Este documento resume um trabalho acadêmico sobre o romance gráfico Maus, de Art Spiegelman. Analisa o foco narrativo através das vozes de Art e seu pai Vladek, sobrevivente do Holocausto. Explora como as memórias de Vladek, filtradas por Art, ajudam na reconstrução de suas identidades durante o processo catártico de contar a história.
Este documento analisa o ensaio "O Narrador" de Walter Benjamin e discute a relação entre narrativa e experiência. Benjamin argumenta que a figura do narrador tradicional desapareceu com a modernidade e que isso levou à perda da capacidade de compartilhar experiências. A narrativa dependia dessa habilidade coletiva que não existe mais na sociedade moderna.
O documento discute a crônica brasileira e faz uma comparação entre os cronistas Rubem Braga e Paulo Mendes Campos. Apresenta o contexto cultural do Rio de Janeiro na década de 1950 e características da crônica como gênero híbrido que mistura fatos e subjetividade. Temas preferenciais de Paulo Mendes Campos em suas crônicas são analisados, como a figura do brotinho e a descrição ideal de um domingo.
Este artigo analisa como a memória é ficcionalizada nos romances Heranças (2008), de Silviano Santiago, e Leite Derramado (2009), de Chico Buarque. O artigo argumenta que esses romances representam a memória individual dos narradores como uma reflexão da memória coletiva da sociedade brasileira no período retratado. O artigo também discute como esses romances representam rastros, apagamentos e negociações dos processos da memória.
1) O documento discute a relação entre ficção e realidade na literatura, analisando como os conceitos de "fictício" e "imaginário" são abordados no romance "Sem Nome" de Helder Macedo.
2) A autora se concentra em um episódio do romance que envolve uma carta fictícia que descreve detalhes violentos da morte de uma personagem, ilustrando como a ficção pode se entrelaçar com a realidade.
3) Ela argumenta que os conceitos de "fictício" e "imaginário" propost
MAUS: UMA VISÃO METAFÓRICA DA REALIDADE ATRAVÉS DOS QUADRINHOS VERDADEMaurício Gonçalves
Monografia de Graduação defendida em 2005 na Escola de Comunicação Social da UCPel.
Trabalho sobre o gênero dos quadrinhos verdade,
tendo como objeto de estudo o livro Maus: A história de
um sobrevivente, de Art Spiegelman. Foram realizadas
pesquisa bibliográfica e análise dos elementos que
constituem metáforas, verbais e visuais, na obra, a fim
de observar-se que as histórias em quadrinhos são meios
eficazes de representação de realidades.
O documento discute as histórias em quadrinhos como um meio intermidiático que combina desenho, escrita e narrativa. Ele usa como estudo de caso uma história em quadrinhos criada para interpretar visualmente um poema, demonstrando como diferentes mídias podem ser combinadas de forma complementar.
Feminino na beira uma análise do conto “barba de arame“, deCassia Barbosa
Este documento apresenta uma análise do conto "Barba de Arame", de Antonio Carlos Viana. O resumo descreve que o conto narra a história de uma menina que sofre abuso sexual enquanto vive na beira de um mangue com sua mãe, explorando questões de gênero e exclusão social. A análise do conto examina as representações femininas e a falta de proteção e apoio para as personagens mulheres que vivem em situação de marginalidade.
Este documento analisa o ensaio "O Narrador" de Walter Benjamin e discute a relação entre narrativa e experiência. Benjamin argumenta que a figura do narrador tradicional desapareceu com a modernidade e que isso levou à perda da capacidade de compartilhar experiências. A narrativa dependia dessa habilidade coletiva que não existe mais na sociedade moderna.
O documento discute a crônica brasileira e faz uma comparação entre os cronistas Rubem Braga e Paulo Mendes Campos. Apresenta o contexto cultural do Rio de Janeiro na década de 1950 e características da crônica como gênero híbrido que mistura fatos e subjetividade. Temas preferenciais de Paulo Mendes Campos em suas crônicas são analisados, como a figura do brotinho e a descrição ideal de um domingo.
Este artigo analisa como a memória é ficcionalizada nos romances Heranças (2008), de Silviano Santiago, e Leite Derramado (2009), de Chico Buarque. O artigo argumenta que esses romances representam a memória individual dos narradores como uma reflexão da memória coletiva da sociedade brasileira no período retratado. O artigo também discute como esses romances representam rastros, apagamentos e negociações dos processos da memória.
1) O documento discute a relação entre ficção e realidade na literatura, analisando como os conceitos de "fictício" e "imaginário" são abordados no romance "Sem Nome" de Helder Macedo.
2) A autora se concentra em um episódio do romance que envolve uma carta fictícia que descreve detalhes violentos da morte de uma personagem, ilustrando como a ficção pode se entrelaçar com a realidade.
3) Ela argumenta que os conceitos de "fictício" e "imaginário" propost
MAUS: UMA VISÃO METAFÓRICA DA REALIDADE ATRAVÉS DOS QUADRINHOS VERDADEMaurício Gonçalves
Monografia de Graduação defendida em 2005 na Escola de Comunicação Social da UCPel.
Trabalho sobre o gênero dos quadrinhos verdade,
tendo como objeto de estudo o livro Maus: A história de
um sobrevivente, de Art Spiegelman. Foram realizadas
pesquisa bibliográfica e análise dos elementos que
constituem metáforas, verbais e visuais, na obra, a fim
de observar-se que as histórias em quadrinhos são meios
eficazes de representação de realidades.
O documento discute as histórias em quadrinhos como um meio intermidiático que combina desenho, escrita e narrativa. Ele usa como estudo de caso uma história em quadrinhos criada para interpretar visualmente um poema, demonstrando como diferentes mídias podem ser combinadas de forma complementar.
Feminino na beira uma análise do conto “barba de arame“, deCassia Barbosa
Este documento apresenta uma análise do conto "Barba de Arame", de Antonio Carlos Viana. O resumo descreve que o conto narra a história de uma menina que sofre abuso sexual enquanto vive na beira de um mangue com sua mãe, explorando questões de gênero e exclusão social. A análise do conto examina as representações femininas e a falta de proteção e apoio para as personagens mulheres que vivem em situação de marginalidade.
Às margens do Negro: ruínas da memória e do narrar em Órfãos do EldoradoAdams Almeida Lopes
O documento apresenta uma introdução sobre o trabalho de conclusão de curso de especialização em literatura de Adams Almeida Lopes sobre o livro Órfãos do Eldorado, do escritor Milton Hatoum. O trabalho analisa a diluição dos gêneros romance e novela na obra e investiga três redes construtivas do narrar: memória, identidade e ruína. A pesquisa pretende esclarecer como ocorre a diluição e contaminação dos gêneros por meio da construção da temática da ruína na narrativa.
Este documento discute a teoria do conto de Ricardo Piglia, que propõe que todo conto contém duas histórias, e analisa como isso se aplica aos contos de Clarice Lispector. A teoria funciona bem para contos clássicos, mas tem limitações para contos modernos em que as histórias dependem mais da interpretação do leitor do que de enredos explícitos. O documento também examina as implicações do fato de um conto de Lispector ter sido publicado em forma fragmentada após sua morte.
O documento discute a natureza e história do conto literário. Apresenta definições de conto de autores como Machado de Assis, Mario de Andrade e teóricos como Gotlib, Bosi e Propp. Discute a evolução do conto da transmissão oral para o registro escrito e como mudanças na técnica narrativa ao longo do tempo não alteraram a estrutura básica do gênero.
O documento descreve as características e tipos de crônica. Uma crônica é uma narrativa breve e subjetiva sobre fatos da vida cotidiana. Existem diversos tipos de crônica, incluindo narrativa, lírica, reflexiva, humorística e jornalística. As crônicas podem abordar temas como política, esporte e história.
Projeto de leitura explicitação lista de livros propostosAnabelaSousa37
1. O documento descreve um projeto de leitura para alunos do ensino secundário, propondo uma lista de 41 obras literárias. 2. Os alunos deverão ler uma ou duas obras por ano, escolhidas da lista, e realizar atividades de apreciação crítica oral e escrita. 3. A lista inclui romances do século XIX, romance histórico, narrativa fantástica, crónicas de viagem, literatura brasileira e africana de língua portuguesa entre outros géneros.
O documento descreve a evolução do gênero crônica, desde sua origem no jornalismo até se tornar um gênero literário próprio no Brasil no século XIX. A crônica surgiu como forma de folhetim em jornais brasileiros na década de 1850 e foi praticada por grandes nomes como Machado de Assis. Posteriormente, na década de 1930, a crônica ressurgiu com um novo estilo influenciado pela Semana de 22 e por cronistas como Mário de Andrade.
UM OLHAR LUKACSIANO SOBRE O BEIJO DA MULHER-ARANHA, DE MANUEL PUIGPedro Lima
Este artigo analisa o romance O Beijo da Mulher-Aranha de Manuel Puig à luz da dicotomia entre narrar e descrever estabelecida por Georg Lukács. A narrativa de Puig usa diálogos e relatos sem um narrador explícito, diferente do método narrativo defendido por Lukács. A relação inicial entre os protagonistas é beligerante devido às suas diferenças de personalidade.
