O documento descreve a história econômica e industrialização dos quatro Tigres Asiáticos - Taiwan, Coreia do Sul, Hong Kong e Singapura - entre as décadas de 1960 e 1990, quando apresentaram altas taxas de crescimento através da atração de investimento estrangeiro, mão-de-obra barata e educada, e foco na exportação de bens manufaturados.
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Introdução
A história e a economia dos Tigres Asiáticos
Estes territórios apresentaram em comum grandes taxas de crescimento e rápida
industrialização entre as décadas de 1960 e 1990.
O termo ''tigre'' lembra agressividade e é exatamente essa a caraterística que está
relacionada com a forma agressiva e rápida com que atuaram na economia.
A partir da década de 1980, alguns territórios do Pacífico malaio-asiático apresentaram
altos índices de crescimento económico e influência no mercado mundial, sendo por
isso designados “Tigres Asiáticos. Utilizaram estratégias arrojadas para atrair capital
estrangeiro, como por exemplo mão-de-obra barata e disciplinada, isenção de
impostos e baixos custos de instalação de empresas.
Eles encaram a educação como um meio que permite o aumento da produtividade. Os
países melhoraram o sistema educacional em todos os níveis, assegurando que todas
as crianças frequentem o ensino fundamental e o ensino médio. Além disso, destaca-
se a prática de incentivos fiscais a multinacionais. Como os "Tigres" eram
relativamente pobres durante a década de 1960, tinham abundância de mão-de-obra
barata. Juntamente com a reforma educacional eles conseguiram aproveitar essa
vantagem, criando uma força de trabalho de baixo custo, mas muito produtiva.
O investimento de capital estrangeiro era principalmente norte-americano e japonês,
que via nesses países uma localização estratégica para fortalecer o capitalismo contra
o socialismo, na época da Guerra Fria.
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Taiwan
Taiwan é um país situado no Mar do Sul
da China e trata-se de um arquipélago
sob a administração da República da
China. A Ilha Formosa ou Ilha de
Taiwan é a maior ilha e o principal
componente dos territórios controlados
pela República da China, bem como as
outras 15 ilhas menores que se
encontram ao seu redor.
Pertencia à China e foi ocupada pelo Japão em 1937. Embora o Japão tenha sido o
invasor, desenvolveu o sistema de transportes, sistema de saúde e educação na ilha.
Taiwan foi libertada em 1945 pelos Aliados, voltou a fazer parte da China, mas os
chineses olhavam o povo da ilha como colaboradores dos japoneses. Hoje, embora a
China seja comunista, Taiwan está ligada à economia de mercado e ligada aos EUA
com quem mantém relações comerciais. O nome oficial do país é Republica da China
EM Taiwan.
No que toca à economia, a partir de 1950 a economia de Taiwan mudou da agricultura
para indústria. Essa mudança fez com que o modo de vida se modificasse e
melhorasse muito. Taiwan tem a 4° renda per capita mais alta do leste da Ásia -
depois do Japão, Singapura e Hong Kong - isso é 20 vezes mais do que a China
continental.
A sua economia é baseada nas exportações de produtos manufaturados e na sua
força de trabalho, educada e abundante.
A indústria é especializada em produtos
têxteis, rádios televisores, brinquedos, etc.
e também possui indústria pesada incluindo
automóveis, ferro, aço e produtos
derivados de petróleo. O governo tem
promovido indústrias de alta tecnologia
como, computadores, calculadoras e outros
que sejam competitivas nos mercados
internacionais.
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Na agricultura, embora o arroz continue a ser um dos principais produtos para uso
interno e exportação, produz ainda açúcar, vários vegetais e frutas. É ainda um dos
maiores criadores de porcos e de frutos do mar.
No referente ao calçado, Taiwan é, em volume, o primeiro produtor mundial com uns
900 milhões de pares anuais. É também o segundo maior exportador de móveis
depois da Alemanha, e o primeiro produtor e vendedor de raquetes de ténis e guarda-
chuva.
