Este documento discute a teoria do conto de Ricardo Piglia, que propõe que todo conto contém duas histórias, e analisa como isso se aplica aos contos de Clarice Lispector. A teoria funciona bem para contos clássicos, mas tem limitações para contos modernos em que as histórias dependem mais da interpretação do leitor do que de enredos explícitos. O documento também examina as implicações do fato de um conto de Lispector ter sido publicado em forma fragmentada após sua morte.
Este documento resume uma resenha crítica de um livro de banda desenhada intitulado "Hans, O Cavalo Inteligente" de Miguel Rocha. O livro adapta a história real de um cavalo chamado Hans no início do século XX que aparentemente sabia responder a perguntas. A resenha analisa os elementos formais e temáticos do livro, destacando sua exploração da crueldade humana e a dignidade de Hans.
1) O documento analisa a antologia de poemas de Claudia Roquette-Pinto, explorando temas como dualidade entre corpo e alma, deformidade e poesia.
2) A autora utiliza recursos como versificação livre e vocabulário inesperado para singularizar sua voz poética e questionar significados estabelecidos.
3) Os poemas sugerem uma mística inspirada em filosofias e religiões milenares, com referências sutis a temas como o tarô e a ópera Carmen.
1) A Ensiqlopèdia de Qorpo-Santo pretende ser uma obra enciclopédica no estilo da Encyclopédie iluminista do século XVIII, reunindo uma variedade infinita de assuntos sobre diversos campos do saber.
2) Contudo, diferentemente da Encyclopédie, a obra de Qorpo-Santo não segue um critério ordenado e metódico, apresentando textos de forma aleatória e desordenada em meio a bilhetes, anúncios e outros pequenos textos.
3) Essa desorgan
O documento analisa o poema "Profundamente", de Manuel Bandeira. Abrange a quebra de paradigmas do poema com versos livres e quebra de métrica fixa, além de tratar da saudade da infância do eu lírico e ideais modernistas. Interpreta o poema como apresentando dois tempos distintos através de advérbios nas primeiras estrofes.
Este documento analisa a peça teatral "Les mouches" de Jean-Paul Sartre à luz do método comparativo, estabelecendo relações entre a versão sartriana do mito grego de Electra e Orestes e as versões desenvolvidas por trágicos gregos como Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Através desta análise comparativa, o documento busca demonstrar a originalidade da peça de Sartre em função do contexto histórico e filosófico em que foi produzida.
O texto descreve um encontro entre um homem e uma mulher em uma barca no rio. A mulher conta suas trágicas experiências, incluindo a perda de seu primeiro filho e seu marido abandonando-a, mas expressa fé em Deus. No final, o homem percebe que o segundo filho da mulher, que ela segura, está morto.
UM OLHAR LUKACSIANO SOBRE O BEIJO DA MULHER-ARANHA, DE MANUEL PUIGPedro Lima
Este artigo analisa o romance O Beijo da Mulher-Aranha de Manuel Puig à luz da dicotomia entre narrar e descrever estabelecida por Georg Lukács. A narrativa de Puig usa diálogos e relatos sem um narrador explícito, diferente do método narrativo defendido por Lukács. A relação inicial entre os protagonistas é beligerante devido às suas diferenças de personalidade.
UMA PITADA DE LITERATURA: ANÁLISE DOS NARRADORES DE DOM CASMURRO E BOM LADRÃO.eloine123
As obras Dom Casmurro de Machado de Assis e O Bom Ladrão de Fernando Sabino possuem narrativas em primeira pessoa com narradores protagonistas marcados pela dúvida. Ambos vivem reclusos e resolvem relatar fatos passados, em Dom Casmurro a possível traição da esposa e em O Bom Ladrão os furtos não solucionados e a suspeita de traição da esposa. As obras diferem no foco narrativo, sendo Dom Casmurro um romance e O Bom Ladrão uma novela.
Este documento resume uma resenha crítica de um livro de banda desenhada intitulado "Hans, O Cavalo Inteligente" de Miguel Rocha. O livro adapta a história real de um cavalo chamado Hans no início do século XX que aparentemente sabia responder a perguntas. A resenha analisa os elementos formais e temáticos do livro, destacando sua exploração da crueldade humana e a dignidade de Hans.
1) O documento analisa a antologia de poemas de Claudia Roquette-Pinto, explorando temas como dualidade entre corpo e alma, deformidade e poesia.
2) A autora utiliza recursos como versificação livre e vocabulário inesperado para singularizar sua voz poética e questionar significados estabelecidos.
3) Os poemas sugerem uma mística inspirada em filosofias e religiões milenares, com referências sutis a temas como o tarô e a ópera Carmen.
1) A Ensiqlopèdia de Qorpo-Santo pretende ser uma obra enciclopédica no estilo da Encyclopédie iluminista do século XVIII, reunindo uma variedade infinita de assuntos sobre diversos campos do saber.
2) Contudo, diferentemente da Encyclopédie, a obra de Qorpo-Santo não segue um critério ordenado e metódico, apresentando textos de forma aleatória e desordenada em meio a bilhetes, anúncios e outros pequenos textos.
3) Essa desorgan
O documento analisa o poema "Profundamente", de Manuel Bandeira. Abrange a quebra de paradigmas do poema com versos livres e quebra de métrica fixa, além de tratar da saudade da infância do eu lírico e ideais modernistas. Interpreta o poema como apresentando dois tempos distintos através de advérbios nas primeiras estrofes.
Este documento analisa a peça teatral "Les mouches" de Jean-Paul Sartre à luz do método comparativo, estabelecendo relações entre a versão sartriana do mito grego de Electra e Orestes e as versões desenvolvidas por trágicos gregos como Ésquilo, Sófocles e Eurípedes. Através desta análise comparativa, o documento busca demonstrar a originalidade da peça de Sartre em função do contexto histórico e filosófico em que foi produzida.
O texto descreve um encontro entre um homem e uma mulher em uma barca no rio. A mulher conta suas trágicas experiências, incluindo a perda de seu primeiro filho e seu marido abandonando-a, mas expressa fé em Deus. No final, o homem percebe que o segundo filho da mulher, que ela segura, está morto.
UM OLHAR LUKACSIANO SOBRE O BEIJO DA MULHER-ARANHA, DE MANUEL PUIGPedro Lima
Este artigo analisa o romance O Beijo da Mulher-Aranha de Manuel Puig à luz da dicotomia entre narrar e descrever estabelecida por Georg Lukács. A narrativa de Puig usa diálogos e relatos sem um narrador explícito, diferente do método narrativo defendido por Lukács. A relação inicial entre os protagonistas é beligerante devido às suas diferenças de personalidade.
UMA PITADA DE LITERATURA: ANÁLISE DOS NARRADORES DE DOM CASMURRO E BOM LADRÃO.eloine123
As obras Dom Casmurro de Machado de Assis e O Bom Ladrão de Fernando Sabino possuem narrativas em primeira pessoa com narradores protagonistas marcados pela dúvida. Ambos vivem reclusos e resolvem relatar fatos passados, em Dom Casmurro a possível traição da esposa e em O Bom Ladrão os furtos não solucionados e a suspeita de traição da esposa. As obras diferem no foco narrativo, sendo Dom Casmurro um romance e O Bom Ladrão uma novela.
