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eu atendo'o meu amigo, 
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eu atend'o meu amigo, 
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E cercaron-mi as ondas que grandes son: 
nem hei i barqueiro nem remador; 
eu atend'o meu amigo, 
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E cercaron-mi as ondas do alto mar; 
non hei i barqueiro nem sei remar; 
eu atend'o meu amigo, 
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Non hei i barqueiro nem remador: 
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eu atend'o meu amigo, 
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Estar na Ermida de S. Simon 
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Morrer formosa 
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Sedia m'eu na ermida

  • 1. Sedia-m'eu na ermida de San Simón Mendinho
  • 2. Sedia-m'eu na ermida de San Simion e cercaron-mi as ondas que grandes son: eu atendo'o meu amigo, eu atend'o meu amigo. Estando na ermida ant'o altar, cercaron-mi as ondas grandes do mar; eu atend'o meu amigo, eu atend'o meu amigo. E cercaron-mi as ondas que grandes son: nem hei i barqueiro nem remador; eu atend'o meu amigo, eu atend'o meu amigo. E cercaron-mi as ondas do alto mar; non hei i barqueiro nem sei remar; eu atend'o meu amigo, eu atend'o meu amigo. Non hei i barqueiro nem remador: morrerei eu, fremosa, no mar maior: eu atend'o meu amigo, eu atend'o meu amigo. Nem hei i barqueiro nem sei remar, e morrerei eu, fremosa, no alto mar: eu atend' o meu amigo, eu atend'o meu amigo.
  • 3. Ermida de S.Simon Ria de Vigo
  • 4. Sedia-m'eu na ermida de San Simion e cercaron-mi as ondas que grandes son: eu atendo'o meu amigo, eu atend'o meu amigo. Estando na ermida ant'o altar, cercaron-mi as ondas grandes do mar; eu atend'o meu amigo, eu atend'o meu amigo. E cercaron-mi as ondas que grandes son: nem hei i barqueiro nem remador; eu atend'o meu amigo, eu atend'o meu amigo. E cercaron-mi as ondas do alto mar; non hei i barqueiro nem sei remar; eu atend'o meu amigo, eu atend'o meu amigo. Non hei i barqueiro nem remador: morrerei eu, fremosa, no mar maior: eu atend'o meu amigo, eu atend'o meu amigo. Nem hei i barqueiro nem sei remar, e morrerei eu, fremosa, no alto mar: eu atend' o meu amigo, eu atend'o meu amigo.
  • 5. MAR Elemento negativo Elemento perigoso Lugar de (des)encontro
  • 6. Sedia-m'eu na ermida de San Simion e cercaron-mi as ondas que grandes son: Estando na ermida ant'o altar, cercaron-mi as ondas grandes do mar; E cercaron-mi as ondas que grandes son: nem hei i barqueiro nem remador; E cercaron-mi as ondas do alto mar; non hei i barqueiro nem sei remar; Non hei i barqueiro nem remador: morrerei eu, fremosa, no mar maior: Nem hei i barqueiro nem sei remar, e morrerei eu, fremosa, no alto mar: . Estar na Ermida de S. Simon Ser cercada pelas ondas Não ter barqueiro nem remador Não ter barqueiro nem remador Morrer formosa Morrer formosa Esperar o amigo
  • 7. A cantiga narra um fato ocorrido na Ermida de San Simion, quando a donzela, movida pela paixão, se encontra diante do altar “Estando na ermida ant’o altar” à espera do amigo “eu atendend’ o meu amigo” e, distraidamente não percebe a maré alta. Quando se dá conta da situação, em pânico, descobre que está cercada pelas ondas crescentes e sem ajuda do barqueiro: “non ei i barqueiro, nen remador”. Sendo assim, entrega-se ao destino de morrer bela e pensando no amigo, desejo enfatizado no refrão.
  • 8. Correspondência entre a natureza circundante e o estado de espírito da donzela. O movimento paralelístico adapta-se e parece evocar o ir e o vir crescente das ondas, com a maré, que sobe, envolvendo-a, cuja solidão, na espera do amigo, é reiterada obsessivamente no refrão “eu atendend’ o meu amigo”.
  • 9. • ESTAR NA ERMIDA • SER CERCADA PELAS ONDAS • VERIFICAR QUE NÃO TEM SALVAÇÃO • PREVER A MORTE Enquanto espera o amigo
  • 10. Das ondas do mar Das ondas da emoção De não poder escapar MEDO ao ímpeto amoroso do amigo Da própria paixão Da espera indefinida pelo amigo
  • 11. • “a angústia da solidão cresce, como a maré tormentosa cresce, sem trazer barca nem marinheiro, para sair das ondas da dor” R. Menéndez Pidal