Conteúdo do mini-curso apresentado na UFGD sobre “A paradiplomacia e o Mato
Grosso do Sul – o potencial do estado no ambiente internacional” – 20/9/2011
LISANDRA LAMOSO
Câmbio flutuante. Política de respeito ao mercado e não intervenção na taxa de câmbio. Mas há compras de dólares pelo Banco Central para formar reservas e manter relativo controle. Crise de 2008. Atual instabilidade na Grécia, que pode contaminar Espanha, Itália... Torna o centro dinâmico pouco atrativo para investimentos e para geração de lucros. Países emergentes, China e Brasil são a bola da vez. A agricultura brasileira melhorou muito sua produtividade. Agricultura de precisão. Papel da Embrapa, agricultura de precisão, know how da mão-de-obra familiar e trabalho não pago também tornam os produtos exportados mais competitivos. Urbanização, aumento da mão de obra disponível para o setor industrial provoca a queda do preço “relativo” dos produtos manufaturados. Preço do celular, torna-se acessível. Em breve os tablets serão mais comuns. Brasil se vale dos aspectos positivos de insolação anual, disponibilidade hídrica, área passíveis de ocupação. Exemplo de expansão da fronteira capitalista MAPITO – Maranhão, Piauí e Tocantins. Balsas, Barreiras, cerrado bahiano. Setores intensivos em mão-de-obra buscam redução de custos. Calçados importam partes do calçado já manufaturado. Dass pensa em ir para a Argentina por conta da política proteccionista de Kirschner. Importação de muitos componentes industriais. Peças da cadeia automobilística. componentes eletrônicos. Importações da Embraer.
Retorno da ação planejada do Estado para médio e longo prazo. Elaboração de políticas industriais. Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE) foi muito generalista. Segundo mandato de Lula, PDP – ênfase no comércio exterior. Manter competitividade já desenvolvida – recursos naturais, energia e trabalho.
Política Industrial do Governo Dilma.
Corrente que pensa pela valorização estrutural. Investimento em inovação e tecnologia será o desafio brasileiro para a próxima década. Recorrer ao uso da política fiscal. Governo aumentando alíquota da importação de veículos em quase 30%. Mato Grosso do Sul fará bom uso da política fiscal. Necessidade de sutilmente retomar uma regulação da remessa de dólares das filiais de capital estrangeiro no país. Em 2009 foram 34 bilhões de dólares para fora do país.
Pauta demonstra o predomínio de commodities, embora agreguem também inovação, demandem serviços sofisticados. Os frangos são abatidos com 28 dias para exportação para china. Agricultura de precisão aumentando a produtividade da soja e abertura de novas frentes de cultivo de grãos. Tecnologia em torno da Vale é muito significativa.
Das 15 mais, quantas possuem atuação direta no Mato Grosso do Sul? Vale, Petrobras, Bunge, Cargil, ADM, Sadia, BRF, LDC, JBS = 9 delas (mais de 50%).
Destaque para a China como principal destino, já tendo passado os Estados Unidos. Argentina como parceira do Mercosul. Mercosul é principal destino de manufaturados da balança comercial brasileira.
Para entender as exportações brasileiras.
Final dos anos 70, esforço de substituição de importações torna as exportações de manufaturados superior aos produtos básicos. Segunda metade da primeira década do século XXI, inversão na qualidade das exportações. Uma pauta definida pela demanda do mercado internacional, que tende a forçar o esforço da dinâmica produtiva interna para atender a essas exigências, descuidando de questões básicas como o abastecimento de gêneros clássicos de consumo interno. REPRIMARIZAÇÃO, DESINDUSTRIALIZAÇÃO, COMMODITIZAÇÃO.
Chega ao cúmulo de importar feijão preto da China.
Ciclos minerais. Contínuo crescimento de semi-manufaturados e manufaturados. Como explicar que em plena conjuntura de crescimento das commodities e reprimarização o estado de Mato Grosso do Sul, conhecido pelo estado do agronegócio, binômio soja-boi, possa estar aumentando a sua participação nas exportações de produtos industrializados? Uma hipótese: o uso da política fiscal.
Só a Vale teve aumento de 528%. Carne bovina aumentou. Divisão de carne bovina do Bertin foi comprado pelo JBS.
Milho e grãos de soja. Ruim exportar como grãos e não como suínos e carne de frango. Aparecimento da cana.
Participação chinesa.
Três Lagoas é menos dependente do mercado chinês.
Dificuldade logística. Natureza define o ritmo do transporte através das cheias e secas do rio Paraguai. Investimentos pesados em sistema de transporte fluvial para escoar na época das cheias. Pressão ambiental concentrada. Vai passar de 4,5 milhões de toneladas para 15 milhões de toneladas ano. Oscilação da arrecadação de CEFEM de 10 para 7 milhões em 2008 e 2009 para Corumbá.
Padrão de ocupação na região do bolsão, Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo, Água Clara, Brasilândia.
Divisa entre Panorama (SP) e Brasilândia (MS) – infraestrutura de suporte para a cadeia da celulose. Resultado de emendas, pressões, lobbies.
Coamo – Campo Mourão C. Vale – Palotina Lar – Medianeira. Instalação em rede de fornecimento de grãos e médias propriedades.
Eixo da BR 163 e Ferronorte.
Atração das plantas industriais dos frigoríficos. Fechamento da unidade do JBS em Presidente Epitácio gerando 1.200 empregos. Reestruturação para as unidades de Mato Grosso do Sul. Mudança por causa dos créditos de ICMS e da política tributária do estado de São Paulo – Andrea Calabi – Secretário da Fazenda. Não convide para a mesma mesa com André Puccinelli. Disponibilidade de área para cana. Celulose tem ocupado terras fracas, que estavam na pecuária extensiva. Cana tem concentrado no centro sul do estado. Terras boas para agricultura de alimentos. Já indica-se redução da diversificação e da produção de alimentos nos municípios do sul do estado.
Zicosul – produzir de forma descentralizada e fragmentada como é o padrão do regime de acumulação flexível. Drenagem de recursos para fora do estado porque as principais empresas não tem sede no estado, não são de capital regional.