Este documento discute a arte litúrgica e como ela serve à liturgia de maneiras estéticas e funcionais. Ele explica que a arte litúrgica deve equilibrar beleza e mistério para facilitar o encontro com Deus, e que lugares, objetos e vestes litúrgicos devem promover participação e simbolizar verdades da fé. Ele também discute a veneração apropriada de imagens sagradas na Igreja.
3. AARTE A SERVIÇO DA
LITURGIA
Com as denominações de arte religiosa e arte sacra ocorreu algo
semelhante ao que sucedeu com a música destinada ao culto cristão.
Com efeito, a Igreja não se identifica com nenhum estilo artístico,
mas se mostra aberta a aceitar todas as formas de expressão
estética (cf. SC 123). De antemão não existe uma arte “sagrada”,
mas obras de arte que estão de acordo com a fé e que se
consideram aptas para o culto litúrgico (cf. SC 122). Neste
sentido, o que antes se entendia por arte sacra, isto é, a arte cuja
determinação se produzia a partir das normas canônicas e litúrgicas,
hoje se pode chamar de arte litúrgica ou arte ao serviço da
liturgia.
Esta arte tem duas características fundamentais, a estética ou
bondade artística e idoneidade ou funcionalidade litúrgica.
5. A estética
As obras verdadeiramente artísticas facilitam ao
homem o acesso aos níveis mais profundos do
mistério. “Por isso, a Santa Madre Igreja tem sido
sempre amiga das belas artes, buscando
constantemente seu nobre ministério e instruiu os
artistas, sobretudo, para que as coisas destinadas ao
culto sagrado fossem realmente dignas, elegantes e
belas (cfr. SC 122).
6. A estética
A intenção da Igreja é facilitar o encontro do homem com
Deus dentro de um âmbito de dignidade e beleza, como
expressão da infinita formosura de Deus e sinal das
realidades que se celebram na liturgia. Por isso a arte
cristã em geral e a arte litúrgica, em particular, tem
buscado sempre o equilíbrio entre o mistério e a
forma, ou entre a verdade e a beleza, de tal maneira
que a forma esteja sempre a serviço do mistério
celebrado e a beleza se converta no rosto visível da
verdade.
7. A estética
Mais ainda, se se tem em conta o mistério de Cristo,
ícone do Deus invisível (cf. Cl 1, 15ss), se encontram
novos motivos para dar a arte toda a importância que tem
na liturgia. No rosto humano de Jesus reverberava a
glória de Deus (cf. 2Cor 4, 4-6; Hb 1,3), como sinal de
que a encarnação alcançou a matéria, transformando-a e
enchendo-a da energia do Espírito, capaz de chegar a
todo homem (cf. Ef 4, 24) e a toda a realidade criada (cf.
Sb 1,7; Rm 8, 19-22). Neste sentido, a arte autêntica
significa a transfiguração da criação.
9. Idoneidade
Sob esta expressão se entende a competência dos lugares da
celebração e de todos os objetos que entram nele para servir
aos fins da liturgia. Os documentos da reforma litúrgica
assinalam algumas funções do espaço celebrativo.
a) Desde o ponto de vista da comunicação no interior da
assembleia que celebra, a arquitetura deve tornar possível a
constituição da assembleia, a participação ativa, a percepção
clara da Palavra proclamada ou cantada, a visibilidade dos
gestos e dos ritos, a proximidade da presidência litúrgica e a
moderação e animação da assembleia e o exercício
diferenciado dos ministérios e ofícios litúrgicos.
10. Idoneidade
b) Desde o ponto de vista da relação com Deus, os lugares
litúrgicos devem ter estas qualidades: validez para conjugar
a ação e a contemplação; expressividade simbólica e
referência ao transcendente; simplicidade, nobreza e
verdade nos materiais, na decoração e na ambientação.
c) Desde o ponto de vista da distribuição do espaço, se deve ter
em conta a ordenação mútua dos distintos lugares no interior
da igreja; a hierarquização das imagens de Cristo, da
Santíssima Virgem e dos santos; a disposição harmoniosa da
cruz, os candelabros, as flores e os demais objetos
necessários.
11. Idoneidade
É importante também cuidar do acesso da rua para a
igreja, a existência de zonas intermediárias de
encontro e de silêncio (atrio, pórtico, claustro, jardim,
etc), e o aspecto exterior da igreja no conjunto urbano
ou rural. O edifício eclesial é também um sinal de
transcendência e uma confissão da fé cristã, ao
estar rematado pela cruz.
13. A arte e os lugares de celebração
A igreja é “o edifício no qual se reúne a comunidade
cristã para escutar a Palavra de Deus, para orar unida,
para receber os sacramentos e celebrar a eucaristia”,
“sinal peculiar da Igreja que peregrina na terra e imagem
da Igreja celestial”. Entre todas as Igrejas sobressai a
catedral, centro da vida litúrgica da diocese.
