SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 16
Karl Marx
A Lei Geral da Acumulação
Capitalista
O Capital - Cap. 23
A influência que o capital exerce
na vida da classe trabalhadora
A composição do capital
Sua modificação no transcurso do
processo de acumulação
Composição do Capital
Capital constante ou meios
de produção
Capital variável ou valor da
força de trabalho, a soma
geral dos salários.
Composição Orgânica do Capital
Massa dos meios de produção –
composição valor do capital
Trabalho exigido para o seu emprego –
composição técnica
 O crescimento do capital implica crescimento de sua
parcela variável ou convertida em força de trabalho.
 A valorização do capital depende da produção de
mercadorias que contenha mais trabalho do que é pago,
ou seja, que contenha uma parcela de valor que nada
custa ao proprietário dos meios de produção e que é
realizada pela venda de mercadorias.
 As condições da venda da força de trabalho, quer sejam
mais ou menos favoráveis ao trabalhador, incluem a
necessidade de sua contínua revenda e contínua
reprodução ampliada de sua revenda como capital.
 A elevação do salário significa, no melhor dos casos, apenas
diminuição quantitativa do trabalho não pago. Essa
diminuição nunca pode chegar ao ponto de ameaçar o
sistema.
 A diminuição do capital é o que torna excessivo o preço da
força de trabalho explorável.
 A relação entre capital, acumulação e taxa de salário não é
nada mais que a relação entre trabalho não-
pago,transformado em capital e o trabalho necessário
transformado em capital adicional.
 O volume crescente dos meios de produção acarreta o aumento da
produtividade, que implica na redução da massa da força de trabalho.
 Exemplo:
 50% meios de produção -> 50% força de trabalho
 80% meios de produção -> 20% força de trabalho
 A crescente produtividade do trabalho eleva o volume dos meios de
produção, reduzindo o valor deles em comparação ao seu volume.
 “A contínua retransformação de mais-valia em capita
apresenta-se como grandeza crescente do capital que
entra no processo de produção. Esta se torna, por sua vez,
fundamento para uma escala ampliada de produção, dos
métodos que o acompanham para a elevação da força
produtiva do trabalho e produção acelerada de mais-
valia” (p. 256).
 “Se a acumulação se apresenta, por um lado, como
concentração crescente dos meios de produção e do
comando sobre o trabalho, por outro lado, ela aparece
como repulsão recíproca entre muitos capitais individuais”
(p, 256).
 “Essa dispersão do capital global da sociedade em
muitos capitais individuais ou a repulsão recíproca
entre suas facções é oposta por sua atração. Esta já
não é concentração simples, idêntica à acumulação
de meios de produção e comando sobre o trabalho. É
concentração de capitais já constituídos, supressão de
sua autonomia individual, expropriação de capitalista
por capitalista, transformação de muitos capitais em
menores em poucos capitais maiores”. (p. 257)
Sistema de crédito
 Com a produção capitalista, constitui-se uma potência
inteiramente nova, o sistema de crédito, que em seus
primórdios, se insinua furtivamente como modelo auxiliar
da acumulação, levando por fios invisíveis recursos
monetários, dispersos em massas maiores ou menores pela
superfície da sociedade, às mãos de capitalistas
individuais ou associados, mas logo se torna uma nova e
temível arma na luta da concorrência e finalmente se
transforma em enorme mecanismo social para a
centralização dos capitais (p. 258).
Centralização
 A medida que se desenvolve a produção e a acumulação
capitalista, na mesma medida desenvolvem-se concorrência e
crédito, as duas mais poderosas alavancas da centralização.
(p. 258)
 A centralização complementa a obra da acumulação, ao
colocar o capitalistas industriais em condições de expandir a
escala de suas operações. (p. 259)
 E enquanto a centralização assim reforça e acelera os efeitos
da acumulação, amplia e acelera simultaneamente as
revoluções na composição técnica do capital, que aumentam
a sua parte constante à custa da sua parte variável e, com
isso, diminuem a demanda relativa de trabalho (p. 259)
 A acumulação crescente e a centralização se convertem numa fonte de
nova mudança de composição do capital ou reiterado decréscimo
acelerado de sua componente variável se comparada com a constante.
Esse decréscimo relativo de sua componente variável, acelerado pelo
crescimento do capital global, e que é mais acelerado que o seu próprio
crescimento, aparece, por outro lado, inversamente, como crescimento
absoluto da população trabalhadora sempre mais rápido do que do
capital variável ou de seus meios de ocupação. No entanto, a
acumulação capitalista produz constantemente, - e isso em proporção a
sua energia e às suas dimensões – uma população trabalhadora adicional
relativamente supérflua ou subsidiária, ao menos no concernente às
necessidades de aproveitamente por parte do capital. (p. 261)

