Este documento discute o tema do sentimento e como ele influencia as relações humanas e as decisões das pessoas. Apresenta definições de sentimento e como ele pode ser tanto positivo quanto negativo, levando a ações construtivas ou destrutivas. Também discute que as pessoas não têm controle sobre os sentimentos, mas sim sobre as atitudes e ações que escolhem tomar.
1. Tarefa sobre tema interdisciplinar.
Os textos abaixo deverão ser colados ou copiados em seu caderno. Leia-os atentamente.
Filipenses 2:5 “Tende em vós aquele sentimento que houve também em Cristo Jesus”
O Sentimento
Como não poderia ser diferente, o que mantém as relações humanas é o sentimento. O início
de toda a discussão que será feita neste espaço, passa primeiramente pelo sentimento. O que
sentimos é muitas vezes o que rege as nossas vidas.
Por exemplo, o medo pode nos impulsionar a sairmos correndo em meio a um grande
perigo, ou nos estatizar e nos fazer desmaiar. A paixão pode nos levar a cometer loucuras, ou pode
nos causar uma grande frustração, uma grande dor... A tristeza pode nos fazer criar obras belíssimas,
ou nos trazer uma grande depressão. Então, em tudo que nos propomos a fazer desde o momento
que acordamos até nos deitarmos, sempre haverá um sentimento determinante.
Mas o que é o sentimento? Não há uma única definição. Na verdade, é uma mistura de
conceitos que passam desde uma sensação subjetiva de alegria, medo, amor, paz, ódio etc., até um
conjunto de qualidades morais. Vai da condição em que o ser humano se encontra até os sintomas
que um indivíduo pode encontrar ao se deparar com o estranho, com a ojeriza ou o prazer. É tudo
sentimento!
Mas o sentimento também é antagônico e complementar. É antagônico porque uma pessoa
pode amar e odiar. Chorar e se alegrar num curtíssimo espaço de tempo. Maltratar e acariciar –
como um pai que ao corrigir um filho, age com extremo rigor; às vezes, com violência, mas
querendo que o filho seja bem sucedido. Ou, após dar uma tremenda "bronca", acaricia o filho
dando-lhe todo o amor.
É complementar, porque uma pessoa pode sentir um prazer, que gera uma alegria, e,
posteriormente, uma felicidade. Ou, uma grande paixão que pode se transformar em amor. E,
infelizmente, um sentimento de raiva ou desgosto pode se transformar ou complementar-se em ódio
e uma intolerância. Esta, por sua vez, manifesta-se em atitudes de preconceito.
O sentimento nos sequestra por completo. E, muitas vezes, nos aprisiona, como em situações
de "amores não correspondidos", ou durante uma ofensa - nos impedindo de prosseguir, fomentando
nossa ira. Em tudo, ele está presente. Você é sentimental ou racional? Bom, a razão não será
discutida aqui, mas uma porcentagem considerável de sentimento, suas decisões trará. Seja o
sentimento bom ou não.
O sentimento ainda pode se transformar em algo ruim para a própria saúde. Nesta hora,
começam a se instalar as patologias e as neuropatologias. O amor não correspondido pode fazer
com que uma pessoa gere uma depressão tão forte, que vai aprisioná-la a um medicamento para o
resto de sua vida. Os sentimentos de culpa, de frustração, de fracasso podem gerar os estresses, os
transtornos e até a esquizofrenia (alteração química desencadeada por uma série de fatores). O
ciúme – sentimento desagregador, gerado de uma paixão, leva consigo a ideia de "posse" de outrem,
e não de cuidado, pode destruir a vida do enciumado, como da pessoa "amada". Muitos nessa
situação cometem homicídio e/ou suicídio.
O sentimento ainda é manipulador. Muitas religiões utilizaram-se do sentimento da culpa
para aprisionar seus seguidores aos seus dogmas e ordenanças. E impediram que movimentos de
"rebeldia" se levantassem. Assim, pessoas foram dominadas, iludidas e enganadas. Essas acabaram
por desenvolver uma amargura que não pôde ser mais excluída. A dor sofrida pela escravidão, pela
inquisição, pelo racismo, pela violência, pela perda fez com que muitos morressem amaldiçoando a
humanidade. Demonstrando a importância do sentimento.
[…]
Nada pode ser mais importante do que a utilização desses sentimentos. Agimos porque
sentimos. No entanto, as atitudes por si só diferem-se muito dos sentimentos. Mesmo parecendo
2. contraditório, quando executamos uma ação não precisamos necessariamente utilizar um sentimento
a favor. Como assim? Por exemplo, quando estamos com raiva, magoados, entristecidos, uma
atitude comum é falarmos mal, esbravejarmos, demonstrarmos o quanto estamos descontentes com
aquela situação. Mas, mesmo possuídos de tal sentimento, podemos relevar, reconsiderar e repensar.
É o "pagar o mal com o bem". Ou seja, aquele sentimento que nos impulsionava a protestar e brigar
é reconsiderado em atitudes mais nobres. Mas não é como alguns dizem: Não precisa sentir nada
para agir! Porque sentir você vai, sempre.
No entanto, as atitudes podem ser controladas; temos o domínio sobre elas. Como o escritor
Mário Quintana dizia: "Não posso prometer sentimentos, mas atos". Não somos culpados pelo que
sentimos, sim, pelo que fazemos. Ninguém será culpado por sentir ódio. Mas será condenado se o
sentimento de ódio gerar violência, agressão física ou moral. Podemos perdoar quando queremos
nos vingar. Podemos, em vez de discutir, tentar dialogar com calma. Portanto, as atitudes são
diferentes dos sentimentos. Não podemos controlar os sentimentos. Talvez seja por isso que muitos
se omitem na prática de boas ações, porque acham que não ter controle sobre sentimentos é não
controlar as atitudes. Um engano. […]
(Josué Souza – IC – Faculdade Oswaldo Cruz)
"Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente".
(William Shakespeare)
"Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos são pássaros engaiolados,
sentimentos são pássaros em vôo".
(Mário Quintana)
Após a leitura, faça um projeto de texto dissertativo, seguido de uma produção de texto que discuta
as ideias dos trechos acima. O projeto e sua dissertação deverão ser feitos no caderno, esta com uma
extensão de, no mínimo, 30 linhas.