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Teoria e método na
Geografia Humana
O que é a geografia?
Max Sorre (A Geografia Humana: introdução) 2003
• Geografia, no sentido etimológico, significa descrição da Terra.
• E, com um consenso geral, da Terra, com tudo o que contém e do que é
inseparável, de tudo o que vive na superfície e a anima, da humanidade
que a transforma e enriquece com traços novos.
• Pensando nesta última, os gregos falavam do ecúmeno.
• Enquanto a Geografia Física estuda os elementos inertes e a Geografia
Biológica se ocupa dos seres vivos, a Geografia Humana é a parte da
Geografia Geral que trata dos homens e suas obras desde o ponto de vista
de sua distribuição na superfície terrestre.
• É a descrição do ecúmeno, ou seja, a área habitável ou já habitada da
Terra.
Qual o contexto da Geografia Humana?
Max Sorre (A Geografia Humana: introdução) 2003
• Hoje, mais que nunca, a Geografia Humana registra a repercussão em todas as partes
dos acontecimentos que ocorrem nos países mais distantes, a interdependência que
envolve todos os pontos do ecúmeno.
• Sua tendência sintética nos convida a não separar jamais os traços de ordem humana do
seu contexto físico e vivo.
• Este imperativo é, junto com a preocupação com a localização, o fundamento da unidade
da Geografia.
• Por meio da unidade da Geografia adquirimos a consciência da unidade de nosso
universo terrestre.
• O contexto físico e vivo representa o meio natural, ao passo que o meio humano é
definido com a ajuda das ciências do homem, à frente da qual se encontra a Sociologia.
• Deste modo, estabelecidos os laços originais e indissolúveis da Geografia Humana com
todos os ramos da Geografia, nos damos conta de suas correspondências com o grupo
das ciências do homem.
Noções fundamentais da Geografia Humana.
Max Sorre (A Geografia Humana: introdução) 2003.
• O primeiro problema da Geografia Humana consiste em elucidar as
relações entre o homem e o meio, a partir do ângulo espacial.
• Trata-se de uma relação recíproca, posto que por meio da técnica os
homens modificam o ambiente natural, ao tempo que adaptam-se a
ele.
• Recriamos a cada momento nosso meio ao tempo que estamos
submetidos a ele.
• Encontra-se ela humanizada por um jogo de ações mútuas. Este jogo
é, ciência das relações entre os seres vivos e o meio, segundo
Haeckel.
Quais os elementos de análise da Geografia Humana? (Situação, área de extensão e Gênero de vida)
Max Sorre (A Geografia Humana: introdução) 2003.
• Desde que existe uma Geografia Humana, põem-se em primeiro plano as noções
de situação e área de extensão dos fenômenos.
• A situação pode ser absoluta, determinada pelas coordenadas geográficas,
latitude, longitude, altitude, ou relativa, descrita em relação a outras
características do desenho geográfico - grau de continentalidade, situação de
enclave, posição frente às correntes de circulação, etc.
• Já a ideia de área de extensão inclui a de limite, inseparável dela e que apresenta
diversos graus de determinação, desde o limite linear até a zona limite, com suas
faixas de degradação (o mesmo valendo para a Geografia Natural).
• Entende-se gênero de vida por um conjunto coletivo de atividades transmitidas e
consolidadas pela tradição, graças às quais um grupo humano assegura sua
existência em um meio determinado. Um conjunto de técnicas adaptativas do
homem e do meio, no que comportam de elementos mentais e intelectuais.
O Método da Geografia Humana.
Max Sorre (A Geografia Humana: introdução) 2003.
• O objeto de nosso estudo é o homem em si. Provaremos que as características essenciais
da espécie humana atuam em uma diversidade de meios, que se transformam com a
diversidade dos modos de vida, para desembocar na formação das paisagens humanas,
isto é, no ecúmeno.
• “Plasticidade”: Evoca-se a faculdade de adaptação e de poder de expansão do homem na
superfície terrestre, apesar da variedade dos meios climáticos, trofológicos e vivos. Ela
expandiu o ecúmeno por quase todo o globo.
• “Mobilidade”: analisaremos a luta do homem contra o espaço. A circulação de homens e
bens utiliza neste triunfo sobre a gravidade os progressos das técnicas descritas
anteriormente, cuja aceleração multiplica seus efeitos. Esta aceleração está ligada à
evolução das formas de vida social, termo ao qual damos um sentido muito amplo, já
que engloba as formas mais elevadas de atividade. A cidade é a expressão concreta
dessas relações sociais.
• Situando-as em suas conexões, reconstituiremos uma imagem global do ecúmeno. Seja
pelos desequilíbrios que apresenta, seja pela aceleração mesma de sua evolução, o
ecúmeno coloca para o observador problemas angustiosos. A missão da Geografia
Humana não consiste em resolvê-las, mas em fazer compreender suas origens e época.
