Este documento apresenta o livro "Vivá: Geografia - Volume 1" destinado ao ensino médio. O livro aborda conceitos geográficos como espaço geográfico, sociedade e natureza. O documento descreve a organização do livro em unidades temáticas, capítulos, seções e recursos visuais para auxiliar o aprendizado dos estudantes.
Este capítulo aborda a construção e integração do território brasileiro ao longo da história em três frases:
1) A ocupação do atual território brasileiro ocorreu de modo desigual no tempo e no espaço, com a exploração de produtos como açúcar, ouro e café desempenhando papel decisivo;
2) O Brasil passou de um "arquipélago" econômico fragmentado para um país integrado com a industrialização;
3) As grandes diferenças regionais revelam as desigualda
O documento discute os conceitos fundamentais da geografia, incluindo suas definições, objetivos e divisões. Também descreve as principais correntes de pensamento geográfico como determinismo, possibilismo e geografia crítica, além de conceitos como espaço natural, geográfico e paisagem.
O documento descreve a urbanização no Brasil desde a década de 1940, dividindo o processo em três períodos. Abrange também os fatores que contribuíram para o êxodo rural e a formação de favelas, além dos principais problemas urbanos nas grandes cidades brasileiras, como habitação, enchentes e poluição.
O documento discute os principais problemas ambientais do século 21, incluindo a questão da água e o aquecimento global. Também aborda as conferências mundiais sobre meio ambiente, como a Rio-92, Rio+10 e a Conferência de Kyoto, que estabeleceu o Protocolo de Kyoto para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
A cartografia é a técnica de construir mapas representando lugares da Terra. O documento explica que os primeiros mapas foram desenhos nas cavernas e que, ao longo do tempo, as técnicas cartográficas evoluíram para representações mais precisas com fotografias aéreas e sensoriamento remoto. Também descreve os elementos essenciais de um mapa e diferentes tipos de projeções cartográficas.
Globalização é a integração crescente do mundo através do aumento dos fluxos internacionais de informação, mercadorias, pessoas e capitais, estimulada pelo avanço tecnológico em comunicação, transporte e informática. A globalização dissemina valores, ideias e hábitos culturais dos países dominantes, porém também pode excluir milhões e aumentar desigualdades sociais.
O documento discute conceitos geográficos como paisagem, lugar e território. Define paisagem como a porção da superfície terrestre identificada por elementos naturais, humanos e econômicos. Apresenta tipos de paisagens naturais e como estas podem ser modificadas pela ação humana. Explica que lugar é onde as pessoas realizam atividades cotidianas e estabelecem relações, enquanto território é a base física sobre a qual um Estado exerce soberania dentro de fronteiras políticas.
ATIVIDADE sobre Localização e territorialidade Aula G...AlessandraRibas7
O documento discute a localização e características territoriais do Brasil. Ele descreve que o Brasil está localizado principalmente no hemisfério sul e hemisfério oeste, e sua maior parte está localizada entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, o que resulta em um clima tropical na maior parte do território. O documento também discute as fronteiras internacionais e tamanho do território brasileiro.
Este capítulo aborda a construção e integração do território brasileiro ao longo da história em três frases:
1) A ocupação do atual território brasileiro ocorreu de modo desigual no tempo e no espaço, com a exploração de produtos como açúcar, ouro e café desempenhando papel decisivo;
2) O Brasil passou de um "arquipélago" econômico fragmentado para um país integrado com a industrialização;
3) As grandes diferenças regionais revelam as desigualda
O documento discute os conceitos fundamentais da geografia, incluindo suas definições, objetivos e divisões. Também descreve as principais correntes de pensamento geográfico como determinismo, possibilismo e geografia crítica, além de conceitos como espaço natural, geográfico e paisagem.
O documento descreve a urbanização no Brasil desde a década de 1940, dividindo o processo em três períodos. Abrange também os fatores que contribuíram para o êxodo rural e a formação de favelas, além dos principais problemas urbanos nas grandes cidades brasileiras, como habitação, enchentes e poluição.
O documento discute os principais problemas ambientais do século 21, incluindo a questão da água e o aquecimento global. Também aborda as conferências mundiais sobre meio ambiente, como a Rio-92, Rio+10 e a Conferência de Kyoto, que estabeleceu o Protocolo de Kyoto para reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
A cartografia é a técnica de construir mapas representando lugares da Terra. O documento explica que os primeiros mapas foram desenhos nas cavernas e que, ao longo do tempo, as técnicas cartográficas evoluíram para representações mais precisas com fotografias aéreas e sensoriamento remoto. Também descreve os elementos essenciais de um mapa e diferentes tipos de projeções cartográficas.
Globalização é a integração crescente do mundo através do aumento dos fluxos internacionais de informação, mercadorias, pessoas e capitais, estimulada pelo avanço tecnológico em comunicação, transporte e informática. A globalização dissemina valores, ideias e hábitos culturais dos países dominantes, porém também pode excluir milhões e aumentar desigualdades sociais.
O documento discute conceitos geográficos como paisagem, lugar e território. Define paisagem como a porção da superfície terrestre identificada por elementos naturais, humanos e econômicos. Apresenta tipos de paisagens naturais e como estas podem ser modificadas pela ação humana. Explica que lugar é onde as pessoas realizam atividades cotidianas e estabelecem relações, enquanto território é a base física sobre a qual um Estado exerce soberania dentro de fronteiras políticas.
ATIVIDADE sobre Localização e territorialidade Aula G...AlessandraRibas7
O documento discute a localização e características territoriais do Brasil. Ele descreve que o Brasil está localizado principalmente no hemisfério sul e hemisfério oeste, e sua maior parte está localizada entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, o que resulta em um clima tropical na maior parte do território. O documento também discute as fronteiras internacionais e tamanho do território brasileiro.
Este documento apresenta um plano de aulas para o módulo de Geografia sobre o espaço geográfico, paisagens e mapas. O plano contém 15 aulas com leituras de textos e imagens, atividades individuais e em grupo, além de discussões e avaliações para abordar conceitos como lugar, paisagem, espaços de produção e circulação.
O documento apresenta uma introdução à cartografia, definindo-a como a arte ou ciência de construir mapas. Descreve a história da cartografia desde a pré-história até os dias atuais, quando mapas digitais e sensoriamento remoto são utilizados. Também explica conceitos importantes como coordenadas geográficas, projeções cartográficas e símbolos usados em mapas.
O documento descreve as migrações internas no Brasil, desde os séculos XVI até os dias atuais. Aborda os principais fluxos migratórios dentro do país motivados por fatores econômicos como a mineração, agricultura e industrialização. Destaca o grande êxodo rural nordestino em direção ao Sudeste a partir da década de 1940 em busca de trabalho nas indústrias em expansão.
Este documento é uma avaliação de geografia para alunos do 7o ano contendo 57 perguntas sobre diversos tópicos geográficos como continentes, países, oceanos, fusos horários, regiões do Brasil e outros. A avaliação é composta por perguntas objetivas com o objetivo de medir o conhecimento dos alunos sobre esses assuntos.
O documento discute as ordens mundiais no período do imperialismo e das guerras mundiais, apresentando: 1) A ordem multipolar do imperialismo com países centrais dominando economicamente os periféricos; 2) Como as rivalidades entre potências levaram às guerras mundiais, modificando o mapa europeu; 3) O surgimento da disputa entre EUA e URSS após a 2a Guerra sinalizando uma nova ordem mundial.
Geopolítica estuda a relação entre espaço geográfico e Estado, explicando como os Estados ocupam o espaço de acordo com suas necessidades estratégicas, sejam elas econômicas, políticas, militares, demográficas ou geográficas. Consiste na disputa pelo espaço e poder a nível local, nacional, continental e global.
Este documento apresenta um manual de geografia para ensino médio dividido em três volumes. O primeiro volume aborda fundamentos de cartografia e geografia física. O segundo volume discute tópicos como globalização, desenvolvimento humano e geopolítica internacional. O terceiro volume foca na industrialização e população do Brasil.
O documentário discute as visões do geógrafo Milton Santos sobre a globalização e o mundo atual. Milton defende que devemos enxergar o mundo com nossos próprios olhos e não com os olhos dos países desenvolvidos. A primeira globalização trouxe a ocupação de territórios e a destruição de culturas indígenas, enquanto a segunda globalização fragmentou os territórios e aumentou a desigualdade. Milton propõe a construção de "outra globalização" que promova a dignidade humana de forma igualitária.
O Território Brasileiro - Aula sobre a localização, extensão, formação, regionalização e domínios naturais (e sua conservação) do território brasileiro.
O documento descreve os três setores da economia - primário, secundário e terciário. O setor primário inclui agricultura e extrativismo. O setor secundário engloba indústrias e construção civil. E o setor terciário envolve comércio e prestação de serviços. Além disso, discute como esses setores se desenvolveram de forma diferente em países desenvolvidos versus subdesenvolvidos.
O documento apresenta as noções básicas de cartografia abordando:
1) Tipos de projeções cartográficas como cilíndrica, cônica e azimutal;
2) Características das projeções como conformes, equivalentes e eqüidistantes;
3) Elementos fundamentais de um mapa como título, legenda, orientação, escala e fonte.
Durante a conquista da América, os europeus encontraram diversos povos nativos que já ocupavam o continente há milhares de anos. Muitos desses povos foram exterminados pelas guerras e doenças trazidas pelos conquistadores. No século XVI, potências como Espanha, Portugal e Inglaterra expandiram seus territórios para a América buscando principalmente recursos naturais e novas terras para exploração.
O documento apresenta conceitos básicos de cartografia, incluindo elementos do mapa, movimentos da Terra, coordenadas geográficas, projeções cartográficas e curvas de nível. Discutem-se os paralelos e meridianos, latitude e longitude, rotação e translação terrestre, e os principais tipos de projeção como cilíndrica, cônica e azimutal.
O plano de aula tem como objetivo geral compreender o processo de urbanização e suas consequências socioambientais. Os objetivos específicos são conceituar termos relacionados à urbanização, mostrar a contribuição da tecnologia no processo, evidenciar fatores e características da formação do espaço urbano e avaliar problemas causados pela urbanização. O conteúdo aborda conceitos de cidade e urbanização, causas e consequências, problemas urbanos e integrações contemporâneas. A metodologia inclui aula dialogada e recursos visuais para conceitua
Demografia estuda a dinâmica populacional humana, incluindo dimensões, estatísticas e distribuição de populações. Conceitos demográficos como taxa de natalidade, mortalidade e migrações variam a população ao longo do tempo. Teorias como a de Malthus argumentam que o crescimento populacional pode exceder os recursos naturais.
1) Os Estados Unidos expandiram seu território através de compras, cessões e conquistas entre 1783-1848.
2) O Canadá é o maior país da América do Norte, com indústrias de papel, mineração e petróleo concentradas nas províncias de Quebec, Ontário e Alberta.
3) A economia dos EUA e do Canadá são altamente integradas, com as regiões industriais canadenses se desenvolvendo por investimentos americanos.
A urbanização resulta da transferência de pessoas do campo para a cidade, levando ao crescimento das cidades em relação ao campo. Isso ocorreu no Brasil a partir da década de 1930 com a industrialização, e atualmente mais de 80% dos brasileiros vivem em áreas urbanas. A urbanização causa problemas como crescimento desordenado das cidades, falta de infraestrutura, transporte deficitário e desigualdade social.
I) O conceito de região não é exclusivo da Geografia, mas também está relacionado a discussões políticas, organização cultural e representações de autonomia e soberania;
II) Gomes (1995) distinguiu três domínios onde o conceito de região está presente: no senso comum, como unidade administrativa e nas ciências;
III) A Geografia privilegia a discussão do conceito de região, sendo este um de seus conceitos-chave.
O documento apresenta os principais conceitos da Geografia, sendo eles: Lugar, Paisagem, Espaço Geográfico, Território e Região. Cada conceito é definido e exemplos são dados para ilustrar seu significado, como o Lugar sendo o espaço do cotidiano e a Paisagem sendo a porção visível do espaço.
GEOGRAFIA GERAL e do BRASIL VOL 3 - EUSTÃQUIO DE SENE.pdfdudamaiaf
Este manual apresenta os principais conceitos e temas da disciplina de Geografia para o Ensino Médio, dividido em três volumes. O Volume 1 aborda a teoria e método da Geografia, conceitos básicos da Cartografia e temas da Geografia Física. O Volume 2 discute as diferentes fases do capitalismo e a globalização, o desenvolvimento humano, a ordem geopolítica internacional e os principais conflitos atuais. O Volume 3 trata da industrialização e serviços no Brasil, produção e consumo de energia, características e
Este capítulo discute a complexidade científica das mudanças climáticas e os principais acordos internacionais sobre o tema. Apresenta como as atividades humanas, especialmente a queima de combustíveis fósseis, vêm alterando o ciclo do carbono e aquecendo o planeta. Também descreve a criação do IPCC e dos principais instrumentos jurídicos firmados, como a Convenção Quadro da ONU e o Protocolo de Kyoto, nos quais o Brasil teve importante participação.
