Desenvolvimento infantil jerusalinky

UNICEP
UNICEPprofessora/coordenadora na UNICEP em UNICEP
   Desenvolvimento infantil na visão
    psicanalítica
   Aspectos estruturais e instrumentais do
    desenvolvimento
   O Outro na constituição do sujeito
   Falar sobre o desenvolvimento infantil é
    necessariamente um grande desafio pois há uma
    totalidade crescente de múltiplos elementos que, ao
    longo do tempo, vão se constituindo, se modificando
    e se transformando
   A complexidade e abrangência do desenvolvimento
    contempla vários conceitos que tentam entender a
    trama que envolve o conhecimento do homem sobre
    si mesmo.
   Portanto, Jerusalinsky (1989) está certo quando
    afirma ser o desenvolvimento infantil um verdadeiro
    caos conceitual
   Os profissionais das área do conhecimento trarão um
    enfoque ou darão ênfase a um processo do
    desenvolvimento
   Um neurologista afirmará ser a maturação do
    sistema nervoso central o responsável pelas
    conquistas da criança
   O psicanalista será pela constituição do sujeito na
    relação primordial com um Outro que se desdobrarão
    estas conquistas
   O psicólogo falará das adaptações, equilibrações e
    acomodações
   Mas, para entender o processo de
    desenvolvimento, é necessário fazer a
    distinção entre o que é estrutura do
    desenvolvimento e quais são os meios
    e as ferramentas utilizadas para se tecer
    este processo
    Coriat e Jerusalinsky(1989 e 1996)
     afirmam que o desenvolvimento passa
     por três elementos essenciais às
     conquistas humanas:
1.   O biológico;
2.   O sujeito psíquico;
3.   O sujeito cognitivo.
1. O elemento biológico
   O elemento biológico nada mais é
    que a maturação do sistema
    nervoso
   A organização, a interação internuncial
    com as conexões nervosas são o que
    possibilitam as experimentações com
    captação de efeitos e transformações
    neuroevolutivas para poderem
    acontecer e fazer a diferenciação dos
    padrões e comportamentos
   Porém, segundo Jerusalinsky (1999, p. 28)
    “o desenvolvimento de um bebê humano não
    opera por simples automatismos biológicos”,
    uma vez que “os estímulos externos não são
    o motor de seu desenvolvimento (...) seu
    corpo não se organiza por suas funções
    musculares ou fisiológicas, mas sim pelas
    marcas simbólicas que o afetam”
2. O sujeito psíquico
   Daí vem a importância do 2º elemento, o sujeito
    psíquico, que tem uma dependência externa muito
    significativa porque é representada pela família e
    como esta vê e investe no filho
    A dependência do lugar em que os pais
    colocam este filho será preponderante para sua
    constituição subjetiva na qual definirá seu lugar no
    mundo do desejo, de se diferenciar do Outro e
    marcar seu caminho na vida e no mundo
   É nesta definição de lugar do filho no contexto
    familiar é que se permite a criança ser sujeito
    inscrito no sistema nervoso central do primeiro
    elemento que o possibilita por gestos, atos e
    linguagem
   A palavra sujeito aqui deve ser compreendida como
    a psicanálise apresenta: o sujeito é aquele que
    suporta o desejo e, no caso do bebê, é o que
    suporta o desejo materno pois como ainda não
    está constituído, está sob o desejo materno
    representado no Outro (grafado desta forma para
    indicar um grande outro, um outro primordial e não
    qualquer outro).
   O fato de este elemento ser subjetivo traz a
    influencia do externo sob o interno de
    maneira sincronizada, organizada e
    interdependente.
Segundo Jerusalinsky (1999, p. 37),


“para que um sujeito se constitua, não é necessário
esperar que uma criança caminhe, ou que maneje
habilidosamente sua preensão, que chute uma bola
ou que possa manter sua cabeça bem alinhada em
relação a sua visão. Não é necessário, pois há
crianças paralíticas cerebrais que nunca manejarão
bem a pinça manual, nem caminharão; ou
mielomelingocélicos que nunca chutarão uma bola,
ou cegos que nunca alinharão a cabeça com sua
visão inexistente, e nem por isso serão menos
sujeitos de desejo que outras crianças que gozam de
todas as habilidades corporais. (...) é certo que não é
do corpo, mas da simbolização que nele se opere (a
partir mesmo de suas primeiras falhas) que depende
esta estruturação psíquica.”