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Coreia do Sul
O país asiático que iniciou esse ciclo rápido de crescimento foi o Japão, com uma
bem-sucedida reforma agrária, seguida de um aumento rápido da renda dos
fazendeiros, que criou um mercado local para as novas fábricas. O Japão atuou não
só como estímulo, mas também como exemplo. A imensa e ininterrupta expansão da
economia japonesa foi decisiva para criar um dinâmico mercado em toda a área
circundante do Pacífico.
O crescimento mais marcante foi apresentado pela
Coreia do Sul, que a partir dali começou a ser
conhecido como o "Milagre do Rio Han". Na
década de 1960, o país era um dos mais pobres da
região, com um menor desenvolvimento. Desde a
década de 1980 até à atualidade, a Coreia do Sul
transformou-se num país desenvolvido, com um
rendimento alto e elevados valores de IDH e de
PIB per capita.
Politica:
O Estado da Coreia do Sul, usou:
Uma política salarial para promover a modernização e o aumento da
produtividade forçando assim os aumentos salariais;
Favoreceu o emprego a longo prazo para encorajar o compromisso dos
trabalhadores e da empresa, com a formação, com as competências, as
dinâmicas de grupo e os resultados das empresas;
A reforma agrária teve um foco na
expropriação dos grandes
proprietários, na redistribuição
das terras e no desenvolvimento
da base associativa;
Os mercados para as
exportações processadas de
países em desenvolvimento para
as economias industrializadas
eram mais abertos;
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A guerra do Vietname foi um fator de fluxos e de recursos e da grande
oportunidade de mercado;
As mudanças do governo por golpes de estado, as perseguições a
oposicionistas, os assassinatos políticos e os massacres de manifestantes
tornaram-se normais.
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Hong Kong
Hong Kong dispunha de uma baixa economia. Com o passar dos anos, com a
estratégica disposição da ilha para exportações e devido ao facto da imigração de
chineses para Hong Kong ter aumentado bastante, a industria foi-se desenvolvendo
cada vez mais, diversificando-se em setores como o do vestuário, dos plásticos e dos
eletrónicos, produzindo, principalmente, para atender a crescente demanda da Europa
e dos EUA por bens manufaturados e baratos. Entre 1961 e 1997 o PIB de Hong Kong
elevou mais de 180 vezes o seu anterior. Hoje em dia a economia da ilha de Hong
Kong vem mantendo a sua onda
crescente sendo uma sociedade
empresarial no mercado livre. No
ranking, Hong Kong é o terceiro do
Índice de Centros Financeiros Globais
depois de Londres e Nova York, e a
Bolsa de Valores de Hong Kong é o 6
º no mundo. A China Continental é o
primeiro parceiro económico de Hong-
Kong, seguido pelos Estados Unidos,
Japão, Taiwan, Alemanha, Singapura
e Coreia do Sul.
Em relação ao desenvolvimento político, a Ilha de Hong Kong foi cedida ao Reino
Unido em 1842, devido à derrota da China na Guerra do Ópio. O Reino Unido nomeou
os conselhos legislativos e executivos até 1984, ano em que houve um acordo entre a
China e o Reino Unido cujo lema era “um país, dois sistemas”.
A julho de 1997 Hong Kong regressa à soberania da China onde mantém o estatuto de
Região Administrativa Especial. Até 2047 a ilha deverá manter um alto grau de
autonomia administrativa.
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Singapura
A economia de Singapura está sustentada por uma economia de mercado, que por
sua vez está assente no capitalismo financeiro e industrial. Assim como os outros
Tigres Asiáticos, em que os principais produtos de exportação são as máquinas e os
equipamentos eletrónicos de última geração.
Singapura é um país excessivamente pequeno, sem recursos naturais e sem
oportunidade para explorar a agricultura, mas com uma economia que está sempre em
crescimento, especialmente por ser uma plataforma de exportação, sendo então o
modelo de desenvolvimento que colocou Singapura no patamar dos países
emergentes, embora não tenha entrado no G-20.
Apesar de ser uma potência industrial e tecnológica, este país tem uma forte
dependência na importação de alimentos, energia e outras matérias primas, além de
uma percetível instabilidade económica, uma vez que é um país extremamente
dependente do capital externo.