Sobre o pensamento conceitual da ciência geográfica.
BARROS, N. C. C. ou Nilson Crocia. Geografia Humana: uma introdução às suas idéias.
Recife: Editora Universitária da Universidade Federal de Pernambuco, 1993.
• Sobre o pensamento conceitual, mostrando que o apreendido no âmbito do conceito, sobre o objeto, não é
sua totalidade, mas características que configuram o objeto formal, assim carecendo da riqueza deste, não
conseguindo alcançar a realidade de maneira total.
• Desta forma, o autor justifica a necessidade, ou mesmo tentação, da valorização da experimentação–
campo–na investigação e pesquisa geográfica, considerando que esta relação do teórico com o empírico,
embora contraditória para algumas ciências, vem sendo bastante frutífera para a Geografia.
• Etimologicamente, a Geografia significa descrição da terra. Segundo o autor, a constituição da disciplina
como saber científico no século XIX, representou a superação da Geografia como esse saber descritivo. A
então descrição foi julgada como insuficiente.
• Os frutos da observação se formaram ordenando e produzindo sistemas lógicos de natureza geral mas
não se limitando a isso atualmente.
• Assim, os procedimentos metodológicos em Geografia, ou se tornavam mais indutivos, ou mais dedutivos.
• Nisso, a descrição se apresentava, e se apresenta, como uma etapa preliminar fundamental para a
investigação que permite a construção do entendimento sobre o fenômeno em foco.
• Por outro lado a definição do que se observa baseia -se no interesse do pesquisador, nos seus objetivos e
no lastro de teorias e conceitos pertinentes ao tema, sua maneira de olhar para o objeto.
• Pode se dizer, segundo o autor, que o geógrafo trabalha com observações planejadas e sistemáticas,
definindo o propósito previamente.
A importância e a complexidade da base cultural para uma pesquisa geográfica.
BARROS, N. C. C. ou Nilson Crocia. Geografia Humana: uma introdução às suas idéias.
Recife: Editora Universitária da Universidade Federal de Pernambuco, 1993.
• No ato de pesquisar, pode enfrentar um problema de base cultural
bastante complexo, que exige uma auto reflexão.
• É o etnocentrismo, que reúne hábitos de pensamento, costumes,
valores sociais e de grupos do território de origem do pesquisador,
podendo ele tratar como normas para entender outros grupos e
territórios.
• Essa autorreflexão não é tarefa fácil, mas é apontada no texto como
de suma importância para que se tenha um resultado mais sólido, pois
"uma ou algumas impressões observacionais, inconsistentemente
estruturadas, e apoiadas em experiências de trabalho e exame
bibliográfico restrito, temática e/ou territorialmente, não representam
apoios suficientes para generalizações que aspirem arco amplo de
validade", afirma o autor.
Principais referências das disciplinas
Geografia Humana
• SANTOS, Milton. A natureza do espaço. Técnica e tempo. Razão e emoção. EDUSP. São
Paulo, 2021. _______________ Por uma Geografia Nova. Da Crítica da Geografia a uma
Geografia Crítica. São Paulo. EDUSP, 2002. _______________ Por uma outra Globalização
do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro/São Paulo. Editora Record.
2.000. _______________ Espaço & Método. São Paulo. EDUSP, 2020. _______________
Espaço e Sociedade (Ensaios). Rio de Janeiro, Editora Vozes, Petrópolis, 1979. Ler
especialmente o Capitulo I - Sociedade e espaço: a formação social como teoria e como
método. (p. 10 – p. 27).
• ALVES, Rubens. Filosofia da ciência BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida BAUMAN,
Zygmunt. Ensaios sobre cultura GEORGE, Pierre. O Homem na terra. A geografia em ação
SABATO, Hernesto. Homens e Engrenagens SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço
• CASTRO, I. E. Geografia: Conceitos e Temas; Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995.
• CORRÊA, R. L. Região e Organização Espacial; São Paulo: Editora Ática, 1986.
• GREGORY, D.;MARTIN,R; SMITH, G. Geografia Humana: Sociedade,
Espaço e Ciência Social. Jorge Zahar Ed, 1996.
• MOREIRA, Ruy. Pensar e ser em geografia. Ensaios de história,
epistemologia e ontologia do espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2007.
Antônio Carlos Robert de Moraes
Geografia: A pequena história crítica
• Vidal de La Blache definiu o objeto da Geografia como a relação homem-natureza, na perspectiva de
paisagem.
• Colocou o homem como um ser ativo, que sofre a influência do meio, porém que atua sobre este,
transformando-o.
• Observou que as necessidades humanas são condicionadas pela natureza, e que o homem busca as soluções
para satisfazê-las nos materiais e nas condições oferecidos pelo meio.
