SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 9
Poema “vaidosa” de Cesário Verde
Por: Vanessa Pinheiro
nº8
11º4A1
2012/2013
Estrutura Externa
O poema é composto por cinco quadras, de verso
decassilábico.
"Di/zem /que/ tu/ és/ pu/ra co/mo/ um/ lí/rio "
A rima é interpolada e emparelhada, de acordo
com o esquema abba
Dizem que tu és pura como um lírio
E mais fria e insensível que o granito,
É que eu passo aí por favorito
Vivo louco de dor e de martírio.
Contam que tens um modo altivo e sério,
Que és muito desdenhosa e presumida,
E que o maior prazer da tua vida,
Seria acompanhar-me ao cemitério.
Chamam-te a bela imperatriz das fátuas,
A déspota, a fatal, o figurino,
E afirmam que és um molde alabastrino,
E não tens coração como as estátuas.
E narram o cruel martirológio
Dos que são teus, ó corpo sem defeito,
E julgam que é monótono o teu peito
Como o bater cadente dum relógio.
Porém eu sei que tu, que como um ópio
Me matas, me desvairas e adormeces,
És tão loira e doirada como as messes,
E possuis muito amor... muito amor próprio.
VERDE,Cesário.1995
Estrutura Interna
• Descrição da cidade absorvendo a melancolia e a
monotonia.
• Projeção da mulher da cidade:formosa, fria e altiva.
• Uso da ironia na descrição das primeiras 4
estrofes.
• Mulher artificial mas mesmo assim ele sofre por ela
Tema:
• Atração fatalmente, como uma droga (“como um ópio”),
arrastando-o para a morte.
• Última estrofe o autor realça e critica que o único amor
que ela sente é por si própria.
Figuras de estilo:
• Comparação : "Dizem que tu és pura como um lírio"
• Adjetivação: "E mais fria e insensível que o granito"
• Hipérbole: "Vivo louco de dor e de martírio"
• Enumeração: " A déspota, a fatal, o figurino"
• Anástrofe: " E julgam é que é monótono o teu peito"

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O herói romântico em _Amor de Perdição_ (1).pptx
O herói romântico em _Amor de Perdição_ (1).pptxO herói romântico em _Amor de Perdição_ (1).pptx
O herói romântico em _Amor de Perdição_ (1).pptxSANDRAMARLENEBARBOSA1
 
Álvaro de Campos
Álvaro de CamposÁlvaro de Campos
Álvaro de CamposAna Isabel
 
Características poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo ReisCaracterísticas poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo ReisDina Baptista
 
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"Maria Góis
 
Cesário Verde - "Ao Gás"
Cesário Verde - "Ao Gás"Cesário Verde - "Ao Gás"
Cesário Verde - "Ao Gás"Iga Almeida
 
Os Maias - Jantar no Hotel Central
Os Maias - Jantar no Hotel CentralOs Maias - Jantar no Hotel Central
Os Maias - Jantar no Hotel CentralDina Baptista
 
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaFernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaSamuel Neves
 
Os Maias - Episódio da Corneta do Diabo e Jornal A Trade
Os Maias - Episódio da Corneta do Diabo e  Jornal A TradeOs Maias - Episódio da Corneta do Diabo e  Jornal A Trade
Os Maias - Episódio da Corneta do Diabo e Jornal A TradeOxana Marian
 
Sebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de SousaSebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de SousaAntónio Aragão
 
A "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. PessoaA "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. PessoaDina Baptista
 
resumo 12º ano economia c 1º período
resumo 12º ano economia c 1º períodoresumo 12º ano economia c 1º período
resumo 12º ano economia c 1º períodoLia Treacy
 
Memorial do Convento - linguagem e estilo
Memorial do Convento - linguagem e estiloMemorial do Convento - linguagem e estilo
Memorial do Convento - linguagem e estiloFilipaFonseca
 

Mais procurados (20)

O herói romântico em _Amor de Perdição_ (1).pptx
O herói romântico em _Amor de Perdição_ (1).pptxO herói romântico em _Amor de Perdição_ (1).pptx
O herói romântico em _Amor de Perdição_ (1).pptx
 
Álvaro de Campos
Álvaro de CamposÁlvaro de Campos
Álvaro de Campos
 
Características poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo ReisCaracterísticas poéticas de Ricardo Reis
Características poéticas de Ricardo Reis
 
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
Estruturas externa-e-interna de "Frei Luís de Sousa"
 
áLvaro de campos
áLvaro de camposáLvaro de campos
áLvaro de campos
 
Os maias a intriga
Os maias   a intrigaOs maias   a intriga
Os maias a intriga
 
Cesário Verde - "Ao Gás"
Cesário Verde - "Ao Gás"Cesário Verde - "Ao Gás"
Cesário Verde - "Ao Gás"
 
Os Maias - Jantar no Hotel Central
Os Maias - Jantar no Hotel CentralOs Maias - Jantar no Hotel Central
Os Maias - Jantar no Hotel Central
 
