O documento discute a distinção entre historiografia e narrativa segundo Paul Ricoeur. Ricoeur argumenta que a ruptura entre os dois afeta três níveis: procedimentos, entidades e temporalidade. A historiografia se diferencia da narrativa nos processos explicativos, entidades analisadas e no conceito de tempo histórico.
APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO A CERCA DO TEXTO "TEMPO E NARRATIVA" de Paul Ricœur
CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE HISTÓRIA (PROFHISTORIA)
MESTRANDA MAGNA ABRANTES
APRESENTAÇÃO DO SEMINÁRIO A CERCA DO TEXTO "TEMPO E NARRATIVA" de Paul Ricœur
CURSO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE HISTÓRIA (PROFHISTORIA)
MESTRANDA MAGNA ABRANTES
DISCURSO, PROPAGANDAE ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA E RELIGIOSA: aspectos do en...Raquel Alves
DISCURSO, PROPAGANDAE ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA
E RELIGIOSA: aspectos do encanto e desencanto da poesia
modernista inglesa nos escritos dos poetas-soldados Rupert Brooke e
Siegfried Sassoon
Nessa apresentação, abordo um tema atual sobre a discução historiográfica, a Nova História Cultural. Trato de seus surgimento e suas principais características. Além dela, também dediquei espaço a micro-história, abordando suas principais características e algumas críticas que vem sofrendo.
Este trabalho foi apresentado nos Nre's Itinerantes do núcleo de Educação de Toledo, Pr
Trabalho feito a partir das Palestras de Ms Clóvis Gruner, e Ms Fabio Iachtetein, na 1ª Bienal do Livro de Curitiba.
Historia e Literatura, Narrativas Plurais,
DISCURSO, PROPAGANDAE ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA E RELIGIOSA: aspectos do en...Raquel Alves
DISCURSO, PROPAGANDAE ESTRATÉGIA BÉLICA, POLÍTICA
E RELIGIOSA: aspectos do encanto e desencanto da poesia
modernista inglesa nos escritos dos poetas-soldados Rupert Brooke e
Siegfried Sassoon
Nessa apresentação, abordo um tema atual sobre a discução historiográfica, a Nova História Cultural. Trato de seus surgimento e suas principais características. Além dela, também dediquei espaço a micro-história, abordando suas principais características e algumas críticas que vem sofrendo.
Este trabalho foi apresentado nos Nre's Itinerantes do núcleo de Educação de Toledo, Pr
Trabalho feito a partir das Palestras de Ms Clóvis Gruner, e Ms Fabio Iachtetein, na 1ª Bienal do Livro de Curitiba.
Historia e Literatura, Narrativas Plurais,
A história repensada - Keith Jenkins (Cap. 1)Vítor Vieira
Apresentação do Cap. 1 de "A História Repensada" de Keith Jenkins para a disciplina "Linguagem e Discursos da História" ministrada pelo professor Luiz Barros Montez no Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada - UFRJ.
ARTIGO – COMO A ARTE LITERÁRIA PODE AUXILIAR NO ENSINO DE HISTÓRIA?.Tissiane Gomes
O presente artigo propõe um breve estudo acerca da prática de ensino de história dentro da sala de aula quando se pretende abordar a literatura como método de ensino. Procura-se estudar de que maneira a arte literária pode auxiliar no ensino de história, como ela pode contextualizar um período histórico estudado pelos alunos. O artigo foi publicado nos anais do IV Congresso Nacional de Educação (CONEDU), realizado de 15 a 17 de novembro de 2017, na cidade de João Pessoa, no Estado da Paraíba.
O que é História?
- Refletir sobre a importância de se estudar História, conhecendo alguns conceitos fundamentais para entender a produção histórica nas últimas decádas.
Tratar os alunos como papagaios que repetem nomes e datas desconexas, decididamente, é uma prática que já deveria ter sido proscrita de nossas escolas.
Como e por que trabalhar de forma mais desafiadora e exigente? A preocupação com os CONCEITOS históricos é um dos caminhos.
1. A intencionalidade histórica
Paul Ricouer
Narrativas Midiáticas Audiovisuais Reconfiguradas
Universidade de Santa Cruz do Sul – Unisc
Cristiane Lautert Soares – PROBIC/FAPERGS
2. Para Ricouer (1994, p. 251), o laço indireto entre a
historiografia e a competência narrativa deve ser
preservado.
Historiografia
• Registro escrito da
História;
• Estudos críticos
sobre o que foi escrito
sobre a História.
3. “[...] a história não poderia romper todo laço
com a narrativa sem perder seu caráter
histórico. Inversamente, esse laço não
poderia ser direto, a ponto de que a história
possa ser considerada como uma espécie do
gênero “story”” (p. 255).
4. Ruptura entre história e narrativa
A ruptura epistemológica entre o
conhecimento histórico e a competência em
seguir uma história afeta essa competência em
três níveis (p. 251):
Procedimentos
Entidades
Temporalidade
5. Historiografia como investigação
“No nível dos procedimentos, a historiografia nasce do
uso específico que se faz da explicação. Mesmo quando se
admite [...] que a narrativa é “auto-explicativa”, a história-
ciência destaca o processo explicativo da trama da
narrativa e erige-o em problemática distinta. Não é que a
narrativa ignore a forma do por que e do porque; mas
suas conexões permanecem imanentes à tessitura da
intriga” (p. 251).
Na história-ciência, a forma explicativa exige um processo
de autentificação e de justificação.
6. Tessitura da intriga
“A narrativa não é mera sucessão de episódios dispersos, e
sim, o encadeamento causal de eventos significativos”
(NICOLAZZI, p. 8).