A reportagem em quadrinhos A Marcha da Maconha é o relato da experiência de dois jornalistas presentes no evento dae manifestação. A marcha foi proibida, mas houve protestos em prol da democracia. Os repórteres entrevistaram os militantes, além de registrarem os momentos através de fotos. Através desse material, transcriaram a reportagem para os quadrinhos, mostrando que a simbiose entre jornalismo e a nona arte é possível: não se perde o cunho informativo jornalístico, nem a artisticidade dos quadrinhos. Essa junção funcionou como atrativo para leitores, e permitiu uma exploração sensível das personagens e fatos envolvidos nas situações narradas.
O documento discute a vida e obra do autor brasileiro José Joaquim de Campos Leão, conhecido como Qorpo-Santo. QS sofreu transtornos psíquicos e foi internado, mas continuou a escrever ativamente. Seus textos teatrais misturam elementos biográficos com a ficção de forma pouco usual, sugerindo a presença da loucura em sua escrita.
Narrativa como Imitatio Dei em Miguel de Unamuno, de Costica BradatanJaimir Conte
O documento discute a visão de Miguel de Unamuno sobre a relação entre o autor Miguel de Cervantes e seu personagem Dom Quixote. Unamuno acreditava que Dom Quixote era mais real e autêntico do que Cervantes, e que na verdade foi Dom Quixote quem ditou a história para Cervantes. Isso levanta questões filosóficas sobre a natureza da identidade humana e da condição humana, e sobre a relação entre um autor e os personagens que ele cria.
O documento descreve uma crônica sobre uma passageira inexperiente em aviões que causou diversos "vexames" durante o voo devido a sua falta de conhecimento sobre o funcionamento de aeronaves, deixando os outros passageiros e o narrador constrangidos com suas perguntas e atitudes inapropriadas.
Todorov introducão à literatura fantástica (pdf)(rev)Rodrigo Rocha
O documento discute os gêneros literários e como classificá-los. Primeiro, aborda questões sobre se é possível estudar um gênero sem ler todas as obras e se existem poucos ou muitos gêneros. Também discute se as obras são únicas ou pertencem a gêneros. Conclui que as obras literárias mantêm relações com outras através dos gêneros, que representam categorias abstratas para classificá-las.
Este documento apresenta o programa de Português do ensino secundário, com os tópicos de conteúdo para cada ano letivo. No 12o ano, os alunos estudarão a poesia trovadoresca, a Crónica de D. João I e obras de Padre António Vieira, Almeida Garrett e Alexandre Herculano. Também estudarão a obra de Fernando Pessoa e Gil Vicente, bem como poemas de Camões.
Este documento discute o romance Cães da Província de Luiz Antonio de Assis Brasil, que tem como protagonista o dramaturgo José Joaquim de Campos Leão, conhecido como Qorpo-Santo. O resumo explora como a obra mistura ficção e história através da figura de Qorpo-Santo, questionando a verdade histórica e a construção da realidade por meio da linguagem.
Paul Ricoeur - intencionalidade históricacrislautert
O documento discute a distinção entre historiografia e narrativa segundo Paul Ricoeur. Ricoeur argumenta que a ruptura entre os dois afeta três níveis: procedimentos, entidades e temporalidade. A historiografia se diferencia da narrativa nos processos explicativos, entidades analisadas e no conceito de tempo histórico.
A crônica é um gênero jornalístico e literário que relata e analisa fatos cotidianos de forma subjetiva. Pode ser narrativa, descritiva ou dissertativa e aborda temas urbanos contemporâneos de forma crítica, com tom humorístico. Surgiu no jornalismo do século XIX para comentar assuntos do dia a dia.
O documento discute os diferentes gêneros literários, começando por definir gênero literário como um conjunto de obras com características comuns. Apresenta a tradicional tripartição em lírico, dramático e narrativo, e discute como esses gêneros se manifestam através da sensibilidade, vontade e inteligência humanas. Também aborda a visão moderna de que os gêneros devem ser estudados a partir das características das obras.
O documento discute a literatura do conto, desde suas origens até o desenvolvimento no Brasil. Apresenta as características do gênero, como sendo narrativas curtas e ficcionais que concentram drama em poucas páginas com poucos personagens. Também explica como o conto se desenvolveu ao longo dos séculos através de contadores de histórias e obras famosas, culminando no surgimento de grandes contistas como Machado de Assis no Brasil.
Jean-Paul Sartre nasceu em 1905 em Paris e cresceu durante períodos turbulentos de guerras. Ele se tornou um influente filósofo existencialista e defensor ativo da esquerda política. Sua vida e obra foram profundamente marcadas pela Segunda Guerra Mundial e pela ocupação nazista da França.
1) A crônica é um gênero literário produzido para veículos de imprensa como jornais e revistas.
2) As crônicas geralmente narram eventos do dia-a-dia de forma pessoal e com linguagem simples para se conectar com os leitores.
3) A crônica situa-se entre o jornalismo e a literatura, misturando fatos reais com elementos de ficção.
Este documento discute a abordagem de fractais no ensino médio como forma de auxiliar no ensino de matemática. Ele apresenta uma breve história dos fractais e suas características, e argumenta que incluir o tópico no currículo pode motivar os alunos ao mostrar aplicações da matemática no mundo real. Uma pesquisa com alunos mostrou que após uma aula sobre fractais, eles perceberam suas aplicações no cotidiano e ficaram mais interessados em aprender matemática.
Às margens do Negro: ruínas da memória e do narrar em Órfãos do EldoradoAdams Almeida Lopes
O documento apresenta uma introdução sobre o trabalho de conclusão de curso de especialização em literatura de Adams Almeida Lopes sobre o livro Órfãos do Eldorado, do escritor Milton Hatoum. O trabalho analisa a diluição dos gêneros romance e novela na obra e investiga três redes construtivas do narrar: memória, identidade e ruína. A pesquisa pretende esclarecer como ocorre a diluição e contaminação dos gêneros por meio da construção da temática da ruína na narrativa.
Este documento discute a teoria do conto de Ricardo Piglia, que propõe que todo conto contém duas histórias, e analisa como isso se aplica aos contos de Clarice Lispector. A teoria funciona bem para contos clássicos, mas tem limitações para contos modernos em que as histórias dependem mais da interpretação do leitor do que de enredos explícitos. O documento também examina as implicações do fato de um conto de Lispector ter sido publicado em forma fragmentada após sua morte.
O documento discute a natureza e história do conto literário. Apresenta definições de conto de autores como Machado de Assis, Mario de Andrade e teóricos como Gotlib, Bosi e Propp. Discute a evolução do conto da transmissão oral para o registro escrito e como mudanças na técnica narrativa ao longo do tempo não alteraram a estrutura básica do gênero.
O documento descreve as características e tipos de crônica. Uma crônica é uma narrativa breve e subjetiva sobre fatos da vida cotidiana. Existem diversos tipos de crônica, incluindo narrativa, lírica, reflexiva, humorística e jornalística. As crônicas podem abordar temas como política, esporte e história.
Projeto de leitura explicitação lista de livros propostosAnabelaSousa37
1. O documento descreve um projeto de leitura para alunos do ensino secundário, propondo uma lista de 41 obras literárias. 2. Os alunos deverão ler uma ou duas obras por ano, escolhidas da lista, e realizar atividades de apreciação crítica oral e escrita. 3. A lista inclui romances do século XIX, romance histórico, narrativa fantástica, crónicas de viagem, literatura brasileira e africana de língua portuguesa entre outros géneros.
O documento descreve a evolução do gênero crônica, desde sua origem no jornalismo até se tornar um gênero literário próprio no Brasil no século XIX. A crônica surgiu como forma de folhetim em jornais brasileiros na década de 1850 e foi praticada por grandes nomes como Machado de Assis. Posteriormente, na década de 1930, a crônica ressurgiu com um novo estilo influenciado pela Semana de 22 e por cronistas como Mário de Andrade.
UM OLHAR LUKACSIANO SOBRE O BEIJO DA MULHER-ARANHA, DE MANUEL PUIGPedro Lima
Este artigo analisa o romance O Beijo da Mulher-Aranha de Manuel Puig à luz da dicotomia entre narrar e descrever estabelecida por Georg Lukács. A narrativa de Puig usa diálogos e relatos sem um narrador explícito, diferente do método narrativo defendido por Lukács. A relação inicial entre os protagonistas é beligerante devido às suas diferenças de personalidade.
A reportagem em quadrinhos A Marcha da Maconha é o relato da experiência de dois jornalistas presentes no evento dae manifestação. A marcha foi proibida, mas houve protestos em prol da democracia. Os repórteres entrevistaram os militantes, além de registrarem os momentos através de fotos. Através desse material, transcriaram a reportagem para os quadrinhos, mostrando que a simbiose entre jornalismo e a nona arte é possível: não se perde o cunho informativo jornalístico, nem a artisticidade dos quadrinhos. Essa junção funcionou como atrativo para leitores, e permitiu uma exploração sensível das personagens e fatos envolvidos nas situações narradas.
O documento discute a vida e obra do autor brasileiro José Joaquim de Campos Leão, conhecido como Qorpo-Santo. QS sofreu transtornos psíquicos e foi internado, mas continuou a escrever ativamente. Seus textos teatrais misturam elementos biográficos com a ficção de forma pouco usual, sugerindo a presença da loucura em sua escrita.
Narrativa como Imitatio Dei em Miguel de Unamuno, de Costica BradatanJaimir Conte
O documento discute a visão de Miguel de Unamuno sobre a relação entre o autor Miguel de Cervantes e seu personagem Dom Quixote. Unamuno acreditava que Dom Quixote era mais real e autêntico do que Cervantes, e que na verdade foi Dom Quixote quem ditou a história para Cervantes. Isso levanta questões filosóficas sobre a natureza da identidade humana e da condição humana, e sobre a relação entre um autor e os personagens que ele cria.
