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REVISTA CONTEXTO & SAÚDE IJUÍ EDITORA UNIJUÍ v. 10 n. 20 JAN./JUN. 2011 p. 957-962
ESTUDO DE CASO DE UM
PACIENTE COM DIAGNÓSTICO
DE ESQUIZOFRENIA E DEPRESSÃO
Dagmar Scholl Lauter1
Francieli Ana Dallabrida¹
Caroline de Oliveira Silveira¹
Daiane de Oliveira¹
Mônica Estela Casarotto¹
Adriane Cristina Bernat Kolankiewicz2
RESUMO
RESUMO
RESUMO
RESUMO
RESUMO
Este estudo objetiva relatar a experiência vivenciada no quinto semestre do curso de Enfermagem da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul no estágio curricular de Enfermagem em Saúde Mental. Trata-
se de um estudo de caso, realizado em um hospital do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul/Brasil onde foi
realizado a Sistematização da Assistência de Enfermagem com uma paciente internada para tratamento de esquizofre-
nia e depressão. Com base no levantamento de problemas, com dados obtidos por meio do histórico, englobou
entrevista, exame físico, exame do estado mental, estudo das medicações utilizadas e patologias envolvidas,
realizados os diagnósticos e então o plano de cuidados a paciente extensivo aos familiares. A realização deste
proporcionou maior conhecimento, melhorando a nossa qualificação para uma melhor abordagem e assistência de
enfermagem junto a esses pacientes bem como transmitir estes conhecimentos para a equipe de enfermagem.
Palavras-chave:
Palavras-chave:
Palavras-chave:
Palavras-chave:
Palavras-chave: Cuidados de enfermagem, Esquizofrenia, Depressão.
1
Acadêmicas do quinto semestre de enfermagem da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí)
cursando o componente de Enfermagem e Saúde Mental. E-mail: dagmar.lauter@unijui.edu.br
2
Enfermeira, Mestre em Saúde Coletiva, Doutoranda em Enfermagem pela Unifesp, Docente do Departamento de Ciências da Saúde
(DCSa) da Unijuí, Professora do componente Enfermagem e Saúde Mental.
&
Revista Contexto & Saúde, Ijuí • v. 10 • n. 20 • Jan./Jun. 2011
958
INTRODUÇÃO
Atualmente a esquizofrenia tem sido considera-
da um problema de saúde pública uma vez que, 95%
das pessoas diagnosticadas permanecem com o
transtorno, que é de caráter psicótico, durante toda
a vida (STUART e LARAIA, 2001) e, de todas as
doenças mentais é a que causa as hospitalizações
mais prolongadas, e exige investimentos do sistema
de saúde, causando grande sofrimento para o por-
tador da patologia podendo desencadear um caos
na vida familiar (GIACON e GALERA, 2006). Es-
tudos evidenciam uma taxa de aproximadamente 1%
da população acometida pela doença (MARI e LEI-
TÃO 2000), homens e mulheres são igualmente afe-
tados e a idade de pico para início em homens é de
15 a 25 anos e em mulheres de 25 a 35 anos (KA-
PLAN, 2003). A esquizofrenia pode levar a uma
considerável ruptura dos níveis psíquicos, físicos e
da rede social do indivíduo, uma diminuição da habi-
lidade para cuidar de si mesmo, estudar, trabalhar,
desenvolver atividades do cotidiano e para se rela-
cionar individual e socialmente (GIACON e GA-
LERA, 2006). É difícil de ser definida, pois não exis-
tem sintomas próprios da doença, mas sim sintomas
característicos que indicam uma desorganização da
personalidade (GAMAet al, 2002).Adoença inter-
fere, de forma geral, nos pensamentos, emoções,
motivações e constitui o mais comum dos transtor-
nos psiquiátricos graves. Quanto à etiologia, não
possui uma causa única, mas vários fatores interfe-
rem para o seu desenvolvimento. Podemos citar os
fatores genéticos, quando o indivíduo tem uma vul-
nerabilidade específica que é influenciada por fato-
res ambientais estressantes também pode levar ao
desenvolvimento dos sintomas. Em relação aos fa-
tores psicossociais, a desintegração do Ego, dificul-
dades interpessoais no início da vida, cuidados ma-
ternos falhos, conflitos familiares na infância e frus-
trações também estão envolvidos no desencadea-
mento do transtorno (KAPLAN, 2003). Ainda para
o mesmo autor fatores biológicos e alterações no
sistema límbico, gânglios basais, córtex frontal e o
aumento da atividade dopaminérgica, da serotonina
e da noradrenalina podem estar relacionados à es-
quizofrenia, como um fator neuropatológico. Os sin-
tomas da esquizofrenia podem ser classificados em
dois grandes grupos, os sintomas positivos e negati-
vos. Entre os positivos estão relacionados às aluci-
nações, delírios, pensamento e fala desorganizados
e comportamento desorganizado. Entre os sintomas
negativos o embotamento afetivo, abulia/apatia, ane-
donia e isolamento social (TOWNSEND, 2002). O
diagnóstico pode ser realizado com base no DSM
IV – da Associação Psiquiátrica Americana e atra-
vés do CID 10 da Organização Mundial de Saúde.