Exército Industrial de Reserva
 Mas, se uma população trabalhadora excedente é
produto necessário da acumulação ou do
desenvolvimento da riqueza com base no
capitalismo, essa superpopulação torna-se, por sua
vez, a alavanca da acumulação capitalista, até uma
condição de existência de modo de produção
capitalista. Ela constitui um exército industrial de
reserva disponível que pertence ao capital de
maneira tão absoluta, como se ele tivesse criado à
sua própria custa. (p. 263)
 Toda a forma de movimento da indústria moderna decorre,
portanto, da constante transformação da população
trabalhadora em braços desempregados ou semi-
empregados. (p. 263-264)
 Quanto maiores a riqueza social, o capital em
funcionamento, o volume e a energia de seu crescimento,
portanto, a grandeza absoluta do proletariado e a força
produtiva de seu trabalho, tanto maior o exército industrial
e reserva. A força de trabalho disponível é desenvolvida
pelas mesmas causas que a força expansiva do capital. A
grandeza proporcional do exército industrial de reserva
cresce, portanto, com as potências da riqueza.
 Mas quanto maior esse exército de reserva em relação ao exército ativo
de trabalhadores, tanto mais maciça a superpopulação consolidada,
cuja a miséria está em razão inversa do suplício de seu trabalho. Quanto
maior, finalmente, a camada lazarenta da classe trabalhadora e o
exército industrial de reserva, tanto maior o pauperismo oficial. Essa é
a lei geral, da acumulação capitalista. (p. 276)
 A acumulação da riqueza num polo é, portanto, ao mesmo tempo, a
acumulação da miséria, tormento de trabalho, escravidão, ignorância,
brutalização e degradação moral no polo oposto, isto é, do lado da
classe que produz seu próprio produto como capital. (p. 275)
Bibliografia
MARX, Karl. O capital – crítica da
economia política. Livro Primeiro. O
processo de produção do capital. Tomo
2. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Globalização e divisão sexual do trabalho slides[1].ppt-
 Globalização e divisão sexual do trabalho   slides[1].ppt- Globalização e divisão sexual do trabalho   slides[1].ppt-
Globalização e divisão sexual do trabalho slides[1].ppt-trabalhoematernidade
 
Estrutura e Estratificação Social
Estrutura e Estratificação Social Estrutura e Estratificação Social
Estrutura e Estratificação Social Carlos Benjoino Bidu
 
Conceitos de Karl Marx
Conceitos de Karl MarxConceitos de Karl Marx
Conceitos de Karl MarxJoão Marcelo
 
Max Weber - Os tipos de dominação legítima
Max Weber - Os tipos de dominação legítimaMax Weber - Os tipos de dominação legítima
Max Weber - Os tipos de dominação legítimaVitor Vieira Vasconcelos
 
Trabalho Sociedade Capitalista
Trabalho Sociedade CapitalistaTrabalho Sociedade Capitalista
Trabalho Sociedade CapitalistaM. Martins
 
Classes sociais e estratifica
Classes sociais e estratificaClasses sociais e estratifica
Classes sociais e estratificaVitoriaNunes
 
O processo de Produção e reprodução social
O processo de Produção e reprodução socialO processo de Produção e reprodução social
O processo de Produção e reprodução socialGiselly Araujo
 
Slide sociologia 1
Slide sociologia 1Slide sociologia 1
Slide sociologia 1Over Lane
 
Émile Durkheim - Solidariedade e Suicídio
Émile Durkheim - Solidariedade e SuicídioÉmile Durkheim - Solidariedade e Suicídio
Émile Durkheim - Solidariedade e SuicídioVitor Vieira Vasconcelos
 

Mais procurados (20)

éTica e serviço social
éTica e serviço socialéTica e serviço social
éTica e serviço social
 
Globalização e divisão sexual do trabalho slides[1].ppt-
 Globalização e divisão sexual do trabalho   slides[1].ppt- Globalização e divisão sexual do trabalho   slides[1].ppt-
Globalização e divisão sexual do trabalho slides[1].ppt-
 
