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REVISTALINHADIRETA
CONHECIMENTO
Marcos Arrais
Graduado em Ciência
da Informação,
mestre em Educação
Tecnológica e
doutorando em
Informática. Professor
na PUC Minas e um
dos fundadores da
Detalhes Educação
Objetos de
Aprendizagem:
conceito e
estrutura básica
C
omponente básico de qualquer
processo de educação tecno­
lógica, discutido frequente­
mente entre teóricos, pedago­
gos e profissionais da área, o conceito
e a estrutura básica de um Objeto de
Aprendizagem (OA) ainda são tidos
como enigma para muitos. É certo que
em muitas literaturas podemos obser­
var diferentes definições para o termo
OA, mas quando resolvemos sair da
teoria e partir para o desenvolvimento
desses Objetos vem outro problema:
por onde começar?
Este artigo tem por objetivo oferecer
uma visão macro sobre a conceituação
e estruturação de um Objeto de Apren­
dizagem, sem, contudo, pretender
esgotar ou aprofundar a fundamenta­
ção teórica que cerca essa área. Sendo
assim, pode ser considerado como um
ponto de partida para profissionais de
educação tecnológica, professores e
entusiastas que gostariam de desen­
volver as primeiras iniciativas de OAs.
Importa entender o que é um Objeto
de Aprendizagem e onde ele está pre­
sente, para, a partir daí, tecermos a
conceituação de uma estrutura fun­
cional de OA. Na literatura encontra­
mos muitas definições para o termo. O
IEEE Learning Technology Standards
Committee (LTSC) é um comitê que
há 25 anos estuda padrões e concei­
tos para a área de educação tecnoló­
gica e, segundo ele, um OA pode ser
definido como “qualquer entidade,
digital ou não digital, que possa ser
utilizada, reutilizada ou referenciada
durante o aprendizado suportado por
tecnologias”.
Assim, diante dessa definição, pode­
mos entender que vídeos, softwares,
animações, jogos, ou até mesmo ativi­
dades de cortar e colar papéis podem
ser considerados OAs? Correto! Desde
que esses Objetos cumpram uma pre­
missa básica: a estruturação pedagó­
gica do uso e mensuração de resul­
tado. Sem a metodologia pedagógica,
REVISTALINHADIRETA
o Objeto de Aprendizagem perde sua
essência. Muitos pecam na concepção
de OAs porque definem uma tecnolo­
gia muito rica, um conteúdo promis­
sor, mas se esquecem de como conec­
tar isso a um método pedagógico.
Dentro de um modelo de educação
tecnológica, um conteúdo que vai ser
ministrado é dividido geralmente em
um conceito que conhecemos como
Unidades de Aprendizagem (UAs). As­­
sim, podemos entender que uma tri­
lha de conhecimento é composta por
várias UAs. E onde está o OA nesse
cenário? O OA é um dos componentes
da UA; sendo assim, dentro de uma
Unidade de Aprendizagem é possível
haver vários Objetos de Aprendiza­
gem. Os conceitos que cercam a área
de divisão de conteúdo são amplos, e
é um tema para estudo e aprofunda­
mento. Trouxemos aqui esse tópico
somente para deixar a primeira dica
com relação à estruturação de OAs,
que é: não tente resolver uma grande
densidade de conteúdo conceitual com
o uso de um único Objeto de Aprendi­
zagem. Existe uma grande chance de
ele ser massivo e cansativo, e acabar
desestimulando seu uso pelo aluno,
levando à desistência.
Basicamente, para estruturar um OA,
temos que entender que ele é um meio
que vai conectar três extremos: conteú­
­do, aluno e contexto. Conteúdo é todo
o arcabouço conceitual que o aluno
deve absorver após o uso desse Objeto;
o aluno é o usuário-fim; e o contexto
define o ambiente, regras e depen­
dências relativas ao aluno e conteúdo.
Lembre-se de que um mesmo conteúdo
é ensinado de várias formas para, por
exemplo, níveis de ensino diferentes.
©Madedee/iStockphoto
REVISTALINHADIRETA
O modelo que apresento no diagrama
acima é resultado de pesquisas e estu­
dos de casos na área de educação tecno­
lógica. Ele define as características bási­
cas e imprescindíveis que todo Objeto
de Aprendizagem digital deve ter. É
possível que existam OAs com mais
abordagens, mas não é comum um OA
que não aborde fundamentalmente os
componentes demonstrados no quadro.