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da InfânciaFernando Pessoa Nostalgia da Infância
Fernando Pessoa Nostalgia da Infância
 
Ricardo Reis
Ricardo ReisRicardo Reis
Ricardo Reis
 
Os Maias - Episódio da Corneta do Diabo e Jornal A Trade
Os Maias - Episódio da Corneta do Diabo e  Jornal A TradeOs Maias - Episódio da Corneta do Diabo e  Jornal A Trade
Os Maias - Episódio da Corneta do Diabo e Jornal A Trade
 
Cap vi
Cap viCap vi
Cap vi
 
Os Maias
Os MaiasOs Maias
Os Maias
 
Sebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de SousaSebastianismo - Frei Luís de Sousa
Sebastianismo - Frei Luís de Sousa
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
Os maias
Os maiasOs maias
Os maias
 
A "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. PessoaA "Mensagem", de F. Pessoa
A "Mensagem", de F. Pessoa
 
Orfeu rebelde
Orfeu rebeldeOrfeu rebelde
Orfeu rebelde
 
resumo 12º ano economia c 1º período
resumo 12º ano economia c 1º períodoresumo 12º ano economia c 1º período
resumo 12º ano economia c 1º período
 
Memorial do Convento - linguagem e estilo
Memorial do Convento - linguagem e estiloMemorial do Convento - linguagem e estilo
Memorial do Convento - linguagem e estilo
 

Destaque

Cesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoCesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoDina Baptista
 
Cesário Verde - Análise do poema "Contrariedades"
Cesário Verde - Análise do poema "Contrariedades"Cesário Verde - Análise do poema "Contrariedades"
Cesário Verde - Análise do poema "Contrariedades"Carlos Pina
 
Nós, de Cesário Verde
Nós, de Cesário VerdeNós, de Cesário Verde
Nós, de Cesário VerdeDina Baptista
 
A mulher em Cesario Verde
A mulher em Cesario VerdeA mulher em Cesario Verde
A mulher em Cesario VerdeMariaVerde1995
 
Temáticas de Cesário verde
Temáticas de Cesário verdeTemáticas de Cesário verde
Temáticas de Cesário verdeMariaVerde1995
 
Poema Em Petiz - Cesário Verde
Poema Em Petiz - Cesário VerdePoema Em Petiz - Cesário Verde
Poema Em Petiz - Cesário VerdeAMLDRP
 
Num bairro moderno - Cesário Verde
Num bairro moderno - Cesário VerdeNum bairro moderno - Cesário Verde
Num bairro moderno - Cesário VerdeJRS Photography
 
Vida e obra de cesário verde
Vida e obra de cesário verdeVida e obra de cesário verde
Vida e obra de cesário verdeMariaVerde1995
 
Caracteristicas de Cesário Verde
Caracteristicas de Cesário VerdeCaracteristicas de Cesário Verde
Caracteristicas de Cesário VerdeMariaVerde1995
 
Num bairro moderno
Num bairro modernoNum bairro moderno
Num bairro modernoaramalho340
 

Destaque (14)

Cesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-SistematizaçãoCesário Verde-Sistematização
Cesário Verde-Sistematização
 
Cesário Verde - Análise do poema "Contrariedades"
Cesário Verde - Análise do poema "Contrariedades"Cesário Verde - Análise do poema "Contrariedades"
Cesário Verde - Análise do poema "Contrariedades"
 
Nós, de Cesário Verde
Nós, de Cesário VerdeNós, de Cesário Verde
Nós, de Cesário Verde
 
A mulher em Cesario Verde
A mulher em Cesario VerdeA mulher em Cesario Verde
A mulher em Cesario Verde
 
A debil cesario verde
A debil cesario verdeA debil cesario verde
A debil cesario verde
 
Deslumbramentos
DeslumbramentosDeslumbramentos
Deslumbramentos
 
Temáticas de Cesário verde
Temáticas de Cesário verdeTemáticas de Cesário verde
Temáticas de Cesário verde
 
Poema Em Petiz - Cesário Verde
Poema Em Petiz - Cesário VerdePoema Em Petiz - Cesário Verde
Poema Em Petiz - Cesário Verde
 
Cristalizacoes
CristalizacoesCristalizacoes
Cristalizacoes
 
Num bairro moderno - Cesário Verde
Num bairro moderno - Cesário VerdeNum bairro moderno - Cesário Verde
Num bairro moderno - Cesário Verde
 
Vida e obra de cesário verde
Vida e obra de cesário verdeVida e obra de cesário verde
Vida e obra de cesário verde
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
Caracteristicas de Cesário Verde
Caracteristicas de Cesário VerdeCaracteristicas de Cesário Verde
Caracteristicas de Cesário Verde
 
Num bairro moderno
Num bairro modernoNum bairro moderno
Num bairro moderno
 

Semelhante a Vaidosa

Semelhante a Vaidosa (20)

