2. SISTEMAS PARA MENSURAÇÃO DE
EFICIÊNCIA ALIMENTAR
Consumo / Ganho (Conversão alimentar - CA);
Ganho / Consumo (Índice de Eficiência - IEA);
CAR (Consumo Alimentar Residual);
3. CAR x IEA x CA
O CAR vêm sendo utilizado na maioria dos
programas de seleção para eficiência
alimentar em bovinos de corte por não
apresentar antagonismo genético com
características produtivas e reprodutivas;
O IEA e o C:G, podem perfeitamente ser
utilizados em trabalhos de melhoramento que
priorizam características reprodutivas e
produtivas sem que provoquem o aparecimento
de efeitos indesejáveis;
4. CONCEITO DO CAR
Do inglês RFI (Residual Feed Intake),
traduzido como Consumo Alimentar Residual
(CAR), expressa a diferença entre a ingestão
real e a predita de alimento para um
determinado animal com Peso Vivo e Ganho
de Peso conhecidos;
CAR= Consumo Real – Consumo Predito
5. NOTAS SOBRE O CAR
Para o seu cálculo é necessário conhecer o consumo
diário de alimento de cada animal.
A medição do consumo diário de alimento pode ser
realizada manualmente (baias individuais, calan gates), ou
automaticamente (sistema eletrônico GrowSafe).
O Sistema GrowSafe é composto por cochos dotados de
dispositivo eletrônico para a detecção e a identificação do
animal que visita o cocho, balanças eletrônicas realtime
para o alimento em cada cocho, antenas para transmissão
de informações até o PC e linha banda larga para análise
remota das informações.
O GrowSafe simultaneamente identifica o animal e mede a
quantidade de alimento que ele consome.
O monitoramento é realizado de forma remota durante as
24 horas do dia e as informações são armazenadas em um
computador local e remotamente.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12. HISTÓRICO DO CAR
O conceito do CAR foi desenvolvido por Koch
em 1963, tendo ficado esquecido até o início da
década de 90, quando, na Austrália, foram
criados os projetos Trangie e Beef CRC.
No período de 1993 a 2000 no projeto Trangie
foram avaliados 1.783 animais e no Beef CRC
1.481, dos dois sexos, de várias raças tropicais
e temperadas e de vários criatórios.
13. PROJETOS TRANGIE/BEEF CRC
A partir dos resultados dos dois projetos os
animais foram divididos em grupos divergentes
para CAR, eficientes e ineficientes, tendo sido
observado grande variabilidade genética.
Após cinco anos de seleção (1,5 gerações) e de
acasalamentos divergentes (animais eficientes x
animais ineficientes) foi possível estimar a
Herdabilidade Realizada da característica, com
valores da ordem de 30 a 40%.
14. NEUTRALIDADE DO CAR
Mais recentemente Arthur et al. (2010) e
Basarab (2007) sistematizaram os
resultados obtidos em vários
experimentos e concluíram que o CAR é
uma característica praticamente neutra do
ponto de visa de seleção, isto é o CAR
não apresenta antagonismo genético com
características reprodutivas e produtivas
usualmente utilizadas nos programas de
seleção em gado de corte.
15. Síntese resultados em avaliações de intervalos de gerações para CAR
GRUPO GRUPO
CARACTERÍSTICAS CAR BAIXO CAR ALTO Valor P
Peso Nascimento, kg 41,9 41,2 ns
GPD até desmama, kg 1,04 1,06 ns
Peso Desmama, kg 232 228 ns
Peso Ano, kg 384 380 ns
GPD, kg/dia 1,44 1,4 ns
Espessura Gordura-P8, mm 6,7 8,8 P<0.05
Consumo diário, kg/dia 9,4 10,6 P<0.05
Kg-Consumo : kg-Ganho 6,6 7,8 P<0.05
CAR, kg/dia -0,54 0,71 P<0.05
Taxa de parição, % 89,2 88,3 ns
Taxa de desmame, % 81,5 80,2 ns
Produção leite, kg/dia 7,5 7,8 ns
Intervalo Parto, dia 384 381 ns
Produção Metano, g/dia 142,3 190,2 P<0.05
Dados obtidos com 1,5 a 2,4 gerações de seleção; Valor P menor que 0.05 indica que os grupos
apresentaram diferença estatística; Adaptado de Arthur et al., 2010 e Basarab et al., 2007.
16. NEUTRALIDADE GENÉTICA DO CAR
Os dados da tabela sugerem que o CAR não
deve ser adotado como característica única em
qualquer processos de seleção
O CAR deve ser mais uma, dentre as várias
características de interesse econômico, a ser
considerado em programas de seleção.
O CAR possibilita distinguir a genética da
eficiência alimentar em relação à genética da
produção (CARSTENS)
20. CITAÇÕES
A alimentação pode representar até 70% do
custo de produção (Basarab, 2003);
O uso do CAR possibilita selecionar animais
que, para um mesmo nível de
produção, requerem menos alimentos (Moore et
al., 2005);
Os animais mais eficientes obtêm mais energia
e proteína da dieta, emitindo menos metano
(Nkrumah et al., 2006);
21. OBJETIVO DA SELEÇÃO
Reiterando o objetivo do Programa de
Melhoramento Genético Matinha, de
“maximizar a produção de carne de
qualidade a menor custo”, a eficiência
alimentar está sendo incluída como mais uma
característica a ser selecionada.
