O documento descreve a sociedade e o poder político na Europa dos séculos XVII-XVIII, com foco em Portugal. A sociedade era dividida em ordens hierárquicas, com o clero, nobreza e povo. Em Portugal, a nobreza detinha o poder político. O documento também caracteriza o absolutismo régio, com monarcas que concentravam todo o poder do Estado, como em Portugal sob o reinado de D. João IV.
Sociedade de ordens e absolutismo régio na Europa dos séculos XVII-XVIII
1. Módulo 4
A Europa nos séculos XVII e XVIII-
Sociedade, poder e dinâmicas
coloniais
2. A Europa dos estados absolutos e a
Europa dos Parlamentos
Linha conceptual, pág. 29
2. Uma Sociedade de ordens assente no privilégio
• Caracterizar a sociedade de Antigo Regime
• Diferenciar as três ordens, a sua composição e o seu
estatuto;
• Reconhecer, nos comportamentos, os valores da
sociedade de ordens;
• Identificar as vias de mobilidade social;
3. Sociedade de Antigo Regime
(século XVI – XVIII)
• Constituída por ordens ou estados;
• A ordem ou estado era uma categoria social definida pelo
nascimento e pelas funções sociais que os indivíduos pertencentes
a essa ordem desempenhavam;
• Era uma sociedade fortemente hierarquizada, pelo que a
mobilidade social era escassa;
• As três ordens ou estados em que se divide a sociedade de Antigo
Regime eram o Clero, a Nobreza e o Terceiro Estado, sendo as duas
primeiras privilegiadas e a última não-privilegiada.
4. As três ordens
(trabalho de grupo)
• Estatuto
• Composição
• Funções
• Privilégios
• Proveniência
5. Diversidade de comportamentos e de valores
• Na sociedade de Antigo Regime, todos os comportamentos
(estatuto jurídico, vestuário, alimentação, profissões,
amizades, divertimentos, formas de tratamento…) estavam
rigidamente estipulados para cada uma das ordens sociais.
• Esta preocupação em tornar visível a diferenciação social
exprimia os principais valores defendidos na sociedade de
ordens:
- A defesa dos privilégios pelas ordens sociais mais elevadas;
- A primazia do nascimento como critério de distinção;
- A fraquíssima mobilidade social.
6. O absolutismo régio
• Referir as características do poder absoluto;
• Sublinhar o papel desempenhado pela corte no
regime absolutista;
• Esclarecer o significado da expressão “encenação do
poder”;
7. O poder absoluto
• O Antigo Regime caracterizou-se, a nível político, pelo sistema
de monarquia absoluta, que atingiu o expoente máximo nos
séculos XVII e XVIII.
• Segundo Bossuet, o poder do rei tinha quatro características:
▪ Sagrado (monarquia de direito divino, segundo a qual o rei
apenas tinha de prestar contas dos seus atos a Deus;
▪ Paternal (o rei deveria satisfazer as necessidades do seu
povo como se fosse um pai);
8. ▪ Absoluto (livre da prestação de contas), mas deveria
assegurar a ordem e garantir os privilégios da igreja e da
nobreza. O rei concentrava em si os três poderes do Estado –
legislativo, executivo e judicial – por isso Luís XIV, o Rei-Sol,
terá afirmado “O Estado sou eu”. Doc 12
▪ Submetido à razão (à sabedoria do rei)
9. Em França o centra da vida da corte era o Palácio de Versalhes.
▪ Lugar de governação;
▪ Lugar de ostentação do poder;
▪ Lugar de controlo das ordens privilegiadas.
10. Encenação do poder: Na forma como vivia (palácio, vestuário,
banquetes, cerimonial) o rei procurou ostentar uma imagem de
grandeza e esplendor. Era superior a todos e admirado por
todos.
11. Sociedade e poder em Portugal
• Evidenciar a preponderância da nobreza fundiária em
Portugal;
• Caracterizar o “cavaleiro-mercador”;
• Relacionar a eficiência do aparelho burocrático com a efectiva
centralização do poder;
• Caracterizar o absolutismo joanino.
12. A preponderância da nobreza fundiária em Portugal
deve-se:
• À restauração da independência que conferiu a esta ordem
um papel social importante;
• À ocupação, por parte dos membros desta ordem, dos
principais cargos
- na governação,
- na administração ultramarina,
- no comércio.
Doc.16, 17 A, 18 A e B
13. Principais características da sociedade de ordens em
Portugal:
• Preponderância política da nobreza de sangue.
• Afastamento da burguesia das esferas do poder.
A debilidade da burguesia deve-se:
– À centralização das actividades mercantis nas mãos
da coroa e da nobreza;
– À perseguição de judeus e cristãos novos pela
inquisição.
14. “cavaleiro-mercador”
A nobreza mercantilizada investe os lucros do comércio, não
em atividades produtivas, mas em terras e bens de luxo.
difícil afirmação da burguesia;
atraso económico de Portugal em relação a
vários países da Europa.
15. A criação do aparelho burocrático do
Estado absoluto
Em Portugal as reformas do aparelho burocrático começaram
antes do absolutismo.
Após a Restauração D. João IV teve necessidade de fazer
algumas reformas.
Doc. 20; Notas 1 e 2
16. Etapas da centralização do poder em Portugal:
• Segunda metade do século XVII
A nobreza perde poder político;
As cortes perdem importância.
• Século XVIII
D. João V diminui a capacidade de decisão dos
diferentes órgãos e transfere-a para os seus
colaboradores;
Em 1736 o rei procede à reforma do aparelho de
Estado
Doc.21 e 23; pág. 53 (último parágrafo)
17. Características do absolutismo joanino
• Segue o modelo francês – Luís XIV – na forma de governo e no
fausto;
• Controla pessoalmente a administração pública, recusando a
reunião das Cortes;
• Submete a nobreza ao seu poder;
• Através do luxo e da etiqueta faz
sobressair a figura real;
18. • Promove uma política de mecenato das artes e das letras:
Fomenta o aparecimento de bibliotecas. Ex: Biblioteca da
Universidade de Coimbra;
Promove a impressão de obras;
Funda a Real Academia da História;
Acolhe artistas estrangeiros.
Patrocina o estudo de artistas / intelectuais nacionais no estrangeiro.
19. • Empreende uma política de grandes construções
exemplificativas da sua grandeza:
Aqueduto das Águas Livres – Lisboa;
Convento de Mafra;
Igrejas com interiores em talha dourada;
Remodelação do Paço da Ribeira;
20. • Na política externa manteve a neutralidade face aos conflitos
europeus, mas quando estes lhe proporcionam prestígio
internacional intervém militarmente;
• Procurou dar uma imagem de grandiosidade do nosso país no
estrangeiro através de representações diplomáticas.