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Baixar para ler offline
NEGRO
 Número 1,
 maio 2010




  A essência dos
afrodescendentes,
   hoje e sempre

                    Samba Lenço de Mauá
                    Foto: Ana Luiza Frari




UNIVERSO
Além do caráter informativo, histórico e cultural que
                           Revista   desejamos imprimir nas páginas da revista NEGRO
                                     UNIVERSO, também queremos que ela se torne uma

        NEGRO                         mídia popular, integrativa e interativa. Para tanto
                                        estaremos propondo várias ações paralelas. E a
                                                       primeira delas é o


     UNIVERSO                                   Concurso visual
                                             “AfroCorpoBrasileiro”
   Número 1, maio de 2010
    Editor: Carlos Rogerio            Estaremos recebendo até o dia 31 de outubro, fotos e
                                     desenhos para compor uma edição especial do mês da
                                            Consciência Negra. A imagens podem vir
       Caixa Postal 73               acompanhadas de pequenos poemas, frases ou textos.
                                       Com o material recebido organizaremos também
      Ribeirão Pires, SP                        algumas exposições itinerantes.
       CEP 09400 970
                                     Não deixe de participar!!!
projetooficinativa@hotmail.com
www.oficinativa.blogspot.com
Ingoma convoca nego
                                    dança, canto, seu apelo
                                     tradição, cultura, zelo
Conteudo                           para nunca mais chorar...

Como vamos,
como estamos.............4

O negro universo.........5

A iminência de uma
AFROESCOLA...............6

Afrosticker /
                                        Já chega o momento de
Afrograffiti...................6       contarmos nossas histórias
                                     por nós mesmos. Como diz o
Referências..................7       ponto cantado em várias rodas
                                        de Jongo “levanta povo,
                                           cativeiro acabou”...
Um LAROIÊ em tom de
protesto....................8/9       E se é difícil conhecer nossas
                                         Histórias por causa das
25 de maio,                             estratégias racistas para a
                                     eliminação de nossas matrizes,
Dia de África................9          de nossas raízes, que pelo
                                         menos as recriemos / as
Quebranto –                          reinventemos nós mesmos, de
AMANDLA..................10           acordo com nossos anseios e
                                          nossas necessidades.

                                      É só acreditar que a memória
                                      segue viva em nossos corpos.
                                          E deixar os batuques
                                              nos guiarem...
Como vamos,
                                                        como estamos?
                                                                     Pelo que vejo / sinto,
                                                         continuamos em desvantagem.
                                                              E não falo aqui somente de
                                                               desvantagens econômicas:
                                                             seguimos inferiorizados nos
                                                        aspectos políticos, educacionais,
                                                               ambientais, sanitários, etc.
                                                          É nítida a situação de exclusão
                                                                    dos afrodescendentes,
                                                              principalmente nas grandes
                                                          cidades. Nem mesmo os ditos
                                                           “redutos de nego” – terreiros,
                                                         rodas de samba e de capoeira –
                                                           resistem ao voraz processo de
“Aqui, somos brasileiros                                   intervenção / limpeza étnica.
                                                                Isso porque ainda somos
de origem africana, ainda                                           50,5% da população...
marginalizados, expostos à
                                                              A seguir faço uso de alguns
  violência – quem nos                                 dados recentes apresentados pelo
 protege da polícia, por                                    professor Marcelo Paixão do
                                                         Instituto de Economia da UFRJ
       exemplo?”                                        (Universidade Federal do Rio de
                                                                  Janeiro) que ajudam a
                                                         escurecer a realidade brasileira.

                                                           ●   Negros brasileiros vivem seis
                                                               anos menos que os brancos;
                                                               Os analfabetos negros são o
    “Se desmontarmos os números do IDH,                                   dobro dos brancos;
     índice do desenvolvimento humano da                 A renda dos negros é a metade
     ONU, veremos que se o Brasil fosse só                             da renda dos brancos;
     dos brancos (O SONHO DA ELITE                             Os negros ficam dois anos a

    BRASILEIRA) ficaria na 40ª posição do              menos na escola que os brancos;
                                                                 ●   Entre 2003 e 2009 foram
   IDH. O Brasil está na 70ª. Mas, se fosse só
                                                       libertados 40 mil brasileiros (que
    de negros, seria um país pobre africano e
                                                       viviam em fazendas sob o regime
            ficaria na 104ª posição”
                                                         servil – não recebiam nada por
                                                           seu trabalho) – destes, 73,5%
                                                                                eram negros.
                                                                                           ●



                                                 -4-                                       ●

                                                                                           ●
Tudo foi imaginado para ser uma grande e
sincera homenagem. Não apenas um evento
pontual qualquer mas algo que celebrasse figuras
e feitos intimamente ligados à essência das
Áfricas espalhadas pelo mundo.