O documento descreve uma crônica sobre uma passageira inexperiente em aviões que causou diversos "vexames" durante o voo devido a sua falta de conhecimento sobre o funcionamento de aeronaves, deixando os outros passageiros e o narrador constrangidos com suas perguntas e atitudes inapropriadas.
Todorov introducão à literatura fantástica (pdf)(rev)Rodrigo Rocha
O documento discute os gêneros literários e como classificá-los. Primeiro, aborda questões sobre se é possível estudar um gênero sem ler todas as obras e se existem poucos ou muitos gêneros. Também discute se as obras são únicas ou pertencem a gêneros. Conclui que as obras literárias mantêm relações com outras através dos gêneros, que representam categorias abstratas para classificá-las.
Este documento apresenta o programa de Português do ensino secundário, com os tópicos de conteúdo para cada ano letivo. No 12o ano, os alunos estudarão a poesia trovadoresca, a Crónica de D. João I e obras de Padre António Vieira, Almeida Garrett e Alexandre Herculano. Também estudarão a obra de Fernando Pessoa e Gil Vicente, bem como poemas de Camões.
Este documento discute o romance Cães da Província de Luiz Antonio de Assis Brasil, que tem como protagonista o dramaturgo José Joaquim de Campos Leão, conhecido como Qorpo-Santo. O resumo explora como a obra mistura ficção e história através da figura de Qorpo-Santo, questionando a verdade histórica e a construção da realidade por meio da linguagem.
Paul Ricoeur - intencionalidade históricacrislautert
O documento discute a distinção entre historiografia e narrativa segundo Paul Ricoeur. Ricoeur argumenta que a ruptura entre os dois afeta três níveis: procedimentos, entidades e temporalidade. A historiografia se diferencia da narrativa nos processos explicativos, entidades analisadas e no conceito de tempo histórico.
A crônica é um gênero jornalístico e literário que relata e analisa fatos cotidianos de forma subjetiva. Pode ser narrativa, descritiva ou dissertativa e aborda temas urbanos contemporâneos de forma crítica, com tom humorístico. Surgiu no jornalismo do século XIX para comentar assuntos do dia a dia.
O documento discute os diferentes gêneros literários, começando por definir gênero literário como um conjunto de obras com características comuns. Apresenta a tradicional tripartição em lírico, dramático e narrativo, e discute como esses gêneros se manifestam através da sensibilidade, vontade e inteligência humanas. Também aborda a visão moderna de que os gêneros devem ser estudados a partir das características das obras.
O documento discute a literatura do conto, desde suas origens até o desenvolvimento no Brasil. Apresenta as características do gênero, como sendo narrativas curtas e ficcionais que concentram drama em poucas páginas com poucos personagens. Também explica como o conto se desenvolveu ao longo dos séculos através de contadores de histórias e obras famosas, culminando no surgimento de grandes contistas como Machado de Assis no Brasil.
Jean-Paul Sartre nasceu em 1905 em Paris e cresceu durante períodos turbulentos de guerras. Ele se tornou um influente filósofo existencialista e defensor ativo da esquerda política. Sua vida e obra foram profundamente marcadas pela Segunda Guerra Mundial e pela ocupação nazista da França.
1) A crônica é um gênero literário produzido para veículos de imprensa como jornais e revistas.
2) As crônicas geralmente narram eventos do dia-a-dia de forma pessoal e com linguagem simples para se conectar com os leitores.
3) A crônica situa-se entre o jornalismo e a literatura, misturando fatos reais com elementos de ficção.
Este documento discute a abordagem de fractais no ensino médio como forma de auxiliar no ensino de matemática. Ele apresenta uma breve história dos fractais e suas características, e argumenta que incluir o tópico no currículo pode motivar os alunos ao mostrar aplicações da matemática no mundo real. Uma pesquisa com alunos mostrou que após uma aula sobre fractais, eles perceberam suas aplicações no cotidiano e ficaram mais interessados em aprender matemática.
Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.
Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.
Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.
Este documento explora a estruturação da rede de metrô na Região Metropolitana de São Paulo, comparando vários planos desenvolvidos com bases sócio-espaciais. Analisa como as linhas da CPTM não foram projetadas com o tecido urbano consolidado, ao contrário do metrô. Também discute como a integração tarifária aumentou o uso do transporte coletivo, principalmente do metrô. Finalmente, questiona os critérios para definir investimentos em transporte de massa em relação aos usuários de baixa renda.
Este documento descreve um estudo sobre a evolução dos programas de transferência de renda no Brasil desde 1990. Analisa experiências iniciais como o Programa de Garantia de Renda Mínima em Campinas (1995) e o Programa Bolsa Escola, que serviram como base para o atual Programa Bolsa Família. Também discute o papel da Constituição de 1988 na expansão das políticas sociais no país.
Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.
Este documento descreve uma pesquisa sobre a construção da imagem do Primeiro Comando da Capital (PCC) na mídia brasileira. Analisou-se a cobertura de veículos como Folha de S.Paulo e Jornal Nacional sobre episódios que destacaram o PCC desde 1997 até 2006. Buscou-se entender como a mídia, ao dar visibilidade a esses eventos, acabou reforçando involuntariamente a imagem e o crescimento do PCC, que explora a tendência à espetacularização da notícia.
O documento discute a regularização fundiária de assentamentos irregulares na cidade de São Paulo, especificamente no bairro de Jardim Santa Terezinha. Analisa a evolução da legislação sobre regularização fundiária desde a Constituição de 1988 e como programas como o Programa de Regularização Urbanística e Fundiária vêm sendo aplicados para titular moradores de áreas ocupadas irregularmente e melhorar a infraestrutura dessas regiões. Busca identificar intervenções do poder público nessas áreas para avaliar a eficácia dessas políticas.
Este documento descreve uma pesquisa sobre os impactos socioeconômicos da expansão do Porto de São Sebastião nas cidades de Caraguatatuba e São Sebastião. A pesquisa analisará os efeitos positivos e negativos no meio ambiente, turismo e população local. Teorias econômicas como o modelo gravitacional e a teoria dos lugares centrais serão usadas para entender como a área de influência do porto pode ser afetada.
Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.
Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.
Ausência e presença arquitetônica na cidade contemporâneaCarlos Elson Cunha
A empresa de tecnologia anunciou um novo smartphone com câmera aprimorada, tela maior e bateria de longa duração por um preço acessível. O dispositivo tem como objetivo atrair mais consumidores em mercados emergentes com suas especificações equilibradas e preço baixo. Analistas esperam que as melhorias e o preço baixo impulsionem as vendas do novo aparelho.
Este documento discute a sustentabilidade em arquitetura, com foco nos materiais. Aborda a situação ambiental atual e o impacto da construção civil. Apresenta o selo LEED e analisa os créditos relacionados a materiais e recursos. Discute o que torna um material sustentável, considerando todo o seu ciclo de vida, desde a extração até a possível reutilização.
Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.
Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.
Em parceria com a Professora Helena Abascal, publicamos os relatórios das pesquisas realizados por alunos da fau-Mackenzie, bolsistas PIBIC e PIVIC. O Projeto ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA difunde trabalhos e os modos de produção científica no Mackenzie, visando fortalecer a cultura da pesquisa acadêmica. Assim é justo parabenizar os professores e colegas envolvidos e permitir que mais alunos vejam o que já se produziu e as muitas portas que ainda estão adiante no mundo da ciência, para os alunos da Arquitetura - mostrando que ARQUITETURA TAMBÉM É CIÊNCIA.
O documento descreve o autor e obra Maus - A História de um Sobrevivente de Art Spiegelman. Spiegelman é um cartunista judeu-americano que criou uma graphic novel retratando a história de seus pais durante o Holocausto, onde judeus são representados como ratos e nazistas como gatos.
Apresentação utilizada na aula de Literatura e Comunicação, 2º semestre do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo. Disciplina ministrada pela professora Lívia Barbosa.
O documento resume o livro Maus, de Art Spiegelman. O livro conta a história do pai de Spiegelman, um sobrevivente do Holocausto, representando judeus como ratos e nazistas como gatos. A obra aborda o sofrimento da família de Spiegelman durante a guerra e também explora a complexa relação do autor com seu pai. Maus quebrou barreiras ao tratar de temas sérios em histórias em quadrinhos.
1) O conto foi um gênero que se desenvolveu tardiamente na literatura escrita, tendo suas origens na tradição oral de muitas culturas. 2) As Mil e Uma Noites teve grande influência no desenvolvimento do gênero no Ocidente. 3) Machado de Assis publicou a maior parte de seus contos em jornais e revistas do século XIX, ao invés de em livros, o que dificultou o acesso de leitores às suas obras completas.
O artigo analisa a estrutura narrativa do conto "Retábulo de Santa Joana Carolina", de Osman Lins. O conto é dividido em doze partes e apresenta vários narradores, sem identificação, que contam a vida sofrida da protagonista Joana. A narrativa explora recursos da oralidade e representa a vida da mulher nordestina de forma coletiva e fragmentada, como um retábulo religioso.
O documento discute as intertextualidades entre a obra Otelo, de Shakespeare, e o romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. Analisa como o ciúme é tratado nas duas obras e como Machado de Assis faz diálogo intertextual com Shakespeare ao abordar o tema do ciúme em seu romance, influenciado pela tragédia de Otelo. Também discute a presença da obra de Shakespeare no texto de Machado e a universalidade do sentimento de ciúme retratado nas duas obras canonais.
