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Redução do Tempo Computacional na Previsão de Produção de Óleo Leve por WAG
Eliana Luci Ligero
UNISIM ON-LINE
Introdução
A redução da emissão dos gases que contribu-
em para o efeito estufa torna mais atrativo o em-
prego do CO2 em métodos de EOR (Enhanced Oil
Recovery), principalmente em reservatórios de
óleo com CO2 dissolvido.
O uso de CO2 como fluido de injeção pode
contribuir para o aumento da recuperação de óleo
em reservatórios com alta heterogeneidade e fra-
turados, tais como as rochas carbonáticas. A inje-
ção de gás, comparada à injeção de água, apre-
senta melhor eficiência de deslocamento microscó-
pico devido à baixa tensão interfacial entre as
fases óleo e gás. Contudo, quando usado como
fluido de injeção, o gás apresenta alta mobilidade,
que pode ser reduzida pela injeção alternada de
água e gás – WAG.
O método WAG foi proposto para melhorar a
eficiência de varrido do gás, pelo controle de sua
mobilidade pela água, combinando as vantagens
da injeção dos dois fluidos puros. Outros fenôme-
nos associados ao WAG miscível são inchamento,
variação da composição e redução da viscosidade
do óleo. Comparada à injeção de CO2, o WAG
requer menor quantidade de CO2.
No cenário atual, o interesse pela injeção WAG
é crescente. O uso do CO2 produzido como fluido
de injeção é uma alternativa atrativa para opera-
ções marítimas, devido às limitações de manipula-
ção, estocagem e exportação do gás. Tais limita-
ções, combinadas à produção de CO2 no pré-sal,
podem viabilizar o uso do WAG desde o início da
vida do campo.
Simulação da Injeção WAG-CO2
A maneira rigorosa de simular a produção de
um óleo leve por WAG é por meio da simulação
composicional em vez do modelo simplificado
Black-Oil. A simulação composicional requer ao
menos uma equação de estado (EOS) para repre-
sentar o equilíbrio de fases. A EOS, além de repre-
sentar os dados de liberação diferencial da mistura
óleo-gás, deve contemplar o inchamento do óleo
para uma representação adequada dos fenômenos
da injeção WAG-CO2 miscível.
Em muitos casos, a simulação composicional
está associada à dificuldade de convergência. No
método WAG, a alternância de fluidos varia signifi-
cativamente a saturação de fluidos durante a si-
mulação, podendo dificultar convergência e au-
mentar ainda mais o tempo de simulação.
Redução do Tempo Computacional do WAG
Para redução do tempo de simulação do méto-
do WAG, o artifício numérico Pseudo WAG foi in-
vestigado. O artifício consiste na injeção simultâ-
nea de água e CO2 no reservatório, mantendo as
mesmas quantidades de fluidos injetadas no WAG-
CO2.
Algumas suposições foram admitidas como
premissas no artifício Pseudo WAG. Uma única
EOS foi usada para modelar o fluido. O gás de
injeção foi CO2 puro, e seu volume disponível foi
suficiente para atender a demanda de gás no
WAG. As condições operacionais do WAG não
foram definidas com o objetivo de maximizar o
retorno econômico ou a produção de óleo. A pres-
são média do reservatório foi mantida acima da
pressão de mínima miscibilidade (PMM) do CO2 no
óleo, a fim de garantir o deslocamento miscível.
Efeitos de histerese e uma possível perda de inje-
tividade não foram considerados.
Caso Estudado
O caso estudado foi representado por reserva-
tório sintético e altamente heterogêneo, derivado
do modelo 2 do Caso SPE 10. O modelo de simula-
ção foi constituído de uma malha Cartesiana regu-
lar com 20x80x14 células. Os poços, 12 produto-
res e 6 injetores, foram dispostos em configuração
line-drive. As condições iniciais do reservatório
foram de alta pressão e baixa temperatura. O
fluido do reservatório consistiu de um óleo leve
com cerca de 8% molar de CO2 dissolvido. Os
parâmetros da EOS usados para representar o
equilíbrio de fases foram os mesmos reportados
por Moortgat et al. (2010). O modelo foi submeti-
do ao método WAG, sendo que a água foi injetada
nos primeiros 360 dias. Nos 360 dias sequentes, o
fluido de injeção foi alterado para o CO2. Essa
sequência de injeção de fluidos foi mantida em
todo período de simulação, ou seja, 10800 dias.
