O documento descreve a vida e morte de Sócrates. Ele foi acusado de não reverenciar os deuses de Atenas e corromper a juventude, mas defendia que sempre seguiu os ensinamentos divinos. Sócrates aceitou a sentença de morte com serenidade, acreditando que a alma continua após a morte.
2. Defesa da primeira
acusação
Causou-me assombro muitas vezes por quais
raciocínios, por fim, conseguiram os acusadores de
Sócrates convencer os atenienses de que ele
merecia a morte por crime contra o Estado. De fato,
eis os termos da acusação: Sócrates é culpado de
não reverenciar os Deuses que cultura o Estado e
introduzir extravagâncias demoníacas. É culpado
ainda de corromper os jovens.”
Xenofonte
Ditos e Feitos Memoráveis de Sócrates
Livro 1
3. Sócrates era um bom
conselheiro
Sócrates falava o que sentia, inspirado por um
espírito interno
Essa voz só aconselhava os amigos a fazer as
coisas certas. Arrependiam-se os que nele não
acreditavam
4. O que podemos
conhecer?
A arquitetura, a metalurgia, a agricultura, a política
ea teoria das ciência que tais o cálculo, a economia,
e tpdps ps cpmjeco,emtps cpmgêneres estão,
opinava, ao alcance da inteligência humana, porém,
agregava, o que de mais eminente encerram estas
ciências encofram-no os deuses para si, sequer
entremostrando-o aos olhos dos homens.
5. Há coisas que não devemos
consultar os Deuses.
Reputava impiedade consultar os
deuses sobre coisas tais:
aprendamos o que nos conferiram
os deuses a faculdade de aprender.
6. Defesa da
primeira
acusação
Assombra-me, pois, que tenham acreditado os
atenienses que alimentasse Sócrates opiniões
extravagantes soobre os deuses, ele que jamais
coisa alguma disse nem praticou, de ímpio ele
cujas palavras e atos sempre foram tais que
quem falasse e agisse da mesma maneira seria
considerado o mais devoto dos humanos.
8. Xenofonte
Ditos e Feitos Memoráveis de
Sócrates
Livro 2
O que da mesma forma me
assombra é o haver penetrado em
certos espíritos a ideia de que
Sócrates corrompia os jovens.
Sócrates que, à parte do que foi dito,
era o mais moderado dos mortais a
respeito dos prazeres dos sentidos
como da mesa, o mais insensível ao
frio, ao calor, às fadigas de todo tipo
e tão sóbrio que lhe bastava seu
minguado pecúlio.
9. Como era
Sócrates?
Rejeitava o comer com excesso para depois esforçar-se
outro tanto, recomendando uma refeição regulada pelo
apetite e seguida de exercício moderado.
Além disso, não era afetado, nem refinado, fosse no
vestir, fosse no calçar, fosse em toda sua maneira de
viver.
Tampouco fazia de seus discípulos homens cobiçosos,
pois curando-os das outras paixões não pedia o menor
pagamento aos que lhe procuravam a companhia.
10. A morte de
Sócrates Se morresse antes da idade, rodeado de
todos os deleites, certo seria o caso de nos
afligirmos tanto eu como os que me estimam.
Mas chego ao fom do caminho, quando nada
senão males posso esperar, minha morte
deve ser motivo de alegria para todos vós.”
Apolodoro lhe disse:
Não posso aguentar, Sócrates, ver-te
morrer injustamente.
Então dizem que, passando-lhe de leva a mão pela
cabeça, Sócrates respondeu:
Meu caro Apolodoro, então preferias ver-me
morrer justamente?
E ao mesmo tempo sorria.
11. Momento
Final
A bem da verdade, falando a respeito de si mesmo
com tanta soberba diante do tribunal, Sócrates
atiçou o ciúme e reforçou a disposição em que se
encontravam os juízes a condená-lo. Mas julgo que,
com venturoso destino, compaderem-se dele os
deuses. Deixou da vida a parte mais penosa e teve
a morte menos dolorosa.
Não se abateu diante da morte e serenamente a
recebeu e suportou.
12. Morrer é uma destas duas coisas: ou o morto é
igual a nada, e não sente nenhuma sensação de
coisa nenhuma; ou, então como se costuma dizer,
trata-se de uma mudança, uma emigração da alma,
do lugar deste mundo para outro lugar.”