Os setores das finanças e do turismo também se têm destacado bastante. A bolsa de
valores de Singapura é uma das mais importantes do mundo e a quantidade de
turistas, nomeadamente asiáticos, aumentou de modo surpreendente nas últimas
décadas.
Este tigre asiático é igualmente um dos centros industriais mais importantes do
mundo, sendo inclusive a sede de grandes empresas, como a MobileOne, a
MediaCorp, a Singapore Airlines, a StarHub, a DBS Bank Limited, a Flextronics e a
Creative Technology Limited.
Singapura faz parte de um tratado internacional chamado APEC (Asia-Pacific
Economic Cooperation), que é um bloco económico que tem por objetivo transformar o
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Oceano Pacífico numa área de livre comércio e que engloba as economias asiáticas,
americanas e do continente Oceânico.
Ao contrário dos outros tigres asiáticos, Singapura não conta com mão-de-obra barata,
principalmente devido ao fortalecimento da força sindical no país e ao excelente nível
de escolaridade dos habitantes.
O porto da cidade de Singapura é um dos mais movimentados do mundo, estando
também localizado num ponto estratégico no Oceano Pacífico, à saída do Estreito de
Malaca, permitindo uma maciça entrada e saída de produtos, pois é o necessário para
manter o país em funcionamento, já que até o alimento e a energia precisam de ser
importados. Singapura utiliza o seu porto como um ponto onde os navios cargueiros
descarregam as suas mercadorias para serem redistribuídas por outros navios no
sudeste asiático, e também carregam mercadorias vindas do sudeste asiático para
serem levadas ao resto do mundo. O porto de Singapura obteve uma relevância
estratégica considerável após a abertura do Canal de Suez, pois os navios que
passam pelo canal navegam preferencialmente pelo Estreito de Malaca, que é o
caminho mais curto do Oceano Índico ao Pacífico.
Na ausência de espaço para a prática da agricultura e da pecuária, Singapura investiu
vigorosamente na aquicultura e na pesca para suplementar, pelo menos parcialmente,
a necessidade de importar alimentos.
De um modo geral, Singapura possui bons índices económicos e sociais, tendo um
IDH elevado, alto rendimento per capita e baixíssimas taxas de criminalidade e
analfabetismo.
(Índice de Desenvolvimento Humano referente a 2014)
(Segundo o Fundo
Monetário Internacional, referente a 2015)
(Segundo as Nações Unidas, referente a 2015)
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Conclusão
Taiwan, Coreia do Sul, Singapura e Hong Kong: são chamados figurativamente como
os quatros “tigres” da Ásia. Mais academicamente como os “Asia New Industrializing
Countries” (Asia NCIs) ou numa denominação mais recente como “Asia New
Industrializing Economies” (Asia NIEs). São países em desenvolvimento e com altas
taxas de crescimento. A partir da década de 1960 esses países adotaram numa
primeira etapa um processo de substituição de importações para bens de consumo
não duráveis e numa segunda etapa a exportação desses produtos. Na década de
1970, o mesmo processo ocorreu para bens duráveis.
Numa descrição sintética, as principais razões para o crescimento económico desses
países foram o baixo custo da mão de obra, a produção em larga escala e orientada
às exportações a partir dos anos da década de 1960. O crescimento tomou um
impulso ainda maior nos anos 80 pela introdução de tecnologia sofisticada no
processo de produção e nos produtos. Para os anos 90 vislumbra-se como principal
fator para o desenvolvimento dessas economias o setor serviços.
Houve um encadeamento do crescimento desses países: primeiramente houve a
disseminação do crescimento económico do Japão através do investimento externo,
inicialmente nos Asia NIEs e posteriormente nos outros “dragões”. A valorização da
moeda japonesa em 1985 contribuiu para estimular o investimento nas economias
pacífico-asiáticas. Por sua vez, com o seu crescimento económico, os Asia NIEs
iniciaram esforços em coordenar suas moedas a partir de 1987, o que também
estimulou o investimento no resto das economias asiáticas, segundo Sakurai.