Resultados
As vazões de injeção no WAG foram definidas
visando manter a pressão média no reservatório
acima da PMM do CO2 no óleo, predita em cerca
de 3700 psia (Yuan et al., 2004), Figura 1. Os
perfis de pressão mostraram-se coincidentes para
o método WAG e o artifício Pseudo WAG.
A Figura 2 confirma a suposição de que no
artifício Pseudo WAG, metade das vazões de inje-
ção dos fluidos do WAG-CO2 foi injetada no reser-
vatório desde o início da simulação.
As produções acumuladas de óleo e gás no
artifício numérico Pseudo WAG foram análogas às
produções da injeção WAG, Figura 3. As curvas de
corte de água e razão gás-óleo preditas pelo Pseu-
do WAG, Figura 4, foram semelhantes às curvas
obtidas para o WAG.
A semelhança dos resultados das simulações
dos modelos com WAG-CO2 e Pseudo WAG valida
o artifício numérico em termos dos parâmetros de
“O uso do CO2 produzido
como gás de injeção no
WAG é uma alternativa
atrativa para operações
marítimas, devido a limita-
ções de manipulação, esto-
cagem e exportação do
gás.”
INTERESSES ESPECIAIS:
 UNISIM
 Publicações UNISIM
 Portal de Simulação de
Gerenciamento de Reser-
vatórios
 UNIPAR
 Edições anteriores
LINKS:
 Unicamp
 Cepetro
 Dep. Eng. Petróleo
 Fac. Eng. Mecânica
 Ciências e Eng. de Petró-
leo
PÓS-GRADUAÇÃO:
Ciências e Engenharia de
Petróleo: interessados em
Mestrado e Doutorado na
área de Simulação e Geren-
ciamento de Reservatórios
de Petróleo cliquem aqui.
Ano 8, Volume 2
70ª edição
Março de 2013
Figura 1: Pressão média no reservatório.
Página 2
“O artifício numérico para
redução do tempo compu-
tacional da simulação de
modelos composicionais
com injeção WAG-CO2 é
indicado para análise de
sensibilidade, possibilitando
uma resposta em menor
tempo.”
OPORTUNIDADES NO
UNISIM:
Se você tem interesse em
trabalhar ou desenvolver pes-
quisas no UNISIM, entre em
contato conosco.
Interesse imediato em:
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simulação, gerenciamento e
caracterização de reservató-
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Centro de Estudos de Petróleo
Univ. Estadual de Campinas
Campinas-SP
Tel: 55-19-3521-1220
Fax: 55-19-3289-4916
unisim@dep.fem.unicamp.br
Grupo de Pesquisa em Simulação
e Gerenciamento de Reservatórios
O UNISIM é um grupo de pesquisa da UNICAMP (Departamento de Engenharia de Petróleo, Faculdade de En-
genharia Mecânica, Centro de Estudos de Petróleo - CEPETRO) que tem como objetivo desenvolver trabalhos e
projetos na área de simulação e gerenciamento de reservatórios.
produção. Como o esperado, a recuperação de
óleo nos dois modelos foi praticamente idêntica
(34,6%).
A diferença entre os mapas de saturação de
óleo nos modelos com WAG e Pseudo WAG num
tempo intermediário de simulação (5640 dias),
Figura 5, mostra que as maiores diferenças ocor-
reram próximas aos injetores, ou seja, na frente
de avanço dos fluidos de injeção. Essas diferenças
não foram significativas e ocorreram em poucos
blocos. Portanto, o artifício Pseudo WAG foi capaz
de representar o escoamento dos fluidos de ma-
neira análoga ao método WAG.
