SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 112
Baixar para ler offline
UFCD 7229
GESTÃO DO STRESS DO PROFISSIONAL
FORMADORA: CARLA PEREIRA
25H
CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS
CAPÍTULO 1 - O STRESS
1. CONCEITO DE STRESS
2. FATORES DE RISCO: EMOCIONAIS, SOCIAIS, ORGANIZACIONAIS
3. SINAIS E SINTOMAS
4. CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS DO STRESS
5. MEDIDAS PREVENTIVAS
6. TÉCNICAS DE CONTROLO E GESTÃO DE STRESS PROFISSIONAL
7. COMO LIDAR COM SITUAÇÕES DE AGONIA E SOFRIMENTO
8. TÉCNICAS DE AUTO-PROTEÇÃO
CAPÍTULO 2 - AS EMOÇÕES
1. CONCEITO DE EMOÇÃO
2. CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS, COGNITIVAS E COMPORTAMENTAIS DAS
EMOÇÕES
3. ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DAS EMOÇÕES
Capítulo 1
STRESS
1 - CONCEITO DE STRESS
Dos trabalhos de Lazarus e seus
colaboradores, na década de 60,
retiraram-se dois pressupostos
que servem de base no
entendimento sobre o stress:
1) não há nenhuma situação que,
por si só, possa ser reconhecida
como geradora (indutora) de
stress;
2) o fator decisivo que leva um
indivíduo a sentir-se ou não em
stress depende da avaliação
que faz da situação
(circunstância).
Desta forma, podemos definir
o stress como uma tensão física
ou psicológica
fora do habitual,
que provoca um estado ansioso
no organismo
(Vaz Serra, 2007).
O stress no trabalho define-se,
como a
“interacção das condições de
trabalho
com características do
trabalhador
de tal modo que as exigências
que lhe são criadas
ultrapassam a sua capacidade
de lidar com elas.”
Acontecimentos
traumáticos
Acontecimentos
significativos da
vida
Situações
crónicas
indutores de
stress
Micro
indutores de
stress
Macro
indutores
de stress
Acontecimentos
desejados que não
ocorrem
Traumas
ocorridos no
desenvolvimento
2 - FATORES DE RISCO: EMOCIONAIS, SOCIAIS, ORGANIZACIONAIS
Segundo Vaz Serra (2007), podemos estabelecer classes indutoras (fatores de risco) de stress
numa perspetiva relativa à própria pessoa:
Situações crónicas indutores de stress: referem-se a
problemas perturbadores regulares/constantes no desempenho
dos papéis e atividades diárias do indivíduo. P.EX.: ter
frequentemente tarefas com prazos limite, ter demasiadas
solicitações para cumprir ao mesmo tempo, ter conflitos frequentes
com os cônjuges, familiares ou colegas de trabalho. Como que um
processo lento de envenenamento, em sentido figurado, que ocorre
na vida de um indivíduo.
Acontecimentos significativos da vida: simbolizam uma
“martelada” que, de repente, ocorre na vida de uma pessoa. Pode
SER UMA separação ou divorcio, a saída de um filho de casa,
morte de um cônjuge, perda de um emprego que considerava
estável.
Acontecimentos traumáticos: correspondem a situações
graves como, por exemplo, uma ameaça de morte,
espancamento, ser vítima de um incêndio, naufrágio ou tremor de
terra de grande intensidade;
Acontecimentos desejados que não ocorrem: representam
um desejo, objetivo que tarda em concretizar-se, P. Ex: tentativas
de engravidar por anos a fio sem sucesso, promoção justa na
carreira que não acontece, as pazes com um familiar que nunca
mais surgem.
Macro indutores de stress: são devidos à organização e
funcionamento do sistema social que podem determinar p. ex.:
períodos económicos de recessão, uma prevalência grande de
desemprego, dificuldades para uma dada industria ou impostos
demasiado altos.
Micro indutores de stress: pequenos acontecimentos
perturbadores do dia-a-dia que se acumulam. P ex: andar
diariamente de automóvel em zonas de muito transito, estar
exposto ao fumo do tabaco se é um não fumador, ter vizinhos
que incomodam, realizar tarefas, nas quais, não nos sentimos à
vontade. O impacto depende muito da forma de reagir de cada
pessoa.
Traumas ocorridos no desenvolvimento: os acontecimentos
traumáticos que ocorrem na infância podem ter consequências
graves na vida adulta porque o ser humano é apanhado numa
fase formativa, com fracas defesas psicológicas e, por isso
mesmo, vulnerável.
CRIANÇAS QUE VIVERAM EM CLIMA DE VIOLÊNCIA OU NEGLIGÊNCIA PODEM TER DIFICULDADES DE
VINCULAÇÃO COM AS OUTRAS PESSOAS. COSTUMAM APRESENTAR PERTURBAÇÃO NA CAPACIDADE DE
AUTORREGULAÇÃO.
ESTA INCAPACIDADE DE AUTORREGULAÇÃO ESTÁ ASSOCIADA AO CONSUMO DE DROGAS ILÍCITAS,
ESTADOS DE DEPRESSÃO E COMPORTAMENTOS IMPULSIVOS, PODENDO LEVAR O INDIVÍDUO A SENTIR
OS PEQUENOS PROBLEMAS COMO “ CASOS QUE O ESMAGAM” E TER A TENDÊNCIA A DESENVOLVER
COMPORTAMENTOS AUTODESTRUTIVOS, COMO LESÕES PROVOCADAS A SI MESMO, TRANSTORNOS
ALIMENTARES E TENTATIVAS DE SUICÍDIO.
NA PERSPETIVA DOS
PROFISSIONAIS,
VIVES (1994)
AGRUPA EM CINCO
AS POTENCIAIS
FONTES DE STRESS:
1 - FATORES AMBIENTAIS DIRETAMENTE RELACIONADOS COM O TRABALHO:
CONDIÇÕES FÍSICAS DO SERVIÇO;
PERIGOS FÍSICOS (CONTÁGIO,)
EXIGÊNCIA DE FORMAÇÃO;
ESCASSOS RECURSOS MATERIAIS DISPONÍVEIS.
2 - FATORES RELACIONAIS (ENTRE A EQUIPA):
MÁS RELAÇÕES COM SUPERIORES, COLEGAS E SUBORDINADOS;
RECEBER ORDENS CONTRADITÓRIAS;
FALTA DE CONFIANÇA E RESTRIÇÃO DA AUTONOMIA;
FALTA DE INFORMAÇÃO MÉDICA.
3 - FATORES ORGANIZACIONAIS E BUROCRÁTICOS:
MÁ ORGANIZAÇÃO NA DISTRIBUIÇÃO DE TAREFAS;
HORÁRIOS SOBRECARREGADOS;
AUMENTO DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA;
FALTA DE RECOMPENSAS ADMINISTRATIVAS.
4 - FATORES PROFISSIONAIS INERENTES AO DESEMPENHO DE PAPÉIS:
NOÇÃO DE BAIXO NÍVEL DE FORMAÇÃO;
MEDO DA MORTE;
CONTACTO COM CLIENTES AGRESSIVOS E NÃO COLABORANTES;
TAREFAS INGRATAS, REPETITIVAS E PESADAS;
AMBIÇÕES PESSOAIS FRUSTRADAS;
BAIXO SALÁRIO.
5 - FATORES RELACIONADOS COM A EXIGÊNCIA:
ESCASSEZ DE COLABORADORES;
SOLICITAÇÕES PARA ESTAR EM VÁRIOS LOCAIS AO MESMO TEMPO;
IMPOSIÇÃO DE PRAZOS POR OUTRAS PESSOAS;
CUMPRIR ORDENS POR DUAS OU MAIS PESSOAS EM SIMULTÂNEO;
NECESSIDADES E EXIGÊNCIAS DOS FAMILIARES.
3 - SINAIS E SINTOMAS
DO STRESS
Antes de mais, torna-se importante fazer a
distinção entre sinais e sintomas.
• Os sinais são alterações do organismo de uma
pessoa que podem ser percebidas através do
exame médico ou medidas em exames.
• Os sintomas são alterações do organismo
apenas percebidas e relatadas pela própria
pessoa, não sendo possível a outra pessoa
diagnosticar (Vaz Serra, 2007).
E do organismo de cada ser humano que ativa certos órgãos do corpo e não outros.
a sensação ou não de controlo,
a manutenção ou esbatimento da situação,
a personalidade do indivíduo,
o tipo de situação que desencadeia o stress,
dos aspetos culturais,
As manifestações que poderão existir, têm a influência:
Os sinais e sintomas de stress variam de pessoa para pessoa.
(Vaz Serra, 2007)
SEGUE-SE A ENUMERAÇÃO DE ALGUNS
SINAIS E SINTOMAS DE STRESS
DIFERENCIADOS PELAS VÁRIAS VERTENTES DO SER HUMANO,
SEGUNDO ROSSI (2010)
1 - FÍSICOS:
AUMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL;
PALPITAÇÕES, DORES DE CABEÇA, PESCOÇO, OMBROS OU COSTAS;
ALTERAÇÃO DO SONO (INSÓNIAS OU HIPERSÓNIAS);
ALTERAÇÃO DO PESO (COMER EXAGERADAMENTE OU FALTA DE
APETITE);
INDIGESTÃO E NÁUSEAS;
FADIGA.
2 - COGNITIVOS:
DIFICULDADES DE CONCENTRAÇÃO;
PROBLEMAS DE MEMÓRIA;
CONFUSÃO MENTAL;
DIFICULDADE EM TOMAR DECISÕES;
AUTO-CONSERVAÇÃO NEGATIVA.
3 - EMOCIONAIS
ALTERAÇÃO DO HUMOR;
IRRITABILIDADE;
PERDA DE CONTROLO;
SENSAÇÃO DE SUFOCO/INCERTEZA;
DESAMPARO;
IDEAÇÃO SUICIDA;
BAIXA AUTOESTIMA;
LABILIDADE EMOCIONAL.
4 - COMPORTAMENTAIS:
PERDA DE INTERESSE NO TRABALHO E ATIVIDADES SOCIAIS;
CONSUMO DE ÁLCOOL, TABACO E DROGAS ILÍCITAS;
AFASTAMENTO SOCIAL (DA FAMÍLIA E AMIGOS);
DESINTERESSE SEXUAL;
POSIÇÃO DE CONFLITO CONSTANTE COM OS OUTROS.
5 - ESPIRITUAIS:
DESCRENÇA EM QUESTÕES DE FÉ;
SENSAÇÃO DE VAZIO;
DÚVIDA;
SENSAÇÃO DE DESNORTE.
4 - CONSEQUÊNCIAS
NEGATIVAS DO STRESS
O stress tem consequências consideráveis sobre o ser
humano
• contribuindo para deteriorar a qualidade de
vida de milhões de pessoas em todo o mundo.
• no mal-estar,
• nas incapacidades e nas mortes prematuras que
gera,
• na maneira como afeta o coração e outros
órgãos importantes,
• nos transtornos físicos, psíquicos que provoca,
• no consumo de analgésicos, tranquilizantes,
tabaco, drogas ilícitas e bebidas alcoólicas.
Os custos do stress só podem ser
calculados por indicadores indiretos.
Estes consistem:
• diretamente no comportamento do indivíduo,
• indiretamente no clima da
organização/entidade,
• na insatisfação com o despenho das tarefas,
• na baixa adesão aos objetivos e propostas da
entidade,
• nos atrasos de produção,
• nos acidentes com maquinas,
• nas mudanças de emprego,
• nas reformas antecipadas .
No plano organizacional reflete-se:
(Vaz Serra, 2007).
• a sobrecarga de trabalho,
• a subcarga de trabalho,
• a pouca autonomia de decisão,
• a existência de trabalhos por turnos,
• condições físicas adversas.
Entre as caraterísticas do trabalho que
podem ter consequências negativas sobre o
indivíduo, salientam-se:
Assim, o stress não é apenas um termo que se
relaciona com alguma situação
incomodativa.
Quando é intenso, repetitivo e prolongado
poderá ter consequências preocupantes
que podem lesar o bem-estar e a saúde (física
e psíquica) do indivíduo.
Segundo Vaz Serra (2007), o stress excessivo torna-se
prejudicial porque pode:
1. Evocar emoções negativas fortes que são
perturbadoras;
2. Levar ao desenvolvimento ou agravamento de uma
doença física e/ou psíquica;
3. Ter influência negativa na família, trabalho e vida
social;
4. Ocasionar maior número de acidentes de trabalho ou
rodoviário;
5. Prejudicar os processos de tomada de decisão;
6. Ter efeitos negativos em aspetos de natureza
económica;
7. Provocar alterações do sono, vida sexual,
metabolismo e sistema imunitário.
5 - MEDIDAS
PREVENTIVAS
DO STRESS
Anteriormente, foram referidos os vários fatores
de risco ou fontes potenciais de stress, quer na
vida pessoal, quer na vida laboral.
Rossi (2010) descreveu várias condições de
prevenção necessárias para que não se atinga
situações de limite/stress.
NUM PLANO ORGANIZACIONAL TEMOS:
1- Avaliação apropriada dos riscos:
utilização de inquéritos e escalas
de avaliação do stress para
avaliar o estado atual dos
indivíduos/ trabalhadores e
permitir medidas de antecipação;
2 - Planificação e ajustamento
gradual: os objetivos a atingir, as
tarefas a cumprir, as
responsabilidades, os recursos
necessários devem ser planificados
antes de início da
atividade/tarefa;
3 - As medidas devem ter sempre
como alvo o grupo de trabalho: as
intervenções devem ser sempre
dirigidas a grupos de trabalho e
apenas, se estritamente necessário,
a uma pessoa em particular;
4 - Inclusão da opinião dos
trabalhadores: a experiências
dos trabalhadores nas distintas
atividades devem ser levadas
em conta para identificar
problemas e possíveis soluções;
5 - Intervenções efetuadas por
profissionais especializados: os
planos de prevenção devem ser
elaborados por profissionais
competentes nas áreas da saúde
(médicos, enfermeiros,
psicólogos, assistentes sociais);
6 - Gestão dos riscos pelas
hierarquias superiores:
compromisso dos quadros
superiores de colocar a gestão
dos riscos como uma prioridade.
NUM PLANO PESSOAL/INDIVIDUAL,
CERTAS CONDUTAS PODERÃO TER EFEITOS PREVENTIVOS, TAIS COMO:
