potássio, na solução. A equação a seguir
demonstra a reação que ocorreu no tubo com HCl:
Fe + 2 HCl → FeCl2 + H2 (Eq. 01)
E no tubo com NaOH, ocorre:
Fe + 2NaCl +2H2O → FeCl2 + 2NaOH+ H2O (Eq. 02)
Temos que não ocorreu mudança de cor para as soluções
básicas, em vista que a ferrugem (oxido de ferro) é um composto básico, ou
seja, não haveria reação com outra base. A solução serve então como uma
proteção para o ferro não se oxidar.
Assim como a solução de base, a graxa também teve o papel de
proteger o prego, visto que não houve alteração significativa na coloração das
tubulações.
Já para a terceira tabela, observou-se alteração na coloração do tubo
com HCl, onde foi observado que o metal de magnésio participava da reação.
Visto que o magnésio possui maior potencial de oxidação, conforme a tabela
de potencial padrão de redução tem-se que o magnésio sofre oxidação no
lugar do ferro. Logo, o magnésio serviu como um metal de sacrifício para
proteção do ferro. Observou-se também que no tubo com HCl, ao redor da fita
de magnésio, havia bolhas. Estas bolhas são o gás hidrogênio sendo reduzido,
enquanto o magnésio é oxidado.
Figura 03 - Tubo com solução de HCl e prego + fita de magnésio.
No experimento analisou-se também o efeito da junção de diferentes
metais, de potenciais diferentes. Os pregos que não estavam envolto por outro
metal, não tiveram alteração significativa. Já os pregos em contato com metal
de cobre e o prego com metal de magnésio apresentaram na solução uma
coloração diferente.
6. 5
Figura 04 – Primeira placa: prego com cobre; e a segunda placa: prego
com magnésio.
Para o prego junto com o cobre a coloração foi esverdeada, mostrando a
presença de íons de Fe2+. Ao redor do cobre a coloração foi rosada devido a
presença de íons de OH-, indicado pela fenolftaleína. Temos então que, o ferro
foi oxidado e o oxigênio reduzido, pelo fato do metal com maior potencial para
oxidar ser o ferro e o de maior potencial para reduzir o cobre, porém ele já esta
em sua forma oxidada, então o oxigênio é reduzido para formar o hidróxido de
ferro. A reação que ocorre na primeira placa é dada por:
O2(g) + 2 H20 + 2 Fe(s) 4 OH- + 2 Fe 2+ (Eq. 03)
Na segunda placa, foi possível observar que o metal que sofre oxidação
foi o magnésio, pelo fato de seu potencial de oxidação ser maior que o do ferro.
O magnésio é oxidado e pela coloração rosa ao redor do metal, água reduzida.
A reação que ocorre na segunda placa é dada por:
O2(g) + 2 H20 + 2 Zn(s) 4 OH- + 2 Zn 2+ (Eq. 05)
CONCLUSÃO
O estudo das reações de corrosão é importante na prevenção e
tratamento especial de mega-empreendimentos que utilizem metais pesados
cuja aquisição é difícil, evitando assim as perdas desnecessárias de capital.
Tais experimentos demonstraram as principais maneiras macroscópicas de
verificar a ocorrência de corrosão, como também métodos simples de sacrifício
e prevenção a fim de aumentar a durabilidade de empreendimentos que utilize
metais susceptíveis à corrosão.
Através dos experimentos químicos realizados foi possível concluir que
há diversos tipos de corrosão e todas dependem de diferentes meios
corrosivos e condições para que se processem. Todos os metais têm tendência
7. 6
a sofrer oxidação, mas isto é muito relativo, ocorrendo variação de metal para
metal devido ao potencial padrão de cada metal.
REFERÊNCIAS
BROWN; LEMAY; BURSTEN. Química – A ciência central. Editora –
PEARSON EDUCATION. 9ª Edição, 2005.
GENTIL, V. Corrosão. LTC – Livros Técnicos e Científicos – Editora,
3ªedição, 1996, 345p. Cap. 1 e 2.