O documento discute as características do miniconto como um gênero literário curto e conciso que requer poucas palavras para transmitir uma história ou ideia. Apresenta exemplos famosos de minicontos e discute a popularidade crescente desse gênero entre autores e leitores brasileiros.
Este documento apresenta um resumo da tese de doutorado de Edilberto Coutinho sobre a ficção presente na obra de Gilberto Freyre. A tese argumenta que elementos ficcionais já estavam presentes nos ensaios de Freyre e que essas características foram aplicadas em suas seminovelas. A tese também busca entender como a ficção de Freyre se relaciona com sua obra ensaística de forma a criar novos gêneros literários.
O documento descreve uma crônica sobre uma passageira inexperiente em aviões que causou diversos "vexames" durante o voo devido a sua falta de conhecimento sobre o funcionamento de aeronaves, deixando os outros passageiros e o narrador constrangidos com suas perguntas e atitudes inapropriadas.
A professora Rosangela apresenta as características e tipos da crônica, incluindo crônica descritiva, narrativa, dissertativa e jornalística. Ela também lista alguns cronistas brasileiros e pede que os alunos tragam uma crônica de um desses autores para a próxima aula.
O documento discute elementos da narrativa como espaço, tempo e foco narrativo. Apresenta três tipos de ambientação (franca, reflexiva e dissimulada), quatro tipos de foco narrativo (onisciente intruso, onisciente neutro, eu como testemunha, narrador-protagonista) e formas de velocidade narrativa como sumário, pausa, elipse e cena.
As crônicas de Rubem Braga exploram a memória e a metalinguagem ao transformar o cotidiano em fantasia através de um olhar poético e trabalho de linguagem. Ele ridiculariza o leitor de forma carnavalesca para questionar a relação entre autor e leitor e alçar a crônica a um patamar mais literário.
O documento fornece sugestões de atividades para trabalhar com o livro "Outroso - Um outro mundo", da autora Graciela Montes. As atividades estão divididas em três partes: antes da leitura, durante a leitura e depois da leitura. Antes da leitura, sugere-se apresentar a autora e seu estilo delicado de escrita, além de fazer uma breve contextualização sobre a ditadura militar na Argentina.
O documento discute a literatura do conto, desde suas origens até o desenvolvimento no Brasil. Apresenta as características do gênero, como sendo narrativas curtas e ficcionais que concentram drama em poucas páginas com poucos personagens. Também explica como o conto se desenvolveu ao longo dos séculos através de contadores de histórias e obras famosas, culminando no surgimento de grandes contistas como Machado de Assis no Brasil.
2ª lista de_exercicios_-_1º_ano_-_prof._kleberAlisson Silva
Este documento apresenta uma lista de exercícios para correção de um plantão de véspera do primeiro bimestre. As questões abordam a Carta de Pero Vaz de Caminha, poemas de Oswald de Andrade e Fernando Sabino, a novela O Bom Ladrão de Fernando Sabino e figuras de linguagem.
O documento discute a natureza e história do conto literário. Apresenta definições de conto de autores como Machado de Assis, Mario de Andrade e teóricos como Gotlib, Bosi e Propp. Discute a evolução do conto da transmissão oral para o registro escrito e como mudanças na técnica narrativa ao longo do tempo não alteraram a estrutura básica do gênero.
Todorov introducão à literatura fantástica (pdf)(rev)Rodrigo Rocha
O documento discute os gêneros literários e como classificá-los. Primeiro, aborda questões sobre se é possível estudar um gênero sem ler todas as obras e se existem poucos ou muitos gêneros. Também discute se as obras são únicas ou pertencem a gêneros. Conclui que as obras literárias mantêm relações com outras através dos gêneros, que representam categorias abstratas para classificá-las.
Este documento apresenta um resumo do primeiro volume da obra "Em Busca do Tempo Perdido" de Marcel Proust. O volume é dividido em três partes: a primeira parte "Combray" descreve a infância do narrador; a segunda parte "Um Amor de Swann" analisa o ciúme do personagem Charles Swann; a terceira parte "Nomes de Lugares: o Nome" descobre a magia por trás dos nomes de pessoas e lugares. O documento também fornece informações biográficas sobre o autor Marcel Proust e contextualiza os principais tem
O documento discute o que é um conto, suas características gerais e estrutura. Apresenta exemplos de grandes escritores de contos dos séculos XIX e XX e tipos de contos como de ação. Fornece ainda exemplos de pequenos trechos de possíveis contos.
Este documento resume o livro "A Heresia Humanista – Ensaio Sobre as Paixões de Fim de Século", de José Fernando Tavares, em três frases:
1) O livro analisa como o homem ocidental desenvolveu um interesse pelo fantástico através da literatura e do cinema, explorando temas como monstros e entidades demoníacas.
2) A obra critica o desinteresse contemporâneo pela cultura erudita e a preferência por manifestações culturais medíocres, vendo isso como uma "traição do humanismo
Às margens do Negro: ruínas da memória e do narrar em Órfãos do EldoradoAdams Almeida Lopes
O documento apresenta uma introdução sobre o trabalho de conclusão de curso de especialização em literatura de Adams Almeida Lopes sobre o livro Órfãos do Eldorado, do escritor Milton Hatoum. O trabalho analisa a diluição dos gêneros romance e novela na obra e investiga três redes construtivas do narrar: memória, identidade e ruína. A pesquisa pretende esclarecer como ocorre a diluição e contaminação dos gêneros por meio da construção da temática da ruína na narrativa.
1) A crônica é um gênero literário produzido para veículos de imprensa como jornais e revistas.
2) As crônicas geralmente narram eventos do dia-a-dia de forma pessoal e com linguagem simples para se conectar com os leitores.
3) A crônica situa-se entre o jornalismo e a literatura, misturando fatos reais com elementos de ficção.
O documento resume o realismo e naturalismo na literatura brasileira, destacando obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis e O Mulato de Azevedo. Essas obras retratam a sociedade de forma realista, analisando psicologicamente as personagens e como são influenciadas pelo meio social.
Ligia Chiappini Moraes Leite – O Foco NarrativoJessiely Soares
O documento discute diferentes tipos de narradores e perspectivas narrativas. Ele descreve a classificação de Norman Friedman de narradores oniscientes intrusos, oniscientes neutros, narradores-testemunhas, narradores-protagonistas e uma perspectiva seletiva múltipla. Ele fornece exemplos literários para ilustrar cada tipo e discute como eles afetam a distância entre a história e o leitor.
O documento discute os diferentes tipos de narrador em terceira pessoa na literatura, incluindo narrador onisciente, que sabe dos pensamentos e sentimentos de todos os personagens, e narrador parcial, que tem mais foco em determinado personagem. Também explica que o narrador é distinto do autor real e serve para contar a história.
Qué es y cómo se obtiene la Libertad Condicional en ColombiaMiguel Ramírez
La libertad condicional puede ser el mejor regalo para una persona que se encuentra muy arrepentida del error que cometió, aunque arrepentirse no necesariamente va a reparar a la víctima.
O documento discute as características do miniconto como um gênero literário curto e conciso que requer poucas palavras para transmitir uma história ou ideia. Apresenta exemplos famosos de minicontos e discute a popularidade crescente desse gênero entre autores e leitores brasileiros.