Encontrar ideias
construtivas para resolver
um problema;
Estabelecer prioridades,
avaliar o que é inadiável e
o que pode ser delegado;
Comunicar aos superiores
possíveis lacunas ou
excessivo volume de
trabalho. Apresentar
propostas de melhoria;
Identificar novas tarefas
que possam ser atribuídas;
Seguir as políticas
vigentes na entidade;
Defender a
responsabilidade para
planear o trabalho;
Em situação de assédio
sexual ou outro, reportar
imediatamente a situação
para os superiores
hierárquicos;
Pedir informações sobre
inovações que serão
implementadas;
Aceitar e contribuir para
uma avaliação de
desempenho justa;
Comprometimento em
formação continua.
6 - TÉCNICAS DE
CONTROLO E GESTÃO
DE STRESS
PROFISSIONAL
Existe um termo inglês que não tem tradução
fácil para o português e que se designa por
coping.
Atualmente quando aplicamos o termo
coping tem um significado preciso:
refere-se às estratégias para lidar
com o stress
(Vaz Serra, 2007).
ASSIM,
AS ESTRATÉGIAS DE COPING
CORRESPONDEM
ÀS RESPOSTAS DA PESSOA
QUE TEM COMO FINALIDADE
DIMINUIR A “CARGA”
FÍSICA, EMOCIONAL E
PSICOLÓGICA
LIGADA AOS
ACONTECIMENTOS
GERADORES DE STRESS.
AS ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM SITUAÇÕES DE STRESS PODEM SER CENTRADAS:
➢NO INDIVÍDUO (NO PROBLEMA),
➢NA DIMINUIÇÃO DAS EMOÇÕES SENTIDAS,
➢NA BUSCA DE APOIO SOCIAL.
VAMOS AGORA TRATAR DE CADA UMA DAS MODALIDADES EM PARTICULAR ASSENTES NA
PERSPETIVA DE VAZ SERRA (2007).
ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM O STRESS
FOCADAS NO PROBLEMA:
AS ESTRATÉGIAS FOCADAS NO PROBLEMA PROCURAM ESTABELECER UM PLANO
DE AÇÃO E SEGUI-LO ATÉ ELIMINAR O PROBLEMA.
OS PLANOS DE AÇÃO EVITAM QUE UM ESTADO/SENSAÇÃO DESAGRADÁVEL SE
PROLONGUE E PREJUDIQUE O BEM-ESTAR E A SAÚDE DO SER HUMANO.
UM PLANO DE AÇÃO PASSA POR DESENVOLVER VÁRIAS ETAPAS INTERMÉDIAS
ATÉ CHEGAR À RESOLUÇÃO DO PROBLEMA.
VEJAMOS UM EXEMPLO:
NUMA INSTITUIÇÃO, DUAS PESSOAS QUE TRABALHAM NUM MESMO SECTOR NÃO
CONSEGUEM DIALOGAR E CHEGAR A ENTENDIMENTO SOBRE AS TAREFAS E ISSO
PROVOCA UM ESTADO DE TENSÃO CONSTANTE.
UM PLANO DE AÇÃO ACONSELHÁVEL SERIA:
1º
ALGUÉM TOMAR A
INICIATIVA DE
QUERER RESOLVER
O PROBLEMA;
2ª
RECORRER A
ALGUÉM QUE
POSSA MEDIAR
UM DIÁLOGO
ENTRE AMBAS AS
PARTES;
3º
AVALIAR OS
PONTOS
DIVERGENTES;
4º
REUNIR COM O MEDIADOR
E O/A COLEGA DE
TRABALHO; DEBATER OS
PONTOS DIVERGENTES E
TENTAR ENCONTRAR
SOLUÇÕES E MEDIDAS
PARA QUE O TRABALHO
POSSA FLUIR.
DE QUALQUER FORMA, AS ESTRATÉGIAS FOCADAS NA RESOLUÇÃO DO
PROBLEMA SÃO AS MAIS ACONSELHADAS, POIS, PERMITEM REMOVER
DEFINITIVAMENTE AS FONTES DE PERTURBAÇÃO.
AS ESTRATÉGIAS DE COPING QUE LEVAM À PROCURA DE INFORMAÇÃO E
RESOLUÇÃO DO PROBLEMA TÊM EFEITOS BENÉFICOS SOBRE O
FUNCIONAMENTO PSICOLÓGICO E, PERMITEM REDUZIR A INFLUÊNCIA ADVERSA
DAS MUDANÇAS NEGATIVAS E DAS SITUAÇÕES DE PRESSÃO QUE REAPARECEM
NO TEMPO.
AS PESSOAS COM TENDÊNCIA A USAR ESTRATÉGIAS DE RESOLUÇÃO DE
PROBLEMAS TÊM MENOS PROPENSÃO DO QUE AS OUTRAS DE FICARAM
DEPRIMIDAS.
ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM O PROBLEMA
FOCADAS NA EMOÇÃO:
QUANDO O STRESS É SENTIDO COMO MAIS GRAVE, O FOCO É MAIS
ORIENTADO PARA O CONTROLO DAS EMOÇÕES.
QUANDO ATINGEM UMA INTENSIDADE GRAVE SÃO DIFÍCEIS DE TOLERAR E
AFETAM AS ROTINAS E INTERFEREM LARGAMENTE COM O SEU BEM-ESTAR.
Por vezes, tentamos fugir das
situações que nos provocam
demasiada tensão, fugimos
de forma real ou imaginada
da situação desagradável
em que vivemos.
Os mecanismos que reduzem
os estados de tensão têm
diferentes finalidades.
ALGUMAS SÃO UTEIS, ONDE A PESSOA APENAS PROCURA UMA
FORMA IMEDIATA PARA REDUZIR AS EMOÇÕES DESAGRAVÁVEIS:
OUVIR MUSICA, VER UM FILME;
PRATICAR IOGA OU RELAXAMENTO;
FAZER EXERCÍCIO FÍSICO;
DISTANCIAR-SE DO PROBLEMA PARA VÊ-LO DE UMA FORMA/PERSPETIVA
DIFERENTE;
COMPARAR OS PROBLEMAS COM OUTROS POTENCIALMENTE MAIS
GRAVES (RELATIVIZAR A SITUAÇÃO);
CANALIZAR A ENERGIAS PARA OUTROS OBJETIVOS
PRIORITÁRIOS/IMPORTANTES.
OUTRAS SÃO PREJUDICIAIS NA MEDIDA EM QUE ADIAMOS INDEFINIDAMENTE A
RESOLUÇÃO DO PROBLEMA E APENAS ADIAMOS A DOR MORAL,
TAIS MEDIDAS PODERÃO SER:
FICAR NA CAMA DURANTE DIAS SEGUIDOS;
PENSAR COMO QUE O PROBLEMA NÃO EXISTISSE;
CONSUMIR DROGAS ILÍCITAS E AUTOMEDICAÇÃO;
BEBER OU COMER EM EXCESSO.
ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM O STRESS
FOCADAS NA INTERAÇÃO SOCIAL:
ESTES TIPOS DE ESTRATÉGIAS ESTÃO ASSOCIADAS À FORMA COMO LIDAMOS E
MANTEMOS O RELACIONAMENTO COM OUTRAS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE
STRESS.
A PESSOA QUE DÁ APOIO MANIFESTA UMA RELAÇÃO EMPÁTICA.
✓SE SOUBER TER O DOM PARA OBSERVAR A SITUAÇÃO NA
PERSPETIVA/PONTO DE VISTA DE QUEM O SOLICITA,
✓SE SOUBER EVITAR O JUÍZO DE VALOR,
✓E COMPREENDER O QUE A PESSOA DIZ EM LINGUAGEM
VERBAL E NÃO-VERBAL,
TENDE A SER PROCURADA PELOS OUTROS,
PARA SER UM APOIO NA RESOLUÇÃO DO PROBLEMA E
REDUÇÃO DA SENSAÇÃO DE STRESS.
AQUELES QUE PRESTAM CUIDADOS A TERCEIROS TENDEM A
SER OS MAIS COMPREENSIVOS E GENUINAMENTE
EMPÁTICOS
E DESENVOLVEM MAIS FACILMENTE PLANOS DE AÇÃO PARA
A RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS.
A PROCURA DE APOIO EMOCIONAL TENDE A RECAIR PARA
ALGUÉM
COM QUEM SE POSSA DESABAFAR,
CONTAR OS PROBLEMAS E
ENCONTRAR COMPREENSÃO.
7 - COMO LIDAR
COM SITUAÇÕES
DE AGONIA
E
SOFRIMENTO
Se quisermos compreender o
que é capaz de ameaçar ou
lesar uma pessoa, teremos de
perceber a sua rede de
preocupações.
Se quisermos perceber quais
são as suas preocupações
teremos de conhecer quais
são as crenças e valores da
pessoa.
Assim, os valores
relacionam-se com aquilo
que um indivíduo quer ou
prefere e ligam-se aos
ideais ou objetivos que a
pessoa pretende atingir.
As crenças dizem
respeito ao que o
indivíduo pensa de
verdade quer goste ou
não e aprove ou não.
Os valores e crenças são gerados no seio da família,
os primeiros influenciados pela cultura
e os segundos pela relação que existe entre os
elementos da família.
Qualquer um destes conceitos pode levar a formas
desajustadas de lidar com a vida.
A psicoterapia é um meio para a
mudança e para o restabelecimento
emocional.
Não podemos descurar a ajuda de
profissionais quando deixamos de ser
capazes de gerir emocionalmente o
que nos preocupa, nos bloqueia, nos
retira o bem-estar necessário para uma
vida saudável.
Recorrer a técnicos especializados
(psiquiatras, psicólogos) pode ser o
caminho mais rápido para a
recuperação e evitamento de recaídas.
A forma como nos colocamos perante uma situação desagradável
poderá aumentar ou diminuir o foco de tensão, assim como a dor
ou sofrimento.
Desta forma, quando estamos associados (ASSOCIAÇÃO) numa
dada situação, estamos no aqui e no agora, absorvidos no
presente, damos muita importâncias a sensações vividas, assim,
tendemos a aumentar o grau de agonia, de sofrimento pois
estamos a viver a situação na primeira pessoa.
Todavia, se conseguirmos distanciar-nos da situação
(DISSOCIAÇÃO), no plano de pensamento, da imaginação,
podemos afastar das sensações corporais e vivemos a situação na
terceira pessoa.
A DISSOCIAÇÃO permite gerir, reduzir o grau de desconforto e
sofrimento e distanciar-se de situações desagradáveis.
As técnicas de relaxamento e de indução de pensamento
permitem adquirir e desenvolver a capacidade de dissociação
cognitiva (O’Connor, 2001).
O processo de luto (perda) poderá significar a morte de um familiar, amigo, ou
pessoa ao seu cuidado, mas também outro tipo de perdas, tais como: emprego,
divórcio ou mudança de residência.
Existe uma sensação de desmoronamento, agonia e tristeza profunda.
Desde o momento da perda até ao total restabelecimento emocional será
necessário passar por várias etapas.
Não poderemos passar para a etapa seguinte sem resolver completamente
anterior (Worden, 1991):
I. Aceitar a realidade da perda: A primeira tarefa é aceitar que a pessoa não voltará. Se no seu íntimo
não deixa a pessoa partir, pois assume nas suas vivências como se ela estivesse presente no dia-a-dia
criará resistências à aceitação natural. Desprender-se da maioria dos objetos ou recordações e no
discurso usar os verbos no passado “ ele/ela foi, esteve, gostava…” será um meio para a aceitação.
II. Elaborar a dor da perda: É necessário que a pessoa em luto passe e assuma a dor, não deve evitar
ou suprimir a dor da perda. Não elaborar a dor é não sentir e prolongar no tempo o sentimento de
agonia, sendo então fulcral uma terapia do luto.
III. Ajustar-se ao ambiente diário sem presença da pessoa: A perda significa um vazio criado, novos
papéis a assumir, reajustar as tarefas do dia-a-dia de forma diferente, pois quem estava já não está.
Torna-se importante adaptar as novas rotinas e encontrar motivação para os novos
desafios/compromissos.
IV. Reposicionar em termos emocionais a pessoa que faleceu e continuar a vida: Ninguém esquece as
lembranças de alguém que teve grande significado na sua viDa. O importante não é esquecer mas
sim recolocar a pessoa num “local emocional” adequado para que se possa estar disponível para as
novas experiências/vivÊncias e continuar a viver com motivação e interesse.
8 - TÉCNICAS DE
AUTO-PROTEÇÃO
As pressões diárias na vida pessoal
e profissional, a que a pessoa está sujeita,
envolvem circunstâncias desagradáveis
que podem torná-la vulnerável.
• Modificar as vulnerabilidades pode diminuir o stress.
• De seguida serão abordadas as modificações que
permitem reduzir a vulnerabilidade da pessoa (Vaz
Serra, 2007):
1- Não se expor a situação de stress:
Para conservar a sua saúde e energia, não pode dizer sim
a tudo quanto lhe pedem;
Delegar tarefas reduz o volume de situações
potencialmente stressantes;
É útil utilizar os dias de férias, feriados e fins-de-semana
para descansar e realizar atividades que conceda
satisfação pessoal.
2 - Aprender a resolver problemas:
A resolução adequada de um problema elimina, ou pelo
menos modifica de forma substancial a fonte de stress.
A resolução adequada passa por 4 etapas:
1) Definição e formulação: reunir a maior quantidade de
informação para o problema passar de vago a concreto,
seguidamente, estabelecer objetivos realistas de
resolução;
2) Génese de soluções alternativas: passa por criar o maior
número possível de alternativas válidas;
3) Tomada de decisão: tem como propósito avaliar as
várias alternativas e escolher/aplicar/agir a que nos
parece mais indicada para resolver o problema/situação;
4) Implementação e verificação das soluções: avaliação dos
resultados após a ação realizada, ou seja perceber se foi
eficaz.
3 - Pensar com lógica:
A avaliação dos acontecimentos nem sempre é realizada
com lógica, é importante:
a) não sustentar o pensamento com crenças irracionais;
b) não atribuir arbitrariedade às causas das
ocorrências;
c) não utilizar deduções preconceituosas ao
comportamento de terceiros;
d) não criar expectativas sem fundamentos;
e) não discriminar inadequadamente as situações.
4 - Melhorar a autoestima:
Entre diversas mudanças necessárias para melhorar a
autoestima, uma delas é aprender a compreender, aceitar,
perdoar a si mesmo e aos outros.
Outra consiste em criar objetivos de vida.