Esse diagrama conecta os princípios
básicos de um OA, permitindo-nos
entender que o Planejamento Pedagó­
gico, criado pela equipe pedagógica e
professores, gera a Organização, que
define o conteúdo que o OA vai abor­
dar. Esse conteúdo é dividido no tex­­-
to/narrativa-base, depois em um ins­
trumento de prática dos conceitos,
para ajudar o aluno a exercitar o con­
teúdo apreendido; por fim, uma estru­
tura de métricas vai testar se o conteú­
­do foi absorvido e gerar os resultados
de feedback do OA. As Regras definem
a forma que a organização do conteúdo
deve ter, respeitando o perfil do aluno
e dependências (ex.: conhecimentos
prévios e deficiências). Depois de defi­
nidos esses itens, é feita a proposição
de quais Recursos utilizar para atin­
gir os objetivos. Vejam que é possível
combinar o uso de vários recursos em
um mesmo Objeto, prática que torna a
interação com o artefato digital mais
agradável. Apenas é preciso cuidado
para não exagerar nas combinações
de recursos.
Em resumo, a estrutura básica de um
OA digital é definida por:
• Planejamento Pedagógico;
• Organização (Conteúdo, Prática,
Testes);
• Perfil do Usuário e Dependências;
• Conjunto de Regras e Requisitos;
• Recursos (quizzes, testes, games,
simuladores, animações, vídeos,
gráficos, textos, podcasts etc.)
Esse modelo, já utilizado em dife­
rentes níveis de ensino da Educação
Básica, Superior e Corporativa, tem se
mostrado eficaz como norteador do
processo. Como dito anteriormente,
é possível incrementar o modelo para
atender a outros cenários. Uma boa
fonte de estudos é o jornal Computers­­­­
& Education, da Elsevier, que tem mui­
tas pesquisas para o termo learning
objects, algumas com resultados e
metodologias prontas para aplicação.
É esperado que essa discussão possa
ajudar educadores e profissionais
da área a definir parâmetros para a
construção de Objetos mais ricos e
funcionais, atingindo assim a pre­
missa básica do OA: o ensino e apren­
dizagem. 
www.educarbrasil.org.br
Estrutura conceitual
básica de um Objeto de
Aprendizagem digital

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  • 1. REVISTALINHADIRETA CONHECIMENTO Marcos Arrais Graduado em Ciência da Informação, mestre em Educação Tecnológica e doutorando em Informática. Professor na PUC Minas e um dos fundadores da Detalhes Educação Objetos de Aprendizagem: conceito e estrutura básica C omponente básico de qualquer processo de educação tecno­ lógica, discutido frequente­ mente entre teóricos, pedago­ gos e profissionais da área, o conceito e a estrutura básica de um Objeto de Aprendizagem (OA) ainda são tidos como enigma para muitos. É certo que em muitas literaturas podemos obser­ var diferentes definições para o termo OA, mas quando resolvemos sair da teoria e partir para o desenvolvimento desses Objetos vem outro problema: por onde começar? Este artigo tem por objetivo oferecer uma visão macro sobre a conceituação e estruturação de um Objeto de Apren­ dizagem, sem, contudo, pretender esgotar ou aprofundar a fundamenta­ ção teórica que cerca essa área. Sendo assim, pode ser considerado como um ponto de partida para profissionais de educação tecnológica, professores e entusiastas que gostariam de desen­ volver as primeiras iniciativas de OAs. Importa entender o que é um Objeto de Aprendizagem e onde ele está pre­ sente, para, a partir daí, tecermos a conceituação de uma estrutura fun­ cional de OA. Na literatura encontra­ mos muitas definições para o termo. O IEEE Learning Technology Standards Committee (LTSC) é um comitê que há 25 anos estuda padrões e concei­ tos para a área de educação tecnoló­ gica e, segundo ele, um OA pode ser definido como “qualquer entidade, digital ou não digital, que possa ser utilizada, reutilizada ou referenciada durante o aprendizado suportado por tecnologias”. Assim, diante dessa definição, pode­ mos entender que vídeos, softwares, animações, jogos, ou até mesmo ativi­ dades de cortar e colar papéis podem ser considerados OAs? Correto! Desde que esses Objetos cumpram uma pre­ missa básica: a estruturação pedagó­ gica do uso e mensuração de resul­ tado. Sem a metodologia pedagógica,