O DSM IV refere que o paciente deve apresentar
dois ou mais sintomas como delírios, alucinações,
desorganização da linguagem, catatonia, sintomas
negativos durante 1 mês. Se os delírios são bizarros
ou alucinações auditivas são de uma ou mais vozes
que conversam entre si, ou comentários contínuos
sobre o comportamento, apenas um sintoma é ne-
cessário. Para diagnóstico pelo CID 10 o indivíduo
deve apresentar pelo menos um sintoma, como in-
serção ou roubo do pensamento, delírios de contro-
le, vozes alucinatórias, delírios persistentes, alucina-
ções persistentes de qualquer modalidade, intercep-
ção do curso do pensamento resultando em discur-
so incoerente, comportamento catatônico, sintomas
negativos e alteração significativa do comportamento
pessoal, como perda de interesse, falta de objetivos,
inatividade e retraimento social. Dentre os subtipos
da esquizofrenia, o tipo paranóide caracteriza-se
principalmente pela presença de delírios de perse-
guição e grandeza e alucinações auditivas freqüen-
tes, os pacientes apresentam-se tensos, desconfia-
dos reservados e freqüentemente hostis e agressi-
vos e a inteligência em áreas não invadidas pelos
delírios podem permanecer intactas. Os esquizofrê-
nicos paranóides mostram menos regressão de suas
faculdades mentais, da resposta emocional e do com-
portamento do que outros tipos de pacientes esqui-
zofrênicos. (KAPLAN, 2003). O tratamento é rea-
lizado de forma combinada, com farmacoterapia
associado a psicoterapias. No tratamento medica-
mentoso utilizam-se os antipsicóticos que incluem
três classes principais, como, antagonistas recepto-
res dopamínicos, risperidona e clozapina já no trata-
mento psicossocial incluem as terapias familiares,
individuais e terapias em grupo (KAPLAN, 2003).
Para Townsed 2002 a depressão é uma perturba-
ção profunda do humor que compartilha algumas
959
Revista Contexto & Saúde, Ijuí • v. 10 • n. 20 • Jan./Jun. 2011
características como a tristeza. Esse episódio de tris-
teza pode ser de curta duração, se o individuo se
adapta a perda, alteração ou fracasso que viven-
ciou e que o levou a esta tristeza. Conforme o CID
– 10 o diagnóstico é realizado a partir dos sintomas
apresentados como, humor triste ou irritável, dimi-
nuição da energia vital, anedonia, insônia, hiperso-
nia, perda ou aumento do apetite, pensamentos ne-
gativos, catastróficos, de ruína, preocupações em
exagero, idéias de desesperança, morte e até suicí-
dio, sentimentos negativos como de culpa em exa-
gero, de inutilidade, baixa auto-estima, falta de sen-
tido na vida, sensação de vazio, entre outros. O ris-
co de depressão durante a vida é de 7 a 12 % para
os homens e de 20 a 30% para as mulheres. Entre
as mulheres as taxas alcançam um pico entre a ado-
lescência e a idade adulta jovem. Outros fatores de
risco incluem um histórico de doença depressiva em
parentes em primeiro grau e uma história de de-
pressão. Ocorre com freqüência junto com outras
doenças psiquiátricas e têm elevada prevalência na
rede básica onde um em cada cinco pacientes que
procuram um profissional da rede tem sintomas sig-
nificativos de depressão (STUART e LARAIA,
2001). O tratamento deve ter vários objetivos, como,
garantir a segurança do paciente, uma completa
avaliação diagnóstica e um plano de tratamento que
aborde não apenas os sintomas imediatos, mas um
bem-estar futuro do paciente, procurando reduzir o
número e a severidade dos estressores na vida do
paciente. Associa-se a farmacoterapia as psicote-
rapias, como terapia familiar, cognitiva comporta-
mental, interpessoal e orientação psicanalítica (KA-
PLAN, 2003). A abordagem de pacientes com so-
frimentos psíquicos e o diagnóstico para as patolo-
gias envolvidas é um grande desfio para os profissi-
onais da saúde, pois se deve considerar a história
pregressa, história familiar, acontecimentos estres-
santes e a partir disso, associado aos sinais e sinto-
mas apresentados pelos pacientes, elaborar um di-
agnóstico que muitas vezes pode levar anos para
ser feito, e discutir uma melhor abordagem e trata-
mento. Frente a essas assertivas o objetivo deste
estudo, é relatar experiências vivenciadas no quinto
semestre do curso de enfermagem da Universidade
Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul (Unijuí) no estágio curricular de Enfermagem
em Saúde Mental por meio de um relato de caso.