3. Sujeito cognitivo
   O terceiro elemento é o sujeito cognitivo, o sujeito
    do conhecimento dado pela percepção dos
    esquemas de comportamento baseados nas reações
    aos objetos do entorno
   O meio, enquanto coisas e pessoas, tornam-se
    objeto de interrogação, de experimentação e de
    intercâmbio da criança em desenvolvimento
   Cada fase, etapa vivenciada e passada no processo
    do desenvolvimento utilizá-se destes três elementos
    com ação sincronizada principalmente nos dois
    primeiros anos de vida e gradativamente eles vão se
    diferenciando com o aprimoramento das habilidades
Desenvolvimento: aspectos
estruturais e instrumentais
   Coriat e Jerusalinsky (1999, p. 193) afirmam
    que
    “ao falar de desenvolvimento é preciso
    distinguir entre as articulações que
    constituem o sujeito e os instrumentos de que
    esse se vale para realizar seus intercâmbios
    com o meio ambiente. Falamos, então, de
    aspectos estruturais e instrumentais do
    desenvolvimento”.
Aspectos estruturais
   Quando um bebê quer mamar você não consegue
    separar qual o elemento do desenvolvimento está
    regendo esta necessidade, se o sistema nervoso
    pela ação neurovegetativa, ou o sistema psíquico-
    afetivo pela relação mãe bebê ou mesmo pelo
    sistema psíquico-cognitivo pela experiência da
    estruturação proprioceptiva sensório-motora do ato
    de mamar.
   Com o passar dos anos, ao virmos uma criança
    andando de bicicleta, podemos afirmar qual estrutura
    essencialmente operou e/ou está operando para que
    esta atividade se dê.
Aspectos instrumentais
   O aspecto instrumental é representado,
    efetivamente, pelos hábitos e rotinas de vida
    diária das crianças, do brincar, da
    linguagem, das atividades psicomotoras, da
    aprendizagem e da socialização, pois permitem
    a experiência, o intercambio, a regulação, a
    averiguação, o ajuste e adequação, e
    compreensão dentre outros para oportunizar as
    transformações do vivido.
   Estes instrumentos são marcantes para a eficácia da
    evolução neuropsicomotora pela sua proximidade de
    ação nos primeiros anos de vida da criança que junto
    aos aspectos estruturais fazem a diferenciação de si
    em relação ao outro.
   Para Jerusalinsky (1999, p. 76),
    “nesse processo não é a cronologia o que
    caracteriza, nem uma progressão uniforme,
    tampouco um ritmo de saltos. O psíquico não
    tem ritmo, no que se diferencia do biológico
    que, ao contrário, o tem. (...) O que se
    desenvolve são as funções articuladas em
    torno do objeto faltante, como cadeias
    significantes que lhe dão seu contorno.”
   Esta definição de desenvolvimento afirma que os
    aspectos estruturais e instrumentais quando se
    articulam processam sua evolução
   O aspecto estrutural é representado pelo biológico
    através do sistema nervoso central, o sujeito
    psíquico pelo sistema psíquico-afetivo e o sujeito
    cognitivo pelo sistema psíquico-cognitivo.
   O aspecto instrumental pelas diversas áreas de
    experimentação ativa do corpo em relação
    com o meio de coisas e pessoas.
   Quando um bebê nasce, este faz diferentes
    movimentos que são denominados “naturais”: os
    movimentos reflexos arcaicos, movimentos
    espásticos, movimentos espontâneos e movimentos
    automáticos
   À medida que ocorre o desenvolvimento psicomotor
    da criança, os movimentos reflexos e os automáticos
    arcaicos vão desaparecendo, o que, para Levin
    (2002, p. 43), pode ser explicado assim: os
    movimentos arcaicos desaparecem ou silenciam e
    retornam diferentes, como intencionais ou
    voluntários, é que entre “o arcaico” e “o voluntário” se
    produz uma inscrição, uma marca ou traço (uma
    letra).
