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Yunes Fadel 
GLOBALIZAÇÃO: 
A Hibridização Cultural 
Universidade Veiga de Almeida 
Rio de Janeiro – 2013
Yunes Fadel 
GLOBALIZAÇÃO: A Hibridização Cultura1 
Artigo Científico apresentado através da 
Universidade Veiga de Almeida – UVA –RJ como exigência parcial para a obtenção de conclusão da disciplina ‘Comunicação e o Mundo Contemporâneo’ de Comunicação Social: Publicidade, sob aprovação do Prof. Guilherme Carvalhido. 
Universidade Veiga de Almeida 
Rio de Janeiro –2013 __________________________________________________________________________________ 
1 Termos criado à partir de CANCLINI, Néstor García. Culturas Híbridas - estratégias para entrar e sair da modernidade, São Paulo, EDUSP, 1997.
RESUMO 
Este trabalho prima pontos críticos e influentes de algumas culturas globais sobre outras; as transições mundiais; a adaptação dessas culturas às regiões onde foram aplicadas; os tipos de relação harmônica ou não e de tolerância entre simpatizantes e não simpatizantes. 
As ciências sociais têm como objetivo estudar o comportamento do homem e definem como ‘cultura’ a forma que este se desenvolve e aproveita o espaço, ao passar do tempo, considerando as influências externas do ambiente em que vive. Com o processo crescente de globalização, seus estudos se tornam mais delicados, considerando cada vez mais detalhadas as diversas relações entre nações. Vários exemplos de transformação no globo se deram da revolução cultural e social1. Pela primeira vez, são desafiadas a pensar o mundo como uma sociedade global. (IANNI, 1995, p. 237). 
A originalidade e a complexidade de globalização, no seu todo ou em seus distintos aspectos, desafiam o cientista social a mobilizar sugestões e conquistas de várias ciências. Acontece que a globalização pode ser vista como um vasto processo não só político-econômico, mas também sócio- cultural, compreendo problemas demográficos, ecológicos, de gênero, religiosos, linguísticos e outros. Ainda que a pesquisa privilegie determinado ângulo de análise, está continuamente desafiada a levar em conta outros aspectos da realidade, sem os quais a análise econômica, política, sociológica, ecológica ou outra resulta em abstrações carentes da realidade, consistência ou verossimilhança. (IANNI, 1998, p. 8) 
São analisados padrões estéticos e outros símbolos, tendo como exemplo os da cultura maori. A criação e o uso de mecanismos da sociedade global como um todo, legitimando a fidelidade e a segurança dos perfis padrões de uma sociedade, existentes nas épocas em que são analisados e que influenciam o modo social de pensar, agir e consumir. Um forte movimento social revolucionário como ‘o rock’. Ferramentas que funcionam como pontos de vista para dar forma aos próximos padrões que serão elaborados, estabelecidos e reformados nos próximos anos. Marcado pela história, prossegue o processo de repaginação das relações interpessoais tendo em vista o mundo como palco das decisões e predominâncias regionais que se estabelecem, formulando constantemente novos padrões globais e híbridos. __________________________________________________________________________________ 1 Termos usados por Hobsbawm, A Era dos Extremos (O breve Século XX: 1914-1991), trad. de Marcos Santarrita, Companhia das Letras, São Paulo, 1995, 10º e 11º títulos do índice.
ABSTRACT 
This work press critical and influential points of some global cultures; world’s changes; the fragmentation of this cultures linked to existing ones on harmonic forms or not of correlation and tolerance of their partners and not partners. 
The Social Sciences study human behavior and define as ‘culture’ as how people enjoy and advance their space, considering environment influences. Considering the globalization process, their studies become stricter, whereas increasingly detailed relationships between nations. Many examples of the world’s transformation were brought about by the social and cultural revolutions1. For the first time, they are being challenged to think about the world as a global society. (IANNI, 1995, p.237). 
The originality and complexity of globalization, in whole or in his different aspects challenge the social scientist to mobilize various suggestions and achievements sciences. It turns out that globalization can be seen as a broad process not only political and economic, but also socio-cultural, understand demographic problems, ecological, gender, religious, linguistic and other. Although the research focuses angle analysis, is continually challenged to take into account other aspects of reality, without which the economic analysis, political, sociological, ecological or other results in poor abstractions of reality, consistency or verisimilitude. (IANNI, 1998, p. 8) 
Are analyzed aesthetic standards and other symbols, taking the example of the Maori culture. The creation and use of mechanisms of global society as a whole, legitimizing the fidelity and safety profiles of a society’s existing standards in times which are analyzed and influencing the social mode of thinking, acting and consume. A Strong social movement, as ‘rock’. Tools that act as points of view to form the next standards that will be developed, established and retired in next years, decades and centuries. Marked by history, continues the process of redesign of interpersonal relations in view of the world as a stage of decisions and regional predominance settling, constantly formulating new global and hybrids’ standards. __________________________________________________________________________________ 1 Terms used by Hobsbawm, Age of extremes (The short twentieth century: 1914-1991), translated by Marcos Santarrita, Companhia das Letras, São Paulo, 1995, 10th and 11th titles of the summary.
SUMÁRIO
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INTRODUÇÃO O séc. XX traz novas trajetórias ao século conseguinte diante de um momento da história que suporta trilhar diversas ordens culturais. Nesse momento em que muitas culturas ganham espaço e são aceitas em algumas regiões do planeta e fixam-se. Globalizam as outras culturas à partir da readaptação de seus praticantes nessas outras regiões, que misturam as culturas locais a essas novas. Assim são elaboradas novas versões. É preciso ressaltar que esse processo de mistura aplicado às duas premissas culturais - local e internacional-, naturalmente, torna ambas não mais originais, perdendo seu essencial. Além das novas relações, processos e estruturas sobressaírem aos já implantados: 
As relações, os processos e as estruturas econômicas, políticas, demográficas, geográficas, históricas, culturais e sociais, que se desenvolvem em escala mundial, adquirem preeminência sobre as relações, processos e estruturas que se desenvolvem em escala nacional. (IANNI, 1995, p. 237) 
Assim como o modelo econômico do capitalismo sustentado por um mundo inteiro, uma cultura se desenvolve em escala mundial ao passo que consegue atingir varias regiões no globo e aumenta assim seu número de seus simpatizantes. A chave para seu progresso é a adaptação e readaptação constante nos territórios em que existe ou passa a existir e, por fim, sua prática. O que a preserva e a torna propícia a ser disseminada em outras regiões do globo repetindo o mesmo processo (independente das pessoas dessas regiões estarem conscientes ou aprovarem). Os indivíduos a exercem em meios sociais, econômicos, políticos e culturais da época em que vivem mesmo sem saber. Constrói-se assim uma espécie de identidade cultural marcando sua existência. Mas esse sistema precisa de membros que o sustente, para se desenvolver a nível global. Com a mudança da preferência humana, a começar pelas ideológicas, transitam diversos modelos de sociedade, civilizações, modelos econômicos, políticos e por fim, culturais. Tudo está relacionado e transmuta, mesmo que imperceptivelmente, pois estes fatores estão totalmente interligados. O que indefere a ascensão de um único modelo, vide a individualidade de cada pessoa, tribo ou determinada região, por exemplo.