METODOLOGIA
Estudo de caso, realizado por meio da Sistemati-
zação da Assistência de Enfermagem (SAE), se-
guindo os passos metodológicos, como o histórico
de saúde que englobou a entrevista, exame físico,
exame do estado mental, estudo das medicações
utilizadas pela paciente durante a internação hospi-
talar, estudo das patologias envolvidas, diagnósticos
de enfermagem, a partir do levantamento de pro-
blemas identificados, segundo Associação Norte
Americana de Diagnósticos de Enfermagem (Nan-
da 2009/2011), por fim a elaboração do plano de
cuidados individual e extensivo à família. Para rea-
lização do estudo, foi solicitada a autorização da
paciente, ressaltando que os dados pessoais da mes-
ma não seriam divulgados, esta autorização foi re-
alizada de forma verbal pela paciente, também fo-
ram utilizados alguns dados do prontuário da mesma.
RESULTADOS E DISCUSSÕES:
O estudo de caso foi realizado com uma pacien-
te do sexo feminino, 44 anos de idade, que se en-
contrava internada há 20 dias em um hospital de
pequeno porte o qual tem leitos credenciados para
atendimento de pacientes psiquiátricos. Foi encami-
nhada ao serviço pelo médico do CAPS I – Centro
de Atenção Psicossocial – para tratamento psiquiá-
trico com diagnóstico de depressão e posteriormen-
te feito o diagnóstico de esquizofrenia paranóide.
Em entrevista com paciente, a mesma relata que
precisou ser internada por motivo de ansiedade, tris-
teza profunda, crises de choro, medo e que apre-
sentava alucinações auditivas, vozes de comando,
que conversavam entre si, e que apenas uma des-
sas vozes interagia com a paciente mandando-a
cometer suicídio e também porque apresentava alu-
cinações visuais, “vultos escuros”, que a perseguia.
Conta que sua primeira internação psiquiátrica ocor-
reu em janeiro de 2008 e após passou por várias
internações, foi internada por um período no Hospi-
tal Psiquiátrico Paulo Guedes de Caxias do Sul/RS.