O documento resume as principais características do Realismo e do Naturalismo na literatura, destacando sua ênfase na análise da realidade e retrato fiel da sociedade da época. Influências como o Positivismo, Evolucionismo e Socialismo Científico enfatizaram um olhar objetivo e determinista sobre os seres humanos. Autores como Flaubert, Zola, Azevedo e Machado de Assis produziram obras representativas desses movimentos literários no Brasil e na Europa no século XIX.
Este documento resume o livro "A Teoria do Romance" de Georg Lukács. O livro é considerado um clássico do estudo do gênero romance e aplica conceitos da filosofia de Hegel à estética. Embora Lukács tenha posteriormente se distanciado da obra devido à sua adesão ao marxismo, o livro permaneceu uma referência fundamental para reflexões estéticas, inclusive as de inspiração marxista.
O documento apresenta informações sobre o autor Machado de Assis e sobre o conto "A Cartomante". Resume que Machado de Assis foi um escritor brasileiro do século XIX que cultivou diversos gêneros literários. No conto "A Cartomante", ele faz uma crítica ao misticismo através da história de uma cartomante cuja previsão não se realiza. O enredo gira em torno de um triângulo amoroso entre dois amigos e a esposa de um deles.
O documento apresenta noções básicas sobre literatura, definindo-a como uma imitação da realidade através da palavra. Explora suas funções, como evasão, diversão e compromisso social, e diferencia textos literários de não literários. Apresenta exemplos de obras literárias brasileiras canonizadas e discute gêneros, formas e estilos literários.
O documento descreve a obra literária de Machado de Assis, com foco em seus romances Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro. Resume as principais características do estilo realista de Machado de Assis, como a análise psicológica profunda dos personagens e a crítica da hipocrisia social. Também resume os enredos e influência dos romances Memórias Póstumas de Brás Cubas e Dom Casmurro na literatura brasileira.
O documento discute os principais gêneros literários, divididos entre ficcionais e não ficcionais. Apresenta as classificações clássicas de épico, lírico e dramático e exemplifica cada um deles, incluindo subgêneros como conto, novela, romance e crônica no épico, e discutindo características da poesia épica e lírica.
O documento discute as características do Realismo e do Naturalismo na literatura, comparando-os com o Romantismo. Apresenta os principais autores desses movimentos no Brasil, como Machado de Assis, Aluízio Azevedo e Raul Pompéia. Explica que o Realismo faz uma análise psicológica da sociedade através de personagens da classe dominante, enquanto o Naturalismo valoriza os grupos marginalizados e é influenciado pelas teorias de Darwin.
O documento discute a importância da iconografia e do imaginário para o ensino de história. A iconografia é o estudo das imagens relacionadas a um tema ou período, enquanto o imaginário refere-se a algo quimérico ou ilusório. A historiografia contemporânea valoriza a iconografia como fonte de pesquisa, e o ensino de história está mais familiarizado com o uso de imagens. Fotografias podem trazer o passado ao presente e ganhar novos significados com o tempo.
Este documento fornece um resumo sobre o livro "Helena" de Machado de Assis. Publicado em 1876, o romance se passa no Rio de Janeiro entre 1850-1851 e explora um romance proibido e a heresia religiosa. A história gira em torno de um amor proibido entre Helena e Estácio e a análise psicológica dos personagens.
A representação da metrópole pós colonial n"Os versos satânicos" de Salman Ru...Erimar Cruz
1. O documento analisa a representação da metrópole pós-colonial em "Os Versos Satânicos" de Salman Rushdie, focando na construção discursiva do espaço na narrativa.
2. A pesquisa propõe uma abordagem interdisciplinar combinando análise literária com conceitos de estudos culturais, pós-coloniais e geografia simbólica para entender como o discurso colonial e pós-colonial articulam diferentes perspectivas sobre espaço na obra.
3. O estudo pretende ampliar pesquisas
O documento discute o Realismo e o Naturalismo na literatura brasileira. Apresenta o Realismo como uma reação ao Romantismo, focando na análise psicológica e crítica social. O Naturalismo é visto como uma extensão do Realismo, com ênfase no determinismo e cientificismo. Recomenda-se ensinar esses estilos com foco em Machado de Assis e Aluísio Azevedo, analisando obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas e O Cortiço.
O documento discute 50 autores influentes do século XX e o que aprendemos ou deveríamos ter aprendido com eles. Brevemente descreve cada autor, sua obra e influência, e o que nos ensinaram. Alguns dos autores destacados incluem Hemingway, Joyce, García Márquez, Woolf, Brecht, Deleuze, Sagan, Calvino, Pessoa, Kafka, Rushdie e Hesse.
O documento discute 50 autores influentes do século XX e o que aprendemos ou deveríamos ter aprendido com eles. Brevemente discute a influência de autores como Hemingway, Joyce, García Márquez, Woolf, Brecht, Deleuze, Sagan, Calvino, Pessoa, Kafka, Rushdie e Hesse.
O documento fornece um resumo de 50 autores influentes do século XX e o que aprendemos ou devíamos ter aprendido com eles. Em poucas frases, destaca a influência literária de autores como Hemingway, Joyce, García Márquez, Woolf, Brecht, Deleuze, Calvino e Pessoa, assim como o legado de cientistas como Sagan, e o impacto de obras como as de Kafka e Rushdie.
Wittgenstein, ludwig. tractatus logico philosophicus (1968)Carlos Elson Cunha
LUDWIG WITTGENSTEIN
13I BLIBLOTECA UNIVERSITÁRIA Série 1.. — Filosofia
Volume 10
Direção: Dr. CRUZ COSTA (da Universidade de Sdo Paulo)
Tractatus Logico-Philosophieus
Tradução e apresentação de JosÉ ARTHUR GIANNOTTI
Westlund, olle. s(t)imulating a social psychology mead and the reality of t...Carlos Elson Cunha
This document provides an introduction to the dissertation by discussing the early history of cinema and its implications for social psychology. Specifically, it notes how the first films depicted common everyday events but projected on a screen took on a peculiar quality by allowing the viewer to see themselves in motion from a detached perspective. This introduced the possibility of experiencing oneself from the "outside" through a visual rather than physical medium, forcing the viewer to see themselves from two perspectives simultaneously. The document suggests this paralleled developments in literature that sought to depict reality from shifting perspectives. It then provides a brief illustrative anecdote of this phenomenon occurring in a coffee shop setting.
Este documento apresenta uma proposta de projeto para o Escadão da Avanhandava e o Recanto Palhaço Sputinik no bairro do Bixiga, em São Paulo. O projeto visa fornecer acesso vertical complementar à escadaria, preservar a vegetação existente e oferecer um mirante no topo para contemplação da paisagem urbana. A investigação realizada pelo aluno inclui levantamento fotográfico da área e pesquisa sobre as características do bairro.
Este documento não continha nenhum conteúdo. Apenas continha a URL do site "alunoeterno.blogspot.com" repetida várias vezes sem nenhum texto ou informações adicionais.
O documento fornece 8 modos de manter a mente equilibrada ao falar em público, incluindo ter em mente o motivo, sua disposição, uma boa postura, não criar tipo e ser natural, aprender com bons exemplos, o apelo, a plateia e se enxergar de modo razoável.
O documento fornece 8 sugestões para uma boa introdução em apresentações públicas: 1) Não se apresente, deixe para o presidente da seção; 2) Ensaie sua primeira frase para se sentir confortável, mas sem decorar; 3) Piadas iniciais podem ajudar, mas não são obrigatórias se forem apropriadas; 4) Não se desculpe por erros, foque no conteúdo.
O temor de falar em público é universal. Mesmo os mais experientes oradores sofrem alguma ansiedade ao terem de lidar com plateias. Naturalmente há os que sofram mais, e para tais se destina esse trabalho.
O documento discute os tópicos de mecânica dos solos ao longo de um semestre. Ele inclui a programação de aulas sobre origem e formação dos solos, sondagens, estudo de tensões, permeabilidade e adensamento, entre outros.
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1) O objetivo do jogo é dar xeque-mate no rei adversário;
2) Como posicionar as peças no tabuleiro e seus movimentos individuais;
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1. Universidade Presbiteriana Mackenzie
A MEMÓRIA E A IDENTIDADE: UMA ANÁLISE DO FOCO NARRATIVO EM
MAUS
Renata Minami do Nascimento (IC) e Aurora Gedra Ruiz Alvarez (Orientadora)
Apoio: PIVIC Mackenzie
Resumo
Este trabalho insere-se no campo da investigação literária, tendo como objeto de estudo o romance
gráfico Maus, escrito e ilustrado pelo quadrinista norte-americano Art Spiegelman, que conta a
história da violência nazista contra o povo judeu na II Guerra Mundial. A narrativa privilegia o ponto de
vista do pai do autor, Vladek Spiegelman, que sobreviveu parcialmente ao campo de concentração de
Auschwitz. Neste artigo, propomos uma leitura da obra pelo viés do foco narrativo, com o intuito de
desvelar a identidade dos narradores, construída a partir das memórias narradas por Vladek e
filtradas por Art, no desencadeamento do processo catártico de ambos, que se dá em um
emocionante relato (auto)biográfico por meio de dois códigos – a imagem e a palavra. A
complexidade da narrativa, portanto, também dos personagens, revela-se no trato da representação
linguística e psicológica de Vladek, das crises existenciais de Art, na construção das narrativas
pictóricas e textuais de encaixe, no uso estratégico da antropomorfização para construir um universo
capaz de representar o horror do que foi o Holocausto. Os recursos de expressão alocados para a
construção da narrativa gráfica e o virtuosismo de Spiegelman no manejo dessa linguagem
legitimaram Maus como arte, depois do longo ostracismo a que as histórias em quadrinhos foram
condenadas pelo meio acadêmico.