5 - Modificar comportamentos:
As mudanças podem ser introduzidas percorrendo diversas
etapas a seguir indicadas:
a) Identificar sinais induzidos pelo stress;
b) Identificar os estímulos que dão origem ao stress;
c) Envolver-se em atividades relaxantes;
d) Aprender a executar outras atividades para além do
trabalho.
6 - Ser autoafirmativo:
Em contextos interpessoais (relação no trabalho, nos grupos,
com pares sociais) ser autoafirmativo permite, embora
respeitando os direitos dos outros, lutar pela defesa dos
seus próprios direitos.
As aptidões de autoafirmação estão ligadas a duas
grandes classes:
- Quando o próprio precisa responder à iniciativa de
alguém:
- Quando tem que tomar a iniciativa em relação a outra
pessoa.;
ASSIM:
- QUANDO RESPONDE À INICIATIVA DE ALGUÉM:
✓ASSINALAR A IMPORTÂNCIA DE DIZER NÃO,
✓SABER LIDAR COM AS CRÍTICAS,
✓ACEITAR FELICITAÇÕES,
✓SABER MANTER CONVERSAS E
✓RESPONDER A SOLICITAÇÕES PARA FUTUROS ENCONTROS;
- QUANDO TEM QUE TOMAR INICIATIVA PARA COM ALGUÉM:
✓INICIAR CONVERSAS,
✓TERMINAR INTERAÇÕES INDESEJÁVEIS,
✓APRENDER A DISCORDAR,
✓PEDIR FAVORES,
✓IMPEDIR QUE LHE INTERROMPAM O QUE ESTÁ A EXPOR.
7 - Revelar preferências:
Demostrar o que agrada ou não.
Mudar o assunto quando está desgastado ou a tornar-se
desagradável.
8 - Realizar críticas construtivas:
Não impor pontos de vista.
Serve para ajudar o próprio a criar perspetivas diferentes
sobre um dado problema;
QUANDO É NECESSÁRIO FAZER UMA CRÍTICA DEVE-SE:
✓COMEÇAR E TERMINAR COM UMA REFERÊNCIA POSITIVA À OUTRA
PESSOA,
✓EXPRIMIR O QUE SENTE EM RELAÇÃO A DETERMINADA SITUAÇÃO,
✓DIRIGIR-SE SOBRE OS ASPETOS ESPECÍFICOS DO SEU COMPORTAMENTO,
✓SOLICITAR MODIFICAÇÕES CONCRETAS E,
✓FALAR EM VOZ NEUTRA E NÃO ZANGADA.
9 – Técnicas de relaxamento
O relaxamento deriva da hipnose e produz modificações
físicas e psíquicas. Atua determinando uma resposta de
repouso.
Esta prepara o organismo para um estado de calma,
inatividade do comportamento e o restauro das
modificações existentes.
Com o relaxamento consegue-se a diminuição da atividade
fisiológica do indivíduo que é acompanhada de uma
sensação de bem-estar.
9 – Técnicas de relaxamento
Geralmente é utilizado como meio de controlo da
ansiedade.
Nas pessoas muito emotivas, predispostas a reagir de
forma intensa perante um problema menor pode ajuda-las
a confrontar os acontecimentos de uma forma mais
controlada.
VÁRIAS SÃO AS DISCIPLINAS, TÉCNICAS QUE TRABALHAM AS
QUESTÕES DO RELAXAMENTO, ENTRE ELAS PODEMOS DESTACAR:
✓ O IOGA,
✓ PILATES,
✓ MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL,
✓ RELAXAMENTO PROGRESSIVO DE JACOBSON E
✓ HIPNOSE (VAZ SERRA, 2007).
Capítulo 2
AS
EMOÇÕES
1 - CONCEITO DE EMOÇÃO
A emoção é uma alteração intensa e
passageira do ânimo, podendo ser
agradável ou penosa, que surge na
sequência de uma certa comoção
somática.
A emoção desperta, em certa medida,
um sentimento de agitação no
indivíduo, expectante perante aquilo
em que participa ou determinada
circunstância.
As emoções são reações
psicofisiológicas, que representam
modos eficazes de adaptação face às
mudanças ambientais, contextuais e/ou
situacionais.
No que diz respeito à fisiologia,
as emoções organizam as respostas de
muitos sistemas biológicos,
inclusive as expressões faciais, os
músculos, a voz e o sistema endócrino,
com vista a estabelecer um meio interno
ótimo em prol de um
comportamento mais efetivo.
Em termos psicológicos,
as emoções alteram a atenção
e elevam o nível de determinados
comportamentos na hierarquia de
respostas do indivíduo.
As emoções funcionam também como uma
espécie de depósito de influências
inatas e aprendidas.
2 - CARATERÍSTICAS
FISIOLÓGICAS, COGNITIVAS E COMPORTAMENTAIS
DAS EMOÇÕES
AS EMOÇÕES SÃO RESPOSTAS NEUROLÓGICAS E FISIOLÓGICAS
A ESTÍMULOS (EXTERNOS E INTERNOS),
COORDENADOS PELO PRÓPRIO PENSAMENTO
QUE ENVOLVE AS ESTRUTURAS DO SISTEMA LÍMBICO.
OS ESTUDOS NA ÁREA NEUROLÓGICA VÊM CRESCENDO E AS PESQUISAS TÊM
CONFIRMADO A RELAÇÃO SOMÁTICA COM O CENTRO DAS EMOÇÕES.
DE ACORDO COM VAITSMAN, OS ALICERCES DA VIDA EMOCIONAL COMEÇAM
NO CÉREBRO E ESTENDEM-SE AO SISTEMA IMUNOLÓGICO.
PESQUISAS FEITAS PELOS NEUROCIENTISTAS ANTÓNIO DAMÁSIO E JOSEPH
LEDOUX, INDICAM QUE A MAIORIA DAS EMOÇÕES - COMO A RAIVA E O MEDO
- TÊM ORIGEM BIOQUÍMICA.
AS PESQUISAS DE LEDOUX SOBRE O FUNCIONAMENTO CEREBRAL EXPLICAM,
POR EXEMPLO, QUE ALGUÉM SEJA CAPAZ DE DETETAR O PERIGO ANTES MESMO
QUE UMA SITUAÇÃO DE AMEAÇA ACONTEÇA.
ISSO SIGNIFICA QUE A REAÇÃO BIOQUÍMICA É ANTERIOR A EMOÇÃO (1998).
O SER HUMANO POSSUI NO CÉREBRO UMA ESTRUTURA CHAMADA DE SISTEMA
LÍMBICO, RESPONSÁVEL PELAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS.
O SISTEMA LÍMBICO, QUANDO RECEBE UM ESTÍMULO, SENSITIVO (AUDIÇÃO,
PALADAR, VISÃO, OLFATO), ENVIA ESSAS “INFORMAÇÕES” PARA O TÁLAMO E
HIPOTÁLAMO QUE ELABORA RESPOSTAS AOS ESTÍMULOS ATRAVÉS DO SISTEMA
ENDÓCRINO E DO SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO.
AUTOMATICAMENTE PRODUZEM REPOSTAS, ATIVANDO ESSES SISTEMAS, E
ENTÃO TEMOS UM ESTADO, QUE SÃO AS EMOÇÕES E SENTIMENTOS
MANIFESTOS.
SISTEMA LÍMBICO É O NOME DADO ÀS ESTRUTURAS CEREBRAIS QUE
COORDENAM O COMPORTAMENTO EMOCIONAL E OS IMPULSOS
MOTIVACIONAIS
E É FORMADO POR DIVERSAS ESTRUTURAS LOCALIZADAS NA BASE DO CÉREBRO.
DE ACORDO COM BALLONE, OS SENTIMENTOS E EMOÇÕES, COMO
AMOR, ALEGRIA, ÓDIO, PAVOR, IRA, PAIXÃO E TRISTEZA
TEM ORIGEM NO SISTEMA LÍMBICO.
CHAMA-SE CIRCUITO DE PAPEZ A PORÇÃO DO SISTEMA LÍMBICO
RELACIONADA ÀS EMOÇÕES E SEUS ESTEREÓTIPOS COMPORTAMENTAIS.
NA DÉCADA DE 30, O NEUROFISIOLOGISTA PAPEZ PROPÔS QUE
COMPONENTES DO SISTEMA LÍMBICO MANTINHAM NUMEROSAS E COMPLEXAS
CONEXÕES ENTRE SI.
ESTE SISTEMA É RESPONSÁVEL TAMBÉM PELOS ASPETOS DA IDENTIDADE
PESSOAL E POR FUNÇÕES LIGADAS À MEMÓRIA (2005).
.
SEGUNDO NEWEN, NA TEORIA JAMES-LANGE,
AS EMOÇÕES SÃO O RESULTADO DE ESTADOS FISIOLÓGICOS
DESENCADEADOS POR ESTÍMULOS OU SITUAÇÕES AMBIENTAIS.
ELES POSTULAM QUE NÃO CHORAMOS PORQUE ESTAMOS TRISTES,
MAS FICAMOS TRISTES PORQUE CHORAMOS.
UMA PESSOA SENTE MEDO PORQUE O SEU CORPO
RESPONDEU COM DETERMINADAS REAÇÕES FISIOLÓGICAS A UMA SITUAÇÃO.
A PERCEÇÃO DO ESTADO DE NOSSO PRÓPRIO CORPO: SÃO SIMPLESMENTE
AQUILO QUE EXPERIMENTAMOS QUANDO ESSE ESTADO SE ALTERA DEVIDO A
ACONTECIMENTOS DO MEIO AMBIENTE (2009).
RESUMINDO, PERANTE UMA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA, PRIMEIRO O HOMEM
REAGE E FOGE E É POR FUGIR QUE SENTE MEDO.
DE ACORDO COM WILLIAM JAMES, O QUE DIFERENCIA AS EMOÇÕES É QUE
CADA UMA DELAS ESTA RELACIONADA A PERCEÇÃO DE TRANSFORMAÇÕES
CORPORAIS.
ESTA TEORIA É CONHECIDA COMO TEORIA DE JAMES-LANGE, PORQUE ESSA
MESMA TEORIA ERA DEFENDIDA POR CARL LANGE.
JAMES DECLARAVA QUE QUANDO UM INDIVÍDUO É AFETADO POR UM
ESTÍMULO, SOFRE ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS PERTURBADORAS, COMO FALTA
DE AR, PALPITAÇÕES, ANGÚSTIA E ETC.
O RECONHECIMENTO DESSES SINTOMAS É QUE VAI GERAR EMOÇÃO NO
INDIVÍDUO.
A TEORIA DE JAMES-LANGE RECEBEU CRÍTICAS DO FISIOLOGISTA WALTER
CANNON, QUE EM 1927 PROPÔS UMA TEORIA ALTERNATIVA, BASEANDO-SE
NAS INVESTIGAÇÕES DE PHILIP BARD.
DE ACORDO A TEORIA DE CANNON-BARD,
AS EMOÇÕES TÊM ORIGEM NO CÉREBRO,
OCORREM AO MESMO TEMPO QUE AS REAÇÕES FISIOLÓGICAS,
MAS NÃO SÃO CAUSADAS POR ESTAS.
SEGUNDO ESTA TEORIA, OS ESTÍMULOS EMOCIONAIS TÊM DOIS EFEITOS
EXCITATÓRIOS INDEPENDENTES:
✓PROVOCAM O SENTIMENTO DA EMOÇÃO NO CÉREBRO
✓E A EXPRESSÃO DA EMOÇÃO NO SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO E SOMÁTICO.
TANTO A EMOÇÃO COMO A REAÇÃO A UM ESTÍMULO SERIAM SIMULTÂNEOS.
ASSIM, NUMA SITUAÇÃO DE PERIGO, O INDIVÍDUO PERANTE UM ESTÍMULO
AMEAÇADOR SENTE PRIMEIRO MEDO E DEPOIS TEM A REAÇÃO FÍSICA, FOGE.
AS TEORIAS COGNITIVISTAS AFIRMAM QUE OS PROCESSOS COGNITIVOS,
COMO AS PERCEÇÕES, RECORDAÇÕES E APRENDIZAGENS, SÃO FUNDAMENTAIS
PARA SE PERCEBEREM AS EMOÇÕES.
UMA SITUAÇÃO PROVOCA UMA REAÇÃO FISIOLÓGICA E PROCURAMOS
IDENTIFICAR A RAZÃO (COMPREENDER) DESSA EXCITAÇÃO FISIOLÓGICA DE
MODO A NOMEAR A EMOÇÃO QUE LHE CORRESPONDE.
SEGUNDO PEREIRA, A PERSPETIVA CULTURALISTA DIZ QUE AS EMOÇÕES SÃO
COMPORTAMENTOS APREENDIDOS NO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO.
CADA CULTURA TEM DIFERENTES FORMAS DE EXPRIMIR AS DIFERENTES
EMOÇÕES.
AS EMOÇÕES SÃO UMA CONSTRUÇÃO SOCIAL QUE EXIGE APRENDIZAGEM E
QUE, POR ISSO, DEPENDEM DA CULTURA EM QUE O INDIVÍDUO ESTÁ INSERIDO.
O TIPO DE EMOÇÕES QUE SE MANIFESTA EM CADA SITUAÇÃO, A FORMA
COMO SÃO DEMONSTRADAS, E O CONJUNTO DE REGRAS DE CADA CULTURA
ESPECÍFICA É PRÓPRIA EM CADA CULTURA E PARA CADA UMA DELAS, HÁ UMA
LINGUAGEM DA EMOÇÃO ESPECÍFICA QUE É RECONHECIDA POR TODOS
AQUELES QUE NELA ESTÃO INSERIDOS.
SEGUNDO CASANOVA ET ALL, PARA OS PARTIDÁRIOS DA ABORDAGEM
CULTURALISTA, A EMOÇÃO É UM PAPEL SOCIAL QUE APRENDEMOS NUM CERTO
TIPO DE SOCIEDADE, O QUE SUPÕE QUE OUTRAS PESSOAS CRIADAS EM
OUTROS LUGARES SENTIRÃO E EXPRESSARÃO EMOÇÕES DIFERENTES (2009).
3 - ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DAS EMOÇÕES
ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DAS EMOÇÕES
DADA A IMPORTÂNCIA DAS EMOÇÕES, MESMO AS DESAGRADÁVEIS,
O IMPORTANTE NÃO É ANULÁ-LAS MAS PODER REGULÁ-LAS
DE FORMA A SERMOS NÓS A CONTROLÁ-LAS A ELAS
E NÃO ELAS A CONTROLAREM-NOS A NÓS.
A RESPOSTA É A REGULAÇÃO EMOCIONAL.
O IMPORTANTE OU DESEJÁVEL NÃO É ANULAR OS NOSSOS SENTIMENTOS
NEGATIVOS OU DEIXAR DE TER SENTIMENTOS DE TODO, MAS PODER REGULÁ-
LOS, DE FORMA A SERMOS NÓS A CONTROLÁ-LOS A ELES E NÃO ELES A
CONTROLAR-NOS A NÓS.
MAS O QUE É ISTO DE REGULAÇÃO EMOCIONAL?
A REGULAÇÃO DAS EMOÇÕES TEM DOIS COMPONENTES:
✓POR UM LADO É IMPORTANTE REGULAR A EXPERIÊNCIA EMOCIONAL,
✓POR OUTRO REGULAR A EXPRESSÃO EMOCIONAL.
E É IMPORTANTE, DE FACTO, DISTINGUI-LOS:
✓EXPERIENCIAR UMA EMOÇÃO NÃO IMPLICA NECESSARIAMENTE AGI-LA,
✓E MESMO EXPRESSÁ-LA NÃO TEM DE SER FEITO DE UMA FORMA DURA E
INAPROPRIADA.
REGULAÇÃO DA EXPERIÊNCIA EMOCIONAL
NA REGULAÇÃO DA EXPERIÊNCIA EMOCIONAL, É IMPORTANTE PERMITIRMO-
NOS ACEDER ÀS NOSSAS EMOÇÕES, ENTRARMOS EM CONTACTO COM ELAS,
PARA AS PODERMOS SIMBOLIZAR (DAR-LHES UM SIGNIFICADO COERENTE) E
INTEGRÁ-LAS NA NOSSA VISÃO DE NÓS PRÓPRIOS (RECONHECERMOS QUE
ELAS FAZEM PARTE DE NÓS).
BIBLIOGRAFIA
• DIÁRIO DA REPÚBLICA, 1.ª SÉRIE — N.º 195 — 7 DE OUTUBRO DE 2010
• FARIA, M. (1995). O ERRO HUMANO. LISBOA: IDICT
• GLEITMAM, H. (1993). PSICOLOGIA. LISBOA: FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN
• MESQUITA, R. E DUARTE, F. (1996). DICIONÁRIO DE PSICOLOGIA. LISBOA: PLÁTANO EDITORA
• MONTEIRO, I. (2007). ILUSÕES DE MEMÓRIA E DEPRESSÃO. MAIA: EDIÇÕES ISMAI
• O’ CONNOR, J. (2001) MANUAL DE PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA. RIO DE JANEIRO: QUALITYMARK EDITORA,
LDA
• REDFIELD, E. (1985). COMUNICAÇÕES ADMINISTRATIVAS. SÃO PAULO: FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS
• ROSSI, A. (2010). STRESS E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: PERSPECTIVAS ACTUAIS DA SAÚDE OCUPACIONAL.
SÃO PAULO: ATLAS
• SORRENTINO, S. (2001) FUNDAMENTOS PARA O AUXILIAR DE ENFERMAGEM. PORTO ALEGRE: EDITORA ARTMED
• VAZ SERRA, A. (2007). O STRESS NA VIDA DE TODOS OS DIAS. COIMBRA: GRÁFICA DE COIMBRA, LDA