   O desenvolvimento infantil é um lugar de encontros
    entre estrutura e instrumento como caminho de base
    para se tecer o enquadrinhamento progressivo que
    acontece de maneira singular e própria para cada um
    de nós
   Os aspectos servem como fonte inicial de
    compreensão de algo que está sempre em
    movimento, como o desenvolvimento humano
   Após os primeiros anos vamos aperfeiçoando o
    aprendido e acrescentando elementos a eles, mas
    potencialmente o novo será a qualificação do vivido
    com estruturas mais complexas de ação em um jogo
    dinâmico de equilíbrio e desequilíbrio progressivos
Em síntese:
   ASPECTOS ESTRUTURAIS: são as articulações que compõe
    o sujeito,  Condicionam, marcam, definem o lugar e a
    modalidade desde o qual o sujeito se coloca

-   orgânicos e psíquicos, subjetividade e cognição

   ASPECTOS INSTRUMENTAIS:são os instrumentos para
    realizar o intercâmbio. Também, essas ferramentas levam a
    facilitar a construção do mundo e de si

-    linguagem, psicomotricidade, aprendizagem, hábitos da vida
    diária, jogos e socialização
O Outro na constituição do
sujeito
   Quando falamos em estrutura psicomotora, falamos
    dos aspectos neurológicos e psíquicos do sujeito e
    de suas articulações

   Para Jerusalinsky (1999, p. 193), por exemplo: estes
    processos se assentam e transcorrem num corpo.
    Por isto, quando falamos de estrutura psicomotora,
    nos referimos centralmente ao corpo e suas
    produções. (...) Essas produções abarcam um sem
    número de atividades: o movimento, o tônus, os
    gestos, as posturas, os jogos, a palavra etc.,
    desenvolvidas em um espaço e em um
    tempo e basicamente em uma relação com
    um Outro e com o que este Outro produz
    manifestando nesta produção seu desejo
   O corpo humano depende, portanto, para
    sua subsistência, de um Outro , já que a criança
    quando nasce é imatura, e sem o Outro não
    conseguirá constituir um corpo subjetivado.
   O Outro vai criando nesse puro corpo
    “coisa”: buracos, bordas, protuberâncias tatuando
    deste modo um mapa corporal produto do desejo do
    Outro, que o erogeiniza, pulsionaliza, ou seja, cria-
    lhe uma falta no corpo, uma maneira, uma forma de
    que lhe falte algo.
   Estas faltas primordiais geram uma queda
    deste corpo “coisa”, “carne” puro real, que
    ao cair reencontra-se sujeito ao Outro. Estas
    marcas, estes modos de que falte algo no corpo,
    transformam-no num corpo erógeno e simbólico.
Fontes
   JERUSALINSKY, A. Psicanálise e
    Desenvolvimento Infantil. Porto Alegre:
    Artes Médicas, 1989
   http://www.incorcrianca.com.br/fami_de
    s_infantil.asp
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Desenvolvimento infantil jerusalinky

  • 1. Desenvolvimento infantil na visão psicanalítica  Aspectos estruturais e instrumentais do desenvolvimento  O Outro na constituição do sujeito
  • 2. Falar sobre o desenvolvimento infantil é necessariamente um grande desafio pois há uma totalidade crescente de múltiplos elementos que, ao longo do tempo, vão se constituindo, se modificando e se transformando  A complexidade e abrangência do desenvolvimento contempla vários conceitos que tentam entender a trama que envolve o conhecimento do homem sobre si mesmo.  Portanto, Jerusalinsky (1989) está certo quando afirma ser o desenvolvimento infantil um verdadeiro caos conceitual
  • 3. Os profissionais das área do conhecimento trarão um enfoque ou darão ênfase a um processo do desenvolvimento  Um neurologista afirmará ser a maturação do sistema nervoso central o responsável pelas conquistas da criança  O psicanalista será pela constituição do sujeito na relação primordial com um Outro que se desdobrarão estas conquistas  O psicólogo falará das adaptações, equilibrações e acomodações
  • 4. Mas, para entender o processo de desenvolvimento, é necessário fazer a distinção entre o que é estrutura do desenvolvimento e quais são os meios e as ferramentas utilizadas para se tecer este processo
  • 5. Coriat e Jerusalinsky(1989 e 1996) afirmam que o desenvolvimento passa por três elementos essenciais às conquistas humanas: 1. O biológico; 2. O sujeito psíquico; 3. O sujeito cognitivo.