Palavras-chave: Maus; foco narrativo; dialogismo.
Abstract
This work falls into the category of literary investigation, with the objective of studying the graphic
novel Maus, written and illustrated by the North American graphic novelist Art Spiegelman. It tells the
story of Nazi violence against the Jewish people during the Second World War. The narrative favors
the point of view of the author's father, Vladek Spiegelman, a survivor of the Auschwitz concentration
camp. In this article, we propose a reading of the novel influenced by the narrative focus, with the
intention of disclosing the identity of the story-tellers. This identity is constructed from the memories
related by Vladek and filtered by Art, triggering the cathartic process of both characters, which stems
from an emotional (auto) biographical account through the medium of two codes - image and word.
The complexity of the narrative, however, and also of the characters, is revealed in the following ways:
the linguistic and psychological representation of Vladek; the existential crises of Art; the construction
of embedded pictorial and textual narratives; and the strategic use of anthropomorphized characters to
create a universe capable of representing the horror of the Holocaust. The expressive methods
employed in the construction of the graphic narrative and the virtuosity of Spiegelman's use of this
language legitimizes Maus as a work of art, despite the lengthy ostracism that sequential art has
received from academia.
Key-words: Maus; narrative focus; dialogism.
1
2. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
1. INTRODUÇÃO
As histórias em quadrinhos, doravante também referidas como HQs, foram desconsideradas
pelo meio acadêmico por um longo período, mas com o surgimento do romance gráfico, no
século XX, vimos nascer um novo gênero literário voltado para adultos, com temas e
personagens complexos, enredos bem trabalhados e uma narrativa visual e textual muito
elaborada.
O corpus desse trabalho é o romance gráfico Maus, de Art Spiegelman, biografia que conta
como Vladek, pai do autor, sobreviveu ao Holocausto.
Nossos objetivos são analisar o foco narrativo construído no supracitado romance gráfico,
identificar e caracterizar os narradores e suas vozes, buscando resolver a questão de como
a memória (portanto, os traumas) colabora(m) no processo de reconstrução da identidade
evidenciado a partir da voz de dois narradores (Art e Vladek).
Para a realização dessa pesquisa, serão utilizadas as formulações a respeito das estruturas
narrativas, de Tzvetan Todorov, como pilares teóricos para a análise das interações e
sobreposições narrativas que compõem o romance gráfico Maus, dado que ela se constrói
por meio de uma macroestrutura – constituída pela relação entre o presente e o passado
(por meio do flashback e das narrativas de encaixe) – e de uma microestrutura – constituída
pelas diversas vozes que perpassam tais estruturas narrativas.
Prestando suporte ao conteúdo da semiótica levantado para a realização desse trabalho, os
estudos e teorias acerca da linguagem e da criação das histórias em quadrinhos serão
vastamente utilizados, por se tratar de um texto verbo-pictórico. Além disso, serão
analisadas as relações entre a imagem e a palavra na composição da narrativa. Para tanto,
a escolha de um quadrinista completo e de excelência como o Will Eisner se fez óbvia, pois
ele é tido como o responsável pela criação do gênero literário em que Maus se enquadra –
graphic novel.
O trabalho se constrói através da análise qualitativa das vozes dos narradores, tanto no
tocante às propriedades narrativas textuais, quanto gráficas. Para corroborar os aspectos
analisados, foram selecionadas imagens do livro que estão inseridas ao longo do texto.
Neste artigo, analisamos o foco narrativo de Maus, dividindo-o entre a narrativa
autobiográfica construída por Art Spiegelman e o relato biográfico de seu pai, tendo como fio
condutor de tais análises a questão da constituição da identidade desses narradores.
2
3. Universidade Presbiteriana Mackenzie
2. REFERENCIAL TEÓRICO
As histórias em quadrinhos, antes marginalizadas pelo meio acadêmico, ganham uma nova
visibilidade com o surgimento da graphic novel ou romance gráfico.
A classificação de Maus como um romance gráfico é o primeiro passo para a
problematização desse quadrinho, pois apesar de tal termo ter sido empregado pela
primeira vez em uma publicação há 31 anos, é recente a boa acolhida no mercado, com
relação à sua distribuição e sua circulação.
Ao Will Eisner, célebre ilustrador e quadrinista falecido em 2005, é conferida a criação do
termo graphic novel por ele ter sido o primeiro a utilizá-lo em seu livro “Contrato com Deus”
(A Contract with God) e a tratar do assunto com um rigor, pode-se dizer, acadêmico. Sobre
tal gênero dos quadrinhos, Spiegelman utiliza uma metáfora visual que resume de forma
eficiente o supracitado conceito – ele afirma “que faz [quadrinhos] para ler com marcador de
páginas, e não em banheiro1”.
Vindo de encontro com esse mundo reduzido das HQs, que predominou até a primeira
metade dos anos 70 nos Estados Unidos, as novelas gráficas passaram a se ocupar em
fazer uma história com uma narrativa mais complexa, polifônica, com episódios longos, com
um rebuscamento intelectual dos temas, personagens, enredo e diálogos e, por fim, um
trabalho com textos e ilustrações “na direção de uma expressividade mais assumidamente
pessoal” (PATATI, Carlos; BRAGA, Flávio, 2006, p. 89).
Will Eisner, em seu livro Narrativas Gráficas: princípios e práticas da lenda dos quadrinhos,
considera as graphic novels como a evolução das HQs, uma vez que elas têm “uma
necessidade de sofisticação literária por parte do escritor e do artista maior do que nunca”
(2008, p. 7). O renomado quadrinista norte-americano ainda salienta que “os quadrinhos
procuraram tratar de assuntos que até então haviam sido considerados como território
exclusivo da literatura, do teatro ou do cinema. Autobiografias, protestos sociais,
relacionamentos humanos e fatos históricos” (EISNER, 2008, p. 8), esses são alguns dos
temas que passaram a fazer parte do universo das HQs.
É desse contexto que emerge a obra Maus: A história de um sobrevivente, romance gráfico
autobiográfico que foi escrito e ilustrado pelo quadrinista Art Spiegelman, que, antes de
1
LUNA, Pedro de. Art Spiegelman abre seu baú. JB Online, Rio de Janeiro, 28 mar 2008. Disponível em: <
http://www.jblog.com.br/quadrinhos.php?itemid=7844>. Acesso em: 10 out 2009.
3
4. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
iniciar seu projeto (auto)biográfico sobre o Holocausto, era um quadrinista conhecido por
seus trabalhos no meio underground2.
A graphic novel conta a vida e os percalços de Vladek Spiegelman, pai do autor da obra, um
judeu polonês sobrevivente do Holocausto e ex-prisioneiro do famoso campo de
concentração de Auschwitz. Não obstante a triste história de seu pai, Spiegelman vai além e
acaba por retratar em seu livro sua conturbada relação com Vladek e o peso de carregar a
história do povo judeu mesmo sem tê-la vivido.
Art Spiegelman é tido, nos Estados Unidos, como um dos maiores quadrinistas da história
da arte sequencial norte-americana, justamente pela criação de Maus que é considerado um
divisor de águas no processo de legitimação dos quadrinhos ao patamar de arte, além de
ser visto como um dos melhores trabalhos da literatura sobre o Holocausto. Seus
quadrinhos sempre tiveram um cunho político-pessoal com um humor, quando existente,
ácido e uma constante representação da sordidez do mundo.
Spiegelman é um artista com uma capacidade ilustrativa completamente variada que se
molda à necessidade de expressão do quadrinho. Sobre o estilo escolhido em Maus, Will
Eisner pontua que: “O visual, acima de tudo, transmitia de maneira bastante apropriada a
impressão de que a arte havia sido criada num campo de concentração. Isso é narrativa
gráfica.” (2008, p. 160).
Segundo Stephen Tabachnick (1993, p. 121), esse aspecto estilístico de Maus se dá,
primeiramente, porque a ilustração é em preto-e-branco, o que nos leva a retomar o
uniforme utilizado pelos prisioneiros dos campos de concentração, os jornais e os filmes em
preto-e-branco sobre a Segunda Guerra Mundial (e produzidos durante esse período
histórico) e sobre o episódio do Holocausto, além de não permitir que o leitor se evada da
aspereza amarga do que foi esse Genocídio3 – as cores facilitariam a evasão.
2
“Os quadrinhos adultos americanos, conhecidos como ‘underground comix’, começaram [...] a se popularizar
nos anos 60. Eram HQs com conteúdo altamente subversivo, que lidavam com política, sexo, rock, drogas e [...]
que faziam parte da contracultura e contestação hippie típica da década de 60. Afinal, eram tempos de ’amor
livre’ e guerra do Vietnã. [...] Porém, o Underground Comix não era necessariamente um sucesso de vendas
capaz de se igualar aos quadrinhos mais comerciais. Não havia apoio financeiro das editoras [...]” (REAME;
YANAZE; REGIS, 2005, p. 2-3. Disponível em: <
http://www.fanboy.com.br/modules.php?name=News&file=article&sid=666>. Acesso em: 10 out 2009.)