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Saúde mental e trabalho [modo de compatibilidade]
Saúde mental e trabalho [modo de compatibilidade]Saúde mental e trabalho [modo de compatibilidade]
Saúde mental e trabalho [modo de compatibilidade]Rafael Bebber
 
Saúde Mental e Relações Interpessoais no Ambiente de.pptx
Saúde Mental e Relações Interpessoais no Ambiente de.pptxSaúde Mental e Relações Interpessoais no Ambiente de.pptx
Saúde Mental e Relações Interpessoais no Ambiente de.pptxpsicologiainside
 
Síndrome De Burnout Seminário
Síndrome De Burnout   SeminárioSíndrome De Burnout   Seminário
Síndrome De Burnout SeminárioProfessor Robson
 
Síndrome de Burnout: precisamos falar de saúde mental no ambiente de trabalho
Síndrome de Burnout: precisamos falar de saúde mental no ambiente de trabalhoSíndrome de Burnout: precisamos falar de saúde mental no ambiente de trabalho
Síndrome de Burnout: precisamos falar de saúde mental no ambiente de trabalhoFabiana Abath
 
Stress
StressStress
StressLala_f
 
Depressão
DepressãoDepressão
DepressãoUNIME
 
Stress no Ambiente de Trabalho
Stress no Ambiente de Trabalho Stress no Ambiente de Trabalho
Stress no Ambiente de Trabalho Heideralves
 
Trabalho sobre depressão
Trabalho sobre depressãoTrabalho sobre depressão
Trabalho sobre depressãoEliete Santos
 
Palestra "Stress e Ansiedade: O Mal do Século?" Dra. Myrian Marino Martins So...
Palestra "Stress e Ansiedade: O Mal do Século?" Dra. Myrian Marino Martins So...Palestra "Stress e Ansiedade: O Mal do Século?" Dra. Myrian Marino Martins So...
Palestra "Stress e Ansiedade: O Mal do Século?" Dra. Myrian Marino Martins So...Dra. Myrian Marino
 
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA DEPRESSÃO
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA DEPRESSÃOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA DEPRESSÃO
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA DEPRESSÃOSerafim Carvalho, MD, PhD
 
Palestra sobre Stress
Palestra sobre StressPalestra sobre Stress
Palestra sobre Stressguesteeef299
 
Palestra Depressão e Ansiedade
Palestra Depressão e AnsiedadePalestra Depressão e Ansiedade
Palestra Depressão e AnsiedadeRenata Pimentel
 

Mais procurados (20)

Saúde mental e trabalho [modo de compatibilidade]
Saúde mental e trabalho [modo de compatibilidade]Saúde mental e trabalho [modo de compatibilidade]
Saúde mental e trabalho [modo de compatibilidade]
 
Transtorno de ansiedade
Transtorno de ansiedadeTranstorno de ansiedade
Transtorno de ansiedade
 
Síndrome de burnout
Síndrome de burnoutSíndrome de burnout
Síndrome de burnout
 
Saúde Mental e Relações Interpessoais no Ambiente de.pptx
Saúde Mental e Relações Interpessoais no Ambiente de.pptxSaúde Mental e Relações Interpessoais no Ambiente de.pptx
Saúde Mental e Relações Interpessoais no Ambiente de.pptx
 
Síndrome De Burnout Seminário
Síndrome De Burnout   SeminárioSíndrome De Burnout   Seminário
Síndrome De Burnout Seminário
 
Síndrome de Burnout: precisamos falar de saúde mental no ambiente de trabalho
Síndrome de Burnout: precisamos falar de saúde mental no ambiente de trabalhoSíndrome de Burnout: precisamos falar de saúde mental no ambiente de trabalho
Síndrome de Burnout: precisamos falar de saúde mental no ambiente de trabalho
 
Stress no trabalho
Stress no trabalhoStress no trabalho
Stress no trabalho
 
Saúde mental e trabalho
Saúde mental e trabalhoSaúde mental e trabalho
Saúde mental e trabalho
 
Gestão de Stress
Gestão de StressGestão de Stress
Gestão de Stress
 
Stress
StressStress
Stress
 
Como Manejar a Ansiedade?
Como Manejar a Ansiedade?Como Manejar a Ansiedade?
Como Manejar a Ansiedade?
 
Depressão
DepressãoDepressão
Depressão
 
Stress no Ambiente de Trabalho
Stress no Ambiente de Trabalho Stress no Ambiente de Trabalho
Stress no Ambiente de Trabalho
 
Síndrome de Burnout
Síndrome de BurnoutSíndrome de Burnout
Síndrome de Burnout
 
Saúde mental no trabalho
Saúde mental no trabalhoSaúde mental no trabalho
Saúde mental no trabalho
 
Trabalho sobre depressão
Trabalho sobre depressãoTrabalho sobre depressão
Trabalho sobre depressão
 
Palestra "Stress e Ansiedade: O Mal do Século?" Dra. Myrian Marino Martins So...
Palestra "Stress e Ansiedade: O Mal do Século?" Dra. Myrian Marino Martins So...Palestra "Stress e Ansiedade: O Mal do Século?" Dra. Myrian Marino Martins So...
Palestra "Stress e Ansiedade: O Mal do Século?" Dra. Myrian Marino Martins So...
 