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De acordo com a sociedade, as adaptações e readaptações podem não ser necessárias, o que dá a idéia de um modelo ‘clássico’ e conservador político, econômico, social ou cultural. Tendo em vista como sendo o mais importante, pois quanto mais tempo algo permanece sendo praticado, são atribuídas novas versões, tradição e estruturação. Um exemplo são os modelos da cultura norte americana. 
As culturas nacionais e regionais são preservadas em maioria por uma população local específica que sempre teve contato constante e maior com esses tipo de estruturas, mais especificamente, traça sua vida embasando-se enfaticamente na cultura nacional daquela determinada região que, passa a ter um caráter tradicional. Essa cultura anteriormente praticada por gerações passadas foi menos interferida por influências externas. 
O globalismo compreende relações, processos e estruturas de dominação e apropriação desenvolvendo-se em escala mundial. São relações, processos e estruturas polarizadas em termos de integração e acomodação, assim como de fragmentação e contradição, envolvendo sempre as condições e as possibilidades de soberania e hegemonia. Todas as realidades sociais, desde o indivíduo à coletividade, ou povo, tribo, nação e nacionalidade, assim como cooperação transnacional, organização multilateral, partido político, sindicato, movimento social, corrente de opinião pública, organização religiosa, atividade intelectual e outras passam a ser influenciadas pelos movimentos e pelas configurações de globalismo; e a influenciá-lo. São articulações, integrações, tensões e contradições, envolvendo uns e outros, organizações e instituições, ou as mais diversas realidades sociais, de tal forma que o globalismo pode aparecer mais ou menos decisivamente no modo pelo qual se movem indivíduos e coletividades no novo mapa do mundo. (IANNI, 1998, p. 1) 
1 – A globalização cultural e estética Dentre as diversas práticas culturais que percorrem bem o processo de globalização se misturando com novas e clássicas culturas, gerando e oferecendo novos e interessantes resultados, no que se diz respeito de ascender como prática em uma quantidade incontrolável, a tatuagem ganha espaço, se dissemina e recicla seu nome, de acordo com as preferências em cada região. A tatuagem é um ritual estético e ancestral difundido por todo o mundo. As sociedades que a pratica, têm em sua cultura suas próprias técnicas, cada uma mais dolorosa que a outra. É considerado que a Nova Zelândia obtém umas das culturas mais isoladas do mundo, terra do povo maori conhecido pelo espírito guerreiro e tatuagens faciais. Esse grande ritual estético, através das tatuagens faciais, foi quase eliminado por exploradores ingleses no
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século XVIII, e vem gradativamente ressurgindo pelas mais novas gerações de tatuadores que procuram manter vivos e difundir através de sua arte os costumes e práticas maoris. Somente através do processo de globalização que essa cultura atinge não só a parte ocidental do mundo, mas o globo como um todo. 
os Maoris, na Nova Zelândia. Para esses povos, a tatuagem facial era sagrada e reservada às autoridades do clã, conhecidos pelo termo “moko”. Em suas tradições, os Maoris acreditavam que a tatuagem continha uma força sagrada e por isso seu portador deveria ser um homem livre e nobre, isto é; possuir um status diferenciado. Nesse contexto, os escravos não tinham o direito de portarem uma tatuagem. O ritual da tatuagem era tabu e a operação acontecia em lugar sagrado e reservado. (RAMOS, 2001. p.5) 
O método de tatuagem maori é feito utilizando um pincel de madeira com pontas super afiadas, usadas para fazer cortes na pele com facilidade. Espera-se a ferida cicatrizar para depois, novamente, perfurá-la e finalmente aplicar tinta dará a coloração desejada. É basicamente uma cicatriz preenchida com tinta. Seus padrões de tatuagem são curvas e espirais, totalmente inspirados na natureza. Cada desenho agrega um significado especifico e simbólico diferente. É realizada hoje por alguns artistas seletos e renomados, como uma forma de honrar seu diferencial artístico. 
O rosto era dividido em zonas, atendendo a um princípio de simetria e oposições binárias, que governavam os Maoris, tais como: vida e morte, tabu e noa. O motivo mais recorrente entre os Maoris era a espiral, tendo cada curva um significado complexo e personalizado, que revelava a identidade e função de seu portador, como uma assinatura facial, diz Geoffroy Schneiter. (SCHNEITER, 2001, p.21) 
Entretanto, com as colonizações civilizadoras, o exotismo desses rostos tatuados provocou um impressionante tráfico de cabeças tatuadas durante o século XIX, quando da primeira expedição de Cook às ilhas da Nova Zelândia. (RAMOS, 2001, p.5) 
Essa tradição de arte corporal pode parecer moderna, mas existe a mais de 1000 anos quando um povo guerreiro vindo do Pacífico Sul migrou para o que hoje se chama Nova Zelândia. Suas tatuagens evoluíram tecnicamente e artisticamente, até chegarem na elaboração da tatuagem facial conhecida como ‘moko’. Tatuagens faciais nas mulheres, por exemplo, é um sinal de beleza; nos homens é a marca de um guerreiro.
