O Lado Escuro do Mar – Paula Ottoni – Cap.1paulaottoni
Conto longo de fantasia por Paula Ottoni, a ser publicado em capítulos, um por semana. Acompanhe no blog: www.oladoescurodomar.blogspot.com.br
Sinopse: Agnes é uma garota pobre de Rasminn que costura e vende seus produtos na cidade para sustentar a si mesma e à sua mãe doente. Quando não consegue dinheiro suficiente para comprar a poção que poderia manter a mãe viva, Agnes decide se tornar uma ladra como muitos do povoado. Seu primeiro furto, porém, traz mais infortúnios do que esperava. A busca da jovem por amor e fortuna se tornam, então, duas maldições que mudarão até mesmo sua natureza humana.
O Lado Escuro do Mar – Paula Ottoni – Cap.1paulaottoni
Conto longo de fantasia por Paula Ottoni, a ser publicado em capítulos, um por semana. Acompanhe no blog: www.oladoescurodomar.blogspot.com.br
Sinopse: Agnes é uma garota pobre de Rasminn que costura e vende seus produtos na cidade para sustentar a si mesma e à sua mãe doente. Quando não consegue dinheiro suficiente para comprar a poção que poderia manter a mãe viva, Agnes decide se tornar uma ladra como muitos do povoado. Seu primeiro furto, porém, traz mais infortúnios do que esperava. A busca da jovem por amor e fortuna se tornam, então, duas maldições que mudarão até mesmo sua natureza humana.
RESUMO DO LIVRO VIDAS SECAS DE GRACILIANO RAMOS. OBRA DA SEGUNDA FASE DO MODERNISMO BRASILEIRO CONHECIDA COMO ROMANCE DE 30.
Literatura de denúncia social.
2. Graciliano Ramos
“Falo somente com o que falo:
com as mesmas vinte palavras
girando ao redor do sol
que as limpa do que não é faca”
(João Cabral de Melo Neto)
3. Vidas Secas – a narrativa
• Narrativa em 3ª pessoa – estilo enxuto –
economia vocabular
• O retrato social e existencial dos retirantes
nordestinos e o drama da solidão.
• O regionalismo universal.
• O lirismo advindo da objetividade.
• O romance cíclico.
4. Vidas Secas – a narrativa
• Os capítulos independentes.
• A seca como protagonista.
• A humanidade do autor – mescla na fala das
personagens.
5. "Miudinhos, perdidos no deserto queimado, os
fugitivos agarraram-se, somaram as suas desgraças e
os seus pavores. O coração de Fabiano bateu junto
ao coração de sinha Vitoria, um abraço cansado
aproximou os farrapos que os cobriam."
6. A problemática da linguagem
• A esfera de limitações: física - financeira - social –
linguística.
• A palavra transforma-se em obstáculo.
• A linguagem com instrumento de poder (cadeia –
contas).
7. A problemática da linguagem
Os níveis da linguagem
• Externo: as palavras soltas - um diálogo
inacabadas.
• Interno: coerência e organização.
8. O isolamento
• Solidão e o primitivismo: sociabilidade
ineficiente.
• Cada personagem vive seu próprio abandono.
9. As Personagens
Fabiano: o enfoque determinista – o polo da
brutalidade.
“Fabiano dava-se bem com a ignorância. Tinha o
direito de saber? Não tinha.
“E ele, Fabiano, era como a bolandeira. Não sabia
porquê, mas era.”
10. Sinha Vitória: o polo do conhecimento - o desejo de
mudança.
“Fora de propósito dissera ao marido umas
inconveniências a respeito da cama de varas.
Fabiano que não esperava semelhante desatino,
apenas grunhira: - “Hum! hum!” E amunhecada,
porque realmente mulher é bicho difícil de entender.
