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3ª COORDENADORIA REGIONAL DE
             DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO


                    EEFM PROFª. MARIETA SANTOS




      PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP




                                                     Bela Cruz/Ce
                                                       JUNHO DE 2012


____________________________________________________________________________________________
                              “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    1
"O PPP se torna um documento vivo e eficiente na 
                                                                  medida em que serve de parâmetro para discutir 
                                                               referências, experiências e ações de curto, médio e 
                                                                                                    longo prazos".
                                                                                           Paulo Roberto Padilha
                                                                              Diretor do Instituto Paulo Freire­SP




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                              “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    2
Núcleo Gestor da Escola

                                                            José Geri Costa
                                                             Diretor Geral

                                           Esmeraldina de Souza Oliveira
                                       Coordenadora Escolar – Turno Manhã

                                           Maria Edilêda Leitão Carneiro
                                        Coordenadora Escolar – Turno Tarde

                                        Maria Dourisete Araújo
                           Coordenadora Escolar – Administrativa e Financeira

                                                Maria Vilany Araújo
                                         Coordenadora Escolar – Turno Noite

                                                Raiara Priscila Araújo Adriano
                                                     Secretária Escolar




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                              “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    3
Comissão de Elaboração

                                                             Núcleo Gestor

                           Maria Simone do Nascimento/Maria Rogelvânia Silveira
                                            Conselho Escolar

                                                         Maria Rejane Silva
                                                            Professora

                                                   Maria Luciana Nascimento
                                                      Grêmio Estudantil

                                                       Revisão Final
                                                     Maria Rejane Silva
                                               Esmeraldina de Souza Oliveira
                                               Maria Edilêda Leitão Carneiro
                                                    Maria Vilany Araújo
                                               Carlos André de Sousa Oliveira
                                               Áurea Rita Silveira – 3ª Crede
                                               Marta Maria Leitão – 3ª Crede




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                              “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    4
Sumário

                                                           Conteúdo                                                                          Pag.
Apresentação                                                                                                                                    6
Justificativa                                                                                                                                   7
Missão, Visão de Futuro, valores                                                                                                                9
1. Marco Situacional                                                                                                                           10
1.1. Identificação da escola                                                                                                                   10
2. Diagnóstico da escola                                                                                                                       11
2.1. Análise de desempenho acadêmico dos últimos 3 anos                                                                                        13
2.1.2. Indicadores internos e projeção Plametas                                                                                                13
2.2. Indicadores externos                                                                                                                      14
2.2.1. SPAECE                                                                                                                                  14
2.2.2. IDEB e Prova Brasil                                                                                                                     16
2.2.3. ENEM                                                                                                                                    16
3. Marco Doutrinal: as diretrizes filosóficas da escola                                                                                        17
4. Marco Operacional                                                                                                                           20
4.1. Dimensão Pedagógica                                                                                                                       20
4.1.1. O planejamento                                                                                                                          20
4.1.2. As metodologias do ensino                                                                                                               22
4.1.3. A avaliação                                                                                                                             22
4.1.4. A disciplina e a relação professor-aluno                                                                                                24
4.1.5. As avaliações externas: ENEM, SPAECE, SAEB, Concursos e vestibulares                                                                    31
4.1.6. O currículo escolar: concepção e perspectivas para o ensino noturno com a
                                                                                                                                               32
semestralidade
4.1.7. Currículo e o projeto Primeiro, Aprender!                                                                                               42
4.1.8. A dimensão curricular do projeto Professor Diretor de Turma                                                                             47
4.1.9. O Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos - EJA                                                                                   51
4.1.10. A Educação Especial                                                                                                                    52
4.2. Dimensão da gestão democrática e participativa                                                                                            53
4.3. Dimensão administrativa                                                                                                                   55
5. Plano de atividades                                                                                                                         62
6. Avaliação do Projeto Político-Pedagógico                                                                                                    64
7. Referências bibliográficas                                                                                                                  65
Anexo 1: quadro de pessoal                                                                                                                     66
Anexo 2: propostas curriculares                                                                                                                68




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                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
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                              “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
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Apresentação




        Nesta breve apresentação é importante destacar que este projeto pedagógico, de caráter 
também político, pretende alcançar três dimensões básicas, por meio da previsão de metas a 
cumprir. Assim sendo, está estabelecendo sonhos a realizar e por isso mesmo busca mecanismos 
de realização.
        Este projeto alcança então estas três dimensões. Primeiro o entendimento do conceito de 
projeto uma vez que reúne propostas de ações a serem realizadas definindo­se horizontes para 
tal. Segundo o entendimento de cunho político por considerar a escola como um espaço de 
formação   de   cidadãos   conscientes,   responsáveis   e   críticos,   que   atuarão   individual   e 
coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir. Por  último, resta uma 
terceira compreensão: a de que é pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos 
educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem.
        Ao  longo   deste   projeto   encontraremos   a   organização   da   escola   em   sua   missão,   seus 
valores e sua visão de futuro; características de sua clientela de atendimento, inclusive pais e 
condições   sociais   e   econômicas;  dados   sobre   a   o   desenvolvimento   acadêmico;  recursos 
disponíveis para amparar o desenvolvimento da escola, entendendo todas as suas abrangências; 
as diretrizes pedagógicas que envolvem todos os processos do ensino; questões adjacentes da 
gestão da sala de aula; e, por fim, planos de ações de intervenção escolar.




                                                             José Geri Costa
                                                                   Diretor




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                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
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Justificativa

       Para efeito inicial desta justificativa tomemos para início de discussão a reflexão posta
pelas palavras de Gadotti:

                            Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa
                            tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de
                            instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto
                            contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado
                            como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos
                            de ação possível, comprometendo seus atores e autores. (1994, p. 579)




        Na perspectiva do autor supracitado este projeto político-pedagógico vai além de um
simples agrupamento de planos de ensino e de atividades diversas porque ele não deverá ser
construído e em seguida arquivado ou encaminhado às autoridades educacionais como prova do
cumprimento de tarefas burocráticas. Ele foi construído para que todos e vindo deles, possam ter
parâmetros de trabalho educacional. Portanto, surge da necessidade emergente de um referencial
de apoio que nos dê subsídios para desenvolver nossas atividades técnico-pedagógicas, com
maior embasamento teórico, possibilitando assim, uma maior aplicabilidade dessas teorias no
contexto da sala de aula.
        Por acreditar que a prática não pode está dissociada da teoria, e partindo da ação-reflexão
dessas práticas, é que encontraremos soluções para o quadro que ora se instala em nossa
comunidade escolar, como: considerável índice de repetência em torno dos 15%; alto índice de
evasão na casa dos 10%; desmotivação do corpo docente, entre outros.
Sentimos que é necessária uma transformação, para que esta escola readquira sua função,
tornando-se um espaço prazeroso de conhecimento.
        As características que envolvem nossa proposta são: concepção do educando como
sujeito proativo, ou seja, aquele que se torna cidadão pelo fortalecimento da sua identidade
desenvolvida num processo dinâmico de relações e inter-relações consegue mesmo, com os
outros e com o mundo; processo de construção coletiva, privilegiando a participação de
professores com atuação na Unidade Escolar; reconhecimento do papel do professor como
personagem decisivo na vida dos alunos; entendimento de que a competência profissional do
professor depende do conhecimento das características de desenvolvimento do aluno, do
domínio do conteúdo objeto da aprendizagem e do seu compromisso social.
        Se considerado as características, necessidades locais e os interesses dos educadores e
dos educando, então definiremos como objetivos amplos:


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                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                     8
a) acompanhar o processo de escolarização dos alunos que apresentam situação de repetência,
isto através das taxas de escolarização do município de Bela Cruz;

b) Contribuir para a diminuição da situação de repetência dos alunos que frequentam a Unidade
Escolar;

c) trabalhar a autoestima dos alunos, dando-lhes condições de se perceberem como portadores
de conhecimento e capazes de aprender;
d) oferecer aos alunos situações diversificadas de ensino-aprendizagem no sentido de superar as
dificuldades apresentadas em classe;
e) Possibilitar aos professores uma formação em serviço, através do acompanhamento do seu
trabalho;
f) Oportunizar a melhoria da pratica pedagógica dos professores, através de cursos de formação,
mesmo considerando para isto aqueles promovido pela CREDE/SEDUC;
g) Refletir sobre as avaliações e resultados acadêmicos internos bem como os externos como
SPAECE, e ENEM;
h) Rever conteúdos básicos para o 1º médio das disciplinas matemática, língua portuguesa,
ciências, historia e geografia, considerando os parâmetros do Programa Estadual Primeiro,
Aprender!, bem como demais séries considerando os PCNs.
i) Promover a participação e desenvolvimento eficiente, eficaz e efetivo do Projeto Professor
Diretor de Turma;
j) Fazer com que nossos alunos e professores se percebam como seres históricos (fazedores de
historia), que necessitam de uma formação integral, preparando-os para exercerem o seu papel
na sociedade, de forma consciente e coerente.
l) Preparar os alunos do Ensino Médio para o mercado de trabalho, resguardando-se sempre os
princípios legais do CNE/CEB e da LDB 9394/96.
        Por fim e de modo incisivo, o que sabemos é que temos muito que caminhar, para que a
médio-longo prazo possamos ser o instrumento para a formação integral dos nossos alunos.




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                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                     9
MISSÃO


         Preparar pessoas com uma visão empreendedora e conscientes de suas responsabilidades

sociais, mediante o ensino de saberes escolares que agreguem as potencialidades da sociedade

atual.




                                                  VISÃO DE FUTURO



         Ser uma escola capaz de fazer cumprir sua missão, reconhecida pela excelência no

atendimento à comunidade escolar e local.




                                                                  VALORES

                                                             Responsabilidade social

                                                                      Consciência

                                                                       Cooperação

                                                                   Respeito mútuo




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                                “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
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1. MARCO SITUACIONAL/DIAGNÓSTICO DA ESCOLA
       1.1. Identificação da escola
1. Nome da Escola : EEFM Profª. Marieta Santos
COD/INEP: nº 23002115                           CNPJ: 01.692.720/0004-70
RECONHECIMENTO: Em andamento desde janeiro de 2012               VALIDADE:                  D.O.E.:
2- Endereço: Rua São Vicente, 699 – Centro Bela Cruz – CE          CEP: 62.570-000
3-Telefone: (88) 3663-1205                               e-mail: msantos@escola.ce.gov.br
4- Nome do Diretor: José Geri Costa
5- Membros do Núcleo Gestor:
Coordenadoras: Esmeraldina de Sousa Oliveira, Maria Dourisete Araújo, Maria Vilany Araújo, Maria Edilêda Leitão
Carneiro
6- ORGANISMOS COLEGIADOS
      CONSELHO ESCOLAR: Mandato: 17 de Março de 2012 a 17 de Março de 2014
SEGMENTO         TITULAR                  FUNÇÃO                  SUPLENTE
    Aluno             Emanuela Karic dos Santos (1º DT)                                 Membro Titular
                      Nívea Maria Alves dos Santos (2º AM)                              Membro Titular
 Funcionário          Selma Lúcia Freitas                                               Membro Titular
                      Raiara Priscila Adriano Araújo                                  Diretoria - Secretária
  Professor           Maria Rogelvânia Silveira                                       Diretoria - Presidente               Fca. Simone do Nascimento
                      Maria das Graças R. Vasconcelos                                   Diretoria - Vice-                  Sonia Maria Freitas Moura
                                                                                           Presidente
                      Maria de Fátima Costa                                                                                José Edilson Araújo
     Pais             Maria Ivoneide Pires                                                                                 Maria Zeneida do N.
                                                                                                                           Vasconcelos
Sociedade civil   Antônia Oliveira Teodósio Jovino     Membro Titular
Núcleo Gestor     José Geri Costa                       Membro Nato
                  GRÊMIO ESTUDANTIL: Mandato: 04 de Maio de 2011 a 04 de Maio de 2013
                        Titular                             Função                   S/T/T
Maria Luciana Nascimento                                  Presidente                 3º AN
Ana Paula Carneiro                                     Vice-Presidente               2º BT
Andreza Maria Teixeira                                   1º Secretária               3º BT
Maria Maísa Barroso                                      2º Secretária               3º BT
Francisca Josiane dos Santos                             1ª Tesoureira               3º BN
Antônia Amanda Araújo                                    2ª Tesoureira              2º AM
Maria Franciane Silva Souza                             Diretora Social              2º AT
                                                    Diretora de Imprensa
                                                      Diretor de Esportes
Maria Laila                                        Diretora de Cultura              3º AM
Maria Aline Hipólito                                        Oradora                  3º AT
Alex Pereira Vasconcelos                                   Suplente                  2º AN
7-Níveis de Ensino ministrada na escola: Médio
8- Números de alunos em cada nível/modalidade
Médio (Regular): 898
Educação de Jovens e Adultos (Ensino Médio): 60
Total: 967 alunos
9-Turnos da Escola: Manhã, Tarde e Noite
10-Número de professores em sala de aula: 04 Efetivos e 32 Temporários
10-Número de professores Centro de Multimeios: 11
12-Número de Servidores Efetivos (secretaria): 02
13-Número de Servidores Gerais (Efetivos): 05
14-Número de Servidores Terceirizados: 01 porteiro e 01 merendeira
15-Nº Servidores Cedidos pela PMBC: 01 vigia
16- Percentual de Professores em Sala de aula com licenciatura plena/cursando: 95%
17-Número de salas de aula: 09                        Biblioteca: 01
18- Laboratórios: 02 de Informática e 01 de Ciências Quadra Esportiva: 01      Academia Escolar: 01
Dados de março de 2012
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                                   “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                        11
2. MARCO SITUACIONAL: O DIAGNÓSTICO DA ESCOLA
                    A Escola Marieta Santos fundamenta seus fazeres administrativos e pedagógicos
de forma integrada onde o primeiro não funciona sem o segundo e vice-versa. A área
administrativa busca soluções que garantam o sucesso escolar do aluno. A gestão pedagógica
busca apropriar-se dos insumos administrativos para assegurar aos alunos o êxito acadêmico.
                    Uma escola pautada nesse duplo conceito pretende estar num cenário da
excelência educacional, mesmo tendo que lançar mão de medidas de enfrentamento às
demandas que se apresentam como contrários aos primeiros propósitos escolares.
                    Este projeto que se inicia encontra uma escola que precisa crescer nos seus
aspectos estruturais de bom ensino. Que precisa se fortalecer na sua conjuntura de elevar seus
resultados acadêmicos internos e sobre as avaliações de larga escala da qual ela faz parte.
                    Temos hoje uma escola que busca trabalhar interfaces múltiplas que constituem o
educando, favorecendo uma dimensão ampla de pessoa. Para isso, considera nos sues propósitos
escolares e educacionais os aspectos cognitivos, emocionais e os contextos de inserção social e
cultural onde o aluno se encontra.
                    As referências maiores são matrizes que definem as proficiências cognitivas
principalmente, na área da linguagem compreendendo as capacidades amplas de leitura; e da
matemática, envolvendo raciocínios lógicos que permitam transitar pelo mundo dos significados
da comunicação matemática.
                    Ademais, trabalha-se com foco na transmissão de saberes cujas bases são um
conjunto de competências cognitivas e habilidades relacionadas ao saber fazer “coisas” que o
mundo precisa além da escola. Tais fundamentos encontram amparo nos documentos oficiais
que norteiam os currículos das escolas públicas no Brasil.
                    Estes documentos são as Diretrizes Curriculares do Ensino Médio e seus
Parâmetros Curriculares. Daí forma-se todo um currículo, respeitando-se a diversidade das
pessoas, das juventudes, do mundo, ou dos mundos com os quais vivemos e con-vivemos.
                    Busca-se uma escola que encontre o anseio escolar do jovem que hoje frequenta a
escola pública. Um aluno e uma aluna que ao chegar ao Ensino Médio, não todos, mas um
grande percentual encontra-se em condição de aprendizagem e prosseguimento de estudos desta
etapa, aquém do que se espera; do desejável nos aspectos relacionados à apropriação de
conhecimentos prévios suficientes. Esta pessoa que, por vezes, se não tem estímulo e pré-
disposição exatamente pela ausência destes conhecimentos prévios, decide precocemente já na
primeira série do Ensino Médio, abandonar a escola, sem que esta possa fazer muito e sinta suas
forças reduzidas.
                    Este mesmo, que gostaríamos de chamar de cidadão pleno, mas que muitas vezes
não conseguimos alcançar, e que no turno noturno precisa trabalhar e, cansado da rotina de