Este documento apresenta um plano de aulas para o módulo de Geografia sobre o espaço geográfico, paisagens e mapas. O plano contém 15 aulas com leituras de textos e imagens, atividades individuais e em grupo, além de discussões e avaliações para abordar conceitos como lugar, paisagem, espaços de produção e circulação.
O documento apresenta uma introdução à cartografia, definindo-a como a arte ou ciência de construir mapas. Descreve a história da cartografia desde a pré-história até os dias atuais, quando mapas digitais e sensoriamento remoto são utilizados. Também explica conceitos importantes como coordenadas geográficas, projeções cartográficas e símbolos usados em mapas.
O documento descreve as migrações internas no Brasil, desde os séculos XVI até os dias atuais. Aborda os principais fluxos migratórios dentro do país motivados por fatores econômicos como a mineração, agricultura e industrialização. Destaca o grande êxodo rural nordestino em direção ao Sudeste a partir da década de 1940 em busca de trabalho nas indústrias em expansão.
Este documento é uma avaliação de geografia para alunos do 7o ano contendo 57 perguntas sobre diversos tópicos geográficos como continentes, países, oceanos, fusos horários, regiões do Brasil e outros. A avaliação é composta por perguntas objetivas com o objetivo de medir o conhecimento dos alunos sobre esses assuntos.
O documento discute as ordens mundiais no período do imperialismo e das guerras mundiais, apresentando: 1) A ordem multipolar do imperialismo com países centrais dominando economicamente os periféricos; 2) Como as rivalidades entre potências levaram às guerras mundiais, modificando o mapa europeu; 3) O surgimento da disputa entre EUA e URSS após a 2a Guerra sinalizando uma nova ordem mundial.
Geopolítica estuda a relação entre espaço geográfico e Estado, explicando como os Estados ocupam o espaço de acordo com suas necessidades estratégicas, sejam elas econômicas, políticas, militares, demográficas ou geográficas. Consiste na disputa pelo espaço e poder a nível local, nacional, continental e global.
Este documento apresenta um manual de geografia para ensino médio dividido em três volumes. O primeiro volume aborda fundamentos de cartografia e geografia física. O segundo volume discute tópicos como globalização, desenvolvimento humano e geopolítica internacional. O terceiro volume foca na industrialização e população do Brasil.
O documentário discute as visões do geógrafo Milton Santos sobre a globalização e o mundo atual. Milton defende que devemos enxergar o mundo com nossos próprios olhos e não com os olhos dos países desenvolvidos. A primeira globalização trouxe a ocupação de territórios e a destruição de culturas indígenas, enquanto a segunda globalização fragmentou os territórios e aumentou a desigualdade. Milton propõe a construção de "outra globalização" que promova a dignidade humana de forma igualitária.
O Território Brasileiro - Aula sobre a localização, extensão, formação, regionalização e domínios naturais (e sua conservação) do território brasileiro.
O documento descreve os três setores da economia - primário, secundário e terciário. O setor primário inclui agricultura e extrativismo. O setor secundário engloba indústrias e construção civil. E o setor terciário envolve comércio e prestação de serviços. Além disso, discute como esses setores se desenvolveram de forma diferente em países desenvolvidos versus subdesenvolvidos.
O documento apresenta as noções básicas de cartografia abordando:
1) Tipos de projeções cartográficas como cilíndrica, cônica e azimutal;
2) Características das projeções como conformes, equivalentes e eqüidistantes;
3) Elementos fundamentais de um mapa como título, legenda, orientação, escala e fonte.
Durante a conquista da América, os europeus encontraram diversos povos nativos que já ocupavam o continente há milhares de anos. Muitos desses povos foram exterminados pelas guerras e doenças trazidas pelos conquistadores. No século XVI, potências como Espanha, Portugal e Inglaterra expandiram seus territórios para a América buscando principalmente recursos naturais e novas terras para exploração.
O documento apresenta conceitos básicos de cartografia, incluindo elementos do mapa, movimentos da Terra, coordenadas geográficas, projeções cartográficas e curvas de nível. Discutem-se os paralelos e meridianos, latitude e longitude, rotação e translação terrestre, e os principais tipos de projeção como cilíndrica, cônica e azimutal.
O plano de aula tem como objetivo geral compreender o processo de urbanização e suas consequências socioambientais. Os objetivos específicos são conceituar termos relacionados à urbanização, mostrar a contribuição da tecnologia no processo, evidenciar fatores e características da formação do espaço urbano e avaliar problemas causados pela urbanização. O conteúdo aborda conceitos de cidade e urbanização, causas e consequências, problemas urbanos e integrações contemporâneas. A metodologia inclui aula dialogada e recursos visuais para conceitua
Demografia estuda a dinâmica populacional humana, incluindo dimensões, estatísticas e distribuição de populações. Conceitos demográficos como taxa de natalidade, mortalidade e migrações variam a população ao longo do tempo. Teorias como a de Malthus argumentam que o crescimento populacional pode exceder os recursos naturais.
1) Os Estados Unidos expandiram seu território através de compras, cessões e conquistas entre 1783-1848.
2) O Canadá é o maior país da América do Norte, com indústrias de papel, mineração e petróleo concentradas nas províncias de Quebec, Ontário e Alberta.
3) A economia dos EUA e do Canadá são altamente integradas, com as regiões industriais canadenses se desenvolvendo por investimentos americanos.
A urbanização resulta da transferência de pessoas do campo para a cidade, levando ao crescimento das cidades em relação ao campo. Isso ocorreu no Brasil a partir da década de 1930 com a industrialização, e atualmente mais de 80% dos brasileiros vivem em áreas urbanas. A urbanização causa problemas como crescimento desordenado das cidades, falta de infraestrutura, transporte deficitário e desigualdade social.
I) O conceito de região não é exclusivo da Geografia, mas também está relacionado a discussões políticas, organização cultural e representações de autonomia e soberania;
II) Gomes (1995) distinguiu três domínios onde o conceito de região está presente: no senso comum, como unidade administrativa e nas ciências;
III) A Geografia privilegia a discussão do conceito de região, sendo este um de seus conceitos-chave.
O documento apresenta os principais conceitos da Geografia, sendo eles: Lugar, Paisagem, Espaço Geográfico, Território e Região. Cada conceito é definido e exemplos são dados para ilustrar seu significado, como o Lugar sendo o espaço do cotidiano e a Paisagem sendo a porção visível do espaço.
GEOGRAFIA GERAL e do BRASIL VOL 3 - EUSTÃQUIO DE SENE.pdfdudamaiaf
Este manual apresenta os principais conceitos e temas da disciplina de Geografia para o Ensino Médio, dividido em três volumes. O Volume 1 aborda a teoria e método da Geografia, conceitos básicos da Cartografia e temas da Geografia Física. O Volume 2 discute as diferentes fases do capitalismo e a globalização, o desenvolvimento humano, a ordem geopolítica internacional e os principais conflitos atuais. O Volume 3 trata da industrialização e serviços no Brasil, produção e consumo de energia, características e
Este capítulo discute a complexidade científica das mudanças climáticas e os principais acordos internacionais sobre o tema. Apresenta como as atividades humanas, especialmente a queima de combustíveis fósseis, vêm alterando o ciclo do carbono e aquecendo o planeta. Também descreve a criação do IPCC e dos principais instrumentos jurídicos firmados, como a Convenção Quadro da ONU e o Protocolo de Kyoto, nos quais o Brasil teve importante participação.
Este documento apresenta o plano de ensino de Geografia para alunos do 6o ano do Ensino Fundamental. Nele constam os objetivos, conteúdos e atividades a serem desenvolvidos no 3o e 4o bimestres, incluindo temas como ciclos naturais, mapas, recursos naturais, relevo, clima e atividades econômicas. O plano também descreve critérios de avaliação e fontes de referência para professores e estudantes.
Here is a 3 sentence summary of the document:
[SUMMARY] This document discusses the theory of etchplanation and its application to studies of landforms in hot and humid tropical regions. It presents etchplanation theory as a theoretical and methodological framework, emphasizing the role of chemical weathering and soil transformation systems. The originality of etchplanation theory is that it considers geochemical and pedogenic processes as the main mechanisms of landform morphogenesis and smoothing in these regions.
Perguntas e respostas_sobre_aquecimento_globalrevistaamazonia
Este documento é um resumo sobre as mudanças climáticas globais e aquecimento global. Ele discute os principais tópicos como o efeito estufa, as fontes de gases causadores do efeito estufa, os impactos das mudanças climáticas, os grandes emissores destes gases, as negociações internacionais sobre o tema, o Protocolo de Quioto e mecanismos como REDD para lidar com as emissões de desmatamento. Ele também aborda a contribuição do Brasil para as mudanças climáticas e suas políticas
1. Livro Conexões com a Historia 3. Ano (PDF) (1).pdfLuzimaryAmorim1
1. This manual presents a history textbook for high school students in 3 volumes, organized in 4 units and 12 chapters.
2. The textbook uses a variety of features like timelines, controversies, document analysis and more to engage students and show the complexity of historical processes.
3. Each chapter introduces objectives and key concepts, and relates historical content to current issues to demonstrate the importance of history.
Este documento apresenta o plano de ensino de Geografia para o ensino fundamental e médio. Ele descreve os objetivos, currículo, estratégias, recursos e avaliação para cada série e bimestre, cobrindo tópicos como paisagem, mapas, atividades econômicas, meio ambiente e geopolítica.
Este documento apresenta um roteiro de estudos para a unidade 2 de Geografia. Ele inclui competências e habilidades a serem desenvolvidas, objetos de conhecimento, objetivos de aprendizagem, atividades e links para pesquisa sobre industrialização e globalização.
Apresentação pisa com alterações e algumas animações finalAndreus Cruz
1) O documento discute os conceitos e práticas da alfabetização científica em sala de aula segundo o teste PISA. 2) O PISA avalia as competências dos estudantes em leitura, matemática e ciências em diversos países a cada 3 anos. 3) São descritos os níveis de proficiência em alfabetização científica avaliados pelo PISA, que incluem a identificação de questões científicas, explicações de fenômenos e uso de evidências.
Este documento apresenta um caderno de apoio à aprendizagem de Física para a 1a série do Ensino Médio. O caderno contém informações sobre a equipe responsável pela elaboração e revisão do material, além de propor atividades sobre conceitos básicos de cinemática divididas em trilhas temáticas ao longo de várias semanas.
O documento fornece informações sobre o XXX Encontro Estadual de Geografia, ocorrendo de 03 a 05 de junho de 2011 na Universidade Federal da Fronteira Sul. A programação inclui mini-cursos, oficinas, mesas redondas e trabalhos de campo. Haverá nove eixos temáticos para apresentação de trabalhos. As inscrições custam entre R$45,00 a R$180,00 dependendo da categoria e data.
Este documento apresenta o plano de trabalho docente de Geografia para o ensino médio. Ele descreve os quatro conteúdos estruturantes da disciplina - Dimensão Econômica, Geopolítica, Dimensão Socioambiental e Dinâmica Cultural e Demográfica - e lista os temas, objetivos e metodologias de ensino para cada bimestre dos três anos do ensino médio.
Cadernos tecnicos morar_carioca_-_espacos_livresLuana Miranda
O documento discute os espaços livres em favelas cariocas, definindo o conceito de espaço livre e apresentando suas características gerais nas favelas. Explica que o objetivo é qualificar esses espaços reconhecendo sua valiosa vocação sociocultural. A metodologia proposta considera principalmente o papel dos espaços como reflexo das atitudes dos habitantes, levando em conta o contexto arquitetônico e urbano das favelas.
Este guia pedagógico apresenta um audiovisual sobre Física e Meio Ambiente com o objetivo de relacionar esses temas de forma lúdica e contextualizada. O documento fornece orientações sobre como utilizar o conteúdo em aulas de forma a promover debates e atividades interdisciplinares que estimulem a compreensão dos alunos sobre esses assuntos e suas implicações no cotidiano.
Aula da disciplina de Cartografia e Geoprocessamento aplicados ao Planejamento Territorial, Universidade Federal do ABC (UFABC), fevereiro de 2024. Gravação: https://youtu.be/N4ByQ6xT9IY
O documento descreve um projeto educativo sobre alterações climáticas para alunos do 2o ciclo do ensino básico. Os alunos irão criar desenhos sobre este tema para um livro de artista e para o concurso Artistas Digitais. O projeto tem como objetivos ensinar sobre as causas e impactos das alterações climáticas e promover comportamentos de adaptação e mitigação.
