O documento discute inteligência estratégica e como ela vai além de apenas analisar o ambiente externo, envolvendo a agregação contínua de dados internos e externos para antecipar tendências, influenciar variáveis e aproveitar oportunidades. A inteligência estratégica colaborativa, envolvendo stakeholders, representa uma oportunidade de tornar o processo mais rápido, conectado e completo.
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Inteligência estratégica: antecipando mudanças e influenciando resultados
1. PONTO DE VISTA: INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA
Há muito tempo se houve falar a respeito de Inteligência Competitiva. Talvez, o primeiro
contato que cada um de nós teve com este assunto, esteja relacionado ao uso militar desta
técnica, muito empregada durante a guerra fria, na figura dos espiões. Esta imagem foi ainda
mais reforçada após o episódio de acesso a informações sigilosas do Brasil, por estrangeiros,
ocorrida entre 2012 e 2013. Contudo, esta imagem não nos ajuda a compreender a real
dimensão do que se trata esta atividade.
Na Symnetics, temos trabalhado com o processo de planejamento e gestão da estratégia há,
pelo menos, 20 anos. Sempre fez parte de nossa abordagem, assim como apresentado em
qualquer teoria a respeito de como formular uma estratégia, a análise do ambiente externo,
para entendermos as oportunidades e ameaças que estão à nossa volta, agora e no
horizonte a ser planejado. Alguns poderiam afirmar que isto é Inteligência Competitiva. E
isto não é de todo errado, assim como, não é de todo correto. Inteligência Competitiva vai
muito além do que realizar apenas uma leitura, em um determinado momento, de forma a
apoiar a formulação de uma estratégia.
Inteligência estratégica está relacionada à capacidade de agregar dados e informações, de
forma contínua, de fora e de dentro das organizações, de forma a poderem, por um lado
antecipar alterações em variáveis críticas e macro tendências que possam influenciar nos
negócios e assim provocar impactos relevantes na estratégia da empresa, e por outro lado,
aumentar a própria capacidade da empresa de influenciar as variáveis e o ambiente a seu
favor.
O processo de Inteligência Estratégica envolve diversas etapas (conforme demonstrado na
figura abaixo) e ferramentas. Contudo, para que ele se torne efetivamente robusto é
fundamental desenvolver a capacidade de estabelecer uma rede de informações ética, ágil e
confiável, além de ter a capacidade de processar, decidir e agir, de forma a aproveitar as
oportunidades oriundas destas atividades. E o que não se pode negar que as organizações
2. que já possuem um processo de formulação de estratégia e, principalmente, um modelo de
acompanhamento e gestão da estratégia bem estabelecido, possuem clara vantagem no
desenvolvimento desta capacidade.
E por que este processo tem ganhado cada vez mais relevância nas organizações? Primeiro
porque, à medida que as organizações compreendem que qualquer estratégia está apoiada
em uma série de hipóteses e premissas acerca de variáveis internas e externas, se faz
fundamental acompanhar a evolução destas variáveis, a fim de garantir que as decisões
tomadas realmente conduzirão para os resultados esperados. Por outro lado, já é mais do
que consenso que o mundo está cada vez mais conectado, volátil com mudanças cada vez
mais imprevisíveis e rápidas, o que torna o processo de inteligência estratégica uma
capacidade mais e mais relevante e urgente.
3. Finalmente, a crescente demanda por maior participação dos diversos Stakeholders de uma
organização representa ao mesmo tempo uma nova fonte de pressão e uma oportunidade.
Ao engajar os stakeholders o processo de Inteligência será mais colaborativo, mais
compartilhado e assim, além de dar vazão a boa parte desta demanda, também pode se
tornar mais rápido, mais conectado, mais completo. Vem aí a Inteligência Estratégica
Colaborativa. Aguardem!
Rogério Caiuby
rogerio.caiuby@symnetics.com.br