A validação do artifício numérico Pseudo WAG
na representação do método WAG também foi
Para maiores informações, visite
https://www.unisim.cepetro.unicamp.br
UNISIM ON-LINE
confirmada pela significativa redução do tempo de
simulação, Figura 6. Detalhes sobre a aplicação e
validação do artifício Pseudo WAG estão descritos
em por Ligero et al. (2012).
Conclusões
A modelagem composicional representa a for-
ma mais rigorosa de simulação do método WAG,
porém está associada a um elevado tempo com-
putacional. O artifício numérico Pseudo WAG utili-
zado na simulação composicional de um reserva-
tório de óleo leve, em condições de elevada pres-
são e baixa temperatura, submetidos à injeção
WAG-CO2, reduziu consideravelmente o tempo da
simulação. Ao considerar as hipóteses adotadas
como premissas do artifício numérico, tais como, a
ausência dos efeitos de histerese e de possível
perda de injetividade, sua aplicação é aconselhá-
vel em procedimentos de análise de sensibilidade
que envolvam a simulação composicional do méto-
do WAG, possibilitando uma resposta em menor
tempo.
Referências
Ligero, E.L., Mello, S.F., Munõz Mazo, E.O, Schio-
zer, D.J., SPE 157680, SPETT, 2012.
Moortgat, J., Firoozabadi, A., Li, Z., Espósito, R.,
SPE 135563, ATCE, 2010.
Yuan, H., R.T. Johns, R.T., Egwuenu, A.M., Dindo-
ruk, B., SPE 89359, IOR, 2004.
Informações sobre a autora:
Eliana Luci Ligero possui graduação, mestrado e
doutorado em Engenharia Química pela UNICAMP.
É pesquisadora no UNISIM e atualmente trabalha
com Simulação de Processos envolvendo CO2.
Figura 2: Vazões de injeção de água e CO2.
Figura 3: Produções acumuladas de óleo e gás.
Figura 4: Corte de água e razão gás-óleo.
Figura 5: Diferença entre WAG e Pseudo WAG
(corte na região dos poços injetores).
Figura 6: Tempo computacional normalizado.

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  • 1. Redução do Tempo Computacional na Previsão de Produção de Óleo Leve por WAG Eliana Luci Ligero UNISIM ON-LINE Introdução A redução da emissão dos gases que contribu- em para o efeito estufa torna mais atrativo o em- prego do CO2 em métodos de EOR (Enhanced Oil Recovery), principalmente em reservatórios de óleo com CO2 dissolvido. O uso de CO2 como fluido de injeção pode contribuir para o aumento da recuperação de óleo em reservatórios com alta heterogeneidade e fra- turados, tais como as rochas carbonáticas. A inje- ção de gás, comparada à injeção de água, apre- senta melhor eficiência de deslocamento microscó- pico devido à baixa tensão interfacial entre as fases óleo e gás. Contudo, quando usado como fluido de injeção, o gás apresenta alta mobilidade, que pode ser reduzida pela injeção alternada de água e gás – WAG. O método WAG foi proposto para melhorar a eficiência de varrido do gás, pelo controle de sua mobilidade pela água, combinando as vantagens da injeção dos dois fluidos puros. Outros fenôme- nos associados ao WAG miscível são inchamento, variação da composição e redução da viscosidade do óleo. Comparada à injeção de CO2, o WAG requer menor quantidade de CO2. No cenário atual, o interesse pela injeção WAG é crescente. O uso do CO2 produzido como fluido de injeção é uma alternativa atrativa para opera- ções marítimas, devido às limitações de manipula- ção, estocagem e exportação do gás. Tais limita- ções, combinadas à produção de CO2 no pré-sal, podem viabilizar o uso do WAG desde o início da vida do campo. Simulação da Injeção WAG-CO2 A maneira rigorosa de simular a produção de um óleo leve por WAG é por meio da simulação composicional em vez do modelo simplificado Black-Oil. A simulação composicional requer ao menos uma equação de estado (EOS) para repre- sentar o equilíbrio de fases. A EOS, além de