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Umas das maiores tradições maoris conhecidas, por exemplo, é a forma como eles tratavam os guerreiros estrangeiros. As cabeças daqueles que eram mortos em combates, eram mumificadas como forma de mostrarem sua coragem. No século XVIII, a vida maori muda quando os exploradores britânicos começam a explorar o Pacífico Sul e, como era a primeira vez que esses ocidentais viam tatuagens, ficaram fascinados pelas tatuagens faciais maoris e rapidamente começaram a trocar por meio de escambos, cabeças dos guerreiros mortos por armas. Porém, ouve uma consequência inesperada: Os maoris começam a ser mortos e decapitados, para suas cabeças serem vendidas a colecionadores europeus. No final do século IXX, os maoris deixam de usar suas artes milenares. Assim, quase entram em extinção, sendo praticada isoladamente nas aldeias mais remotas da Nova Zelândia. Entretanto, das últimas gerações até o momento atual, a cultura maori vem como uma arte milenar tradicional muito forte, quebrando os tabus que são impostos pelas culturas mais conservadoras vindas de realidades distantes das suas. É formado assim, um isolamento aos seus simpatizantes, como os da cultura maori: 
Colecionar cabeças tatuadas passou a ser um “exotismo” europeu e, por conseqüência, um mercado rentável. Com a alta dos preços e a escassez das cabeças tatuadas, alguns chefes Maoris ordenaram tatuar a força seus escravos antes de decapitá-los e, assim, comercializar suas cabeças posteriormente. Invertia-se, dessa forma, o privilégio em castigo. Talvez isso explique o desaparecimento das tatuagens Maoris na Nova- Zelândia, conclui Tenenhaus. Extinta essa prática no século XIX, os pesquisadores registram hoje seu retorno entre os Maoris, que voltaram a ornando seus corpos e rostos. (RAMOS, 2001, p. 5) 
1.1 – Mecanismos sociais: Intolerância e preconceito 
Segundo BAUMAN (2008), a agorafobia é um termo que descreve a controvérsia do período inicial de construção das cidades por se tomar o máximo de cuidado, em relação a infiltração de estranhos e que, posteriormente, propõe-se a exclusão dos que não deveriam fazer parte dessa região, segundo alguns. BAUMAN (2008) às classifica como ‘cidadãos indesejados’. Esses, não devem mais pertencer àquela região: A suspeita em relação aos outros, a intolerância face à diferença, o ressentimento com estranhos e a exigência de isolá-los e bani-los, assim como a preocupação histérica, paranóica com a “lei e a ordem”, tudo isso tende a atingir o mais alto grau nas comunidades locais mais uniformes, mais
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segregadas dos pontos de vista racial, étnico e de classe. (BAUMAN, 1999, p.54) 
É comparável, claramente, à crítica na fábula satírica de ORWELL (1945) que ultrapassa certamente a crítica feita à Revolução Russa com o regime stalinista, criticando seu totalitarismo soviético, quando na sétima lei, por exemplo, estabelecida pelos porcos que já detém o poder da fazenda, ocorre uma limitação. Diante de suas visões e preferências, é estipulado que todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros. E assim tornasse claro que o indivíduo situado numa sociedade, é cada vez mais aceito ao passo que suas características se aproximam dos padrões políticos, sociais e econômicos estipulados pelos seus idealizadores que detêm o poder. 
Mais próximos também estes estão dos direitos que, os não enquadrados próximos aos padrões da sociedade, são destinados logicamente a trabalhar para garantir os direitos dos beneficiados, mantendo e reforçando o modelo de sistema governamental e de sociedade. E quanto mais leis e direitos estabelecidos pelo Estado para alguns, mais obrigações e mais trabalhadores são necessários para garantir e sustentar o modelo piramidal. Eis que o processo de exclusão social é identificado pela má distribuição de direitos e trabalhos. A partir desse desequilíbrio se formam classes sociais em uma sociedade que cada vez mais se fragmenta, e essas fragmentações são dadas mais nas classes pobres da base piramidal, formando assim inúmeros grupos para reivindicar seus direitos que dificulta na estipulação qualitativa total. São criados assim os movimentos sociais, partidos políticos e outros órgãos e organizações que expressem a necessidade de várias vertentes abaladas pela desigualdade: A emergência de múltiplas exigências, ampliada em parte pelo crescimento de reivindicações culturais e relativas à qualidade de vida, suscita um espectro diversificado de órgãos porta vozes: movimentos urbanos, étnicos, juvenis, feministas, de consumidores, ecológicos etc. A mobilização social, do mesmo modo que a estrutura da cidade, fragmenta-se em processos cada vez mais difíceis de totalizar. (CANCLINI, Nestor Garcia, 1997, p. 3) 
A insatisfação de uns gera a insegurança em outros dentro da sociedade. E segurança é algo urgente em qualquer sociedade do planeta, pois dá a noção de que nenhum membro será afetado, constrangido ou influenciado negativamente dentro dela. O que acontece é que ao mesmo tempo em que se torna uma espécie de ferramenta, não só protege como também separa e, muitas vezes isola, afastando não só o que seria prejudicial e hostilizaria o bem estar
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da sociedade, mas aquilo ou aquele que não se quer estar no mesmo ambiente pelo simples fato de nada saber sobre e, por fim, ser estranho. Complementando com a frase de BAUMAN (2008) que por sua vez aguça ainda mais a figura ambígua e imprevisível do estranho. O que se pode entender por preconceito, que é a rotulação de algo ou alguém, agregando características de forma dedutiva não tomando conhecimento de fato ao que realmente representa. Geralmente essa dedução é de caráter negativo e muitas vezes, depreciativo e ofensivo. 
1.2 – Rock: Quebrando elos com a geração anterior 
A década de crises vividas pelo mundo no Breve Século XX assim como o final da década de 1980 e início de 1990, de acordo com Hobsbawm (1995), está para se completar ainda, no entanto, levou a um enorme impacto nos aspectos econômicos, sociais, culturais e essas mudanças se desencadearam por todo planeta tornando-se tão profundas quanto irreversíveis. 
O mundo que chegava ao final do Breve Século XX, tornara-se bem diferente do seu inicio, tinha deixado de ser eurocêntrico trouxera o declínio e queda da Europa, ainda centro inquestionado de poder, riqueza, intelecto e Civilização Ocidental (Hobsbawm, 1995, p.23). 
Trazia consigo também outras transformações que se acentuaram na década de 1990 no qual o globo tornou-se mais uma unidade operacional única: 
Na verdade, para muitos propósitos, notadamente em questões econômicas, o globo é agora uma unidade operacional básica, e unidades mais velhas como “as economias nacionais”, definidas pelas políticas de Estados territórios, estão reduzidas a complicações de atividades transnacionais. O estágio alcançado na década de 1990 na construção da “aldeia global” – expressão cunhada na década de 1960 (McLuhan 1962) não parecera muito adiantado aos observadores de meados do século XXI, porém já havia transformado não apenas certas atividades econômicas e técnicas e as operações da ciência, como ainda importantes aspectos da vida privada, sobretudo devido á imaginável aceleração das comunicações e dos transportes. (Hobsbawm, 1995, p. 24) 
Nesse cenário, outras modificações também ocorreram no final do século XX segundo o autor, que foi a tensão entre o processo de globalização que se tornou cada vez mais acelerada e a incapacidade conjunta das instituições públicas e do comportamento coletivo dos seres humanos de se acomodarem a ele.
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Para o autor, determinados aspectos tornaram-se mais perturbadores no final do século XX, que se deu exatamente pela desintegração de velhos padrões de relacionamento social humano, o que levou a quebra de elos entre gerações. Na prática, a nova sociedade operou não pela destruição maciça de tudo que herdara da velha sociedade, mas se adaptando a herança do passado para uso próprio. (Hobsbawm, 1995, p.25). Hobsbawm (1995) caracteriza a Revolução Cultural, basicamente, pelas mudanças ocorridas durante décadas do século XX, como por exemplo, a diminuição nos casamentos formais e o desejo de se ter filhos. Nos dias de hoje, a separação é uma realidade mais próxima e mais frequente. Essa crise familiar ainda estaria relacionada às mudanças bastante grandes que vem ocorrendo nos padrões públicos que governam a conduta sexual, a parceria e a procriação. Uma era em que, a liberalização tanto para heterossexuais, no caso mais relevante para as mulheres que possuíam muito menos liberdade, quanto para homens homossexuais. 