3
Tal palavra foi cunhada por Raphael Lemkin, advogado polonês de origem judia, pioneiro no campo do direito
internacional. Utilizou o termo ao se referir ao assassinato em massa de armênios pelos turcos em 1915. Esse
crime e o Holocausto nunca foram considerados judicialmente genocídio, apesar de se enquadrarem em seu
4
5. Universidade Presbiteriana Mackenzie
Spiegelman, no entanto, não se atém somente às ilustrações em seu livro, ele faz uso de
diagramas, mapas e fotos (reais) para tornar seu relato ainda mais pessoal, verossímil e
histórico.
No tocante a Maus, ele levou 13 anos para ser finalizado, mas o trabalho diferenciado
rendeu muito méritos a Spiegelman, pois, Tabachnick (1993, p. 154-162) ressalta em seu
artigo que Maus ganhou nove prêmios, dentre eles os que mais se destacam são o The Will
Eisner Comic Industry Award4 e o Prêmio Pulitzer de Literatura, em 1992, – Maus foi o único
romance gráfico até hoje a receber essa láurea – com o acréscimo ‘especial’, pois o comitê
do prêmio decidiu que a categoria existente, “quadrinho de jornal” (newspaper cartoon), não
era apropriada para o livro, que foi considerado Literatura.
Aliás, o enquadramento de Maus em uma categoria é algo problemático desde o início, pois,
apesar de ser uma graphic novel, é a autobiografia de Art Spiegelman e a biografia de seu
pai. O Jornal norte-americano The New York Times o colocou na categoria de livros de
ficção mais vendidos, o que levou Art Spiegelman a redigir uma carta ao jornal solicitando
que seu livro passasse para a categoria de não-ficção, uma vez que se trata da narração de
fatos pessoais e não de uma história qualquer, fruto de sua imaginação.
Maus se apresenta os conflitos da relação entre pai e filho, o questionamento sobre o
próprio fazer artístico (metacomic), o receio de uma estereotipação do pai como judeu, a
insegurança de Art quanto à possibilidade de não conseguir fazer um livro que relatasse
com autenticidade o que foi o Holocausto para seu pai, por ele não ter vivido tal horror e não
poder sequer imaginar em seus piores pesadelos como teria sido.
Pensando nas questões relacionadas ao “eu” em Maus, é imprescindível tratar do foco
narrativo; afinal, é desta instância que o “eu” se constrói na história.
Como dito anteriormente, em Maus, há dois narradores, Art e Vladek Spiegelman, que
podem ser reconhecidos, segundo a classificação de Friedman retomada por Ligia Leite em
seu livro O foco narrativo, como “narrador-protagonista”. Leite (2002, p. 43) define essa
categoria afirmando que “o NARRADOR, personagem central, não tem acesso ao estado
mental das demais personagens. Narra de um centro fixo, limitado quase que
exclusivamente às suas percepções, pensamentos e sentimentos”. Tanto Art, quanto Vladek
conceito. (SCHWEIGHÖFER, Kerstin. Conferência na Holanda debateu o que é genocídio. Deutsch Welle,
Alemanha, 09 dez. 2008. Disponível em: < http://www.dw-world.de/dw/article/0,,3860170,00.html>. Acesso em:
18 nov. 2010.
4
Também conhecido apenas como Eisner Award e é tida como a premiação máxima dos quadrinhos
americanos. Foi criada em resposta à descontinuidade do Kirby Awards em 1987.
5
6. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
narram os fatos ocorridos ao longo da narrativa a partir de suas percepções de mundo,
sendo que cada um protagoniza as histórias por eles narradas.
Os dois narradores revezam suas vozes ao longo do livro, fazendo com que o romance
gráfico se construa sobre a estrutura da narrativa de encaixe, pois há uma narrativa do
passado (história de Vladek) inserida em outra narrativa do presente (história de Artie).
Tzvetan Todorov, filósofo e linguista búlgaro, pontua sobre esse tipo de narrativa que
[...] o encaixe é uma explicitação da propriedade mais profunda de toda narrativa.
Pois a narrativa encaixante é a narrativa de uma narrativa. Contando a história de
uma outra narrativa, a primeira atinge seu tema essencial e, ao mesmo tempo, se
reflete nessa imagem de si mesma; a narrativa encaixada é ao mesmo tempo a
imagem dessa grande narrativa abstrata da qual todas as outras são apenas partes
ínfimas, e também da narrativa encaixante, que a precede diretamente. Ser a
narrativa de uma narrativa é o destino de toda narrativa que se realiza através do
encaixe. (2006, p. 126)
Figura 1: Exemplo gráfico da inserção da narrativa de
encaixe. (SPIEGELMAN, 2007, p. 101)
A narrativa principal5 se inicia com a fala de Art Spiegelman traçando um sumário: “Fui
visitar meu pai em Rego Park. Não o via fazia tempo. Não éramos muito próximos” (2005, p.
13). A narrativa secundária se inicia com o interesse de Art pela vida do pai, dizendo: “Eu
quero [ouvir sua história]. Comece pela mamãe... Como a conheceu?” (2005, p. 14).
Por se tratar de uma autobiografia, Art narra a história de parte de sua vida de um lugar no
presente, o que leva a uma predominância dos tempos verbais do pretérito perfeito (falei,
tentei), do imperfeito (fazia, davam) e do mais-que-perfeito do indicativo (envelhecera,
casara). Sua narrativa é intercalada pela narrativa em flashback de Vladek, ora para Art
5
A narrativa de Art Spiegelman será referida, nesse trabalho, como a principal apenas porque é ela quem inicia o
romance gráfico, englobando a narrativa de Vladek, que é, portanto, considerada secundária.
6
7. Universidade Presbiteriana Mackenzie
sanar alguma dúvida proveniente do relato de seu pai, ora para trazer o leitor de volta ao
presente da narrativa de Vladek (mas passado da narrativa de Art). Essa intercalação da
narrativa de encaixe dinamiza o relato dos dois narradores e torna-o mais verossímil, pois o
autor rompe com o fluxo cronológico da história narrada para, em geral, trazer uma situação
de metacomic6, como é exemplificado no quadrinho abaixo:
Figura 2: Vladek interrompe sua narrativa para
Enquanto na narrativa de Art teremos questões relacionadas ao fazer artístico dos
quadrinhos e à dificuldade de ele se relacionar com o pai e com o peso do Holocausto, na
de Vladek teremos uma narrativa em flashback, repleta de fotos, diagramas, mapas e
ilustrações esquemáticas de como se constituíam os bunkers ou de como consertar um
coturno, por exemplo. Foram analisadas as visões de cada narrador, levando em conta suas
particularidades.
Por se tratar de uma autobiografia, o narrador-protagonista desta narrativa é também o autor
da obra, fato revelado e assumido a partir do uso constante da metacomic.
O que o narrador-protagonista dessa história traz são os conflitos de um judeu sueco
naturalizado norte-americano, filho de judeus poloneses parcialmente sobreviventes ao
Holocausto. Dizemos parcialmente, pois Artie, em uma conversa com sua esposa Françoise,
quando esta diz “não. Tudo por que ele [Vladek] passou. É um milagre ter sobrevivido.”,
responde “Arrã. Mas de certo modo não sobreviveu” (2007, p. 250), ou seja, o próprio
narrador admite a morte parcial em vida de seu pai.
6
No concernente à metalinguagem em histórias em quadrinhos, optamos por chamá-las metacomic ao invés de
metaquadrinho, pois este é definido, segundo Eisner em Quadrinhos e arte seqüencial (2010, p. 65), como
aquele quadrinho que ocupa uma página inteira, também chamado de superquadrinho. Por metacomic pode-se
entender aquele quadrinho que expõe uma situação do fazer quadrinhos.
7
8. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
Além disso, nos é relatado que a mãe de Artie, Anja, cometeu suicídio muitos anos depois
de sua passagem por Auschwitz. Este caso é contado em uma narrativa encaixada na
narrativa principal (ver figura 1), que se trata de um quadrinho escrito e ilustrado por Art,
publicado em uma revista underground. Em Prisioneiro do planeta inferno: história de um
caso, temos Artie como um narrador-protagonista que relata em detalhes o suicídio de sua
mãe utilizando-se, para tanto, de ilustrações marcadamente pertencentes ao
expressionismo alemão7, como pode ser observado nas figuras 3 e 4. Há a predominância
dos tempos verbais do pretérito perfeito e do imperfeito do indicativo, pois relata um fato já
ocorrido e acabado.
Figura 3: Ernst-Ludwig Figura 4: Art Spiegelman trabalha
Kirchner, autorretrato, com a estética do expressionismo
alemão em Prisioneiro do planeta
Nessa história, Artie se sente culpado pela morte materna, considerando-se um assassino,
apesar de ponderar quem (ou quais) poderia(m) ser o(s) verdadeiro(s) culpado(s): Hitler?
Depressão da menopausa? Ela mesma? Tais questionamentos vêm à luz em um único
quadrinho que concentra todas essas indagações se entrecruzando, o que sugere a
avalanche de pensamentos e sentimentos que afligiam Spiegelman naquele momento.
7
Influenciada pela filosofia de Nietzsche e pela teoria de Freud, esta estética caracteriza-se pela manifestação
da subjetividade psicológica e emocional, expressa por meio de contraste de cores fortes, traços marcantes e
imagens distorcidas – produtos do inconsciente.