repre- sentar os dados de liberação diferencial da mistura óleo-gás, deve contemplar o inchamento do óleo para uma representação adequada dos fenômenos da injeção WAG-CO2 miscível. Em muitos casos, a simulação composicional está associada à dificuldade de convergência. No método WAG, a alternância de fluidos varia signifi- cativamente a saturação de fluidos durante a si- mulação, podendo dificultar convergência e au- mentar ainda mais o tempo de simulação. Redução do Tempo Computacional do WAG Para redução do tempo de simulação do méto- do WAG, o artifício numérico Pseudo WAG foi in- vestigado. O artifício consiste na injeção simultâ- nea de água e CO2 no reservatório, mantendo as mesmas quantidades de fluidos injetadas no WAG- CO2. Algumas suposições foram admitidas como premissas no artifício Pseudo WAG. Uma única EOS foi usada para modelar o fluido. O gás de injeção foi CO2 puro, e seu volume disponível foi suficiente para atender a demanda de gás no WAG. As condições operacionais do WAG não foram definidas com o objetivo de maximizar o retorno econômico ou a produção de óleo. A pres- são média do reservatório foi mantida acima da pressão de mínima miscibilidade (PMM) do CO2 no óleo, a fim de garantir o deslocamento miscível. Efeitos de histerese e uma possível perda de inje- tividade não foram considerados. Caso Estudado O caso estudado foi representado por reserva- tório sintético e altamente heterogêneo, derivado do modelo 2 do Caso SPE 10. O modelo de simula- ção foi constituído de uma malha Cartesiana regu- lar com 20x80x14 células. Os poços, 12 produto- res e 6 injetores, foram dispostos em configuração line-drive. As condições iniciais do reservatório foram de alta pressão e baixa temperatura. O fluido do reservatório consistiu de um óleo leve com cerca de 8% molar de CO2 dissolvido. Os parâmetros da EOS usados para representar o equilíbrio de fases foram os mesmos reportados por Moortgat et al. (2010). O modelo foi submeti- do ao método WAG, sendo que a água foi injetada nos primeiros 360 dias. Nos 360 dias sequentes, o fluido de injeção foi alterado para o CO2. Essa sequência de injeção de fluidos foi mantida em todo período de simulação, ou seja, 10800 dias. Resultados As vazões de injeção no WAG foram definidas visando manter a pressão média no reservatório acima da PMM do CO2 no óleo, predita em cerca de 3700 psia (Yuan et al., 2004), Figura 1. Os perfis de pressão mostraram-se coincidentes para o método WAG e o artifício Pseudo WAG. A Figura 2 confirma a suposição de que no artifício Pseudo WAG, metade das vazões de inje- ção dos fluidos do WAG-CO2 foi injetada no reser- vatório desde o início da simulação. As produções acumuladas de óleo e gás no artifício numérico Pseudo WAG foram análogas às produções da injeção WAG, Figura 3. As curvas de corte de água e razão gás-óleo preditas pelo Pseu- do WAG, Figura 4, foram semelhantes às curvas obtidas para o WAG. A semelhança dos resultados das simulações dos modelos com WAG-CO2 e Pseudo WAG valida o artifício numérico em termos dos parâmetros de “O uso do CO2 produzido como gás de injeção no WAG é uma alternativa atrativa para operações marítimas, devido a limita- ções de manipulação, esto- cagem e exportação do gás.” INTERESSES ESPECIAIS:  UNISIM  Publicações UNISIM  Portal de Simulação de Gerenciamento de Reser- vatórios  UNIPAR  Edições anteriores LINKS:  Unicamp  Cepetro  Dep. Eng. Petróleo  Fac. Eng. Mecânica  Ciências e Eng. de Petró- leo PÓS-GRADUAÇÃO: Ciências e Engenharia de Petróleo: interessados em Mestrado e Doutorado na área de Simulação e Geren- ciamento de Reservatórios de Petróleo cliquem aqui. Ano 8, Volume 2 70ª edição Março de 2013 Figura 1: Pressão média no reservatório.