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                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    12
trabalho do dia, também, sem que a escola encontre suas forças, decide abandonar a escola.
Paradoxalmente, uma escola que busca o desenvolvimento e consciência da cidadania dos seus
alunos, encontra jovens que precisam trabalhar precocemente.
                    Um jovem que nem sempre tem na escola expectativas favoráveis e positivas para
a vida. Entretanto, um jovem que tem uma vida comparada a um iceberg, do qual os
trabalhadores da educação, por vezes, só conseguem enxergar a ponta.
                    O Projeto Professor Diretor de Turma colabora para que estes problemas deixem
de existir. Cada um destes Diretores de Turma se envolve no que podem para a boa gerência da
sala de aula, indo do desenvolvimento acadêmico à diminuição da evasão escolar, tão presente,
em torno ano a ano de 10%.
                    Os pais dos nossos alunos demonstram pouca escolaridade, Isto favorece um
clima de distanciamento da escola, de acompanhamento às tarefas escolares. Mesmo tendo um
número bom de visitas individuais à escola, vemos que comparecem mesmo somente em grande
maioria para assinatura de boletins, bimestralmente. Isso prova que é um grande desafio que a
escola tem. No Marco Operacional buscaremos alternativas para enfrentamento dessa
dificuldade.
                    Em questionários aplicados aos professores estes apontaram que é preciso que
haja mais integração da equipe escolar; que a problemática da indisciplina tem lugar muito forte,
atribuindo-se também à ausência por parte dos pais junto aos alunos, bem como falta de
amadurecimento emocional por parte dos alunos.
                    Os professores também se manifestaram quando indagados sobre a Sala de
Leitura que aquele espaço tem tido grandes avanços no atendimento escolar; que os laboratórios
de informática tem colaborado na formação dos docentes ofertando cursos tais como e-proinfo,
muito embora ações direcionadas diretamente à sala de aula ainda deixem a desejar; que o
Laboratório de Ciência precisa estreitar relações diretas com a sala de aula, destacando-se,
porém, a iniciação científica, como força da escola; que a Academia é um incentivo aos alunos,
bem como a quadra esportiva. Sobre o aproveitamento do tempo pedagógico os professores
relatam que precisa focar mais nos conceitos específicos de cada disciplina do currículo. Todos
afirmam que tem se esforçado muito para o atendimento dos objetivos acadêmicos, mesmo
diante das dificuldades, inclusive, para melhoras dos resultados do SPAECE.
                    Algo positivo na escola é o olhar que esta tem para a educação especial, onde
existe atendimento especializado através da Sala Multifuncional. Grande também é a força da
alimentação escolar ofertada aos alunos, também por conta do destino de 30% de cada recurso
para compras de produtos da agricultura familiar, o que torna esta alimentação mais próxima dos
alunos e menos industrializada.
                    Isto posto sobre as características gerais da escola, colocadas em contexto

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                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    13
filosófico, histórico, social e emocional, muito pela circunstância, temos consciência do
tamanho dos desafios que o tempo nos apresenta. Precisamos colocar no chão da escola nossas
forças como formas de nos sustentar perante as ameaças.
                    O quadro de professores é recém-graduado o que lança à escola oportunizar
tempos de formação continuada, nem sempre disponíveis, eficazes, com resultados no trabalho
docente. Apenas um percentual aproximado em 5% do grupo de docentes tem estabilidade, ou
seja, é efetivo da rede estadual e está em sala de aula. Dos preceitos de Marx (2002) entende-se
que a experiência e as memórias de trabalho são capazes de transformar a realidade que nos
cerca nos nossos serviços, tendo como ponto de partida a transformação de si mesmo, conforme.
Então assimilamos que este fosso de tempo interfere. Os demais são contratados na forma da Lei
22/2000, para suprir carências. Destes, 95% é da rede municipal e detém uma jornada de
trabalho até de 60 horas semanais, somadas as desta escola. É fácil notar que esta condição pode
interferir seriamente no exercício eficaz da docência.


2.1. ANÁLISE DO DESEMPENHO ACADÊMICO DOS ÚLTIMOS 3 ANOS
2.1.2. Indicadores Internos e projeção PLAMETAS:
                                                        SÉRIE HISTÓRICA
                                                           2006-2011

                 ANO BASE                                      APROVAÇÃO                     REPROVAÇÃO                         EVASÃO
                    (%)                                           (%)                            (%)                              (%)

                        2006                                            86,9                            6,6                          6,4
                        2007                                            87,6                            8,1                          4,3
                        2008                                            83,3                            9,9                         6,38
            2009
                                                                        85.0                            8,5                          6,5
     PROJEÇÃO PLAMETAS

  2009 – RESULTADO INTERNO                                              85,7                            4,8                          9,5

            2010
                                                                        86.0                            7,8                          6,2
     PROJEÇÃO PLAMETAS

  2010 – RESULTADO INTERNO                                              83,9                            5,9                         10,2

  2011 – RESULTADO INTERNO                                              85.0                            8,5                          6,5
             DESAFIO - 2012                                             87,0                             7,5                         5,5
            2012
                                                                        87,0                            7,5                          5,5
     PROJEÇÃO PLAMETAS

        Sobre o quadro acima vale ressaltar que, quando falamos de PLAMETAS se refere a um
plano de metas estabelecidas primeiramente pelo diretor ou diretora responsável pela escola.

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                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    14
Este foi elaborado por ocasião de uma política estadual assumida a partir de 2009 com
fechamento de ciclo em 2012. Pudemos notar que há imaginariamente uma linha sinuosa dos
resultados. Isto indica um trabalho a ser melhorado no sentido de tal curva ser sempre
ascendente.
        Sobre os indicadores internos é preciso dizer que eles traduzem um momento dinâmico
da escola. Situações ano a ano são repaginadas pelo ingresso de novos alunos, evolução
biológica dos que já frequentam a escola dentre outros. Fazer uma leitura estática de cada ano
seria por de lado um conjunto de fatores mutáveis que sofrem intervenções cotidianas e que
podem aqui e acolá não falar por si só. É preciso, portanto, antes de qualquer análise ponderar
tais aspectos.
        Já no que diz respeito ao que é da escola, - e cabe a pergunta o que é mesmo da escola?-
sua equipe docente é diretamente responsável pelo que se interpreta acerca dos dados acima. As
variáveis do contexto escolar, a permuta de professores talvez conduza ao efeito de aprovação
aqui lido: o do “serrote” como alguns preferem chamar. Há que se considerar tais variáveis.
Numa escola que não se mantém um quadro de professores, onde a cada ano há troca, ou pior a
cada semestre, por circunstâncias do quadro efetivo ser o mínimo, busca-se entendimento para o
efeito distorcido aprovação/reprovação. São formações em serviço “desperdiçadas”. Um esforço
de gestão tenta enfrentar tais situações. O que explica de 2008 a 2010 existir cinco pontos
percentuais para menos em reprovação, quando não se aprovou na mesma medida? A resposta
está num terceiro ingrediente: o jeito fácil com que o aluno deixa a escola. Não ver motivos
nela? Existe um currículo distante do que pretende quem freqüenta a escola à procura de coisas
que façam sentido? Perguntas chaves que não encontram respostas imediatistas. Requerem
reflexão; trabalho e esforço coletivo de um conjunto (todos) de todos que fazem a escola;
empreendimentos pedagógicos eficazes e vorazes, determinantes, vigorosos de ruptura de
modelos “antigos” de escola; formação docente capaz de superar decepções escolares. Estas
questões serão levadas à baila durante este projeto pedagógico. Assim definiremos nossos
horizontes políticos e estruturais de escola.
2.2. Indicadores Externos
2.2.1. SPAECE
                                                  SPAECE 2010 - 9º ANOS
                                                                                              Nível da Proficiência
                           Escola
                                                                                        LP                                      MT
Escola Marieta Santos                                               232,4                                                      238,8
                                                   SPAECE 2011- 9º ANOS

                                                                                                 Nível da Proficiência
                           Escola
                                                                                        LP                                        MT
 ____________________________________________________________________________________________
                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    15
Escola Marieta Santos                                                                   239,7                                     252,2



                                                1º ANO – ENSINO MÉDIO
                                  LP                                                                               MT

  2008               2009                 2010                 2011                  2008                2009                2010               2011

  212,3              230,2               238,0                239,7                 221,2                235,7              247,4             238,5*


                                                2º ANO – ENSINO MÉDIO
                                  LP                                                                               MT

  2008              2009                 2010                  2011                 2008                 2009                2010              2011

 223,6              237,9                240,8                258,5                 238,2                248,3              251,8              260,8



                                                3º ANO – ENSINO MÉDIO
                                 LP                                                                                MT

  2008              2009                 2010                  2011                 2008                 2009                2010              2011

  231,7             248,0                249,2               244,1*                251,3                270,8               258,2             256,8*


UMA ANÁLISE INTERPRETATIVA ALÉM DOS NÚMEROS
         Vamos abordar o que de objetivo existe diante dos números apresentados. Comecemos
pelos 9º anos do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio.
         Primeiro é importante trazer à reflexão que o trabalho pedagógico com os 9º anos
aproxima do que se apresenta como resultado no 1º ano do Ensino Médio, na transição 2010 e
2011. Os números tecnicamente segundo o nível de proficiência são praticamente os mesmos, o
que se nota é que ao chegar no Ensino Médio parece nos por ao encontro de um fato curioso
pedagogicamente: o aluno mostra estacionar. É uma questão para um trabalho mais intenso já no
1º ano ou melhor dizendo, fortalecer o que existe. Entretanto vale ressaltar que os alunos
provenientes da rede municipal não apresentam o mesmo indicador. Por vezes ultrapassam a
casa dos 20% em linha descendente.
         Colocando o ponto de vista especificamente nos 1ºs anos do Ensino Médio há um fato
que merece atenção: uma linha ascendente com maior evidência entre 2008 e 2010 o que não
ocorre na mesma linha entre 2010 e 2011, em se tratando da Língua Portuguesa. Em

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                                “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                     16
Matemática, os níveis de proficiências ao longo dos anos são mais consistentes. Seria o fato da
familiaridade com a matemática mais próxima do aluno? Chama atenção a proficiência 2010 em
matemática bem como sua queda em 2011.
         Quanto aos resultados do 2º ano pode-se notar evidente trabalho pedagógico ao longo
dos anos, tanto em português quanto em matemática. Isto evidencia que a escola tem agregado,
muito embora num universo mais amplo de proficiências, signifique pouco. Quando se recebe o
aluno no 1º ano evidencia-se pelos indicadores que a escola tem ampliado o universo de
habilidades. Basta observar a evolução interna/série e por também um olhar sobre o ano
anterior/série.
         Agora cabe uma pergunta: o que tem acontecido com o trabalho quando se trata da
evolução 2º/3º ano e a evolução também numa serie histórica dentro da mesma série.
Percebemos que há um “gargalo” pedagógico de difícil entendimento. Há inclusive quedas
consistentes nos dois aspectos anteriormente citados. Para efeito deste estudo, isto pode ser
observado pelas marcas em asterisco no texto numérico.
         O que evidencia um trabalho de crescimento é quando lemos nesta última abordagem
(marcas de cor laranja) a evolução 2008/2009/2010 considerando o ciclo do Ensino Médio, são
as taxas de crescimento tanto e português quanto em matemática. Na série 2008/2009/2010 (os
mesmos alunos evoluindo ao longo do Ensino Médio), em português e matemática há
igualmente 37 pontos percentuais de crescimento. Já no ciclo 2009/2010/2011 (também
determinados alunos evoluindo ao longo do Ensino Médio) os números são menores, menos
da metade em média: 14 pontos em português e 21 em matemática. O que deverá ter
havido? A escola teria perdido suas forças? Há apenas outro fator sob esta leitura: entre o 2º e 3º
ano a ascendência é bem menos notável.
         A escola considera que os números quando negativos podem ser atribuídos a uma
necessidade de maior formação pedagógica, bem como, maior envolvimento de pais no trabalho
escolar o que geraria maior pré-disposição dos alunos. Quando se trata de dados positivos,
atribui serem por força de investimentos didáticos e de infra-estrutura da escola dentro dos
padrões mínimos de funcionamento. Também de um envolvimento de toda a escola em trono da
melhoria de seus indicadores acadêmicos. Contudo falta algo que remeta a uma empreitada
maior em termos de currículo inovador e que encontre aspirações reais de mundo, especialmente
o do aluno.


2.2.2. IDEB/PROVA BRASIL (ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL)
2005: 3,5       2007: 3,8 (Meta IDEB: 3,5) 2009: 4,5 (Meta IDEB 3,7) 2011: ... (Meta IDEB 3,9)
2.2.3. ENEM
2009

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                                “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                     17
Média da Prova Objetiva: 426,4                                    Média Total (Objetiva e Redação): 495,91
2010
Média da Prova Objetiva: 428,3                                     Média Total (Objetiva e Redação): 485,91
          Quanto aos indicadores do Ensino Fundamental, 9º ano, o que não mais atende a escola
neste ano de 2012, a escola tem demonstrado êxito. Percebe-se claramente que as metas posta
pelo IDEB são atingidas de maneira até considerável. O que a escola nota é que há uma ruptura
de motivação na chamada “dobradiça” Ensino Fundamental e Ensino Médio. Seria o currículo
mais extenso? Menos atrativo? Eis questões para reflexão a a serem postas no marco
operacional deste projeto pedagógico.
          Acerca do ENEM, a escola necessita de um trabalho mais intensivo quanto ao ENEM em
todas suas dimensões: pedagógica e de participação. Leituras múltiplas de mundo que coloque o
aluno dentro da proposta e matriz curricular do ENEM. Os níveis de escrita dos alunos ficam
além do que se exige no ENEM, bem como no que se refere ao domínio das cinco competências
que abrangem o exame.


3. MARCO DOUTRINAL: AS DIRETRIZES FILOSÓFICAS DA ESCOLA


                    O que dizer sobre a concepção; a visão de sociedade, homem, educação,
instituição, currículo, ensino, aprendizagem, metodologia e orientação paradigmática desta
escola?
                    Diante da realidade retratada, os referenciais que podemos dispor são aqueles que
submetem toda uma equipe escolar a uma dinâmica um pouco menos retórica, mais prática,
voltada para as suas problemáticas reais. Que se ponham seus desafios e lancem para o futuro
seus sonhos por meio de plano de ação consistentes. A direção para a qual nos movemos define
o conjunto destes planos a ver no marco operacional deste projeto de escola. Que pode ser
ousado, contudo.
                    Propomo-nos aqui a criar ou, re-criar, uma escola que alcance o jovem que nela
se matricula. Que jovem mesmo é este. A resposta pode ser simples: meninos e meninas, que
atravessam uma parte da vida para serem moças e rapazes, jovens e adultos, envoltos num
universo de juventudes múltiplas, e multifacetadas. Fazer uma escola para esse jovem significa,
portanto, recriar os espaços, tempos e fazeres pedagógicos.
                    E que ideal essa escola vislumbra para estes jovens que a freqüentam no seu dia a
dia? Para levar ao entendimento desta questão recorremos a DAYRELL, 2007:


                                           A educação da juventude, a sua relação com a escola, tem sido alvo de
                                           debates que tendem a cair numa visão apocalíptica sobre o fracasso da

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                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    18
instituição escolar, com professores, alunos e suas famílias culpando-se
                                           mutuamente. Para a escola e seus profissionais, o problema situa-se na
                                           juventude, no seu pretenso individualismo de caráter hedonista e
                                           irresponsável, dentre outros adjetivos, que estaria gerando um
                                           desinteresse pela educação escolar. Para os jovens, a escola se mostra
                                           distante dos seus interesses, reduzida a um cotidiano enfadonho, com
                                           professores que pouco acrescentam à sua formação, tornando-se cada vez
                                           mais uma “obrigação” necessária, tendo em vista a necessidade dos
                                           diplomas. Parece que assistimos a uma crise da escola na sua relação
                                           com a juventude, com professores e jovens se perguntando a que ela se
                                           propõe (2007- pág. 1105)


                    Então passamos a enxergar todo o universo que cerca o jovem da Escola Marieta
Santos não como um desafio proposto, mas como sujeito propenso a possibilidades de maior
entendimento a uma causa escolar. Desse modo, ao definir princípios norteadores de uma
proposta pedagógica para uma escola marcada pelo quadro situado no diagnóstico anterior,
teremos que intencionar um trabalho diferenciado. Isto significa rever, principalmente, os seus
horizontes de chagada, com definição dos pontos de saída.
                    Que currículo propor? Um Ensino Médio que alavanque de verdade o que o
jovem busca na escola. É preciso compreender primeiro que o currículo precisa ser revisto;
adequar-se a estes jovens. Talvez ou com certeza, mais motivador, sem “grades” disciplinares
que permita ao aluno escolhas; com possibilidades, inclusive, do que fazer e estudar nesta
escola. Nos próximos tempos será preciso zerar a conta dos saberes e reinventá-los numa
tentativa de gerar redes de significados novos, superpostos ao que há e existe nos contextos
escolares. Precisa-se pensar num currículo de “asas”, talvez por escolhas semestrais, evitando
assim o abandono de uma escola que nada traz de interessante em estar presente. Sinalizamos
aqui para uma escola mais próxima do aluno, capaz de torná-los adultos de verdade, onde suas
escolhas possam definir suas projeções e projetos de vida; onde a arte esteja presente, mas
alinhada a uma proposta de matemática voltada para a arte, para as linguagens. Uma escola feita
de escolhas curriculares onde as ciências humanas favoreçam a compreensão das naturais, re-
significado a cadeia de aprendizagens e saberes escolares.
                    Esta empreitada certamente passa por uma visão diferente de ensinar e poder
revisar o que venha a ser “dar aula”, na visão de Demo (2009). Uma escola Marieta Santos
pautada em sentidos práticos de ensino que encontre um currículo jovem, deve estar antenada
numa perspectiva simbólica de uma nova didática. As metodologias de ensino devem
necessariamente apontar em tal direção. Os professores deverão deixar de “dar aulas” e
assumirem papeis de incentivadores de descobridores de novas “coisas”. Para isto estaria esta