Primeiramente, uma
lembrança cheia de orgulho
por nossos antepassados
diretos, aqueles que nos criaram,
que nos ensinaram os caminhos a trilhar,
que nos mostraram como driblar os feitores
e os capatazes que ainda existem, que nos
fizeram dançar e cantar nossas passagens de
tristeza e de alegria.




                                  E assim estamos em tributo permanente desde
                                  2002 com o NEGRO UNIVERSO. Às vezes com
                                  atividades singelas durante os meses de maio e de
                                  novembro – por conta de suas datas oficiais e seus
                                  significados – às vezes nos multiplicando pelos
                                  outros períodos do ano. Estamos aqui, ali, acolá,
                                  sempre experimentando formatos, jeitos,
                                  tamanhos, cores, a diversidade que nos caracteriza.


Curtindo uma DOMINGUEIRAFRO, confeccionando
bonecas pretas, improvisando versos para outras loas,
mostrando indignação através de faixas em estabelecimentos
comerciais, apreciando lendas de orixás, jogando mancalas,
degustando acaçás, recitando Solano Trindade, vestindo
panos da costa, vamos conhecendo, reconhecendo,
preservando, valorizando o melhor que temos, o melhor que
somos.

No centro de toda essa motivação, a presença ainda marcante
de Antonieta Eustachio, fundadora do Abaçá da Oxum. Ou
simplesmente a inesquecível DADA, minha querida avó...
                                      -5-
A iminência de uma AFROESCOLA
                              Ainda é apenas um sonho e já está gerando inúmeros
                              debates. Isto prova que a proposta tende a afetar
                              estruturas estabelecidas e a favorecer a partilha de
                              poderes historicamente concentrados...

                              O desejo de construir, literalmente, uma AFROESCOLA
                              veio de uma constatação bastante primária: numa
                              sociedade como a nossa será impossível viver sem a
                              Educação formal e já que ela está aí para nos formar – ou
                              formatar – que ao menos seja mais prazerosa, portadora
                              de significados e referências que valorizem o considerado
                              diferente (nesse caso o elemento negro). Em síntese, que
                              seja exatamente o oposto do que é hoje.

                              E por que uma AFROESCOLA? Porque mesmo após a
                              admissão dos afrodescendentes pelo sistema
                              educacional tradicional, ficamos sem contatar nossas
     Afrosticker /            raízes e o que nos é ensinado está longe de nos tornar
      Afrograffiti            seres livres e com autoestima. A escola condiciona, molda
                              para reproduzir e cristalizar os valores postos e
                              disseminados como verdades únicas e absolutas:
   No meio de todas as        individualismo, hierarquia, consumismo, erotização,
experiências artísticas e     alienação, etc. A busca desse novo formato é por
  educativas que temos        sentimentos contrários aos elencados acima.
 realizado, uma que tem       E o que seria uma AFROESCOLA? Parafraseando Freire
nos motivado bastante é       “Escola é um lugar onde se faz amigos, não se trata só de
     a do Afrosticker /       prédios, salas, quadros, programas, horários,
Afrograffiti. Ideia simples   conceitos...”. Um momento no qual se vive a vida prática,
                              de acordo com as necessidades pessoais e comunitárias
de fundir os grafismos e      de indivíduos e de coletivos e que se estende para além.
   símbolos africanos e       Em nossa cabeça por ora, a imagem de um aprendizado
afrobrasileiros à ação de     múltiplo e mútuo, calcado no que é base para a
pintar e “decorar” muros,     existência, acompanhado de um pensamento crítico
                              sobre os parâmetros para ser um cidadão.
paredes e outros espaços
públicos, está atraindo a     Uma boa aula de Matemática seria construindo uma casa,
  atenção de diferentes       confeccionando o próprio vestuário, etc. Uma
                              inesquecível de Língua Portuguesa, criando canções,
   interessados. Numa
                              revistas, propagandas. Uma significativa de Geografia,
    única intervenção         caminhando por montanhas e planícies, nadando em rios,
fomentamos discussões /       viajando. Uma eficiente de Biologia, cuidando da terra e
reflexões sobre História,     de animais, preparando os próprios alimentos. E assim
                              por diante. Educar-se é vivenciar. Não contemplar
 Religião, Arte, Política,
                              abstratamente...
Meio Ambiente, além das
     próprias relações        Aparentemente utópica, a proposta se torna sim viável se
  humanas – estas que         descartamos os padrões impostos e iniciamos um
                              processo de resignificação do mundo ao redor. Um
  estão profundamente
                              processo que pode ser bem longo mas que certamente
      desgastadas e           será saboroso e mágico.
       corrompidas.
                                  -6-
Referências são essenciais.
      São elas que nos influenciam na composição de nossa
                               personalidade, nos estimulam
                          a buscar nossos ideais. Aqui então
                       destaco uma das grandes referências
                da iniciativa NEGRO UNIVERSO: tia Gracina.