  • 2. Página 2 “O artifício numérico para redução do tempo compu- tacional da simulação de modelos composicionais com injeção WAG-CO2 é indicado para análise de sensibilidade, possibilitando uma resposta em menor tempo.” OPORTUNIDADES NO UNISIM: Se você tem interesse em trabalhar ou desenvolver pes- quisas no UNISIM, entre em contato conosco. Interesse imediato em:  Pesquisador na área de simulação, gerenciamento e caracterização de reservató- rios. Para mais detalhes, clique aqui. Depto. Eng. Petróleo Fac. Eng. Mecânica Centro de Estudos de Petróleo Univ. Estadual de Campinas Campinas-SP Tel: 55-19-3521-1220 Fax: 55-19-3289-4916 unisim@dep.fem.unicamp.br Grupo de Pesquisa em Simulação e Gerenciamento de Reservatórios O UNISIM é um grupo de pesquisa da UNICAMP (Departamento de Engenharia de Petróleo, Faculdade de En- genharia Mecânica, Centro de Estudos de Petróleo - CEPETRO) que tem como objetivo desenvolver trabalhos e projetos na área de simulação e gerenciamento de reservatórios. produção. Como o esperado, a recuperação de óleo nos dois modelos foi praticamente idêntica (34,6%). A diferença entre os mapas de saturação de óleo nos modelos com WAG e Pseudo WAG num tempo intermediário de simulação (5640 dias), Figura 5, mostra que as maiores diferenças ocor- reram próximas aos injetores, ou seja, na frente de avanço dos fluidos de injeção. Essas diferenças não foram significativas e ocorreram em poucos blocos. Portanto, o artifício Pseudo WAG foi capaz de representar o escoamento dos fluidos de ma- neira análoga ao método WAG. A validação do artifício numérico Pseudo WAG na representação do método WAG também foi Para maiores informações, visite https://www.unisim.cepetro.unicamp.br UNISIM ON-LINE confirmada pela significativa redução do tempo de simulação, Figura 6. Detalhes sobre a aplicação e validação do artifício Pseudo WAG estão descritos em por Ligero et al. (2012). Conclusões A modelagem composicional representa a for- ma mais rigorosa de simulação do método WAG, porém está associada a um elevado tempo com- putacional. O artifício numérico Pseudo WAG utili- zado na simulação composicional de um reserva- tório de óleo leve, em condições de elevada pres- são e baixa temperatura, submetidos à injeção WAG-CO2, reduziu consideravelmente o tempo da simulação. Ao considerar as hipóteses adotadas como premissas do artifício numérico, tais como, a ausência dos efeitos de histerese e de possível perda de injetividade, sua aplicação é aconselhá- vel em procedimentos de análise de sensibilidade que envolvam a simulação composicional do méto- do WAG, possibilitando uma resposta em menor tempo. Referências Ligero, E.L., Mello, S.F., Munõz Mazo, E.O, Schio- zer, D.J., SPE 157680, SPETT, 2012. Moortgat, J., Firoozabadi, A., Li, Z., Espósito, R., SPE 135563, ATCE, 2010. Yuan, H., R.T. Johns, R.T., Egwuenu, A.M., Dindo- ruk, B., SPE 89359, IOR, 2004. Informações sobre a autora: Eliana Luci Ligero possui graduação, mestrado e doutorado em Engenharia Química pela UNICAMP. É pesquisadora no UNISIM e atualmente trabalha com Simulação de Processos envolvendo CO2. Figura 2: Vazões de injeção de água e CO2. Figura 3: Produções acumuladas de óleo e gás. Figura 4: Corte de água e razão gás-óleo. Figura 5: Diferença entre WAG e Pseudo WAG (corte na região dos poços injetores). Figura 6: Tempo computacional normalizado.