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA DEPRESSÃO
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA DEPRESSÃOTERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA DEPRESSÃO
TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA DEPRESSÃO
 
Palestra sobre Stress
Palestra sobre StressPalestra sobre Stress
Palestra sobre Stress
 
Palestra Depressão e Ansiedade
Palestra Depressão e AnsiedadePalestra Depressão e Ansiedade
Palestra Depressão e Ansiedade
 

Semelhante a Gestão do stress profissional

gestao_stress_profissional.pptx
gestao_stress_profissional.pptxgestao_stress_profissional.pptx
gestao_stress_profissional.pptxCarlos Dias
 
Prevenção e promoção de saúde na enfermagem.pptx
Prevenção e promoção de saúde na enfermagem.pptxPrevenção e promoção de saúde na enfermagem.pptx
Prevenção e promoção de saúde na enfermagem.pptxIannyCruz2
 
Gestão de Stress Profissional.pdf
Gestão de Stress Profissional.pdfGestão de Stress Profissional.pdf
Gestão de Stress Profissional.pdfJosé Guerra
 
Meditação e gerenciamento do stress no trabalho 1
Meditação e gerenciamento do stress no trabalho 1Meditação e gerenciamento do stress no trabalho 1
Meditação e gerenciamento do stress no trabalho 1João Siqueira da Mata
 
Terapia ocupacional e o Estresse
Terapia ocupacional e o EstresseTerapia ocupacional e o Estresse
Terapia ocupacional e o EstresseMarciane Missio
 
Módulo saúde do trabalhador doenças ocupacionais
Módulo saúde do trabalhador doenças ocupacionaisMódulo saúde do trabalhador doenças ocupacionais
Módulo saúde do trabalhador doenças ocupacionaisMarcio Claro de Oliveira
 
ebook BOURNOUT e ESTRESSE-1.pdf
ebook BOURNOUT e ESTRESSE-1.pdfebook BOURNOUT e ESTRESSE-1.pdf
ebook BOURNOUT e ESTRESSE-1.pdfPatrciaLima975458
 
Prot. 1052 15 pl institui campanha municipal de combate e conscientização à...
Prot. 1052 15   pl institui campanha municipal de combate e conscientização à...Prot. 1052 15   pl institui campanha municipal de combate e conscientização à...
Prot. 1052 15 pl institui campanha municipal de combate e conscientização à...Claudio Figueiredo
 
Risco psicossocial (stress)
Risco psicossocial (stress)Risco psicossocial (stress)
Risco psicossocial (stress)Patrícia Morais
 
Pl 1687 15 campanha municipal de combate e conscientização sobre a síndrome...
Pl 1687 15   campanha municipal de combate e conscientização sobre a síndrome...Pl 1687 15   campanha municipal de combate e conscientização sobre a síndrome...
Pl 1687 15 campanha municipal de combate e conscientização sobre a síndrome...Claudio Figueiredo
 
Depressão ocupacional ocupacional (CID-10: F32_): saiba mais
Depressão ocupacional ocupacional (CID-10: F32_): saiba maisDepressão ocupacional ocupacional (CID-10: F32_): saiba mais
Depressão ocupacional ocupacional (CID-10: F32_): saiba maisSergio de Carvalho
 
265 gerenciamento do estresse ocupacional uma nova abordagem
265 gerenciamento do estresse ocupacional uma nova abordagem265 gerenciamento do estresse ocupacional uma nova abordagem
265 gerenciamento do estresse ocupacional uma nova abordagemTharas On Line
 
Saúde mental e trabalho
Saúde mental e trabalhoSaúde mental e trabalho
Saúde mental e trabalhoAroldo Gavioli
 
Assedio moral no trabalho: desafio para a saude do trabalhador
Assedio moral no trabalho: desafio para a saude do trabalhadorAssedio moral no trabalho: desafio para a saude do trabalhador
Assedio moral no trabalho: desafio para a saude do trabalhadorCoren-BA
 
Psicossociologia do trabalho trabalho de avaliacao - versao final
Psicossociologia do trabalho   trabalho de avaliacao - versao finalPsicossociologia do trabalho   trabalho de avaliacao - versao final
Psicossociologia do trabalho trabalho de avaliacao - versao finalmagdapreis
 

Semelhante a Gestão do stress profissional (20)

gestao_stress_profissional.pptx
gestao_stress_profissional.pptxgestao_stress_profissional.pptx
gestao_stress_profissional.pptx
 
Manual 7229
Manual 7229Manual 7229
Manual 7229
 
Prevenção e promoção de saúde na enfermagem.pptx
Prevenção e promoção de saúde na enfermagem.pptxPrevenção e promoção de saúde na enfermagem.pptx
Prevenção e promoção de saúde na enfermagem.pptx
 
Gestão de Stress Profissional.pdf
Gestão de Stress Profissional.pdfGestão de Stress Profissional.pdf
Gestão de Stress Profissional.pdf
 
Meditação e gerenciamento do stress no trabalho 1
Meditação e gerenciamento do stress no trabalho 1Meditação e gerenciamento do stress no trabalho 1
Meditação e gerenciamento do stress no trabalho 1
 
Terapia ocupacional e o Estresse
Terapia ocupacional e o EstresseTerapia ocupacional e o Estresse
Terapia ocupacional e o Estresse
 
Módulo saúde do trabalhador doenças ocupacionais
Módulo saúde do trabalhador doenças ocupacionaisMódulo saúde do trabalhador doenças ocupacionais
Módulo saúde do trabalhador doenças ocupacionais
 
ebook BOURNOUT e ESTRESSE-1.pdf
ebook BOURNOUT e ESTRESSE-1.pdfebook BOURNOUT e ESTRESSE-1.pdf
ebook BOURNOUT e ESTRESSE-1.pdf
 
Prot. 1052 15 pl institui campanha municipal de combate e conscientização à...
Prot. 1052 15   pl institui campanha municipal de combate e conscientização à...Prot. 1052 15   pl institui campanha municipal de combate e conscientização à...
Prot. 1052 15 pl institui campanha municipal de combate e conscientização à...
 
Risco psicossocial (stress)
Risco psicossocial (stress)Risco psicossocial (stress)
Risco psicossocial (stress)
 
Pl 1687 15 campanha municipal de combate e conscientização sobre a síndrome...
Pl 1687 15   campanha municipal de combate e conscientização sobre a síndrome...Pl 1687 15   campanha municipal de combate e conscientização sobre a síndrome...
Pl 1687 15 campanha municipal de combate e conscientização sobre a síndrome...
 
Depressão ocupacional ocupacional (CID-10: F32_): saiba mais
Depressão ocupacional ocupacional (CID-10: F32_): saiba maisDepressão ocupacional ocupacional (CID-10: F32_): saiba mais
Depressão ocupacional ocupacional (CID-10: F32_): saiba mais
 
edith_seligmann.ppt
edith_seligmann.pptedith_seligmann.ppt
edith_seligmann.ppt
 
edith_seligmann.ppt
edith_seligmann.pptedith_seligmann.ppt
edith_seligmann.ppt
 
Atualizacao burnout
Atualizacao burnoutAtualizacao burnout
Atualizacao burnout
 
265 gerenciamento do estresse ocupacional uma nova abordagem
265 gerenciamento do estresse ocupacional uma nova abordagem265 gerenciamento do estresse ocupacional uma nova abordagem
265 gerenciamento do estresse ocupacional uma nova abordagem
 
Stress
StressStress
Stress
 
Saúde mental e trabalho
Saúde mental e trabalhoSaúde mental e trabalho
Saúde mental e trabalho
 
Assedio moral no trabalho: desafio para a saude do trabalhador
Assedio moral no trabalho: desafio para a saude do trabalhadorAssedio moral no trabalho: desafio para a saude do trabalhador
Assedio moral no trabalho: desafio para a saude do trabalhador
 
Psicossociologia do trabalho trabalho de avaliacao - versao final
Psicossociologia do trabalho   trabalho de avaliacao - versao finalPsicossociologia do trabalho   trabalho de avaliacao - versao final
Psicossociologia do trabalho trabalho de avaliacao - versao final
 

