Este documento discute a telenovela brasileira "Vale Tudo" e como ela se espalhou para as redes sociais. Analisa como a narrativa da novela sobre corrupção política e ética social continua relevante e gera debates online sobre esses temas.
1. “Vale Tudo” nas Redes Sociais?
Ética, Mediação e Cidadania no Ciberespaço
Cláudio Cardoso de Paiva UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
1. Introdução
Após mais de meio século de atuação, no contexto da cultura audiovisual, as
telenovelas se tornaram um fenômeno importante no imaginário coletivo e no mercado
internacional, atraindo a atenção da academia. A prova disso é que grandes expressões
do pensamento social brasileiro tais como Muniz Sodré (1991), Marcondes Filho
(1986), Janine Ribeiro (2005), entre outros, fizeram valiosas contribuições sobre o tema.
A partir dos anos 80, surgiram estudos sinalizando um reconhecimento da
perspectiva teórica da recepção, como Leitura social da novela das oito (LEAL, 1985).
De fato, verificamos uma curva no trajeto epistemológico da comunicação com
o estudo das mediações, a partir da contribuição de Martin-Barbéro, com o livro Dos
Meios às Mediações (1987). Este tipo de análise, orientado pelos “estudos culturais”, se
amplia com as investigações de Canclini (1998) e Orozco (2002), que impulsionaram os
intelectuais latino-americanos a reconsiderar a importância do consumo da
teledramaturgia por vários estratos da audiência brasileira.
Nessa esteira, encontramos trabalhos instigantes como O potencial dialógico da
televisão (MATTUCK, 1997), O fascínio de Sherazade (ANDRADE, 2003) e o estudo
de fôlego Vivendo a telenovela (LOPES; BORELLI; RESENDE, 2000): um esforço de
monitorar o modo como as diversas classes sociais assistem às telenovelas, e como a
“realidade imaginada” no universo da ficcão na TV se mescla à própria realidade de
milhões de pessoas, que interagem ativamente com os personagens e situações.
O grande público se habituou a tirar proveito dessas narrativas, fazendo usos e
apropriações das mensagens. E com efeito, a telenovela, como uma modalidade de
“obra aberta”, sempre teve o seu roteiro modificado a partir da recepção, aceitação,
recusas e pactos de leitura por parte da audiência.
Procuramos examinar as interrelações entre a teledramaturgia e as e mediações
realizadas pelos receptores por meio das redes sociais. Ou seja, observamos um produto
2. já consagrado no contexto da cultura popular de massa, que, migra da televisão aberta
para outros suportes midiáticos, como a TV paga1, o DVD, a internet.
Mirando a telenovela Vale Tudo, que discute basicamente “se vale a pena ser
honesto num país de corruptos”, e verificando que esta foi ao ar em 1988 (antes dos
caras pintadas e do impeachment do Presidente Collor) e que retorna ao espaço
audiovisual no ano de 2010 (no fim da gestão do Presidente Lula, após a denúncia dos
“mensalões”), encontramos insights valiosos para repensar o tema da corrupção e as
interfaces da ética, mídia, política e sociedade.
Exploramos os contratos simbólicos efetivados entre a imaginação criativa dos
espectadores-internautas e os conteúdos midiáticos, buscando perceber como as
narrativas televisuais geram modos críticos e competentes de leitura e conversação,
migrando para os blogs e sites, como o YouTube, Facebook, Twitter, Orkut.
Contemplamos os estilhaços da telenovela Vale Tudo no ciberespaço, onde se
incluem diversas interpretações dos seus conteúdos temáticos. Neste ambiente de
pluralidade e complexidade, encontramos a oportunidade para extrair sentido desta
experiência cultural tão controversa como a telenovela Vale Tudo.
O roeteiro focaliza as mazelas nacionais, a corrupção, a violência, a injustiça
social, a falta de educação, de ética e solidariedade. Migrando da indústria cultural para
uma instância pós-massiva e segmentada, a ficção seriada nos dá a chance de perceber
as simulações que faz do real, a partir das novas sociotecnologias do olhar.