• Neste processo, de trocas mútuas com a natureza, o homem transforma a matéria natural, cria formas sobre
a superfície terrestre: para Vidal, é aí que começa a “obra geográfica do homem”.
• Assim, na perspectiva vidalina, a natureza passou a ser vista como possibilidades para a ação humana; daí o
nome de Possibilismo dado a esta corrente por Lucien Febvre.
• A teoria de Vidal concebia o homem como hóspede antigo de vários pontos da superfície terrestre, que em
cada lugar se adaptou ao meio que o envolvia, criando, no relacionamento constante e cumulativo com a
natureza, um acervo de técnicas, hábitos, usos e costumes, que lhe permitiram utilizar os recursos naturais
disponíveis.
• A este conjunto de técnicas e costumes, construído e passado socialmente, Vidal denominou “gênero de
vida”, o qual exprimiria uma relação entre a população e os recursos, uma situação de equilíbrio, construída
historicamente pelas sociedades. A diversidade dos meios explicaria a diversidade dos gêneros de vida.
Antônio Carlos Robert de Moraes
Geografia: A pequena história crítica
• Finalmente, o contato com outros gêneros de vida, foi destacado por Vidal como um fator de
mudança.
• Para ele, na verdade, este seria o elemento fundamental do progresso humano. Em sua visão,
os contatos gerariam arranjos mais ricos, pela incorporação de novos hábitos e novas técnicas.
• Os pontos de convergência (as cidades, por exemplo) das comunidades seriam verdadeiras
“oficinas de civilização”.
• Assim, os gêneros de vida se difundiriam pelo Globo, num processo de enriquecimento mútuo,
que levaria inexoravelmente ao fim dos localismos.
• A área abrangida por um gênero de vida comum, englobando várias comunidades, Vidal de La
Blache denominou “domínios de vicilização”.
• À Geografia caberia estudar os generosa de vida, os motivos de sua manutenção ou
transformação, e sua difusão, com a formação dos domínios de civilização.
• Tudo isto tendo em vista as obras humanas sobre o espaço, isto é, as formas visíveis, criadas
pelas sociedades, na sua relação histórica e cumulativa com os diferentes meios naturais.
Antônio Carlos Robert de Moraes
Geografia: A pequena história crítica
• Vidal de La Blache acentuou o propósito humano da Geografia, vinculando
todos os estudos geográficos à Geografia Humana.
• Entretanto, esta foi concebida como um estudo da paisagem; daí o homem
interessar por suas obras e enquanto contingente numérico presente numa
porção da superfície da Terra.
• A Geografia vidalina fala da população, de agrupamento, e nunca de
sociedade; fala de estabelecimentos humanos, não de relações sociais; fala
das técnicas e dos instrumentos de trabalho, porém não de processo de
produção.
• Enfim, discute a relação homem-natureza, não abordando as relações
entre os homens. É por esta razão que a carga naturalista é mantida,
apesar do apelo à História, contido em sua proposta
• Vê-se que os desdobramentos da proposta vidalina foram múltiplos.
Porém, ao nível da Geografia Francesa, o autor que realmente avançou
suas formulações, gerando uma proposta mais elaborada foi Max Sorre.
• Este autor, que publicou suas principais obras na década de 1940, manteve
os fundamentos da proposta vidalina, porém desenvolvendo-a bastante.
• Apresentou a idéia de que a Geografia deve estudar as formas pelas quais
os homens organizam seu meio, entendendo o espaço como “a morada do
homem”. O conceito central desenvolvido por Sorre foi o de habitat, uma
porção do planeta vivenciada por uma comunidade que a organiza.
• O habitat é assim uma construção humana, uma humanização do meio,
que expressa as múltiplas relações entre o homem e o ambiente que o
envolve.
• O principal trabalho de Sorre, uma das grandes obras teóricas do pensamento geográfico, intitula-se Os fundamentos da Geografia Humana.
• O plano de exposição desse livro revela claramente o conteúdo da proposta de Sorre:
• o 1º volume – “Os fundamentos biológicos” – estuda o clima (sua relação com as funções orgânicas e os limites que impõe ao homem), a relação
entre o meio e a alimentação e o meio e as doenças e conclui com a idéia de associação entre o homem e seu ambiente;
• o volume 2 – “As técnicas da vida social” – discute os agrupamentos humanos, as áreas de densidade elevada, as formas de energia utilizadas pelas
diferentes sociedades, e a questão do domínio do espaço;
• o 3º volume – “As técnicas de produção e de transformação das matérias-primas” – estuda as formas da pecuária, coleta, agricultura, mineração e
indústria, discutindo-as em relação às condições naturais e às necessidades humanas;
• o volume 4 – “O habitat” – relaciona a organização do habitat com o gênero de vida, analisa os tipos de habitat (rural e urbano), desde suas formas
mais simples (o agrupamento nômade), até as mais complexas (como a metrópole industrial). Observa-se a envergadura da discussão empreendida.