Este documento apresenta um resumo da tese de doutorado de Edilberto Coutinho sobre a ficção presente na obra de Gilberto Freyre. A tese argumenta que elementos ficcionais já estavam presentes nos ensaios de Freyre e que essas características foram aplicadas em suas seminovelas. A tese também busca entender como a ficção de Freyre se relaciona com sua obra ensaística de forma a criar novos gêneros literários.
O documento descreve uma crônica sobre uma passageira inexperiente em aviões que causou diversos "vexames" durante o voo devido a sua falta de conhecimento sobre o funcionamento de aeronaves, deixando os outros passageiros e o narrador constrangidos com suas perguntas e atitudes inapropriadas.
A professora Rosangela apresenta as características e tipos da crônica, incluindo crônica descritiva, narrativa, dissertativa e jornalística. Ela também lista alguns cronistas brasileiros e pede que os alunos tragam uma crônica de um desses autores para a próxima aula.
O documento discute elementos da narrativa como espaço, tempo e foco narrativo. Apresenta três tipos de ambientação (franca, reflexiva e dissimulada), quatro tipos de foco narrativo (onisciente intruso, onisciente neutro, eu como testemunha, narrador-protagonista) e formas de velocidade narrativa como sumário, pausa, elipse e cena.
As crônicas de Rubem Braga exploram a memória e a metalinguagem ao transformar o cotidiano em fantasia através de um olhar poético e trabalho de linguagem. Ele ridiculariza o leitor de forma carnavalesca para questionar a relação entre autor e leitor e alçar a crônica a um patamar mais literário.
O documento fornece sugestões de atividades para trabalhar com o livro "Outroso - Um outro mundo", da autora Graciela Montes. As atividades estão divididas em três partes: antes da leitura, durante a leitura e depois da leitura. Antes da leitura, sugere-se apresentar a autora e seu estilo delicado de escrita, além de fazer uma breve contextualização sobre a ditadura militar na Argentina.
O documento discute a literatura do conto, desde suas origens até o desenvolvimento no Brasil. Apresenta as características do gênero, como sendo narrativas curtas e ficcionais que concentram drama em poucas páginas com poucos personagens. Também explica como o conto se desenvolveu ao longo dos séculos através de contadores de histórias e obras famosas, culminando no surgimento de grandes contistas como Machado de Assis no Brasil.
2ª lista de_exercicios_-_1º_ano_-_prof._kleberAlisson Silva
Este documento apresenta uma lista de exercícios para correção de um plantão de véspera do primeiro bimestre. As questões abordam a Carta de Pero Vaz de Caminha, poemas de Oswald de Andrade e Fernando Sabino, a novela O Bom Ladrão de Fernando Sabino e figuras de linguagem.
O documento discute a natureza e história do conto literário. Apresenta definições de conto de autores como Machado de Assis, Mario de Andrade e teóricos como Gotlib, Bosi e Propp. Discute a evolução do conto da transmissão oral para o registro escrito e como mudanças na técnica narrativa ao longo do tempo não alteraram a estrutura básica do gênero.
Todorov introducão à literatura fantástica (pdf)(rev)Rodrigo Rocha
O documento discute os gêneros literários e como classificá-los. Primeiro, aborda questões sobre se é possível estudar um gênero sem ler todas as obras e se existem poucos ou muitos gêneros. Também discute se as obras são únicas ou pertencem a gêneros. Conclui que as obras literárias mantêm relações com outras através dos gêneros, que representam categorias abstratas para classificá-las.
Este documento apresenta um resumo do primeiro volume da obra "Em Busca do Tempo Perdido" de Marcel Proust. O volume é dividido em três partes: a primeira parte "Combray" descreve a infância do narrador; a segunda parte "Um Amor de Swann" analisa o ciúme do personagem Charles Swann; a terceira parte "Nomes de Lugares: o Nome" descobre a magia por trás dos nomes de pessoas e lugares. O documento também fornece informações biográficas sobre o autor Marcel Proust e contextualiza os principais tem
O documento discute o que é um conto, suas características gerais e estrutura. Apresenta exemplos de grandes escritores de contos dos séculos XIX e XX e tipos de contos como de ação. Fornece ainda exemplos de pequenos trechos de possíveis contos.
Este documento resume o livro "A Heresia Humanista – Ensaio Sobre as Paixões de Fim de Século", de José Fernando Tavares, em três frases:
1) O livro analisa como o homem ocidental desenvolveu um interesse pelo fantástico através da literatura e do cinema, explorando temas como monstros e entidades demoníacas.
2) A obra critica o desinteresse contemporâneo pela cultura erudita e a preferência por manifestações culturais medíocres, vendo isso como uma "traição do humanismo
Às margens do Negro: ruínas da memória e do narrar em Órfãos do EldoradoAdams Almeida Lopes
O documento apresenta uma introdução sobre o trabalho de conclusão de curso de especialização em literatura de Adams Almeida Lopes sobre o livro Órfãos do Eldorado, do escritor Milton Hatoum. O trabalho analisa a diluição dos gêneros romance e novela na obra e investiga três redes construtivas do narrar: memória, identidade e ruína. A pesquisa pretende esclarecer como ocorre a diluição e contaminação dos gêneros por meio da construção da temática da ruína na narrativa.
1) A crônica é um gênero literário produzido para veículos de imprensa como jornais e revistas.
2) As crônicas geralmente narram eventos do dia-a-dia de forma pessoal e com linguagem simples para se conectar com os leitores.
3) A crônica situa-se entre o jornalismo e a literatura, misturando fatos reais com elementos de ficção.
O documento resume o realismo e naturalismo na literatura brasileira, destacando obras como Memórias Póstumas de Brás Cubas de Machado de Assis e O Mulato de Azevedo. Essas obras retratam a sociedade de forma realista, analisando psicologicamente as personagens e como são influenciadas pelo meio social.
Ligia Chiappini Moraes Leite – O Foco NarrativoJessiely Soares
O documento discute diferentes tipos de narradores e perspectivas narrativas. Ele descreve a classificação de Norman Friedman de narradores oniscientes intrusos, oniscientes neutros, narradores-testemunhas, narradores-protagonistas e uma perspectiva seletiva múltipla. Ele fornece exemplos literários para ilustrar cada tipo e discute como eles afetam a distância entre a história e o leitor.
O documento discute os diferentes tipos de narrador em terceira pessoa na literatura, incluindo narrador onisciente, que sabe dos pensamentos e sentimentos de todos os personagens, e narrador parcial, que tem mais foco em determinado personagem. Também explica que o narrador é distinto do autor real e serve para contar a história.
Qué es y cómo se obtiene la Libertad Condicional en ColombiaMiguel Ramírez
La libertad condicional puede ser el mejor regalo para una persona que se encuentra muy arrepentida del error que cometió, aunque arrepentirse no necesariamente va a reparar a la víctima.
Modalidades de contrato laboral en ColombiaMiguel Ramírez
Un primer aspecto a tener en cuenta a la hora de elaborar un contrato laboral es que este puede ser verbal o escrito según lo amerite el caso siempre tomando en cuenta la voluntad de las partes al momento de pactar las condiciones laborales en las cuales se va a desarrollar el trabajo.