Refere que foi casada por 14 anos e que seu ex-
Revista Contexto & Saúde, Ijuí • v. 10 • n. 20 • Jan./Jun. 2011
960
marido era agressivo e fazia uso freqüente de bebi-
da alcoólica. Seus pais separaram-se quando era
muito jovem. Sua mãe faleceu há 22 anos e seu pai
há dois anos, quando seu quadro depressivo agra-
vou-se. Perdeu seu irmão por uso abusivo de álcool
e uma de suas irmãs que tinha bastante afinidade
também faleceu. Seu pai também apresentava alu-
cinações auditivas, o irmão também apresentou qua-
dro depressivo. Seu filho fazia uso de bebidas alco-
ólicas. Paciente nega o uso de substâncias psicoati-
vas, relata não possuir hábitos de lazer, dificuldades
para dormir e inapetência. Ao exame do estado
mental, apresentava-se consciente, norproséxica, re-
ferindo alucinações visuais e auditivas, orientada alo
e auto psiquicamente, memória preservada, pensa-
mento lógico, ansiosa, depressiva, delírio de perse-
guição e ideação suicída, juízo crítico prejudicado,
insight insatisfatório, eulálica, hipoativa e hipotími-
ca. Sinais vitais dentro dos parâmetros normais. Ao
exame físico, pele com textura seca e descamação
da região plantar, sujidade nas unhas dos pés e cou-
ro cabeludo e discreto edema em ambos os pés, com
discretas lesões entre os dedos. A partir das infor-
mações obtidas no prontuário da paciente no hospi-
tal, entrevista, exame físico, exame das funções psí-
quicas e após estudo das patologias e medicações
envolvidas foi realizado o levantamento de proble-
mas e os diagnósticos de enfermagem com base
em NANDA (2009/2011) e elaborado o plano de
cuidados e as intervenções de enfermagem frente
ao paciente e familiares. Os diagnósticos elencados
foram: Nutrição desequilibrada; padrão de sono pre-
judicado; estilo de vida sedentário; percepção sen-
sorial perturbada; processos familiares disfuncionais;
pesar complicado; tristeza crônica; integridade da
pele prejudicada; conforto prejudicado; risco de sui-
cídio; risco de violência direcionada a si mesmo; ris-
co de síndrome do estresse por mudança; risco de
sofrimento espiritual. O plano de cuidados e assis-
tência de enfermagem foi elaborado com objetivo
de incluir no cuidado, tanto equipe profissional, pa-
ciente quanto familiares. Dentre as orientações e
prescrições, podemos destacar a importância de
estimular a injesta alimentar e hídrica, estimular o
auto-cuidado, avaliar o risco de suicídio e sintomas
psicóticos, estimular a participação de grupos de
socialização, oficinas e contato com outras pessoas,
manter acompanhante 24 horas por dia, remover do
ambiente objetos que possam contribuir e provocar
danos ao paciente, estar atento para os sintomas de
impregnação, preparar o paciente para alta e reali-
zar os devidos encaminhamentos, intermediar a apro-
ximação dos familiares e responsabilizar a família
pelo cuidado, não reforçar as alucinações, devido
as medicações usadas pela paciente, orientar que
após administração das mesmas mude lentamente
de posição para minimizar a hipotensão postural e
orientar o uso de fibras para evitar constipação.
CONCLUSÕES
A realização deste estudo de caso contribuiu de
forma positiva para a formação acadêmica e um co-
nhecimento mais aprofundado sobre a esquizofrenia
e a depressão. O contato com o paciente, o estudo da
literatura sobre as patologias, o estudo sobre as me-
dicações, funções mentais e a realização da avalia-
ção do estado mental, nos possibilitou ampliar o co-
nhecimento, despertar curiosidades, interesses no
campo da saúde mental e perder o medo e ansiedade
frente à pacientes psiquiátricos. Por meio desta ex-
periência e conhecimentos obtidos, foi nos proporcio-
nado prestar uma assistência de enfermagem mais
adequada com base científica e visão holística. A re-
alização do estudo de caso e a sistematização do
mesmo foram importantes, contribuirão com a nossa
formação acadêmica e de colegas e para conheci-
mento dos profissionais de saúde permitindo uma vi-
são mais abrangente da saúde mental possibilitando
ações e cuidados mais efetivos com pacientes e fa-
miliares.Entendemosqueessecampoprofissionaltem
muito ainda a ser estudado, pesquisado e avaliado.
REFERÊNCIAS
1. GAMA C. S.; SOUZA C. M.; LOBATO M. I. et
al. Relato do uso de clozapina em 56 pacientes aten-
didos pelo Programa de Atenção à Esquizofrenia
Refratária da Secretaria da Saúde e do Meio Ambi-
ente do Estado do Rio Grande do Sul. Revista de
Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Rio Grande do
Sul, v. 26, n. 1, jan./abr. 2004. Disponível em: <http:/
/www.scielo.br/pdf/rprs/v26n1/20473.pdf>.Acesso
em: 8 jun. 2011.
961
Revista Contexto & Saúde, Ijuí • v. 10 • n. 20 • Jan./Jun. 2011
2. GIACON B. C. C.; GALERA S. A. F. Primeiro
episódio da esquizofrenia e assistência de enferma-
gem. Revista da Escola de Enfermagem da USP,
São Paulo, v. 40, n. 2, 2006. Disponível em: < http:/
/www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/251.pdf>.Aces-
so em 8 jun. 2011.