Este documento apresenta a disciplina "Planejamento e Política Ambiental" ministrada por Vitor Vieira Vasconcelos. A disciplina aborda o histórico, conceitos e bases teóricas do planejamento e política ambiental, além de conteúdos sobre recursos naturais, metodologias de planejamento e temas contemporâneos. A avaliação inclui atividades individuais e em grupo sobre planos ambientais e mudanças climáticas.
1. O documento discute os fundamentos da geometria, incluindo sua origem no Egito Antigo e seu desenvolvimento na Grécia Antiga.
2. Aborda conceitos como ângulos, distâncias, segmentos de reta e suas aplicações.
3. Explica diferentes figuras geométricas como polígonos, quadriláteros, círculos, triângulos, poliedros e sólidos de revolução.
1) O documento apresenta um planejamento interativo para o ensino de Ciências para o 6o ao 9o ano do Ensino Fundamental, contendo um calendário escolar com atividades sugeridas e recursos disponíveis.
2) São fornecidos recursos digitais como vídeos, mapas de conteúdo e atividades para cada unidade temática, facilitando a preparação de aulas dinâmicas e a distribuição adequada dos conteúdos ao longo do ano.
3) O planejamento permite aos professores visualizarem de forma prática
O documento discute a importância do uso de recursos tecnológicos no ensino de geografia, identificando vantagens como maior acesso a imagens, mapas e pesquisas. Também aborda a evolução da cartografia e como mapas temáticos criados por alunos podem representar fenômenos estudados.
Semelhante a Viva geografia 1 professor_0150_p18053_pnld2018 (20)
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
2. E-mail: posigraf@positivo.com.br
Apresentação
Caro estudante,
Vivemos num mundo cada vez mais complexo em todas as áreas: Relações Internacionais, Ciência, Tecnologia,
Economia. Hoje, um acontecimento particular se inscreve numa teia de relações de alcance globalizado. Estamos na
era do conhecimento, usado de modo intensivo em todas as esferas sociais, seja na escola, seja no trabalho, seja na
convivência cotidiana.
Como decifrar uma atualidade tão múltipla e em constante transformação? Como saber o que é mundo e como ele
funciona? Como formar alunos-cidadãos conscientes, capazes de atuar no presente e construir o futuro?
O objetivo desta coleção é contribuir com referências essenciais para que você possa ampliar seus conhecimentos,
de modo que compreenda as transformações do espaço geográfico como produto das relações socioeconômicas,
culturais e de poder.
Este primeiro volume aborda os fenômenos e processos responsáveis pela formação e transformação do espaço de
vida dos seres humanos. Trata-se de uma proposta de Geografia Geral em que se desenvolvem conceitos como
espaço geográfico, sociedade e natureza. Aborda a escala geológica, que diz respeito às transformações da Terra; a
dinâmica dos fenômenos físicos, com ênfase na discussão sobre os impactos causados pelas sociedades e as
possíveis soluções; as atividades econômicas e a transformação do espaço. Além disso, o livro apresenta elementos
de cartografia como mais uma linguagem para ajudá-lo a compreender o mundo em que vivemos.
O autor
Conheça seu livro
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Abertura de unidade
Apresenta uma imagem ampla, relacionada com os assuntos que serão estudados na unidade. Contém um texto
introdutório e algumas questões para você refletir.
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Abertura de capítulo
Os capítulos começam com uma imagem e um texto introdutório sobre os principais assuntos que serão abordados.
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Ampliando o conhecimento
Apresenta infográficos que ampliam alguns temas relacionados aos conteúdos estudados ao longo dos capítulos.
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Pensando bem
Propõe atividades para você checar o que aprendeu, retomar os conteúdos estudados e aprofundar seus
conhecimentos.
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Para saber mais
Oferece informações complementares e interessantes sobre um conteúdo estudado no capítulo.
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Conexões
Possibilita o aprofundamento de seus conhecimentos por meio de textos relacionados aos temas estudados no
capítulo.
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Para ler, pesquisar e assistir
Apresenta sugestões de livros, sites e filmes sobre os assuntos estudados.
Glossário
Apresenta o significado de palavras e expressões de difícil compreensão.
Texto & contexto
Traz questões para serem respondidas no caderno. Elas incentivam a interpretação de textos, fotografias, mapas,
tabelas e gráficos.
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Desafios & debates
Contém atividades diferenciadas para pesquisa, reflexão e debate sobre um tema.
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Projeto
No final do volume, há um projeto que valoriza práticas de pesquisa associadas ao conhecimento geográfico e suas
relações com outras áreas do saber.
4. Pensando bem 84
Desafios & debates 86
CAPÍTULO 5
A dinâmica da crosta terrestre 87
O deslocamento das placas 88
Os limites entre as placas 89
A crosta terrestre: grandes estruturas 94
Processos esculpidores do relevo terrestre 97
Solo: fonte de vida 103
A sociedade transforma o relevo 106
Classificação das formas de relevo 107
Conexões 109
Pensando bem 110
Desafios & debates 112
CAPÍTULO 6
Atmosfera e clima 114
Tempo e clima na Terra 115
A atmosfera 116
Água na atmosfera 122
Pressão atmosférica 124
A movimentação do ar 125
Dinâmica das massas de ar 127
Correntes oceânicas e climas 129
Climas da Terra 131
Climas do passado 134
Conexões 135
Pensando bem 136
Desafios & debates 138
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Getty Images/Perspectives
CAPÍTULO 7
Biomas e paisagens vegetais 139
Bioma e ecossistema: há diferenças? 140
As paisagens vegetais 142
Processos e causas do desmatamento 148
Ampliando o conhecimento – Desmatamento
no mundo 150
Mudanças globais na vegetação 152
Conexões 155
Pensando bem 156
Desafios & debates 158
Unidade 3 Impactos ambientais
CAPÍTULO 8
Impactos ambientais e globalização 162
Cadê o ozônio? 163
Virando deserto 165
Perigo! Lixo radioativo 166
A água no planeta 168
Ampliando o conhecimento – Água 170
Conexões 175
Pensando bem 176
Desafios & debates 178
CAPÍTULO 9
Mudanças climáticas 179
Causas naturais da mudança climática 180
Refugiados do clima 185
Conexões 189
Pensando bem 190
Desafios & debates 192
CAPÍTULO 10
5. Problemas ambientais
urbanos e rurais 193
Desigualdades no campo e na cidade 194
Impactos ambientais urbanos 195
Impactos ambientais no campo 202
Conexões 205
Pensando bem 206
Desafios & debates 208
Unidade
As atividades
econômicas
e a transformação
do espaço
4
CAPÍTULO 11
Agropecuária, natureza
e tecnologia 212
Plantar e colher: os primórdios 213
Um período de mudanças 214
Agropecuária no mundo atual 216
Agronegócio 224
Organismos transgênicos 226
Agricultura orgânica 229
Alterações climáticas e agropecuária 231
Conexões 233
Pensando bem 234
Desafios & debates 236
CAPÍTULO 12
Indústria e produção do espaço
geográfico 237
Evolução da indústria 238
Indústria e cidades 239
Tipos de indústria 239
Classificação da indústria 240
Formas de organização do trabalho 241
A indústria no mundo 244
A nova divisão internacional do trabalho 252
Conexões 253
Pensando bem 254
Desafios & debates 256
CAPÍTULO 13
Comércio e serviços na
economia global 257
Importância do setor terciário 258
Economia global e comércio 260
Fluxos comerciais no mundo 262
Comércio internacional: algumas tendências 265
Circulação de capitais 270
Conexões 273
Pensando bem 274
Desafios & debates 276
Projeto: Pegada ecológica 277
Índice remissivo 282
Referências bibliográficas 285
unidade
1
Espaço e sociedade
A partir do momento em que o ser humano começou a modificar a natureza, o planeta Terra deixou de ter apenas
7. Nos primórdios da humanidade, a natureza era pouco modificada pelos grupos humanos, pois eles viviam da coleta,
da caça e da pesca. Muito dependentes das condições naturais, andavam de um lugar para outro à procura de meios
para sua sobrevivência.
Atualmente, a natureza tem sido cada vez mais modificada. Os seres humanos derrubam florestas e semeiam
lavouras, removem morros e abrem túneis, aterram enseadas e constroem cidades, entre outras ações.
A ação humana exige um saber cada vez maior sobre a natureza, tanto com relação aos elementos que a constituem
quanto aos mecanismos do seu funcionamento. Daí o avanço do conhecimento, que alimenta a ideia de domínio da
sociedade sobre a natureza.
Hoje em dia, essa ideia parece estar consagrada por muitas pessoas, pois ainda predomina uma concepção de
mundo na qual ser humano e natureza estão desvinculados um do outro, absolutamente separados e contrapostos: o
ser humano, dotado de inteligência, é capaz de dominar a natureza para dela retirar tudo de que necessita. Por sua
vez, como simples fonte de recursos, a natureza oferece todos os elementos necessários à sobrevivência do ser
humano – os chamados recursos naturais.
Vista dessa maneira, a relação do ser humano com a natureza é sempre mediada pelo trabalho, entendido como a
atividade de transformar os elementos naturais em bens capazes de satisfazer as necessidades humanas. Um exemplo
dessa transformação pode ser observado nas fotos a seguir. Nesse sentido, qualquer ação dos seres humanos é um
trabalho, seja o simples gesto de colher um fruto, seja a complexa operação de montar um computador, cujas peças
são feitas com material extraído da natureza. Assim concebido, o trabalho define-se como o “fazer produtivo”.
O que é natureza?
Marcos Bernardino de Carvalho. São Paulo: Brasiliense, 1999.
O livro aborda as relações, ao longo da História, entre os seres humanos e deles com o meio ambiente.
Recurso natural: elemento da natureza aproveitado pelas sociedades para suprir suas necessidadesemdeterminado tempo e espaço. Pode ser
de dois tipos: renovável(que se multiplica por si ou não se esgota facilmente) ou não renovável(que se esgota depois de aproveitado pelo ser
humano).
<imagem>
Getty Images/Bloomberg/Simon Dawson
Trabalhadoras em fábrica de computadores em Pencoed, País de Gales, 2013.
humano).
<imagem>
Glowimages/AFP
Colheita manual de caju em Kapa, perto de Farim, Guiné Bissau, 2012.
As transformações técnicas e científicas
As intervenções na natureza e as consequentes modificações nela introduzidas pelas sociedades dependem das
técnicas. Por sua vez, a técnica, isto é, o modo de fazer algo, envolve os instrumentos de trabalho a serem usados na
ação. Instrumentos simples, como o machado e o arado, propiciam alterações modestas na natureza. Já instrumentos
aperfeiçoados, como a motosserra e o trator, provocam alterações mais expressivas.
Movida por interesse ou por alguma necessidade, a sociedade pode conceber novas técnicas e construir outros
instrumentos para aumentar o rendimento de seu trabalho.
O fim da Idade Média foi um tempo de importantes progressos e descobertas. Muitas das invenções desse período
continuam presentes nos dias atuais, como os óculos e o botão. Nessa época, na Europa, diante da necessidade de
aumentar a produtividade e das constantes crises advindas da falta de alimentos, foram promovidas importantes
inovações técnicas: a adoção de novo mecanismo de tracionar o arado, a prática da rotação trienal de cultivos e a difusão
do moinho de água, conhecido desde a Antiguidade.
<imagem>
LatinStock/Science Photo Library/King’s College London
Georg Andreas Böckler. Theatrum machinarum novum, 1662. Nessa gravura, produzida no século XVII, é possível
observar um moleiro moendo grãos em um moinho
de água.
Ciência Hoje
<http://cienciahoje.org.br>.
Acesso em: 29 jun. 2017.
Divulga, por meio de reportagens e notícias, a produção científica brasileira. Trata das mais variadas áreas da ciência, como Geografia, Biologia,
Astronomia, Engenharia e Física.
Idade Média: período da História entre a Antiguidade e a Idade Moderna, ou seja, o intervalo que compreende o século V ao XV.
8. <imagem>
ilustrações: Getulio Delphim/Arquivo da editora
Rotação trienal é o sistema agrícola que consiste em dividir a terra em três lotes, usando-os, alternada e
sucessivamente, com culturas diferentes, como trigo e centeio, e o pousio – período de descanso de um dos lotes ou
parcelas, enquanto os outros dois continuam a produzir. O objetivo desse sistema é poupar o solo do esgotamento,
sobretudo das culturas que exaurem muito a terra. Completa-se um rodízio a cada três anos.