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                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    19
proposta de escola que rumaria para dissipar seus resultados aquém dos desejados.
                    Para compreender melhor esse papel de nova escola Marieta Santos é preciso
também compreender o seguinte: a existência de uma nova condição juvenil no Brasil. O jovem
que chega às escolas públicas, na sua diversidade, apresenta características, práticas sociais e um
universo simbólico próprio que o diferenciam e muito das gerações anteriores (Abramo, 2005).
É importante situar o lugar social desses jovens, o que vai determinar, em parte, os limites e as
possibilidades com os quais constroem uma determinada condição juvenil. Podemos constatar
que a vivência da juventude nas camadas populares é dura e difícil: os jovens enfrentam desafios
consideráveis. Ao lado da sua condição como jovens, alia-se a da pobreza, numa dupla condição
que interfere diretamente na trajetória de vida e nas possibilidades e sentidos que assumem a
vivência juvenil. Um grande desafio cotidiano é a garantia da própria sobrevivência, numa
tensão constante entre a busca de gratificação imediata e um possível projeto de futuro.
                    Para finalizar este pensamento,
                                                                   o mundo da cultura aparece como um espaço
                                                                   privilegiado de práticas, representações, símbolos e
                                                                   rituais, no qual os jovens buscam demarcar                                   uma
                                                                   identidade juvenil. Longe dos olhares dos pais,
                                                                   educadores ou patrões, mas sempre os tendo como
                                                                   referência, os jovens constituem culturas juvenis que
                                                                   lhes dão uma identidade como jovens. Estas culturas,
                                                                   como        expressões          simbólicas          da      sua      condição,
                                                                   manifestam-se na diversidade em que esta se constitui,
                                                                   ganhando visibilidade por meio dos mais diferentes
                                                                   estilos, que têm no corpo e seu visual uma das suas
                                                                   marcas distintivas. Jovens ostentam os seus corpos e,
                                                                   neles, as roupas, as tatuagens, os piercings, os brincos,
                                                                   dizendo da adesão a um determinado estilo, demarcando
                                                                   identidades individuais e coletivas, além de sinalizar um
                                                                   status social almejado. Ganha relevância também a
                                                                   ostentação dos aparelhos eletrônicos, principalmente o
                                                                   MP3 e o celular, cujo impacto no cotidiano juvenil
                                                                   precisa ser mais pesquisado (Abrantes, 2003).
                    A equipe desta escola deverá estar atenta a estas culturas do aluno que tem.
Distante desse entendimento de cultura juvenil corre-se o risco de permanecer num entrave
latente escola-aluno. Uma equipe que quer; que deseja; que trabalha muito; somente conseguirá
atingir seus objetivos educacionais e sociais quando se perceber como co-participante dessas
relações dialógicas com seu sujeito chamado aluno, chave do quebra-cabeça profissional que lhe
envolve todo dia. Estes não seriam os tempos e espaços, permeados por suas vidas próprias,
____________________________________________________________________________________________
                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    20
aqueles que os meninos e meninas, moças e rapazes, querem para dar salto a um projeto de vida
adulta? O que faz a escola Marieta Santos no seu trabalho que lhe distancia de tais ideais?
                    Uma colocação última que cabe no contexto: a comunidade, aquela que está no
entorno, ou no centro da escola, os pais dos alunos, ou suas famílias ditas “novas famílias”, que
percepção terão de tudo? Serão convidadas para a discussão temporal e espacial de tudo aqui
dito. Sentirão estas perspectivas nos seus instantes mágicos de mudança. Convidá-la para a
discussão é pertinente, então. Sobretudo, fazê-la perceber por si só, transformações no berço da
escola dos seus filhos, esta será a grande missão e relevância social da Escola Marieta Santos.

4. MARCO OPERACIONAL

                    Para construirmos este marco operacional levamos em conta os dados
apresentados no marco situacional, bem como os princípios orientadores dispostos no marco
doutrinal. A considerar Vasconcelos (2000) compreenderemos este marco a partir de três grandes
dimensões da escola, prevalecendo a organização da mesma.


4.1. Dimensão Pedagógica:
4.1.1. O planejamento: O fazemos sob uma ótica de compartimentalização onde os saberes
     escolares normalmente se apresentam dissociados da rotina ideal de vida do aluno.
     Planejemos “coisas” que, por vezes, não refletem necessidades reais de aprendizado. Os
     olhares devem estar voltados para o que se segue.

                    O planejamento do ensino considerará todos os resultados escolares internos e
externos; as demandas sociais, econômicas e culturais dos alunos; as proficiências apresentadas
pelos alunos ao chegarem na escola, bem como as adquiridas ao longo de sua permanência; os
resultados de permanência dos alunos na instituição; as demandas de formação continuada dos
professores; e todos os aspectos cujas relações latentes estejam intricadas a estes fatores.
                    Por assim dizer, necessita o ato de planejar de envolvimento de equipe capaz de ir
além das informações explícitas que se tem dos alunos; deverá buscar informações adjacentes,
por vezes tácitas no envolvimento social, emocional e cognitivo dos educandos. Cada plano de
aula deverá dispor de mecanismos suficientes para a superação do que não se apresenta como
desejado, esperado dos alunos, desde sua predisposição mais singular à escola até aspectos mais
singulares mais claros tais como motivação e estímulo.
                    Para atender ao aqui disposto os professores se reunião semanalmente, em horário
convergente, nas áreas do conhecimento definidas pelos Parâmetros Curriculares do Ensino
Médio e demais orientações oficiais emanadas dos mesmos. Estas áreas abrangem o currículo
em: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da
natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias. Nesta última área os professores
____________________________________________________________________________________________
                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    21
estarão reunidos num mesmo dia.
                    Em sistema coletivo os professores, acompanhados por coordenadores escolares
ligados a área pedagógica bem como por professores coordenadores de área, terão como pautas
permanentes as 10 estruturas aqui apresentadas na forma de objetivos:
                    a) aportar mais sobre soluções que mesmo sobre dificuldades, sendo estas, pontos
de partidas das discussões para a promoção de estímulos aos alunos para aprender bem e
permanecer na escola no ciclo de ensino/modalidade a que se propõe;
                    b) enxergar a educação com alegria como possibilidade de transformá-la, gerando
como frutos jovens realmente importantes na vida em sociedade, colaborando para a melhoria
da vida em comum e individual;
                    c) marcar os pontos relevantes do ensino, alinhando a estes as situações dos
conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, de onde emanam novos posicionamentos
por parte do aluno, dando a estes o poder de fazer escolhas e propor mudanças sociais e nas suas
vidas;
                    d) elaborar e revisar os planos de ensino colocando-os no centro das discussões
quando se tratar da seleção de conteúdos historicamente acumulados e sistematizados,
articulando-os sempre aos novos saberes apresentados pelo mundo contemporâneo, globalizado
e informacional;
                    e) elaborar e adequar os planos de aula aos contextos e orientações emanadas da
Secretaria da Educação, resguardando-se os preceitos deste projeto e autonomia da escola, bem
como os sujeitando às necessidades cognitivas, emocionais e sociais dos alunos, além de
garantir respeito às peculiaridades regionais e locais;
                    f) assegurar e garantir planos de aula condizentes e coerentes com as realidades
dos alunos e seus contextos reais de vida, mobilizando para isso uma cadeia de saberes
suficientes de dar conta de resgatar ou fazer emergir as potencialidades dos alunos;
                    g) definir em colegiado as situações de escolha de objetivos do ensino,
competências e habilidades necessárias capazes de remetê-las ao acesso de conteúdos
específicos;
                    h) selecionar metodologias e formas de avaliar numa perspectiva formativa de
modo a ir ao encontro de um ensino dinâmico e de mobilidade pedagógica onde o aluno sinta-se
à vontade para as aprendizagens e permanecer na escola;
                    i) organizar os processos burocráticos pertinentes à função da escola, de acordo
com este projeto, sempre dando prioridade ao que melhor servir socialmente ao aluno;
                    j) colaborar com o desenvolvimento da escola como um todo, abrangendo os seus
aspectos mais variados: de gestão, de condução pedagógica, de condutas e princípios aqui
balizados, preservando-se sempre a sua missão, sua visão de futuro e seus valores.

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                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    22
Da forma aqui descrita os planejamentos deverão operacionalizar-se na estrutura
 abaixo:


                            Área                                           Dia da Semana                                  Horário
L. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias                                     Terça­Feira                             19h40 às 22h
Ciências Humanas e suas tecnologias                                          Quarta­Feira                             19h40 às 22h
Ciências da Natureza e suas Tecnologias                                      Quinta­Feira                             19h40 às 22h
Matemática e suas tecnologias                                                Quinta­Feira                             19h40 às 22h


 4.1.2. As metodologias do ensino: Ainda estão centradas na perspectiva de dar aulas por meio
 da exposição e da resposta. Aulas expositivas que, na sua grande maioria levam ao cansaço por
 parte do aluno. Será preciso rever noutros sentidos.
                     As metodologias do ensino devem priorizar a investigação, a pesquisa, a
 curiosidade. Deve-se pensar num aluno e numa aluna que vai além do conhecimento exposto no
 livro ou na lousa, ou nas apostilas. Ao aluno caberá ter a oportunidade de escolher os caminhos
 por onde seguir, descobrir seu fim; enxergar seu horizonte. Ao professor, caberá propor rumos
 de ensino embasado nas teorias de ensino a exemplo de Nóvoa (2009), onde o aluno será o
 grande respondente de questões formuladas pelos livros ou pelo professor. Deve saber que os
 conhecimentos não estão prontos, podem ser re-inventados.
                     As metodologias do ensino irão ao redor da escola, percebendo sua dinâmica e
 mobilidade constante, na medida em que o globo está sempre em movimento. A aula feita,
 pronta, cederá ligar a um ambiente vivo, que provoque desejos de ir além do que se sabe. O
 aluno para o SPAECE ou para o ENEM estará pautado nestas investigações metodológicas.
 Serão todos os docentes convidados a um grande passeio ao desconhecido por meio das
 literaturas oficiais e disponibilizadas na sala de leitura e nas mídias disponíveis, já na escola.
 Isso perpassa por um conjunto de formações em serviço às quais os professores estarão
 didaticamente e metodologicamente sujeitos. Lançarão mãos dos ambientes de ampliação
 pedagógica tal como laboratórios de informática e de ciências, e seus coordenadores.
                     Esta aula se superpõe a uma rotina multifacetada, com nuances de “coisas” novas
 para ensinar e de jeito também novo, diferente. O professor da escola, envolto deste projeto
 pedagógico estará dentro de um currículo móvel, de “asas” conforme Mello (2008).


 4.1.3. A avaliação: Quase sempre de caráter de memorização onde o que “se dá” também se
 cobra, distanciando-se de um papel de negociação de ensino e aprendizagem, este colocando a
 avaliação escolar no lugar de mediadora dos processos pedagógicos.
                     Uma infinidade de teóricos nos conduziria à repetição. No entanto, como todas as

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                                “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                     23
suas infinitas teorias são verdades, então é preciso crer que os processos de avaliação dos alunos
os quais estão apontados neste projeto pedagógico concebido de decisões, requerem um olhar
digamos, pretensioso. Pretensioso no sentido de que agrega intenções múltiplas dos muitos
agentes envolvidos. Isto porque a avaliação dos alunos passa por um entendimento onde o
diretor escolar ou os coordenadores são pessoas atentas e envolvidas. Se os alunos vão bem, está
tudo bem para todos. Se os alunos vão mal, então somente estes os envolvidos? Pensar no todo é
pressuposto imprescindível para sinalizar tomada de decisões acertadas, agora coletivas porque
os resultados são de um conjunto de sujeitos direta ou indiretamente envolvidos nos processos
de avaliação escolar.
                    A partir destas colocações é possível afirmar que os alunos podem quando todos
podem. As tarefas avaliativas são dos alunos e dos professores e da escola. Um trabalho de
equipe avalia o grupo ou a individualidade da participação? Se o grupo vale como resposta,
avalia a equipe porque um está dentro do outro. Caso avalie a individualidade da participação
cabe imaginar que a intervenção de cada um fez o sucesso de todos. Parecem as duas faces da
mesma moeda. Como redator não vou me permitir a decisão individual do que seja correto.
Apenas me limitar a uma questão: avaliar na perspectiva deste projeto pressupõe um olhar
amplo, de ida e volta; de permanente intervenção, do aluno, do professor, do gestor escolar sob
vários pontos de vista. Que sejam estes válidos para cada um de tais agentes.
                    Em termos práticos, o que se evidencia é que o aluno não irá ser avaliado pelo
que não sabe, mas pelo que teve capacidade de abstrair daquilo que lhe foi permitido aprender.
O professor não será o carrasco, aquele que “dar” a nota vermelha, mas o que sinaliza para o
aluno que ele errou e que tais erros não sucumbem os acertos. Se há algo que foi aprendido isto
importa mais do que aquilo que não foi. O que fazer a partir daí? Retomar os aspectos que não
foram alcançados com o propósito inicial e apontar para caminhos de superação. Este deverá ser
o projeto do professor a colocar o aluno num patamar novo de aquisição de saberes na escola.
Isto vale para o que se pretende com avaliações internas ou externas.
                    Vimos o quadro de avaliações internas numa série histórica. Há um “efeito
serrote”, de subida e descida ao longo dos anos de 2006 a 2011. Parece que as intervenções não
foram suficientes. Então caberia uma concepção próxima os princípios aqui expostos desde o
início. Podemos olhar para as marcas filosóficas deste projeto e veremos um sinal que algo saiu
do alcance ou que algo não havia sustentação de trabalho pedagógico. É importante refletir
sobre estas questões onde estão iminentes a avaliação ou a forma como esta é adotada, feita em
sala de aula. Portanto, resta o entendimento de que é preciso ir e voltar, sem ter o significado de
queda de queda e salto. Ver os lados da moeda, buscar os mistérios envoltos nessas viradas.
Embora pareça metafórico, o óbvio surge. É preciso avaliar de modo consciente.
                    Os alunos da Escola Marieta Santos serão avaliados por seus professores sob um

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                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    24
ponto de vista de crescimento, de acertos, não de erros. Este segundo, servirá de escada para
reverter os erros e transformá-los num segundo momento em possibilidade real de certeza no
que fez. São processos subconscientes renovados que devem ser apresentados aos alunos.
                    A partir deste ponto abordaremos as formas técnicas de avaliar com o
entendimento de que as intenções pedagógicas se superpõem aos números. Desse modo
quaisquer métodos ou técnicas somativas de sistematização de saberes devem ser submetidas a
uma apreciação qualitativa, de formação de avaliação contínua porque este mecanismo está para
conduzir e por para fora e não parta finalizar, internalizar introspectivamente, ou seja, dar fim
aos processos. Impede-se esta compreensão pura e simplesmente pelo fato de que as
aprendizagens não têm por si um fim. Não seria a avaliação que daria cabo a este pensamento.
                    A avaliação paralela desse modo é intensa, permanente, dentro dos duzentos dias
letivos legais. Todo dia para ser mais claro, a cada momento que perceber-se a necessidade e
sempre sob a ótica da metáfora de que avaliar é enxergar o processo como as duas faces da
mesma moeda. Não há que se confundir recuperação paralela com recuperação final. Esta
segunda tem seu tempo organizado para além dos duzentos dias letivos calendarizados pela
escola. Quanto à primeira, em quaisquer reuniões de conselho de classe podem já ser definidos
rumos a partir de uma complementação de estudos, quando levada a proposta com seriedade e
responsabilidade. Ou na hora exata que o professor achar conveniente.
                    A escola determinará a seguinte estratégia de apuração de resultados acadêmicos
para coleta de dados ao final de cada bimestre. Vamos perceber que cada componente curricular
agrupa um portfólio de informações acerca do rendimento escolar do aluno ao longo do bimestre
numa perspectiva de somatória escalonada de 0 a 10, valendo para aprovação a aquisição de
uma nota 6,0. Veremos a seguir a estruturação destes valores:
   •    Língua Portuguesa: 02 trabalhos dirigidos (4 pontos); 01 redação (2 pontos); 1 prova
        escrita ao final do bimestre (4 pontos). Total: 10 pontos
   •    Matemática: 02 trabalhos dirigidos (4 pontos); 01 prova discursiva (2 pontos); 1 prova
        escrita ao final do bimestre (4 pontos). Total: 10 pontos
   •    Física/química/biologia: 0 trabalho dirigido (2,5 pontos); 01 prática laboratorial (2,5
        pontos); 1 prova escrita ao final do bimestre (5 pontos). Total: 10 pontos
   •    História/geografia/filosofia/sociologia/arte: 01 trabalho dirigido (2 pontos); 01
        seminário (3 pontos); 1 prova escrita ao final do bimestre (5 pontos). Total: 10 pontos
   •    Língua Estrangeira: 01 trabalho dirigido (2 pontos); conversação e tradução (3 pontos);
        1 prova escrita ao final do bimestre (5 pontos). Total: 10 pontos
   •    Educação Física: 01 trabalho dirigido (2 pontos); prática de educação física (3 pontos);
        1 prova escrita ao final do bimestre (5 pontos). Total: 10 pontos


