Jorge de Lima nasceu em 1893 em União dos Palmares, Alagoas. Foi poeta, romancista, artista plástico, médico e político. Sua obra abrange diversos gêneros e temas, com destaque para a valorização da cultura e do povo negro nordestino. O poema "Serra da Barriga" é um exemplo de sua fase afro-nordestina, com uso de regionalismos, sons e referências à história e tradições do quilombo.

2. 1893 - União dos Palmares/AL.
1953 - Rio de Janeiro/RJ.
Filho de um rico comerciante e senhor de
engenho de antiga linhagem local.
Poeta,
romancista,
Artista plástico,
Ensaísta,
Médico,
Político e
Professor.

3. http://www.elfikurten.com.br/2014/03/jorge-de-lima.html
Museu, onde outrora Jorge de Lima nasceu
e viveu até os 9 anos de idade.

4. 1902 - Muda-se, com a mãe e os
irmãos para Maceió, onde realiza os
estudos fundamentais.
1908 - Com 15 anos, transfere-se
para Salvador e
Ingressa na Faculdade de Medicina da
Bahia.
1914 - Terceiro ano do curso, vai
morar no Rio de Janeiro, quando se
forma.

5.  Residência do poeta
em Maceió quando
menino.
 O térreo é dedicado às
exposições
temporárias.
 Faz parte do acervo um
busto de Jorge de Lima
assinado pelo escultor
e pintor Bruno Giorgi,
além da escrivaninha
que pertenceu ao
poeta.
Roberto Amorim - tudonahora.com.br
http://www.ufal.edu.br/noticias/2
008/12/casa-memorial-jorge-de-
lima-ja-aberta-ao-publico

6. 1915 - Volta para Maceió, onde passa a
clinicar, atendendo em consultório próprio;
Passa a lecionar história natural e literatura
brasileira,
Envolve-se, também, com a política local.
1919-1922 - Deputado Estadual.
[http://www.cultura.al.gov.br/politicas-e-
acoes/mapeamento-cultural/alagoanos-
ilustres/jorge-de-lima]

7. Revolução de 1930 => após sofrer um
atentado na porta do Liceu alagoano.
[http://brasilescola.uol.com.br/literatur
a/jorge-lima.htm] retorna para o Rio de
Janeiro.
Monta consultório médico na Cinelândia,
que funciona também como ateliê de
pintura;
famoso ponto de encontro de
intelectuais como Murilo Mendes (1901-
1975),
Graciliano Ramos (1892-1953) e
 José Lins do Rego (1901-1957).

8. Grande variedade de gêneros,
temas, formas e estilo.
Divisão de sua poesia em
fases:
Parnasiana;
Regional ou Afro-nordestina;
Católica;
Órfica ou Hermética.

9.  1914 - XIV Alexandrinos - Influência do
parnasianismo
 Emprego do soneto de 12 sílabas,
característico dessa escola literária.
 O Acendedor de Lampiões é o poema
mais popular deste livro, que lhe
confere fama ao receber o título de
"príncipe dos poetas de Alagoas".
 1925/1927 - Adesão ao modernismo
sob a influência do pensamento do
sociólogo Gilberto Freyre (1900-1987).

10. 1927 – Poemas;
1927 - Novos Poemas;
1929 - Tematização da infância e do
passado familiar, recorrente nas demais
fases.
Os recursos formais e estilísticos mais
marcantes nessa fase são o verso livre,
Linguagem prosaica e afro-regional;
Processo de composição baseado na
enumeração de nomes de seres,lugares,
objetos, costumes, comidas etc., de modo
a sugerir o ritmo da evocação.

11. Os poemas desse livro traçam uma
espécie de história do negro no Brasil
articulada às vivências pessoais do
autor, celebrando os ritos sincréticos
do candomblé e buscando suprimir
de vez possíveis traços do pitoresco
e do preconceito involuntário.
Poemas mais conhecidos:
Serra da Barriga
Essa Negra Fulô

12. 1935 - Converte-se ao catolicismo;
1939 - passa a se dedicar também às artes
plásticas, participando de algumas
exposições.
1952 - Publica seu livro mais importante,
Invenção de Orfeu;
1953 - Meses antes de morrer, grava
poemas para o Arquivo da Palavra Falada
da Biblioteca do Congresso Americano em
Washington D.C., Estados Unidos.