Elaborado pelo autor para fins didáticos.
Desafios e necessidades
As inovações técnicas trazem, em geral, novos problemas à sociedade, representando novos desafios e a
consequente necessidade de resolvê-los. Disso resulta a evolução da técnica, ou seja, a sucessão de novas
formulações do fazer humano. A invenção do automóvel, no século XIX, por exemplo, trouxe a necessidade de uma
roda compatível com esse meio de transporte: o pneu foi inventado dois anos depois.
Atualmente, os instrumentos de trabalho tornam-se mais complexos e, em muitos casos, deixam de ser
prolongamentos da mão do ser humano para constituírem verdadeiras próteses impostas à natureza. Assim, por
exemplo, para obter a força hidráulica necessária ao funcionamento das turbinas de uma usina hidrelétrica, as águas
de um rio são represadas e formam um lago e uma queda-d’água artificiais.
Portanto, as inovações técnicas e o aperfeiçoamento dos instrumentos de trabalho imprimem progresso aos
mecanismos de apropriação da natureza, o que significa maiores modificações e domínio mais intenso sobre o mundo
natural.
A concepção de domínio do ser humano sobre a natureza teve como marco fundamental o advento do capitalismo,
nos séculos XV e XVI. A partir daí, as atividades passaram a se voltar à venda dos produtos, com o objetivo de obter
lucro.
Esse sistema econômico baseia-se na influência ou no predomínio do capital, isto é, todo bem passível de ser
aplicado na produção ou capaz de gerar renda a ser usada para obter nova produção. Tradicionalmente, o capitalismo
é caracterizado pela existência de dois grandes segmentos: os donos do capital (equipamentos, máquinas, etc.) e
aqueles que só dispõem de sua força de trabalho para sobreviver.
<imagem>
Natureza Brasileira/Zig Koch
Sobradinho, situado nos municípios de Sobradinho e Casa Nova, é o principal reservatório de água da Bahia e um
dos maiores lagos artificiais do mundo. Foto de 2012.
Para saber mais
História do pneu
Quando se fala de pneu, tem-se a impressão de que ele mudou pouco [...]. No início os automóveis seguiam o princípio
das carruagens, que usavam aros de ferro ou madeira, até que, [...] em 1843, começaram a ganhar aros revestidos de
borracha. Ainda assim, eram duros e se quebravam com facilidade.
A solução só surgiu três anos depois [...]. Robert William Thomson criou em 1846 a bolsa de ar sobre a qual os
carros se deslocariam no futuro, o pneumático. Tornava os pneus mais duráveis e resolvia de vez o problema da falta
de conforto. Mas, por falta de matéria-prima de qualidade, Thomson desistiu da ideia e passou a recobrir as rodas
com aros de borracha maciça. “Imagine um pneu que não se adapta a uma pedra na estrada, por exemplo. Em vez
de absorver seu formato, ele sobe nela, deslocando toda a massa do veículo. Era isso que tornava a rolagem mais
difícil”, diz Argemiro Luís de Aragão Costa, engenheiro da SAE, instituição que congrega os engenheiros
automotivos.
Em 1888, o veterinário escocês John Boyd Dunlop adaptou pneus no triciclo do seu filho (na verdade, um t ubo
cheio de ar atado ao aro por fitas) e fez tanto sucesso que fundou a primeira fábrica de pneus do mundo. [...]
RUFFO, Gustavo Henrique. A história do pneu. Quatro Rodas, São Paulo, abr. 2009. Disponível em: <http://quatrorodas.abril.com.br/autoservico/reportagens/historia-
pneu-476615.shtml>. Acesso em: 20 out. 2015.
Concepção de natureza
O aumento da produtividade, com o consequente incremento da oferta de mercadorias, e a formação de um mercado
mundial foram fatores importantes para o desenvolvimento inicial do capitalismo. O mercado mundial constituiu-se a
partir das Grandes Navegações, que se tornaram possíveis graças a inovações técnicas ocorridas na navegação
9. marítima da época (leia o boxe Para saber mais, abaixo).
A descoberta de novos continentes – novas áreas a serem exploradas – e a sobrevalorização da inteligência a
serviço da técnica contribuíram para a ideia de que o controle do ser humano sobre a natureza tinha possibilidades
ilimitadas. Cada vez mais o mundo natural era visto somente como fonte de recursos para as atividades econômicas
e, ainda, como manancial inesgotável.
O desenvolvimento da chamada ciência moderna, nos séculos XVI e XVII, contribuiu igualmente para a construção
dessa concepção pragmática de natureza, na medida em que o saber científico, prático, era aceito como a única forma
de conhecimento, e o conhecimento de tudo o que fosse externo ao ser humano significava controle e domínio,
principalmente sobre o mundo natural.
Ciência moderna: nos séculos XVIe XVII, por meio de vários estudosrealizadosnas áreasde Astronomia, Medicina, Matemática e Física, construiu-se
a concepção de que o verdadeiro conhecimento é realizado pela observação,pela experimentação e pela demonstração de umobjeto de estudo, com
o emprego de um método adequado a tais finalidades. Oser humano, o sujeito que conhece, aplica determinado método sobre o objeto a ser
conhecido. Rompia-se, assim, coma ideia anterior de conhecimento, o qualderivava, sobretudo, da especulação filosófica. Entre os principais
expoentes da época, cabe destacar Nicolau Copérnico, Galileu Galilei, Roger Bacon e René Descartes.
Pragmático: aquilo que pode ter um efeito prático qualquer. Opragmatismo, doutrina filosófica do fimdo século XIX e início do século XX, caracteriza-
se por enfatizara necessidadede aplicar as ideias comumpropósito, por encarara verdade do ponto de vista da utilidade e por considerar o
pensamento um guia para a ação.
Para saber mais
O mapa do céu espelhado no mar
A navegação baseada na observação astronômica – a astronáutica – era indispensável para a navegação no
Atlântico, especialmente no retorno a Portugal no fim das longas viagens inauguradas na segunda metade do século
XV. [...] Orientar-se numa Terra ainda sem mapas dependia diretamente de saber ler e usar o mapa do céu
espelhado no mar, caminho que apenas a experiência, associada ao conhecimento, poderia estabelecer.
Assim, ao partir, os navegadores tomavam a altura mediana de uma estrela. Depois de fixar essa altura,
calculavam a distância vencida a partir de nova observação do mesmo astro, feita mais adiante,
equivalendo cada grau a 16 léguas e dois terços.
[...]
[A observação] dos astros dependia de vários instrumentos, entre os quais se destacava o astrolábio. O
astrolábio, cuja invenção tem sido atribuída aos gregos (Apolônio de Perga, séculos II-III a.C., ou Eudoxo
de Cnido, século IV a.C.), chegou através dos árabes aos astrólogos medievais. Depois de várias
adaptações, o astrolábio plano acabou se transformando no principal instrumento usado pelos navegadores
portugueses [...].
MICELI, Paulo. A oficina do cartógrafo. In: O tesouro dos mapas:
a Cartografia na formação do Brasil. São Paulo: Instituto Cultural
Banco Santos, 2002. p. 130-131.
<imagem>
LATINSTOCK/ALBUM/AKG-IMAGES/RABATI – DOMINGIE
Astrolábio árabe produzido no século IX. Esse instrumento, usado pelos navegantes em suas viagens a partir do século XV, cons iste em um disco de metal ou madeira.
Era utilizado para determinar a altura do Sol e de outros corpos celestes
A ideia de que a única relação sociedade-natureza é aquela intermediada pelo trabalho e que este representa o
processo de transformação dos elementos naturais em coisas úteis para a vida humana tem uma origem histórica
conhecida. O fato de grande parte da humanidade ter desenvolvido essa concepção explica-se pela universalização
dos valores ocidentais, impostos há vários séculos. Mas não se deve desconsiderar as culturas que, ainda hoje,
apresentam uma concepção de natureza absolutamente diversa da nossa. Há membros de algumas sociedades,
por exemplo, que se sentem completamente integrados ao mundo natural, não cabendo entre eles sequer a distinção
ser humano versus natureza.
Para determinadas sociedades antigas, ou mesmo para algumas culturas ainda existentes, a natureza é fonte de
vida, mas não somente no que diz respeito ao fornecimento de recursos para a subsistência. Para elas, a natureza
apresenta-se sacralizada, o que significa que tais povos moldaram sua cultura, sua ideia de religião e sua visão de
mundo com base nos elementos naturais.
Tomemos, por exemplo, uma aldeia indígena cujos membros trabalhavam seis horas por dia para obter o necessário
à sua sobrevivência. Com a utilização do machado, passaram a trabalhar apenas três horas, aproveitando as demais
para aumentar o tempo dedicado a jogos, cantos e outras atividades de recreação. Isso porque os indígenas concebem
o trabalho somente como um meio de satisfazer suas necessidades básicas. Além disso, suas atividades são
10. desenvolvidas, muitas vezes, de maneira lúdica, e não somente como imposição ou obrigação da vida em sociedade.
No entanto, se a inovação ocorresse em outra sociedade, o uso do novo instrumento garantiria a subsistência com
três horas de trabalho, e as outras três seriam destinadas a aumentar a produção, com o intuito de obter um excedente
para venda. Afinal, a concepção de trabalho que está por trás da busca pelo excedente é justamente aquela do trabalho
produtivo.
Pelos exemplos, pode-se perceber uma grande diferença entre uma sociedade e outra no que se refere à
transformação da natureza: enquanto muitos indígenas a modificam pouco, outras sociedades a alteram cada vez mais,
chegando a destruí-la em alguns aspectos. A construção de barragens, por exemplo, implica a inundação de grandes
extensões de terra, que, na maioria dos casos, fic-arão submersas para sempre.
<imagem>
Pulsar Imagens/Renato Soares
Abertura dos VIII Jogos Indígenas Pataxó, em Porto Seguro (BA), 2014
Texto & contexto
1. Imagine duas situações: um grupo de indígenas trabalhando em uma aldeia da Amazônia para produzir farinha de
mandioca e uma linha de montagem de aparelhos eletrônicos na Zona Franca de Manaus. Que concepções de
trabalho e de natureza estão por trás de cada uma dessas situações?
2. Em sua opinião, onde ainda é possível encontrar sociedades em que diferentes modos de vida se integram
harmoniosamente com a natureza? Justifique.
A divisão do trabalho
A primeira grande inovação do capitalismo foi promover a divisão do trabalho para melhorar a produtividade e
aumentar a produção de bens, agora entendidos como mercadorias, uma vez que se destinam ao mercado.
Ao contrário do que ocorre no artesanato, em que um mesmo trabalhador realiza todas as operações produtivas, na
divisão do trabalho, há uma decomposição do processo de produção, ou seja, cada operação ou tarefa é feita por um
ou mais trabalhadores.
Ao ser introduzida, inicialmente em várias localidades da Europa, a divisão do trabalho propiciou o aumento da
produtividade porque:
▸ poupou o tempo desperdiçado pelo trabalhador ao passar de uma tarefa para outra;
▸ possibilitou a especialização do trabalhador, agora dedicado a uma só tarefa;
▸ estimulou a invenção de ferramentas especialmente adaptadas a cada tipo de trabalho.
Mercado: reduto ou instância da sociedade em que se processamoferta e procura (demanda) de bens e serviços, inclusive capitais e mão de obra.
Pode ser local, regional, nacional ou internacionale, ao mesmo tempo, é dividido em setores: mercado de capitais, de trabalho, de produtos
agropecuários, etc.
<imagem>
Fotoarena/La Imagem/Rodolfo Buhrer
O uso da tecnologia e a especialização da mão de obra estão presentes na moderna divisão do trabalho. Na foto,
linha de produção de indústria automobilística em São José dos Pinhais (PR), 2015.
Samsara
Direção de Ron Fricke. Estados Unidos: Mark Magidson, 2011. 102 minutos.
Documentário que mostra o mundo e sua diversidade por meio de belas imagens e paisagens. Nele, há também cenas instigantes que levam ao
questionamento dos padrões de produção e consumo da sociedade atual.
Para saber mais
Divisão territorial do trabalho
A divisão do trabalho que ocorre no interior de uma fábrica ou na sociedade como um todo (operários, professores,
comerciantes, pedreiros, etc.) acontece também no espaço geográfico, ou seja, no espaço produzido pela sociedade.
Se você observar mapas econômicos de determinados países, verá que há áreas do território mais utilizadas para
a pecuária; em outras, predomina a agricultura; outras, ainda, apresentam grande concentração de indústrias; etc.
Existe, enfim, uma repartição espacial das atividades econômicas, que implica na chamada divisão territorial do
trabalho.