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                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    25
4.1.4. A disciplina e a relação professor-aluno: Com grandes situações de conflitos. Por
muitas vezes, o professor lança mão da equipe gestora perdendo de modo implícito sua
autoridade de professor e condutor da gestão direta da sala de aula. Portanto, para haver uma
ruptura deste pensamento será preciso alguns novos entendimento acerca do tema.
                    Nas relações da gestão da sala de aula devem vigorar os princípios que alicerçam
este projeto abrangendo os aspectos da formação geral e acadêmica de cada aluno. Este é um
ponto de fundamental cujos elementos existentes e vividos demarcam todo o desenvolvimento
da aula, do estar com o aluno, implicando suas relações de convívio com aquele que ele
denomina professor ou professora. Para sustentar ideais de uma gestão de sala de aula eficaz
apresentamos algumas recomendações aos professores.
                    As regras e os procedimentos variam de sala para sala, mas todas as turmas bem
geridas possuem-nas. É impossível para um professor dar instruções ou fazer trabalhos com
alunos de forma produtiva se eles não têm nenhuma linha orientadora sobre como agir na sala de
aula ou quando sair da sala ou ainda para controlar as interrupções nas suas conversas com o
professor ou com os seus colegas. Além disso, a insuficiência de procedimentos ou a ausência de
rotina na sala de aula pode conduzir à perca de tempo e a uma perca de atenção e interesse por
parte do aluno. Ao expor as regras e procedimentos na sala de aula, o professor deve mostrar
claramente ao aluno o comportamento que ele espera deles. Isso criará condições para os alunos
adotarem comportamentos adequados nas atividades escolares.
                    Evidentemente, que conhecer o comportamento apropriado não garante que os
estudantes adotem esses comportamentos ideais. Contudo, as expectativas claras no que
concerne aos comportamentos adequados são a base da instalação de uma sala de aula bem
gerida.
                    Várias regras diferentes são possíveis, mas um regulamento, geralmente, com
menos de dez regras, deve ser desenvolvido para cobrir áreas mais importantes do
comportamento na sala de aula. As regras devem ser gerais e abranger uma série de
comportamentos da sala de aula. Para cada regra, os exemplos de comportamentos a serem
adotados devem ser indicados. As regras devem ser feitas para que a mensagem recebida seja
positiva, e deve especificar quais são as expectativas para os alunos. Os professores devem
discutir suas expectativas com os seus alunos. O professor deve ser um exemplo em relação ao
comportamento intolerável. O regulamento que o professor escolhe pode ser usado de maneiras
diferentes. Primeiro, os professores devem discutir com os alunos no primeiro dia de aula.
Também é importante que as regras sejam estabelecidas na sala de aula e cada aluno deve ter
uma cópia da carta. Finalmente, o professor deverá referir-se às regras específicas para lembrar
aos alunos o comportamento adequado a adotar durante o ano letivo. Frequentemente, são
empregadas as seguintes regras básicas e os comportamentos a elas associados:

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                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
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a) trazer todos os materiais necessários na sala de aula: É importante que os alunos saibam exatamente o
que levar para a aula para que esta regra seja seguida. Os alunos precisam de saber se eles
devem levar uma caneta, lápis, calculadora, papel,um notebook ou um caderno de textos;
b) estar no lugar e pronto para trabalhar após o toque;
c) respeitar e ser cortês com todos;
d) não falar ou deixar sua sala quando alguém está falando: esta regra é muito específica e interpela
comportamentos dos estudantes que, se eles são tolerados, podem tornar-se uma fonte de
desordem comportamental;
e) respeitar a propriedade dos outros: a regra pode incluir orientações como: a) manter a sala limpa e
arrumada, b) recolher o lixo, c) devolver o material emprestado, d) não escrever nas mesas, e)
não usar as coisas de alguém sem permissão;
f) obedecer todas as regras da escola: Esta regra é útil porque ela lembra aos alunos que as regras da
escola também se aplicam à sua turma. Isto também sugere que se aplicam a todas as áreas
abrangidas pelas regras da escola. Os alunos precisam ser envolvidos na criação do regulamento
para que se sintam envolvidos por essas regras e desenvolvam alguma responsabilidade pelo seu
comportamento. Envolver os alunos pode ser feito de várias formas, como uma discussão das
razões para o estabelecimento de um sistema de regras esclarecendo o significado de regras
específicas. Outra maneira de envolver os estudantes é o de permitir que eles partilhem os seus
pontos de vista no processo de criação de regras específicas. Isso pode ser feito na escola com
um representante dos estudantes que participa da criação de regulamentos. Os professores
devem escolher e selecionar as sanções da violação dessas regras ou pelo respeito a elas. Isso
deve ser abordado como um reforço positivo. O reforço é um evento (por exemplo, a atividade,
o acesso a um item favorito, um privilégio ou uma interação social), que mantém ou aumenta a
probabilidade futura da resposta na sequência do reforço. O reforço pode ser positivo, o que é a
apresentação preferencial do evento, acompanhando o comportamento desejado do aluno, ou o
reforço negativo, o que impede que o evento preferencial ou a apresentação de uma punição na
sequência de uma violação regra. O reforço deve ser sempre usado nos alunos. Além disso, as
razões para a utilização do reforço devem ser claras para o aluno que a recebe e para a turma. O
elogio pode ser um método de reforço positivo eficaz, especialmente entre as crianças e
adolescentes. As linhas condutoras que se seguem são exemplos de como reduzir e corrigir a
violação de regras.
                     Em cada classe, podemos encontrar diferentes alunos motivados por coisas
diferentes. Um aluno pode estar muito interessado num assunto particular, procura atividades de
aprendizagem, que representam um desafio, participa ativamente nas discussões na sala, realiza
os exercícios e recebe notas altas nas avaliações. Enfim, cada um tem seu jeito de motivar-se
para algo que estar por vir.

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                                “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                     27
Organização da sala de aula

                    O ponto de partida da prática de gestão de sala de aula é uma gestão eficaz do
espaço físico da sala de aula para que o ensino esteja indo bem. O layout físico da classe inclui
espaço, mobiliário, equipamentos, e material escolar. Este é o ponto de partida lógico porque é
uma tarefa que o professor deve fazer antes da aprendizagem ou que o ensino inicie. Os
professores encontrarão o planejamento de outros aspectos da gestão mais fácil da sala de aula
depois de terem concebido a ideia de como o layout físico da sua sala será. A boa disposição da
sala de aula ajuda na gestão da mesma, pois pode ajudar a atender as complexas demandas de
ensino em grupos. Quanto ao projeto de formato das salas os professores devem tomar decisões
sobre:
a) A disposição das mesas, carteiras e cadeiras; b) A localização da mesa do professor e outros
recursos; c) A localização do espaço utilizado para as apresentações; d) A forma como os alunos
e professores recebem materiais e material escolar; f) O fluxo de tráfego entre as linhas; g) A
forma como os alunos saem e entram na sala.

Ideias-chave para a boa gestão de sala de aula

                    As seguintes ideias-chave serão úteis como linhas orientadoras quando os
professores tiverem que tomar decisões relativas à concepção da sala.
a) manter os corredores livres para circulação: os corredores incluem as secções para o trabalho
em grupo, o espaço próximo ao quadro, lixo, portas, estantes e acessórios, os líderes de sala. As
áreas de maior circulação deverão estar livres e separadas umas das outras e ser facilmente
acessíveis;
b) certifique-se que os alunos estão no campo de visão do professor: este é um componente
importante de gestão de uma sala. Se o professor não pode ver os alunos, será difícil impedir que
a indisciplina se instale. Nesse sentido, é importante que a gestão da sala permita que o
professor veja os seus alunos e que estes estejam sentados;
c) mantenha os materiais usados com frequência à mão: a gestão eficaz da sala de aula inclui
também terminar uma atividade e começar imediatamente outra, reduzindo o tempo gasto para
se guardar o material e preparar a nova atividade. Isto requer um bom planejamento da aula;
d) certifique-se que os alunos vêem claramente as apresentações: certifique-se que assentos
permitirão que os alunos vejam a tela de projeção ou o quadro, sem mover as suas cadeiras, as
mesas ou virarem a cabeça;
e) assegurar que alunos que se dão bem sentem-se lado a lado: os alunos que parecem dar-se
bem, sem se tornarem indisciplinados, devem ser agrupados próximos um do outro na sala de
aula. Além disso, os alunos são posicionados, de modo a que possam ajudar-se uns aos outros;
f) as aulas que enfatizam métodos de leitura exigirão um arranjo diferente daquelas que
____________________________________________________________________________________________
                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    28
enfatizam a discussão como um método de ensino em primeiro lugar. O professor deve pensar,
que tipo de arranjo é mais benéfico para seus métodos e seu estilo de ensino.
g) posição dos grupos para reduzir distrações entre os estudantes: os locais onde os alunos
trabalham em grupos ou individualmente devem ser colocados numa área com um mínimo de
distrações externas. Os professores devem considerar as distrações potenciais provenientes das
janelas ou portas;

As relações interpessoais na sala de aula

                    A qualidade da relação professor-aluno afeta grandemente se as necessidades dos
alunos são satisfeitas ou não. Os alunos passam uma percentagem enorme de seu tempo
trabalhando com o professor e outros estudantes. Porque os professores são responsáveis pela
avaliação dos trabalhos de estudantes e pela monitoria da qualidade de vida na sala de aula, eles
são figuras proeminentes na vida dos estudantes. Os professores eficazes compreendem o
impacto que têm sobre os alunos e usam essa influência para ajudá-los a se realizarem
academicamente.
Qualquer um que tenha ensinado há já muito tempo percebeu que os alunos querem e precisam
de um professor positivo para ser associado com o rigor, os limites realistas e técnicas de ensino.
A capacidade de produzir uma atitude acolhedora e solidária associado aos objetivos realistas é
uma tarefa difícil para os novos professores. Os professores eficazes devem, ser capazes de
impor o respeito. É sua responsabilidade garantir que os alunos hajam bem em grupo. Ser
caloroso e carinhoso é tão importante quanto como o rigor. O ensino exige uma mistura de
todos estes ingredientes chave. As habilidades de comunicação que se apresentam a seguir vão
ajudar os professores a desenvolverem relacionamentos abertos e eficazes com os alunos.


Estabelecer relacionamento eficaz com os alunos.
1. Criar um sistema aberto, profissional e adequado com os alunos:
Embora as decisões específicas que o professor assume no que concerne ao seu relacionamento
com os alunos dependam da idade destes, os temas básicos relacionados com as relações entre
professor e aluno são semelhantes entre os diferentes níveis de ensino. Uma questão importante
implica saber de que forma é que o professor quer que seu relacionamento com o aluno seja
aberto qual o seu grau de envolvimento. Os professores podem escolher entre três tipos gerais de
relação professor-aluno.
a) Quase uma abertura completa, na qual o professor partilha muitos valores e problemas
pessoais com o aluno;
b) Uma abertura relativa às reações do professor com uma partilha limitada de aspectos que
refletem a vida do professor fora da escola.

____________________________________________________________________________________________
                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    29
c) A ênfase quase exclusiva na matéria. O professor não partilha qualquer sentimento ou reação,
ele concentra-se no seu trabalho educativo.
O primeiro tipo de relação é essencialmente escolhido por professores que trabalham em
ambientes informais com alunos mais velhos. Devemos, no entanto, evitar tornar-mo-nos
excessivamente envolvidos em atividades ou interesses dos alunos fora da escola, especialmente
se somos professores do ensino médio.
2. Construir sistematicamente melhores relações.
É altamente recomendável que os professores sempre atuem no desenvolvimento de uma relação
positiva professor-aluno. Os professores podem expressar seus interesses e perguntas:
controlando a qualidade das suas relações com os alunos, tendo em vista a manutenção de um
diálogo positivo; criando oportunidades para uma entrevista pessoal com o aluno e;
demonstrando seus interesses que são também importantes para os alunos.
3. Comunicar expectativas elevadas
A forma como o professor comunica as suas expectativas sobre o desempenho do aluno é um
fator importante nas relações professor-aluno. Numa variedade de formas subtis ou não tão
subtis, o professor comunica com alguns alunos inteligentes, capazes e responsáveis, enquanto
que os outros percebem a mensagem que eles são maus alunos, incompetentes e irresponsáveis.
É óbvio que os nossos comportamentos queriam expectativas positivas, favorecem quase sempre
as relações professor-aluno e que aqueles que demonstram expectativas negativas não só criam
relações professor-aluno desfavoráveis, mas também geram uma baixa autoestima e reduzem a
aprendizagem. Como professores, devemos estar conscientes da importância de comunicar
expectativas positivas a todos os alunos. Periodicamente, nós devemos recolher dados sobre a
forma como interagimos com nossos alunos na sala de aula; analisar esses dados para ver se as
interações são animadoras ou não; determinar se nós respondemos de forma diferente a certos
alunos e, dessa forma, tentar mudar a nossa maneira de comunicar as expectativas positivas para
todos os alunos.
4. Criar oportunidades para discussões pessoais
                    Como em qualquer relacionamento, é útil aprender a se conhecer, sem as
interrupções causadas por eventos diários. As ideias a seguir podem ser utilizadas pelos
professores para florescer a sua relação com o aluno para além do contexto educacional. Os
professores são encorajados a usar estas idéias no contexto apropriado.
   a) Demonstrar interesse em relação às atividades dos alunos;
   b) Comer com os alunos na hora do lanche;
   c) Enviar cartas e notas aos alunos;
   d) Usar uma caixa de sugestões;
   e) Juntar-se a atividades da escola e da comunidade;

____________________________________________________________________________________________
                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    30
f) Participar dos jogos recreativos dos alunos;
   g) Fazer cartões de aniversário.


Usar as suas habilidades de comunicação eficaz com os alunos
                    A importância do uso de habilidades de comunicação efetiva pode nunca ser
demasiado avançada. Elas são a base para a boa gestão da sala de aula. Sem usar essas
habilidades, qualquer tentativa de criar um ambiente de aprendizagem positivo e bem gerido
está fadado ao fracasso. Bem desenvolvidas, as relações interpessoais são essenciais para
responder às necessidades individuais, importantes para a segurança e os sentimentos de
pertença e autoestima. Além de criar relações que têm em conta as necessidades mais
importantes dos alunos, uma comunicação eficaz permite-nos igualmente satisfazer as nossas
necessidades e os nossos objetivos profissionais. Os professores eficazes devem ter
conhecimentos substanciais em duas categorias principais de comunicação, respectivamente as
competências de envio de dados e de recepção de dados. As habilidades de envio de dados é
usada quando se fala a alguém. As competências de recepção de dados são técnicas que podem
ser utilizadas para melhorar a nossa capacidade de ouvir.


Compreender a turma
                    A turma, pela sua própria natureza, está sujeita a muitas interações e emoções. Ao
agrupar mais de 30 alunos numa sala pequena, a escola cria um ambiente altamente interativo. A
interação entre colegas é natural e desejável para todos os ambientes de aprendizagem. A
educação em grupo é necessária porque ela é muito mais rápida e porque uma boa educação
envolve aprender como funcionar em grupo. A influência do grupo é influenciada pela
concorrência encontrada na maioria das salas de aula. Os estudantes competem para as notas
mais altas, a fim de integrarem um grupo de leitura enriquecida ou outro ... Mesmo quando
utilizamos métodos individualizados e queremos desvalorizar a competição, os estudantes têm
muitas oportunidades para comparar seu trabalho com o dos seus colegas.                                                                  É
compreensível, até mesmo inevitável que as aulas sejam conduzidas por um alto grau de
interação e troca espontânea de emoções. Mesmo quando utilizamos métodos individualizados e
minimizamos a concorrência, os alunos têm diversas oportunidades. Embora os professores
expressem suas frustrações e dúvidas sobre o aspecto altamente negativo da pressão proveniente
dos colegas, o grupo pode ser um fator positivo e encorajador na sala. Quando os alunos se
sentem valorizados por seus colegas e, quando as interações são caracterizadas por uma atenção
particular e auxiliante, os alunos experimentam uma sensação de segurança, um sentimento de
pertença e de carinho, respeito do outro, e poder. Os alunos são assim capazes de se
concentrarem totalmente na aprendizagem e tornam-se mais propensos a assumirem riscos na

____________________________________________________________________________________________
                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    31
tentativa de adquirir novas habilidades. Os professores precisam de perceber que os grupos,
como os indivíduos, têm necessidades que devem ser satisfeitas para que o grupo funcione de
forma eficaz.
                    Se o grupo trabalha de modo encorajador, com objetivos comuns, os professores
devem reservar um tempo para atividades que permitam que os alunos aprendam a conhecer eles
próprios, de desenvolver um sentimento de pertença, e criar redes de amizade diversas. Um
grupo só pode continuar a responder de forma satisfatória aos objetivos de aprendizagem da
turma depois que estes sentimentos tenham sido desenvolvidos. Para atingir as características
positivas do grupo, o professor pode sugerir: atividades sobre o conhecimento; atividades para
estabelecer uma boa coesão do grupo; atividades para expandir as várias áreas de interesse.