Tia Gracina é mais que uma mãe, que tem alimentado e
acolhido a trajetória de tantos ao longo da sua, uma vida de
integridade e de superações. Enfrentou as várias
discriminações impostas a negros, mulheres e pobres e hoje
compartilha sua sabedoria adquirida com o afeto e o respeito
típicos de uma ekede de Nanã.
                                                     “Bença tia”
                                 e longa existência / resistência


                            -7-
Um LAROIÊ em
tom de protesto




      -8-
Notícias de hoje e de sempre: no Rio Grande do Sul, os
atabaques tem de tocar mais baixo por conta de uma
ordem judicial... Em Salvador, seguidamente jovens              25 de
negros são executados pela polícia... No Rio de Janeiro,
intolerantes religiosos se vangloriam por terem invadido
um terreiro e destruído suas imagens... Em São Paulo, um
                                                                maio,
museu dedicado à memória afro é ameaçado de fechar as
portas por conta da “crise”... Quase nulos são os avanços
                                                                Dia de
nos campos da Educação (mesmo existindo uma lei que
obriga o ensino da História e Cultura de nossos
                                                                África
antepassados) e dos direitos cidadãos da população negra
(o Estatuto da Igualdade Racial)... Para contrapor,
internacionalmente nossas etnias ganham destaque por
agora ocupar o “cargo mais importante do planeta” – o de
presidente dos Estados Unidos – e pela realização, em
2010, da Copa do Mundo na África do Sul... Afinal,
estamos regredindo ou progredindo?                                    A data de 25 de maio faz
                                                                       referência à criação da
Finalmente numa pesquisa recente de um veículo de                     Organização da Unidade
grande circulação paulista – portanto, cuidado ao                 Africana, que ocorreu em 1963,
manuseá-lo – os próprios entrevistados se colocam como
                                                                  na Etiópia. Nesse ano reuniram-
preconceituosos. Em minha humilde compreensão, o
preconceito (o não entender o que é e assim mesmo criar              se, de 22 a 25 de maio, 32
definições) é um impulsionador da discriminação (o                 países africanos independentes
apartar por enxergar diferenças) e o melhor nutriente               para traçar uma estratégia de
para o racismo (se não compreendo e é diferente, é                   unidade do continente. Em
inferior). E se agora assumimos abertamente o desejo de
                                                                      1972, a Organização das
não conviver com certas características é sinal que
perdemos totalmente a noção de humanidade e de                        Nações Unidas instituiu o
solidariedade.                                                        25 de maio como Dia da
                                                                  Libertação Africana e em 2002,
E nós minorias (social, política e economicamente                      em Durban, África do
representadas pois somos a maioria numérica), os alvos
                                                                     Sul, 53 países instituíram a
preferidos dos preconceitos / preconceituosos, que
podemos e / ou queremos fazer? Não será o momento                      União Africana (UA).
exato de entoar o Laroiê, saudação calorosa ao orixá Exú
(mensageiro e articulador de iniciativas nas mitologias
iorubás), como grito amplificado para difundir nossas
ideias e práticas revolucionárias? Começar um boicote a         POEMA DE AMOR
tudo que não nos diz respeito, criar serviços e produtos
específicos para as diversidades, apoiar quem valoriza o        Adoro-te, África semente,
plural, o étnico, o nacional, o regional, o local. Reconhecer   amor profundo,
nossa história – mesmo que essa tenha sido quase                nobre fruto do meu eu vivente.
totalmente destruída – no outro, próximo e simples, que         Adoro a calidez das tuas tranças,
também tem a dúvida do que é / pode ser. Denominar-se           manta preta do meu primeiro
pret@ e acreditar que nós podemos sim ser                       calafrio.
autossuficientes, principalmente por sermos diferentes.         E o dorso largo
                                                                em que dormi o sono infantil
Nos falta, sinto, mais tempo, dedicação e coragem para
olhar nos olhos, chamar de irmão e repetir dezenas de
                                                                e acordei já homem feito.
vezes AXÉ, tornando essas ações costumes de massa.