Classes sociais
Classes sociaisClasses sociais
Classes sociais
 
A acumulação primitiva de capital
A acumulação primitiva de capitalA acumulação primitiva de capital
A acumulação primitiva de capital
 
Aula classes sociais
Aula classes sociaisAula classes sociais
Aula classes sociais
 
Estrutura e Estratificação Social
Estrutura e Estratificação Social Estrutura e Estratificação Social
Estrutura e Estratificação Social
 
Karl Marx
Karl MarxKarl Marx
Karl Marx
 
Conceitos de Karl Marx
Conceitos de Karl MarxConceitos de Karl Marx
Conceitos de Karl Marx
 
Slide Bourdieu.pptx
Slide Bourdieu.pptxSlide Bourdieu.pptx
Slide Bourdieu.pptx
 
Max Weber - Os tipos de dominação legítima
Max Weber - Os tipos de dominação legítimaMax Weber - Os tipos de dominação legítima
Max Weber - Os tipos de dominação legítima
 
Trabalho Sociedade Capitalista
Trabalho Sociedade CapitalistaTrabalho Sociedade Capitalista
Trabalho Sociedade Capitalista
 
Capítulo 7 - O Mundo do Trabalho
Capítulo 7 - O Mundo do TrabalhoCapítulo 7 - O Mundo do Trabalho
Capítulo 7 - O Mundo do Trabalho
 
Classes sociais e estratifica
Classes sociais e estratificaClasses sociais e estratifica
Classes sociais e estratifica
 
O processo de Produção e reprodução social
O processo de Produção e reprodução socialO processo de Produção e reprodução social
O processo de Produção e reprodução social
 
Slide sociologia 1
Slide sociologia 1Slide sociologia 1
Slide sociologia 1
 
Pierre bourdieu
Pierre bourdieuPierre bourdieu
Pierre bourdieu
 
Prova de sociologia eo gabarito (1)
Prova de sociologia eo gabarito (1)Prova de sociologia eo gabarito (1)
Prova de sociologia eo gabarito (1)
 
Émile Durkheim - Solidariedade e Suicídio
Émile Durkheim - Solidariedade e SuicídioÉmile Durkheim - Solidariedade e Suicídio
Émile Durkheim - Solidariedade e Suicídio
 
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIAINTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA
 
Sociologia - Aula Introdutória
Sociologia - Aula IntrodutóriaSociologia - Aula Introdutória
Sociologia - Aula Introdutória
 

Semelhante a A Lei Geral da Acumulação Capitalista

O processo de valorização do capital
O processo de valorização do capitalO processo de valorização do capital
O processo de valorização do capitalWagner Constantino
 
O processo de valorização do capital
O processo de valorização do capitalO processo de valorização do capital
O processo de valorização do capitalWagner Constantino
 
A inexorável tendência de queda da taxa de lucro do sistema capitalista mundial
A inexorável tendência de queda da taxa de lucro do  sistema capitalista mundialA inexorável tendência de queda da taxa de lucro do  sistema capitalista mundial
A inexorável tendência de queda da taxa de lucro do sistema capitalista mundialFernando Alcoforado
 
Globalização financeira e capital dinheiro - Luis Estenssoro
Globalização financeira e capital dinheiro - Luis EstenssoroGlobalização financeira e capital dinheiro - Luis Estenssoro
Globalização financeira e capital dinheiro - Luis EstenssoroLuis E R Estenssoro
 
Os limites da participação dos trabalhadores nos ganhos das empresas
Os limites da participação dos trabalhadores nos ganhos das empresasOs limites da participação dos trabalhadores nos ganhos das empresas
Os limites da participação dos trabalhadores nos ganhos das empresasTRAMPO Comunicação e Eventos Soares
 
Crise financeira ou crise histórica do capitalismo?
Crise financeira ou crise histórica do capitalismo?Crise financeira ou crise histórica do capitalismo?
Crise financeira ou crise histórica do capitalismo?Alessandro de Moura
 

Semelhante a A Lei Geral da Acumulação Capitalista (7)

O processo de valorização do capital
O processo de valorização do capitalO processo de valorização do capital
O processo de valorização do capital
 
O processo de valorização do capital
O processo de valorização do capitalO processo de valorização do capital
O processo de valorização do capital
 