Mediante as crises ocorridas no século XX e as transformações ocorridas, se insere as mudanças no campo cultural, trazendo consigo uma verdadeira revolução cultural. Segundo o autor a melhor abordagem que podemos ter dessa revolução cultural é, portanto, através da família e da casa, isto é através da estrutura de relações entre os sexos e as gerações (Hobsbawm, p. 314). 
Ainda no contexto da revolução cultural surge uma crise de relações entre os sexos que apontou para uma cultura juvenil especifica muito forte, trazendo mudanças na relação entre as gerações. Essa juventude adquiria uma consciência própria, nos países desenvolvidos ocorreu mais cedo que nas gerações anteriores (cf. Tanner, 1962, p.153), e no qual o mercado fonográfico fez fortuna em países menos politizados. No entanto, estes jovens tornavam-se agentes sociais independentes - sobretudo era a geração do rock que despontava -. Assim então, a juventude se torna transitória, pois estes também fazem parte da massa de consumo. 
Com os acontecimentos políticos nas décadas de 1970 e 1980 o rock se insere nesse cenário chegando aos jovens de 14 anos aos 25 anos uma geração que rejeitava a imposição de rótulos e procurava quebrar elos com a geração anterior: 
A radicalização política dos anos 60, antecipada por contingentes menores de dissidentes culturais e marginalizados sobre vários rótulos, foi dessa gente jovem, que rejeitava o status de criança e mesmo de adolescentes (ou seja,
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ainda não inteiramente amadurecidas), negando ao mesmo tempo a humanidade plena a qualquer geração acima dos trinta anos de idade, com exceção do guru ocasional. (Hobsbawm, p. 318) 
Essa nova geração juvenil que não aceitava rótulos trouxe consigo algumas peculiaridades e novidades, apresentou uma “nova autonomia” da juventude como uma camada social separada foi simbolizada por um fenômeno que, nessa escala, provavelmente não teve paralelos desde a era romântica do inicio do século XX (Hobsbawm, 1995, p. 318). Nesse momento surge o herói cuja vida e juventude acabavam juntas, essa figura foi representa nos anos 50 por James Dean, tornando-se assim a expressão cultural característica da juventude: 
- O rock. Buddy Holly, Janis Joplin, Brian Jones membro do Rolling Stones, Bob Marley, Jimi Hendrix, e varias outras divindades populares caíram vítimas de um estilo de vida fadado à morte precoce. O que tornava simbólico essas mortes era que a juventude por eles representada era transitória por definição. Ser ator pode ser uma carreira duradoura, mas não ser um jeune premier. (Hobsbawm, 1995, p.318) 
Este novo grupo estava se tornando mais jovem em idade, porém sua situação não mudava e as tensões entre jovens, pais e professores que insistiam em vê-los como menos adultos do que eles sentiam. O meio burguês esperava de seus rapazes – diferentemente das moças – passassem por um período de turbulência e “cabeçadas”, antes de “assentar-se” (Hobsbawm, 1995, p.319). 
De acordo com o autor a novidade nessa nova cultura juvenil se dava em três peculiaridades: A “juventude” não era vista como estágio preparatório para a vida, mas em certo sentido, como o estágio final do pleno desenvolvimento. A juventude era o principal e, consequentemente, a vida entrava em decadência depois dos 30; a segunda peculiaridade dessa cultura juvenil deriva da primeira. Ela era ou, tornou-se dominante nas “economias de mercado desenvolvidas”, representante agora, de uma massa que concentrava poder de compra, em parte porque cada nova geração de adultos fora socializada como integrante de uma cultura juvenil autoconsciente, e trazia marcas dessa experiência (Hobsbawm, 1995, p. 320). O autor ainda aponta que a terceira peculiaridade dessa cultura jovem nas sociedades urbanas foi o seu internacionalismo:
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O blue jeans e o rock se tornaram marcas dessa juventude “moderna”, das minorias destinadas a torna-se maiorias, em todo país onde eram oficialmente toleradas e em alguns onde não eram, como na URSS a partir da década de 1960 (cf. Starr, 1990, capítulos 12 e 13). Letras de rock em inglês muitas vezes eram traduzidas. Isso refletia a esmagadora hegemonia cultural dos USA na cultura popular e nos estilos de vida (Hobsbawm, 1995, p. 320) 
O autor ainda salienta que a cultura jovem foi o alvitre inicial da revolução cultural, de forma mais influente e revolucionária nas formas e costumes, nos meios de gozar o lazer e nas artes comerciais, que formavam cada vez mais a atmosfera respirada por homens e mulheres urbanos (Hobsbawm, 1995, p.323). 
CONCLUSÃO 
Como aponta IANNI (1995), Hobsbawm (1995) com o crescente processo de globalização, principalmente no final da década de 1980 e inicio de 1990 vieram varias transformações no globo com impacto nos aspectos econômicos, culturais e sociais de forma profunda que se acentuaram na década de 90. Era o momento de pensar o mundo como uma sociedade global. 
A construção desse artigo possibilitou ver o entrelaçamento das culturas, o processo de internacionalização da mesma e as transformações ocorridas em todo o globo mediante o processo de revolução cultural juntamente com as modificações no campo social em que a globalização nos apresentou os processos, as relações, tanto das estruturas de dominação quanto de apropriação que passaram a ser desenvolvidas em grande escala. 
Com o advento da globalização o cenário no campo cultural passa por inúmeros processos e transformações desde a desintegração velhos padrões dos relacionamentos humanos em que as novas gerações passaram a romper com as gerações anteriores, se reinventando e se adaptando a herança deixada por seus antecessores. 
Discorrendo sobre processo da globalização e as modificações culturais e sociais ocorridas nesse período focamos em três situações: os mecanismos de tolerância e preconceito; o surgimento da cultural juvenil que teve o rock como seu maior expoente nas décadas de 1970 e 1980 e que levou o rompimento do elo com as gerações anteriores. Sendo o
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rock e o ‘blue jeans’ um dos maiores responsáveis pela internacionalização da cultura jovem; e terminamos o artigo citando de uma cultura local – as tatuagens em Maori – e sua disseminação para varias partes do globo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAUMAN, Zygmunt. Globalização: As conseqüências humanas, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999. CANCLINI, Néstor Garcia. Culturas Híbridas – estratégias para entrar e sair da modernidade, São Paulo, EDUSP, 1997. HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: O breve século XX: 1914-1991, trad. De Marcos Santarrita, São Paulo, Companhia das Letras, 1995. IANNI, Otavio. As Ciências Sociais na Época da Globalização, São Paulo, IEA/USP, 1998. IANNI, Otavio. Teorias da Globalização, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1995. ORWELL, George. A Revolução dos Bichos, Companhia das Letras, 1945. RAMOS, Celia Maria Antonacci. Teorias da tatuagem (uma análise da loja Stoppa Tatooda Pedra), UDESC, Florianópolis, 2001.