• A Geografia de Sorre pode ser entendida como um estudo da Ecologia do homem. Isto é, da relação dos agrupamentos com o meio em que estão
inseridos, processo no qual o homem transforma este meio.
• Assim, as condições do meio geográfico, fruto da ação dos homens, não seriam as mesmas daquele meio natural original. A análise geográfica deveria
abarcar este processo de humanização do meio, as condições reinantes e as relações, com elas, que os habitantes mantém.
• Desta forma, é possível considerar o estudo de Sorre como uma Ecologia Humana. A proposta de método deste autor partia da Cartografia: a idéia de
uma sobreposição de dados da observação, num mesmo espaço, analisando historicamente a formação de cada elemento, desde os naturais (solo,
vegetação etc) até os sociais (hábitos alimentares, religião etc).
• Assim, se chegaria a compor, por sobreposição das informações, um quadro da situação atual, e aí se estudaria seu funcionamento, inter-relacionando
os elementos presentes. Assim, um estudo primeiro histórico e parcelado, depois ecológico e integrado.
• Desta forma, a idéia de espaço geográfico de Sorre é a de espaços sobrepostos (o físico, o econômico, o social, o cultural etc) em inter-relação.
• O movimento de renovação, ao contrário da Geografia Tradicional, não possui uma unidade;
representa mesmo uma dispersão, em relação àquela. Tal fato advém da diversidade de métodos
de interpretação e de posicionamentos dos autores que o compõem. A busca do novo foi
empreendida por variados caminhos; isto gerou propostas antagônicas e perspectivas
excludentes. O mosaico da Geografia Renovada é bastante diversificado, abrangendo um leque
muito amplo de concepções. Entretanto, é possível agrupá-las, em função de seus propósitos e de
seus posicionamentos políticos, em dois grandes conjuntos: um pode ser denominado Geografia
Pragmática, outro Geografia Crítica. A divisão do movimento de renovação da Geografia em duas
vertentes, a Crítica e a Pragmática, está assentado na polaridade ideológica das propostas
efetuadas. O critério adotado e o da concepção de mundo dos autores, vista como decorrente de
posicionamentos sociais e/ou engajamentos políticos. Assim, é pelo compromisso social, contido
nas variadas perspectivas de análise renovadas, que se torna possível agrupá-las; noutras
palavras, pelo projeto histórico que veiculam, pela perspectiva de classe que professam, enfim
pela ideologia que alimentam e pelos interesses concretos a que servem. Dentro desse
fundamento ético, comum a cada uma, encontramse propostas singulares de feições e
procedimentos ímpares. Nas duas vertentes, aparecem posturas filosóficas, logo fundamentos
metodológicos, diversificados. A unidade ético-política não implica diretamente perspectivas
unitárias, com respeito a métodos.
Geografia Pragmática
• A Geografia Pragmática é um instrumento da dominação burguesa.
Um aparato do Estado capitalista. Seus fundamentos, enquanto um
saber de classe, estão indissoluvelmente ligados ao desenvolvimento
do capitalismo monopolista. Assim, são interesses claros os que ela
defende: a maximização dos lucros, a ampliação da acumulação de
capital, enfim, a manutenção da exploração do trabalho. Nesse
sentido, mascara as contradições sociais, legitima a ação do capital
sobre o espaço terrestre. É uma arma prática de intervenção, mas
também uma arma ideológica, no sentido de tentar fazer passar
como “medidas técnicas” (logo, neutras e cientificamente
recomendadas” a ação do Estado na defesa de interesses de classe.
Geografia Crítica
• Pode-se dizer que a Geografia Crítica é uma frente, onde obedecendo a objetivos e
princípios comuns, convivem propostas díspares. Assim, não se trata de um conjunto
monolítico, mas, ao contrário, de um agrupamento de perspectivas diferenciadas. A
unidade da Geografia Crítica manifesta-se na postura de oposição a uma realidade social
e espacial contraditória e injusta, fazendo-se do conhecimento geográfico uma arma de
combate à situação existente. É uma unidade de propósitos dada pelo posicionamento
social, pela concepção de ciência como momento da práxis, por uma aceitação plena e
explícita do conteúdo político do discurso geográfico. Enfim, unitários objetivam-se
através de fundamentos metodológicos diversificados. Daí, advém uma grande
diversidade metodológica, no âmbito da Geografia Crítica. Esta apresenta um mosaico de
orientações metodológicas, bastante variado: estruturalistas, existencialistas, analíticos,
marxistas (em suas várias nuances), ecléticos etc. Aqui a unidade se esvanece,
mantendo-se, como único traço comum, o discurso crítico. São buscados, para
fundamentar as propostas efetuadas, autores bastante díspares: Adorno, Foucault, Mao
Tse-Tung, Lefort, Godelier, Barthes, Lênin, Sartre, entre outros. Vê-se que a gama de
orientações abarcada é realmente ampla. Assim, há uma unidade ética, substantivada
numa diversidade epistemológica.