3. KAPLAN, HAROLD I.; SADOCK B. J.; GRE-
BB J. A. Compêndio de Psiquiatria: Ciências do
comportamento e psiquiatria clínica. 7ª ed. Porto
Alegre:Artmed, 2003. 1169 p.
4. MARI J. J.; LEITÃO R. J. A epidemiologia da
esquizofrenia. Revista Brasileira de Psiquiatria.
São Paulo, v. 22, s. 1, 2000. Disponível em: <http://
www.scielo.br/pdf/rbp/v22s1/a06v22s1.pdf>.Aces-
so em: 8 jun. 2011.
5. NANDA International. Diagnósticos de Enfer-
magem da NANDA: definições e classificação 2009-
2011, organizado por North American Nursing As-
sociation; trad. Jeanne Liliane Marlene Michel. Porto
Alegre: Artmed, 2010. 456 p.
6. STUART G. W.; LARAIA M. T. Enfermagem
Psiquiátrica: Princípios e Prática. 6ª ed. Porto Ale-
gre: Artmed, 2001. 958 p.
7. TOWNSEND M. C. Enfermagem Psiquiátri-
ca: Conceito de cuidados. 3ª ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002. 864 p.
Estudo de caso de paciente com esquizofrenia e depressão

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  • 2. Revista Contexto & Saúde, Ijuí • v. 10 • n. 20 • Jan./Jun. 2011 958 INTRODUÇÃO Atualmente a esquizofrenia tem sido considera- da um problema de saúde pública uma vez que, 95% das pessoas diagnosticadas permanecem com o transtorno, que é de caráter psicótico, durante toda a vida (STUART e LARAIA, 2001) e, de todas as doenças mentais é a que causa as hospitalizações mais prolongadas, e exige investimentos do sistema de saúde, causando grande sofrimento para o por- tador da patologia podendo desencadear um caos na vida familiar (GIACON e GALERA, 2006). Es- tudos evidenciam uma taxa de aproximadamente 1% da população acometida pela doença (MARI e LEI- TÃO 2000), homens e mulheres são igualmente afe- tados e a idade de pico para início em homens é de 15 a 25 anos e em mulheres de 25 a 35 anos (KA- PLAN, 2003). A esquizofrenia pode levar a uma considerável ruptura dos níveis psíquicos, físicos e da rede social do indivíduo, uma diminuição da habi- lidade para cuidar de si mesmo, estudar, trabalhar, desenvolver atividades do cotidiano e para se rela- cionar individual e socialmente (GIACON e GA- LERA, 2006). É difícil de ser definida, pois não exis- tem sintomas próprios da doença, mas sim sintomas característicos que indicam uma desorganização da personalidade (GAMAet al, 2002).Adoença inter- fere, de forma geral, nos pensamentos, emoções, motivações e constitui o mais comum dos transtor- nos psiquiátricos graves. Quanto à etiologia, não possui uma causa única, mas vários fatores interfe- rem para o seu desenvolvimento. Podemos citar os fatores genéticos, quando o indivíduo tem uma vul- nerabilidade específica que é influenciada por fato- res ambientais estressantes também pode levar ao desenvolvimento dos sintomas. Em relação aos fa- tores psicossociais, a desintegração do Ego, dificul- dades interpessoais no início da vida, cuidados ma- ternos falhos, conflitos familiares na infância e frus- trações também estão envolvidos no desencadea- mento do transtorno (KAPLAN, 2003). Ainda para o mesmo autor fatores biológicos e alterações no sistema límbico, gânglios basais, córtex frontal e o aumento da atividade dopaminérgica, da serotonina e da noradrenalina podem estar relacionados à es- quizofrenia, como um fator neuropatológico. Os sin- tomas da esquizofrenia podem ser classificados em dois grandes grupos, os sintomas positivos e negati- vos. Entre os positivos estão relacionados às aluci- nações, delírios, pensamento e fala desorganizados e comportamento desorganizado. Entre os sintomas negativos o embotamento afetivo, abulia/apatia, ane- donia e isolamento social (TOWNSEND, 2002). O diagnóstico pode ser realizado com base no DSM IV – da Associação Psiquiátrica Americana e atra- vés do CID 10 da Organização Mundial de Saúde. O DSM IV refere que o paciente deve apresentar dois ou mais sintomas como delírios, alucinações, desorganização da linguagem, catatonia, sintomas negativos durante 1 mês. Se os delírios são bizarros