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Artigo Científico - Yunes Fadel - Globalização: A Hibridização Cultural

  • 1. Yunes Fadel GLOBALIZAÇÃO: A Hibridização Cultural Universidade Veiga de Almeida Rio de Janeiro – 2013
  • 2. Yunes Fadel GLOBALIZAÇÃO: A Hibridização Cultura1 Artigo Científico apresentado através da Universidade Veiga de Almeida – UVA –RJ como exigência parcial para a obtenção de conclusão da disciplina ‘Comunicação e o Mundo Contemporâneo’ de Comunicação Social: Publicidade, sob aprovação do Prof. Guilherme Carvalhido. Universidade Veiga de Almeida Rio de Janeiro –2013 __________________________________________________________________________________ 1 Termos criado à partir de CANCLINI, Néstor García. Culturas Híbridas - estratégias para entrar e sair da modernidade, São Paulo, EDUSP, 1997.
  • 3. RESUMO Este trabalho prima pontos críticos e influentes de algumas culturas globais sobre outras; as transições mundiais; a adaptação dessas culturas às regiões onde foram aplicadas; os tipos de relação harmônica ou não e de tolerância entre simpatizantes e não simpatizantes. As ciências sociais têm como objetivo estudar o comportamento do homem e definem como ‘cultura’ a forma que este se desenvolve e aproveita o espaço, ao passar do tempo, considerando as influências externas do ambiente em que vive. Com o processo crescente de globalização, seus estudos se tornam mais delicados, considerando cada vez mais detalhadas as diversas relações entre nações. Vários exemplos de transformação no globo se deram da revolução cultural e social1. Pela primeira vez, são desafiadas a pensar o mundo como uma sociedade global. (IANNI, 1995, p. 237). A originalidade e a complexidade de globalização, no seu todo ou em seus distintos aspectos, desafiam o cientista social a mobilizar sugestões e conquistas de várias ciências. Acontece que a globalização pode ser vista como um vasto processo não só político-econômico, mas também sócio- cultural, compreendo problemas demográficos, ecológicos, de gênero, religiosos, linguísticos e outros. Ainda que a pesquisa privilegie determinado ângulo de análise, está continuamente desafiada a levar em conta outros aspectos da realidade, sem os quais a análise econômica, política, sociológica, ecológica ou outra resulta em abstrações carentes da realidade, consistência ou verossimilhança. (IANNI, 1998, p. 8) São analisados padrões estéticos e outros símbolos, tendo como exemplo os da cultura maori. A criação e o uso de mecanismos da sociedade global como um todo, legitimando a fidelidade e a segurança dos perfis padrões de uma sociedade, existentes nas épocas em que são analisados e que influenciam o modo social de pensar, agir e consumir. Um forte movimento social revolucionário como ‘o rock’. Ferramentas que funcionam como pontos de vista para dar forma aos próximos padrões que serão elaborados, estabelecidos e reformados nos próximos anos. Marcado pela história, prossegue o processo de repaginação das relações interpessoais tendo em vista o mundo como palco das decisões e predominâncias regionais que se estabelecem, formulando constantemente novos padrões globais e híbridos. __________________________________________________________________________________ 1 Termos usados por Hobsbawm, A Era dos Extremos (O breve Século XX: 1914-1991), trad. de Marcos Santarrita, Companhia das Letras, São Paulo, 1995, 10º e 11º títulos do índice.
  • 4. ABSTRACT This work press critical and influential points of some global cultures; world’s changes; the fragmentation of this cultures linked to existing ones on harmonic forms or not of correlation and tolerance of their partners and not partners. The Social Sciences study human behavior and define as ‘culture’ as how people enjoy and advance their space, considering environment influences. Considering the globalization process, their studies become stricter, whereas increasingly detailed relationships between nations. Many examples of the world’s transformation were brought about by the social and cultural revolutions1. For the first time, they are being challenged to think about the world as a global society. (IANNI, 1995, p.237). The originality and complexity of globalization, in whole or in his different aspects challenge the social scientist to mobilize various suggestions and achievements sciences. It turns out that globalization can be seen as a broad process not only political and economic, but also socio-cultural, understand demographic problems, ecological, gender, religious, linguistic and other. Although the research focuses angle analysis, is continually challenged to take into account other aspects of reality, without which the economic analysis, political, sociological, ecological or other results in poor abstractions of reality, consistency or verisimilitude. (IANNI, 1998, p. 8) Are analyzed aesthetic standards and other symbols, taking the example of the Maori culture. The creation and use of mechanisms of global society as a whole, legitimizing the fidelity and safety profiles of a society’s existing standards in times which are analyzed and influencing the social mode of thinking, acting and consume. A Strong social movement, as ‘rock’. Tools that act as points of view to form the next standards that will be developed, established and retired in next years, decades and centuries. Marked by history, continues the process of redesign of interpersonal relations in view of the world as a stage of decisions and regional predominance settling, constantly formulating new global and hybrids’ standards. __________________________________________________________________________________ 1 Terms used by Hobsbawm, Age of extremes (The short twentieth century: 1914-1991), translated by Marcos Santarrita, Companhia das Letras, São Paulo, 1995, 10th and 11th titles of the summary.
  • 6. 5 INTRODUÇÃO O séc. XX traz novas trajetórias ao século conseguinte diante de um momento da história que suporta trilhar diversas ordens culturais. Nesse momento em que muitas culturas ganham espaço e são aceitas em algumas regiões do planeta e fixam-se. Globalizam as outras culturas à partir da readaptação de seus praticantes nessas outras regiões, que misturam as culturas locais a essas novas. Assim são elaboradas novas versões. É preciso ressaltar que esse processo de mistura aplicado às duas premissas culturais - local e internacional-, naturalmente, torna ambas não mais originais, perdendo seu essencial. Além das novas relações, processos e estruturas sobressaírem aos já implantados: As relações, os processos e as estruturas econômicas, políticas, demográficas, geográficas, históricas, culturais e sociais, que se desenvolvem em escala mundial, adquirem preeminência sobre as relações, processos e estruturas que se desenvolvem em escala nacional. (IANNI, 1995, p. 237) Assim como o modelo econômico do capitalismo sustentado por um mundo inteiro, uma cultura se desenvolve em escala mundial ao passo que consegue atingir varias regiões no globo e aumenta assim seu número de seus simpatizantes. A chave para seu progresso é a adaptação e readaptação constante nos territórios em que existe ou passa a existir e, por fim, sua prática. O que a preserva e a torna propícia a ser disseminada em outras regiões do globo repetindo o mesmo processo (independente das pessoas dessas regiões estarem conscientes ou aprovarem). Os indivíduos a exercem em meios sociais, econômicos, políticos e culturais da época em que vivem mesmo sem saber. Constrói-se assim uma espécie de identidade cultural marcando sua existência. Mas esse sistema precisa de membros que o sustente, para se desenvolver a nível global. Com a mudança da preferência humana, a começar pelas ideológicas, transitam diversos modelos de sociedade, civilizações, modelos econômicos, políticos e por fim, culturais. Tudo está relacionado e transmuta, mesmo que imperceptivelmente, pois estes fatores estão totalmente interligados. O que indefere a ascensão de um único modelo, vide a individualidade de cada pessoa, tribo ou determinada região, por exemplo.