  • 6. 1. O elemento biológico  O elemento biológico nada mais é que a maturação do sistema nervoso  A organização, a interação internuncial com as conexões nervosas são o que possibilitam as experimentações com captação de efeitos e transformações neuroevolutivas para poderem acontecer e fazer a diferenciação dos padrões e comportamentos
  • 7. Porém, segundo Jerusalinsky (1999, p. 28) “o desenvolvimento de um bebê humano não opera por simples automatismos biológicos”, uma vez que “os estímulos externos não são o motor de seu desenvolvimento (...) seu corpo não se organiza por suas funções musculares ou fisiológicas, mas sim pelas marcas simbólicas que o afetam”
  • 8. 2. O sujeito psíquico  Daí vem a importância do 2º elemento, o sujeito psíquico, que tem uma dependência externa muito significativa porque é representada pela família e como esta vê e investe no filho  A dependência do lugar em que os pais colocam este filho será preponderante para sua constituição subjetiva na qual definirá seu lugar no mundo do desejo, de se diferenciar do Outro e marcar seu caminho na vida e no mundo  É nesta definição de lugar do filho no contexto familiar é que se permite a criança ser sujeito inscrito no sistema nervoso central do primeiro elemento que o possibilita por gestos, atos e linguagem
  • 9. A palavra sujeito aqui deve ser compreendida como a psicanálise apresenta: o sujeito é aquele que suporta o desejo e, no caso do bebê, é o que suporta o desejo materno pois como ainda não está constituído, está sob o desejo materno representado no Outro (grafado desta forma para indicar um grande outro, um outro primordial e não qualquer outro).  O fato de este elemento ser subjetivo traz a influencia do externo sob o interno de maneira sincronizada, organizada e interdependente.
  • 10. Segundo Jerusalinsky (1999, p. 37), “para que um sujeito se constitua, não é necessário esperar que uma criança caminhe, ou que maneje habilidosamente sua preensão, que chute uma bola ou que possa manter sua cabeça bem alinhada em relação a sua visão. Não é necessário, pois há crianças paralíticas cerebrais que nunca manejarão bem a pinça manual, nem caminharão; ou mielomelingocélicos que nunca chutarão uma bola, ou cegos que nunca alinharão a cabeça com sua visão inexistente, e nem por isso serão menos sujeitos de desejo que outras crianças que gozam de todas as habilidades corporais. (...) é certo que não é do corpo, mas da simbolização que nele se opere (a partir mesmo de suas primeiras falhas) que depende esta estruturação psíquica.”
  • 11. 3. Sujeito cognitivo  O terceiro elemento é o sujeito cognitivo, o sujeito do conhecimento dado pela percepção dos esquemas de comportamento baseados nas reações aos objetos do entorno  O meio, enquanto coisas e pessoas, tornam-se objeto de interrogação, de experimentação e de intercâmbio da criança em desenvolvimento  Cada fase, etapa vivenciada e passada no processo do desenvolvimento utilizá-se destes três elementos com ação sincronizada principalmente nos dois primeiros anos de vida e gradativamente eles vão se diferenciando com o aprimoramento das habilidades
  • 12. Desenvolvimento: aspectos estruturais e instrumentais  Coriat e Jerusalinsky (1999, p. 193) afirmam que “ao falar de desenvolvimento é preciso distinguir entre as articulações que constituem o sujeito e os instrumentos de que esse se vale para realizar seus intercâmbios com o meio ambiente. Falamos, então, de aspectos estruturais e instrumentais do desenvolvimento”.
  • 13. Aspectos estruturais  Quando um bebê quer mamar você não consegue separar qual o elemento do desenvolvimento está regendo esta necessidade, se o sistema nervoso pela ação neurovegetativa, ou o sistema psíquico- afetivo pela relação mãe bebê ou mesmo pelo sistema psíquico-cognitivo pela experiência da estruturação proprioceptiva sensório-motora do ato de mamar.  Com o passar dos anos, ao virmos uma criança andando de bicicleta, podemos afirmar qual estrutura essencialmente operou e/ou está operando para que esta atividade se dê.
  • 14. Aspectos instrumentais  O aspecto instrumental é representado, efetivamente, pelos hábitos e rotinas de vida diária das crianças, do brincar, da linguagem, das atividades psicomotoras, da aprendizagem e da socialização, pois permitem a experiência, o intercambio, a regulação, a averiguação, o ajuste e adequação, e compreensão dentre outros para oportunizar as transformações do vivido.  Estes instrumentos são marcantes para a eficácia da evolução neuropsicomotora pela sua proximidade de ação nos primeiros anos de vida da criança que junto aos aspectos estruturais fazem a diferenciação de si em relação ao outro.