Vinicius antologia poetica
Vinicius antologia poeticaVinicius antologia poetica
Vinicius antologia poetica
 
Viniciuspraviverumgrandeamor
ViniciuspraviverumgrandeamorViniciuspraviverumgrandeamor
Viniciuspraviverumgrandeamor
 
Vinicius
ViniciusVinicius
Vinicius
 
Vinícius+de+moraes
Vinícius+de+moraesVinícius+de+moraes
Vinícius+de+moraes
 
Vinicius 090528094340-phpapp01
Vinicius 090528094340-phpapp01Vinicius 090528094340-phpapp01
Vinicius 090528094340-phpapp01
 
O Rio de Vinicius de Moraes
O Rio de Vinicius de MoraesO Rio de Vinicius de Moraes
O Rio de Vinicius de Moraes
 
O riode vinicius
O riode viniciusO riode vinicius
O riode vinicius
 
Olavo bilac roteiro de estudo
Olavo bilac roteiro de estudoOlavo bilac roteiro de estudo
Olavo bilac roteiro de estudo
 
Olavo bilac roteiro de estudo
Olavo bilac roteiro de estudoOlavo bilac roteiro de estudo
Olavo bilac roteiro de estudo
 
Romantismo poesia - 2ª geração
Romantismo   poesia -  2ª geraçãoRomantismo   poesia -  2ª geração
Romantismo poesia - 2ª geração
 
Chuva de Poemas 1.pdf
Chuva de Poemas 1.pdfChuva de Poemas 1.pdf
Chuva de Poemas 1.pdf
 
ANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptx
ANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptxANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptx
ANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptx
 
ANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptx
ANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptxANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptx
ANÁLISE ALGUMA POESIA KDABRA.pptx
 
Entrevista: Descobrindo os segredos do livro "As mulheres de Poe"
Entrevista: Descobrindo os segredos do livro "As mulheres de Poe"Entrevista: Descobrindo os segredos do livro "As mulheres de Poe"
Entrevista: Descobrindo os segredos do livro "As mulheres de Poe"
 
Noivado do sepulcro
Noivado do sepulcroNoivado do sepulcro
Noivado do sepulcro
 
Apresentação1 cic vinícius
Apresentação1 cic viníciusApresentação1 cic vinícius
Apresentação1 cic vinícius
 
Apresentação1 cic vinícius
Apresentação1 cic viníciusApresentação1 cic vinícius
Apresentação1 cic vinícius
 
Apresentação1 cic vinícius
Apresentação1 cic viníciusApresentação1 cic vinícius
Apresentação1 cic vinícius
 
Carla (poesia)
Carla (poesia)Carla (poesia)
Carla (poesia)
 
Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01
Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01
Ultrarromantismo 110908200110-phpapp01
 

Vaidosa

  • 1. Poema “vaidosa” de Cesário Verde Por: Vanessa Pinheiro nº8 11º4A1 2012/2013
  • 2. Estrutura Externa O poema é composto por cinco quadras, de verso decassilábico. "Di/zem /que/ tu/ és/ pu/ra co/mo/ um/ lí/rio "
  • 3. A rima é interpolada e emparelhada, de acordo com o esquema abba Dizem que tu és pura como um lírio E mais fria e insensível que o granito, É que eu passo aí por favorito Vivo louco de dor e de martírio.
  • 4. Contam que tens um modo altivo e sério, Que és muito desdenhosa e presumida, E que o maior prazer da tua vida, Seria acompanhar-me ao cemitério. Chamam-te a bela imperatriz das fátuas, A déspota, a fatal, o figurino, E afirmam que és um molde alabastrino, E não tens coração como as estátuas.
  • 5. E narram o cruel martirológio Dos que são teus, ó corpo sem defeito, E julgam que é monótono o teu peito Como o bater cadente dum relógio. Porém eu sei que tu, que como um ópio Me matas, me desvairas e adormeces, És tão loira e doirada como as messes, E possuis muito amor... muito amor próprio. VERDE,Cesário.1995
  • 6. Estrutura Interna • Descrição da cidade absorvendo a melancolia e a monotonia. • Projeção da mulher da cidade:formosa, fria e altiva. • Uso da ironia na descrição das primeiras 4 estrofes. • Mulher artificial mas mesmo assim ele sofre por ela Tema:
  • 7. • Atração fatalmente, como uma droga (“como um ópio”), arrastando-o para a morte. • Última estrofe o autor realça e critica que o único amor que ela sente é por si própria.
  • 8. Figuras de estilo: • Comparação : "Dizem que tu és pura como um lírio" • Adjetivação: "E mais fria e insensível que o granito" • Hipérbole: "Vivo louco de dor e de martírio"
  • 9. • Enumeração: " A déspota, a fatal, o figurino" • Anástrofe: " E julgam é que é monótono o teu peito"