Este documento fornece instruções passo-a-passo para criar um blog gratuito no Blogger utilizando uma conta Gmail. Explica como configurar o blog, adicionar postagens, páginas e modelos, e convidar outros autores.
Madre Esperança narra sua vida de fé e dedicação aos outros. Ela nasceu em uma família pobre, mas sentiu uma vocação religiosa desde cedo. Fundou duas congregações guiada por Teresinha de Jesus e Santa Mãe Medianeira, vivendo tudo por amor a Deus e ao próximo.
Plano acti formação divulg e parceria sdef2finalissimo_controlejunhoculturalmente
Este documento descreve o plano de atividades para 2009-2010 da biblioteca escolar do Agrupamento Vertical Monsenhor Jerónimo Amaral. O plano inclui atividades de formação, divulgação e parcerias com foco em promover a leitura, literacia e apoiar projetos acadêmicos.
Derechos del consumidor relativos a la toma de fotos y videos en comerciosMiguel Ramírez
Es frecuente que los clientes de establecimientos comerciales quieran obtener pruebas de lo que consideran que pueden ser vulneraciones de sus derechos como consumidor. Si estas pruebas han de ser obtenidas dentro de establecimientos comerciales, existe el riesgo de que el dueño o el encargado del establecimiento deniegue al cliente la posibilidad de obtener esas pruebas.
Durante la primera quincena de septiembre se cerrarán las listas de materias, concluirá el plazo para retiros y adiciones, y se cobrará la segunda cuota. La segunda quincena estará dedicada a las sexta y séptima metáforas y a la semana de parciales, con un feriado departamental a mediados de mes.
Este documento apresenta um Programa de Ação para a Eliminação da Mutilação Genital Feminina em Portugal. O programa visa estabelecer coerência nas políticas e ações desenvolvidas por diferentes sectores para combater esta prática, em conformidade com instrumentos internacionais de direitos humanos. O programa define quatro medidas principais: sensibilizar, prevenir e apoiar; formar; conhecer e investigar; e advogar pela eliminação da Mutilação Genital Feminina.
1) O documento discute a legislação portuguesa sobre educação sexual, saúde reprodutiva e planeamento familiar nas escolas e centros de saúde.
2) A lei requer que a educação sexual seja incluída nos currículos escolares e autoriza o acesso a preservativos nas escolas secundárias.
3) Nos centros de saúde e hospitais, a lei exige consultas de planeamento familiar e acesso gratuito a contraceptivos para adolescentes e outros grupos.
A atividade propõe que os alunos desenhem representações de culinária e matemática usando o programa Paint para explorar o tema de forma digital. Na primeira parte, eles devem criar um desenho sobre o tema e, na segunda, representar uma receita específica usando o programa.
O documento apresenta uma tabela a ser elaborada com informações sobre tipos de programas educacionais brasileiros, especificando se os recursos podem ser utilizados para custeio ou capital. Também apresenta um plano de ação para uma escola que solicitou 80% do orçamento para capital e 20% para custeio.
Este documento apresenta um roteiro para discutir os elementos e tipos de novela. Apresenta definições de novela, sua estrutura e elementos como ação, tempo, espaço, linguagem e personagens. Detalha os tipos de novela como de cavalaria, picaresca, histórica e policial/mistério. Fornece exemplos como Lazarillo de Tormes e Os Assassinatos da Rua Morgue.
A epifania e a náusea em amor, de Clarice LispectorRyuller Maestrelo
1. O documento analisa o conto "Amor", de Clarice Lispector, focando na personagem Ana e sua crise existencial ao questionar sua vida doméstica. 2. Ana é atingida por uma epifania ao ver um cego no bonde, o que a leva a um estado de náusea e libertação selvagem. 3. Isso a faz perder o ponto de ônibus e acabar no Jardim Botânico, onde enfrenta sua existência nua e paradoxal, antes de voltar para casa assustada com o que viveu.
O documento define o conto como uma obra de ficção curta que cria um universo imaginário. Explora as diferentes fases do conto ao longo da história, desde a oral até a escrita, e lista diversos tipos e modalidades de contos. Também descreve a estrutura básica do conto, com foco na unidade, número reduzido de personagens e desfecho único.
O documento define o conto como uma obra de ficção curta que cria um universo imaginário. Discutem-se as características, tipos, história, estrutura e objetivos do conto, bem como exemplos de contistas brasileiros famosos como Machado de Assis.
O documento define o conto como uma obra de ficção curta que cria um universo imaginário. Explora as três fases do conto - oral, escrita e ilustrada - e discute os tipos, objetivos, estrutura e autores famosos do gênero.
O documento define o conto como uma obra de ficção curta que cria um universo imaginário. Explora as três fases do conto - oral, escrita e ilustrada - e discute os tipos, objetivos, estrutura e autores famosos do gênero.
Este documento resume um artigo que analisa o livro "Hans, O Cavalo Inteligente" de Miguel Rocha. O artigo explora a genealogia da história de Hans, o cavalo inteligente do início do século XX, e como Miguel Rocha adapta essa história em sua obra de forma criativa e livre. O artigo também discute a representação de Hans e o uso de texturas de carvão digital por Miguel Rocha para transmitir as cinzas e incêndios fantasmáticos da história.
O documento descreve os principais gêneros narrativos e seus elementos estruturais. Resume os seguintes pontos: 1) Define o termo "narrar" e explica a origem do gênero narrativo no épico; 2) Apresenta os principais gêneros narrativos como romance, novela, conto, fábula e crônica; 3) Descreve elementos comuns a textos narrativos como personagens, tempo, espaço e enredo.
O documento resume as principais características do gênero narrativo e do conto. Ele também analisa as estruturas narrativas do conto "O Jarro de Prata", de Truman Capote.
O documento discute a vida e obra do autor brasileiro José Joaquim de Campos Leão, conhecido como Qorpo-Santo. QS sofreu transtornos psíquicos e foi internado, mas continuou a escrever ativamente. Seus textos teatrais misturam elementos biográficos com a ficção de forma pouco usual, sugerindo a presença da loucura em sua escrita.
O documento discute o movimento literário Realismo no Brasil e na França no século XIX. Aborda as características do Realismo como a descrição objetiva da realidade e temas como adultério. Também explica como o Realismo surgiu como uma reação ao Romantismo e foi influenciado por correntes científicas da época.
O trecho descreve o arrependimento do narrador com o livro que está escrevendo. Ele aponta que o livro é enfadonho e cheira a sepulcro, mas que o maior defeito é o leitor, que tem pressa de envelhecer e prefere um estilo mais direto e regular, ao passo que o livro anda devagar.
O documento discute a crônica brasileira e faz uma comparação entre os cronistas Rubem Braga e Paulo Mendes Campos. Apresenta o contexto cultural do Rio de Janeiro na década de 1950 e características da crônica como gênero híbrido que mistura fatos e subjetividade. Temas preferenciais de Paulo Mendes Campos em suas crônicas são analisados, como a figura do brotinho e a descrição ideal de um domingo.
Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assisjasonrplima
1) O documento apresenta um resumo sobre o movimento realista na literatura brasileira e sua influência na obra de Machado de Assis, especialmente no romance Memórias Póstumas de Brás Cubas.