                                               -9-              Jorge Macedo, escritor angolano
e em seguida
   AMANDLA                                                uma constituição que me promulgo
                                                                              a cada instante

QUEBRANTO                                                   também a violência dum impulso
                                                                    que me ponho do avesso
às vezes sou o policial                                            com acessos de cal e gesso
que me suspeito                                                                    chego a ser
me peço documentos                                                      às vezes faço questão
e mesmo de posse deles                                                          de não me ver
me prendo                                                       e entupido com a visão deles
e me dou porrada                                                           me sinto a miséria
                                                                        concebida como um
às vezes sou o zelador                                                         eterno começo
não me deixando entrar                                                                        
em mim mesmo                                                                fecho-me o cerco
a não ser                                                         sendo o gesto que me nego
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às vezes sou o meu próprio delito                                            e me embebedo
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                                                                 o ponto em que me entrego
às vezes sou o amor                                                                           
que me viro o rosto                                                                 às vezes...
o quebranto
o encosto                             Amandla Aweto…
a solidão primitiva                   De origem zulu (África do Sul) significa PODER PARA O
que me envolvo com o vazio            POVO. Entoada e cantada em diversas ocasiões:
                                      políticas, culturais (e muitas vezes guerrilheiras) em
                                      várias partes da Àfrica, tornando-se símbolo de luta e
às vezes as migalhas do que           resistência contra o Apartheid e colonialismo europeu.
sonhei e não comi
                                      AMANDLA AWETO!!!
outras o bem-te-vi
                                      Canta os africanos e seus descendentes espalhados
com olhos vidrados                    pelo mundo. Dos Black Panthers ao Hip Hop, dos
tinando tristezas                     Quilombos ao Movimento Negro contemporâneo, a
um dia fui abolição que me            valorização da cultura negra e a luta contra o racismo se
lancei de supetão no espanto          fazem presente.
depois um imperador deposto           Contato: amandlarap@yahoo.com.br
a república de conchavos no coração


    Se você tiver interesse em participar como colaborador da Revista
      NEGRO UNIVERSO, faça contato. A proposta é lançá-la a cada 2
    meses – a próxima no início de julho. Pode também sugerir temas,
    fazer entrevistas, reportagens, divulgar seu trabalho e tudo mais o
            que puder imaginar relacionado ao universo negro.


                                                                     ACÃO / AXÉ!!!

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Revista NEGRO UNIVERSO n° 1, maio 2010