A inexorável tendência de queda da taxa de lucro do sistema capitalista mundial
A inexorável tendência de queda da taxa de lucro do  sistema capitalista mundialA inexorável tendência de queda da taxa de lucro do  sistema capitalista mundial
A inexorável tendência de queda da taxa de lucro do sistema capitalista mundial
 
Globalização financeira e capital dinheiro - Luis Estenssoro
Globalização financeira e capital dinheiro - Luis EstenssoroGlobalização financeira e capital dinheiro - Luis Estenssoro
Globalização financeira e capital dinheiro - Luis Estenssoro
 
Manuscritoseconomicos
ManuscritoseconomicosManuscritoseconomicos
Manuscritoseconomicos
 
Os limites da participação dos trabalhadores nos ganhos das empresas
Os limites da participação dos trabalhadores nos ganhos das empresasOs limites da participação dos trabalhadores nos ganhos das empresas
Os limites da participação dos trabalhadores nos ganhos das empresas
 
Crise financeira ou crise histórica do capitalismo?
Crise financeira ou crise histórica do capitalismo?Crise financeira ou crise histórica do capitalismo?
Crise financeira ou crise histórica do capitalismo?
 

Mais de vania morales sierra

A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.pptx
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.pptxA Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.pptx
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.pptxvania morales sierra
 
DURKHEIM- As Formas Elementares da Vida Religiosa
DURKHEIM- As Formas Elementares da Vida ReligiosaDURKHEIM- As Formas Elementares da Vida Religiosa
DURKHEIM- As Formas Elementares da Vida Religiosavania morales sierra
 
Durkheim - Algumas Formas Primitivas de Classificação
Durkheim - Algumas Formas Primitivas de Classificação Durkheim - Algumas Formas Primitivas de Classificação
Durkheim - Algumas Formas Primitivas de Classificação vania morales sierra
 
Durkheim divisao social do trabalho
Durkheim divisao social do trabalhoDurkheim divisao social do trabalho
Durkheim divisao social do trabalhovania morales sierra
 
Durkheim As regras do método sociológico
Durkheim As regras do método sociológicoDurkheim As regras do método sociológico
Durkheim As regras do método sociológicovania morales sierra
 
O Capital Portador de Juros - Chesnais
O Capital Portador de Juros - ChesnaisO Capital Portador de Juros - Chesnais
O Capital Portador de Juros - Chesnaisvania morales sierra
 
A Economia Política da Forma Jurídica - PACHUKANIS
A Economia Política da Forma Jurídica - PACHUKANISA Economia Política da Forma Jurídica - PACHUKANIS
A Economia Política da Forma Jurídica - PACHUKANISvania morales sierra
 
Estado-Nação e a Violência- Giddens,,
Estado-Nação e a Violência- Giddens,,Estado-Nação e a Violência- Giddens,,
Estado-Nação e a Violência- Giddens,,vania morales sierra
 
Neoconservadorismo, neoliberalismo e hegemonia do capital financeiro
Neoconservadorismo, neoliberalismo e hegemonia do capital financeiroNeoconservadorismo, neoliberalismo e hegemonia do capital financeiro
Neoconservadorismo, neoliberalismo e hegemonia do capital financeirovania morales sierra
 
Os direitos humanos como tema global
Os  direitos humanos  como tema  globalOs  direitos humanos  como tema  global
Os direitos humanos como tema globalvania morales sierra
 
O estado de direito e os não privilegiados
O estado de direito e os não privilegiadosO estado de direito e os não privilegiados
O estado de direito e os não privilegiadosvania morales sierra
 

Mais de vania morales sierra (20)

Weber.pptx
Weber.pptxWeber.pptx
Weber.pptx
 
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.pptx
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.pptxA Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.pptx
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo.pptx
 
DURKHEIM- As Formas Elementares da Vida Religiosa
DURKHEIM- As Formas Elementares da Vida ReligiosaDURKHEIM- As Formas Elementares da Vida Religiosa
DURKHEIM- As Formas Elementares da Vida Religiosa
 
MarxEconomiapolitica1.pdf
MarxEconomiapolitica1.pdfMarxEconomiapolitica1.pdf
MarxEconomiapolitica1.pdf
 
Durkheim - Algumas Formas Primitivas de Classificação
Durkheim - Algumas Formas Primitivas de Classificação Durkheim - Algumas Formas Primitivas de Classificação
Durkheim - Algumas Formas Primitivas de Classificação
 