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  • 1. Teoria e método na Geografia Humana
  • 2. O que é a geografia? Max Sorre (A Geografia Humana: introdução) 2003 • Geografia, no sentido etimológico, significa descrição da Terra. • E, com um consenso geral, da Terra, com tudo o que contém e do que é inseparável, de tudo o que vive na superfície e a anima, da humanidade que a transforma e enriquece com traços novos. • Pensando nesta última, os gregos falavam do ecúmeno. • Enquanto a Geografia Física estuda os elementos inertes e a Geografia Biológica se ocupa dos seres vivos, a Geografia Humana é a parte da Geografia Geral que trata dos homens e suas obras desde o ponto de vista de sua distribuição na superfície terrestre. • É a descrição do ecúmeno, ou seja, a área habitável ou já habitada da Terra.
  • 3. Qual o contexto da Geografia Humana? Max Sorre (A Geografia Humana: introdução) 2003 • Hoje, mais que nunca, a Geografia Humana registra a repercussão em todas as partes dos acontecimentos que ocorrem nos países mais distantes, a interdependência que envolve todos os pontos do ecúmeno. • Sua tendência sintética nos convida a não separar jamais os traços de ordem humana do seu contexto físico e vivo. • Este imperativo é, junto com a preocupação com a localização, o fundamento da unidade da Geografia. • Por meio da unidade da Geografia adquirimos a consciência da unidade de nosso universo terrestre. • O contexto físico e vivo representa o meio natural, ao passo que o meio humano é definido com a ajuda das ciências do homem, à frente da qual se encontra a Sociologia. • Deste modo, estabelecidos os laços originais e indissolúveis da Geografia Humana com todos os ramos da Geografia, nos damos conta de suas correspondências com o grupo das ciências do homem.
  • 4. Noções fundamentais da Geografia Humana. Max Sorre (A Geografia Humana: introdução) 2003. • O primeiro problema da Geografia Humana consiste em elucidar as relações entre o homem e o meio, a partir do ângulo espacial. • Trata-se de uma relação recíproca, posto que por meio da técnica os homens modificam o ambiente natural, ao tempo que adaptam-se a ele. • Recriamos a cada momento nosso meio ao tempo que estamos submetidos a ele. • Encontra-se ela humanizada por um jogo de ações mútuas. Este jogo é, ciência das relações entre os seres vivos e o meio, segundo Haeckel.
  • 5. Quais os elementos de análise da Geografia Humana? (Situação, área de extensão e Gênero de vida) Max Sorre (A Geografia Humana: introdução) 2003. • Desde que existe uma Geografia Humana, põem-se em primeiro plano as noções de situação e área de extensão dos fenômenos. • A situação pode ser absoluta, determinada pelas coordenadas geográficas, latitude, longitude, altitude, ou relativa, descrita em relação a outras características do desenho geográfico - grau de continentalidade, situação de enclave, posição frente às correntes de circulação, etc. • Já a ideia de área de extensão inclui a de limite, inseparável dela e que apresenta diversos graus de determinação, desde o limite linear até a zona limite, com suas faixas de degradação (o mesmo valendo para a Geografia Natural). • Entende-se gênero de vida por um conjunto coletivo de atividades transmitidas e consolidadas pela tradição, graças às quais um grupo humano assegura sua existência em um meio determinado. Um conjunto de técnicas adaptativas do homem e do meio, no que comportam de elementos mentais e intelectuais.
  • 6. O Método da Geografia Humana. Max Sorre (A Geografia Humana: introdução) 2003. • O objeto de nosso estudo é o homem em si. Provaremos que as características essenciais da espécie humana atuam em uma diversidade de meios, que se transformam com a diversidade dos modos de vida, para desembocar na formação das paisagens humanas, isto é, no ecúmeno. • “Plasticidade”: Evoca-se a faculdade de adaptação e de poder de expansão do homem na superfície terrestre, apesar da variedade dos meios climáticos, trofológicos e vivos. Ela expandiu o ecúmeno por quase todo o globo. • “Mobilidade”: analisaremos a luta do homem contra o espaço. A circulação de homens e bens utiliza neste triunfo sobre a gravidade os progressos das técnicas descritas anteriormente, cuja aceleração multiplica seus efeitos. Esta aceleração está ligada à evolução das formas de vida social, termo ao qual damos um sentido muito amplo, já que engloba as formas mais elevadas de atividade. A cidade é a expressão concreta dessas relações sociais. • Situando-as em suas conexões, reconstituiremos uma imagem global do ecúmeno. Seja pelos desequilíbrios que apresenta, seja pela aceleração mesma de sua evolução, o ecúmeno coloca para o observador problemas angustiosos. A missão da Geografia Humana não consiste em resolvê-las, mas em fazer compreender suas origens e época.