  • 7. 6 De acordo com a sociedade, as adaptações e readaptações podem não ser necessárias, o que dá a idéia de um modelo ‘clássico’ e conservador político, econômico, social ou cultural. Tendo em vista como sendo o mais importante, pois quanto mais tempo algo permanece sendo praticado, são atribuídas novas versões, tradição e estruturação. Um exemplo são os modelos da cultura norte americana. As culturas nacionais e regionais são preservadas em maioria por uma população local específica que sempre teve contato constante e maior com esses tipo de estruturas, mais especificamente, traça sua vida embasando-se enfaticamente na cultura nacional daquela determinada região que, passa a ter um caráter tradicional. Essa cultura anteriormente praticada por gerações passadas foi menos interferida por influências externas. O globalismo compreende relações, processos e estruturas de dominação e apropriação desenvolvendo-se em escala mundial. São relações, processos e estruturas polarizadas em termos de integração e acomodação, assim como de fragmentação e contradição, envolvendo sempre as condições e as possibilidades de soberania e hegemonia. Todas as realidades sociais, desde o indivíduo à coletividade, ou povo, tribo, nação e nacionalidade, assim como cooperação transnacional, organização multilateral, partido político, sindicato, movimento social, corrente de opinião pública, organização religiosa, atividade intelectual e outras passam a ser influenciadas pelos movimentos e pelas configurações de globalismo; e a influenciá-lo. São articulações, integrações, tensões e contradições, envolvendo uns e outros, organizações e instituições, ou as mais diversas realidades sociais, de tal forma que o globalismo pode aparecer mais ou menos decisivamente no modo pelo qual se movem indivíduos e coletividades no novo mapa do mundo. (IANNI, 1998, p. 1) 1 – A globalização cultural e estética Dentre as diversas práticas culturais que percorrem bem o processo de globalização se misturando com novas e clássicas culturas, gerando e oferecendo novos e interessantes resultados, no que se diz respeito de ascender como prática em uma quantidade incontrolável, a tatuagem ganha espaço, se dissemina e recicla seu nome, de acordo com as preferências em cada região. A tatuagem é um ritual estético e ancestral difundido por todo o mundo. As sociedades que a pratica, têm em sua cultura suas próprias técnicas, cada uma mais dolorosa que a outra. É considerado que a Nova Zelândia obtém umas das culturas mais isoladas do mundo, terra do povo maori conhecido pelo espírito guerreiro e tatuagens faciais. Esse grande ritual estético, através das tatuagens faciais, foi quase eliminado por exploradores ingleses no
  • 8. 7 século XVIII, e vem gradativamente ressurgindo pelas mais novas gerações de tatuadores que procuram manter vivos e difundir através de sua arte os costumes e práticas maoris. Somente através do processo de globalização que essa cultura atinge não só a parte ocidental do mundo, mas o globo como um todo. os Maoris, na Nova Zelândia. Para esses povos, a tatuagem facial era sagrada e reservada às autoridades do clã, conhecidos pelo termo “moko”. Em suas tradições, os Maoris acreditavam que a tatuagem continha uma força sagrada e por isso seu portador deveria ser um homem livre e nobre, isto é; possuir um status diferenciado. Nesse contexto, os escravos não tinham o direito de portarem uma tatuagem. O ritual da tatuagem era tabu e a operação acontecia em lugar sagrado e reservado. (RAMOS, 2001. p.5) O método de tatuagem maori é feito utilizando um pincel de madeira com pontas super afiadas, usadas para fazer cortes na pele com facilidade. Espera-se a ferida cicatrizar para depois, novamente, perfurá-la e finalmente aplicar tinta dará a coloração desejada. É basicamente uma cicatriz preenchida com tinta. Seus padrões de tatuagem são curvas e espirais, totalmente inspirados na natureza. Cada desenho agrega um significado especifico e simbólico diferente. É realizada hoje por alguns artistas seletos e renomados, como uma forma de honrar seu diferencial artístico. O rosto era dividido em zonas, atendendo a um princípio de simetria e oposições binárias, que governavam os Maoris, tais como: vida e morte, tabu e noa. O motivo mais recorrente entre os Maoris era a espiral, tendo cada curva um significado complexo e personalizado, que revelava a identidade e função de seu portador, como uma assinatura facial, diz Geoffroy Schneiter. (SCHNEITER, 2001, p.21) Entretanto, com as colonizações civilizadoras, o exotismo desses rostos tatuados provocou um impressionante tráfico de cabeças tatuadas durante o século XIX, quando da primeira expedição de Cook às ilhas da Nova Zelândia. (RAMOS, 2001, p.5) Essa tradição de arte corporal pode parecer moderna, mas existe a mais de 1000 anos quando um povo guerreiro vindo do Pacífico Sul migrou para o que hoje se chama Nova Zelândia. Suas tatuagens evoluíram tecnicamente e artisticamente, até chegarem na elaboração da tatuagem facial conhecida como ‘moko’. Tatuagens faciais nas mulheres, por exemplo, é um sinal de beleza; nos homens é a marca de um guerreiro.
