A esofagite eosinofílica acomete principalmente homens entre 30-44 anos, é mais comum em climas frios e áreas rurais. Os eosinófilos recrutados causam dano celular e dismotilidade esofágica através da liberação de peroxidases e outros fatores. Os principais alergenos alimentares associados incluem leite, soja, ovo e frutos do mar.
Esofagite Eosinofílica: Epidemiologia, Fisiopatologia e Achados Endoscópicos
1.
2. Epidemiologia
• M:F = 3:1
• Pico de incidência entre 30 e 44 anos de idade
• Caucasianos têm prevalência três vezes maior em comparação com outras raças
• Mais comum em climas frios e áridos e áreas rurais
• Frequência de cerca de 22,7 por 100.000 habitantes (intervalo de confiança de 95%, 12,4 - 36,0)
(Gastroenterology 2018;154:319)
4. Fisiopatologia
• Eosinófilos são recrutados via quimiotaxia e agem como apresentadores de antígeno (APCs) recrutando
linfócitos e mastócitos. (Arch Pediatr 2019;26:182)
• Eosinófilos degranulam peroxidases (EPO), dentre outros, causando dano celular e dismotilidade. (Arch Pediatr
2019;26:182)
•Os sintomas estão mais correlatos a concentração de EPO do que o número de eosinófilos (Arch Pediatr 2019;26:182)
•Eosinófilos ativados produzem Fator de Crescimento (TGF-β) que promove remodelamento e fibrose.(Med Clin
North Am 2019;103:29)
5. Etiologia
•Ambiental
• Alergenos alimentares
• Mais comum incluem leite, soja, ovo, amendoim/nozes, peixe e mariscos (World J Gastroenterol 2019;25:4598)
• Hipótese da higiene e disbiose:
• Pouca exposição bacteriana e alterações na microbiota, alterariam a permeabilidade (World J Gastroenterol
2019;25:4598)
• Doença do refluxo gastroesofágico leva ao aumento da permeabilidade e exposição a epítopos
alimentares
• Uso de Inibidor de Bomba de Prótons
• Redução da secreção ácida reduz a atividade enzimática.
• Exposição mucosa a proteínas não clivadas acentuam resposta imune (World J Gastroenterol 2019;25:4598)
•Genética
• Múltiplos genes mostraram aumentar o risco de desenvolvimento de doenças atópicas, incluindo
esofagite eosinofílica e asma. (STAT6, CCL26...)
6. Achados endoscópicos
• O diagnóstico é clínico patológico e devem sem considerados em conjunto.
• Os achados mais comuns são:
• Critérios maiores: edema da mucosa, exsudato branco, sulcos longitudinais, anéis esofágicos
circulares (também chamados de pseudotraqueia), estenose esofágica (Gut 2013;62:489)
• Critérios menores: esôfago felino (anéis mucosos concêntricos observados com alguns tipos
de motilidade que desaparecem com a insuflação de ar), esôfago de calibre estreito, esôfago
de papel crepom, laceração ou fragilidade da mucosa com passagem de instrumentos antes
da dilatação
7.
8.
9. • Critérios Menores:
• Hiperplasia extrema da zona basal com
hiperplasia papilar
• Eosinófilos concentrados no epitélio superficial
em oposição à base
• Microabscessos eosinofílicos
• Megranulação eosinófila
• Descamação superficial
• Fibrose da lâmina própria
• Critério Maior
• ≥ 15 eosinófilos por campo de
grande aumento (ampliação de 40x)
no contexto clínico adequado