  • 1. NEGRO Número 1, maio 2010 A essência dos afrodescendentes, hoje e sempre Samba Lenço de Mauá Foto: Ana Luiza Frari UNIVERSO
  • 2. Além do caráter informativo, histórico e cultural que Revista desejamos imprimir nas páginas da revista NEGRO UNIVERSO, também queremos que ela se torne uma NEGRO mídia popular, integrativa e interativa. Para tanto estaremos propondo várias ações paralelas. E a primeira delas é o UNIVERSO Concurso visual “AfroCorpoBrasileiro” Número 1, maio de 2010 Editor: Carlos Rogerio Estaremos recebendo até o dia 31 de outubro, fotos e desenhos para compor uma edição especial do mês da Consciência Negra. A imagens podem vir Caixa Postal 73 acompanhadas de pequenos poemas, frases ou textos. Com o material recebido organizaremos também Ribeirão Pires, SP algumas exposições itinerantes. CEP 09400 970 Não deixe de participar!!! projetooficinativa@hotmail.com www.oficinativa.blogspot.com
  • 3. Ingoma convoca nego dança, canto, seu apelo tradição, cultura, zelo Conteudo para nunca mais chorar... Como vamos, como estamos.............4 O negro universo.........5 A iminência de uma AFROESCOLA...............6 Afrosticker / Já chega o momento de Afrograffiti...................6 contarmos nossas histórias por nós mesmos. Como diz o Referências..................7 ponto cantado em várias rodas de Jongo “levanta povo, cativeiro acabou”... Um LAROIÊ em tom de protesto....................8/9 E se é difícil conhecer nossas Histórias por causa das 25 de maio, estratégias racistas para a eliminação de nossas matrizes, Dia de África................9 de nossas raízes, que pelo menos as recriemos / as Quebranto – reinventemos nós mesmos, de AMANDLA..................10 acordo com nossos anseios e nossas necessidades. É só acreditar que a memória segue viva em nossos corpos. E deixar os batuques nos guiarem...
  • 4. Como vamos, como estamos? Pelo que vejo / sinto, continuamos em desvantagem. E não falo aqui somente de desvantagens econômicas: seguimos inferiorizados nos aspectos políticos, educacionais, ambientais, sanitários, etc. É nítida a situação de exclusão dos afrodescendentes, principalmente nas grandes cidades. Nem mesmo os ditos “redutos de nego” – terreiros, rodas de samba e de capoeira – resistem ao voraz processo de “Aqui, somos brasileiros intervenção / limpeza étnica. Isso porque ainda somos de origem africana, ainda 50,5% da população... marginalizados, expostos à A seguir faço uso de alguns violência – quem nos dados recentes apresentados pelo protege da polícia, por professor Marcelo Paixão do Instituto de Economia da UFRJ exemplo?” (Universidade Federal do Rio de Janeiro) que ajudam a escurecer a realidade brasileira. ● Negros brasileiros vivem seis anos menos que os brancos; Os analfabetos negros são o “Se desmontarmos os números do IDH, dobro dos brancos; índice do desenvolvimento humano da A renda dos negros é a metade ONU, veremos que se o Brasil fosse só da renda dos brancos; dos brancos (O SONHO DA ELITE Os negros ficam dois anos a BRASILEIRA) ficaria na 40ª posição do menos na escola que os brancos; ● Entre 2003 e 2009 foram IDH. O Brasil está na 70ª. Mas, se fosse só libertados 40 mil brasileiros (que de negros, seria um país pobre africano e viviam em fazendas sob o regime ficaria na 104ª posição” servil – não recebiam nada por seu trabalho) – destes, 73,5% eram negros. ● -4- ● ●
  • 5. Tudo foi imaginado para ser uma grande e sincera homenagem. Não apenas um evento pontual qualquer mas algo que celebrasse figuras e feitos intimamente ligados à essência das Áfricas espalhadas pelo mundo. Primeiramente, uma lembrança cheia de orgulho por nossos antepassados diretos, aqueles que nos criaram, que nos ensinaram os caminhos a trilhar, que nos mostraram como driblar os feitores e os capatazes que ainda existem, que nos fizeram dançar e cantar nossas passagens de tristeza e de alegria. E assim estamos em tributo permanente desde 2002 com o NEGRO UNIVERSO. Às vezes com atividades singelas durante os meses de maio e de novembro – por conta de suas datas oficiais e seus significados – às vezes nos multiplicando pelos outros períodos do ano. Estamos aqui, ali, acolá, sempre experimentando formatos, jeitos, tamanhos, cores, a diversidade que nos caracteriza. Curtindo uma DOMINGUEIRAFRO, confeccionando bonecas pretas, improvisando versos para outras loas, mostrando indignação através de faixas em estabelecimentos comerciais, apreciando lendas de orixás, jogando mancalas, degustando acaçás, recitando Solano Trindade, vestindo panos da costa, vamos conhecendo, reconhecendo, preservando, valorizando o melhor que temos, o melhor que somos. No centro de toda essa motivação, a presença ainda marcante de Antonieta Eustachio, fundadora do Abaçá da Oxum. Ou simplesmente a inesquecível DADA, minha querida avó... -5-