2) Discorre sobre a vida e obra de Machado de Assis, considerado o iniciador do realismo no Brasil.
3) Aborda o foco narrativo adotado por Machado de Assis em Memórias Póstumas de Brás Cubas, através da figura do narrador defunto Brás Cubas e seu tom irôn
Este poema analisa o mito de Ulisses como fundador de Lisboa, descrevendo-o como "o nada que é tudo" que cria a realidade através de sua força imaginativa. Apesar de não ter existido realmente, Ulisses representa a vocação marítima dos portugueses e deu o primeiro impulso para a futura grandeza de Portugal. O mito permeia a realidade presente e dá sentido à vida, sendo essencial para os grandes povos.
O documento discute as intertextualidades entre a obra Otelo, de Shakespeare, e o romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. Analisa como o ciúme é tratado nas duas obras e como Machado de Assis faz diálogo intertextual com Shakespeare ao abordar o tema do ciúme em seu romance, influenciado pela tragédia de Otelo. Também discute a presença da obra de Shakespeare no texto de Machado e a universalidade do sentimento de ciúme retratado nas duas obras canonais.
Desconstruindo os contos maravilhosos com clarice lispectorLari Aveiro
O documento apresenta uma proposta para analisar o conto "A bela e a fera ou a ferida grande demais", de Clarice Lispector, comparando-o com o hipotexto "A Bela e a Fera" e com o mito de Narciso. A análise se baseia em teorias sobre contos maravilhosos, dialogismo e semiótica, examinando os níveis fundamental, narrativo e discursivo dos textos.
Este documento discute o conto popular, definindo-o como uma narrativa curta, anônima e de tradição oral que tem como objetivo entreter e educar. Aborda suas características estruturais, como personagens estereotipadas e tempo/espaço indefinidos, além de funções como preencher o lazer e transmitir valores culturais. Também lista exemplos de obras sobre o tema.
PAIVA, TRN. Relação História e Literatura - a metaficção nos romances fr...KlaxonEducao
A dissertação analisa a metaficção em dois romances franceses contemporâneos sobre a Segunda Guerra Mundial, HHhH de Laurent Binet e Charlotte de David Foenkinos. Estabelece teoricamente o conceito de metaficção e sua relação com a história e a crise da representação literária. A análise dos romances busca mostrar como eles estabelecem um pacto metaficcional entre autor e leitor para refletir sobre memória histórica.
Semelhante a Conto Em Fragmentos Newton de Castro Pontes e Edson Soares Martins (20)
O documento analisa a obra "Caminhos de Toboso", do poeta paraibano Otávio Sitônio Pinto. A obra é dividida em três partes principais e explora diversas formas poéticas como o soneto e o haicai. A análise destaca a presença recorrente da palavra "poesia" nos poemas e a influência da figura de Débora na inspiração lírica do autor.
O documento apresenta trechos do espetáculo Show Opinião que continham narrativas de exílio vividas por artistas da música que se transformaram em personagens. Essas narrativas descreviam as dificuldades enfrentadas pelos artistas em serem reconhecidos em seu meio social de origem e sua busca por pertencimento a outro grupo. O objetivo era criticar a falta de valorização da autoria brasileira na época.
O documento discute a representação literária do sujeito subalternizado na poesia e no conto brasileiro do século XX. Aborda inicialmente a posição do sujeito subalternizado na estrutura de poder social brasileira e como isso é refletido na literatura. Também discute os conceitos de subalterno e mímesis, e como esses conceitos são tratados nos Estudos Subalternos e na literatura brasileira.
1) O documento discute o ensaio "O fator econômico no romance brasileiro" de Graciliano Ramos e como ele criticou a falta de uma abordagem econômica nos romances brasileiros da época.
2) Há debates sobre as intenções de Graciliano ao escrever o ensaio, se foi apenas para ganhar dinheiro ou fazer uma análise literária crítica.
3) O ensaio também é analisado no contexto mais amplo do papel do autor e da relação entre autor, obra e mercado literário.
1) O ensaio discute os processos de subjetivação disponíveis para Laura em "A Imitação da Rosa", argumentando que são determinados por mecanismos de subalternização impostos às mulheres e ex-pacientes psiquiátricos.
2) Também analisa como os papéis do relacionamento conjugal revelam, na escrita de Clarice Lispector, um jogo contínuo de subalternização da mulher.
3) O conceito de "subalternização" se manifesta na pertinência sócio-grupal dos personagens e como estratégias
Atividades de Inglês e Espanhol para Imprimir - AlfabetinhoMateusTavares54
Quer aprender inglês e espanhol de um jeito divertido? Aqui você encontra atividades legais para imprimir e usar. É só imprimir e começar a brincar enquanto aprende!
O Que é Um Ménage à Trois?
A sociedade contemporânea está passando por grandes mudanças comportamentais no âmbito da sexualidade humana, tendo inversão de valores indescritíveis, que assusta as famílias tradicionais instituídas na Palavra de Deus.
Sistema de Bibliotecas UCS - Chronica do emperador Clarimundo, donde os reis ...Biblioteca UCS
A biblioteca abriga, em seu acervo de coleções especiais o terceiro volume da obra editada em Lisboa, em 1843. Sua exibe
detalhes dourados e vermelhos. A obra narra um romance de cavalaria, relatando a
vida e façanhas do cavaleiro Clarimundo,
que se torna Rei da Hungria e Imperador
de Constantinopla.
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Conto Em Fragmentos Newton de Castro Pontes e Edson Soares Martins
1. Anais do I Simpósio Nacional Linguagens e Gêneros Textuais – de 28 a 30 de março de 2007
UM CONTO EM FRAGMENTOS: IMPLICAÇÕES TEÓRICAS DE UMA
PUBLICAÇÃO PÓSTUMA DE CLARICE LISPECTOR
Newton de Castro Pontes
Universidade Regional do Cariri – URCA / PIBIC-
FUNCAP (AG) – Edson Martins
Nas “Teses sobre o conto”, em que Ricardo Piglia busca
formular teses que expliquem a estrutura da narrativa curta, lemos em
certo trecho que:
O conto clássico (Poe, Quiroga) narra em
primeiro plano a história I [...] e constrói em
segredo a história II [...]. A arte do contista
consiste em saber cifrar a história II nos
interstícios da história I. Um relato visível
esconde um relato secreto, narrado de modo
elíptico e fragmentário. (PIGLIA, 2004, p. 89-
90)
A teoria de Piglia está baseada na tese de que todo conto
encerra em si duas histórias, com diferentes sistemas de causalidade.
Como exemplo, ele nos dá um pequeno relato, bastante simples:
“Um homem em Montecarlo vai ao cassino, ganha um milhão, volta
para casa, suicida-se”. Neste relato, o paradoxo está no imprevisível
(o homem suicida-se depois de ganhar, e não de perder), e tende a
criar uma cisão que desvincule a história do jogo da história do
suicídio.