13. Coletânea lançada em 1947 formada por
39 poemas.
Destes, 15 não eram inéditos.
Faziam parte das obras:
Poemas de 1927;
Novos Poemas de 1929;
Poemas Escolhidos de 1932;
Tempo e Eternidade de 1935 e,
24 poemas inéditos e destes, 03 são
poemas em prosa.
[https://www.youtube.com/watch?v=mc_MSiWN4PA

14.  Oralidade coloquial;
 Expressões regionalistas;
 Africanismos;
 Poemas com versos livres;
 Poemas em prosa;
 Musicalidade.
Temática dominante:
 História e cultura do negro do Nordeste;
 Regionalismo – linguagem nordestina.
[https://www.youtube.com/watch?v=mc_MSiWN4PA].
O poema Serra da Barriga apresenta-se com todos esses
adjetivos e será exposto a seguir:

15. Serra da Barriga!
Barriga de negra-mina!
As outras montanhas se cobrem de neve,
de noiva, de nuvem, de verde!
E tu, de Loanda, de panos-da-costa,
de argolas, de contas, de quilombos!
 Estrofe de 06 versos referindo-se a um enclave de um território em
terras brasileiras formado por um povo que veio de longe e que luta
por manter suas tradições longe da opressão.
Presença de aliteração nos versos “NeVe/NoiVa/Nuvem/Verde”
[BOTELHO, Denilma Diniz; WANDERLEY, Naelza de Araújo, s/d, p. 04]
Serra da Barriga!
Te vejo da casa em que nasci.
Que medo danado de negro fujão!
Estrofe com 03 versos mostrando se tratar de um
lugar conhecido desde a infância e que carrega lembranças de
violência, de opressão.

16. Serra da Barriga, buchuda, redonda,
 do jeito de mama, de anca, de ventre de negra!
 Mundaú te lambeu! Mundaú te lambeu!
 Cadê teus bumbuns, teus sambas, teus jongos?
 Serra da Barriga,
 Serra da Barriga, as tuas noites de mandinga,
 cheirando a maconha, cheirando a liamba?
 Os teus meios-dias: tibum nos peraus!
 Tibum nas lagoas!
 Estrofe de 09 versos
 Nessa estrofe o poeta faz uma referência ao formato do relevo,
comparando suas formas aos atributos femininos sendo lambidos
pelo Rio Mundaú, como a comparar com uma cena de sedução.
Verifica-se também recurso onomatopaico ao reproduzir o som
do impacto do corpo na água.
[BOTELHO, Denilma Diniz; WANDERLEY, Naelza de Araújo, s/d, p. 04 ]

17. Pixains que saem secos, cobrindo
sovacos de sucupira, {comparação com uma planta}
barrigas de baraúna! {comparação com uma planta}
Mundaú te lambeu! Mundaú te lambeu!
De noite: tantas, curros-curros
e bumbas, batuques e baques!
E bumbas!
E cucas: ô ô!
E bantos: ê ê!
Aqui não há cangas, nem troncos, nem banzos!
Aqui é Zumbi!
Barriga da África! Serra da minha terra!
Te vejo bulindo, mexendo, gozando Zumbi!
Depois, minha serra, tu desabando, caindo,
levando nos braços Zumbi!
 Estrofe com 15 versos com sons onomatopaicos: ô ô! ê ê!
 Uso da prosopopéia ao referir-se ao 13º verso “te vejo
bulindo, mexendo, gozando Zumbi!”

18. Jorge de Lima chama a atenção pela
diversidade de sua obra, pelo aspecto
regionalista típico presente na fala do
alagoano e por retratar aspectos históricos
ressaltando a condição do negro. Destaca
ainda aspectos geográficos ao retratar as
feições da paisagem de sua terra natal, o
predomínio da musicalidade em seus
poemas com o jeito espontâneo e alegre
do povo alagoano.

19. REFERÊNCIAS:
BOTELHO, Denilma Diniz; WANDERLEY, Naelza de Araújo. Voz e
performande: uma vivência com o poema “Serra da Barriga”, de Jorge
de Lima. Universidade Federal de Campina Grande, s/d. Disponível
em:<
http://www.editorarealize.com.br/revistas/enlije/trabalhos/TRABALH
O_EV063_MD1_SA13_ID286_19072016144942.pdf>. Disponível em:
01 nov. 2017.
Estado de Alagoas. Secretaria de Estado da Cultura – SECULT.
Jorge de Lima. Disponível em:< http://www.cultura.al.gov.br/politicas-
e-acoes/mapeamento-cultural/alagoanos-ilustres/jorge-de-lima>.
Disponível em: 01 nov. 2017.
FENSKE, Elfi Kürten (pesquisa, seleção e organização). Jorge de Lima -
surrealismo e modernidade. Templo Cultural Delfos, março/2014.
Disponível em:<http://www.elfikurten.com.br/2014/03/jorge-de-
lima.html>. Acesso em: 01 nov. 2017.
Roberto Amorim - tudonahora.com.br. Casa Memorial Jorge de Lima já
aberta ao público. Disponível em:
<http://www.ufal.edu.br/noticias/2008/12/casa-memorial-jorge-
de-lima-ja-aberta-ao-publico>. Acesso em: 01 nov. 2017.

20. Vestibular Enem. Poemas Negros: Análise completa
da obra. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=mc_MSiWN4PA
Acesso em: 01 de nov. 2017.