Gestão do stress profissional

  • 1. UFCD 7229 GESTÃO DO STRESS DO PROFISSIONAL FORMADORA: CARLA PEREIRA 25H
  • 2. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS CAPÍTULO 1 - O STRESS 1. CONCEITO DE STRESS 2. FATORES DE RISCO: EMOCIONAIS, SOCIAIS, ORGANIZACIONAIS 3. SINAIS E SINTOMAS 4. CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS DO STRESS 5. MEDIDAS PREVENTIVAS 6. TÉCNICAS DE CONTROLO E GESTÃO DE STRESS PROFISSIONAL 7. COMO LIDAR COM SITUAÇÕES DE AGONIA E SOFRIMENTO 8. TÉCNICAS DE AUTO-PROTEÇÃO
  • 3. CAPÍTULO 2 - AS EMOÇÕES 1. CONCEITO DE EMOÇÃO 2. CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS, COGNITIVAS E COMPORTAMENTAIS DAS EMOÇÕES 3. ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DAS EMOÇÕES
  • 5. 1 - CONCEITO DE STRESS Dos trabalhos de Lazarus e seus colaboradores, na década de 60, retiraram-se dois pressupostos que servem de base no entendimento sobre o stress: 1) não há nenhuma situação que, por si só, possa ser reconhecida como geradora (indutora) de stress; 2) o fator decisivo que leva um indivíduo a sentir-se ou não em stress depende da avaliação que faz da situação (circunstância).
  • 6. Desta forma, podemos definir o stress como uma tensão física ou psicológica fora do habitual, que provoca um estado ansioso no organismo (Vaz Serra, 2007). O stress no trabalho define-se, como a “interacção das condições de trabalho com características do trabalhador de tal modo que as exigências que lhe são criadas ultrapassam a sua capacidade de lidar com elas.”
  • 7. Acontecimentos traumáticos Acontecimentos significativos da vida Situações crónicas indutores de stress Micro indutores de stress Macro indutores de stress Acontecimentos desejados que não ocorrem Traumas ocorridos no desenvolvimento 2 - FATORES DE RISCO: EMOCIONAIS, SOCIAIS, ORGANIZACIONAIS Segundo Vaz Serra (2007), podemos estabelecer classes indutoras (fatores de risco) de stress numa perspetiva relativa à própria pessoa:
  • 8. Situações crónicas indutores de stress: referem-se a problemas perturbadores regulares/constantes no desempenho dos papéis e atividades diárias do indivíduo. P.EX.: ter frequentemente tarefas com prazos limite, ter demasiadas solicitações para cumprir ao mesmo tempo, ter conflitos frequentes com os cônjuges, familiares ou colegas de trabalho. Como que um processo lento de envenenamento, em sentido figurado, que ocorre na vida de um indivíduo. Acontecimentos significativos da vida: simbolizam uma “martelada” que, de repente, ocorre na vida de uma pessoa. Pode SER UMA separação ou divorcio, a saída de um filho de casa, morte de um cônjuge, perda de um emprego que considerava estável. Acontecimentos traumáticos: correspondem a situações graves como, por exemplo, uma ameaça de morte, espancamento, ser vítima de um incêndio, naufrágio ou tremor de terra de grande intensidade;
  • 9. Acontecimentos desejados que não ocorrem: representam um desejo, objetivo que tarda em concretizar-se, P. Ex: tentativas de engravidar por anos a fio sem sucesso, promoção justa na carreira que não acontece, as pazes com um familiar que nunca mais surgem. Macro indutores de stress: são devidos à organização e funcionamento do sistema social que podem determinar p. ex.: períodos económicos de recessão, uma prevalência grande de desemprego, dificuldades para uma dada industria ou impostos demasiado altos. Micro indutores de stress: pequenos acontecimentos perturbadores do dia-a-dia que se acumulam. P ex: andar diariamente de automóvel em zonas de muito transito, estar exposto ao fumo do tabaco se é um não fumador, ter vizinhos que incomodam, realizar tarefas, nas quais, não nos sentimos à vontade. O impacto depende muito da forma de reagir de cada pessoa.
  • 10. Traumas ocorridos no desenvolvimento: os acontecimentos traumáticos que ocorrem na infância podem ter consequências graves na vida adulta porque o ser humano é apanhado numa fase formativa, com fracas defesas psicológicas e, por isso mesmo, vulnerável.
  • 11. CRIANÇAS QUE VIVERAM EM CLIMA DE VIOLÊNCIA OU NEGLIGÊNCIA PODEM TER DIFICULDADES DE VINCULAÇÃO COM AS OUTRAS PESSOAS. COSTUMAM APRESENTAR PERTURBAÇÃO NA CAPACIDADE DE AUTORREGULAÇÃO. ESTA INCAPACIDADE DE AUTORREGULAÇÃO ESTÁ ASSOCIADA AO CONSUMO DE DROGAS ILÍCITAS, ESTADOS DE DEPRESSÃO E COMPORTAMENTOS IMPULSIVOS, PODENDO LEVAR O INDIVÍDUO A SENTIR OS PEQUENOS PROBLEMAS COMO “ CASOS QUE O ESMAGAM” E TER A TENDÊNCIA A DESENVOLVER COMPORTAMENTOS AUTODESTRUTIVOS, COMO LESÕES PROVOCADAS A SI MESMO, TRANSTORNOS ALIMENTARES E TENTATIVAS DE SUICÍDIO.
  • 12. NA PERSPETIVA DOS PROFISSIONAIS, VIVES (1994) AGRUPA EM CINCO AS POTENCIAIS FONTES DE STRESS:
  • 13. 1 - FATORES AMBIENTAIS DIRETAMENTE RELACIONADOS COM O TRABALHO: CONDIÇÕES FÍSICAS DO SERVIÇO; PERIGOS FÍSICOS (CONTÁGIO,) EXIGÊNCIA DE FORMAÇÃO; ESCASSOS RECURSOS MATERIAIS DISPONÍVEIS.
  • 14. 2 - FATORES RELACIONAIS (ENTRE A EQUIPA): MÁS RELAÇÕES COM SUPERIORES, COLEGAS E SUBORDINADOS; RECEBER ORDENS CONTRADITÓRIAS; FALTA DE CONFIANÇA E RESTRIÇÃO DA AUTONOMIA; FALTA DE INFORMAÇÃO MÉDICA.
  • 15. 3 - FATORES ORGANIZACIONAIS E BUROCRÁTICOS: MÁ ORGANIZAÇÃO NA DISTRIBUIÇÃO DE TAREFAS; HORÁRIOS SOBRECARREGADOS; AUMENTO DA RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA; FALTA DE RECOMPENSAS ADMINISTRATIVAS.
  • 16. 4 - FATORES PROFISSIONAIS INERENTES AO DESEMPENHO DE PAPÉIS: NOÇÃO DE BAIXO NÍVEL DE FORMAÇÃO; MEDO DA MORTE; CONTACTO COM CLIENTES AGRESSIVOS E NÃO COLABORANTES; TAREFAS INGRATAS, REPETITIVAS E PESADAS; AMBIÇÕES PESSOAIS FRUSTRADAS; BAIXO SALÁRIO.
  • 17. 5 - FATORES RELACIONADOS COM A EXIGÊNCIA: ESCASSEZ DE COLABORADORES; SOLICITAÇÕES PARA ESTAR EM VÁRIOS LOCAIS AO MESMO TEMPO; IMPOSIÇÃO DE PRAZOS POR OUTRAS PESSOAS; CUMPRIR ORDENS POR DUAS OU MAIS PESSOAS EM SIMULTÂNEO; NECESSIDADES E EXIGÊNCIAS DOS FAMILIARES.
  • 18. 3 - SINAIS E SINTOMAS DO STRESS Antes de mais, torna-se importante fazer a distinção entre sinais e sintomas. • Os sinais são alterações do organismo de uma pessoa que podem ser percebidas através do exame médico ou medidas em exames. • Os sintomas são alterações do organismo apenas percebidas e relatadas pela própria pessoa, não sendo possível a outra pessoa diagnosticar (Vaz Serra, 2007).
  • 19. E do organismo de cada ser humano que ativa certos órgãos do corpo e não outros. a sensação ou não de controlo, a manutenção ou esbatimento da situação, a personalidade do indivíduo, o tipo de situação que desencadeia o stress, dos aspetos culturais, As manifestações que poderão existir, têm a influência: Os sinais e sintomas de stress variam de pessoa para pessoa. (Vaz Serra, 2007)
  • 20. SEGUE-SE A ENUMERAÇÃO DE ALGUNS SINAIS E SINTOMAS DE STRESS DIFERENCIADOS PELAS VÁRIAS VERTENTES DO SER HUMANO, SEGUNDO ROSSI (2010)
  • 21. 1 - FÍSICOS: AUMENTO DA PRESSÃO ARTERIAL; PALPITAÇÕES, DORES DE CABEÇA, PESCOÇO, OMBROS OU COSTAS; ALTERAÇÃO DO SONO (INSÓNIAS OU HIPERSÓNIAS); ALTERAÇÃO DO PESO (COMER EXAGERADAMENTE OU FALTA DE APETITE); INDIGESTÃO E NÁUSEAS; FADIGA.
  • 22. 2 - COGNITIVOS: DIFICULDADES DE CONCENTRAÇÃO; PROBLEMAS DE MEMÓRIA; CONFUSÃO MENTAL; DIFICULDADE EM TOMAR DECISÕES; AUTO-CONSERVAÇÃO NEGATIVA.
  • 23. 3 - EMOCIONAIS ALTERAÇÃO DO HUMOR; IRRITABILIDADE; PERDA DE CONTROLO; SENSAÇÃO DE SUFOCO/INCERTEZA; DESAMPARO; IDEAÇÃO SUICIDA; BAIXA AUTOESTIMA; LABILIDADE EMOCIONAL.
  • 24. 4 - COMPORTAMENTAIS: PERDA DE INTERESSE NO TRABALHO E ATIVIDADES SOCIAIS; CONSUMO DE ÁLCOOL, TABACO E DROGAS ILÍCITAS; AFASTAMENTO SOCIAL (DA FAMÍLIA E AMIGOS); DESINTERESSE SEXUAL; POSIÇÃO DE CONFLITO CONSTANTE COM OS OUTROS.
  • 25. 5 - ESPIRITUAIS: DESCRENÇA EM QUESTÕES DE FÉ; SENSAÇÃO DE VAZIO; DÚVIDA; SENSAÇÃO DE DESNORTE.
  • 26. 4 - CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS DO STRESS O stress tem consequências consideráveis sobre o ser humano • contribuindo para deteriorar a qualidade de vida de milhões de pessoas em todo o mundo.
  • 27. • no mal-estar, • nas incapacidades e nas mortes prematuras que gera, • na maneira como afeta o coração e outros órgãos importantes, • nos transtornos físicos, psíquicos que provoca, • no consumo de analgésicos, tranquilizantes, tabaco, drogas ilícitas e bebidas alcoólicas. Os custos do stress só podem ser calculados por indicadores indiretos. Estes consistem:
  • 28. • diretamente no comportamento do indivíduo, • indiretamente no clima da organização/entidade, • na insatisfação com o despenho das tarefas, • na baixa adesão aos objetivos e propostas da entidade, • nos atrasos de produção, • nos acidentes com maquinas, • nas mudanças de emprego, • nas reformas antecipadas . No plano organizacional reflete-se: (Vaz Serra, 2007).
  • 29. • a sobrecarga de trabalho, • a subcarga de trabalho, • a pouca autonomia de decisão, • a existência de trabalhos por turnos, • condições físicas adversas. Entre as caraterísticas do trabalho que podem ter consequências negativas sobre o indivíduo, salientam-se:
  • 30. Assim, o stress não é apenas um termo que se relaciona com alguma situação incomodativa. Quando é intenso, repetitivo e prolongado poderá ter consequências preocupantes que podem lesar o bem-estar e a saúde (física e psíquica) do indivíduo.
  • 31. Segundo Vaz Serra (2007), o stress excessivo torna-se prejudicial porque pode: 1. Evocar emoções negativas fortes que são perturbadoras; 2. Levar ao desenvolvimento ou agravamento de uma doença física e/ou psíquica; 3. Ter influência negativa na família, trabalho e vida social;
  • 32. 4. Ocasionar maior número de acidentes de trabalho ou rodoviário; 5. Prejudicar os processos de tomada de decisão; 6. Ter efeitos negativos em aspetos de natureza económica; 7. Provocar alterações do sono, vida sexual, metabolismo e sistema imunitário.
  • 33. 5 - MEDIDAS PREVENTIVAS DO STRESS Anteriormente, foram referidos os vários fatores de risco ou fontes potenciais de stress, quer na vida pessoal, quer na vida laboral. Rossi (2010) descreveu várias condições de prevenção necessárias para que não se atinga situações de limite/stress.
  • 34. NUM PLANO ORGANIZACIONAL TEMOS: 1- Avaliação apropriada dos riscos: utilização de inquéritos e escalas de avaliação do stress para avaliar o estado atual dos indivíduos/ trabalhadores e permitir medidas de antecipação; 2 - Planificação e ajustamento gradual: os objetivos a atingir, as tarefas a cumprir, as responsabilidades, os recursos necessários devem ser planificados antes de início da atividade/tarefa; 3 - As medidas devem ter sempre como alvo o grupo de trabalho: as intervenções devem ser sempre dirigidas a grupos de trabalho e apenas, se estritamente necessário, a uma pessoa em particular;
  • 35. 4 - Inclusão da opinião dos trabalhadores: a experiências dos trabalhadores nas distintas atividades devem ser levadas em conta para identificar problemas e possíveis soluções; 5 - Intervenções efetuadas por profissionais especializados: os planos de prevenção devem ser elaborados por profissionais competentes nas áreas da saúde (médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais); 6 - Gestão dos riscos pelas hierarquias superiores: compromisso dos quadros superiores de colocar a gestão dos riscos como uma prioridade.