Em geral, essa diferenciação regional ocorre por motivos históricos e vinculados a interesses econômicos. Tais
11. interesses podem estar ligados a fatores naturais e também à localização estratégica.
O trabalho como mercadoria
Quanto mais complexa a economia de determinado país, mais o trabalho individual torna-se insuficiente para
responder às necessidades gerais do próprio indivíduo.
A divisão social do trabalho faz com que a tarefa individual seja só uma pequena parcela do processo de
reprodução geral da sociedade. Entre alguns povos indígenas, por exemplo, toda a divisão do trabalho é visivelment e
percebida por todos, o que é impossível em outras sociedades, particularmente nas grandes cidades.
Hoje, não se fala mais somente em pastores e agricultores; existem pedreiros, motoristas, médicos, advogados,
professores, analistas de sistemas, web designers, empregadas domésticas e um grande número de outros
profissionais.
Tempos modernos
Direção de Charles Chaplin. Estados Unidos: United Artists, 1936.
83 minutos.
O filme retrata a vida de um operário que trabalha na linha de produção de uma fábrica no início do século XX. De forma leve e divertida, mostra
a triste realidade desse trabalhador e faz uma forte crítica, ainda atual, à sociedade.
<imagem>
Criar Imagem/Fernando Favoretto
Motorista de ônibus em São Paulo (SP), 2012.
<imagem>
Pulsar Imagens/Luciana Whitaker
Professora em sala de aula no município de Rio das Flores (RJ), 2014.
O desenvolvimento do capitalismo, que acelerou a especialização da produção,
monetarizou e intensificou as relações comerciais e tornou a produção voltada quase exclusivamente para a venda.
Também levou o ser humano a ser menos responsável individualmente pela satisfação de suas necessidades básicas,
tornando-se, nessa condição, mais uma mercadoria, dotada de valor de troca no mercado de trabalho.
Nas sociedades modernas, portanto, as pessoas, por meio do trabalho, e a natureza, pelas matérias -primas e pelos
elementos que oferece, transformaram-se conjuntamente em mercadoria. Com relação a isso, as pessoas não têm
mais controle direto sobre seu trabalho nem sobre o fruto dele. Tornaram-se mais dependentes e, contraditoriamente,
mais isoladas e sozinhas.
A atual civilização ocidental, moldada pela indústria e, sobretudo, pelo capital financeiro, fez as sociedades
dependerem menos das forças naturais e mais de suas próprias criações.
Monetarizar: instituir a moeda ou o dinheiro – meio de transferência de riquezas – como padrão de referência para as atividades e transações
econômicas, particularmente salários e preços.
Texto & contexto
1. As inovações técnicas trazem, geralmente, novas soluções e também problemas à sociedade. Você concorda com
essa afirmação? Responda à questão e dê exemplos com base na observação das paisagens do município onde
você vive.
2. O ser humano deve dominar a natureza e dela extrair tudo de que necessita. Que concepção de mundo está
subentendida nessa afirmação?
Limitações da natureza
A atividade dos grupos humanos, por mais transformadora que seja, não chega a eliminar a ação das forças
naturais.
Em vários aspectos, a natureza se apresenta como fator limitante às atividades humanas. Por exemplo: quando se
prevê a atuação devastadora de um maremoto ou de um tsunami, podem-se tomar diversas medidas para neutralizar
ou reduzir seus efeitos destrutivos, porém nunca para eliminar a ação do fenômeno; as estações do ano são
importantes para o ciclo das lavouras; a construção de pontes e túneis nas estradas é uma adequação às condições
naturais do terreno; etc.
Diante das limitações impostas por fatores naturais, várias têm sido as soluções encontradas pelas mais diferentes
12. sociedades no decorrer da História. Tais soluções revelam não só o grau de desenvolvimento tecnológico, mas também a
forma de agir e pensar dos agrupamentos humanos. O estudo da natureza, portanto, permite desvendar muitos aspectos
da realidade social.
Marcovaldo ou as estações na cidade
Ítalo Calvino. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
Marcovaldo é um operário que busca a natureza a todo instante. Observa detalhes que persistem em meio à cidade e sente as mudanças das
estações do ano, alheio ao ambiente urbano e à sociedade de consumo em que vive.
<imagem>
LatinStock/Reuters/Kyodo
Em 11 de março de 2011, um enorme tsunami atingiu a costa leste do Japão, provocado por um terremoto de forte
intensidade.
Para saber mais
Defesa civil
A proteção e defesa civil no Brasil está organizada sob a forma de sistema, denominado de Sistema Nacional de
Proteção e Defesa Civil – Sinpdec –, composto por vários órgãos.
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil – Sedec –, no âmbito do Ministério da Integração Nacional, é o
órgão central desse sistema, responsável por coordenar as ações de proteção e defesa civil em todo o território
nacional.
Sua atuação tem o objetivo de reduzir os riscos de desastres. Também compreende ações de prevenção,
mitigação, preparação, resposta e recuperação e se dá de forma multissetorial e nos três níveis de governo – federal,
estadual e municipal –, com ampla participação da comunidade. [...]
O município deve estar preparado para atender imediatamente a população atingida, reduzindo perdas materiais e
humanas. Por isso, a importância de cada cidade criar um órgão que trate da redução dos riscos e da eficácia na
resposta imediata aos desastres.
Há uma grande diversidade de desastres naturais, humanos e mistos [...].
A realidade brasileira, neste contexto de desastres, pode ser caracterizada pela frequência dos desastres naturais
cíclicos, especialmente as inundações em todo o país, seca na região Nordeste e um crescente aumento dos
desastres humanos, devido ao crescimento urbano desordenado, às migrações internas e ao fenômeno da
urbanização acelerada sem a disponibilidade dos serviços essenciais.
Em um cenário de extensão continental, [...] o Brasil apresenta-se com características regionais de desastres,
onde os mais prevalentes são:
Técnico em defesa civil: atua na prevenção e na proteção contra desastres, buscando minimizar perdas materiais e,
sobretudo, humanas.
<imagem>
Ilustrações: Edição de arte/Arquivo da editora
MINISTÉRIO da Integração Nacional. Disponível em: <http://www.mi.gov.br/web/guest/sedec/apresentacao>. Acesso
em: 21 out. 2015.
Conexões
Geógrafo e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Ruy Moreira (1941-) é considerado um dos
expoentes da renovação da ciência geográfica no Brasil. Publicou vários livros dedicados à história do pensamento
geográfico e aos conceitos fundamentais da Geografia. No texto a seguir, discorre sobre o espaço geográfico como
produto do trabalho social. Leia-o com atenção e, depois, faça o que se pede.
O espaço como produto social
[...]
Pelo que já se deu a entender, o espaço não é suporte, substrato ou receptáculo das ações humanas. E não se
confunde com a base física. O espaço geográfico é um espaço produzido.
Nele a natureza não é mera base ou parte integrante. É uma condição concreta de sua produção social. E isso
porque a natureza é uma condição concreta da existência social dos homens. Conquanto a “primeira natureza” não
seja o espaço geográfico, não há espaço geográfico sem ela.
Sobre esse assunto, [...] vale lembrar que, de todos os objetos existentes num arranjo espacial, os de ordem
natural são os únicos que não derivam do trabalho social.
[...]
13. O caráter social do espaço geográfico decorre do fato simples de que os homens têm fome, sede e frio,
necessidades de ordem física decorrentes de pertencer ao reino animal, ponte de sua dimensão cósmica. No entanto, à
diferença do animal, o homem consegue os bens de que necessita intervindo na “primeira natureza”, transformando-a.
Transformando o meio natural, o homem transforma-se a si mesmo. Ora, como a obra de transformação do meio é uma
realização necessariamente dependente do trabalho social (a ação organizada dos homens em coletividade), é o
trabalho social o agente de transformação do homem de um ser animal para um ser social, combinando esses dois
momentos em todo o decorrer da história humana. [...]
Decorre disso que a formação espacial deriva de um duplo conjunto de interações, que existem de forma
necessariamente articulada: a) o conjunto das interações homem-meio; e b) o conjunto das interações homem-
homem. Tais interações ocorrem simultânea e articuladamente, sendo, na verdade, duas faces de um mesmo
processo.
O caráter simultâneo e articulado dessas interações pode ser expresso nos seguintes termos: os homens entram
em relação com o meio natural através das relações sociais travadas por eles no processo de produção de bens
materiais necessários à existência. Engels já observava que os homens entram em relações uns com os outros
através do trabalho de transformação da natureza. Não haveria relações sociais se não houvesse a necessidade de
os homens transformarem o meio natural em meio de subsistência ou de a este chegarem por meio do trabalho.
[...]
MOREIRA, Ruy. Pensar e ser em Geografia: ensaios de história, epistemologia e ontologia do espaço geográfico. São Paulo: Contexto, 2007. p. 65 -66.
<imagem>
Pulsar Imagens/Alexandre Tokitaka
14. Plantação de alface orgânica no município de Ibiúna (SP), em 2015. O ser humano altera a paisagem para suprir
suas necessidades, como a produção de alimentos.
Responda no caderno
1. Em sua opinião, o que o autor quer dizer com a expressão “primeira natureza”?
2. Por que o espaço geográfico tem caráter social? De que depende sua transformação?
3. De que resultam as formações espaciais?
Pensando bem
Responda no caderno
1. O texto a seguir diz respeito à descoberta do ser humano sobre como controlar e usar o fogo. Leia-o com atenção
e, depois, responda às questões.
A descoberta que mudou a humanidade
Há centenas de milhares de anos, nas noites frias de inverno, a escuridão era um grande inimigo. Sem a lua cheia, a
negritude da noite, além de assustadora, era perigosa. Havia muitos predadores com sentidos aguçados e que
poderiam atacar facilmente enquanto dormíamos. O frio intenso era outro inimigo. Não eram fáceis os primeiros passos
da humanidade, dados por antepassados muito diferentes de nós.
Até que, um dia, talvez ao observar uma árvore atingida por um raio, os hominídeos primitivos descobriram algo
que modificaria completamente o rumo da nossa evolução: o fogo. Ao dominar essa entidade, foi possível se
aquecer, proteger-se dos predadores e ainda cozinhar os alimentos. Como nenhuma outra criatura do nosso planeta,
conseguimos usar a nosso favor um fenômeno natural para ajudar a vencer as dificuldades diárias.
Com o fogo, a noite já não era mais tão perigosa e diminuía a necessidade de se esconder ou lutar. Acredita-se
que a descoberta de seu uso tenha agido diretamente sobre a nossa forma de pensar, pois permitiu mais tempo para
pensarmos. [...]
A importância da utilização do fogo como instrumento de transformação da nossa sociedade se acelerou com o
progresso da cultura humana. Além de fornecer conforto térmico e melhorar a preparação de alimentos, ele desde
cedo foi usado em rituais dos mais diferentes povos, na fabricação de armas (até os dias atuais), na produção de
novos materiais (ajudando a fundir metais, por exemplo) e como fonte de calor para máquinas térmicas. [...]
OLIVEIRA, Adilson de. A descoberta que mudou a humanidade. Ciência Hoje, 16 jul. 2010.
Disponível em: <http://www.cienciahoje.org.br /noticia/v/ler /id/2785/n/a_descoberta_que_mudou_a_humanidad e>. Acesso em: 29 jun. 2017.
a) A qual técnica desenvolvida pelo ser humano o texto se refere? O que isso possibilitou?
b) O que o autor quis dizer com a frase: “Acredita-se que a descoberta de seu uso tenha agido diretamente sobre
a nossa forma de pensar, pois permitiu mais tempo para pensarmos”?
c) Em sua opinião, o controle do fogo pelo ser humano ainda é importante nos dias de hoje? Por quê?
d) Com relação aos objetos que fazem parte do seu cotidiano, quais deles não existiriam caso o ser humano não
tivesse desenvolvido técnicas para dominar o fogo? Cite, ao menos, dois exemplos.
2. Você já imaginou como o ser humano se guiava em longas viagens sem ter à disposição equipamentos modernos de
navegação? Apesar de não existir GPS, por exemplo, havia outros equipamentos que auxiliavam os exploradores em
suas viagens. Além disso, eles observavam atentamente o céu, a posição do Sol, da Lua e das estrelas.
Para conhecer um pouco mais sobre esses equipamentos, reúnam-se em grupos de quatro alunos e pesquisem,
em livros, enciclopédias, revistas e/ou na internet, informações sobre um destes objetos:
▸ gnômon;
▸ astrolábio;
▸ sextante;
▸ quadrante mural;
▸ bússola.
Sigam o roteiro abaixo.
15. a) Como o objeto em questão funciona?
b) Quem o utiliza?
c) Qual é sua importância?
d) Que conhecimentos e técnicas são necessários para sua utilização?
e) Procure uma foto ou crie uma ilustração do objeto.