Na tessitura da intriga, a ação tem um contorno, um limite
e uma extensão (RICOUER, 1994, p.67).
“Compor a intriga já é fazer surgir o inteligível do acidental,
o universal do singular, o necessário ou o verossímil do
episódico” (RICOUER, 1994, p. 70).
7. O historiador
O historiador assume a posição de juiz: é posto numa situação
real ou potencial de contestação e tenta provar que uma
explicação vale mais que outra (p. 252).
O historiador busca garantias (provas).
Submete a explicação à discussão e ao julgamento de um
auditório, senão universal, ao menos reputado como
competente, composto sobretudo por pares do historiador.
E o jornalista, quando pesquisa, não faz o mesmo?
8. Ruptura entre história e narrativa
Conceitualização – para explicar é preciso conceitualizar. O
narrador não se importa com isso: ele não faz sua crítica (p. 252).
Busca de objetividade – Esperar que os fatos de que tratam as
obras históricas ajustem-se uns aos outros; esperar que os
resultados de diferentes pesquisadores se acumulem, se
complementem, se retifiquem (p. 252 – 253).
Reflexividade crítica – O narrador espera que o público
“suspenda de pleno acordo sua incredulidade”; o historiador
dirige-se a um leitor desconfiado, que espera dele não somente
que narre, mas que autentifique sua narrativa (p. 253).
9. Imputação causal singular
É o procedimento explicativo que faz a
transição entre a causalidade narrativa e a
explicativa (p. 261).
Construção imaginária probabilística.
10. Imputação causal singular
• E se Bismarck não tivesse tomado a
decisão de fazer a guerra?
• Qual significado causal se atribui a essa
decisão individual?
• Qual o lugar dessa decisão na
exposição histórica?
• Quais consequências se esperaria se
outra decisão tivesse sido tomada?
• Pode-se omitir algum fato que daria
outro rumo à história?
De que forma o jornalista constrói a
narrativa?
11. A imputação causal é constituída por três traços:
Análise por fatores – seleção das cadeias de
causalidade que serão expostas historicamente.
Recurso a regras da experiência – o que se sabe, o que
já se viveu, dedução (p. 264).
Teoria da possibilidade objetiva – eleva as construções
irreais à categoria do juízo de possibilidade objetiva
que afeta diversos fatores de causalidade com um
índice de probabilidade relativa (p. 265).
12. Entidades
Enquanto na narrativa tradicional, mítica ou na
crônica, a ação é relacionada a agentes cuja
identificação é possível (nome próprio e
responsabilidade pelas ações), a história-ciência
refere-se a objetos de um tipo novo. Põe entidades
anônimas no lugar do sujeito da ação: nações,
sociedades, civilizações, classes sociais, mentalidades
(COSTA, 2008, p. 36).
Quase-personagens.
13. Entidades
Entidades de primeira ordem: povos, nações,
civilizações.
Entidades de segunda e terceira ordem: classes,
seres genéricos, economia, demografia,
sociologia, organizações, mentalidades,
ideologias (p. 290).
14. Entidades
“É porque cada sociedade é composta de
indivíduos que ela se comporta na cena histórica
como um grande indivíduo”.
O historiador pode atribuir às entidades a
iniciativa de certos cursos de ações e a
responsabilidade histórica de certos resultados,
mesmo não intencionais (p. 284).
15. História geral e histórias especiais
A história geral tem como tema sociedades
particulares, como povos e nações, cuja existência é
contínua (p.278).
As histórias especiais têm como tema aspectos
abstratos da cultura: tecnologia, arte, ciência,
religião (p. 278).
“Nada na noção de personagem, entendido no
sentido daquele que faz a ação, exige que este seja
um indivíduo” (p. 280).
16. Tempo
“O tempo histórico parece sem vínculo
direto com o da memória, o da expectativa e
o da circunspecção de agentes individuais”
(p. 254).
Sua estrutura é proporcional aos
procedimentos e às entidades que a história-
ciência emprega.
17. Multiplicidade de tempos
O tempo histórico tanto parece se desenvolver em
intervalos homogêneos quanto numa multiplicidade de
tempos: tempo curto do acontecimento, tempo semilongo
da conjuntura, longo prazo das civilizações, longuíssimo
prazo dos simbolismos fundadores do estatuto social
(RICOUER, 1994, p.254).
A narrativa histórica (como, aliás, a da ficção) pode lidar
com deslocamentos através do tempo, para a frente e para
trás, aos saltos ou por degraus, e unir personagens
distintos, separados no tempo e no espaço ( BARROS ,2011,
p. 14).
18. Referências
BARROS, José D’Assunção. Paul Ricouer e a narrativa histórica. Disponível em:
http://www.historiaimagem.com.br/edicao12abril2011/paulricoeur.pdf.
Acessado em: 14 jun. 2012.
COSTA, Arrisete C. L. Explicação histórica e compreensão narrativa: na trilha de
Paul Ricouer. 2008. Disponível em: http://www.uss.br/arquivos/mestrado
%20historia/revist_mest_hist%20v10%20n2%202008.pdf. Acessado em: 14 jun.
2012
NICOLAZZI, Fernando. Uma teoria da história: Paul Ricouer e a hermenêutica do
discurso historiográfico. Disponível em:
http://ich.ufpel.edu.br/ndh/downloads/historia_em_revista_09_fernando_nicola
zzi.pdf. Acessado em: 14 jun. 2012
RICOUER, Paul. Tempo e Narrativa. Trad. Constança Marcondes Cesar. Campinas -
SP: Papirus, 1994.