4.1.5. As avaliações externas: ENEM, SPAECE, SAEB, concursos e vestibulares
                    O conjunto das avaliações externas tem por si sós valores fundamentais na
construção de diagnósticos eficazes. É ponto de partida para a reflexão das práticas pedagógicas
existentes e a se planejarem no âmbito do que pretende a escola. Os desempenhos acadêmicos
marcados pelas avaliações externas são considerados pela escola como molas-mestras dos
processos de gestão.
                    O Exame Nacional do Ensino Médio e o SAEB colocam a escola dentro de um
sistema de avaliação de larga escala em contexto nacional. Vale sua importância posto que a
escola pode se ver enquanto sistema micro e de tal forma, se espelhar em contexto relacional
com outros sistemas escolares.
                    Quando nos reportamos ao Sistema Permanente de Avaliação Básica do Estado
do Ceará -SPAECE, adota-se uma postura mais atenciosa. É nesta avaliação que todos os
processos de gestão que abrangem a escola podem ser vistos mais de perto, voltam a la mesma
com mais preocupação, isto porque funciona também como mecanismo de avaliação de gestores
e professores.
                    Todos os resultados coletados anualmente pelo SPAECE são estudados dentro da
própria escola. A equipe de professores debruça-se sobre os dados e apontam novos rumos.
Como se pode observar nos itens postos no marco situacional, estamos caminhado com
melhorias, muito embora apresentem-se fraquezas pontuais dependendo das leituras feitas.
Notamos que precisamos fazer mais, de forma mais eficaz, realmente, de forma mensurável.
Requer um trabalho onde as estratégias pedagógicas possam ter seus resultados realmente
medidos. Temos internamente um projeto de nome SPAEMAS que funciona como um sistema
micro de avaliação de sistema, da própria escola, no formato do SPAECE. Precisamos melhorá-
lo uma vez que é visto como uma ação boa e que pode trazer resultados mais vigorosos.
                    Precisamos criar melhores estratégias de participação dos alunos em concursos e