Após a pesquisa, confeccionem cartazes para apresentar os resultados aos demais colegas de sala.
3. Leia o trecho a seguir, extraído de uma reportagem sobre as mudanças que devem ocorrer no mercado de trabalho
nas próximas décadas. Em seguida, discuta com os colegas as questões propostas.
As profissões condenadas a desaparecer
[...] Frey [doutor em economia da Universidade de Oxford] e Michael Osborne, professor de ciência de engenharia
de Oxford, avaliaram tarefas cotidianas de mais de 700 ocupações, para identificar o que uma máquina poderá fazer
melhor que os humanos nas próximas duas décadas. [...] As profissões mais ameaçadas estão nas áreas de
logística, escritório e produção, aquelas que envolvem tarefas intelectualmente repetitivas. Embora o estudo seja
baseado no mercado de trabalho dos Estados Unidos, suas conclusões são aplicáveis mundialmente. [...]
Exercícios de futurologia sobre a evolução da tecnologia existem há décadas – e, há décadas, eles costumam
errar o alvo. Historicamente, os profetas pecam pelo otimismo. Agora, a realidade parece ter chegado antes do
previsto. Em 2004, os economistas Frank Levy, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), e Richard
Murnane, da Universidade Harvard, disseram no livro A nova divisão do trabalho que os robôs continuariam
incapazes de realizar tarefas complexas, como dirigir. A previsão dos dois especialistas foi superada em 2005,
quando Stanley, um carro sem motorista da Universidade Stanford, venceu um desafio proposto pela Agência de
Projetos Avançados de Defesa dos Estados Unidos (Darpa). [...]
A substituição do trabalho humano por ferramentas fez a humanidade evoluir desde a Idade da Pedra. Vista de
perto, porém, a evolução técnica não ocorre de maneira harmônica e sincronizada. Vem acompanhada de crises,
num ciclo que o economista austríaco Joseph Schumpeter (1883-1950) batizou como “destruição criadora”. “A
estrutura econômica é incessantemente transformada de dentro para fora, incessantemente destruindo a anterior e
incessantemente criando outra nova”, afirma no livro Capitalismo, socialismo e democracia. “Esse processo de
destruição criadora é o elemento essencial do capitalismo.” [...]
MOURA, Marcelo. As profissões condenadas a desaparecer – e as que resistirão às novas tecnologias. Época, 6 mar. 2014.
Disponível em: <http://epoca.globo.com/vida/vida-util/carreira/noticia/2014/03/bprofissoesb-condenadas-desaparecer-e-
que-resistirao-novas-tecnologias.html>. Acesso em: 21 out. 2015.
a) Em suaopinião, quais são os principais desafios enfrentados pelos jovens que estão ingressando ou, daqui a algum
tempo, ingressarão no mercado de trabalho?
b) Como eles poderão encarar esses desafios?
<imagem>
Agência O Globo/Eduardo Naddar
Jovens mostrando sua primeira carteira de trabalho. Rio de Janeiro (RJ), 2011.
4. Enem (2011) A introdução de novas tecnologias desencadeou uma série de efeitos sociais que afetaram os
trabalhadores e sua organização. O uso de novas tecnologias trouxe a diminuição do trabalho necessário, que se
traduz na economia líquida do tempo de trabalho, uma vez que, com a presença da automação microeletrônica,
começou a ocorrer a diminuição dos coletivos operários e uma mudança na organização dos processos de trabalho.
Revista Electrónica de Geografía y Ciencias Sociales. Universidad de Barcelona, n. 170(9). 1º ago. 2004.
A utilização de novas tecnologias tem causado inúmeras alterações no mundo do trabalho. Essas mudanças são
observadas em um modelo de produção caracterizado
a) pelo uso intensivo do trabalho manual para desenvolver produtos autênticos e personalizados.
b) pelo ingresso tardio das mulheres no mercado de trabalho no setor industrial.
c) pela participação ativa das empresas e dos próprios trabalhadores no processo de qualificação laboral.
d) pelo aumento na oferta de vagas para trabalhadores especializados em funções repetitivas.
e) pela manutenção de estoques de larga escala em função da alta produtividade.
19. A dinâmica social, impulsionada por desigualdades e conflitos existentes no interior das sociedades, muitas vezes
impede a pretendida estruturação do espaço, com cada fração do território tendo uma função previamente definida.
Os espaços que as sociedades tentam construir obedecendo a uma lógica predeterminada geralmente acabam
transformados pela influência de agentes imobiliários, como grandes empresas construtoras, ou pela ação de
segmentos sociais excluídos ou prejudicados pela estruturação espacial imposta, como é o caso dos moradores de
favelas ou dos chamados sem-teto. Esses últimos são agentes sociais capazes de construir espontaneamente o
espaço de acordo com suas necessidades, exercitando, para isso, sua criatividade.
As transformações sociais são sempre acompanhadas por mudanças na produção do espaço. Mas, em quase todos
os países, as relações sociais predominantes no passado deixaram muitas marcas no espaço, que permanecem até
hoje, mais ou menos modificadas e combinadas com as marcas da sociedade atual.
No Brasil, por exemplo, o latifúndio é uma herança do período colonial (século XVI ao XIX), quando predominaram
no país relações escravistas. Junto à grande propriedade, não é rara a existência de casebres miseráveis para abrigar
trabalhadores, em grande parte, descendentes de antigos africanos escravizados.
Latifúndio: grande propriedade rural, parcialmente não aproveitada ou cultivada de maneira inadequada e com baixo investimento de capital. O
latifúndio já existia na Roma antiga e foi predominante na Europa medieval. Persiste até hoje em quase todo o mundo, principalmente nos países
pobres ou de industrialização tardia. No Brasil, estudiosos consideramque o latifúndio é uma herança das sesmarias distribuídas pela Coroa
portuguesa no período colonial.
As relações sociais mudaram, pois, agora, não são mais escravistas. Os atuais trabalhadores recebem um salário,
e a propriedade da terra geralmente é de uma empresa, que, por sua vez, possui outras propriedades. Embora
alteradas as relações de produção, as diferenças sociais do passado permanecem no presente.
Nesse processo, o espaço também se modificou: as culturas, muitas vezes, não são as mesmas de antigamente, e
o uso da terra foi modernizado com a utilização de novas técnicas e novos instrumentos de trabalho. Apesar das
modificações, as marcas do passado escravista ainda estão presentes no espaço, por exemplo, na estrutura fundiária,
na desigualdade social e nas relações de trabalho.
<imagem>
Frans Post/Coleção Beatriz e Mario Pimenta Camargo, São Paulo
Frans Post. Engenho, 1661. Óleo sobre madeira. Dimensões: 45 cm × 56,5 cm. A obra reproduz instalações
humanas em uma grande propriedade canavieira no Brasil colônia.
Determinado espaço, portanto, ao mesmo tempo que reflete a sociedade que o utiliza, é resultado de um processo
histórico. Por esse processo, o espaço foi progressivamente moldado, conforme as relações sociais que predominaram
no passado e envolveram constantes conflitos entre os diferentes segmentos de cada época. Como o espaço mantém
algumas marcas do passado, ele pode, de algum modo, interferir nas sucessivas organizações sociais. Com relação a
isso, pode-se dizer que o espaço é um produto e um produtor da História.
São Paulo Antiga
<http://www.saopauloantiga.com.br>. Acesso em: 22 out. 2015.
Reúne curiosidadessobre a cidade de São Paulo antigamente e sobre construções (casas, monumentos, etc.)que persistemnos dias de hoje. Ao
acessaro item“Antes & Depois”, é possívelcompararfotosantigas comatuais e perceberas mudançasno espaço.
Texto & contexto
1. De modo geral, como se davam as relações sociais entre povos antigos? Essas relações ainda existem?
2. Como esses tipos de relações sociais se refletem na organização do espaço?
3. Quando surgiram as práticas urbanísticas modernas? O que buscavam?
4. Com base na ideia de construção do espaço, cite exemplos de áreas no município onde você mora que parecem
ter sido planejadas e de outras que transmitem a impressão de desorganização.
Espaço e poder
O espaço é a base material do exercício do poder do Estado. Em uma sociedade de desigualdades como a nossa,
é também a expressão da hegemonia de determinados grupos ou segmentos sociais.
Hegemonia: supremacia; domínio exercido por uma nação, uma cidade ou um grupo socialsobre outra nação, outra cidade ou outro grupo social.
Para melhor compreender essas ideias, é importante “voltar no tempo”. Nos séculos XV e XVI, desenvolveu -se o
21. Fonte dos mapas: Adaptado de ATLAS-historique.net. Disponível em: <http://www.atlas-historique.net/1989-
aujourdhui/cartes_popups/Yougoslavie2002GF.html>. Acesso em: 16 nov. 2015.
<imagem>
Iugoslávia: atual
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte dos mapas: Adaptado de ATLAS-historique.net. Disponível em: <http://www.atlas-historique.net/1989-
aujourdhui/cartes_popups/Yougoslavie2002GF.html>. Acesso em: 16 nov. 2015.
No interior de um país, também existem relações de dominação ou hegemonia de uma região sobre outra. No
Brasil, por exemplo, os estados economicamente mais poderosos, como São Paulo e Minas Gerais, têm certa
preponderância política e econômica sobre os outros.
Para saber mais
Convivência e respeito
Território é uma porção da superfície terrestre delimitada por uma fronteira política ou submetida a um poder
político. É construído pela formação social.
“[...] Compreender o que é um território implica também compreender a complexidade, a convivência em um
mesmo espaço, nem sempre harmônica, da diversidade de tendências, ideias, crenças, sistemas de
pensamento e tradições de diferentes povos e etnias. É reconhecer que, apesar de uma convivência comum,
múltiplas identidades coexistem e por vezes se influenciam reciprocamente, definindo e redefinindo aquilo que
poderia ser chamado de uma identidade nacional. No caso específico do Brasil, o sentimento de pertinência ao
território nacional envolve a compreensão da diversidade de culturas que aqui convivem e, mais do que nunca,
buscam o reconhecimento de suas especificidades, daquilo que lhes é próprio.”
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: História e Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1997. p. 125.
O espaço atual: um meio técnico-científico-informacional
Durante muito tempo, os elementos naturais foram predominantes nas paisagens; portanto, o ambiente de vida do
ser humano era um meio natural.
A partir do século XV, com o advento do capitalismo, as técnicas foram se desenvolvendo pouco a pouco; com isso,
a natureza apropriada ficava cada vez mais transformada. No século XIX, com a intensificação da Revolução
Industrial, aceleraram-se as inovações técnicas. As transformações da natureza atingiram tamanha intensidade que
o espaço produzido passou a ser um meio técnico. No século XX, notadamente em sua segunda metade, o processo
histórico-social assumiu características que deram nova configuração ao ambiente de vida dos seres humanos.
<imagem>
LatinStock/Album/akg/North Wind Picture Archives
Chaminés de siderúrgica em Sheffield, de autor desconhecido. Ilustração colorida à mão, século XIX. A imagem
retrata uma cidade da Inglaterra, durante a Revolução Industrial. Esse processo transformou a paisagem de muitas
localidades.
A ciência, em especial a pesquisa, é posta cada vez mais a serviço da descoberta de novas técnicas, quase
exclusivamente voltadas para a produção. A tecnologia – ciência das técnicas – floresce como nunca. De modo geral,
a ciência direciona-se ao setor produtivo: produção de agrotóxicos, armas, medicamentos, brinquedos e um sem-
número de bens nem sempre necessários à vida humana. Em suma, ciência e técnica jamais estiveram tão interligadas
como agora – o pragmatismo científico dirigindo a inteligência humana.
Fomentada por uma verdadeira corrida tecnológica e objetivando a acumulação de riqueza, a produção diversifica -
se extraordinariamente, e os bens produzidos, inclusive os instrumentos de trabalho, tornam-se obsoletos em prazo
cada vez mais curto, impondo sua substituição por outros mais “modernos”. Isso leva a um consumo maior de recursos
naturais, reforçado pela visão da natureza como manancial à disposição dos seres humanos.
Quanto mais a natureza é usada – às vezes, esgotada e, não raro, destruída em alguns locais –, mais artificializado
torna-se o espaço produzido pelos seres humanos. Isso acontece principalmente nas grandes cidades, que
materializam na paisagem o melhor modelo do atual estágio da civilização.
Os alimentos quase sempre têm a presença intermediária da ciência e da técnica, passando por transformações
genéticas dos mais variados tipos. A habitação, muitas vezes, está a dezenas de metros do solo, como um apartamento
em um andar elevado. O trabalho frequentemente é realizado sob iluminação artificial e ar-condicionado. O transporte
22. pode ser feito por circulação subterrânea, como o metrô.