  • 36. NUM PLANO PESSOAL/INDIVIDUAL, CERTAS CONDUTAS PODERÃO TER EFEITOS PREVENTIVOS, TAIS COMO: Encontrar ideias construtivas para resolver um problema; Estabelecer prioridades, avaliar o que é inadiável e o que pode ser delegado; Comunicar aos superiores possíveis lacunas ou excessivo volume de trabalho. Apresentar propostas de melhoria; Identificar novas tarefas que possam ser atribuídas; Seguir as políticas vigentes na entidade;
  • 37. Defender a responsabilidade para planear o trabalho; Em situação de assédio sexual ou outro, reportar imediatamente a situação para os superiores hierárquicos; Pedir informações sobre inovações que serão implementadas; Aceitar e contribuir para uma avaliação de desempenho justa; Comprometimento em formação continua.
  • 38. 6 - TÉCNICAS DE CONTROLO E GESTÃO DE STRESS PROFISSIONAL Existe um termo inglês que não tem tradução fácil para o português e que se designa por coping. Atualmente quando aplicamos o termo coping tem um significado preciso: refere-se às estratégias para lidar com o stress (Vaz Serra, 2007).
  • 39. ASSIM, AS ESTRATÉGIAS DE COPING CORRESPONDEM ÀS RESPOSTAS DA PESSOA QUE TEM COMO FINALIDADE DIMINUIR A “CARGA” FÍSICA, EMOCIONAL E PSICOLÓGICA LIGADA AOS ACONTECIMENTOS GERADORES DE STRESS.
  • 40. AS ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM SITUAÇÕES DE STRESS PODEM SER CENTRADAS: ➢NO INDIVÍDUO (NO PROBLEMA), ➢NA DIMINUIÇÃO DAS EMOÇÕES SENTIDAS, ➢NA BUSCA DE APOIO SOCIAL. VAMOS AGORA TRATAR DE CADA UMA DAS MODALIDADES EM PARTICULAR ASSENTES NA PERSPETIVA DE VAZ SERRA (2007).
  • 41. ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM O STRESS FOCADAS NO PROBLEMA: AS ESTRATÉGIAS FOCADAS NO PROBLEMA PROCURAM ESTABELECER UM PLANO DE AÇÃO E SEGUI-LO ATÉ ELIMINAR O PROBLEMA. OS PLANOS DE AÇÃO EVITAM QUE UM ESTADO/SENSAÇÃO DESAGRADÁVEL SE PROLONGUE E PREJUDIQUE O BEM-ESTAR E A SAÚDE DO SER HUMANO. UM PLANO DE AÇÃO PASSA POR DESENVOLVER VÁRIAS ETAPAS INTERMÉDIAS ATÉ CHEGAR À RESOLUÇÃO DO PROBLEMA.
  • 42. VEJAMOS UM EXEMPLO: NUMA INSTITUIÇÃO, DUAS PESSOAS QUE TRABALHAM NUM MESMO SECTOR NÃO CONSEGUEM DIALOGAR E CHEGAR A ENTENDIMENTO SOBRE AS TAREFAS E ISSO PROVOCA UM ESTADO DE TENSÃO CONSTANTE. UM PLANO DE AÇÃO ACONSELHÁVEL SERIA:
  • 43. 1º ALGUÉM TOMAR A INICIATIVA DE QUERER RESOLVER O PROBLEMA; 2ª RECORRER A ALGUÉM QUE POSSA MEDIAR UM DIÁLOGO ENTRE AMBAS AS PARTES; 3º AVALIAR OS PONTOS DIVERGENTES; 4º REUNIR COM O MEDIADOR E O/A COLEGA DE TRABALHO; DEBATER OS PONTOS DIVERGENTES E TENTAR ENCONTRAR SOLUÇÕES E MEDIDAS PARA QUE O TRABALHO POSSA FLUIR.
  • 44. DE QUALQUER FORMA, AS ESTRATÉGIAS FOCADAS NA RESOLUÇÃO DO PROBLEMA SÃO AS MAIS ACONSELHADAS, POIS, PERMITEM REMOVER DEFINITIVAMENTE AS FONTES DE PERTURBAÇÃO.
  • 45. AS ESTRATÉGIAS DE COPING QUE LEVAM À PROCURA DE INFORMAÇÃO E RESOLUÇÃO DO PROBLEMA TÊM EFEITOS BENÉFICOS SOBRE O FUNCIONAMENTO PSICOLÓGICO E, PERMITEM REDUZIR A INFLUÊNCIA ADVERSA DAS MUDANÇAS NEGATIVAS E DAS SITUAÇÕES DE PRESSÃO QUE REAPARECEM NO TEMPO.
  • 46. AS PESSOAS COM TENDÊNCIA A USAR ESTRATÉGIAS DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS TÊM MENOS PROPENSÃO DO QUE AS OUTRAS DE FICARAM DEPRIMIDAS.
  • 47. ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM O PROBLEMA FOCADAS NA EMOÇÃO: QUANDO O STRESS É SENTIDO COMO MAIS GRAVE, O FOCO É MAIS ORIENTADO PARA O CONTROLO DAS EMOÇÕES. QUANDO ATINGEM UMA INTENSIDADE GRAVE SÃO DIFÍCEIS DE TOLERAR E AFETAM AS ROTINAS E INTERFEREM LARGAMENTE COM O SEU BEM-ESTAR.
  • 48. Por vezes, tentamos fugir das situações que nos provocam demasiada tensão, fugimos de forma real ou imaginada da situação desagradável em que vivemos. Os mecanismos que reduzem os estados de tensão têm diferentes finalidades.
  • 49. ALGUMAS SÃO UTEIS, ONDE A PESSOA APENAS PROCURA UMA FORMA IMEDIATA PARA REDUZIR AS EMOÇÕES DESAGRAVÁVEIS: OUVIR MUSICA, VER UM FILME; PRATICAR IOGA OU RELAXAMENTO; FAZER EXERCÍCIO FÍSICO; DISTANCIAR-SE DO PROBLEMA PARA VÊ-LO DE UMA FORMA/PERSPETIVA DIFERENTE; COMPARAR OS PROBLEMAS COM OUTROS POTENCIALMENTE MAIS GRAVES (RELATIVIZAR A SITUAÇÃO); CANALIZAR A ENERGIAS PARA OUTROS OBJETIVOS PRIORITÁRIOS/IMPORTANTES.
  • 50. OUTRAS SÃO PREJUDICIAIS NA MEDIDA EM QUE ADIAMOS INDEFINIDAMENTE A RESOLUÇÃO DO PROBLEMA E APENAS ADIAMOS A DOR MORAL, TAIS MEDIDAS PODERÃO SER: FICAR NA CAMA DURANTE DIAS SEGUIDOS; PENSAR COMO QUE O PROBLEMA NÃO EXISTISSE; CONSUMIR DROGAS ILÍCITAS E AUTOMEDICAÇÃO; BEBER OU COMER EM EXCESSO.
  • 51. ESTRATÉGIAS PARA LIDAR COM O STRESS FOCADAS NA INTERAÇÃO SOCIAL: ESTES TIPOS DE ESTRATÉGIAS ESTÃO ASSOCIADAS À FORMA COMO LIDAMOS E MANTEMOS O RELACIONAMENTO COM OUTRAS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE STRESS. A PESSOA QUE DÁ APOIO MANIFESTA UMA RELAÇÃO EMPÁTICA.
  • 52. ✓SE SOUBER TER O DOM PARA OBSERVAR A SITUAÇÃO NA PERSPETIVA/PONTO DE VISTA DE QUEM O SOLICITA, ✓SE SOUBER EVITAR O JUÍZO DE VALOR, ✓E COMPREENDER O QUE A PESSOA DIZ EM LINGUAGEM VERBAL E NÃO-VERBAL, TENDE A SER PROCURADA PELOS OUTROS, PARA SER UM APOIO NA RESOLUÇÃO DO PROBLEMA E REDUÇÃO DA SENSAÇÃO DE STRESS.
  • 53. AQUELES QUE PRESTAM CUIDADOS A TERCEIROS TENDEM A SER OS MAIS COMPREENSIVOS E GENUINAMENTE EMPÁTICOS E DESENVOLVEM MAIS FACILMENTE PLANOS DE AÇÃO PARA A RESOLUÇÃO DOS PROBLEMAS. A PROCURA DE APOIO EMOCIONAL TENDE A RECAIR PARA ALGUÉM COM QUEM SE POSSA DESABAFAR, CONTAR OS PROBLEMAS E ENCONTRAR COMPREENSÃO.
  • 54. 7 - COMO LIDAR COM SITUAÇÕES DE AGONIA E SOFRIMENTO Se quisermos compreender o que é capaz de ameaçar ou lesar uma pessoa, teremos de perceber a sua rede de preocupações. Se quisermos perceber quais são as suas preocupações teremos de conhecer quais são as crenças e valores da pessoa.
  • 55. Assim, os valores relacionam-se com aquilo que um indivíduo quer ou prefere e ligam-se aos ideais ou objetivos que a pessoa pretende atingir. As crenças dizem respeito ao que o indivíduo pensa de verdade quer goste ou não e aprove ou não.
  • 56. Os valores e crenças são gerados no seio da família, os primeiros influenciados pela cultura e os segundos pela relação que existe entre os elementos da família. Qualquer um destes conceitos pode levar a formas desajustadas de lidar com a vida.
  • 57. A psicoterapia é um meio para a mudança e para o restabelecimento emocional. Não podemos descurar a ajuda de profissionais quando deixamos de ser capazes de gerir emocionalmente o que nos preocupa, nos bloqueia, nos retira o bem-estar necessário para uma vida saudável. Recorrer a técnicos especializados (psiquiatras, psicólogos) pode ser o caminho mais rápido para a recuperação e evitamento de recaídas.
  • 58. A forma como nos colocamos perante uma situação desagradável poderá aumentar ou diminuir o foco de tensão, assim como a dor ou sofrimento. Desta forma, quando estamos associados (ASSOCIAÇÃO) numa dada situação, estamos no aqui e no agora, absorvidos no presente, damos muita importâncias a sensações vividas, assim, tendemos a aumentar o grau de agonia, de sofrimento pois estamos a viver a situação na primeira pessoa.
  • 59. Todavia, se conseguirmos distanciar-nos da situação (DISSOCIAÇÃO), no plano de pensamento, da imaginação, podemos afastar das sensações corporais e vivemos a situação na terceira pessoa. A DISSOCIAÇÃO permite gerir, reduzir o grau de desconforto e sofrimento e distanciar-se de situações desagradáveis. As técnicas de relaxamento e de indução de pensamento permitem adquirir e desenvolver a capacidade de dissociação cognitiva (O’Connor, 2001).
  • 60. O processo de luto (perda) poderá significar a morte de um familiar, amigo, ou pessoa ao seu cuidado, mas também outro tipo de perdas, tais como: emprego, divórcio ou mudança de residência. Existe uma sensação de desmoronamento, agonia e tristeza profunda.
  • 61. Desde o momento da perda até ao total restabelecimento emocional será necessário passar por várias etapas. Não poderemos passar para a etapa seguinte sem resolver completamente anterior (Worden, 1991):
  • 62. I. Aceitar a realidade da perda: A primeira tarefa é aceitar que a pessoa não voltará. Se no seu íntimo não deixa a pessoa partir, pois assume nas suas vivências como se ela estivesse presente no dia-a-dia criará resistências à aceitação natural. Desprender-se da maioria dos objetos ou recordações e no discurso usar os verbos no passado “ ele/ela foi, esteve, gostava…” será um meio para a aceitação. II. Elaborar a dor da perda: É necessário que a pessoa em luto passe e assuma a dor, não deve evitar ou suprimir a dor da perda. Não elaborar a dor é não sentir e prolongar no tempo o sentimento de agonia, sendo então fulcral uma terapia do luto. III. Ajustar-se ao ambiente diário sem presença da pessoa: A perda significa um vazio criado, novos papéis a assumir, reajustar as tarefas do dia-a-dia de forma diferente, pois quem estava já não está. Torna-se importante adaptar as novas rotinas e encontrar motivação para os novos desafios/compromissos. IV. Reposicionar em termos emocionais a pessoa que faleceu e continuar a vida: Ninguém esquece as lembranças de alguém que teve grande significado na sua viDa. O importante não é esquecer mas sim recolocar a pessoa num “local emocional” adequado para que se possa estar disponível para as novas experiências/vivÊncias e continuar a viver com motivação e interesse.
  • 63. 8 - TÉCNICAS DE AUTO-PROTEÇÃO As pressões diárias na vida pessoal e profissional, a que a pessoa está sujeita, envolvem circunstâncias desagradáveis que podem torná-la vulnerável. • Modificar as vulnerabilidades pode diminuir o stress. • De seguida serão abordadas as modificações que permitem reduzir a vulnerabilidade da pessoa (Vaz Serra, 2007):
  • 64. 1- Não se expor a situação de stress: Para conservar a sua saúde e energia, não pode dizer sim a tudo quanto lhe pedem; Delegar tarefas reduz o volume de situações potencialmente stressantes; É útil utilizar os dias de férias, feriados e fins-de-semana para descansar e realizar atividades que conceda satisfação pessoal.
  • 65. 2 - Aprender a resolver problemas: A resolução adequada de um problema elimina, ou pelo menos modifica de forma substancial a fonte de stress. A resolução adequada passa por 4 etapas: 1) Definição e formulação: reunir a maior quantidade de informação para o problema passar de vago a concreto, seguidamente, estabelecer objetivos realistas de resolução; 2) Génese de soluções alternativas: passa por criar o maior número possível de alternativas válidas; 3) Tomada de decisão: tem como propósito avaliar as várias alternativas e escolher/aplicar/agir a que nos parece mais indicada para resolver o problema/situação; 4) Implementação e verificação das soluções: avaliação dos resultados após a ação realizada, ou seja perceber se foi eficaz.
  • 66. 3 - Pensar com lógica: A avaliação dos acontecimentos nem sempre é realizada com lógica, é importante: a) não sustentar o pensamento com crenças irracionais; b) não atribuir arbitrariedade às causas das ocorrências; c) não utilizar deduções preconceituosas ao comportamento de terceiros; d) não criar expectativas sem fundamentos; e) não discriminar inadequadamente as situações.
  • 67. 4 - Melhorar a autoestima: Entre diversas mudanças necessárias para melhorar a autoestima, uma delas é aprender a compreender, aceitar, perdoar a si mesmo e aos outros. Outra consiste em criar objetivos de vida.