A nave é o mesmo lugar reservado aos fiéis para que
possam participar adequadamente na celebração. Além
disso, existe o lugar dos cantores e dos músicos.
14. A arte e os lugares de celebração
Dentro da igreja, o presbitério é uma zona diferenciada
em relação à nave, capaz para o desenrolar dos ritos. Nele
se encontra o altar. O altar cristão “é por sua mesma
natureza, a mesa peculiar do sacrifício e do convite
pascal: é a ar na qual o sacrifício da cruz se perpetua
sacramentalmente”, um sinal do mesmo Cristo. O altar é
também “honra dos mártires”. Por isso se mantém o
costume de colocar suas relíquias debaixo dos altares; o
altar deve ser único e fixo.
15. A arte e os lugares de celebração
●“A dignidade da Palavra de Deus exige que na igreja
haja um lugar reservado para o seu anúncio…
Convém que em geral este lugar seja um ambão
estável, não um móvel portátil”. A cátedra é “sinal
do magistério e da potestade do pastor da Igreja
particular”. A sede “deve significar o ofício de
presidente da assembleia e diretor da oração”
16. A arte e os lugares de celebração
O Tabernáculo para a reserva da Santíssima Eucaristia
de ser único, sólido, etc… podendo estar localizada
em uma capela adequada para a oração. O batistério é
o lugar destinado à celebração do batismo e é nele que
se encontra a fonte batismal. A sede penitencial, que
pode estar colocada em um espaço determinado,
facilitando a celebração do sacramento da Penitência
com confissão e absolvição individual.
18. Insígnias, vestes e objetos
litúrgicos
As insígnias e as vestes dos ministros contribuem
também à ambientação do espaço celebrativo. Sua
aparição foi progressiva desde os primeiros séculos
até alcançar no século XII as formas e as cores atuais.
19. Insígnias, vestes e objetos
litúrgicos
●Entre os objetos litúrgicos, merecem uma honra especial
aqueles vasos destinados a conter os dons eucarísticos,
ou seja, a patena, o cibório, o cálice e a custódia ou
ostensório. A liturgia atual mantém a colocação da
cruz e dos candelabros em torno do altar (cf. Ap 1, 12).
Por reverência à celebração da eucaristia se estende sobre
o altar ao menos uma toalha. Além disso, se usam os
corporais, a pala e outros panos para cobrir os vasos
sagrados e para purificá-los. Ainda que não sejam
objetos litúrgicos, mas apenas elementos decorativos,
as flores junto ao altar desempenham um papel
significativo dos tempos litúrgicos e da solenidade.
20. Insígnias, vestes e objetos
litúrgicos
Ente os objetos litúrgicos de maior volume e tradição
litúrgica se encontram o órgão (cfr. S 120) e os sinos.
22. As imagens sacras
As imagens não somente são objetos litúrgicos
vinculados ao lugar da celebração, mas que algumas
estão integradas na mesma ação litúrgica, como
ocorre sobretudo com a cruz na liturgia romana, ou
com os ícones em algumas liturgias orientais.
23. As imagens sacras
A exposição das imagens para a veneração dos fiéis
(cfr. SC 125) se apoia na doutrina do Concílio II de
Nicéia (787 d. C.), que estabelece a distinção entre
proskynein (venerar) e latreuein (adorar), como
consequência da fé no mistério da encarnação. A
representação de Cristo em forma humana é o
reconhecimento de que o Verbo de Deus se encarnou
realmente e não em aparência.
24. As imagens sacras
● No Ocidente se elaborou também uma reflexão
teológica sobre as imagens. Para Santo Tomás, o culto às
imagens de Cristo, como o rendido à sua humanidade, é
um culto de “latria relativa”; o culto da Virgem e aos
santos, em si mesmos ou em suas imagens, e às relíquias
é um culto de “dulia” ou veneração e redunda sempre no
Senhor. Esta doutrina foi assumida pelos Concílios de
Trento e Vaticano II. Por outro lado, não se deve esquecer
a importância que as imagens tem no contexto da piedade
popular.
25. As imagens sacras
Se costuma distinguir entre imagem de culto e imagem
de devoção. A imagem de culto é a imagem relacionada
com o mistério, é a imagem essencial, objetiva,
presencial. A imagem de devoção, por sua vez, é mais
subjetiva, narrativa e realista, mais sentimental-afetiva,
adaptada ao gosto da época, suscetível de multiplicar-se
ainda dentro de um mesmo espaço de culto. Expressão da
doutrina e da prática é o Rito da bênção das imagens que
expõem à pública veneração dos fiéis que se encontra no
Ritual de Bênçãos.
26. As imagens sacras
Expressão da doutrina e da prática é o Rito da bênção
das imagens que expõem à pública veneração dos
fiéis que se encontra no Ritual de Bênçãos.
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It makes use of the works of
Kelly Loves Whales and Nick Merritt.