  • 2. REVISTALINHADIRETA o Objeto de Aprendizagem perde sua essência. Muitos pecam na concepção de OAs porque definem uma tecnolo­ gia muito rica, um conteúdo promis­ sor, mas se esquecem de como conec­ tar isso a um método pedagógico. Dentro de um modelo de educação tecnológica, um conteúdo que vai ser ministrado é dividido geralmente em um conceito que conhecemos como Unidades de Aprendizagem (UAs). As­­ sim, podemos entender que uma tri­ lha de conhecimento é composta por várias UAs. E onde está o OA nesse cenário? O OA é um dos componentes da UA; sendo assim, dentro de uma Unidade de Aprendizagem é possível haver vários Objetos de Aprendiza­ gem. Os conceitos que cercam a área de divisão de conteúdo são amplos, e é um tema para estudo e aprofunda­ mento. Trouxemos aqui esse tópico somente para deixar a primeira dica com relação à estruturação de OAs, que é: não tente resolver uma grande densidade de conteúdo conceitual com o uso de um único Objeto de Aprendi­ zagem. Existe uma grande chance de ele ser massivo e cansativo, e acabar desestimulando seu uso pelo aluno, levando à desistência. Basicamente, para estruturar um OA, temos que entender que ele é um meio que vai conectar três extremos: conteú­ ­do, aluno e contexto. Conteúdo é todo o arcabouço conceitual que o aluno deve absorver após o uso desse Objeto; o aluno é o usuário-fim; e o contexto define o ambiente, regras e depen­ dências relativas ao aluno e conteúdo. Lembre-se de que um mesmo conteúdo é ensinado de várias formas para, por exemplo, níveis de ensino diferentes. ©Madedee/iStockphoto
  • 3. REVISTALINHADIRETA O modelo que apresento no diagrama acima é resultado de pesquisas e estu­ dos de casos na área de educação tecno­ lógica. Ele define as características bási­ cas e imprescindíveis que todo Objeto de Aprendizagem digital deve ter. É possível que existam OAs com mais abordagens, mas não é comum um OA que não aborde fundamentalmente os componentes demonstrados no quadro. Esse diagrama conecta os princípios básicos de um OA, permitindo-nos entender que o Planejamento Pedagó­ gico, criado pela equipe pedagógica e professores, gera a Organização, que define o conteúdo que o OA vai abor­ dar. Esse conteúdo é dividido no tex­­- to/narrativa-base, depois em um ins­ trumento de prática dos conceitos, para ajudar o aluno a exercitar o con­ teúdo apreendido; por fim, uma estru­ tura de métricas vai testar se o conteú­ ­do foi absorvido e gerar os resultados de feedback do OA. As Regras definem a forma que a organização do conteúdo deve ter, respeitando o perfil do aluno e dependências (ex.: conhecimentos prévios e deficiências). Depois de defi­ nidos esses itens, é feita a proposição de quais Recursos utilizar para atin­ gir os objetivos. Vejam que é possível combinar o uso de vários recursos em um mesmo Objeto, prática que torna a interação com o artefato digital mais agradável. Apenas é preciso cuidado para não exagerar nas combinações de recursos. Em resumo, a estrutura básica de um OA digital é definida por: • Planejamento Pedagógico; • Organização (Conteúdo, Prática, Testes); • Perfil do Usuário e Dependências; • Conjunto de Regras e Requisitos; • Recursos (quizzes, testes, games, simuladores, animações, vídeos, gráficos, textos, podcasts etc.) Esse modelo, já utilizado em dife­ rentes níveis de ensino da Educação Básica, Superior e Corporativa, tem se mostrado eficaz como norteador do processo. Como dito anteriormente, é possível incrementar o modelo para atender a outros cenários. Uma boa fonte de estudos é o jornal Computers­­­­ & Education, da Elsevier, que tem mui­ tas pesquisas para o termo learning objects, algumas com resultados e metodologias prontas para aplicação. É esperado que essa discussão possa ajudar educadores e profissionais da área a definir parâmetros para a construção de Objetos mais ricos e funcionais, atingindo assim a pre­ missa básica do OA: o ensino e apren­ dizagem.  www.educarbrasil.org.br Estrutura conceitual básica de um Objeto de Aprendizagem digital