8
9. Universidade Presbiteriana Mackenzie
Figura 5: Art fica submerso
em seus pensamentos.
O quadrinho termina com Artie afirmando que a culpada era a própria mãe que o deixou
louco [“deu curto nos meus circuitos... Cortou minhas terminações nervosas... E cruzou
meus fios!...” (2007, p. 105)], matando sua sanidade ao cometer um crime pelo qual ele iria
se sentir responsável, o que a tornaria, portanto, a verdadeira assassina.
Porém, Spiegelman não acusa somente sua mãe, ele também acusa o pai de assassinato,
mas por motivos distintos. Enquanto Anja é uma homicida por ter cometido suicídio, Vladek
o é por ter aniquilado os diários em que Anja relatava o que foi o Holocausto para ela. Nos
dois casos, é a morte da mãe (física em um, memorial em outro) que funciona como
elemento desencadeador da tensão de Art.
Figura 6: Art acusa a Figura 7: Art acusa o pai de
mãe de ser assassina matar as memórias da mãe
No caso de Vladek, ele se diferencia de Artie, porque, enquanto este se preocupa com suas
crises existenciais, aquele se ocupa de sua condição de sobrevivente, vivendo à sombra do
Holocausto e representando, como já dito anteriormente, o estigma do judeu. Vladek quer
9
10. VII Jornada de Iniciação Científica - 2011
economizar em todos os aspectos possíveis, é racista (há uma seqüência de quadros que
ilustram Vladek achando que iria ser roubado por um negro, apenas por ele ser negro) e
desconfia de todos com quem convive, achando que querem roubar seu dinheiro ou lhe
causar algum dano. Apesar de Vladek ter se casado, após a morte de Anja, com Mala,
conhecida da família na Polônia e também sobrevivente do Holocausto, ele reclama para
Artie que ela só pensa em dinheiro e que apenas aguarda sua morte para poder ter acesso
à herança.
Esse comportamento desconfiado e materialista – estigma da judeidade8 – é justificado por
Vladek como culpa de Hitler que, durante a II Guerra Mundial, o privou de comida, bebida,
roupas, calçados, itens de primeira necessidade: “[...] Desde Hitler, não gosto de jogar nada
fora” (SPIEGELMAN, 2007, p. 238). Art, porém, põe em dúvida se Auschwitz foi realmente o
responsável por esse jeito de Vladek, dizendo que “[...] muita gente aqui é sobrevivente. Os
tais Karp, por exemplo, talvez sejam pirados, mas é de um jeito diferente do Vladek.”
(SPIEGELMAN, 2007, p. 182).
No tocante à narrativa de Vladek, em flashback, há um fato lingüístico que diferencia seu
modo de narrar do de Artie: aquele, por ser um judeu polonês radicado nos Estados Unidos,
tem sua fala transcrita por meio de um português precário, ou seja, os verbos normalmente
estão no infinitivo (apesar de haver várias ocorrências de conjugação no pretérito perfeito e
no imperfeito do indicativo), há uma confusão entre artigos definidos femininos e
masculinos, além de haver uma recorrente elipse dos artigos indefinidos. Dessa forma,
Vladek, no presente, portanto, na narrativa de Art, tem sua fala sempre transcrita com um
português de estrangeiro. Quando entramos na narrativa em flashback, porém, Vladek
passa a ter suas falas de diálogos transcritas num português adequado às normas
gramaticais, não obstante, as intromissões do narrador, que fala de um tempo no presente,
continuam a se dar por meio de um português notadamente de estrangeiro, como pode ser
observado na figura abaixo.
8
Segundo a postulação da historiadora e psicanalista francesa Elizabeth Roudinesco (2010, p. 18): “ser judeu,
portanto, não é como ser cristão, porque, mesmo que um judeu abandone sua religião, ele continua a fazer parte
do povo judeu e, portanto da história desse povo: é a sua judeidade, sua identidade de judeu sem deus, por
oposição à judaidade dos que permanecem religiosos”.
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Figura 10: A diferença lingüística na
representação da fala de Vladek no
passado e no presente. (SPIEGELMAN,
Isso se dá porque no flashback, Vladek está na Polônia, falando polonês, por isso não há
uma motivação para haver o falar de estrangeiro. Por meio dessa diferenciação lingüística,
percebemos os diferentes tempos de onde o narrador-protagonista fala.
A narrativa de Vladek apresenta, portanto, um relato extremamente objetivo, porém muito
descritivo com um caráter documental. Os capítulos do segundo volume de Maus
descrevem os meses vividos em Auschwitz, período de busca por comida, camas, abrigo,
roupas, etc. Nessa perspectiva, impressiona, além do supracitado caráter documental da
obra, o distanciamento que Vladek mantém das mortes e horrores vivenciados.
Enclausurado em sua própria experiência, essa desconexão emocional dos perigos e dos
assassinatos lá testemunhados, aprofundam o relato recriado por Spiegelman.
MÉTODO
A pesquisa teórica deu sustentação ao exame do romance gráfico Maus, mediante a análise
das narrativas visual e textual, com predominância da última, devido ao objetivo de
investigar o foco narrativo da obra.
A seleção das imagens utilizadas no trabalho seguiu o critério da necessidade de
demonstrar como alguns aspectos da narrativa textual se construíam na narrativa visual.
Além disso, foram consultados referenciais teóricos que permitiram que a investigação fosse
realizada, corroborando ou fornecendo embasamento teórico para a pesquisa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Spiegelman parece vivenciar um processo catártico enquanto está escrevendo e ilustrando
seu livro, pois com as entrevistas com seu pai, Art descobre a história de sua família,
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portanto sua gênese, e aproxima-se de Vladek de quem ele sempre foi distante (fato
relatado no início da HQ), ou seja, essa autobiografia passa a ser, mais do que uma ponte
entre pai e filho, um espelho da vida de Art que o leva a questionar o seu ser e o fazer
artístico, conduzindo-o a uma jornada rumo ao autoconhecimento.
A auto-análise do ser em Art Spiegelman é o fio condutor do fazer, porque é por ter uma
identidade sabidamente fragmentada que Art quer criar sua autobiografia, como uma
espécie de acerto de contas com sua história e com a de seus pais. O autor sente-se inferior
a seu irmão Richieu, porque enquanto aquele nasceu no pós-guerra, este não sobreviveu ao
Holocausto, o que o levou a ser o filho ideal para seus pais, pois se tornou apenas uma
lembrança e uma “grande foto meio apagada”, na parede do quarto de seus pais – “Dá
medo ter ciúmes de um irmão que é só uma foto” (2007, p. 175).
O fazer se dá pelo desejo inicial de Art de construir um livro que contasse a história de
sobrevivência de seu pai. Para transformar esse relato em quadrinhos Art Spiegelman opta
pela antropomorfização parcial, ou seja, retrata todas as personagens com a cabeça de um
animal, mas com corpos humanos. Para isso decidiu que cada povo, cada etnia, deveria ser
um espécie diferente. A metáfora mais óbvia foi também a mais adequada – os judeus são
ratos e os alemães são gatos.
O autor de Maus não lançou mão da tão conhecida metáfora apenas porque é senso
comum que os gatos perseguem os ratos. Segundo Paulo Pato (2007, p. 126), Spiegelman
opta por essa metáfora porque os nazistas se referiam aos judeus como ratos e também
porque ela representa a eterna luta do mais fraco contra o mais forte, o que demonstra que,
nessa HQ, as personagens afastam-se da iconicidade, pois desempenham uma função
simbólica. Maus possui um evidente recorte semiótico, pois cada personagem assume um
papel determinado no universo da trama, em que a imagem representada é vista como
reflexo ou expressão de um contexto histórico e social, representando os conflitos ocorridos
na II Guerra Mundial e, particularmente, no Holocausto, que demonstram, na perspectiva
bakhtiniana, “um vasto espaço de luta entre as vozes sociais”.
[...] toda imagem artístico-simbólica ocasionada por um objeto físico particular já é
um produto ideológico. Converte-se, assim, em signo o objeto físico, o qual, sem
deixar de fazer parte da realidade material, passa a refletir e a refratar, numa certa
medida, uma outra realidade (BAKHTIN, 2004, p. 31).
Justificando a escolha pela antropomorfização, Tabachnick (1993, p. 158) explica que
Spiegelman achou que um estilo realista, ilustrando pessoas ao invés de animais, seria
injusto, pois ele não viveu a história contada, o que faria com que ele não a retratasse com
autenticidade; além disso, Spiegelman receou que, retratando todos como humanos,
passaria a impressão de um panfletário “lembre-se dos seis milhões de judeus mortos no
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Holocausto”. Então, optou pela antropomorfização. O quadrinista declarou também que a
antropomorfização passava a idéia de que os humanos foram rebaixados à condição dos
animais, além de o Holocausto ter sido um episódio terrível demais para ser reproduzido
sem máscaras.
A metáfora proposta por meio da antropomorfização transcende a ilustração das
personagens como animais e alcança o ato da nominação. Spiegelman escolheu como título
da obra o nome Maus9, que, traduzido do alemão, quer dizer rato. Ao entrarmos no livro,
percebemos que o autor manteve a metáfora inclusive nos títulos de alguns capítulos, como,
por exemplo, o quinto capítulo da primeira parte que se chama “Buraco de ratos”; o capítulo
seguinte, “A ratoeira” e, por fim, o primeiro capítulo da segunda parte, “Mauschwitz”.