  • 9. 8 Umas das maiores tradições maoris conhecidas, por exemplo, é a forma como eles tratavam os guerreiros estrangeiros. As cabeças daqueles que eram mortos em combates, eram mumificadas como forma de mostrarem sua coragem. No século XVIII, a vida maori muda quando os exploradores britânicos começam a explorar o Pacífico Sul e, como era a primeira vez que esses ocidentais viam tatuagens, ficaram fascinados pelas tatuagens faciais maoris e rapidamente começaram a trocar por meio de escambos, cabeças dos guerreiros mortos por armas. Porém, ouve uma consequência inesperada: Os maoris começam a ser mortos e decapitados, para suas cabeças serem vendidas a colecionadores europeus. No final do século IXX, os maoris deixam de usar suas artes milenares. Assim, quase entram em extinção, sendo praticada isoladamente nas aldeias mais remotas da Nova Zelândia. Entretanto, das últimas gerações até o momento atual, a cultura maori vem como uma arte milenar tradicional muito forte, quebrando os tabus que são impostos pelas culturas mais conservadoras vindas de realidades distantes das suas. É formado assim, um isolamento aos seus simpatizantes, como os da cultura maori: Colecionar cabeças tatuadas passou a ser um “exotismo” europeu e, por conseqüência, um mercado rentável. Com a alta dos preços e a escassez das cabeças tatuadas, alguns chefes Maoris ordenaram tatuar a força seus escravos antes de decapitá-los e, assim, comercializar suas cabeças posteriormente. Invertia-se, dessa forma, o privilégio em castigo. Talvez isso explique o desaparecimento das tatuagens Maoris na Nova- Zelândia, conclui Tenenhaus. Extinta essa prática no século XIX, os pesquisadores registram hoje seu retorno entre os Maoris, que voltaram a ornando seus corpos e rostos. (RAMOS, 2001, p. 5) 1.1 – Mecanismos sociais: Intolerância e preconceito Segundo BAUMAN (2008), a agorafobia é um termo que descreve a controvérsia do período inicial de construção das cidades por se tomar o máximo de cuidado, em relação a infiltração de estranhos e que, posteriormente, propõe-se a exclusão dos que não deveriam fazer parte dessa região, segundo alguns. BAUMAN (2008) às classifica como ‘cidadãos indesejados’. Esses, não devem mais pertencer àquela região: A suspeita em relação aos outros, a intolerância face à diferença, o ressentimento com estranhos e a exigência de isolá-los e bani-los, assim como a preocupação histérica, paranóica com a “lei e a ordem”, tudo isso tende a atingir o mais alto grau nas comunidades locais mais uniformes, mais
  • 10. 9 segregadas dos pontos de vista racial, étnico e de classe. (BAUMAN, 1999, p.54) É comparável, claramente, à crítica na fábula satírica de ORWELL (1945) que ultrapassa certamente a crítica feita à Revolução Russa com o regime stalinista, criticando seu totalitarismo soviético, quando na sétima lei, por exemplo, estabelecida pelos porcos que já detém o poder da fazenda, ocorre uma limitação. Diante de suas visões e preferências, é estipulado que todos os animais são iguais, mas alguns são mais iguais que os outros. E assim tornasse claro que o indivíduo situado numa sociedade, é cada vez mais aceito ao passo que suas características se aproximam dos padrões políticos, sociais e econômicos estipulados pelos seus idealizadores que detêm o poder. Mais próximos também estes estão dos direitos que, os não enquadrados próximos aos padrões da sociedade, são destinados logicamente a trabalhar para garantir os direitos dos beneficiados, mantendo e reforçando o modelo de sistema governamental e de sociedade. E quanto mais leis e direitos estabelecidos pelo Estado para alguns, mais obrigações e mais trabalhadores são necessários para garantir e sustentar o modelo piramidal. Eis que o processo de exclusão social é identificado pela má distribuição de direitos e trabalhos. A partir desse desequilíbrio se formam classes sociais em uma sociedade que cada vez mais se fragmenta, e essas fragmentações são dadas mais nas classes pobres da base piramidal, formando assim inúmeros grupos para reivindicar seus direitos que dificulta na estipulação qualitativa total. São criados assim os movimentos sociais, partidos políticos e outros órgãos e organizações que expressem a necessidade de várias vertentes abaladas pela desigualdade: A emergência de múltiplas exigências, ampliada em parte pelo crescimento de reivindicações culturais e relativas à qualidade de vida, suscita um espectro diversificado de órgãos porta vozes: movimentos urbanos, étnicos, juvenis, feministas, de consumidores, ecológicos etc. A mobilização social, do mesmo modo que a estrutura da cidade, fragmenta-se em processos cada vez mais difíceis de totalizar. (CANCLINI, Nestor Garcia, 1997, p. 3) A insatisfação de uns gera a insegurança em outros dentro da sociedade. E segurança é algo urgente em qualquer sociedade do planeta, pois dá a noção de que nenhum membro será afetado, constrangido ou influenciado negativamente dentro dela. O que acontece é que ao mesmo tempo em que se torna uma espécie de ferramenta, não só protege como também separa e, muitas vezes isola, afastando não só o que seria prejudicial e hostilizaria o bem estar
  • 11. 10 da sociedade, mas aquilo ou aquele que não se quer estar no mesmo ambiente pelo simples fato de nada saber sobre e, por fim, ser estranho. Complementando com a frase de BAUMAN (2008) que por sua vez aguça ainda mais a figura ambígua e imprevisível do estranho. O que se pode entender por preconceito, que é a rotulação de algo ou alguém, agregando características de forma dedutiva não tomando conhecimento de fato ao que realmente representa. Geralmente essa dedução é de caráter negativo e muitas vezes, depreciativo e ofensivo. 1.2 – Rock: Quebrando elos com a geração anterior A década de crises vividas pelo mundo no Breve Século XX assim como o final da década de 1980 e início de 1990, de acordo com Hobsbawm (1995), está para se completar ainda, no entanto, levou a um enorme impacto nos aspectos econômicos, sociais, culturais e essas mudanças se desencadearam por todo planeta tornando-se tão profundas quanto irreversíveis. O mundo que chegava ao final do Breve Século XX, tornara-se bem diferente do seu inicio, tinha deixado de ser eurocêntrico trouxera o declínio e queda da Europa, ainda centro inquestionado de poder, riqueza, intelecto e Civilização Ocidental (Hobsbawm, 1995, p.23). Trazia consigo também outras transformações que se acentuaram na década de 1990 no qual o globo tornou-se mais uma unidade operacional única: Na verdade, para muitos propósitos, notadamente em questões econômicas, o globo é agora uma unidade operacional básica, e unidades mais velhas como “as economias nacionais”, definidas pelas políticas de Estados territórios, estão reduzidas a complicações de atividades transnacionais. O estágio alcançado na década de 1990 na construção da “aldeia global” – expressão cunhada na década de 1960 (McLuhan 1962) não parecera muito adiantado aos observadores de meados do século XXI, porém já havia transformado não apenas certas atividades econômicas e técnicas e as operações da ciência, como ainda importantes aspectos da vida privada, sobretudo devido á imaginável aceleração das comunicações e dos transportes. (Hobsbawm, 1995, p. 24) Nesse cenário, outras modificações também ocorreram no final do século XX segundo o autor, que foi a tensão entre o processo de globalização que se tornou cada vez mais acelerada e a incapacidade conjunta das instituições públicas e do comportamento coletivo dos seres humanos de se acomodarem a ele.