  • 68. 5 - Modificar comportamentos: As mudanças podem ser introduzidas percorrendo diversas etapas a seguir indicadas: a) Identificar sinais induzidos pelo stress; b) Identificar os estímulos que dão origem ao stress; c) Envolver-se em atividades relaxantes; d) Aprender a executar outras atividades para além do trabalho.
  • 69. 6 - Ser autoafirmativo: Em contextos interpessoais (relação no trabalho, nos grupos, com pares sociais) ser autoafirmativo permite, embora respeitando os direitos dos outros, lutar pela defesa dos seus próprios direitos. As aptidões de autoafirmação estão ligadas a duas grandes classes: - Quando o próprio precisa responder à iniciativa de alguém: - Quando tem que tomar a iniciativa em relação a outra pessoa.;
  • 70. ASSIM: - QUANDO RESPONDE À INICIATIVA DE ALGUÉM: ✓ASSINALAR A IMPORTÂNCIA DE DIZER NÃO, ✓SABER LIDAR COM AS CRÍTICAS, ✓ACEITAR FELICITAÇÕES, ✓SABER MANTER CONVERSAS E ✓RESPONDER A SOLICITAÇÕES PARA FUTUROS ENCONTROS;
  • 71. - QUANDO TEM QUE TOMAR INICIATIVA PARA COM ALGUÉM: ✓INICIAR CONVERSAS, ✓TERMINAR INTERAÇÕES INDESEJÁVEIS, ✓APRENDER A DISCORDAR, ✓PEDIR FAVORES, ✓IMPEDIR QUE LHE INTERROMPAM O QUE ESTÁ A EXPOR.
  • 72. 7 - Revelar preferências: Demostrar o que agrada ou não. Mudar o assunto quando está desgastado ou a tornar-se desagradável.
  • 73. 8 - Realizar críticas construtivas: Não impor pontos de vista. Serve para ajudar o próprio a criar perspetivas diferentes sobre um dado problema;
  • 74. QUANDO É NECESSÁRIO FAZER UMA CRÍTICA DEVE-SE: ✓COMEÇAR E TERMINAR COM UMA REFERÊNCIA POSITIVA À OUTRA PESSOA, ✓EXPRIMIR O QUE SENTE EM RELAÇÃO A DETERMINADA SITUAÇÃO, ✓DIRIGIR-SE SOBRE OS ASPETOS ESPECÍFICOS DO SEU COMPORTAMENTO, ✓SOLICITAR MODIFICAÇÕES CONCRETAS E, ✓FALAR EM VOZ NEUTRA E NÃO ZANGADA.
  • 75. 9 – Técnicas de relaxamento O relaxamento deriva da hipnose e produz modificações físicas e psíquicas. Atua determinando uma resposta de repouso. Esta prepara o organismo para um estado de calma, inatividade do comportamento e o restauro das modificações existentes. Com o relaxamento consegue-se a diminuição da atividade fisiológica do indivíduo que é acompanhada de uma sensação de bem-estar.
  • 76. 9 – Técnicas de relaxamento Geralmente é utilizado como meio de controlo da ansiedade. Nas pessoas muito emotivas, predispostas a reagir de forma intensa perante um problema menor pode ajuda-las a confrontar os acontecimentos de uma forma mais controlada.
  • 77. VÁRIAS SÃO AS DISCIPLINAS, TÉCNICAS QUE TRABALHAM AS QUESTÕES DO RELAXAMENTO, ENTRE ELAS PODEMOS DESTACAR: ✓ O IOGA, ✓ PILATES, ✓ MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL, ✓ RELAXAMENTO PROGRESSIVO DE JACOBSON E ✓ HIPNOSE (VAZ SERRA, 2007).
  • 79. 1 - CONCEITO DE EMOÇÃO A emoção é uma alteração intensa e passageira do ânimo, podendo ser agradável ou penosa, que surge na sequência de uma certa comoção somática. A emoção desperta, em certa medida, um sentimento de agitação no indivíduo, expectante perante aquilo em que participa ou determinada circunstância. As emoções são reações psicofisiológicas, que representam modos eficazes de adaptação face às mudanças ambientais, contextuais e/ou situacionais. No que diz respeito à fisiologia, as emoções organizam as respostas de muitos sistemas biológicos, inclusive as expressões faciais, os músculos, a voz e o sistema endócrino, com vista a estabelecer um meio interno ótimo em prol de um comportamento mais efetivo. Em termos psicológicos, as emoções alteram a atenção e elevam o nível de determinados comportamentos na hierarquia de respostas do indivíduo. As emoções funcionam também como uma espécie de depósito de influências inatas e aprendidas.
  • 80.
  • 81.
  • 82.
  • 83. 2 - CARATERÍSTICAS FISIOLÓGICAS, COGNITIVAS E COMPORTAMENTAIS DAS EMOÇÕES
  • 84.
  • 85.
  • 86.
  • 87.
  • 88.
  • 89.
  • 90. AS EMOÇÕES SÃO RESPOSTAS NEUROLÓGICAS E FISIOLÓGICAS A ESTÍMULOS (EXTERNOS E INTERNOS), COORDENADOS PELO PRÓPRIO PENSAMENTO QUE ENVOLVE AS ESTRUTURAS DO SISTEMA LÍMBICO. OS ESTUDOS NA ÁREA NEUROLÓGICA VÊM CRESCENDO E AS PESQUISAS TÊM CONFIRMADO A RELAÇÃO SOMÁTICA COM O CENTRO DAS EMOÇÕES.
  • 91. DE ACORDO COM VAITSMAN, OS ALICERCES DA VIDA EMOCIONAL COMEÇAM NO CÉREBRO E ESTENDEM-SE AO SISTEMA IMUNOLÓGICO. PESQUISAS FEITAS PELOS NEUROCIENTISTAS ANTÓNIO DAMÁSIO E JOSEPH LEDOUX, INDICAM QUE A MAIORIA DAS EMOÇÕES - COMO A RAIVA E O MEDO - TÊM ORIGEM BIOQUÍMICA.
  • 92. AS PESQUISAS DE LEDOUX SOBRE O FUNCIONAMENTO CEREBRAL EXPLICAM, POR EXEMPLO, QUE ALGUÉM SEJA CAPAZ DE DETETAR O PERIGO ANTES MESMO QUE UMA SITUAÇÃO DE AMEAÇA ACONTEÇA. ISSO SIGNIFICA QUE A REAÇÃO BIOQUÍMICA É ANTERIOR A EMOÇÃO (1998).
  • 93. O SER HUMANO POSSUI NO CÉREBRO UMA ESTRUTURA CHAMADA DE SISTEMA LÍMBICO, RESPONSÁVEL PELAS EMOÇÕES E SENTIMENTOS. O SISTEMA LÍMBICO, QUANDO RECEBE UM ESTÍMULO, SENSITIVO (AUDIÇÃO, PALADAR, VISÃO, OLFATO), ENVIA ESSAS “INFORMAÇÕES” PARA O TÁLAMO E HIPOTÁLAMO QUE ELABORA RESPOSTAS AOS ESTÍMULOS ATRAVÉS DO SISTEMA ENDÓCRINO E DO SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO.
  • 94. AUTOMATICAMENTE PRODUZEM REPOSTAS, ATIVANDO ESSES SISTEMAS, E ENTÃO TEMOS UM ESTADO, QUE SÃO AS EMOÇÕES E SENTIMENTOS MANIFESTOS. SISTEMA LÍMBICO É O NOME DADO ÀS ESTRUTURAS CEREBRAIS QUE COORDENAM O COMPORTAMENTO EMOCIONAL E OS IMPULSOS MOTIVACIONAIS E É FORMADO POR DIVERSAS ESTRUTURAS LOCALIZADAS NA BASE DO CÉREBRO.
  • 95. DE ACORDO COM BALLONE, OS SENTIMENTOS E EMOÇÕES, COMO AMOR, ALEGRIA, ÓDIO, PAVOR, IRA, PAIXÃO E TRISTEZA TEM ORIGEM NO SISTEMA LÍMBICO. CHAMA-SE CIRCUITO DE PAPEZ A PORÇÃO DO SISTEMA LÍMBICO RELACIONADA ÀS EMOÇÕES E SEUS ESTEREÓTIPOS COMPORTAMENTAIS.
  • 96. NA DÉCADA DE 30, O NEUROFISIOLOGISTA PAPEZ PROPÔS QUE COMPONENTES DO SISTEMA LÍMBICO MANTINHAM NUMEROSAS E COMPLEXAS CONEXÕES ENTRE SI. ESTE SISTEMA É RESPONSÁVEL TAMBÉM PELOS ASPETOS DA IDENTIDADE PESSOAL E POR FUNÇÕES LIGADAS À MEMÓRIA (2005). .
  • 97. SEGUNDO NEWEN, NA TEORIA JAMES-LANGE, AS EMOÇÕES SÃO O RESULTADO DE ESTADOS FISIOLÓGICOS DESENCADEADOS POR ESTÍMULOS OU SITUAÇÕES AMBIENTAIS. ELES POSTULAM QUE NÃO CHORAMOS PORQUE ESTAMOS TRISTES, MAS FICAMOS TRISTES PORQUE CHORAMOS. UMA PESSOA SENTE MEDO PORQUE O SEU CORPO RESPONDEU COM DETERMINADAS REAÇÕES FISIOLÓGICAS A UMA SITUAÇÃO.
  • 98. A PERCEÇÃO DO ESTADO DE NOSSO PRÓPRIO CORPO: SÃO SIMPLESMENTE AQUILO QUE EXPERIMENTAMOS QUANDO ESSE ESTADO SE ALTERA DEVIDO A ACONTECIMENTOS DO MEIO AMBIENTE (2009).
  • 99. RESUMINDO, PERANTE UMA SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA, PRIMEIRO O HOMEM REAGE E FOGE E É POR FUGIR QUE SENTE MEDO. DE ACORDO COM WILLIAM JAMES, O QUE DIFERENCIA AS EMOÇÕES É QUE CADA UMA DELAS ESTA RELACIONADA A PERCEÇÃO DE TRANSFORMAÇÕES CORPORAIS. ESTA TEORIA É CONHECIDA COMO TEORIA DE JAMES-LANGE, PORQUE ESSA MESMA TEORIA ERA DEFENDIDA POR CARL LANGE.
  • 100. JAMES DECLARAVA QUE QUANDO UM INDIVÍDUO É AFETADO POR UM ESTÍMULO, SOFRE ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS PERTURBADORAS, COMO FALTA DE AR, PALPITAÇÕES, ANGÚSTIA E ETC. O RECONHECIMENTO DESSES SINTOMAS É QUE VAI GERAR EMOÇÃO NO INDIVÍDUO.
  • 101. A TEORIA DE JAMES-LANGE RECEBEU CRÍTICAS DO FISIOLOGISTA WALTER CANNON, QUE EM 1927 PROPÔS UMA TEORIA ALTERNATIVA, BASEANDO-SE NAS INVESTIGAÇÕES DE PHILIP BARD. DE ACORDO A TEORIA DE CANNON-BARD, AS EMOÇÕES TÊM ORIGEM NO CÉREBRO, OCORREM AO MESMO TEMPO QUE AS REAÇÕES FISIOLÓGICAS, MAS NÃO SÃO CAUSADAS POR ESTAS.
  • 102. SEGUNDO ESTA TEORIA, OS ESTÍMULOS EMOCIONAIS TÊM DOIS EFEITOS EXCITATÓRIOS INDEPENDENTES: ✓PROVOCAM O SENTIMENTO DA EMOÇÃO NO CÉREBRO ✓E A EXPRESSÃO DA EMOÇÃO NO SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO E SOMÁTICO. TANTO A EMOÇÃO COMO A REAÇÃO A UM ESTÍMULO SERIAM SIMULTÂNEOS. ASSIM, NUMA SITUAÇÃO DE PERIGO, O INDIVÍDUO PERANTE UM ESTÍMULO AMEAÇADOR SENTE PRIMEIRO MEDO E DEPOIS TEM A REAÇÃO FÍSICA, FOGE.
  • 103. AS TEORIAS COGNITIVISTAS AFIRMAM QUE OS PROCESSOS COGNITIVOS, COMO AS PERCEÇÕES, RECORDAÇÕES E APRENDIZAGENS, SÃO FUNDAMENTAIS PARA SE PERCEBEREM AS EMOÇÕES. UMA SITUAÇÃO PROVOCA UMA REAÇÃO FISIOLÓGICA E PROCURAMOS IDENTIFICAR A RAZÃO (COMPREENDER) DESSA EXCITAÇÃO FISIOLÓGICA DE MODO A NOMEAR A EMOÇÃO QUE LHE CORRESPONDE.
  • 104. SEGUNDO PEREIRA, A PERSPETIVA CULTURALISTA DIZ QUE AS EMOÇÕES SÃO COMPORTAMENTOS APREENDIDOS NO PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO. CADA CULTURA TEM DIFERENTES FORMAS DE EXPRIMIR AS DIFERENTES EMOÇÕES. AS EMOÇÕES SÃO UMA CONSTRUÇÃO SOCIAL QUE EXIGE APRENDIZAGEM E QUE, POR ISSO, DEPENDEM DA CULTURA EM QUE O INDIVÍDUO ESTÁ INSERIDO.
  • 105. O TIPO DE EMOÇÕES QUE SE MANIFESTA EM CADA SITUAÇÃO, A FORMA COMO SÃO DEMONSTRADAS, E O CONJUNTO DE REGRAS DE CADA CULTURA ESPECÍFICA É PRÓPRIA EM CADA CULTURA E PARA CADA UMA DELAS, HÁ UMA LINGUAGEM DA EMOÇÃO ESPECÍFICA QUE É RECONHECIDA POR TODOS AQUELES QUE NELA ESTÃO INSERIDOS.
  • 106. SEGUNDO CASANOVA ET ALL, PARA OS PARTIDÁRIOS DA ABORDAGEM CULTURALISTA, A EMOÇÃO É UM PAPEL SOCIAL QUE APRENDEMOS NUM CERTO TIPO DE SOCIEDADE, O QUE SUPÕE QUE OUTRAS PESSOAS CRIADAS EM OUTROS LUGARES SENTIRÃO E EXPRESSARÃO EMOÇÕES DIFERENTES (2009).
  • 107. 3 - ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DAS EMOÇÕES
  • 108. ESTRATÉGIAS DE GESTÃO DAS EMOÇÕES DADA A IMPORTÂNCIA DAS EMOÇÕES, MESMO AS DESAGRADÁVEIS, O IMPORTANTE NÃO É ANULÁ-LAS MAS PODER REGULÁ-LAS DE FORMA A SERMOS NÓS A CONTROLÁ-LAS A ELAS E NÃO ELAS A CONTROLAREM-NOS A NÓS.
  • 109. A RESPOSTA É A REGULAÇÃO EMOCIONAL. O IMPORTANTE OU DESEJÁVEL NÃO É ANULAR OS NOSSOS SENTIMENTOS NEGATIVOS OU DEIXAR DE TER SENTIMENTOS DE TODO, MAS PODER REGULÁ- LOS, DE FORMA A SERMOS NÓS A CONTROLÁ-LOS A ELES E NÃO ELES A CONTROLAR-NOS A NÓS.
  • 110. MAS O QUE É ISTO DE REGULAÇÃO EMOCIONAL? A REGULAÇÃO DAS EMOÇÕES TEM DOIS COMPONENTES: ✓POR UM LADO É IMPORTANTE REGULAR A EXPERIÊNCIA EMOCIONAL, ✓POR OUTRO REGULAR A EXPRESSÃO EMOCIONAL. E É IMPORTANTE, DE FACTO, DISTINGUI-LOS: ✓EXPERIENCIAR UMA EMOÇÃO NÃO IMPLICA NECESSARIAMENTE AGI-LA, ✓E MESMO EXPRESSÁ-LA NÃO TEM DE SER FEITO DE UMA FORMA DURA E INAPROPRIADA.
  • 111. REGULAÇÃO DA EXPERIÊNCIA EMOCIONAL NA REGULAÇÃO DA EXPERIÊNCIA EMOCIONAL, É IMPORTANTE PERMITIRMO- NOS ACEDER ÀS NOSSAS EMOÇÕES, ENTRARMOS EM CONTACTO COM ELAS, PARA AS PODERMOS SIMBOLIZAR (DAR-LHES UM SIGNIFICADO COERENTE) E INTEGRÁ-LAS NA NOSSA VISÃO DE NÓS PRÓPRIOS (RECONHECERMOS QUE ELAS FAZEM PARTE DE NÓS).
  • 112. BIBLIOGRAFIA • DIÁRIO DA REPÚBLICA, 1.ª SÉRIE — N.º 195 — 7 DE OUTUBRO DE 2010 • FARIA, M. (1995). O ERRO HUMANO. LISBOA: IDICT • GLEITMAM, H. (1993). PSICOLOGIA. LISBOA: FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN • MESQUITA, R. E DUARTE, F. (1996). DICIONÁRIO DE PSICOLOGIA. LISBOA: PLÁTANO EDITORA • MONTEIRO, I. (2007). ILUSÕES DE MEMÓRIA E DEPRESSÃO. MAIA: EDIÇÕES ISMAI • O’ CONNOR, J. (2001) MANUAL DE PROGRAMAÇÃO NEUROLINGUÍSTICA. RIO DE JANEIRO: QUALITYMARK EDITORA, LDA • REDFIELD, E. (1985). COMUNICAÇÕES ADMINISTRATIVAS. SÃO PAULO: FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS • ROSSI, A. (2010). STRESS E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO: PERSPECTIVAS ACTUAIS DA SAÚDE OCUPACIONAL. SÃO PAULO: ATLAS • SORRENTINO, S. (2001) FUNDAMENTOS PARA O AUXILIAR DE ENFERMAGEM. PORTO ALEGRE: EDITORA ARTMED • VAZ SERRA, A. (2007). O STRESS NA VIDA DE TODOS OS DIAS. COIMBRA: GRÁFICA DE COIMBRA, LDA