O exemplo é pertinente: o problema criado pelo paradoxo,
nesse caso, afeta diretamente um sistema de causa e conseqüência
comum ao mundo real – o suicídio não pode ser conseqüência da
vitória no cassino –, tornando-se necessário criar dois sistemas de
causalidade distintos, que possam abranger os dois fatos. No conto
clássico, o segundo fato (o suicídio) surgiria escondido, sendo
desenvolvido paralelamente ao primeiro. Os elementos essenciais do
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2. Anais do I Simpósio Nacional Linguagens e Gêneros Textuais – de 28 a 30 de março de 2007
conto seriam empregados de forma que tivessem diferentes funções
às duas histórias; alguns acontecimentos estariam dispostos de tal
forma que servissem aos propósitos de duas lógicas narrativas
heterogêneas, antagônicas, até.
Vejamos “O sistema do dr. Catrão e do professor Pena”, um
conto das Histórias extraordinárias de Edgar Allan Poe. Em visita
ao extremo sul da França, o narrador desse conto é conduzido por
seu caminho a um certo hospício particular sobre o qual ouvira falar
anteriormente e lhe despertara certa curiosidade, pois sabia que um
diferente método de tratamento era aplicado aos internos: o “sistema
da bondade”, em que os indivíduos em tratamento gozavam de
liberdade quase total. O narrador é recebido pelo próprio diretor, que
lhe conta que o antigo tratamento fora abandonado e convida-o para
um jantar, em que o narrador se verá cercado de pessoas estranhas,
de hábitos singulares. Apenas no fim do conto ele descobrirá que
todos aqueles presentes no jantar eram internos do hospício que,
ajudados pelo próprio diretor (que enlouquecera), haviam prendido
todos os guardas nos calabouços.
Poe estrutura o conto de forma que não descubramos
(embora tenhamos todos os indícios) que os personagens que
interagem com o narrador são internos do hospício; o relato da
rebelião só nos é revelado na última página. Os “indícios” são
justamente indicações do desenvolvimento dessa segunda história (a
rebelião). O efeito de surpresa (quase sempre buscado nos contos de
Poe) é gerado pela descoberta desse segundo relato; como diria Piglia,
“Concluir um relato é descobrir o ponto de intersecção que permite
entrar na outra trama” (PIGLIA, 2004, p. 112). Ele dirá nas suas
“Novas teses sobre o conto” que “Essa noção de espera e de tensão
rumo ao final secreto (e único) de um relato breve há de ser o ponto de
partida destas notas” (PIGLIA, 2004, p. 98, grifos nossos).
Essa concepção do conto (tensão rumo ao desenlace, final
surpreendente) parte da antiga tradição crítica e pode ser vista já na
“Filosofia da composição”, de Poe. Para o autor, a idéia do desenlace
deve estar presente desde o princípio; ela é indispensável à lógica e à
aparência de causalidade do relato: as incidências e o tom geral devem
desenvolvê-la. No processo de construção de “O Corvo” (descrito
no ensaio), percebemos que Poe escreve primeiramente a última
estância do poema, para só depois escrever as outras; com isso, evita
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3. Anais do I Simpósio Nacional Linguagens e Gêneros Textuais – de 28 a 30 de março de 2007
que qualquer trecho anterior seja capaz de conter uma intensidade
maior que o último – todos os outros devem dedicar-se a aumentar a
tensão e gerar o efeito, adiando para o final o ponto supremo. Como
tudo está direcionado para o efeito, deve haver uma unidade de
tensão, que exige certa brevidade – “Se uma obra literária é muito
extensa para ser lida de uma só assentada, devemos resignar-nos a
eliminar o efeito, soberanamente decisivo, da unidade de
impressão...” (POE, s/d). Essa mesma noção é compartilhada, por
exemplo, com Cortázar: para ele, o significado do conto não pode ser
dissociado das idéias de intensidade e tensão. O conto deve mostrar
tensão desde seu início: ao contrário do romance (cuja noção de
limite está no próprio esgotamento da matéria romanceada), o conto
é aglutinante de uma realidade mais vasta. Os efeitos do romance são
acumulados progressivamente no leitor, mas o conto deve ser
incisivo.
Para Piglia, o conto moderno abandonará o desenlace, mas
permanecerá a idéia de um relato secreto:
A versão moderna do conto, que vem de
Tchekov, Katherine Mansfield, Sherwood
Anderson e do Joyce de Dublinenses,
abandona o final surpreendente e a estrutura
fechada; trabalha com a tensão entre as duas
histórias, mas sem nunca resolvê-la. A história
secreta é contada de um modo cada vez mais
elusivo. O conto clássico à Poe contava uma
história anunciando que havia outra; o conto
moderno conta duas histórias como se fossem
uma só. (PIGLIA, 2004, p. 91)
O raciocínio é limitado. A segunda história, para Piglia, não é
um sentido oculto do conto, simbólico, dependente da interpretação
do leitor (e que, portanto, nem sempre seria passível de descoberta):
o relato oculto é um outro enredo, narrado de forma enigmática nos
interstícios do enredo central. Para as teses funcionarem, deve,
necessariamente, existir um enredo (ou melhor, dois). Se isso é
perfeitamente aplicável no conto clássico, torna-se problemático no
conto moderno: em um conto como “Um dia a menos”, de Clarice
Lispector, podemos dizer que o segundo relato refere-se ao suicídio
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4. Anais do I Simpósio Nacional Linguagens e Gêneros Textuais – de 28 a 30 de março de 2007
da protagonista. Mas qual seria a primeira história? Tomando ainda
Lispector como exemplo, como identificar duas narrativas distintas
em contos como “O relatório da coisa” ou “Seco estudo de cavalos”,
nos quais dificilmente conseguimos identificar qualquer matéria
narrada (como indicam os títulos, a forma dos contos aproxima-se
mais de relatórios do que de narrativas)? Se há qualquer história
nesses contos, ela depende demasiadamente da interpretação do
leitor, fugindo assim às formulações teóricas de Piglia. Além disso,
como essas histórias inexistem ou dependem de interpretação para
serem percebidas, desaparece a tensão que deveria haver entre elas –
e, evidentemente, o conto deixa de encaminhar-se rumo a um
possível “final secreto (e único)”.
Um outro exemplo de complicação teórica pode ser visto no
conto “A bela e a fera ou a ferida grande demais”, do livro A bela e a
fera, de Clarice Lispector. O volume reúne contos escritos pela
autora em dois períodos distintos: o primeiro, nos traz alguns dos
contos mais antigos de Lispector já publicados (escritos entre 1940 e
1941); o segundo período, ao qual pertencem os dois últimos contos
do volume, é formado por publicações póstumas. “A bela e a fera ou
A ferida grande demais”, que dá título ao livro e sobre o qual faremos
algumas considerações, nos chama a atenção por seu particular
processo de construção: Clarice Lispector faleceu antes de concluí-lo,
deixando apenas fragmentos desordenados e rascunhos, que só
depois de um complicado processo de editoração viriam a se tornar a
versão que conhecemos hoje.