Ainda sobre o fazer de Spiegelman, há um quadrinho em que a antropomorfização e a
metacomic se encontram, levando ao máximo as duas categorias, pois o narrador-
protagonista se questiona sobre como representar sua esposa, Françoise, que é uma
francesa convertida ao judaísmo. O questionamento se dá tanto na esfera textual, quanto na
pictórica. Segundo Pato (2007, p. 128-129), as escolhas de animais para simbolizar as
diferentes nacionalidades
[...] deixam transparecer uma dinâmica de referências e contrastes em relação aos
vários discursos ideológicos historicamente construídos pelas nacionalidades,
demonstrando que as imagens precisam ser vistas a partir de um contexto de um
processo discursivo e não mimético – neutro e transparente.
Na figura 8 (abaixo), Françoise já aparece retratada como rata, mas vemos Art
experimentando outros animais para ela, pois, Spiegelman não deseja criar um retrato de
sua esposa, e sim instituir um símbolo que representasse mais do que sua esposa, os
franceses, considerando, para tanto, os longos anos de anti-semitismo que existiram na
França. Ao contrário, Françoise deseja ser retratada de forma que mantenha sua
individualidade, repudiando ser enquadrada em um estereótipo, porque deseja manter sua
história, independentemente da história da França.
Nessa perspectiva, podemos considerar que, em se tratando de dialogismo,
[...] a posição da qual se narra e se constrói a representação ou se comunica algo
deve nortear-se em face de um universo de sujeitos isônomos, investidos de plenos
9
Uma curiosidade sobre o título da obra é que, apesar de ela ter sido traduzida para cerca de 30 línguas, o título
continua sendo Maus em todas, não tendo sido nunca traduzido. (COZER, Raquel. “Desenhar é sempre uma
luta”, diz Art Spiegelman. Folha Online. São Paulo, 01 dez. 2009. Disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u659470.shtml>. Acesso em: 20 ago. 2010).
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direitos, um mundo de consciências individuais caracterizado por forte grau de
autonomia e vida própria, pois a consciência do autor não transforma a consciência
dos outros – das personagens – em objetos de sua própria consciência e de seu
discurso [...]. (BEZERRA, 2005, p. 195).
Figura 8: Antropomorfização e metacomic se confluem em um quadro para
sanar a dúvida “Como desenhar Françoise?” (2007, p. 171)
Para retratar o disfarce de um judeu em um polonês e reforçar a relação simbólica entre as
representações das nacionalidades e as faces de animais, Spiegelman brinca com sua
própria metáfora e, para isso, coloca uma máscara de porco no rato.
Dessa forma, ele torna a diferença evidente e, para Vladek se disfarçar de polonês com
sucesso, faz uso desse artifício externo, a máscara, o que acaba por ser mais uma bem
sucedida ironia do quadrinista judeu naturalizado americano.
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Figura 9: Art se vale de uma máscara de
porco para disfarçar as diferenças fenotípicas
dos judeus e dos demais, no caso, dos
A antropomorfização de Spiegelman ao visar o rebaixamento do homem à condição de
animal irracional objetiva elucidar a sordidez do que foi o Holocausto para Vladek
Spiegelman, destruindo a idéia de que a representação da personificação dos animais
constitui uma fábula. Spiegelman produz, dessa forma, um texto sincronizado com as
imagens relatando a maior barbárie do século XX, porém em quadrinhos, o que o leva a
questionar a validade de sua criação, expondo mais uma vez sua identidade ainda
fragmentada.
No segundo capítulo do segundo livro de Maus, Spiegelman prossegue com a fragmentação
do eu, iniciando uma concatenação de idéias que funde a morte do pai, com sua estadia em
Auschwitz, com a realização do livro, com a vida pessoal de Artie, com o Holocausto e o
sucesso da graphic novel. Como Spiegelman faz ao longo de todo o livro, as narrativas
visual e textual caminham juntas. Sendo assim, temos nessa cena um Art Spiegelman
humano, vestindo uma máscara de rato, cercado por moscas, debruçado em sua mesa de
desenho. O último quadrinho da página nos mostra o porquê das moscas: Art está em cima
de um monte de corpos de judeus mortos. O sucesso do livro em torno da temática do
Holocausto deprime o autor-narrador que já não sabe mais o motivo de ter feito seu livro e
se sente mais um a tratar do genocídio dos judeus e ganhar notoriedade com isso, o
responsável por tornar a tragédia de sua família em um sucesso de público e crítica –
Spiegelman demonstra que o seu eu é, na verdade, um constante conflito entre o ser e o
fazer, constituindo uma identidade fragmentada porque incapaz de lidar, no presente, com o
passado seu, de seu povo e de sua família.
Já, no caso de Vladek, ele expõe, ao longo da narrativa, sua fragilidade com relação às suas
memórias por meio da tentativa de esquecê-las. Por isso queima os diários de Anja num
momento de muita tristeza: “Depois que Anja morre tive que fazer ordem em tudo... Esses
papéis tinha memória demais. Queimei.” (SPIEGELMAN, 2007, p. 161). Ele também conta,
ao ser indagado por Artie se ele ainda guardava alguma carta trocada com um francês com
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o qual ele ficou preso, que as queimou junto com os cadernos de Anja e explica tristemente
que “tudo coisas do guerra tentei tirar do cabeça para sempre... Até você reconstruir isso
tudo com suas perguntas” (SPIEGELMAN, 2007, p. 258).
Aqui, o emprego do verbo “reconstruir” é revelador na fala de Vladek, pois este acredita ter
destruído todas as memórias de suas vivências do Holocausto quando, em um ato único,
queima os cadernos e as cartas com as memórias dos fatos e pessoas desse período;
também acredita que é Artie através de suas perguntas quem reconstrói as lembranças da
guerra, como se essas fossem dissociáveis dele. Nessa perspectiva, pode-se afirmar que,
para Vladek, o testemunho, ainda que fragmentado, limitado, paradoxal, é uma forma de
reviver o passado, mesmo que de forma fragmentária e imperfeita.
É por meio do relato de Vladek que temos uma narrativa que constrói a figura do herói
épico. Spiegelman alcança essa construção ao ilustrar a história de sobrevivência de seu
pai, mas não de uma sobrevivência ordinária, e sim de uma sobrevivência ao maior
genocídio da história.
Vladek representa a síntese entre a subjetividade da história individual e o sentido épico da
história coletiva. A passagem do plano exclusivamente individual para a esfera do coletivo
dá-se por meio de uma peripécia que é a instauração do regime nazista. A partir daí, a
personagem se revela um novo homem, pois passa a lutar pelo bem comum – apesar de
aparentemente se tratar de uma luta pela sobrevivência do indivíduo Vladek, este se apóia e
ajuda outros judeus nessa luta de um povo contra um regime autoritário – com as armas de
um herói extraordinário, ou seja, pela sapiência, pela inteligência, pela capacidade de
argumentar (e no caso específico de Vladek, pelo seu conhecimento básico de língua
inglesa).
Este, ao sobreviver ao Holocausto, não representa um indivíduo sobrevivente, mas a vitória
do povo judeu, no aspecto tocante à judeidade, ao nazismo, representando, portanto, não
mais um herói qualquer, mas um herói coletivo, porque portador dos anseios e valores de
um povo, de uma cultura.
Esse herói épico, que enfrentou Auschwitz e superou Hitler, encerra seu relato biográfico da
guerra de forma ingênua e frágil, dizendo, após seu reencontro com Anja, “Mais, não precisa
contar. Nós foi muito feliz, e vive feliz, feliz para sempre” (SPIEGELMAN, 2007, p. 296),
Spiegelman demonstra que seu pai edita e altera suas memórias, na medida em que molda
certos relatos e lembrança de forma equivocada. Dizemos ingênua porque Spiegelman nos
deixa saber que Anja nunca superou o que testemunhou nos campos de concentração,
tanto que cometeu suicídio em 1968.
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Após uma pausa, Vladek pede para que a gravação seja encerrada e diz: “Estou cansado
de falar, Richieu. Chega de histórias por hoje...” (SPIEGELMAN, 2007, p. 296). Com essa
frase dita por Vladek, Spiegelman corrobora a idéia de imperfeição da memória diante da
convalescença do pai, da passagem do tempo e do trauma do que foi vivenciado nos
campos nazistas. Parece que os narradores, Vladek e Art, não mais conseguiriam buscar
uma lógica de discurso capaz de narrar os horrores que nem as palavras nem a memória
conseguiriam reviver de forma coerente.
Vladek não se constitui um eu fragmentado, como Art, mas constitui um eu destruído pelo
horror da guerra que, mesmo depois de ter acabado, tirou as vidas daqueles que não
puderam suportar as memórias.
CONCLUSÃO
Após a realização da pesquisa, concluímos que o metacomic e a antropomorfização foram
os aspectos mais estudados, porque eles revelam a subjetividade do processo de criação
elaborado por Spiegelman, demonstrando uma riqueza antropológica tanto na esfera textual,
quanto na gráfica, característica das graphic novels.
Por meio da análise do foco narrativo de Maus, objetivou-se construir a compreensão da
identidade que emerge nessa narrativa dialógica e polifônica, chegando a um entendimento
do sujeito que mediante a forma atinge a esfera da representação social do drama vivido
pelo povo judeu no Holocausto e dos reflexos dessa tragédia nos sobreviventes e em seus
descendentes.
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