Outra revolução diz respeito às comunicações, que alteraram profundamente as noções de tempo e de distância.
A quase instantaneidade nas transmissões de palavras, sons e imagens, por cabo, fibra óptica ou satélite, parece
tornar o mundo muito menor, com uma aparente proximidade entre as pessoas. Isso é facilitado pela generalização
do uso do computador e dos smartphones, que, conectados a uma rede, permitem a seus milhões de usuários
comunicarem-se diretamente entre si a qualquer hora do dia. O computador, entre suas múltiplas serventias, enseja
a vivência da chamada realidade virtual.
Esse mundo dominado pela ciência e pela técnica exige das pessoas um conhecimento cada vez maior, pelo
menos para poderem operar aparelhos essenciais a atividades relacionadas a trabalho, estudo, transporte e lazer.
Nessas condições, o atual espaço produzido pelo ser humano constitui um ambiente de vida que pode ser chamado
de meio técnico-científico-informacional.
Texto & contexto
1. Qual é a sua opinião sobre a comunicação via internet?
2. O que seria o meio técnico-científico-informacional?
Conexões
Milton Santos (1926-2001) foi um importante geógrafo brasileiro. Ele se formou em Direito em 1948, na
Universidade da Bahia e, em 1958, concluiu o doutorado em Geografia, na Universidade de Estrasburgo, França.
Foi professor em renomadas universidades do Brasil e do mundo e publicou vários livros, entre eles A natureza do
espaço: técnica e tempo, razão e emoção, escrito em 1966. Nessa obra, Santos apresenta a definição de espaço
geográfico. Sobre esse conceito, leia o trecho abaixo para ampliar o que você aprendeu neste capítulo.
<imagem>
Agência O Globo/Marcos Issa
Milton Santos em 1994.
Espaço geográfico
[...] Nossa proposta atual de definição da Geografia considera que a essa disciplina cabe estudar o conjunto
indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ação que formam o espaço. Não se trata
de sistemas de objetos nem de sistemas de ações tomados separadamente. [...]
O espaço é formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório de sistemas de objetos e
sistemas de ações, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no qual a história se dá. No começo
era a natureza selvagem, formada por objetos naturais, que ao longo da história vão sendo substituídos por objetos
fabricados, objetos técnicos, mecanizados e, depois, cibernéticos, fazendo com que a natureza artificial tenda a
funcionar como uma máquina. Através da presença desses objetos técnicos: hidroelétricas, fábricas, fazendas
modernas, portos, estradas de rodagem, estradas de ferro, cidades, o espaço é marcado por esses acréscimos, que
lhe dão um conteúdo extremamente técnico.
O espaço é hoje um sistema de objetos cada vez mais artificiais, povoado por sistemas de ações igualmente
imbuídos de artificialidade e cada vez mais tendentes a fins estranhos ao lugar e a seus habitantes.
[...]
Sistemas de objetos e sistemas de ações interagem. De um lado, os sistemas de objetos condicionam a forma
como se dão as ações e, de outro lado, o sistema de ações leva à criação de objetos novos ou se realiza sobre
objetos preexistentes. É assim que o espaço encontra a sua dinâmica e se transforma.
[...] Considerar o espaço como esse conjunto indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações, assim
como estamos propondo, permite, a um só tempo, trabalhar o resultado conjunto dessa interação, como processo e
como resultado [...].
[...]
Os objetos que interessam à Geografia não são apenas objetos móveis, mas também imóveis, tal como uma
cidade, uma barragem, uma estrada de rodagem, um porto, uma floresta, uma plantação, um lago, uma montanha.
Tudo isso são objetos geográficos. Esses objetos geográficos são do domínio tanto do que s e chama a Geografia
física como do domínio do que se chama a Geografia humana e, através da história desses objetos, isto é, da forma
como foram produzidos e mudam, essa Geografia física e essa Geografia humana se encontram.
23. Para os geógrafos, os objetos são tudo o que existe na superfície da Terra, toda herança da história natural e todo
resultado da ação humana que se objetivou. [...]
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Pa ulo, 2006. p. 39 e 46.
Responda no caderno
▸ Considerando os ensinamentos de Milton Santos, escreva um texto que especifique o foco da Geografia e que
contenha também seu entendimento sobre o espaço geográfico. Lembre-se de acrescentar exemplos de objetos
geográficos. Ao terminar, compartilhe suas conclusões com o professor e os colegas.
Pensando bem
Responda no caderno
1. Você já ouviu falar em obsolescência programada ou planejada? Leia um trecho do artigo a seguir.
Obsolescência planejada: armadilha silenciosa na sociedade de consumo
<imagem>
ALVES/Acervo do artista
Charge de Evandro Alves, publicada no Le Monde Diplomatique Brasil, em 2013. Nos dias atuais, aparelhos como
celulares e computadores são rapidamente substituídos por outros com tecnologia mais avançada.
É comum um telefone celular ir ao lixo com menos de oito meses de uso ou uma impressora nova durar apenas
um ano. Em 2005, mais de 100 milhões de telefones celulares foram descartados nos Estados Unidos. Uma CPU de
computador, que nos anos 1990 durava até sete anos, hoje dura dois anos. Telefones celulares, computadores,
aparelhos de televisão, câmeras fotográficas caem em desuso e são descartados com uma velocidade assustadora.
Bem-vindo ao mundo da obsolescência planejada!
Na sociedade de consumo, as estratégias publicitárias e a obsolescência planejada mantêm os consumidores
presos em uma espécie de armadilha silenciosa, num modelo de crescimento econômico pautado na aceleração
do ciclo de acumulação do capital (produção-
-consumo-mais produção). [...]
Para mover esta sociedade de consumo precisamos consumir o tempo todo e desejar novos produtos para
substituir os que já temos – seja por falha, por acharmos que surgiu outro exemplar mais desenvolvido
tecnologicamente ou simplesmente porque saíram de moda. Serge Latouche, no documentário A história secreta da
obsolescência planejada, diz que nossa necessidade de consumir é alimentada a todo o momento por um trio
infalível: publicidade, crédito e obsolescência.
Planejar quando um produto vai falhar ou se tornar velho, programando seu fim antes mesmo da ação da natureza
e do tempo de uso, é a obsolescência planejada. Trata-se da estratégia de estabelecer uma data de morte de um
produto, seja por meio de mau funcionamento ou envelhecimento perante as tecnologias mais recentes. Essa
estratégia foi discutida como solução para a crise de 1929. O conceito teve início por volta de 1920, quando
fabricantes começaram a reduzir de propósito a vida de seus produtos para aumentar venda e lucro. [...]
Em 1928, o lema era: “Aquilo que não se desgasta não é bom para os negócios”. Como solução para a crise,
Bernard London propôs, num panfleto de 1932, que fosse obrigatória a obsolescência planejada, aparecendo assim
pela primeira vez o termo por escrito. London pregava que os produtos deveriam ter uma data para expirar,
acreditando que, com a obsolescência planejada, as fábricas continuariam produzindo, as pessoas, consumindo e,
portanto, haveria trabalho para todos, que trabalhando poderiam consumir e assim fazer o ciclo de acumulação de
capital se manter. Nos anos 1930, a durabilidade começou a ser propagada como antiquada e não correspondente
às necessidades da época. Nos anos 1950, a obsolescência planejada ressurgiu com o enfoque de criar um
consumidor insatisfeito, fazendo assim com que ele sempre desejasse algo novo. Ainda no pós-guerra assentaram-
se as bases da sociedade de consumo atual, por meio do estilo de vida norte-americano (American way of life),
baseado na liberdade, na felicidade e na ideia de abundância em substituição à ideia do suficiente. [...]
PADILHA, Valquíria; BONIFÁCIO, Renata Cristina A. Obsolescência planejada: armadilha silenciosa na sociedade de consumo.
Le Monde Diplomatique Brasil, 2 set. 2013. Disponível em: <http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=1489>. Acesso em: 22 out. 2015.
24. a) Explique o que é obsolescência planejada.
b) Qual é a mensagem transmitida pela charge?
c) Você já descartou algum objeto mesmo achando que poderia usá-lo mais? Converse sobre isso com os colegas.
2. Atualmente, na América do Sul, existe uma área de litígio entre a Bolívia e o Chile. Na Guerra do Pacífico
(1879-1883), a Bolívia e o Peru perderam para o Chile parte de seus territórios em virtude do acordo de paz
firmado em 1904. Com essa perda, a Bolívia deixou de ter acesso ao oceano; desde então, reclama o retorno desse
acesso. Observe o mapa a seguir e, depois, responda às questões.
a) Por que é tão importante para a Bolívia ter novamente acesso ao mar?
b) Relacione esse fato com a afirmação de Friedrich Ratzel: “Espaço é poder”.
<imagem>
Chile: territórios anexados (1904)
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: FERRER, Isabel. Chile e Bolívia revivem em Haia seu conflito por uma saída para o mar. El País, 5 maio
2015. Internacional. Disponível em:
<http://brasil.elpais.com/brasil/2015/05/04/internacional/1430744745_182951.html>. Acesso em: 22 out. 2015.
3. Observe as fotos a seguir.
<imagem>
Gerson Gerloff/pulsar imagens
Dança do pau de fitas em Santa Maria (RS), 2015.
<imagem>
Fotoarena/Veetmano Prem
Dançarinos de frevo em Olinda (PE), 2015.
<imagem>
Pulsar Imagens/Mario Friedlander
Indígenas Paresi dançando em Tangará da Serra (MT), 2013.
▸ As fotos acima retratam manifestações culturais distintas que ocorrem no Brasil. Elabore um texto sobre a
importância da aceitação e da compreensão da diversidade de ideias, culturas, tradições, crenças, povos e etnias
em um país como o nosso.
4. Enem (2013) No dia 1º de julho de 2012, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a primeira do mundo a receber o
título da Unesco de Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural. A candidatura, apresentada pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), foi aprovada durante a 36ª Sessão do Comitê do Patrimônio
Mundial. O presidente do Iphan explicou que “a paisagem carioca é a imagem mais explícita do que podemos
chamar de civilização brasileira, com sua originalidade, desafios, contradições e possibilidades”. A partir de agora,
os locais da cidade valorizados com o título da Unesco serão alvo de ações integradas visando à preservação da
sua paisagem cultural.
Disponível em: <www.cultura.gov.br>. Acesso em: 7 mar. 2013 (adaptado).
O reconhecimento da paisagem em questão como patrimônio mundial deriva da
a) presença do corpo artístico local.
b) imagem internacional da metrópole.
c) herança de prédios da ex-capital do país.
d) diversidade de culturas presente na cidade.
e) relação sociedade-natureza de caráter singular.
Desafios & debates
Em grupo
Em sua obra Pensando o espaço do homem, Milton Santos (2007, p. 54) nos ensina que “uma paisagem representa
25. diferentes momentos do desenvolvimento de uma sociedade. A paisagem é o resultado de uma acumulação de
tempos”.
Comparar fotos da mesma paisagem em momentos históricos diferentes é uma forma de refletir sobre as
transformações dessa paisagem ao longo do tempo. Esse é o desafio desta atividade. Para começar, leiam o poema
abaixo. Depois, observem as imagens e façam o que se pede.
Memória
<imagem>
Rodval Matias/Arquivo da editora
Há pouco tempo atrás,
aqui havia uma padaria.
Pronto – não há mais.
Há pouco tempo atrás,
aqui havia uma casa,
cheia de cantos, recantos,
corredores impregnados
de infância e encanto.
Pronto – não há mais.
Uma farmácia,
uma quitanda.
Pronto – não há mais.
A cidade destrói, constrói, reconstrói.
Uma árvore, um bosque.
Pronto – nunca mais.
MURRAY, Roseana. Paisagens. Belo Horizonte: Lê, 1996.
<imagem>
Coleção Gilberto Ferrez/Instituto Moreira Salles
Vista da praia de Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ), em 1865.
<imagem>
Pulsar Imagens/Rubens Chaves
Vista da praia de Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ), em 2012.
<imagem>
Acervo Instituto Moreira Salles/Marcel Gautherot
Vista do Teatro Amazonas, em Manaus (AM), por volta de 1945.
<imagem>
Pulsar Imagens/Ernesto Reghran
Vista do Teatro Amazonas, em Manaus (AM), em 2015.
▸ O que mudou e o que permaneceu nas paisagens retratadas? Como poderíamos explicar as transformações? Com
base no poema, nas imagens e nos ensinamentos de Milton Santos, reflitam sobre essas questões e elaborem um
pequeno texto com suas conclusões. Ao terminar, comentem-no com os outros colegas e o professor.