  • 15. Para Jerusalinsky (1999, p. 76), “nesse processo não é a cronologia o que caracteriza, nem uma progressão uniforme, tampouco um ritmo de saltos. O psíquico não tem ritmo, no que se diferencia do biológico que, ao contrário, o tem. (...) O que se desenvolve são as funções articuladas em torno do objeto faltante, como cadeias significantes que lhe dão seu contorno.”
  • 16. Esta definição de desenvolvimento afirma que os aspectos estruturais e instrumentais quando se articulam processam sua evolução  O aspecto estrutural é representado pelo biológico através do sistema nervoso central, o sujeito psíquico pelo sistema psíquico-afetivo e o sujeito cognitivo pelo sistema psíquico-cognitivo.  O aspecto instrumental pelas diversas áreas de experimentação ativa do corpo em relação com o meio de coisas e pessoas.
  • 17. Quando um bebê nasce, este faz diferentes movimentos que são denominados “naturais”: os movimentos reflexos arcaicos, movimentos espásticos, movimentos espontâneos e movimentos automáticos  À medida que ocorre o desenvolvimento psicomotor da criança, os movimentos reflexos e os automáticos arcaicos vão desaparecendo, o que, para Levin (2002, p. 43), pode ser explicado assim: os movimentos arcaicos desaparecem ou silenciam e retornam diferentes, como intencionais ou voluntários, é que entre “o arcaico” e “o voluntário” se produz uma inscrição, uma marca ou traço (uma letra).
  • 18. O desenvolvimento infantil é um lugar de encontros entre estrutura e instrumento como caminho de base para se tecer o enquadrinhamento progressivo que acontece de maneira singular e própria para cada um de nós  Os aspectos servem como fonte inicial de compreensão de algo que está sempre em movimento, como o desenvolvimento humano  Após os primeiros anos vamos aperfeiçoando o aprendido e acrescentando elementos a eles, mas potencialmente o novo será a qualificação do vivido com estruturas mais complexas de ação em um jogo dinâmico de equilíbrio e desequilíbrio progressivos
  • 19. Em síntese:  ASPECTOS ESTRUTURAIS: são as articulações que compõe o sujeito, Condicionam, marcam, definem o lugar e a modalidade desde o qual o sujeito se coloca - orgânicos e psíquicos, subjetividade e cognição  ASPECTOS INSTRUMENTAIS:são os instrumentos para realizar o intercâmbio. Também, essas ferramentas levam a facilitar a construção do mundo e de si - linguagem, psicomotricidade, aprendizagem, hábitos da vida diária, jogos e socialização
  • 20. O Outro na constituição do sujeito  Quando falamos em estrutura psicomotora, falamos dos aspectos neurológicos e psíquicos do sujeito e de suas articulações  Para Jerusalinsky (1999, p. 193), por exemplo: estes processos se assentam e transcorrem num corpo. Por isto, quando falamos de estrutura psicomotora, nos referimos centralmente ao corpo e suas produções. (...) Essas produções abarcam um sem número de atividades: o movimento, o tônus, os gestos, as posturas, os jogos, a palavra etc., desenvolvidas em um espaço e em um tempo e basicamente em uma relação com um Outro e com o que este Outro produz manifestando nesta produção seu desejo
  • 21. O corpo humano depende, portanto, para sua subsistência, de um Outro , já que a criança quando nasce é imatura, e sem o Outro não conseguirá constituir um corpo subjetivado.  O Outro vai criando nesse puro corpo “coisa”: buracos, bordas, protuberâncias tatuando deste modo um mapa corporal produto do desejo do Outro, que o erogeiniza, pulsionaliza, ou seja, cria- lhe uma falta no corpo, uma maneira, uma forma de que lhe falte algo.  Estas faltas primordiais geram uma queda deste corpo “coisa”, “carne” puro real, que ao cair reencontra-se sujeito ao Outro. Estas marcas, estes modos de que falte algo no corpo, transformam-no num corpo erógeno e simbólico.
  • 22. Fontes  JERUSALINSKY, A. Psicanálise e Desenvolvimento Infantil. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989  http://www.incorcrianca.com.br/fami_de s_infantil.asp