Suicidio
SuicidioSuicidio
Suicidio
 
Durkheim divisao social do trabalho
Durkheim divisao social do trabalhoDurkheim divisao social do trabalho
Durkheim divisao social do trabalho
 
Durkheim As regras do método sociológico
Durkheim As regras do método sociológicoDurkheim As regras do método sociológico
Durkheim As regras do método sociológico
 
Noção de Técnica do Corpo
Noção de Técnica do CorpoNoção de Técnica do Corpo
Noção de Técnica do Corpo
 
Marcel mauss
Marcel maussMarcel mauss
Marcel mauss
 
Donzelot
DonzelotDonzelot
Donzelot
 
O Capital Portador de Juros - Chesnais
O Capital Portador de Juros - ChesnaisO Capital Portador de Juros - Chesnais
O Capital Portador de Juros - Chesnais
 
Antunes
AntunesAntunes
Antunes
 
A Economia Política da Forma Jurídica - PACHUKANIS
A Economia Política da Forma Jurídica - PACHUKANISA Economia Política da Forma Jurídica - PACHUKANIS
A Economia Política da Forma Jurídica - PACHUKANIS
 
Estado-Nação e a Violência- Giddens,,
Estado-Nação e a Violência- Giddens,,Estado-Nação e a Violência- Giddens,,
Estado-Nação e a Violência- Giddens,,
 
Neoconservadorismo, neoliberalismo e hegemonia do capital financeiro
Neoconservadorismo, neoliberalismo e hegemonia do capital financeiroNeoconservadorismo, neoliberalismo e hegemonia do capital financeiro
Neoconservadorismo, neoliberalismo e hegemonia do capital financeiro
 
Cidadania e classe social
Cidadania e classe socialCidadania e classe social
Cidadania e classe social
 
Os direitos humanos como tema global
Os  direitos humanos  como tema  globalOs  direitos humanos  como tema  global
Os direitos humanos como tema global
 
O estado de direito e os não privilegiados
O estado de direito e os não privilegiadosO estado de direito e os não privilegiados
O estado de direito e os não privilegiados
 
Imagens da democracia
Imagens da democraciaImagens da democracia
Imagens da democracia
 