ou alucinações auditivas são de uma ou mais vozes que conversam entre si, ou comentários contínuos sobre o comportamento, apenas um sintoma é ne- cessário. Para diagnóstico pelo CID 10 o indivíduo deve apresentar pelo menos um sintoma, como in- serção ou roubo do pensamento, delírios de contro- le, vozes alucinatórias, delírios persistentes, alucina- ções persistentes de qualquer modalidade, intercep- ção do curso do pensamento resultando em discur- so incoerente, comportamento catatônico, sintomas negativos e alteração significativa do comportamento pessoal, como perda de interesse, falta de objetivos, inatividade e retraimento social. Dentre os subtipos da esquizofrenia, o tipo paranóide caracteriza-se principalmente pela presença de delírios de perse- guição e grandeza e alucinações auditivas freqüen- tes, os pacientes apresentam-se tensos, desconfia- dos reservados e freqüentemente hostis e agressi- vos e a inteligência em áreas não invadidas pelos delírios podem permanecer intactas. Os esquizofrê- nicos paranóides mostram menos regressão de suas faculdades mentais, da resposta emocional e do com- portamento do que outros tipos de pacientes esqui- zofrênicos. (KAPLAN, 2003). O tratamento é rea- lizado de forma combinada, com farmacoterapia associado a psicoterapias. No tratamento medica- mentoso utilizam-se os antipsicóticos que incluem três classes principais, como, antagonistas recepto- res dopamínicos, risperidona e clozapina já no trata- mento psicossocial incluem as terapias familiares, individuais e terapias em grupo (KAPLAN, 2003). Para Townsed 2002 a depressão é uma perturba- ção profunda do humor que compartilha algumas
  • 3. 959 Revista Contexto & Saúde, Ijuí • v. 10 • n. 20 • Jan./Jun. 2011 características como a tristeza. Esse episódio de tris- teza pode ser de curta duração, se o individuo se adapta a perda, alteração ou fracasso que viven- ciou e que o levou a esta tristeza. Conforme o CID – 10 o diagnóstico é realizado a partir dos sintomas apresentados como, humor triste ou irritável, dimi- nuição da energia vital, anedonia, insônia, hiperso- nia, perda ou aumento do apetite, pensamentos ne- gativos, catastróficos, de ruína, preocupações em exagero, idéias de desesperança, morte e até suicí- dio, sentimentos negativos como de culpa em exa- gero, de inutilidade, baixa auto-estima, falta de sen- tido na vida, sensação de vazio, entre outros. O ris- co de depressão durante a vida é de 7 a 12 % para os homens e de 20 a 30% para as mulheres. Entre as mulheres as taxas alcançam um pico entre a ado- lescência e a idade adulta jovem. Outros fatores de risco incluem um histórico de doença depressiva em parentes em primeiro grau e uma história de de- pressão. Ocorre com freqüência junto com outras doenças psiquiátricas e têm elevada prevalência na rede básica onde um em cada cinco pacientes que procuram um profissional da rede tem sintomas sig- nificativos de depressão (STUART e LARAIA, 2001). O tratamento deve ter vários objetivos, como, garantir a segurança do paciente, uma completa avaliação diagnóstica e um plano de tratamento que aborde não apenas os sintomas imediatos, mas um bem-estar futuro do paciente, procurando reduzir o número e a severidade dos estressores na vida do paciente. Associa-se a farmacoterapia as psicote- rapias, como terapia familiar, cognitiva comporta- mental, interpessoal e orientação psicanalítica (KA- PLAN, 2003). A abordagem de pacientes com so- frimentos psíquicos e o diagnóstico para as patolo- gias envolvidas é um grande desfio para os profissi- onais da saúde, pois se deve considerar a história pregressa, história familiar, acontecimentos estres- santes e a partir disso, associado aos sinais e sinto- mas apresentados pelos pacientes, elaborar um di- agnóstico que muitas vezes pode levar anos para ser feito, e discutir uma melhor abordagem e trata- mento. Frente a essas assertivas o objetivo deste estudo, é relatar experiências vivenciadas