  • 6. A iminência de uma AFROESCOLA Ainda é apenas um sonho e já está gerando inúmeros debates. Isto prova que a proposta tende a afetar estruturas estabelecidas e a favorecer a partilha de poderes historicamente concentrados... O desejo de construir, literalmente, uma AFROESCOLA veio de uma constatação bastante primária: numa sociedade como a nossa será impossível viver sem a Educação formal e já que ela está aí para nos formar – ou formatar – que ao menos seja mais prazerosa, portadora de significados e referências que valorizem o considerado diferente (nesse caso o elemento negro). Em síntese, que seja exatamente o oposto do que é hoje. E por que uma AFROESCOLA? Porque mesmo após a admissão dos afrodescendentes pelo sistema educacional tradicional, ficamos sem contatar nossas Afrosticker / raízes e o que nos é ensinado está longe de nos tornar Afrograffiti seres livres e com autoestima. A escola condiciona, molda para reproduzir e cristalizar os valores postos e disseminados como verdades únicas e absolutas: No meio de todas as individualismo, hierarquia, consumismo, erotização, experiências artísticas e alienação, etc. A busca desse novo formato é por educativas que temos sentimentos contrários aos elencados acima. realizado, uma que tem E o que seria uma AFROESCOLA? Parafraseando Freire nos motivado bastante é “Escola é um lugar onde se faz amigos, não se trata só de a do Afrosticker / prédios, salas, quadros, programas, horários, Afrograffiti. Ideia simples conceitos...”. Um momento no qual se vive a vida prática, de acordo com as necessidades pessoais e comunitárias de fundir os grafismos e de indivíduos e de coletivos e que se estende para além. símbolos africanos e Em nossa cabeça por ora, a imagem de um aprendizado afrobrasileiros à ação de múltiplo e mútuo, calcado no que é base para a pintar e “decorar” muros, existência, acompanhado de um pensamento crítico sobre os parâmetros para ser um cidadão. paredes e outros espaços públicos, está atraindo a Uma boa aula de Matemática seria construindo uma casa, atenção de diferentes confeccionando o próprio vestuário, etc. Uma inesquecível de Língua Portuguesa, criando canções, interessados. Numa revistas, propagandas. Uma significativa de Geografia, única intervenção caminhando por montanhas e planícies, nadando em rios, fomentamos discussões / viajando. Uma eficiente de Biologia, cuidando da terra e reflexões sobre História, de animais, preparando os próprios alimentos. E assim por diante. Educar-se é vivenciar. Não contemplar Religião, Arte, Política, abstratamente... Meio Ambiente, além das próprias relações Aparentemente utópica, a proposta se torna sim viável se humanas – estas que descartamos os padrões impostos e iniciamos um processo de resignificação do mundo ao redor. Um estão profundamente processo que pode ser bem longo mas que certamente desgastadas e será saboroso e mágico. corrompidas. -6-
  • 7. Referências são essenciais. São elas que nos influenciam na composição de nossa personalidade, nos estimulam a buscar nossos ideais. Aqui então destaco uma das grandes referências da iniciativa NEGRO UNIVERSO: tia Gracina. Tia Gracina é mais que uma mãe, que tem alimentado e acolhido a trajetória de tantos ao longo da sua, uma vida de integridade e de superações. Enfrentou as várias discriminações impostas a negros, mulheres e pobres e hoje compartilha sua sabedoria adquirida com o afeto e o respeito típicos de uma ekede de Nanã. “Bença tia” e longa existência / resistência -7-
  • 8. Um LAROIÊ em tom de protesto -8-