A Lei Geral da Acumulação Capitalista

  • 1. Karl Marx A Lei Geral da Acumulação Capitalista O Capital - Cap. 23
  • 2. A influência que o capital exerce na vida da classe trabalhadora A composição do capital Sua modificação no transcurso do processo de acumulação
  • 3. Composição do Capital Capital constante ou meios de produção Capital variável ou valor da força de trabalho, a soma geral dos salários.
  • 4. Composição Orgânica do Capital Massa dos meios de produção – composição valor do capital Trabalho exigido para o seu emprego – composição técnica
  • 5.  O crescimento do capital implica crescimento de sua parcela variável ou convertida em força de trabalho.  A valorização do capital depende da produção de mercadorias que contenha mais trabalho do que é pago, ou seja, que contenha uma parcela de valor que nada custa ao proprietário dos meios de produção e que é realizada pela venda de mercadorias.  As condições da venda da força de trabalho, quer sejam mais ou menos favoráveis ao trabalhador, incluem a necessidade de sua contínua revenda e contínua reprodução ampliada de sua revenda como capital.
  • 6.  A elevação do salário significa, no melhor dos casos, apenas diminuição quantitativa do trabalho não pago. Essa diminuição nunca pode chegar ao ponto de ameaçar o sistema.  A diminuição do capital é o que torna excessivo o preço da força de trabalho explorável.  A relação entre capital, acumulação e taxa de salário não é nada mais que a relação entre trabalho não- pago,transformado em capital e o trabalho necessário transformado em capital adicional.
  • 7.  O volume crescente dos meios de produção acarreta o aumento da produtividade, que implica na redução da massa da força de trabalho.  Exemplo:  50% meios de produção -> 50% força de trabalho  80% meios de produção -> 20% força de trabalho  A crescente produtividade do trabalho eleva o volume dos meios de produção, reduzindo o valor deles em comparação ao seu volume.
  • 8.  “A contínua retransformação de mais-valia em capita apresenta-se como grandeza crescente do capital que entra no processo de produção. Esta se torna, por sua vez, fundamento para uma escala ampliada de produção, dos métodos que o acompanham para a elevação da força produtiva do trabalho e produção acelerada de mais- valia” (p. 256).  “Se a acumulação se apresenta, por um lado, como concentração crescente dos meios de produção e do comando sobre o trabalho, por outro lado, ela aparece como repulsão recíproca entre muitos capitais individuais” (p, 256).
  • 9.  “Essa dispersão do capital global da sociedade em muitos capitais individuais ou a repulsão recíproca entre suas facções é oposta por sua atração. Esta já não é concentração simples, idêntica à acumulação de meios de produção e comando sobre o trabalho. É concentração de capitais já constituídos, supressão de sua autonomia individual, expropriação de capitalista por capitalista, transformação de muitos capitais em menores em poucos capitais maiores”. (p. 257)
  • 10. Sistema de crédito  Com a produção capitalista, constitui-se uma potência inteiramente nova, o sistema de crédito, que em seus primórdios, se insinua furtivamente como modelo auxiliar da acumulação, levando por fios invisíveis recursos monetários, dispersos em massas maiores ou menores pela superfície da sociedade, às mãos de capitalistas individuais ou associados, mas logo se torna uma nova e temível arma na luta da concorrência e finalmente se transforma em enorme mecanismo social para a centralização dos capitais (p. 258).
  • 11. Centralização  A medida que se desenvolve a produção e a acumulação capitalista, na mesma medida desenvolvem-se concorrência e crédito, as duas mais poderosas alavancas da centralização. (p. 258)  A centralização complementa a obra da acumulação, ao colocar o capitalistas industriais em condições de expandir a escala de suas operações. (p. 259)  E enquanto a centralização assim reforça e acelera os efeitos da acumulação, amplia e acelera simultaneamente as revoluções na composição técnica do capital, que aumentam a sua parte constante à custa da sua parte variável e, com isso, diminuem a demanda relativa de trabalho (p. 259)
  • 12.  A acumulação crescente e a centralização se convertem numa fonte de nova mudança de composição do capital ou reiterado decréscimo acelerado de sua componente variável se comparada com a constante. Esse decréscimo relativo de sua componente variável, acelerado pelo crescimento do capital global, e que é mais acelerado que o seu próprio crescimento, aparece, por outro lado, inversamente, como crescimento absoluto da população trabalhadora sempre mais rápido do que do capital variável ou de seus meios de ocupação. No entanto, a acumulação capitalista produz constantemente, - e isso em proporção a sua energia e às suas dimensões – uma população trabalhadora adicional relativamente supérflua ou subsidiária, ao menos no concernente às necessidades de aproveitamente por parte do capital. (p. 261) 
  • 13. Exército Industrial de Reserva  Mas, se uma população trabalhadora excedente é produto necessário da acumulação ou do desenvolvimento da riqueza com base no capitalismo, essa superpopulação torna-se, por sua vez, a alavanca da acumulação capitalista, até uma condição de existência de modo de produção capitalista. Ela constitui um exército industrial de reserva disponível que pertence ao capital de maneira tão absoluta, como se ele tivesse criado à sua própria custa. (p. 263)
  • 14.  Toda a forma de movimento da indústria moderna decorre, portanto, da constante transformação da população trabalhadora em braços desempregados ou semi- empregados. (p. 263-264)  Quanto maiores a riqueza social, o capital em funcionamento, o volume e a energia de seu crescimento, portanto, a grandeza absoluta do proletariado e a força produtiva de seu trabalho, tanto maior o exército industrial e reserva. A força de trabalho disponível é desenvolvida pelas mesmas causas que a força expansiva do capital. A grandeza proporcional do exército industrial de reserva cresce, portanto, com as potências da riqueza.
  • 15.  Mas quanto maior esse exército de reserva em relação ao exército ativo de trabalhadores, tanto mais maciça a superpopulação consolidada, cuja a miséria está em razão inversa do suplício de seu trabalho. Quanto maior, finalmente, a camada lazarenta da classe trabalhadora e o exército industrial de reserva, tanto maior o pauperismo oficial. Essa é a lei geral, da acumulação capitalista. (p. 276)  A acumulação da riqueza num polo é, portanto, ao mesmo tempo, a acumulação da miséria, tormento de trabalho, escravidão, ignorância, brutalização e degradação moral no polo oposto, isto é, do lado da classe que produz seu próprio produto como capital. (p. 275)
  • 16. Bibliografia MARX, Karl. O capital – crítica da economia política. Livro Primeiro. O processo de produção do capital. Tomo 2. São Paulo: Nova Cultural, 1996.