____________________________________________________________________________________________
                               “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.
                                                                                                                                                    32
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  • 1. 3ª COORDENADORIA REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO EEFM PROFª. MARIETA SANTOS PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO – PPP Bela Cruz/Ce JUNHO DE 2012 ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 1
  • 2. "O PPP se torna um documento vivo e eficiente na  medida em que serve de parâmetro para discutir  referências, experiências e ações de curto, médio e  longo prazos". Paulo Roberto Padilha Diretor do Instituto Paulo Freire­SP ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 2
  • 3. Núcleo Gestor da Escola José Geri Costa Diretor Geral Esmeraldina de Souza Oliveira Coordenadora Escolar – Turno Manhã Maria Edilêda Leitão Carneiro Coordenadora Escolar – Turno Tarde Maria Dourisete Araújo Coordenadora Escolar – Administrativa e Financeira Maria Vilany Araújo Coordenadora Escolar – Turno Noite Raiara Priscila Araújo Adriano Secretária Escolar ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 3
  • 4. Comissão de Elaboração Núcleo Gestor Maria Simone do Nascimento/Maria Rogelvânia Silveira Conselho Escolar Maria Rejane Silva Professora Maria Luciana Nascimento Grêmio Estudantil Revisão Final Maria Rejane Silva Esmeraldina de Souza Oliveira Maria Edilêda Leitão Carneiro Maria Vilany Araújo Carlos André de Sousa Oliveira Áurea Rita Silveira – 3ª Crede Marta Maria Leitão – 3ª Crede ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 4
  • 5. Sumário Conteúdo Pag. Apresentação 6 Justificativa 7 Missão, Visão de Futuro, valores 9 1. Marco Situacional 10 1.1. Identificação da escola 10 2. Diagnóstico da escola 11 2.1. Análise de desempenho acadêmico dos últimos 3 anos 13 2.1.2. Indicadores internos e projeção Plametas 13 2.2. Indicadores externos 14 2.2.1. SPAECE 14 2.2.2. IDEB e Prova Brasil 16 2.2.3. ENEM 16 3. Marco Doutrinal: as diretrizes filosóficas da escola 17 4. Marco Operacional 20 4.1. Dimensão Pedagógica 20 4.1.1. O planejamento 20 4.1.2. As metodologias do ensino 22 4.1.3. A avaliação 22 4.1.4. A disciplina e a relação professor-aluno 24 4.1.5. As avaliações externas: ENEM, SPAECE, SAEB, Concursos e vestibulares 31 4.1.6. O currículo escolar: concepção e perspectivas para o ensino noturno com a 32 semestralidade 4.1.7. Currículo e o projeto Primeiro, Aprender! 42 4.1.8. A dimensão curricular do projeto Professor Diretor de Turma 47 4.1.9. O Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos - EJA 51 4.1.10. A Educação Especial 52 4.2. Dimensão da gestão democrática e participativa 53 4.3. Dimensão administrativa 55 5. Plano de atividades 62 6. Avaliação do Projeto Político-Pedagógico 64 7. Referências bibliográficas 65 Anexo 1: quadro de pessoal 66 Anexo 2: propostas curriculares 68 ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 5
  • 6. ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 6
  • 7. Apresentação Nesta breve apresentação é importante destacar que este projeto pedagógico, de caráter  também político, pretende alcançar três dimensões básicas, por meio da previsão de metas a  cumprir. Assim sendo, está estabelecendo sonhos a realizar e por isso mesmo busca mecanismos  de realização. Este projeto alcança então estas três dimensões. Primeiro o entendimento do conceito de  projeto uma vez que reúne propostas de ações a serem realizadas definindo­se horizontes para  tal. Segundo o entendimento de cunho político por considerar a escola como um espaço de  formação   de   cidadãos   conscientes,   responsáveis   e   críticos,   que   atuarão   individual   e  coletivamente na sociedade, modificando os rumos que ela vai seguir. Por  último, resta uma  terceira compreensão: a de que é pedagógico porque define e organiza as atividades e os projetos  educativos necessários ao processo de ensino e aprendizagem. Ao  longo   deste   projeto   encontraremos   a   organização   da   escola   em   sua   missão,   seus  valores e sua visão de futuro; características de sua clientela de atendimento, inclusive pais e  condições   sociais   e   econômicas;  dados   sobre   a   o   desenvolvimento   acadêmico;  recursos  disponíveis para amparar o desenvolvimento da escola, entendendo todas as suas abrangências;  as diretrizes pedagógicas que envolvem todos os processos do ensino; questões adjacentes da  gestão da sala de aula; e, por fim, planos de ações de intervenção escolar. José Geri Costa Diretor ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 7
  • 8. Justificativa Para efeito inicial desta justificativa tomemos para início de discussão a reflexão posta pelas palavras de Gadotti: Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possível, comprometendo seus atores e autores. (1994, p. 579) Na perspectiva do autor supracitado este projeto político-pedagógico vai além de um simples agrupamento de planos de ensino e de atividades diversas porque ele não deverá ser construído e em seguida arquivado ou encaminhado às autoridades educacionais como prova do cumprimento de tarefas burocráticas. Ele foi construído para que todos e vindo deles, possam ter parâmetros de trabalho educacional. Portanto, surge da necessidade emergente de um referencial de apoio que nos dê subsídios para desenvolver nossas atividades técnico-pedagógicas, com maior embasamento teórico, possibilitando assim, uma maior aplicabilidade dessas teorias no contexto da sala de aula. Por acreditar que a prática não pode está dissociada da teoria, e partindo da ação-reflexão dessas práticas, é que encontraremos soluções para o quadro que ora se instala em nossa comunidade escolar, como: considerável índice de repetência em torno dos 15%; alto índice de evasão na casa dos 10%; desmotivação do corpo docente, entre outros. Sentimos que é necessária uma transformação, para que esta escola readquira sua função, tornando-se um espaço prazeroso de conhecimento. As características que envolvem nossa proposta são: concepção do educando como sujeito proativo, ou seja, aquele que se torna cidadão pelo fortalecimento da sua identidade desenvolvida num processo dinâmico de relações e inter-relações consegue mesmo, com os outros e com o mundo; processo de construção coletiva, privilegiando a participação de professores com atuação na Unidade Escolar; reconhecimento do papel do professor como personagem decisivo na vida dos alunos; entendimento de que a competência profissional do professor depende do conhecimento das características de desenvolvimento do aluno, do domínio do conteúdo objeto da aprendizagem e do seu compromisso social. Se considerado as características, necessidades locais e os interesses dos educadores e dos educando, então definiremos como objetivos amplos: ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 8
  • 9. a) acompanhar o processo de escolarização dos alunos que apresentam situação de repetência, isto através das taxas de escolarização do município de Bela Cruz; b) Contribuir para a diminuição da situação de repetência dos alunos que frequentam a Unidade Escolar; c) trabalhar a autoestima dos alunos, dando-lhes condições de se perceberem como portadores de conhecimento e capazes de aprender; d) oferecer aos alunos situações diversificadas de ensino-aprendizagem no sentido de superar as dificuldades apresentadas em classe; e) Possibilitar aos professores uma formação em serviço, através do acompanhamento do seu trabalho; f) Oportunizar a melhoria da pratica pedagógica dos professores, através de cursos de formação, mesmo considerando para isto aqueles promovido pela CREDE/SEDUC; g) Refletir sobre as avaliações e resultados acadêmicos internos bem como os externos como SPAECE, e ENEM; h) Rever conteúdos básicos para o 1º médio das disciplinas matemática, língua portuguesa, ciências, historia e geografia, considerando os parâmetros do Programa Estadual Primeiro, Aprender!, bem como demais séries considerando os PCNs. i) Promover a participação e desenvolvimento eficiente, eficaz e efetivo do Projeto Professor Diretor de Turma; j) Fazer com que nossos alunos e professores se percebam como seres históricos (fazedores de historia), que necessitam de uma formação integral, preparando-os para exercerem o seu papel na sociedade, de forma consciente e coerente. l) Preparar os alunos do Ensino Médio para o mercado de trabalho, resguardando-se sempre os princípios legais do CNE/CEB e da LDB 9394/96. Por fim e de modo incisivo, o que sabemos é que temos muito que caminhar, para que a médio-longo prazo possamos ser o instrumento para a formação integral dos nossos alunos. ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 9
  • 10. MISSÃO Preparar pessoas com uma visão empreendedora e conscientes de suas responsabilidades sociais, mediante o ensino de saberes escolares que agreguem as potencialidades da sociedade atual. VISÃO DE FUTURO Ser uma escola capaz de fazer cumprir sua missão, reconhecida pela excelência no atendimento à comunidade escolar e local. VALORES Responsabilidade social Consciência Cooperação Respeito mútuo ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 10
  • 11. 1. MARCO SITUACIONAL/DIAGNÓSTICO DA ESCOLA 1.1. Identificação da escola 1. Nome da Escola : EEFM Profª. Marieta Santos COD/INEP: nº 23002115 CNPJ: 01.692.720/0004-70 RECONHECIMENTO: Em andamento desde janeiro de 2012 VALIDADE: D.O.E.: 2- Endereço: Rua São Vicente, 699 – Centro Bela Cruz – CE CEP: 62.570-000 3-Telefone: (88) 3663-1205 e-mail: msantos@escola.ce.gov.br 4- Nome do Diretor: José Geri Costa 5- Membros do Núcleo Gestor: Coordenadoras: Esmeraldina de Sousa Oliveira, Maria Dourisete Araújo, Maria Vilany Araújo, Maria Edilêda Leitão Carneiro 6- ORGANISMOS COLEGIADOS CONSELHO ESCOLAR: Mandato: 17 de Março de 2012 a 17 de Março de 2014 SEGMENTO TITULAR FUNÇÃO SUPLENTE Aluno Emanuela Karic dos Santos (1º DT) Membro Titular Nívea Maria Alves dos Santos (2º AM) Membro Titular Funcionário Selma Lúcia Freitas Membro Titular Raiara Priscila Adriano Araújo Diretoria - Secretária Professor Maria Rogelvânia Silveira Diretoria - Presidente Fca. Simone do Nascimento Maria das Graças R. Vasconcelos Diretoria - Vice- Sonia Maria Freitas Moura Presidente Maria de Fátima Costa José Edilson Araújo Pais Maria Ivoneide Pires Maria Zeneida do N. Vasconcelos Sociedade civil Antônia Oliveira Teodósio Jovino Membro Titular Núcleo Gestor José Geri Costa Membro Nato GRÊMIO ESTUDANTIL: Mandato: 04 de Maio de 2011 a 04 de Maio de 2013 Titular Função S/T/T Maria Luciana Nascimento Presidente 3º AN Ana Paula Carneiro Vice-Presidente 2º BT Andreza Maria Teixeira 1º Secretária 3º BT Maria Maísa Barroso 2º Secretária 3º BT Francisca Josiane dos Santos 1ª Tesoureira 3º BN Antônia Amanda Araújo 2ª Tesoureira 2º AM Maria Franciane Silva Souza Diretora Social 2º AT Diretora de Imprensa Diretor de Esportes Maria Laila Diretora de Cultura 3º AM Maria Aline Hipólito Oradora 3º AT Alex Pereira Vasconcelos Suplente 2º AN 7-Níveis de Ensino ministrada na escola: Médio 8- Números de alunos em cada nível/modalidade Médio (Regular): 898 Educação de Jovens e Adultos (Ensino Médio): 60 Total: 967 alunos 9-Turnos da Escola: Manhã, Tarde e Noite 10-Número de professores em sala de aula: 04 Efetivos e 32 Temporários 10-Número de professores Centro de Multimeios: 11 12-Número de Servidores Efetivos (secretaria): 02 13-Número de Servidores Gerais (Efetivos): 05 14-Número de Servidores Terceirizados: 01 porteiro e 01 merendeira 15-Nº Servidores Cedidos pela PMBC: 01 vigia 16- Percentual de Professores em Sala de aula com licenciatura plena/cursando: 95% 17-Número de salas de aula: 09 Biblioteca: 01 18- Laboratórios: 02 de Informática e 01 de Ciências Quadra Esportiva: 01 Academia Escolar: 01 Dados de março de 2012 ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 11
  • 12. 2. MARCO SITUACIONAL: O DIAGNÓSTICO DA ESCOLA A Escola Marieta Santos fundamenta seus fazeres administrativos e pedagógicos de forma integrada onde o primeiro não funciona sem o segundo e vice-versa. A área administrativa busca soluções que garantam o sucesso escolar do aluno. A gestão pedagógica busca apropriar-se dos insumos administrativos para assegurar aos alunos o êxito acadêmico. Uma escola pautada nesse duplo conceito pretende estar num cenário da excelência educacional, mesmo tendo que lançar mão de medidas de enfrentamento às demandas que se apresentam como contrários aos primeiros propósitos escolares. Este projeto que se inicia encontra uma escola que precisa crescer nos seus aspectos estruturais de bom ensino. Que precisa se fortalecer na sua conjuntura de elevar seus resultados acadêmicos internos e sobre as avaliações de larga escala da qual ela faz parte. Temos hoje uma escola que busca trabalhar interfaces múltiplas que constituem o educando, favorecendo uma dimensão ampla de pessoa. Para isso, considera nos sues propósitos escolares e educacionais os aspectos cognitivos, emocionais e os contextos de inserção social e cultural onde o aluno se encontra. As referências maiores são matrizes que definem as proficiências cognitivas principalmente, na área da linguagem compreendendo as capacidades amplas de leitura; e da matemática, envolvendo raciocínios lógicos que permitam transitar pelo mundo dos significados da comunicação matemática. Ademais, trabalha-se com foco na transmissão de saberes cujas bases são um conjunto de competências cognitivas e habilidades relacionadas ao saber fazer “coisas” que o mundo precisa além da escola. Tais fundamentos encontram amparo nos documentos oficiais que norteiam os currículos das escolas públicas no Brasil. Estes documentos são as Diretrizes Curriculares do Ensino Médio e seus Parâmetros Curriculares. Daí forma-se todo um currículo, respeitando-se a diversidade das pessoas, das juventudes, do mundo, ou dos mundos com os quais vivemos e con-vivemos. Busca-se uma escola que encontre o anseio escolar do jovem que hoje frequenta a escola pública. Um aluno e uma aluna que ao chegar ao Ensino Médio, não todos, mas um grande percentual encontra-se em condição de aprendizagem e prosseguimento de estudos desta etapa, aquém do que se espera; do desejável nos aspectos relacionados à apropriação de conhecimentos prévios suficientes. Esta pessoa que, por vezes, se não tem estímulo e pré- disposição exatamente pela ausência destes conhecimentos prévios, decide precocemente já na primeira série do Ensino Médio, abandonar a escola, sem que esta possa fazer muito e sinta suas forças reduzidas. Este mesmo, que gostaríamos de chamar de cidadão pleno, mas que muitas vezes não conseguimos alcançar, e que no turno noturno precisa trabalhar e, cansado da rotina de ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 12
  • 13. trabalho do dia, também, sem que a escola encontre suas forças, decide abandonar a escola. Paradoxalmente, uma escola que busca o desenvolvimento e consciência da cidadania dos seus alunos, encontra jovens que precisam trabalhar precocemente. Um jovem que nem sempre tem na escola expectativas favoráveis e positivas para a vida. Entretanto, um jovem que tem uma vida comparada a um iceberg, do qual os trabalhadores da educação, por vezes, só conseguem enxergar a ponta. O Projeto Professor Diretor de Turma colabora para que estes problemas deixem de existir. Cada um destes Diretores de Turma se envolve no que podem para a boa gerência da sala de aula, indo do desenvolvimento acadêmico à diminuição da evasão escolar, tão presente, em torno ano a ano de 10%. Os pais dos nossos alunos demonstram pouca escolaridade, Isto favorece um clima de distanciamento da escola, de acompanhamento às tarefas escolares. Mesmo tendo um número bom de visitas individuais à escola, vemos que comparecem mesmo somente em grande maioria para assinatura de boletins, bimestralmente. Isso prova que é um grande desafio que a escola tem. No Marco Operacional buscaremos alternativas para enfrentamento dessa dificuldade. Em questionários aplicados aos professores estes apontaram que é preciso que haja mais integração da equipe escolar; que a problemática da indisciplina tem lugar muito forte, atribuindo-se também à ausência por parte dos pais junto aos alunos, bem como falta de amadurecimento emocional por parte dos alunos. Os professores também se manifestaram quando indagados sobre a Sala de Leitura que aquele espaço tem tido grandes avanços no atendimento escolar; que os laboratórios de informática tem colaborado na formação dos docentes ofertando cursos tais como e-proinfo, muito embora ações direcionadas diretamente à sala de aula ainda deixem a desejar; que o Laboratório de Ciência precisa estreitar relações diretas com a sala de aula, destacando-se, porém, a iniciação científica, como força da escola; que a Academia é um incentivo aos alunos, bem como a quadra esportiva. Sobre o aproveitamento do tempo pedagógico os professores relatam que precisa focar mais nos conceitos específicos de cada disciplina do currículo. Todos afirmam que tem se esforçado muito para o atendimento dos objetivos acadêmicos, mesmo diante das dificuldades, inclusive, para melhoras dos resultados do SPAECE. Algo positivo na escola é o olhar que esta tem para a educação especial, onde existe atendimento especializado através da Sala Multifuncional. Grande também é a força da alimentação escolar ofertada aos alunos, também por conta do destino de 30% de cada recurso para compras de produtos da agricultura familiar, o que torna esta alimentação mais próxima dos alunos e menos industrializada. Isto posto sobre as características gerais da escola, colocadas em contexto ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 13
  • 14. filosófico, histórico, social e emocional, muito pela circunstância, temos consciência do tamanho dos desafios que o tempo nos apresenta. Precisamos colocar no chão da escola nossas forças como formas de nos sustentar perante as ameaças. O quadro de professores é recém-graduado o que lança à escola oportunizar tempos de formação continuada, nem sempre disponíveis, eficazes, com resultados no trabalho docente. Apenas um percentual aproximado em 5% do grupo de docentes tem estabilidade, ou seja, é efetivo da rede estadual e está em sala de aula. Dos preceitos de Marx (2002) entende-se que a experiência e as memórias de trabalho são capazes de transformar a realidade que nos cerca nos nossos serviços, tendo como ponto de partida a transformação de si mesmo, conforme. Então assimilamos que este fosso de tempo interfere. Os demais são contratados na forma da Lei 22/2000, para suprir carências. Destes, 95% é da rede municipal e detém uma jornada de trabalho até de 60 horas semanais, somadas as desta escola. É fácil notar que esta condição pode interferir seriamente no exercício eficaz da docência. 2.1. ANÁLISE DO DESEMPENHO ACADÊMICO DOS ÚLTIMOS 3 ANOS 2.1.2. Indicadores Internos e projeção PLAMETAS: SÉRIE HISTÓRICA 2006-2011 ANO BASE APROVAÇÃO REPROVAÇÃO EVASÃO (%) (%) (%) (%) 2006 86,9 6,6 6,4 2007 87,6 8,1 4,3 2008 83,3 9,9 6,38 2009 85.0 8,5 6,5 PROJEÇÃO PLAMETAS 2009 – RESULTADO INTERNO 85,7 4,8 9,5 2010 86.0 7,8 6,2 PROJEÇÃO PLAMETAS 2010 – RESULTADO INTERNO 83,9 5,9 10,2 2011 – RESULTADO INTERNO 85.0 8,5 6,5 DESAFIO - 2012 87,0 7,5 5,5 2012 87,0 7,5 5,5 PROJEÇÃO PLAMETAS Sobre o quadro acima vale ressaltar que, quando falamos de PLAMETAS se refere a um plano de metas estabelecidas primeiramente pelo diretor ou diretora responsável pela escola. ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 14
  • 15. Este foi elaborado por ocasião de uma política estadual assumida a partir de 2009 com fechamento de ciclo em 2012. Pudemos notar que há imaginariamente uma linha sinuosa dos resultados. Isto indica um trabalho a ser melhorado no sentido de tal curva ser sempre ascendente. Sobre os indicadores internos é preciso dizer que eles traduzem um momento dinâmico da escola. Situações ano a ano são repaginadas pelo ingresso de novos alunos, evolução biológica dos que já frequentam a escola dentre outros. Fazer uma leitura estática de cada ano seria por de lado um conjunto de fatores mutáveis que sofrem intervenções cotidianas e que podem aqui e acolá não falar por si só. É preciso, portanto, antes de qualquer análise ponderar tais aspectos. Já no que diz respeito ao que é da escola, - e cabe a pergunta o que é mesmo da escola?- sua equipe docente é diretamente responsável pelo que se interpreta acerca dos dados acima. As variáveis do contexto escolar, a permuta de professores talvez conduza ao efeito de aprovação aqui lido: o do “serrote” como alguns preferem chamar. Há que se considerar tais variáveis. Numa escola que não se mantém um quadro de professores, onde a cada ano há troca, ou pior a cada semestre, por circunstâncias do quadro efetivo ser o mínimo, busca-se entendimento para o efeito distorcido aprovação/reprovação. São formações em serviço “desperdiçadas”. Um esforço de gestão tenta enfrentar tais situações. O que explica de 2008 a 2010 existir cinco pontos percentuais para menos em reprovação, quando não se aprovou na mesma medida? A resposta está num terceiro ingrediente: o jeito fácil com que o aluno deixa a escola. Não ver motivos nela? Existe um currículo distante do que pretende quem freqüenta a escola à procura de coisas que façam sentido? Perguntas chaves que não encontram respostas imediatistas. Requerem reflexão; trabalho e esforço coletivo de um conjunto (todos) de todos que fazem a escola; empreendimentos pedagógicos eficazes e vorazes, determinantes, vigorosos de ruptura de modelos “antigos” de escola; formação docente capaz de superar decepções escolares. Estas questões serão levadas à baila durante este projeto pedagógico. Assim definiremos nossos horizontes políticos e estruturais de escola. 2.2. Indicadores Externos 2.2.1. SPAECE SPAECE 2010 - 9º ANOS Nível da Proficiência Escola LP MT Escola Marieta Santos 232,4 238,8 SPAECE 2011- 9º ANOS Nível da Proficiência Escola LP MT ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 15
  • 16. Escola Marieta Santos 239,7 252,2 1º ANO – ENSINO MÉDIO LP MT 2008 2009 2010 2011 2008 2009 2010 2011 212,3 230,2 238,0 239,7 221,2 235,7 247,4 238,5* 2º ANO – ENSINO MÉDIO LP MT 2008 2009 2010 2011 2008 2009 2010 2011 223,6 237,9 240,8 258,5 238,2 248,3 251,8 260,8 3º ANO – ENSINO MÉDIO LP MT 2008 2009 2010 2011 2008 2009 2010 2011 231,7 248,0 249,2 244,1* 251,3 270,8 258,2 256,8* UMA ANÁLISE INTERPRETATIVA ALÉM DOS NÚMEROS Vamos abordar o que de objetivo existe diante dos números apresentados. Comecemos pelos 9º anos do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio. Primeiro é importante trazer à reflexão que o trabalho pedagógico com os 9º anos aproxima do que se apresenta como resultado no 1º ano do Ensino Médio, na transição 2010 e 2011. Os números tecnicamente segundo o nível de proficiência são praticamente os mesmos, o que se nota é que ao chegar no Ensino Médio parece nos por ao encontro de um fato curioso pedagogicamente: o aluno mostra estacionar. É uma questão para um trabalho mais intenso já no 1º ano ou melhor dizendo, fortalecer o que existe. Entretanto vale ressaltar que os alunos provenientes da rede municipal não apresentam o mesmo indicador. Por vezes ultrapassam a casa dos 20% em linha descendente. Colocando o ponto de vista especificamente nos 1ºs anos do Ensino Médio há um fato que merece atenção: uma linha ascendente com maior evidência entre 2008 e 2010 o que não ocorre na mesma linha entre 2010 e 2011, em se tratando da Língua Portuguesa. Em ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 16
