PRÁTICA EDUCATIVA DA LÍNGUA PORTUGUESA: REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PROFESSORAS
Cultura organizacional da escola .[6]
1. Cultura Organizacional
da Escola
Universidade Lusófona
Administração Escolar
2007/2008
Alcina Manuela de Oliveira Martins
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10. A ESCOLA COMO CULTURA
“Averdadeira lição que as escolas
podem aprender das empresas faz
convergir de novo a atenção sobre a
cultura da escola. É uma lição que a
maioria dos educadores já aprendeu
através da experiência mas que
geralmente desvaloriza face á
barreira das ideologias racionais”
(Deal, 1988).
11. Cultura
Componente do sistema social que se manifesta
no modo de vida e nos artefactos, em que se
inclui:
o saber,
a crença,
a arte,
a moral,
a lei,
os costumes,
os hábitos, ….
adquiridos pelo homem enquanto membro de uma
sociedade (Neves, 2001).
12. Definição de cultura organizacional
“A força social que controla os padrões de
comportamento organizacional, moldando
as cognições e as percepções de
significados e realidades dos seus
membros, fornecendo energia afectiva
para a mobilização e identificando quem
pertence e quem não pertence” (Ott, 1989)
“É um sistema de integração, de
diferenciação e de referência que organiza
e dá um sentido à actividade dos seus
membros” (Brunet, 1988).
13. Cultura da organização escolar
“crenças, valores, hábitos e formas
assumidas de fazer as coisas em
comunidades de professores que tiveram de
lidar com exigências e constrangimentos
semelhantes ao longo de muitos anos. A
cultura transmite aos seus novos membros
inexperientes as soluções historicamente
geradas e colectivamente partilhadas de uma
comunidade”
Hargreaves, 1998
14. Valor
“As metas e os objectivos de carácter geral
que permanecem estáveis através de
diferentes situações, guiam a conduta dos
seres humanos e ordenam-se segundo a
sua importância subjectiva” (Schwartz,
1992)
Objectivo e conteúdo da educação, actuam
estruturando os processos educativos. Os
valores configuram condutas, as ideias e
os sentimentos das pessoas.
15. Cultura como processo
A cultura é um processo activo de construção da
realidade (Sarmento, 1994)
Não é uma simples variável que as organizações
possuem sendo antes um processo activo,
através do qual as pessoas criam e recriam os
mundos em que vivem
Morgan (1992) é um processo de construção da
realidade que permite às pessoas ver e
compreender os acontecimentos, as acções, as
declarações, as situações ou objectos particulares
de modo muito especial.
16. A escola como cultura
(Costa, Jorge 1996)
A escola é diferente das outras organizações
Cada escola é diferente de qualquer outra escola
Esta especificidade traduz-se nos valores,
crenças, linguagem, heróis, rituais, cerimónias,
etc.
A cultura será tanto mais forte quanto maior for a
partilha de identidade e valores
As organizações são mais do que estruturas: são
culturas.
18. Cultura organizacional
“a cultura não constitui um mero
reflexo da ordem organizacional,
representa antes um processo de
construção dinâmica mediatizada por
um conjunto de factores, de que a
estrutura também faz parte”
(Torres, 2006, p.143).
19. Processo de construção e de
reconstrução da cultura numa
organização escolar
Obedece a um movimento contínuo de
trocas e de fluxos simbólicos, de
partilha e de disputa ideológica, de
convergências e de divergências
culturais, situadas na intersecção dos
círculos que se vão entrecruzando
continuamente
(Torres, 2006, p.149).
20. «Fora»: os factores exógenos à
escola
Patamar transnacional
Patamar nacional
Patamar regional / local
21. Órgãos de gestão da escola
Como objectos, tendem a
reproduzir e reforçar o modelo
cultural politicamente instituído;
como sujeito, tendem a configurar-
se como arenas onde
quotidianamente se disputam
orientações e lógicas de acção
concorrentes e competitivas entre si
22. De acordo com as especificidades políticas,
administrativas e pedagógicas de cada órgão,
podemos deduzir diferentes graus de fechamento
ou de abertura, de dependência ou autonomia
face ao exterior
Há outros nichos de cultura com diferentes níveis
de abertura ao exterior:
departamentos curriculares,
professores situados na mesma categoria profissional,
professores da mesma associação profissional ou sindical,
grupos de alunos interventivos, ….
(Torres, 2006).
23. Alguns traços distintivos
entre clima e cultura escolar
O clima é estudado há mais de meio século;
O clima é observável e pode ser medido;
O clima recebe a influência da psicologia social;
Avalia principalmente o significado das
características organizacionais em termos
individuais;
Predominam os métodos quantitativos de
investigação.
24. Alguns traços distintivos
entre clima e cultura escolar
A cultura é estudada desde os anos 80;
A cultura permanece no lado invisível sendo difícil
medi-la;
A cultura recebe a influência da antropologia;
Avalia principalmente o significado das
características organizacionais em termos
colectivos;
Predominam os métodos qualitativos de
investigação.
25. Temáticas relacionadas com esta
imagem da organização escolar
Identidade
Valores
Autonomia
Projecto
Comunidade
Liderança / Administração das
escolas.
26. Componentes da cultura
organizacional (Odete Fachada, 1991)
Valores: códigos de conduta moral, regras de
ética formal ou informalmente impostas
Ritos: celebração ou cerimónia que marca a
passagem de acontecimentos importantes para a
organização
Símbolos: imagem ou representação da
organização (logótipos, bandeiras, hinos,…)
Mitos: narrativas de factos associados a pessoas
ou acontecimentos marcantes.
27. Factores que influenciam a cultura
organizacional (Gilles Faure)
Distância hierárquica
Grau de tolerância face à incerteza
Grau de individualismo
Grau de masculinidade
30. Cultura organizacional
A qualidade e o sucesso de cada
organização escolar depende do seu tipo
de cultura:
As escolas bem sucedidas são aquelas
em que predomina a cultura forte entre
os seus membros (identidade e valores
partilhados)
31. Cultura organizacional
A Cultura organizacional está cada
vez mais associada às questões da
eficácia, da qualidade e da
excelência da escola
Notas do Editor
O estudo da cultura organizacional iniciou-se nos anos 80 Etc. : por exemplo a rede de comunicação (histórias, mitos, anedotas, boatos) e de comunicadores (contadores de histórias, boateiros, espiões, padres…)
Bases conceptuais: Valores – quadro de referência para as condutas Crenças – factor decisivo na mobilização dos actores Ideologias – componente fundamental para a compreensão da realidade, para dar-lhe um sentido
1. Área escolar: Área privilegiada de incidência dos vários actores sociais, como os pais e as comunidades; inclui-se também aqui a direcção dos estabelecimentos de ensino. Desenvolvimento de opções curriculares Construção e utilização dos edifícios Organização dos horários e dos tempos livres Funcionamento de aulas de apoio, etc. 2. Área pedagógica: Domínio da responsabilidade profissional dos professores, refere-se à relação educativa professor-aluno. Como exemplo, a avaliação, onde os pais e os alunos podem ter uma palavra a dizer sem pôr em causa as competências específicas dos professores. 3. Área profissional: Questões do desenvolvimento profissional, da carreira docente, do relacionamento com outros técnicos qualificados da escola, pessoal não docente.