1. “Ainda temos muito para
caminhar, mas a menina dos
olhos é a formação”:
Políticas públicas e escolaridade de
profissionais da educação infantil
Dissertação de mestrado, Departamento de Educação,
PUC-Rio
Camila dos Anjos Barros
2. Objetivo da dissertação
Investigar se os governos municipais valorizam
e oportunizam a formação dos profissionais de
educação infantil em nível superior.
Perguntas centrais:
As Secretarias Municipais de Educação
desenvolvem ações no sentido de que os
profissionais de educação infantil tenham
formação superior? Caso desenvolvam,
quais são essas ações? Caso não, quais as
razões?
3. Estratégias metodológicas
Análise dos blocos 4 e 5 dos questionários
respondidos pelos municípios da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro;
Análise de dados do Inep sobre a escolaridade
dos profissionais de creche e pré-escola
nesses municípios;
Análise da categoria “Formação”, construída a
partir das entrevistas realizadas em 24
municípios do estado do Rio de Janeiro;
Realização de uma entrevista sobre ingresso e
carreira dos profissionais de educação infantil
em um município selecionado.
4. Referencial teórico
Políticas públicas:
Educação infantil:
Campos; Corsino e Nunes; Kishimoto;
Kramer.
Formação de professores:
Freitas; Brzezinski, Weber.
Estudos da linguagem:
Bakhtin.
5. Estrutura da dissertação
Capítulo 1 – Educação infantil e formação de
profissionais: a política nacional e as políticas
municipais.
Capítulo 2 – O campo empírico e os dados do
questionário: buscando a materialidade das
condições objetivas.
Capítulo 3 – As entrevistas: buscando a
materialidade dos discursos.
6. Capítulo 3
Porque quando teve a contratação, muitos
estimuladores não sabiam o que iam fazer, então
muitos deles queriam trocar de qualquer jeito.
Esse profissional não está preparado para isso.
Ele não sabe o quê que é. Eles não conhecem a
realidade da creche e vão pensando que é uma
coisa e quando chegam lá é outra. Então, esse
profissional tem que ser bem preparado. (Laura -
município 40)
7. Capítulo 3
O nosso professor, é raro o professor que não
tem faculdade, são pouquíssimos. Nossos
professores, de um modo geral, a maioria já tem
faculdade, pedagogia ou outra, mas tem.
(Monique - município 02)
Eu fiz um levantamento de professores, da
formação de professores. A gente não tem
ninguém com menos de graduação, é muito
pouco. É mestrado, é pós. (Elizete - município 58)
8. Capítulo 3
O que ela está colocando é que a escola está
sentindo uma necessidade de se estudar para
saber, embasada em que ela tem aquela prática.
E não porque alguém orientou daquele jeito. Eles
sentem necessidade de buscar e estudar. Às
vezes o professor parece uma nuvem vazia.
Alguém chega, orienta, e ele vai para um lado.
Depois outro chega de outro jeito e ele muda. Por
quê? Porque ele não tem consolidada a sua
própria fundamentação. (Catarina – município 39)
9. Capítulo 3
Mas enquanto município, a gente fica na zona
de conforto. A gente cumpre a legislação.
Enquanto os fóruns brigam porque você sabe
que isso dá demanda, aí depois a gente vai
para Brasília, aquela coisa. Enquanto os fóruns
estão brigando, aí tem o fórum da educação
infantil. Enquanto os fóruns estão brigando, a
gente fica na zona de conforto. E a gente
atende à legislação (Subsecretária).
10. Capítulo 3
Hoje existe uma exigência legal de que todos
os estimuladores tenham também a formação
de professores. E aí nós fizemos adesão
enquanto município ao Proinfantil
(Subsecretária).
O que a gente está fazendo é a adesão àquele
programa do governo federal: Plataforma
Freire. Nós fizemos a adesão e os profissionais
que querem fazer uma segunda graduação ou
uma graduação, eles entram e a gente autoriza
(Subsecretária).
11. Capítulo 3
É um plano antigo, mas ele é bem ousado
(Coordenadora).
Até porque muda de nível. Por exemplo, uma
pessoa com mestrado, ele sobe de nível,
também. Além de ele ter o seu salário
garantido no período de estudo, mestrado e
doutorado, depois ele muda de nível. E é uma
mudança significativa (Subsecretária).
12. Conclusões
A capacidade financeira dos municípios e os
modos de fazer política devem ser levados em
consideração na análise das políticas
municipais de educação;
No estado do Rio de Janeiro, destacaram-se as
parcerias entre a instância municipal e federal e
a quase ausência da instância estadual;
O reconhecimento da importância da formação
dos professores está muito presente nos
discursos;
No entanto, os dados mostram percentuais
tímidos de profissionais formados em nível
superior;