  • 9. Notícias de hoje e de sempre: no Rio Grande do Sul, os atabaques tem de tocar mais baixo por conta de uma ordem judicial... Em Salvador, seguidamente jovens 25 de negros são executados pela polícia... No Rio de Janeiro, intolerantes religiosos se vangloriam por terem invadido um terreiro e destruído suas imagens... Em São Paulo, um maio, museu dedicado à memória afro é ameaçado de fechar as portas por conta da “crise”... Quase nulos são os avanços Dia de nos campos da Educação (mesmo existindo uma lei que obriga o ensino da História e Cultura de nossos África antepassados) e dos direitos cidadãos da população negra (o Estatuto da Igualdade Racial)... Para contrapor, internacionalmente nossas etnias ganham destaque por agora ocupar o “cargo mais importante do planeta” – o de presidente dos Estados Unidos – e pela realização, em 2010, da Copa do Mundo na África do Sul... Afinal, estamos regredindo ou progredindo? A data de 25 de maio faz referência à criação da Finalmente numa pesquisa recente de um veículo de Organização da Unidade grande circulação paulista – portanto, cuidado ao Africana, que ocorreu em 1963, manuseá-lo – os próprios entrevistados se colocam como na Etiópia. Nesse ano reuniram- preconceituosos. Em minha humilde compreensão, o preconceito (o não entender o que é e assim mesmo criar se, de 22 a 25 de maio, 32 definições) é um impulsionador da discriminação (o países africanos independentes apartar por enxergar diferenças) e o melhor nutriente para traçar uma estratégia de para o racismo (se não compreendo e é diferente, é unidade do continente. Em inferior). E se agora assumimos abertamente o desejo de 1972, a Organização das não conviver com certas características é sinal que perdemos totalmente a noção de humanidade e de Nações Unidas instituiu o solidariedade. 25 de maio como Dia da Libertação Africana e em 2002, E nós minorias (social, política e economicamente em Durban, África do representadas pois somos a maioria numérica), os alvos Sul, 53 países instituíram a preferidos dos preconceitos / preconceituosos, que podemos e / ou queremos fazer? Não será o momento União Africana (UA). exato de entoar o Laroiê, saudação calorosa ao orixá Exú (mensageiro e articulador de iniciativas nas mitologias iorubás), como grito amplificado para difundir nossas ideias e práticas revolucionárias? Começar um boicote a POEMA DE AMOR tudo que não nos diz respeito, criar serviços e produtos específicos para as diversidades, apoiar quem valoriza o Adoro-te, África semente, plural, o étnico, o nacional, o regional, o local. Reconhecer amor profundo, nossa história – mesmo que essa tenha sido quase nobre fruto do meu eu vivente. totalmente destruída – no outro, próximo e simples, que Adoro a calidez das tuas tranças, também tem a dúvida do que é / pode ser. Denominar-se manta preta do meu primeiro pret@ e acreditar que nós podemos sim ser calafrio. autossuficientes, principalmente por sermos diferentes. E o dorso largo em que dormi o sono infantil Nos falta, sinto, mais tempo, dedicação e coragem para olhar nos olhos, chamar de irmão e repetir dezenas de e acordei já homem feito. vezes AXÉ, tornando essas ações costumes de massa. -9- Jorge Macedo, escritor angolano
  • 10. e em seguida AMANDLA uma constituição que me promulgo a cada instante QUEBRANTO também a violência dum impulso   que me ponho do avesso às vezes sou o policial com acessos de cal e gesso que me suspeito chego a ser me peço documentos  às vezes faço questão e mesmo de posse deles de não me ver me prendo e entupido com a visão deles e me dou porrada me sinto a miséria   concebida como um às vezes sou o zelador eterno começo não me deixando entrar   em mim mesmo fecho-me o cerco a não ser sendo o gesto que me nego pela porta de serviço a pinga que me bebo às vezes sou o meu próprio delito e me embebedo o corpo de jurados o dedo que me aponto a punição que vem com o veredito e denuncio   o ponto em que me entrego às vezes sou o amor   que me viro o rosto às vezes... o quebranto o encosto Amandla Aweto… a solidão primitiva De origem zulu (África do Sul) significa PODER PARA O que me envolvo com o vazio POVO. Entoada e cantada em diversas ocasiões:   políticas, culturais (e muitas vezes guerrilheiras) em várias partes da Àfrica, tornando-se símbolo de luta e às vezes as migalhas do que resistência contra o Apartheid e colonialismo europeu. sonhei e não comi AMANDLA AWETO!!! outras o bem-te-vi Canta os africanos e seus descendentes espalhados com olhos vidrados           pelo mundo. Dos Black Panthers ao Hip Hop, dos tinando tristezas Quilombos ao Movimento Negro contemporâneo, a um dia fui abolição que me valorização da cultura negra e a luta contra o racismo se lancei de supetão no espanto fazem presente. depois um imperador deposto Contato: amandlarap@yahoo.com.br a república de conchavos no coração Se você tiver interesse em participar como colaborador da Revista NEGRO UNIVERSO, faça contato. A proposta é lançá-la a cada 2 meses – a próxima no início de julho. Pode também sugerir temas, fazer entrevistas, reportagens, divulgar seu trabalho e tudo mais o que puder imaginar relacionado ao universo negro. ACÃO / AXÉ!!!