Assim, estamos agregando a característica de
eficiência alimentar às características
reprodutivas, de crescimento, de habilidade
materna, de carcaça e de temperamento.
Dessa forma, esperamos desenvolver uma
genética de alto desempenho com menor custo
de produção.
22. PROGRAMA DE TRABALHO
Avaliar grupos de contemporâneos, buscando
identificar os animais mais eficientes de ambos os
sexos.
Incorporar os resultados obtidos ao conjunto de
características avaliadas fenotipicamente a cada
safra.
Selecionar os animais com maior equilíbrio e
melhores resultados econômicos para uso na
reprodução.
23. METODOLOGIA
Anualmente até quatro grupos de 128 animais
contemporâneos de ambos os sexos estão sendo
avaliados em testes com 90 dias de duração.
Nesse período são realizadas pesagens a cada
14 dias, para o monitoramento do ganho de peso
diário.
As dietas estão sendo balanceadas buscando
simular um pasto de boa qualidade.
24. BALANCEAMENTO DIETA MACHOS
Desempenho Esperado: 1,10Kg/dia
Relação VOLUMOSO:CONCENTRADO
60:40
Volumoso: Silagem de Milho
Concentrado:
Milho(71,76%)
Farelo de Soja(19,96%),
Núcleo Mineral(8,28%)
BIOPRO RANCHO DA MATINHA (5,30%)
OPTIGEN II (2,67%)
MILK SAC, LEVEDURA, S. CEREVISIAE (0,31%)
Parâmetros da dieta
PB: 14,3%
NDT: 68,2
25. BALANCEAMENTO DIETA FÊMEAS
Desempenho Esperado: 0,9 Kg/dia
Relação VOLUMOSO:CONCENTRADO
70:30
Volumoso: Silagem de Milho
Concentrado:
Milho(79,50%)
Farelo de Soja(12,10%),
Núcleo Mineral(8,42%)
BIOPRO RANCHO DA MATINHA (6,42%)
OPTIGEN II (1,62%)
MILK SAC, LEVEDURA, S. CEREVISIAE (0,38%)
Parâmetros da dieta
PB: 12,5%
NDT: 69,0%
26. RESULTADOS 1 TESTE MAT.
CAR ALTO x CAR BAIXO
IMS 17,5% maior
C:G 17,8% maior
GRUPOS
18% de animais com CAR entre -2,00 a -0,50
63,3% de animais com CAR entre -0,50 a +0,50
18,7% de animais com CAR entre +0,50 a +2,05
27.
28. EFICIÊNCIA ALIMENTAR x CARACTERÍSTICAS PRODUTIVAS
Os animais estão divididos em três grupos de acordo com seus
valores para CAR, sendo, BAIXO, MÉDIO e ALTO.
GPD IMS C:G CAR AOL EG EGP8 MARM. Visit. Dur.
GRUPO
(Kg) (Kg) (Kg) (Kg) (cm²) (cm) (cm) (%) (n ) (seg.)
BAIXO 1,12 8,5 7,66 -0,690 77,1 0,47 0,60 1,84 86 90
MÉDIO 1,11 9,1 8,41 -0,031 78,3 0,48 0,60 1,80 93 106
ALTO 1,11 9,9 9,02 +0,713 78,1 0,53 0,68 1,93 106 116
DP 0,19 0,63 1.01 0,300 7,6 0,17 0,17 0,37 18 21
valor p* 0,64 <0,001 <0,001 <0,001 0,729 0,261 0,054 0,233 <0,001 <0,001
*Valores de p menores que 0,001, houve diferença significativa entre os grupos
29. CORRELAÇÃO NEGATIVA CAR / ACABAMENTO?
Outros trabalhos com gado Nelore também
apresentaram correlações de pequena magnitude
entre características de acabamento e CAR
(Castilhos et al., 2010, Revista Brasileira de
Zootecnia).
Os resultados de experimentos realizados com
gado zebuíno não confirmam alguns dados da
literatura em relação à correlação negativa do
CAR com características de acabamento
(Lancaster et al., 2009, Jornal of Animal Science)
30. ORIGEM DOS DADOS
Consumo individual
Obtido através do sistema Growsafe.
Desempenho
Pesagens a cada 14 dias
Rendimento e terminação de carcaça
Fórmula (REND % = 53.1 - 0.00457*(PESO) + 0.091*(AOL)- 0.0568*(EG))
31. CUSTO DA @ PRODUZIDA
PESO FINAL C:G (Kg MS/ Kg
GRUPOS RENDIMENTO R$/@
(Kg) PV)
BAIXO 451 7,66 58,03% 87,49
MÉDIO 450 8,41 58,14% 96,20
ALTO 457 9,02 58,09% 103,29
32. CLASSIFICAÇÃO DOS ANIMAIS
GRUPO ELITE (± 16%)
– Animais que possuem CAR abaixo da média menos um desvio
padrão;
GRUPO SUPERIOR (± 34%)
– Animais que possuem CAR entre a média e a média menos um desvio
padrão;
GRUPO REGULAR (± 34%)
– Animais que possuem CAR entre a média e a média mais um desvio
padrão;
GRUPO INFERIOR (± 16%)
– Animais que possuem CAR acima da média mais um desvio padrão;