11. Menino mais moço: a busca pela atitude heroica – o
espelhamento na figura paterna
“E precisava crescer, ficar tão grande como Fabiano,
matar cabras a mão de pilão
12. Menino mais velho: a paixão pelas palavras
“A culpada era sinha Terta que na véspera, depois de
curar com reza a espinhal de Fabiano, soltara uma
palavra esquisita, chiando, o canudo do cachimbo
preso nas genvivas banguelas. ele tinha querido que a
palavra virasse coisa e ficara desapontado quando a
mãe se referira a um lugar ruim, com espetos e
fogueiras."
13. O soldado amarelo: o governo
“Não se inutilizava, não valia a pena inutilizar-se.
Guardava a sua força.
Vacilou e coçou a testa. Havia muitos bichinhos assim
ruins, havia um horror de bichinhos assim fracos e
ruins. Afastou-se, inquieto. Vendo-o acanalhado e
ordeiro, o soldado ganhou coragem, avançou, pisou
firme e perguntou o caminho. E Fabiano tirou o
chapéu de couro.
- Governo é governo.
14. Baleia: o catalisador emocional da família
Antropomorfizada – o contraste nome X condição.
“Baleia, que era como uma pessoa da família, sabida
como gente.”
“Deu um pontapé na cachorra, que se afastou
humilhada e com sentimentos revolucionários."
15. Tinha havido um desastre, mas Baleia não
atribuía a esse desastre a impotência em que se
achava nem percebia que estava livre de
responsabilidades. Uma angustia apertou-lhe o
pequeno coração. Precisava vigiar as cabras: àquela
hora cheiros de suçuarana deviam andar pelas
ribanceiras, rondar as moitas afastadas.
(...)
A tremura subia, deixava a barriga e chegava ao
peito de Baleia. Do peito para trás era tudo
insensibilidade e esquecimento. Mas o resto do
corpo se arrepiava, espinhos de mandacaru
penetravam na carne meio comida pela doença.
16. Baleia encostava a cabecinha fatigada na pedra. A
pedra estava fria, certamente sinha Vitória tinha
deixado o fogo apagar-se muito cedo.
Baleia queria dormir. Acordaria feliz, num mundo
cheio de preás. E lamberia as mãos de Fabiano, um
Fabiano enorme. As crianças se espojariam com
ela, rolariam com ela num pátio enorme, num
chiqueiro enorme. O mundo focaria todo cheio de
preás, gordos, enormes.”
17. Vidas Secas – o eterno retorno
Fuga
“Os pés calosos, duros como cascos, metidos em
alpercatas novas, caminhariam meses. Ou não
caminhariam? Sinha Vitória achou que sim. Fabiano
agradeceu a opinião dela e gabou-lhe as pernas
grossas, as nádegas volumosas, os peitos cheios. As
bochechas de sinha Vitória avermelharam-se e
Fabiano repetiu com entusiasmo o elogio. Era. Estava
boa, estava taluda, poderia andar muito. Sinha Vitória
riu e baixou os olhos.
18. Dentro de pouco tempo estaria magra, de seios
bambos. Mas recuperaria carnes. E talvez esse lugar
pra onde iam fosse melhor que os outros onde
tinham estado. (...)
As palavras de sinha Vitória encantavam-no iriam
para diante, alcançariam uma terra desconhecida.
Fabiano estava contente e acreditava nessa terra,
porque não sabia como ela era nem onde era. Repetia
docilmente as palavras de sinha Vitória, as palavras
que sinha Vitória murmurava porque tinha confiança
nele.
19. E andavam para o sul, metidos naquele sonho. Uma
cidade grande, cheia de pessoas fortes. Os meninos
em escolas, aprendendo coisas difíceis e necessárias.
Eles dois velhinhos, acabando-se como uns
cachorros, inúteis, acabando-se como Baleia. Que
iriam fazer? Retardaram-se temerosos. Chegariam a
uma terra desconhecida e civilizada, ficariam presos
nela. E o sertão mandaria para a cidade homens
fortes, brutos, como Fabiano, Sinha Vitória e os dois
meninos.”
20. “Depois da comida, falaria com Sinha Vitória sobre a
educação dos meninos.”