  • 7. Sobre o pensamento conceitual da ciência geográfica. BARROS, N. C. C. ou Nilson Crocia. Geografia Humana: uma introdução às suas idéias. Recife: Editora Universitária da Universidade Federal de Pernambuco, 1993. • Sobre o pensamento conceitual, mostrando que o apreendido no âmbito do conceito, sobre o objeto, não é sua totalidade, mas características que configuram o objeto formal, assim carecendo da riqueza deste, não conseguindo alcançar a realidade de maneira total. • Desta forma, o autor justifica a necessidade, ou mesmo tentação, da valorização da experimentação– campo–na investigação e pesquisa geográfica, considerando que esta relação do teórico com o empírico, embora contraditória para algumas ciências, vem sendo bastante frutífera para a Geografia. • Etimologicamente, a Geografia significa descrição da terra. Segundo o autor, a constituição da disciplina como saber científico no século XIX, representou a superação da Geografia como esse saber descritivo. A então descrição foi julgada como insuficiente. • Os frutos da observação se formaram ordenando e produzindo sistemas lógicos de natureza geral mas não se limitando a isso atualmente. • Assim, os procedimentos metodológicos em Geografia, ou se tornavam mais indutivos, ou mais dedutivos. • Nisso, a descrição se apresentava, e se apresenta, como uma etapa preliminar fundamental para a investigação que permite a construção do entendimento sobre o fenômeno em foco. • Por outro lado a definição do que se observa baseia -se no interesse do pesquisador, nos seus objetivos e no lastro de teorias e conceitos pertinentes ao tema, sua maneira de olhar para o objeto. • Pode se dizer, segundo o autor, que o geógrafo trabalha com observações planejadas e sistemáticas, definindo o propósito previamente.
  • 8. A importância e a complexidade da base cultural para uma pesquisa geográfica. BARROS, N. C. C. ou Nilson Crocia. Geografia Humana: uma introdução às suas idéias. Recife: Editora Universitária da Universidade Federal de Pernambuco, 1993. • No ato de pesquisar, pode enfrentar um problema de base cultural bastante complexo, que exige uma auto reflexão. • É o etnocentrismo, que reúne hábitos de pensamento, costumes, valores sociais e de grupos do território de origem do pesquisador, podendo ele tratar como normas para entender outros grupos e territórios. • Essa autorreflexão não é tarefa fácil, mas é apontada no texto como de suma importância para que se tenha um resultado mais sólido, pois "uma ou algumas impressões observacionais, inconsistentemente estruturadas, e apoiadas em experiências de trabalho e exame bibliográfico restrito, temática e/ou territorialmente, não representam apoios suficientes para generalizações que aspirem arco amplo de validade", afirma o autor.
  • 9. Principais referências das disciplinas Geografia Humana • SANTOS, Milton. A natureza do espaço. Técnica e tempo. Razão e emoção. EDUSP. São Paulo, 2021. _______________ Por uma Geografia Nova. Da Crítica da Geografia a uma Geografia Crítica. São Paulo. EDUSP, 2002. _______________ Por uma outra Globalização do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro/São Paulo. Editora Record. 2.000. _______________ Espaço & Método. São Paulo. EDUSP, 2020. _______________ Espaço e Sociedade (Ensaios). Rio de Janeiro, Editora Vozes, Petrópolis, 1979. Ler especialmente o Capitulo I - Sociedade e espaço: a formação social como teoria e como método. (p. 10 – p. 27). • ALVES, Rubens. Filosofia da ciência BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida BAUMAN, Zygmunt. Ensaios sobre cultura GEORGE, Pierre. O Homem na terra. A geografia em ação SABATO, Hernesto. Homens e Engrenagens SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço • CASTRO, I. E. Geografia: Conceitos e Temas; Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. • CORRÊA, R. L. Região e Organização Espacial; São Paulo: Editora Ática, 1986.
  • 10. • GREGORY, D.;MARTIN,R; SMITH, G. Geografia Humana: Sociedade, Espaço e Ciência Social. Jorge Zahar Ed, 1996. • MOREIRA, Ruy. Pensar e ser em geografia. Ensaios de história, epistemologia e ontologia do espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2007.