no quinto semestre do curso de enfermagem da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí) no estágio curricular de Enfermagem em Saúde Mental por meio de um relato de caso. METODOLOGIA Estudo de caso, realizado por meio da Sistemati- zação da Assistência de Enfermagem (SAE), se- guindo os passos metodológicos, como o histórico de saúde que englobou a entrevista, exame físico, exame do estado mental, estudo das medicações utilizadas pela paciente durante a internação hospi- talar, estudo das patologias envolvidas, diagnósticos de enfermagem, a partir do levantamento de pro- blemas identificados, segundo Associação Norte Americana de Diagnósticos de Enfermagem (Nan- da 2009/2011), por fim a elaboração do plano de cuidados individual e extensivo à família. Para rea- lização do estudo, foi solicitada a autorização da paciente, ressaltando que os dados pessoais da mes- ma não seriam divulgados, esta autorização foi re- alizada de forma verbal pela paciente, também fo- ram utilizados alguns dados do prontuário da mesma. RESULTADOS E DISCUSSÕES: O estudo de caso foi realizado com uma pacien- te do sexo feminino, 44 anos de idade, que se en- contrava internada há 20 dias em um hospital de pequeno porte o qual tem leitos credenciados para atendimento de pacientes psiquiátricos. Foi encami- nhada ao serviço pelo médico do CAPS I – Centro de Atenção Psicossocial – para tratamento psiquiá- trico com diagnóstico de depressão e posteriormen- te feito o diagnóstico de esquizofrenia paranóide. Em entrevista com paciente, a mesma relata que precisou ser internada por motivo de ansiedade, tris- teza profunda, crises de choro, medo e que apre- sentava alucinações auditivas, vozes de comando, que conversavam entre si, e que apenas uma des- sas vozes interagia com a paciente mandando-a cometer suicídio e também porque apresentava alu- cinações visuais, “vultos escuros”, que a perseguia. Conta que sua primeira internação psiquiátrica ocor- reu em janeiro de 2008 e após passou por várias internações, foi internada por um período no Hospi- tal Psiquiátrico Paulo Guedes de Caxias do Sul/RS. Refere que foi casada por 14 anos e que seu ex-
  • 4. Revista Contexto & Saúde, Ijuí • v. 10 • n. 20 • Jan./Jun. 2011 960 marido era agressivo e fazia uso freqüente de bebi- da alcoólica. Seus pais separaram-se quando era muito jovem. Sua mãe faleceu há 22 anos e seu pai há dois anos, quando seu quadro depressivo agra- vou-se. Perdeu seu irmão por uso abusivo de álcool e uma de suas irmãs que tinha bastante afinidade também faleceu. Seu pai também apresentava alu- cinações auditivas, o irmão também apresentou qua- dro depressivo. Seu filho fazia uso de bebidas alco- ólicas. Paciente nega o uso de substâncias psicoati- vas, relata não possuir hábitos de lazer, dificuldades para dormir e inapetência. Ao exame do estado mental, apresentava-se consciente, norproséxica, re- ferindo alucinações visuais e auditivas, orientada alo e auto psiquicamente, memória preservada, pensa- mento lógico, ansiosa, depressiva, delírio de perse- guição e ideação suicída, juízo crítico prejudicado, insight insatisfatório, eulálica, hipoativa e hipotími- ca. Sinais vitais dentro dos parâmetros normais. Ao exame físico, pele com textura seca e descamação da região plantar, sujidade nas unhas dos pés e cou- ro cabeludo e discreto edema em ambos os pés, com discretas lesões entre os dedos. A partir das infor- mações obtidas no prontuário da paciente no hospi- tal, entrevista, exame físico, exame das funções psí- quicas e após estudo das patologias e medicações envolvidas foi realizado o levantamento de proble- mas e os diagnósticos de enfermagem com base em NANDA (2009/2011) e elaborado o plano de cuidados e as intervenções de enfermagem frente ao paciente e familiares. Os diagnósticos elencados foram: Nutrição desequilibrada; padrão de sono pre- judicado; estilo de vida sedentário; percepção sen- sorial perturbada; processos familiares