Em debate
Sob orientação do professor, formem uma roda de conversa na sala e discutam os conceitos de paisagem e espaço
geográfico com base no texto a seguir.
A paisagem, à semelhança de uma foto, é a materialização de um momento da sociedade.
Já o espaço geográfico é a paisagem acrescida da sociedade que a anima e que lhe causa transformações,
conforme as relações sociais se modificam.
26. Capítulo
3
Espaço e conhecimento cartográfico
<imagem>
Opção Brasil Imagens/G. Evangelista
Aplicativo de mapa em um smartphone. Esse recurso tem se tornado cada vez mais popular entre as pessoas. Foto
de 2015.
O uso de mapas e de imagens de satélite está cada vez mais presente em nosso cotidiano. Porém, a correta leitura
e interpretação de mapas exige o domínio de alguns conhecimentos básicos, que serão estudados neste capítulo.
Atualmente, aplicativos de mapas instalados em aparelhos celulares e smartphones são muito usados pelos
motoristas. Além de sugerir o caminho mais curto ou mais rápido, por exemplo, esses aplicativos indicam a existência
de obras nas vias, acidentes e a intensidade do trânsito nas imediações.
Há, ainda, uma ferramenta disponível para computador ou aparelho celular que permite ao usuário observar o mundo
por meio de imagens panorâmicas, em 360 graus, ao nível da rua. Ao fazer uso dessa ferramenta, o usuário pode, por
exemplo, visualizar a rua a que deseja ir, onde há espaços para estacionar, se determinado restaurante é simples ou
sofisticado, etc. É como dar uma volta pelo local sem estar lá.
A linguagem dos mapas
Observe a imagem do planeta Terra. Será que você consegue enxergar todos os detalhes da superfície terrestre?
Certamente, não. Com o mapa, acontece algo parecido, pois, como qualquer representação gráfica, consiste em uma
reprodução incompleta da realidade. Falta-lhe, no mínimo, tridimensionalidade.
Nascido da necessidade humana de representar e conhecer seu ambiente, o mapa é uma representação gráfica
plana de toda a superfície terrestre ou de parte dela.
Como não é possível inserir toda a realidade no papel, dizemos que o mapa é uma representação seletiva do terreno,
pois envolve a escolha dos elementos que se quer representar. E essa escolha é feita com determinados objetivos. Cada
sociedade, em cada época, elabora mapas de acordo com suas necessidades de conhecimento e localização dos
recursos essenciais para sua sobrevivência. Mas os mapas também são muito usados com a finalidade de exploração e
dominação, ou seja, com fins geopolíticos.
Além de representação plana e seletiva, o mapa é uma representação convencional, pois utiliza símbolos, cores,
pontos e linhas para identificar as formas e características do terreno representado. A compreensão dos signos de
um mapa é indispensável para sua leitura e interpretação. Como você lê o mapa abaixo?
<imagem>
NASA
Imagem de satélite mostrando a Terra vista do espaço em 2014.
<imagem>
Mundo: urbanização (2012)
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna,
2013. p. 45.
Texto & contexto
1. Com base no mapa acima, o que você diria sobre a distribuição mundial das taxas de urbanização?
2. Por que o mapa é uma representação seletiva e convencional do terreno que ele representa?
3. Com que frequência e em que situações você costuma utilizar mapas? Você, geralmente, usa mapas em papel ou
mapas disponibilizados na internet?
A representação da Terra
Há várias maneiras de representar o espaço em que vivemos, por exemplo, por meio de fotos, filmes, etc. Para
representar a Terra, o meio mais preciso é o globo terrestre artificial, pois é o que guarda maior fidelidade à forma
esférica do planeta. No entanto, por sua praticidade, o mapa é o modo mais usado para a representação do espaço.
27. Como já foi dito, um mapa, ou uma carta geográfica, é uma representação gráfica plana – total ou parcial – da
superfície terrestre.
A Cartografia moderna dispõe de recursos técnicos muito avançados que se baseiam em informações coletadas por
sensoriamento remoto e processadas por computadores. Por constituir uma reprodução de uma superfície curva ou
esférica em uma superfície plana, o mapa, por mais preciso que seja, implica uma maior ou menor distorção, certa
infidelidade da representação gráfica em relação à realidade retratada. A superação desse problema depende da
adequada utilização das projeções cartográficas.
A volta ao mundo em 80 dias
Júlio Verne. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2012.
Esse clássico da literatura mundial conta a jornada do inglês Phileas Fogg depois de apostar que conseguiria dar a volta ao mundo em 80 dias.
Projeçõescartográficas
Pode-se dizer que projeções cartográficas são artifícios e procedimentos usados para projetar a superfície esférica
da Terra em uma superfície plana, tendo em vista a produção do mapa desejado.
Diversas questões estão envolvidas em uma projeção, a serem decididas pelo cartógrafo encarregado de elaborar
o mapa. Por exemplo: Que forma ou figura geométrica assumirá a folha de papel sobre a qual será feita a projeção? O
que se pretende distorcer ou deformar menos: as áreas, as formas ou as distâncias?
A Terra apresenta o formato de um geoide e sua superfície é irregular, o que impossibilita sua representação em um
plano sem incorrer em extensões ou contrações das áreas representadas.
Geoide: forma esférica achatada nos polos; esse achatamento faz comque não seja uma esfera perfeita.
Projetar é fazer aparecer a sombra de objetos em um plano. Imagine um filme a que você assiste no cinema. Quando
a luz passa pelo filme, ele emite sombras em uma tela. Algo parecido acontece com a representação da Terra no papel.
É como se o cartógrafo a envolvesse em folhas de papel transparentes e iluminasse o seu interior. A sombra dos
contornos dos continentes e das ilhas apareceria no papel e poderia ser desenhada. Ao abrir o papel, haveria um
desenho de todo o planeta em uma folha plana.
<imagem>
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
<imagem>
Desdobramento do globo terrestre
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de FITZ, Paulo Roberto. Cartografia básica. São Paulo: Oficina de Textos, 2008. p. 42.
Tipos de projeção
As projeções cartográficas podem ser classificadas de acordo com diferentes metodologias, que sempre buscam
um melhor ajuste para representar a superfície terrestre.
Uma dessas classificações se refere à superfície de projeção. Segundo essa classificação, as projeções podem ser:
▸ Cilíndricas – consistem em envolver a esfera terrestre em um cilindro de papel, sobre o qual será feita a projeção,
a partir de um foco no interior do globo. Desenrolando o cilindro, tem-se um mapa-múndi, ou planisfério. As
diferenças entre as projeções cilíndricas dependem do ponto em que é colocado o foco da projeção, já que
comumente tangencia a linha do equador. Caracterizam-se por apresentar paralelos e meridianos retos.
<imagem>
Projeção cilíndrica
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de IBGE. Atlas geográfico escolar. 5. ed. Rio de Janeiro, 2009. p. 21.
▸ Cônicas – projeções em que a figura geométrica sobre a qual é reproduzida a superfície do globo tem a forma de um
cone. De quase todas as projeções cônicas, resultam mapas com meridianos retos e paralelos curvos. Na projeção
cônica simples, por exemplo, a representação é fiel apenas sobre o paralelo tangente à esfera e sobre o meridiano
central; afastando-se daí, surgem as deformações, que são maiores nas bordas do mapa.
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Projeção cônica
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
28. Fonte: Adaptado de IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 21.
▸ Azimutais ou planas – são feitas sobre um plano, e o ponto de contato com o globo varia conforme a área que se
quer representar com alguma fidedignidade, já que as distorções aumentam a partir do centro do mapa. Em uma
projeção azimutal polar, os meridianos aparecem retos, e os paralelos, curvos.
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Projeção azimutal ou plana
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 21.
As projeções cartográficas também podem ser classificadas quanto às deformações apresentadas. Vale
lembrar que podemos reduzir as deformações com relação a áreas, distâncias ou ângulos, mas nunca
conseguiremos minimizar as três simultaneamente.
▸ Projeções conformes – priorizam a manutenção das formas terrestres em detrimento das áreas, que ficam
distorcidas. Os ângulos, no planisfério, são mantidos idênticos aos do globo terrestre, mas a escala só guarda
verdadeira correspondência nas proximidades do centro da projeção, geralmente na linha do equador. A partir daí,
as distorções aumentam progressivamente. A rigor, diversas escalas são usadas.
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Projeção conforme
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 22.
▸ Projeções equivalentes – preservam as áreas dos espaços representados, com o uso de uma única escala, mas os
ângulos ficam deformados, e as formas, distorcidas.
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Projeção equivalente
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 22.
▸ Projeções equidistantes – alteram tanto as formas quanto as áreas do espaço representado em benefício da
preservação das distâncias e das direções, que são mantidas com precisão a partir do centro da projeção.
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Projeção equidistante
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de IBGE. Atlas geográfico escolar. 6. ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 22.
Projeções mais conhecidas
Há centenas de projeções cartográficas utilizadas na representação do espaço geográfico, entre elas:
Projeção de Mercator
▸ Projeção de Mercator – a Cartografia moderna teve início em 1569, quando o cartógrafo e matemático flamengo
Gerhard Kremer, que se consagrou pelo codinome Mercator, elaborou um mapa‑múndi usando uma projeção
cilíndrica conforme. Com o foco de projeção no centro do globo, a projeção de Mercator é fiel à realidade apenas na
faixa equatorial; à medida que a latitude aumenta, os paralelos se afastam cada vez mais uns dos outros, o que
significa um aumento exagerado das áreas nas proximidades dos polos. A Groenlândia, por exemplo, aparece com
uma área semelhante à da América do Sul; porém, na realidade, é oito vezes menor.
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João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna,
2013. p. 12.
▸ Projeção de Peters – projeção cilíndrica equivalente, publicada pela primeira vez em 1973, que distorce formas, mas
preserva as áreas dos continentes e dos países.
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Projeção de Peters
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna,
2013. p. 12.
▸ Projeção de Mollweide – muito usada na confecção de planisférios, distorce as áreas sem os exageros das projeções
de Mercator e de Peters.
O meridiano central e os paralelos são retos, ao passo que os demais meridianos são curvos.
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Projeção de Mollweide
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de FERREIRA, Graça Maria Lemos. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna,
2013. p. 13.
▸ Projeções de Bertin e de Fuller – são empregadas com frequência para retratar aspectos do mundo globalizado de
hoje, como os fluxos comerciais. A do francês Jacques Bertin, de 1953, preserva a fidelidade da superfície dos
continentes, e as coordenadas não têm configuração perpendicular, pois os meridianos são curvos, dirigindo-se para
uma representação do polo localizada no meio do mapa. A projeção do estadunidense
Buckminster Fuller, de 1967, centrada geralmente no polo norte, favorece a manutenção das formas e da
proporcionalidade das terras emersas em detrimento dos oceanos.
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Projeção de Bertin
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de DURAND, Marie-Françoise. Geografia e relações internacionais: globalização, territórios e redes
na perspectiva da escola geográfica francesa. Caderno CRH, Salvador, v. 19, n. 48, p. 439, set./dez. 2006.
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Projeção de Fuller
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de DURAND, Marie-Françoise. Geografia e relações internacionais: globalização, territórios e redes
na perspectiva da escola geográfica francesa. Caderno CRH, Salvador, v. 19, n. 48, p. 439, set./dez. 2006.
Texto & contexto
1. Explique a seguinte frase: “O mapa, por mais preciso que seja, implica uma maior ou menor distorção, certa
infidelidade da representação gráfica em relação à realidade retratada”.
2. Por que não existe projeção cartográfica perfeita?
3. Identifique as diferenças entre as projeções cilíndricas, cônicas e azimutais ou planas, considerando a disposição
dos paralelos e dos meridianos.
4. Identifique as diferenças entre as projeções conformes, equivalentes e equidistantes, considerando as deformações
com relação a áreas, distâncias ou ângulos.
5. Ao analisar o mapa-múndi de acordo com a projeção de Peters, o que chama sua atenção? Que tipo de projeção é
essa?
6. Qual é a vantagem da projeção de Mollweide em relação à de Peters e à de Mercator?
Cartografia e visões de mundo
A construção de um mapa, além de estar sujeita ao tipo de projeção a ser usado e aos recursos técnicos disponíveis,
depende dos interesses em jogo e da visão de mundo à época, isto é, da ideologia dominante, que se expressa no
trabalho cartográfico.
Na Idade Média ocidental, por exemplo, a profunda religiosidade, própria do teocentrismo então dominante,
favoreceu até mesmo a concepção de que o mundo era um disco, com Jerusalém no centro. Mapas da época
colocavam o paraíso no leste, na direção da cidade sagrada. Assim, homens e mulheres deveriam buscar a salvação