  • 11. Antônio Carlos Robert de Moraes Geografia: A pequena história crítica • Vidal de La Blache definiu o objeto da Geografia como a relação homem-natureza, na perspectiva de paisagem. • Colocou o homem como um ser ativo, que sofre a influência do meio, porém que atua sobre este, transformando-o. • Observou que as necessidades humanas são condicionadas pela natureza, e que o homem busca as soluções para satisfazê-las nos materiais e nas condições oferecidos pelo meio. • Neste processo, de trocas mútuas com a natureza, o homem transforma a matéria natural, cria formas sobre a superfície terrestre: para Vidal, é aí que começa a “obra geográfica do homem”. • Assim, na perspectiva vidalina, a natureza passou a ser vista como possibilidades para a ação humana; daí o nome de Possibilismo dado a esta corrente por Lucien Febvre. • A teoria de Vidal concebia o homem como hóspede antigo de vários pontos da superfície terrestre, que em cada lugar se adaptou ao meio que o envolvia, criando, no relacionamento constante e cumulativo com a natureza, um acervo de técnicas, hábitos, usos e costumes, que lhe permitiram utilizar os recursos naturais disponíveis. • A este conjunto de técnicas e costumes, construído e passado socialmente, Vidal denominou “gênero de vida”, o qual exprimiria uma relação entre a população e os recursos, uma situação de equilíbrio, construída historicamente pelas sociedades. A diversidade dos meios explicaria a diversidade dos gêneros de vida.
  • 12. Antônio Carlos Robert de Moraes Geografia: A pequena história crítica • Finalmente, o contato com outros gêneros de vida, foi destacado por Vidal como um fator de mudança. • Para ele, na verdade, este seria o elemento fundamental do progresso humano. Em sua visão, os contatos gerariam arranjos mais ricos, pela incorporação de novos hábitos e novas técnicas. • Os pontos de convergência (as cidades, por exemplo) das comunidades seriam verdadeiras “oficinas de civilização”. • Assim, os gêneros de vida se difundiriam pelo Globo, num processo de enriquecimento mútuo, que levaria inexoravelmente ao fim dos localismos. • A área abrangida por um gênero de vida comum, englobando várias comunidades, Vidal de La Blache denominou “domínios de vicilização”. • À Geografia caberia estudar os generosa de vida, os motivos de sua manutenção ou transformação, e sua difusão, com a formação dos domínios de civilização. • Tudo isto tendo em vista as obras humanas sobre o espaço, isto é, as formas visíveis, criadas pelas sociedades, na sua relação histórica e cumulativa com os diferentes meios naturais.
  • 13. Antônio Carlos Robert de Moraes Geografia: A pequena história crítica • Vidal de La Blache acentuou o propósito humano da Geografia, vinculando todos os estudos geográficos à Geografia Humana. • Entretanto, esta foi concebida como um estudo da paisagem; daí o homem interessar por suas obras e enquanto contingente numérico presente numa porção da superfície da Terra. • A Geografia vidalina fala da população, de agrupamento, e nunca de sociedade; fala de estabelecimentos humanos, não de relações sociais; fala das técnicas e dos instrumentos de trabalho, porém não de processo de produção. • Enfim, discute a relação homem-natureza, não abordando as relações entre os homens. É por esta razão que a carga naturalista é mantida, apesar do apelo à História, contido em sua proposta
  • 14. • Vê-se que os desdobramentos da proposta vidalina foram múltiplos. Porém, ao nível da Geografia Francesa, o autor que realmente avançou suas formulações, gerando uma proposta mais elaborada foi Max Sorre. • Este autor, que publicou suas principais obras na década de 1940, manteve os fundamentos da proposta vidalina, porém desenvolvendo-a bastante. • Apresentou a idéia de que a Geografia deve estudar as formas pelas quais os homens organizam seu meio, entendendo o espaço como “a morada do homem”. O conceito central desenvolvido por Sorre foi o de habitat, uma porção do planeta vivenciada por uma comunidade que a organiza. • O habitat é assim uma construção humana, uma humanização do meio, que expressa as múltiplas relações entre o homem e o ambiente que o envolve.
  • 15. • O principal trabalho de Sorre, uma das grandes obras teóricas do pensamento geográfico, intitula-se Os fundamentos da Geografia Humana. • O plano de exposição desse livro revela claramente o conteúdo da proposta de Sorre: • o 1º volume – “Os fundamentos biológicos” – estuda o clima (sua relação com as funções orgânicas e os limites que impõe ao homem), a relação entre o meio e a alimentação e o meio e as doenças e conclui com a idéia de associação entre o homem e seu ambiente; • o volume 2 – “As técnicas da vida social” – discute os agrupamentos humanos, as áreas de densidade elevada, as formas de energia utilizadas pelas diferentes sociedades, e a questão do domínio do espaço; • o 3º volume – “As técnicas de produção e de transformação das matérias-primas” – estuda as formas da pecuária, coleta, agricultura, mineração e indústria, discutindo-as em relação às condições naturais e às necessidades humanas; • o volume 4 – “O habitat” – relaciona a organização do habitat com o gênero de vida, analisa os tipos de habitat (rural e urbano), desde suas formas mais simples (o agrupamento nômade), até as mais complexas (como a metrópole industrial). Observa-se a envergadura da discussão empreendida. • A Geografia de Sorre pode ser entendida como um estudo da Ecologia do homem. Isto é, da relação dos agrupamentos com o meio em que estão inseridos, processo no qual o homem transforma este meio. • Assim, as condições do meio geográfico, fruto da ação dos homens, não seriam as mesmas daquele meio natural original. A análise geográfica deveria abarcar este processo de humanização do meio, as condições reinantes e as relações, com elas, que os habitantes mantém. • Desta forma, é possível considerar o estudo de Sorre como uma Ecologia Humana. A proposta de método deste autor partia da Cartografia: a idéia de uma sobreposição de dados da observação, num mesmo espaço, analisando historicamente a formação de cada elemento, desde os naturais (solo, vegetação etc) até os sociais (hábitos alimentares, religião etc). • Assim, se chegaria a compor, por sobreposição das informações, um quadro da situação atual, e aí se estudaria seu funcionamento, inter-relacionando os elementos presentes. Assim, um estudo primeiro histórico e parcelado, depois ecológico e integrado. • Desta forma, a idéia de espaço geográfico de Sorre é a de espaços sobrepostos (o físico, o econômico, o social, o cultural etc) em inter-relação.