O processo pode ser visto mais detalhadamente na edição
crítica de A paixão segundo G.H.. Essa edição contém fotocópias
dos fragmentos, suas transcrições e, por fim, a versão definitiva do
texto. O critério de organização dos fragmentos segue uma regra
simples: optou-se por dispô-los em uma ordem que desse certo
sentido ao texto, independente da ordem em que foram encontrados
– dessa forma, não é estranho notarmos que ao fragmento 1 pode
seguir-se o 15. Além disso, alguns fragmentos possuem vários
“trechos” que, evidentemente, fazem parte de momentos muito
diferentes da narrativa: como exemplo, citemos dois trechos do
fragmento 1:
Começa
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5. Anais do I Simpósio Nacional Linguagens e Gêneros Textuais – de 28 a 30 de março de 2007
(Ela)1 Bem, então saiu do salão de beleza pelo
elevador do Copacabana Palace Hotel.
No baile ela (se) reverdeceria seus elementos
de atração
Na versão final, o primeiro trecho é a forma como o conto é
iniciado; o segundo, é a última linha escrita por Clarice Lispector
(Olga Borelli e Gurgel Valente Filho escreveram quatro parágrafos
sucedâneos a este, a fim de dar uma forma definitiva ao conto).
Percebemos, então, três problemas iniciais: o conto foi
escrito de uma forma extremamente fragmentária, sem uma ordem
lógica que obedecesse a um sistema de causalidade simples; os
trechos talvez não estejam dispostos da forma pretendida
inicialmente pela autora (se é que já havia tal forma); e, por último,
alguns dos trechos foram escritos por outros autores, inclusive toda a
seqüência final, uma digressão em que a personagem relembra um dado
da infância. Os três problemas apontam, sutilmente, para uma mesma
conclusão: a narrativa não possui a “unidade de tensão” pregada por
Poe – e nem poderia, principalmente ao lembrarmos que no desfecho
temos uma longa digressão. E não só o desfecho: várias passagens do
conto são pequenas incursões à mente da protagonista, e sem
dificuldade poderíamos trocar a ordem de algumas delas sem prejuízo
algum à compreensão do conto – e isso é possível não por causa de
um sistema de causalidade (que, ao contrário, inviabilizaria a
compreensão do texto se os fragmentos fossem dispostos de forma
diferente), mas por uma relação simbólica entre essas passagens:
através da interpretação do conto vemos a ligação entre a visão do
mendigo, o casamento motivado por interesses financeiros e uma
recordação da infância. Não temos um relato secreto sendo
construído nos interstícios de uma narrativa principal, mas algo mais
semelhante a várias micro-narrativas ligadas por uma relação simbólica.
Apesar de ser um livro de ficção, a última seção de A arte do
breve (em que o autor Arturo Gouveia concede uma “entrevista” a
1
Os trechos entre parênteses indicam passagens suprimidas no
manuscrito.
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6. Anais do I Simpósio Nacional Linguagens e Gêneros Textuais – de 28 a 30 de março de 2007
Deus) é eminentemente teórica e traz uma série de ponderações
importantes à nossa discussão:
Há contos que se impõem mais pela
realização da linguagem do que pela seqüência
de ações. [...] Herdeiros do romance de fluxo
de consciência, esses contos causam
estranhamento a partir mesmo da radical
deformação semântica a que procedem. O
esquema problemática/tensão/desfecho é
desconsiderado. Neles, a problemática é o
próprio nó da linguagem. (GOUVEIA, 2003,
p. 173)
O pensamento está relacionado ao conceito de epopéia
negativa, formulado por Adorno nos anos 30 e abordado também por
Gouveia em “A epopéia negativa do século XX” (primeiro dos Dois
ensaios frankfurtianos). Embora seja um termo que busca
descrever complicações do romance moderno, não é difícil
transportar uma parte do raciocínio à discussão sobre o conto. A
idéia parte da percepção da crise de narratividade do romance
contemporâneo: “não há mais o que narrar num mundo onde o
sujeito histórico não consegue agir à margem das relações reificadas
do sistema, ou seja, onde não existe mais espaço para a emancipação
e a alteridade...” (GOUVEIA, 2004, p. 14). A práxis dos personagens
modernos ressoa inútil: eles não têm condições de romper com a
opressão do mundo externo, o que causa o refluxo para a
interioridade, numa “tentativa avaliar sua situação crítica, para fins de
autocompreensão e elucidação de si mesmos” (GOUVEIA, 2004, p.
38). Como esclarece Gouveia, para Adorno as coletividades não têm
mais poder contestatório; todas as iniciativas utópicas são absorvidas
pelas leis do mercado. Essa situação impossibilita que uma negação
ao sistema transite da reflexão à práxis, o que dilui o coletivo e
confina os indivíduos ao isolamento que nos acostumamos a ver na
narrativa moderna. Cessam os diálogos, prevalecem os monólogos.
Ao contrário dos heróis épicos, pertencentes a um mundo que se
move a partir de suas ações (a totalidade épica), os heróis da reflexão
têm consciência da sua inutilidade, e estão em constante conflito com
um mundo que lhes é estranho e alienador:
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Nessa desilusão [dos personagens]
transparece, à primeira vista, uma certa
resistência à ideologização da vida social, uma
vez que não há identidade entre o futuro
vulgarizado pelas promessas sociais e a
autoconsciência negativa das personagens.
Entretanto, a própria solidão dos
personagens, produzida por fatores que os
transcendem e sobre os quais não têm o
menor controle, significa o triunfo do poder
capitalista, com um agravante: a forma mais
corrente de pensamento se condensa nos
monólogos, não nos diálogos. A própria
forma dominante é sintomática da ausência de
propósito. (GOUVEIA, 2004, p. 36)
Uma vez que a impossibilidade da ação é instaurada, não há
mais uma seqüência histórica de acontecimentos, impossibilitando a
criação de um enredo. Se temos alguma sensação de prosseguimento
da narrativa, ela é causada pelo discurso do narrador, que seleciona os
pensamentos e pequenos gestos das personagens de forma que
tenhamos a impressão de temporalidade histórica. Tudo se torna
ainda mais complicado se pensarmos no advento do fluxo de
consciência, que, ao tomar, sem mediação alguma do narrador, dados
pertencentes ao inconsciente dos personagens, presentifica
informações correspondentes a um passado geralmente traumático,
reinterpretando o presente e pondo lado a lado impressões mentais
de acontecimentos reais e os próprios acontecimentos: perde-se o
princípio de organização, uma vez que é tomada do próprio narrador
a primazia do discurso; além disso, a linguagem resultante desse
processo revela-se amorfa, confusa, assim como o é o próprio
inconsciente dos personagens. Por isso Gouveia identifica o nó da
linguagem como problema central nesses contos, e também pelo
mesmo motivo a tese de Piglia torna-se incapaz de compreender
esses processos: o fluxo de consciência, aliado a outros recursos,
fragmenta o conto de tal forma que dificilmente podemos
contemplar uma história; temos, muitas vezes, várias micro-narrativas
que surgem unidas através de uma relação simbólica, uma relação de
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identidade só visível através da interpretação delas – e muitas vezes o
único ponto de intersecção será a própria interpretação. Esta passa a
ser obrigatória à compreensão da narrativa, pois apenas através dela
os dados podem ser ligados entre si, numa tentativa de reconstrução
de um sistema de causalidade que parece demasiadamente diluído. A
linguagem fragmentada desses contos é a formalização estética da
situação caótica em que se encontram os personagens, e impossibilita
assumirmos como regra a “unidade de tensão” pregada por Poe; por
fim, “A linguagem disforme é sintoma de uma grande desconfiança
na noção de forma, razão, equilíbrio, superação, salto qualitativo,
enfim, dos grandes conceitos ocidentais, quebrados no século vinte”
(GOUVEIA, 2004, p. 76).