  • 17. Matemática, os níveis de proficiências ao longo dos anos são mais consistentes. Seria o fato da familiaridade com a matemática mais próxima do aluno? Chama atenção a proficiência 2010 em matemática bem como sua queda em 2011. Quanto aos resultados do 2º ano pode-se notar evidente trabalho pedagógico ao longo dos anos, tanto em português quanto em matemática. Isto evidencia que a escola tem agregado, muito embora num universo mais amplo de proficiências, signifique pouco. Quando se recebe o aluno no 1º ano evidencia-se pelos indicadores que a escola tem ampliado o universo de habilidades. Basta observar a evolução interna/série e por também um olhar sobre o ano anterior/série. Agora cabe uma pergunta: o que tem acontecido com o trabalho quando se trata da evolução 2º/3º ano e a evolução também numa serie histórica dentro da mesma série. Percebemos que há um “gargalo” pedagógico de difícil entendimento. Há inclusive quedas consistentes nos dois aspectos anteriormente citados. Para efeito deste estudo, isto pode ser observado pelas marcas em asterisco no texto numérico. O que evidencia um trabalho de crescimento é quando lemos nesta última abordagem (marcas de cor laranja) a evolução 2008/2009/2010 considerando o ciclo do Ensino Médio, são as taxas de crescimento tanto e português quanto em matemática. Na série 2008/2009/2010 (os mesmos alunos evoluindo ao longo do Ensino Médio), em português e matemática há igualmente 37 pontos percentuais de crescimento. Já no ciclo 2009/2010/2011 (também determinados alunos evoluindo ao longo do Ensino Médio) os números são menores, menos da metade em média: 14 pontos em português e 21 em matemática. O que deverá ter havido? A escola teria perdido suas forças? Há apenas outro fator sob esta leitura: entre o 2º e 3º ano a ascendência é bem menos notável. A escola considera que os números quando negativos podem ser atribuídos a uma necessidade de maior formação pedagógica, bem como, maior envolvimento de pais no trabalho escolar o que geraria maior pré-disposição dos alunos. Quando se trata de dados positivos, atribui serem por força de investimentos didáticos e de infra-estrutura da escola dentro dos padrões mínimos de funcionamento. Também de um envolvimento de toda a escola em trono da melhoria de seus indicadores acadêmicos. Contudo falta algo que remeta a uma empreitada maior em termos de currículo inovador e que encontre aspirações reais de mundo, especialmente o do aluno. 2.2.2. IDEB/PROVA BRASIL (ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL) 2005: 3,5 2007: 3,8 (Meta IDEB: 3,5) 2009: 4,5 (Meta IDEB 3,7) 2011: ... (Meta IDEB 3,9) 2.2.3. ENEM 2009 ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 17
  • 18. Média da Prova Objetiva: 426,4 Média Total (Objetiva e Redação): 495,91 2010 Média da Prova Objetiva: 428,3 Média Total (Objetiva e Redação): 485,91 Quanto aos indicadores do Ensino Fundamental, 9º ano, o que não mais atende a escola neste ano de 2012, a escola tem demonstrado êxito. Percebe-se claramente que as metas posta pelo IDEB são atingidas de maneira até considerável. O que a escola nota é que há uma ruptura de motivação na chamada “dobradiça” Ensino Fundamental e Ensino Médio. Seria o currículo mais extenso? Menos atrativo? Eis questões para reflexão a a serem postas no marco operacional deste projeto pedagógico. Acerca do ENEM, a escola necessita de um trabalho mais intensivo quanto ao ENEM em todas suas dimensões: pedagógica e de participação. Leituras múltiplas de mundo que coloque o aluno dentro da proposta e matriz curricular do ENEM. Os níveis de escrita dos alunos ficam além do que se exige no ENEM, bem como no que se refere ao domínio das cinco competências que abrangem o exame. 3. MARCO DOUTRINAL: AS DIRETRIZES FILOSÓFICAS DA ESCOLA O que dizer sobre a concepção; a visão de sociedade, homem, educação, instituição, currículo, ensino, aprendizagem, metodologia e orientação paradigmática desta escola? Diante da realidade retratada, os referenciais que podemos dispor são aqueles que submetem toda uma equipe escolar a uma dinâmica um pouco menos retórica, mais prática, voltada para as suas problemáticas reais. Que se ponham seus desafios e lancem para o futuro seus sonhos por meio de plano de ação consistentes. A direção para a qual nos movemos define o conjunto destes planos a ver no marco operacional deste projeto de escola. Que pode ser ousado, contudo. Propomo-nos aqui a criar ou, re-criar, uma escola que alcance o jovem que nela se matricula. Que jovem mesmo é este. A resposta pode ser simples: meninos e meninas, que atravessam uma parte da vida para serem moças e rapazes, jovens e adultos, envoltos num universo de juventudes múltiplas, e multifacetadas. Fazer uma escola para esse jovem significa, portanto, recriar os espaços, tempos e fazeres pedagógicos. E que ideal essa escola vislumbra para estes jovens que a freqüentam no seu dia a dia? Para levar ao entendimento desta questão recorremos a DAYRELL, 2007: A educação da juventude, a sua relação com a escola, tem sido alvo de debates que tendem a cair numa visão apocalíptica sobre o fracasso da ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 18
  • 19. instituição escolar, com professores, alunos e suas famílias culpando-se mutuamente. Para a escola e seus profissionais, o problema situa-se na juventude, no seu pretenso individualismo de caráter hedonista e irresponsável, dentre outros adjetivos, que estaria gerando um desinteresse pela educação escolar. Para os jovens, a escola se mostra distante dos seus interesses, reduzida a um cotidiano enfadonho, com professores que pouco acrescentam à sua formação, tornando-se cada vez mais uma “obrigação” necessária, tendo em vista a necessidade dos diplomas. Parece que assistimos a uma crise da escola na sua relação com a juventude, com professores e jovens se perguntando a que ela se propõe (2007- pág. 1105) Então passamos a enxergar todo o universo que cerca o jovem da Escola Marieta Santos não como um desafio proposto, mas como sujeito propenso a possibilidades de maior entendimento a uma causa escolar. Desse modo, ao definir princípios norteadores de uma proposta pedagógica para uma escola marcada pelo quadro situado no diagnóstico anterior, teremos que intencionar um trabalho diferenciado. Isto significa rever, principalmente, os seus horizontes de chagada, com definição dos pontos de saída. Que currículo propor? Um Ensino Médio que alavanque de verdade o que o jovem busca na escola. É preciso compreender primeiro que o currículo precisa ser revisto; adequar-se a estes jovens. Talvez ou com certeza, mais motivador, sem “grades” disciplinares que permita ao aluno escolhas; com possibilidades, inclusive, do que fazer e estudar nesta escola. Nos próximos tempos será preciso zerar a conta dos saberes e reinventá-los numa tentativa de gerar redes de significados novos, superpostos ao que há e existe nos contextos escolares. Precisa-se pensar num currículo de “asas”, talvez por escolhas semestrais, evitando assim o abandono de uma escola que nada traz de interessante em estar presente. Sinalizamos aqui para uma escola mais próxima do aluno, capaz de torná-los adultos de verdade, onde suas escolhas possam definir suas projeções e projetos de vida; onde a arte esteja presente, mas alinhada a uma proposta de matemática voltada para a arte, para as linguagens. Uma escola feita de escolhas curriculares onde as ciências humanas favoreçam a compreensão das naturais, re- significado a cadeia de aprendizagens e saberes escolares. Esta empreitada certamente passa por uma visão diferente de ensinar e poder revisar o que venha a ser “dar aula”, na visão de Demo (2009). Uma escola Marieta Santos pautada em sentidos práticos de ensino que encontre um currículo jovem, deve estar antenada numa perspectiva simbólica de uma nova didática. As metodologias de ensino devem necessariamente apontar em tal direção. Os professores deverão deixar de “dar aulas” e assumirem papeis de incentivadores de descobridores de novas “coisas”. Para isto estaria esta ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 19
  • 20. proposta de escola que rumaria para dissipar seus resultados aquém dos desejados. Para compreender melhor esse papel de nova escola Marieta Santos é preciso também compreender o seguinte: a existência de uma nova condição juvenil no Brasil. O jovem que chega às escolas públicas, na sua diversidade, apresenta características, práticas sociais e um universo simbólico próprio que o diferenciam e muito das gerações anteriores (Abramo, 2005). É importante situar o lugar social desses jovens, o que vai determinar, em parte, os limites e as possibilidades com os quais constroem uma determinada condição juvenil. Podemos constatar que a vivência da juventude nas camadas populares é dura e difícil: os jovens enfrentam desafios consideráveis. Ao lado da sua condição como jovens, alia-se a da pobreza, numa dupla condição que interfere diretamente na trajetória de vida e nas possibilidades e sentidos que assumem a vivência juvenil. Um grande desafio cotidiano é a garantia da própria sobrevivência, numa tensão constante entre a busca de gratificação imediata e um possível projeto de futuro. Para finalizar este pensamento, o mundo da cultura aparece como um espaço privilegiado de práticas, representações, símbolos e rituais, no qual os jovens buscam demarcar uma identidade juvenil. Longe dos olhares dos pais, educadores ou patrões, mas sempre os tendo como referência, os jovens constituem culturas juvenis que lhes dão uma identidade como jovens. Estas culturas, como expressões simbólicas da sua condição, manifestam-se na diversidade em que esta se constitui, ganhando visibilidade por meio dos mais diferentes estilos, que têm no corpo e seu visual uma das suas marcas distintivas. Jovens ostentam os seus corpos e, neles, as roupas, as tatuagens, os piercings, os brincos, dizendo da adesão a um determinado estilo, demarcando identidades individuais e coletivas, além de sinalizar um status social almejado. Ganha relevância também a ostentação dos aparelhos eletrônicos, principalmente o MP3 e o celular, cujo impacto no cotidiano juvenil precisa ser mais pesquisado (Abrantes, 2003). A equipe desta escola deverá estar atenta a estas culturas do aluno que tem. Distante desse entendimento de cultura juvenil corre-se o risco de permanecer num entrave latente escola-aluno. Uma equipe que quer; que deseja; que trabalha muito; somente conseguirá atingir seus objetivos educacionais e sociais quando se perceber como co-participante dessas relações dialógicas com seu sujeito chamado aluno, chave do quebra-cabeça profissional que lhe envolve todo dia. Estes não seriam os tempos e espaços, permeados por suas vidas próprias, ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 20
  • 21. aqueles que os meninos e meninas, moças e rapazes, querem para dar salto a um projeto de vida adulta? O que faz a escola Marieta Santos no seu trabalho que lhe distancia de tais ideais? Uma colocação última que cabe no contexto: a comunidade, aquela que está no entorno, ou no centro da escola, os pais dos alunos, ou suas famílias ditas “novas famílias”, que percepção terão de tudo? Serão convidadas para a discussão temporal e espacial de tudo aqui dito. Sentirão estas perspectivas nos seus instantes mágicos de mudança. Convidá-la para a discussão é pertinente, então. Sobretudo, fazê-la perceber por si só, transformações no berço da escola dos seus filhos, esta será a grande missão e relevância social da Escola Marieta Santos. 4. MARCO OPERACIONAL Para construirmos este marco operacional levamos em conta os dados apresentados no marco situacional, bem como os princípios orientadores dispostos no marco doutrinal. A considerar Vasconcelos (2000) compreenderemos este marco a partir de três grandes dimensões da escola, prevalecendo a organização da mesma. 4.1. Dimensão Pedagógica: 4.1.1. O planejamento: O fazemos sob uma ótica de compartimentalização onde os saberes escolares normalmente se apresentam dissociados da rotina ideal de vida do aluno. Planejemos “coisas” que, por vezes, não refletem necessidades reais de aprendizado. Os olhares devem estar voltados para o que se segue. O planejamento do ensino considerará todos os resultados escolares internos e externos; as demandas sociais, econômicas e culturais dos alunos; as proficiências apresentadas pelos alunos ao chegarem na escola, bem como as adquiridas ao longo de sua permanência; os resultados de permanência dos alunos na instituição; as demandas de formação continuada dos professores; e todos os aspectos cujas relações latentes estejam intricadas a estes fatores. Por assim dizer, necessita o ato de planejar de envolvimento de equipe capaz de ir além das informações explícitas que se tem dos alunos; deverá buscar informações adjacentes, por vezes tácitas no envolvimento social, emocional e cognitivo dos educandos. Cada plano de aula deverá dispor de mecanismos suficientes para a superação do que não se apresenta como desejado, esperado dos alunos, desde sua predisposição mais singular à escola até aspectos mais singulares mais claros tais como motivação e estímulo. Para atender ao aqui disposto os professores se reunião semanalmente, em horário convergente, nas áreas do conhecimento definidas pelos Parâmetros Curriculares do Ensino Médio e demais orientações oficiais emanadas dos mesmos. Estas áreas abrangem o currículo em: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias. Nesta última área os professores ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 21
  • 22. estarão reunidos num mesmo dia. Em sistema coletivo os professores, acompanhados por coordenadores escolares ligados a área pedagógica bem como por professores coordenadores de área, terão como pautas permanentes as 10 estruturas aqui apresentadas na forma de objetivos: a) aportar mais sobre soluções que mesmo sobre dificuldades, sendo estas, pontos de partidas das discussões para a promoção de estímulos aos alunos para aprender bem e permanecer na escola no ciclo de ensino/modalidade a que se propõe; b) enxergar a educação com alegria como possibilidade de transformá-la, gerando como frutos jovens realmente importantes na vida em sociedade, colaborando para a melhoria da vida em comum e individual; c) marcar os pontos relevantes do ensino, alinhando a estes as situações dos conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais, de onde emanam novos posicionamentos por parte do aluno, dando a estes o poder de fazer escolhas e propor mudanças sociais e nas suas vidas; d) elaborar e revisar os planos de ensino colocando-os no centro das discussões quando se tratar da seleção de conteúdos historicamente acumulados e sistematizados, articulando-os sempre aos novos saberes apresentados pelo mundo contemporâneo, globalizado e informacional; e) elaborar e adequar os planos de aula aos contextos e orientações emanadas da Secretaria da Educação, resguardando-se os preceitos deste projeto e autonomia da escola, bem como os sujeitando às necessidades cognitivas, emocionais e sociais dos alunos, além de garantir respeito às peculiaridades regionais e locais; f) assegurar e garantir planos de aula condizentes e coerentes com as realidades dos alunos e seus contextos reais de vida, mobilizando para isso uma cadeia de saberes suficientes de dar conta de resgatar ou fazer emergir as potencialidades dos alunos; g) definir em colegiado as situações de escolha de objetivos do ensino, competências e habilidades necessárias capazes de remetê-las ao acesso de conteúdos específicos; h) selecionar metodologias e formas de avaliar numa perspectiva formativa de modo a ir ao encontro de um ensino dinâmico e de mobilidade pedagógica onde o aluno sinta-se à vontade para as aprendizagens e permanecer na escola; i) organizar os processos burocráticos pertinentes à função da escola, de acordo com este projeto, sempre dando prioridade ao que melhor servir socialmente ao aluno; j) colaborar com o desenvolvimento da escola como um todo, abrangendo os seus aspectos mais variados: de gestão, de condução pedagógica, de condutas e princípios aqui balizados, preservando-se sempre a sua missão, sua visão de futuro e seus valores. ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 22
  • 23. Da forma aqui descrita os planejamentos deverão operacionalizar-se na estrutura abaixo: Área Dia da Semana Horário L. Linguagens, Códigos e suas Tecnologias Terça­Feira 19h40 às 22h Ciências Humanas e suas tecnologias Quarta­Feira 19h40 às 22h Ciências da Natureza e suas Tecnologias Quinta­Feira 19h40 às 22h Matemática e suas tecnologias Quinta­Feira 19h40 às 22h 4.1.2. As metodologias do ensino: Ainda estão centradas na perspectiva de dar aulas por meio da exposição e da resposta. Aulas expositivas que, na sua grande maioria levam ao cansaço por parte do aluno. Será preciso rever noutros sentidos. As metodologias do ensino devem priorizar a investigação, a pesquisa, a curiosidade. Deve-se pensar num aluno e numa aluna que vai além do conhecimento exposto no livro ou na lousa, ou nas apostilas. Ao aluno caberá ter a oportunidade de escolher os caminhos por onde seguir, descobrir seu fim; enxergar seu horizonte. Ao professor, caberá propor rumos de ensino embasado nas teorias de ensino a exemplo de Nóvoa (2009), onde o aluno será o grande respondente de questões formuladas pelos livros ou pelo professor. Deve saber que os conhecimentos não estão prontos, podem ser re-inventados. As metodologias do ensino irão ao redor da escola, percebendo sua dinâmica e mobilidade constante, na medida em que o globo está sempre em movimento. A aula feita, pronta, cederá ligar a um ambiente vivo, que provoque desejos de ir além do que se sabe. O aluno para o SPAECE ou para o ENEM estará pautado nestas investigações metodológicas. Serão todos os docentes convidados a um grande passeio ao desconhecido por meio das literaturas oficiais e disponibilizadas na sala de leitura e nas mídias disponíveis, já na escola. Isso perpassa por um conjunto de formações em serviço às quais os professores estarão didaticamente e metodologicamente sujeitos. Lançarão mãos dos ambientes de ampliação pedagógica tal como laboratórios de informática e de ciências, e seus coordenadores. Esta aula se superpõe a uma rotina multifacetada, com nuances de “coisas” novas para ensinar e de jeito também novo, diferente. O professor da escola, envolto deste projeto pedagógico estará dentro de um currículo móvel, de “asas” conforme Mello (2008). 4.1.3. A avaliação: Quase sempre de caráter de memorização onde o que “se dá” também se cobra, distanciando-se de um papel de negociação de ensino e aprendizagem, este colocando a avaliação escolar no lugar de mediadora dos processos pedagógicos. Uma infinidade de teóricos nos conduziria à repetição. No entanto, como todas as ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 23
  • 24. suas infinitas teorias são verdades, então é preciso crer que os processos de avaliação dos alunos os quais estão apontados neste projeto pedagógico concebido de decisões, requerem um olhar digamos, pretensioso. Pretensioso no sentido de que agrega intenções múltiplas dos muitos agentes envolvidos. Isto porque a avaliação dos alunos passa por um entendimento onde o diretor escolar ou os coordenadores são pessoas atentas e envolvidas. Se os alunos vão bem, está tudo bem para todos. Se os alunos vão mal, então somente estes os envolvidos? Pensar no todo é pressuposto imprescindível para sinalizar tomada de decisões acertadas, agora coletivas porque os resultados são de um conjunto de sujeitos direta ou indiretamente envolvidos nos processos de avaliação escolar. A partir destas colocações é possível afirmar que os alunos podem quando todos podem. As tarefas avaliativas são dos alunos e dos professores e da escola. Um trabalho de equipe avalia o grupo ou a individualidade da participação? Se o grupo vale como resposta, avalia a equipe porque um está dentro do outro. Caso avalie a individualidade da participação cabe imaginar que a intervenção de cada um fez o sucesso de todos. Parecem as duas faces da mesma moeda. Como redator não vou me permitir a decisão individual do que seja correto. Apenas me limitar a uma questão: avaliar na perspectiva deste projeto pressupõe um olhar amplo, de ida e volta; de permanente intervenção, do aluno, do professor, do gestor escolar sob vários pontos de vista. Que sejam estes válidos para cada um de tais agentes. Em termos práticos, o que se evidencia é que o aluno não irá ser avaliado pelo que não sabe, mas pelo que teve capacidade de abstrair daquilo que lhe foi permitido aprender. O professor não será o carrasco, aquele que “dar” a nota vermelha, mas o que sinaliza para o aluno que ele errou e que tais erros não sucumbem os acertos. Se há algo que foi aprendido isto importa mais do que aquilo que não foi. O que fazer a partir daí? Retomar os aspectos que não foram alcançados com o propósito inicial e apontar para caminhos de superação. Este deverá ser o projeto do professor a colocar o aluno num patamar novo de aquisição de saberes na escola. Isto vale para o que se pretende com avaliações internas ou externas. Vimos o quadro de avaliações internas numa série histórica. Há um “efeito serrote”, de subida e descida ao longo dos anos de 2006 a 2011. Parece que as intervenções não foram suficientes. Então caberia uma concepção próxima os princípios aqui expostos desde o início. Podemos olhar para as marcas filosóficas deste projeto e veremos um sinal que algo saiu do alcance ou que algo não havia sustentação de trabalho pedagógico. É importante refletir sobre estas questões onde estão iminentes a avaliação ou a forma como esta é adotada, feita em sala de aula. Portanto, resta o entendimento de que é preciso ir e voltar, sem ter o significado de queda de queda e salto. Ver os lados da moeda, buscar os mistérios envoltos nessas viradas. Embora pareça metafórico, o óbvio surge. É preciso avaliar de modo consciente. Os alunos da Escola Marieta Santos serão avaliados por seus professores sob um ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 24