  • 16. • O movimento de renovação, ao contrário da Geografia Tradicional, não possui uma unidade; representa mesmo uma dispersão, em relação àquela. Tal fato advém da diversidade de métodos de interpretação e de posicionamentos dos autores que o compõem. A busca do novo foi empreendida por variados caminhos; isto gerou propostas antagônicas e perspectivas excludentes. O mosaico da Geografia Renovada é bastante diversificado, abrangendo um leque muito amplo de concepções. Entretanto, é possível agrupá-las, em função de seus propósitos e de seus posicionamentos políticos, em dois grandes conjuntos: um pode ser denominado Geografia Pragmática, outro Geografia Crítica. A divisão do movimento de renovação da Geografia em duas vertentes, a Crítica e a Pragmática, está assentado na polaridade ideológica das propostas efetuadas. O critério adotado e o da concepção de mundo dos autores, vista como decorrente de posicionamentos sociais e/ou engajamentos políticos. Assim, é pelo compromisso social, contido nas variadas perspectivas de análise renovadas, que se torna possível agrupá-las; noutras palavras, pelo projeto histórico que veiculam, pela perspectiva de classe que professam, enfim pela ideologia que alimentam e pelos interesses concretos a que servem. Dentro desse fundamento ético, comum a cada uma, encontramse propostas singulares de feições e procedimentos ímpares. Nas duas vertentes, aparecem posturas filosóficas, logo fundamentos metodológicos, diversificados. A unidade ético-política não implica diretamente perspectivas unitárias, com respeito a métodos.
  • 17. Geografia Pragmática • A Geografia Pragmática é um instrumento da dominação burguesa. Um aparato do Estado capitalista. Seus fundamentos, enquanto um saber de classe, estão indissoluvelmente ligados ao desenvolvimento do capitalismo monopolista. Assim, são interesses claros os que ela defende: a maximização dos lucros, a ampliação da acumulação de capital, enfim, a manutenção da exploração do trabalho. Nesse sentido, mascara as contradições sociais, legitima a ação do capital sobre o espaço terrestre. É uma arma prática de intervenção, mas também uma arma ideológica, no sentido de tentar fazer passar como “medidas técnicas” (logo, neutras e cientificamente recomendadas” a ação do Estado na defesa de interesses de classe.
  • 18. Geografia Crítica • Pode-se dizer que a Geografia Crítica é uma frente, onde obedecendo a objetivos e princípios comuns, convivem propostas díspares. Assim, não se trata de um conjunto monolítico, mas, ao contrário, de um agrupamento de perspectivas diferenciadas. A unidade da Geografia Crítica manifesta-se na postura de oposição a uma realidade social e espacial contraditória e injusta, fazendo-se do conhecimento geográfico uma arma de combate à situação existente. É uma unidade de propósitos dada pelo posicionamento social, pela concepção de ciência como momento da práxis, por uma aceitação plena e explícita do conteúdo político do discurso geográfico. Enfim, unitários objetivam-se através de fundamentos metodológicos diversificados. Daí, advém uma grande diversidade metodológica, no âmbito da Geografia Crítica. Esta apresenta um mosaico de orientações metodológicas, bastante variado: estruturalistas, existencialistas, analíticos, marxistas (em suas várias nuances), ecléticos etc. Aqui a unidade se esvanece, mantendo-se, como único traço comum, o discurso crítico. São buscados, para fundamentar as propostas efetuadas, autores bastante díspares: Adorno, Foucault, Mao Tse-Tung, Lefort, Godelier, Barthes, Lênin, Sartre, entre outros. Vê-se que a gama de orientações abarcada é realmente ampla. Assim, há uma unidade ética, substantivada numa diversidade epistemológica.