disfuncionais; pesar complicado; tristeza crônica; integridade da pele prejudicada; conforto prejudicado; risco de sui- cídio; risco de violência direcionada a si mesmo; ris- co de síndrome do estresse por mudança; risco de sofrimento espiritual. O plano de cuidados e assis- tência de enfermagem foi elaborado com objetivo de incluir no cuidado, tanto equipe profissional, pa- ciente quanto familiares. Dentre as orientações e prescrições, podemos destacar a importância de estimular a injesta alimentar e hídrica, estimular o auto-cuidado, avaliar o risco de suicídio e sintomas psicóticos, estimular a participação de grupos de socialização, oficinas e contato com outras pessoas, manter acompanhante 24 horas por dia, remover do ambiente objetos que possam contribuir e provocar danos ao paciente, estar atento para os sintomas de impregnação, preparar o paciente para alta e reali- zar os devidos encaminhamentos, intermediar a apro- ximação dos familiares e responsabilizar a família pelo cuidado, não reforçar as alucinações, devido as medicações usadas pela paciente, orientar que após administração das mesmas mude lentamente de posição para minimizar a hipotensão postural e orientar o uso de fibras para evitar constipação. CONCLUSÕES A realização deste estudo de caso contribuiu de forma positiva para a formação acadêmica e um co- nhecimento mais aprofundado sobre a esquizofrenia e a depressão. O contato com o paciente, o estudo da literatura sobre as patologias, o estudo sobre as me- dicações, funções mentais e a realização da avalia- ção do estado mental, nos possibilitou ampliar o co- nhecimento, despertar curiosidades, interesses no campo da saúde mental e perder o medo e ansiedade frente à pacientes psiquiátricos. Por meio desta ex- periência e conhecimentos obtidos, foi nos proporcio- nado prestar uma assistência de enfermagem mais adequada com base científica e visão holística. A re- alização do estudo de caso e a sistematização do mesmo foram importantes, contribuirão com a nossa formação acadêmica e de colegas e para conheci- mento dos profissionais de saúde permitindo uma vi- são mais abrangente da saúde mental possibilitando ações e cuidados mais efetivos com pacientes e fa- miliares.Entendemosqueessecampoprofissionaltem muito ainda a ser estudado, pesquisado e avaliado. REFERÊNCIAS 1. GAMA C. S.; SOUZA C. M.; LOBATO M. I. et al. Relato do uso de clozapina em 56 pacientes aten- didos pelo Programa de Atenção à Esquizofrenia Refratária da Secretaria da Saúde e do Meio Ambi- ente do Estado do Rio Grande do Sul. Revista de Psiquiatria do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, v. 26, n. 1, jan./abr. 2004. Disponível em: <http:/ /www.scielo.br/pdf/rprs/v26n1/20473.pdf>.Acesso em: 8 jun. 2011.
  • 5. 961 Revista Contexto & Saúde, Ijuí • v. 10 • n. 20 • Jan./Jun. 2011 2. GIACON B. C. C.; GALERA S. A. F. Primeiro episódio da esquizofrenia e assistência de enferma- gem. Revista da Escola de Enfermagem da USP, São Paulo, v. 40, n. 2, 2006. Disponível em: < http:/ /www.ee.usp.br/reeusp/upload/pdf/251.pdf>.Aces- so em 8 jun. 2011. 3. KAPLAN, HAROLD I.; SADOCK B. J.; GRE- BB J. A. Compêndio de Psiquiatria: Ciências do comportamento e psiquiatria clínica. 7ª ed. Porto Alegre:Artmed, 2003. 1169 p. 4. MARI J. J.; LEITÃO R. J. A epidemiologia da esquizofrenia. Revista Brasileira de Psiquiatria. São Paulo, v. 22, s. 1, 2000. Disponível em: <http:// www.scielo.br/pdf/rbp/v22s1/a06v22s1.pdf>.Aces- so em: 8 jun. 2011. 5. NANDA International. Diagnósticos de Enfer- magem da NANDA: definições e classificação 2009- 2011, organizado por North American Nursing As- sociation; trad. Jeanne Liliane Marlene Michel. Porto Alegre: Artmed, 2010. 456 p. 6. STUART G. W.; LARAIA M. T. Enfermagem Psiquiátrica: Princípios e Prática. 6ª ed. Porto Ale- gre: Artmed, 2001. 958 p. 7. TOWNSEND M. C. Enfermagem Psiquiátri- ca: Conceito de cuidados. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 864 p.