  • 25. ponto de vista de crescimento, de acertos, não de erros. Este segundo, servirá de escada para reverter os erros e transformá-los num segundo momento em possibilidade real de certeza no que fez. São processos subconscientes renovados que devem ser apresentados aos alunos. A partir deste ponto abordaremos as formas técnicas de avaliar com o entendimento de que as intenções pedagógicas se superpõem aos números. Desse modo quaisquer métodos ou técnicas somativas de sistematização de saberes devem ser submetidas a uma apreciação qualitativa, de formação de avaliação contínua porque este mecanismo está para conduzir e por para fora e não parta finalizar, internalizar introspectivamente, ou seja, dar fim aos processos. Impede-se esta compreensão pura e simplesmente pelo fato de que as aprendizagens não têm por si um fim. Não seria a avaliação que daria cabo a este pensamento. A avaliação paralela desse modo é intensa, permanente, dentro dos duzentos dias letivos legais. Todo dia para ser mais claro, a cada momento que perceber-se a necessidade e sempre sob a ótica da metáfora de que avaliar é enxergar o processo como as duas faces da mesma moeda. Não há que se confundir recuperação paralela com recuperação final. Esta segunda tem seu tempo organizado para além dos duzentos dias letivos calendarizados pela escola. Quanto à primeira, em quaisquer reuniões de conselho de classe podem já ser definidos rumos a partir de uma complementação de estudos, quando levada a proposta com seriedade e responsabilidade. Ou na hora exata que o professor achar conveniente. A escola determinará a seguinte estratégia de apuração de resultados acadêmicos para coleta de dados ao final de cada bimestre. Vamos perceber que cada componente curricular agrupa um portfólio de informações acerca do rendimento escolar do aluno ao longo do bimestre numa perspectiva de somatória escalonada de 0 a 10, valendo para aprovação a aquisição de uma nota 6,0. Veremos a seguir a estruturação destes valores: • Língua Portuguesa: 02 trabalhos dirigidos (4 pontos); 01 redação (2 pontos); 1 prova escrita ao final do bimestre (4 pontos). Total: 10 pontos • Matemática: 02 trabalhos dirigidos (4 pontos); 01 prova discursiva (2 pontos); 1 prova escrita ao final do bimestre (4 pontos). Total: 10 pontos • Física/química/biologia: 0 trabalho dirigido (2,5 pontos); 01 prática laboratorial (2,5 pontos); 1 prova escrita ao final do bimestre (5 pontos). Total: 10 pontos • História/geografia/filosofia/sociologia/arte: 01 trabalho dirigido (2 pontos); 01 seminário (3 pontos); 1 prova escrita ao final do bimestre (5 pontos). Total: 10 pontos • Língua Estrangeira: 01 trabalho dirigido (2 pontos); conversação e tradução (3 pontos); 1 prova escrita ao final do bimestre (5 pontos). Total: 10 pontos • Educação Física: 01 trabalho dirigido (2 pontos); prática de educação física (3 pontos); 1 prova escrita ao final do bimestre (5 pontos). Total: 10 pontos ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 25
  • 26. 4.1.4. A disciplina e a relação professor-aluno: Com grandes situações de conflitos. Por muitas vezes, o professor lança mão da equipe gestora perdendo de modo implícito sua autoridade de professor e condutor da gestão direta da sala de aula. Portanto, para haver uma ruptura deste pensamento será preciso alguns novos entendimento acerca do tema. Nas relações da gestão da sala de aula devem vigorar os princípios que alicerçam este projeto abrangendo os aspectos da formação geral e acadêmica de cada aluno. Este é um ponto de fundamental cujos elementos existentes e vividos demarcam todo o desenvolvimento da aula, do estar com o aluno, implicando suas relações de convívio com aquele que ele denomina professor ou professora. Para sustentar ideais de uma gestão de sala de aula eficaz apresentamos algumas recomendações aos professores. As regras e os procedimentos variam de sala para sala, mas todas as turmas bem geridas possuem-nas. É impossível para um professor dar instruções ou fazer trabalhos com alunos de forma produtiva se eles não têm nenhuma linha orientadora sobre como agir na sala de aula ou quando sair da sala ou ainda para controlar as interrupções nas suas conversas com o professor ou com os seus colegas. Além disso, a insuficiência de procedimentos ou a ausência de rotina na sala de aula pode conduzir à perca de tempo e a uma perca de atenção e interesse por parte do aluno. Ao expor as regras e procedimentos na sala de aula, o professor deve mostrar claramente ao aluno o comportamento que ele espera deles. Isso criará condições para os alunos adotarem comportamentos adequados nas atividades escolares. Evidentemente, que conhecer o comportamento apropriado não garante que os estudantes adotem esses comportamentos ideais. Contudo, as expectativas claras no que concerne aos comportamentos adequados são a base da instalação de uma sala de aula bem gerida. Várias regras diferentes são possíveis, mas um regulamento, geralmente, com menos de dez regras, deve ser desenvolvido para cobrir áreas mais importantes do comportamento na sala de aula. As regras devem ser gerais e abranger uma série de comportamentos da sala de aula. Para cada regra, os exemplos de comportamentos a serem adotados devem ser indicados. As regras devem ser feitas para que a mensagem recebida seja positiva, e deve especificar quais são as expectativas para os alunos. Os professores devem discutir suas expectativas com os seus alunos. O professor deve ser um exemplo em relação ao comportamento intolerável. O regulamento que o professor escolhe pode ser usado de maneiras diferentes. Primeiro, os professores devem discutir com os alunos no primeiro dia de aula. Também é importante que as regras sejam estabelecidas na sala de aula e cada aluno deve ter uma cópia da carta. Finalmente, o professor deverá referir-se às regras específicas para lembrar aos alunos o comportamento adequado a adotar durante o ano letivo. Frequentemente, são empregadas as seguintes regras básicas e os comportamentos a elas associados: ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 26
  • 27. a) trazer todos os materiais necessários na sala de aula: É importante que os alunos saibam exatamente o que levar para a aula para que esta regra seja seguida. Os alunos precisam de saber se eles devem levar uma caneta, lápis, calculadora, papel,um notebook ou um caderno de textos; b) estar no lugar e pronto para trabalhar após o toque; c) respeitar e ser cortês com todos; d) não falar ou deixar sua sala quando alguém está falando: esta regra é muito específica e interpela comportamentos dos estudantes que, se eles são tolerados, podem tornar-se uma fonte de desordem comportamental; e) respeitar a propriedade dos outros: a regra pode incluir orientações como: a) manter a sala limpa e arrumada, b) recolher o lixo, c) devolver o material emprestado, d) não escrever nas mesas, e) não usar as coisas de alguém sem permissão; f) obedecer todas as regras da escola: Esta regra é útil porque ela lembra aos alunos que as regras da escola também se aplicam à sua turma. Isto também sugere que se aplicam a todas as áreas abrangidas pelas regras da escola. Os alunos precisam ser envolvidos na criação do regulamento para que se sintam envolvidos por essas regras e desenvolvam alguma responsabilidade pelo seu comportamento. Envolver os alunos pode ser feito de várias formas, como uma discussão das razões para o estabelecimento de um sistema de regras esclarecendo o significado de regras específicas. Outra maneira de envolver os estudantes é o de permitir que eles partilhem os seus pontos de vista no processo de criação de regras específicas. Isso pode ser feito na escola com um representante dos estudantes que participa da criação de regulamentos. Os professores devem escolher e selecionar as sanções da violação dessas regras ou pelo respeito a elas. Isso deve ser abordado como um reforço positivo. O reforço é um evento (por exemplo, a atividade, o acesso a um item favorito, um privilégio ou uma interação social), que mantém ou aumenta a probabilidade futura da resposta na sequência do reforço. O reforço pode ser positivo, o que é a apresentação preferencial do evento, acompanhando o comportamento desejado do aluno, ou o reforço negativo, o que impede que o evento preferencial ou a apresentação de uma punição na sequência de uma violação regra. O reforço deve ser sempre usado nos alunos. Além disso, as razões para a utilização do reforço devem ser claras para o aluno que a recebe e para a turma. O elogio pode ser um método de reforço positivo eficaz, especialmente entre as crianças e adolescentes. As linhas condutoras que se seguem são exemplos de como reduzir e corrigir a violação de regras. Em cada classe, podemos encontrar diferentes alunos motivados por coisas diferentes. Um aluno pode estar muito interessado num assunto particular, procura atividades de aprendizagem, que representam um desafio, participa ativamente nas discussões na sala, realiza os exercícios e recebe notas altas nas avaliações. Enfim, cada um tem seu jeito de motivar-se para algo que estar por vir. ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 27
  • 28. Organização da sala de aula O ponto de partida da prática de gestão de sala de aula é uma gestão eficaz do espaço físico da sala de aula para que o ensino esteja indo bem. O layout físico da classe inclui espaço, mobiliário, equipamentos, e material escolar. Este é o ponto de partida lógico porque é uma tarefa que o professor deve fazer antes da aprendizagem ou que o ensino inicie. Os professores encontrarão o planejamento de outros aspectos da gestão mais fácil da sala de aula depois de terem concebido a ideia de como o layout físico da sua sala será. A boa disposição da sala de aula ajuda na gestão da mesma, pois pode ajudar a atender as complexas demandas de ensino em grupos. Quanto ao projeto de formato das salas os professores devem tomar decisões sobre: a) A disposição das mesas, carteiras e cadeiras; b) A localização da mesa do professor e outros recursos; c) A localização do espaço utilizado para as apresentações; d) A forma como os alunos e professores recebem materiais e material escolar; f) O fluxo de tráfego entre as linhas; g) A forma como os alunos saem e entram na sala. Ideias-chave para a boa gestão de sala de aula As seguintes ideias-chave serão úteis como linhas orientadoras quando os professores tiverem que tomar decisões relativas à concepção da sala. a) manter os corredores livres para circulação: os corredores incluem as secções para o trabalho em grupo, o espaço próximo ao quadro, lixo, portas, estantes e acessórios, os líderes de sala. As áreas de maior circulação deverão estar livres e separadas umas das outras e ser facilmente acessíveis; b) certifique-se que os alunos estão no campo de visão do professor: este é um componente importante de gestão de uma sala. Se o professor não pode ver os alunos, será difícil impedir que a indisciplina se instale. Nesse sentido, é importante que a gestão da sala permita que o professor veja os seus alunos e que estes estejam sentados; c) mantenha os materiais usados com frequência à mão: a gestão eficaz da sala de aula inclui também terminar uma atividade e começar imediatamente outra, reduzindo o tempo gasto para se guardar o material e preparar a nova atividade. Isto requer um bom planejamento da aula; d) certifique-se que os alunos vêem claramente as apresentações: certifique-se que assentos permitirão que os alunos vejam a tela de projeção ou o quadro, sem mover as suas cadeiras, as mesas ou virarem a cabeça; e) assegurar que alunos que se dão bem sentem-se lado a lado: os alunos que parecem dar-se bem, sem se tornarem indisciplinados, devem ser agrupados próximos um do outro na sala de aula. Além disso, os alunos são posicionados, de modo a que possam ajudar-se uns aos outros; f) as aulas que enfatizam métodos de leitura exigirão um arranjo diferente daquelas que ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 28
  • 29. enfatizam a discussão como um método de ensino em primeiro lugar. O professor deve pensar, que tipo de arranjo é mais benéfico para seus métodos e seu estilo de ensino. g) posição dos grupos para reduzir distrações entre os estudantes: os locais onde os alunos trabalham em grupos ou individualmente devem ser colocados numa área com um mínimo de distrações externas. Os professores devem considerar as distrações potenciais provenientes das janelas ou portas; As relações interpessoais na sala de aula A qualidade da relação professor-aluno afeta grandemente se as necessidades dos alunos são satisfeitas ou não. Os alunos passam uma percentagem enorme de seu tempo trabalhando com o professor e outros estudantes. Porque os professores são responsáveis pela avaliação dos trabalhos de estudantes e pela monitoria da qualidade de vida na sala de aula, eles são figuras proeminentes na vida dos estudantes. Os professores eficazes compreendem o impacto que têm sobre os alunos e usam essa influência para ajudá-los a se realizarem academicamente. Qualquer um que tenha ensinado há já muito tempo percebeu que os alunos querem e precisam de um professor positivo para ser associado com o rigor, os limites realistas e técnicas de ensino. A capacidade de produzir uma atitude acolhedora e solidária associado aos objetivos realistas é uma tarefa difícil para os novos professores. Os professores eficazes devem, ser capazes de impor o respeito. É sua responsabilidade garantir que os alunos hajam bem em grupo. Ser caloroso e carinhoso é tão importante quanto como o rigor. O ensino exige uma mistura de todos estes ingredientes chave. As habilidades de comunicação que se apresentam a seguir vão ajudar os professores a desenvolverem relacionamentos abertos e eficazes com os alunos. Estabelecer relacionamento eficaz com os alunos. 1. Criar um sistema aberto, profissional e adequado com os alunos: Embora as decisões específicas que o professor assume no que concerne ao seu relacionamento com os alunos dependam da idade destes, os temas básicos relacionados com as relações entre professor e aluno são semelhantes entre os diferentes níveis de ensino. Uma questão importante implica saber de que forma é que o professor quer que seu relacionamento com o aluno seja aberto qual o seu grau de envolvimento. Os professores podem escolher entre três tipos gerais de relação professor-aluno. a) Quase uma abertura completa, na qual o professor partilha muitos valores e problemas pessoais com o aluno; b) Uma abertura relativa às reações do professor com uma partilha limitada de aspectos que refletem a vida do professor fora da escola. ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 29
  • 30. c) A ênfase quase exclusiva na matéria. O professor não partilha qualquer sentimento ou reação, ele concentra-se no seu trabalho educativo. O primeiro tipo de relação é essencialmente escolhido por professores que trabalham em ambientes informais com alunos mais velhos. Devemos, no entanto, evitar tornar-mo-nos excessivamente envolvidos em atividades ou interesses dos alunos fora da escola, especialmente se somos professores do ensino médio. 2. Construir sistematicamente melhores relações. É altamente recomendável que os professores sempre atuem no desenvolvimento de uma relação positiva professor-aluno. Os professores podem expressar seus interesses e perguntas: controlando a qualidade das suas relações com os alunos, tendo em vista a manutenção de um diálogo positivo; criando oportunidades para uma entrevista pessoal com o aluno e; demonstrando seus interesses que são também importantes para os alunos. 3. Comunicar expectativas elevadas A forma como o professor comunica as suas expectativas sobre o desempenho do aluno é um fator importante nas relações professor-aluno. Numa variedade de formas subtis ou não tão subtis, o professor comunica com alguns alunos inteligentes, capazes e responsáveis, enquanto que os outros percebem a mensagem que eles são maus alunos, incompetentes e irresponsáveis. É óbvio que os nossos comportamentos queriam expectativas positivas, favorecem quase sempre as relações professor-aluno e que aqueles que demonstram expectativas negativas não só criam relações professor-aluno desfavoráveis, mas também geram uma baixa autoestima e reduzem a aprendizagem. Como professores, devemos estar conscientes da importância de comunicar expectativas positivas a todos os alunos. Periodicamente, nós devemos recolher dados sobre a forma como interagimos com nossos alunos na sala de aula; analisar esses dados para ver se as interações são animadoras ou não; determinar se nós respondemos de forma diferente a certos alunos e, dessa forma, tentar mudar a nossa maneira de comunicar as expectativas positivas para todos os alunos. 4. Criar oportunidades para discussões pessoais Como em qualquer relacionamento, é útil aprender a se conhecer, sem as interrupções causadas por eventos diários. As ideias a seguir podem ser utilizadas pelos professores para florescer a sua relação com o aluno para além do contexto educacional. Os professores são encorajados a usar estas idéias no contexto apropriado. a) Demonstrar interesse em relação às atividades dos alunos; b) Comer com os alunos na hora do lanche; c) Enviar cartas e notas aos alunos; d) Usar uma caixa de sugestões; e) Juntar-se a atividades da escola e da comunidade; ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 30
  • 31. f) Participar dos jogos recreativos dos alunos; g) Fazer cartões de aniversário. Usar as suas habilidades de comunicação eficaz com os alunos A importância do uso de habilidades de comunicação efetiva pode nunca ser demasiado avançada. Elas são a base para a boa gestão da sala de aula. Sem usar essas habilidades, qualquer tentativa de criar um ambiente de aprendizagem positivo e bem gerido está fadado ao fracasso. Bem desenvolvidas, as relações interpessoais são essenciais para responder às necessidades individuais, importantes para a segurança e os sentimentos de pertença e autoestima. Além de criar relações que têm em conta as necessidades mais importantes dos alunos, uma comunicação eficaz permite-nos igualmente satisfazer as nossas necessidades e os nossos objetivos profissionais. Os professores eficazes devem ter conhecimentos substanciais em duas categorias principais de comunicação, respectivamente as competências de envio de dados e de recepção de dados. As habilidades de envio de dados é usada quando se fala a alguém. As competências de recepção de dados são técnicas que podem ser utilizadas para melhorar a nossa capacidade de ouvir. Compreender a turma A turma, pela sua própria natureza, está sujeita a muitas interações e emoções. Ao agrupar mais de 30 alunos numa sala pequena, a escola cria um ambiente altamente interativo. A interação entre colegas é natural e desejável para todos os ambientes de aprendizagem. A educação em grupo é necessária porque ela é muito mais rápida e porque uma boa educação envolve aprender como funcionar em grupo. A influência do grupo é influenciada pela concorrência encontrada na maioria das salas de aula. Os estudantes competem para as notas mais altas, a fim de integrarem um grupo de leitura enriquecida ou outro ... Mesmo quando utilizamos métodos individualizados e queremos desvalorizar a competição, os estudantes têm muitas oportunidades para comparar seu trabalho com o dos seus colegas. É compreensível, até mesmo inevitável que as aulas sejam conduzidas por um alto grau de interação e troca espontânea de emoções. Mesmo quando utilizamos métodos individualizados e minimizamos a concorrência, os alunos têm diversas oportunidades. Embora os professores expressem suas frustrações e dúvidas sobre o aspecto altamente negativo da pressão proveniente dos colegas, o grupo pode ser um fator positivo e encorajador na sala. Quando os alunos se sentem valorizados por seus colegas e, quando as interações são caracterizadas por uma atenção particular e auxiliante, os alunos experimentam uma sensação de segurança, um sentimento de pertença e de carinho, respeito do outro, e poder. Os alunos são assim capazes de se concentrarem totalmente na aprendizagem e tornam-se mais propensos a assumirem riscos na ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 31
  • 32. tentativa de adquirir novas habilidades. Os professores precisam de perceber que os grupos, como os indivíduos, têm necessidades que devem ser satisfeitas para que o grupo funcione de forma eficaz. Se o grupo trabalha de modo encorajador, com objetivos comuns, os professores devem reservar um tempo para atividades que permitam que os alunos aprendam a conhecer eles próprios, de desenvolver um sentimento de pertença, e criar redes de amizade diversas. Um grupo só pode continuar a responder de forma satisfatória aos objetivos de aprendizagem da turma depois que estes sentimentos tenham sido desenvolvidos. Para atingir as características positivas do grupo, o professor pode sugerir: atividades sobre o conhecimento; atividades para estabelecer uma boa coesão do grupo; atividades para expandir as várias áreas de interesse. 4.1.5. As avaliações externas: ENEM, SPAECE, SAEB, concursos e vestibulares O conjunto das avaliações externas tem por si sós valores fundamentais na construção de diagnósticos eficazes. É ponto de partida para a reflexão das práticas pedagógicas existentes e a se planejarem no âmbito do que pretende a escola. Os desempenhos acadêmicos marcados pelas avaliações externas são considerados pela escola como molas-mestras dos processos de gestão. O Exame Nacional do Ensino Médio e o SAEB colocam a escola dentro de um sistema de avaliação de larga escala em contexto nacional. Vale sua importância posto que a escola pode se ver enquanto sistema micro e de tal forma, se espelhar em contexto relacional com outros sistemas escolares. Quando nos reportamos ao Sistema Permanente de Avaliação Básica do Estado do Ceará -SPAECE, adota-se uma postura mais atenciosa. É nesta avaliação que todos os processos de gestão que abrangem a escola podem ser vistos mais de perto, voltam a la mesma com mais preocupação, isto porque funciona também como mecanismo de avaliação de gestores e professores. Todos os resultados coletados anualmente pelo SPAECE são estudados dentro da própria escola. A equipe de professores debruça-se sobre os dados e apontam novos rumos. Como se pode observar nos itens postos no marco situacional, estamos caminhado com melhorias, muito embora apresentem-se fraquezas pontuais dependendo das leituras feitas. Notamos que precisamos fazer mais, de forma mais eficaz, realmente, de forma mensurável. Requer um trabalho onde as estratégias pedagógicas possam ter seus resultados realmente medidos. Temos internamente um projeto de nome SPAEMAS que funciona como um sistema micro de avaliação de sistema, da própria escola, no formato do SPAECE. Precisamos melhorá- lo uma vez que é visto como uma ação boa e que pode trazer resultados mais vigorosos. Precisamos criar melhores estratégias de participação dos alunos em concursos e ____________________________________________________________________________________________ “Não são os alunos que queremos, mas são os alunos que nós temos”.                                                                                                                                                 32