Voltando ao conto, é exatamente isso que vemos acontecer
na fragmentária narrativa de Clarice Lispector, especialmente quando
percebemos que existe uma certa crítica ao vazio da existência
burguesa em seus contos. Como destacamos em um ensaio anterior,
em A hora da estrela vemos o narrador Rodrigo S. M. dizer: “A
classe alta me tem como um monstro esquisito, a média com desconfiança
de que eu possa desequilibrá-la, a classe baixa nunca vem a mim”
(LISPECTOR, 1998, p. 19; grifo nosso). A forma escolhida na
narrativa de Clarice Lispector que desestabiliza essa classe média ganha
contornos mais nítidos quando são questionados os seus valores e
suas instituições, o que geralmente se fará trazendo ao centro aqueles
indivíduos indesejados pela sociedade. São esses mesmos indivíduos
que denunciam a falha do modelo social, mostrando que não é
igualitário (“Liberdade, igualdade, fraternidade”), mas estratificado e
hierarquizado, favorecendo alguns, subalternizando ou
marginalizando outros. É o que vemos acontecer à mendiga idosa de
“O grande passeio”, à dançarina de cabaré e ao homossexual de
“Praça Mauá”; é, enfim, o casamento motivado por razões financeiras
em “A bela e a fera ou A ferida grande demais”, que obriga a mulher
a ir “tudo suportando”, suportando “ele com duas amantes” [p. 101],
ou de outra forma perderia o prestígio de pertencer a uma classe
social elevada.
Há um profundo tom de crítica social percorrendo o conto,
de duas formas: no confronto entre uma mulher rica e um mendigo, e
no casamento por conveniência, motivado pela ascensão social. Cada
um dos personagens está, a seu modo, impossibilitado de agir, graças
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a mecanismos de controle da sociedade burguesa – recusar o
casamento fracassado significa perder prestígio social. A objetificação
das relações conduz a protagonista do conto, Carla de Sousa e
Santos, a uma empobrecedora alienação: veja-se como o autor se
refere ao casamento e aos filhos: “estou casada, tendo três filhos,
estou segura” (LISPECTOR, 1997, p. 152)2 – não temos uma
indicação de relação de afetividade; os filhos e o casamento são uma
segurança. As relações intersubjetivas estão anuladas: o valor de troca
é a medida de todas as coisas. É uma relação que podemos observar
em “Um dia a menos” (em que educação é relacionada ao
conhecimento de culturas e línguas estrangeiras, e, portanto, tem um
certo valor financeiro) e que se repete aqui quando, ao tentar pensar
algo, tudo o que vem à mente da protagonista são “os pensamentos
mais tolos. Assim: esse mendigo sabe inglês? Esse mendigo já comeu
caviar, bebendo champanhe? [...] ele já fez esportes de inverno na
Suíça?” [p. 153]. A alienação é evidente todas as vezes em que a
personagem busca, através da reflexão, compreender sua própria
situação e não consegue (“No fim do longo pensamento, pareceu-lhe
que – que não pensara em nada” [p. 152]; “Ela se encostou na parede
e resolveu deliberadamente pensar. Era diferente porque não tinha o
hábito e ela não sabia que pensamento era visão e compreensão e que
ninguém podia intimar assim: pense!” [p. 153]), e começa a ser
superada quando, posteriormente, lemos que “A mola do mundo é
dinheiro? fez-se ela a pergunta. Mas quis fingir que não era. Sentiu-se
tão, tão rica que teve um mal-estar” [p. 156], e mais adiante, quando a
personagem central diz:
- Como é que eu nunca descobri que sou
também uma mendiga? Nunca pedi esmola
mas mendigo o amor de meu marido que tem
duas amantes, mendigo pelo amor de Deus
que me achem bonita, alegre a aceitável, e
minha roupa de alma está maltrapilha... [p.
156]
2
Doravante, as citações de trechos desse livro serão indicadas apenas
pelo número da página, entre colchetes; ex.: [p. 87].
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Nesse momento, a protagonista inverte as relações: se antes
o referencial para o outro era o sistema e a medida era o valor de
troca, agora ela identificará na morte o valor que a iguala ao mendigo
(“eram iguais porque ambos haviam nascido e ambos morreriam” [p.
156]).
No entanto, como dissemos anteriormente, é impossível
transformar reflexão em práxis. Carla de Sousa e Santos está presa em
uma rede de relações que é, acima de tudo, um jogo de poder – e
encontra-se em franca desvantagem. Ao marido, em posição superior
nessa relação, é permitida a transgressão da ordem; já à protagonista
resta a resignação. Se a obediência às convenções sociais é
profundamente alienante, a desobediência é impossível. É uma
situação comum às personagens femininas de Clarice Lispector (isso
acontece em “Um dia a menos”, “A fuga”, “A procura de uma
dignidade”, “A partida do trem” e vários outros), e sempre vemos
resultar ou na morte ou na aceitação resignada de sua condição: uma
indicação de que a ruptura, a não-identidade com o sistema, é
impossível – a alienação revela-se como processo irreversível. Em “A
bela e a fera...” não é diferente: a possível identidade com o mendigo
é rompida quando, no carro, a protagonista “De repente pensou: nem
me lembrei de perguntar o nome dele” [p. 157] – embora o trecho
não tenha sido escrito por Lispector, não parece distanciar-se do
destino dado às suas outras personagens.
É impossível, então, aos personagens, uma emancipação real.
Sua reflexão não resulta em mudança; a situação crítica inicial
permanece inalterada – como diz Arturo Gouveia em seu ensaio
sobre a epopéia negativa, “as reflexões dos personagens,
reproduzidas em imagens fracionárias nas lembranças, só revelam
experiências deformadoras que desqualificam suas relações
intersubjetivas, a intimidade, e a própria capacidade de pensar
enquanto encadeamento psíquico das imagens” (GOUVEIA, 2004, p.
41). A representação de tal modelo resulta numa narrativa
fragmentária, tal como é fragmentada a linguagem cristalizada a partir
do inconsciente dos personagens. As implicações teóricas são muitas,
e exigem uma maior complexidade conceitual – assim como é mais
complexa a realidade que mimetizam.
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REFERÊNCIAS
GOUVEIA, Arturo. (2003). A arte do breve. In: ______. A arte do
breve. João Pessoa: Ed. Manufatura.
GOUVEIA, Arturo. (2004). A epopéia negativa do século XX. In:
GOUVEIA, Arturo; MELO, Anaína Clara de. Dois ensaios
frankfurtianos. João Pessoa: Idéia.
LISPECTOR, Clarice. (1998). A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco.
LISPECTOR, Clarice. (1997). A paixão segundo G.H.: edição crítica.
Paris; São Paulo: ALLCA XX; Scipione Cultural.
PIGLIA, Ricardo. (2004). Formas breves. São Paulo: Companhia das
Letras.
POE, Edgar Allan. (1979). O sistema do Dr. Catrão e do Professor
Pena. In: ______. Histórias extraordinárias. Rio de Janeiro: Otto Pierre.
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