O documento discute o papel da informática na educação. Ele argumenta que o computador pode ser uma ferramenta educacional valiosa se usado de forma orientada para apoiar o processo de aprendizagem e construção do conhecimento. Também destaca a importância de democratizar o acesso à tecnologia e promover a inclusão digital de todos os alunos.
2. Buscando um sentido léxico, pode-se dizer que Informática é: “conjunto
de conhecimentos e técnicas ligadas ao tratamento racional e
automático de informação (armazenamento, análise, organização e
transmissão), o qual se encontra associado à utilização de
computadores e respectivos programas.”
Estudioso do assunto, refere-se ao computador como “uma máquina
que possibilita testar ideias ou hipóteses, que levam à criação de um
mundo abstrato e simbólico, ao mesmo tempo em que permite introduzir
diferentes formas de atuação e interação entre as pessoas.
O computador surge então como um meio auxiliar alternativo de ensino,
um recurso a mais para a diminuição das carências, em especial no 1º
grau, notadamente quando essa carência seja a evasão e à repetência.
3. Nem toda forma de utilização do computador na educação se presta
igualmente bem a atingir certas objetivos educacionais. Algumas formas de
utilização são mais adaptadas a certos objetivos educacionais, outras se
prestam melhor a outras finalidades pedagógicas. Mas, ao final, quase todo
emprego do computador na educação pode trazer resultados
pedagogicamente benéficos.
Contribui em especial de forma significativa para uma elevação da
produtividade, diminuição de custos e uma otimização da qualidade dos
produtos e serviços. Já como ferramenta de entretenimento as suas
possibilidades são quase infinitas
.
Segundo Herriott "Há uma possibilidade bastante acentuada de que antes
do final deste século os estudantes venham a receber toda a sua instrução
através de computadores, sem absolutamente nenhum contato com
professores vivos.
Segundo Clive Sinclair, chegará o dia em que os computadores ensinarão
melhor do que seres humanos, porque computadores podem ser bem mais
pacientes e bastante ajustados às diferenças individuais. O computador
substituirá não só a Encyclopaedia Britannica, mas também a escola.
4. Preparar nossos alunos adequadamente para viver e atuar
profissionalmente no século XXI é um desafio, mas com a
tecnologia tornará mais fácil.
Apresentar o computador à criança, desmistificá-lo, mostrar à
criança o seu potencial e as suas limitações, ensinar a criança
a utilizá-lo e a dominá-lo, são funções a que nenhuma escola
pode-se furtar hoje.
Temos a responsabilidade de nos preocupar em oferecer a
melhor preparação possível para que os nossos alunos,
inclusive da rede pública, possam viver e atuar numa sociedade
informatizada.
5. Devemo-nos preocupar com a questão da Informática na Educação
porque a evidência disponível, embora não tão ampla e contundente
quanto se poderia desejar, demonstra que o contato regrado e orientado
da criança com o computador em situação de ensino-aprendizagem
contribui positivamente para o aceleramento de seu desenvolvimento
cognitivo e intelectual.
Em especial no que esse desenvolvimento diz respeito ao raciocínio
lógico e formal, à capacidade de pensar com rigor e sistematicidade, à
habilidade de inventar ou encontrar soluções para problemas.
6. O contato com o computador, a criança muito cedo aprende a entender
e a articular o que é pensamento mecânico e o que não é. Essa
habilidade lhe poderá permitir, quando confrontada com algum
problema, escolher a forma de pensamento mais adequada para
resolvê-lo.
Ao fornecer à criança um modelo concreto e acessível de uma forma
particular de pensamento, o computador toma perceptível a ela o fato
de que existem diferentes formas de pensamento!
E ao dar à criança a possibilidade de optar, em um dado contexto, por
uma ou outra forma, o computador cria condições para que a criança
desenvolva a habilidade de discernir as situações em que uma forma é
mais apropriada e aquelas em que outra se recomenda.
7. O contato com o computador, desde que orientado de maneira
adequada, ao invés de induzir uma forma de pensar mecânica, pode-se
tornar o melhor antídoto ao monopólio dessa forma de pensar.
A Informática Educativa privilegia a utilização do computador como a
ferramenta pedagógica que auxilia no processo de construção do
conhecimento. Neste momento, o computador é um meio e não um fim,
devendo ser usado considerando o desenvolvimento dos componentes
curriculares.
Nesse sentido, o computador transforma-se em um poderoso recurso
de suporte à aprendizagem, com inúmeras possibilidades pedagógicas,
desde que haja uma reformulação no currículo, que se crie novos
modelos metodológicos e didáticos, e principalmente que se repense
qual o verdadeiro significado da aprendizagem, para que o computador
não se torne mais um adereço travestido de modernidade.
8. A chegada das tecnologias no ambiente escolar provoca uma mudança
de paradigmas. A Informática Educativa nos oferece uma vastidão de
recursos que, se bem aproveitados, nos dão suporte para o
desenvolvimento de diversas atividades com os alunos.
A utilização da Informática Educativa pode juntar elementos da
educação formal com outros da não formal, beneficiando tanto o
aspecto prático dos meios não formais quanto a teoria mais
generalizada presente nos meios acadêmicos. Por intermédio de sites
na Internet, por exemplo, pode trazer para dentro da sala de aula, filmes
ilustrando a vida de grandes vultos do passado, ou documentários
detalhando as etapas no desenvolvimento de seres vivos, dentre outros.
9. A Internet possibilita um intercâmbio entre localidades distantes,
gerando trocas de experiências e contato com pessoas de outros
países. Essas “pontes” que hoje existem entre diferentes mundos
representam o único meio de acesso para quem não vive perto dos
grandes centros urbanos. Somente nas grandes cidades pode-se
conviver diretamente com a informação, ou seja, uma fatia minoritária
de pessoas tem acesso à educação de qualidade, pois tem acesso à
universidade, bibliotecas, laboratórios, teatros, cinemas, museus,
centros culturais etc. É necessário, deste modo, democratizar o acesso
ao conhecimento, às tecnologias da informação e da comunicação, seja
para a formação continuada dos professores, seja para o
enriquecimento da atividade presencial de mestres e alunos.
10. É papel da escola democratizar o acesso ao computador, promovendo a
inclusão sócio-digital de nossos alunos. É preciso também que os
dirigentes discutam e compreendam as possibilidades pedagógicas
deste valioso recurso.
As ferramentas computacionais, especialmente a Internet, podem ser
um recurso rico em possibilidades que contribuam com a melhoria do
nível de aprendizagem, desde que haja uma reformulação no currículo,
que se crie novos modelos metodológicos, que se repense qual o
significado da aprendizagem.
Uma aprendizagem onde haja espaço para que se promova a
construção do conhecimento. Conhecimento, não como algo que se
recebe, mas concebido como relação, ou produto da relação entre o
sujeito e seu conhecimento. Onde esse sujeito descobre, constrói e
modifica, de forma criativa seu próprio conhecimento.