  • 12. 11 Para o autor, determinados aspectos tornaram-se mais perturbadores no final do século XX, que se deu exatamente pela desintegração de velhos padrões de relacionamento social humano, o que levou a quebra de elos entre gerações. Na prática, a nova sociedade operou não pela destruição maciça de tudo que herdara da velha sociedade, mas se adaptando a herança do passado para uso próprio. (Hobsbawm, 1995, p.25). Hobsbawm (1995) caracteriza a Revolução Cultural, basicamente, pelas mudanças ocorridas durante décadas do século XX, como por exemplo, a diminuição nos casamentos formais e o desejo de se ter filhos. Nos dias de hoje, a separação é uma realidade mais próxima e mais frequente. Essa crise familiar ainda estaria relacionada às mudanças bastante grandes que vem ocorrendo nos padrões públicos que governam a conduta sexual, a parceria e a procriação. Uma era em que, a liberalização tanto para heterossexuais, no caso mais relevante para as mulheres que possuíam muito menos liberdade, quanto para homens homossexuais. Mediante as crises ocorridas no século XX e as transformações ocorridas, se insere as mudanças no campo cultural, trazendo consigo uma verdadeira revolução cultural. Segundo o autor a melhor abordagem que podemos ter dessa revolução cultural é, portanto, através da família e da casa, isto é através da estrutura de relações entre os sexos e as gerações (Hobsbawm, p. 314). Ainda no contexto da revolução cultural surge uma crise de relações entre os sexos que apontou para uma cultura juvenil especifica muito forte, trazendo mudanças na relação entre as gerações. Essa juventude adquiria uma consciência própria, nos países desenvolvidos ocorreu mais cedo que nas gerações anteriores (cf. Tanner, 1962, p.153), e no qual o mercado fonográfico fez fortuna em países menos politizados. No entanto, estes jovens tornavam-se agentes sociais independentes - sobretudo era a geração do rock que despontava -. Assim então, a juventude se torna transitória, pois estes também fazem parte da massa de consumo. Com os acontecimentos políticos nas décadas de 1970 e 1980 o rock se insere nesse cenário chegando aos jovens de 14 anos aos 25 anos uma geração que rejeitava a imposição de rótulos e procurava quebrar elos com a geração anterior: A radicalização política dos anos 60, antecipada por contingentes menores de dissidentes culturais e marginalizados sobre vários rótulos, foi dessa gente jovem, que rejeitava o status de criança e mesmo de adolescentes (ou seja,
  • 13. 12 ainda não inteiramente amadurecidas), negando ao mesmo tempo a humanidade plena a qualquer geração acima dos trinta anos de idade, com exceção do guru ocasional. (Hobsbawm, p. 318) Essa nova geração juvenil que não aceitava rótulos trouxe consigo algumas peculiaridades e novidades, apresentou uma “nova autonomia” da juventude como uma camada social separada foi simbolizada por um fenômeno que, nessa escala, provavelmente não teve paralelos desde a era romântica do inicio do século XX (Hobsbawm, 1995, p. 318). Nesse momento surge o herói cuja vida e juventude acabavam juntas, essa figura foi representa nos anos 50 por James Dean, tornando-se assim a expressão cultural característica da juventude: - O rock. Buddy Holly, Janis Joplin, Brian Jones membro do Rolling Stones, Bob Marley, Jimi Hendrix, e varias outras divindades populares caíram vítimas de um estilo de vida fadado à morte precoce. O que tornava simbólico essas mortes era que a juventude por eles representada era transitória por definição. Ser ator pode ser uma carreira duradoura, mas não ser um jeune premier. (Hobsbawm, 1995, p.318) Este novo grupo estava se tornando mais jovem em idade, porém sua situação não mudava e as tensões entre jovens, pais e professores que insistiam em vê-los como menos adultos do que eles sentiam. O meio burguês esperava de seus rapazes – diferentemente das moças – passassem por um período de turbulência e “cabeçadas”, antes de “assentar-se” (Hobsbawm, 1995, p.319). De acordo com o autor a novidade nessa nova cultura juvenil se dava em três peculiaridades: A “juventude” não era vista como estágio preparatório para a vida, mas em certo sentido, como o estágio final do pleno desenvolvimento. A juventude era o principal e, consequentemente, a vida entrava em decadência depois dos 30; a segunda peculiaridade dessa cultura juvenil deriva da primeira. Ela era ou, tornou-se dominante nas “economias de mercado desenvolvidas”, representante agora, de uma massa que concentrava poder de compra, em parte porque cada nova geração de adultos fora socializada como integrante de uma cultura juvenil autoconsciente, e trazia marcas dessa experiência (Hobsbawm, 1995, p. 320). O autor ainda aponta que a terceira peculiaridade dessa cultura jovem nas sociedades urbanas foi o seu internacionalismo:
  • 14. 13 O blue jeans e o rock se tornaram marcas dessa juventude “moderna”, das minorias destinadas a torna-se maiorias, em todo país onde eram oficialmente toleradas e em alguns onde não eram, como na URSS a partir da década de 1960 (cf. Starr, 1990, capítulos 12 e 13). Letras de rock em inglês muitas vezes eram traduzidas. Isso refletia a esmagadora hegemonia cultural dos USA na cultura popular e nos estilos de vida (Hobsbawm, 1995, p. 320) O autor ainda salienta que a cultura jovem foi o alvitre inicial da revolução cultural, de forma mais influente e revolucionária nas formas e costumes, nos meios de gozar o lazer e nas artes comerciais, que formavam cada vez mais a atmosfera respirada por homens e mulheres urbanos (Hobsbawm, 1995, p.323). CONCLUSÃO Como aponta IANNI (1995), Hobsbawm (1995) com o crescente processo de globalização, principalmente no final da década de 1980 e inicio de 1990 vieram varias transformações no globo com impacto nos aspectos econômicos, culturais e sociais de forma profunda que se acentuaram na década de 90. Era o momento de pensar o mundo como uma sociedade global. A construção desse artigo possibilitou ver o entrelaçamento das culturas, o processo de internacionalização da mesma e as transformações ocorridas em todo o globo mediante o processo de revolução cultural juntamente com as modificações no campo social em que a globalização nos apresentou os processos, as relações, tanto das estruturas de dominação quanto de apropriação que passaram a ser desenvolvidas em grande escala. Com o advento da globalização o cenário no campo cultural passa por inúmeros processos e transformações desde a desintegração velhos padrões dos relacionamentos humanos em que as novas gerações passaram a romper com as gerações anteriores, se reinventando e se adaptando a herança deixada por seus antecessores. Discorrendo sobre processo da globalização e as modificações culturais e sociais ocorridas nesse período focamos em três situações: os mecanismos de tolerância e preconceito; o surgimento da cultural juvenil que teve o rock como seu maior expoente nas décadas de 1970 e 1980 e que levou o rompimento do elo com as gerações anteriores. Sendo o
  • 15. 14 rock e o ‘blue jeans’ um dos maiores responsáveis pela internacionalização da cultura jovem; e terminamos o artigo citando de uma cultura local – as tatuagens em Maori – e sua disseminação para varias partes do globo.
  • 16. 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAUMAN, Zygmunt. Globalização: As conseqüências humanas, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999. CANCLINI, Néstor Garcia. Culturas Híbridas – estratégias para entrar e sair da modernidade, São Paulo, EDUSP, 1997. HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: O breve século XX: 1914-1991, trad. De Marcos Santarrita, São Paulo, Companhia das Letras, 1995. IANNI, Otavio. As Ciências Sociais na Época da Globalização, São Paulo, IEA/USP, 1998. IANNI, Otavio. Teorias da Globalização, Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1995. ORWELL, George. A Revolução dos Bichos, Companhia das Letras, 1945. RAMOS, Celia Maria Antonacci. Teorias da tatuagem (uma análise da loja Stoppa Tatooda Pedra), UDESC, Florianópolis, 2001.