Na primeira semana, a reprise levou o Canal Viva à liderança do Ibope da TV
paga. No horário alternativo, ao meio-dia, só perde para os infantis. (...)
Tanto sucesso surpreendeu até Letícia Muhana, diretora do Viva. "Tínhamos
pesquisas apontando que o público queria programas da década de 80 para
trás. Escolhemos 'Vale Tudo' porque foi marcante, mas nos espantamos com
esse tsunami." (...) Essa é a segunda vez que "Vale Tudo" é reprisada. A
primeira foi em 92, no "Vale a Pena Ver de Novo". Mas dois fatores tornam a
reapresentação atual mais badalada: "Quatro anos foi um tempo curto, havia
uma ressaca da novela, que foi avassaladora. E hoje há as redes sociais da
internet, fundamentais para esse sucesso." (MATTOS, Folha.com,
31.10.2010)
Para demonstrar a importância desta obra na imaginação popular e explicitar
como a sua narrativa extrapolou o âmbito da esfera estritamente midiática, irradiando-se
nos interstícios socioculturais, na espessura da organicidade cotidiana, mapeamos
algumas informações pertinentes. Assim, apresentamos um percurso que evidencia as
1 A reapresentação (de Vale Tudo) vai ao ar no Viva, canal pago da Globosat que faz sucesso
com programas antigos da TV Globo. In: Folha.com, 31.10, 2010
3. intersecções entre o plano da ficcionalidade (e midiatização social) e o plano da
recepção e das mediações sociais colaborativas.
O Brasil inteiro parou em 1989 para saber quem matou Odete Roitman (em
pleno sábado de Natal). (...) Houve até um concurso, patrocinado por uma
indústria alimentícia para premiar quem acertasse o nome do assassino. (...)
Apesar de vilã, a personagem conquistou grande popularidade. Beatriz Segall
conta que depois que personagem foi assassinada na trama, uma agência de
publicidade criou uma campanha para uma companhia de seguros, na qual,
sob uma foto da atriz, lia-se a frase: “Nunca se sabe o dia de amanhã. Faça
seguro.” (...) Vale Tudo foi exibida em mais de 30 países, entre os quais
Alemanha, Angola, Belgica, Canadá, Cuba, Espanha, Estados Unidos, Itália,
Peru, Polônia, Turquia e Venezuela. (...) Em Cuba a novela fez tanto sucesso
que “Paladar”, o nome dos estabelecimentos gerenciados por Raquel, passou
a designar os pequenos restaurantes privados que acabavam de ser
inaugurados no país, depois da abertura econômica dos anos 1990 (In:
Dicionário da TV Globo, 2003).
O desafio que se coloca é acompanhar a transfiguração de um produto midiático,
exemplo de uma experiência linearmente “comunicativa”, forjada em moldes industriais
e tipicamente massivos, que passa a se constituir numa “experiência comunicacional”,
como distingue Muniz Sodré (2002). Ou seja, extrapola a sua contigência de produto da
cultura de massa e se transfigura num produto da “cultura midiática” (Santaella, 2003).
Isto se tornou possível após a expansão dos objetos técnicos, como
videocassetes, gravadores, controle remoto, que autorizam um novo modo de uso (de
recepção, assimilação e mediação) por parte dos telespectadores, consumidores,
pesquisadores.
Logo, os fenômenos e ambientes midiáticos e comunicacionais se tornam mais
evidentes, proporcionando estudos mais sistemáticos a partir de uma empiricidade
surgida através da comunicação interativa, gerada pelas redes sociais. Após a internet e
a comunicação digital, precisaremos reformular tudo aquilo que conhecíamos em
termos de teoria (e estética) da recepção, mediações socioculturais, “contratos de
leitura” e “interacionismo simbólico”. Com a inserção social dos computadores e outros
dispositivos de mídias locativas (celulares, palmtops, laptops), verificamos uma
pragmática da comunicação em que os papéis dos autores, leitores e telespectadores se
intercambiam, solicitando reajustes conceituais e metodológicos.
2. As leituras e interações tecnossociais como figuração do Método
Buscamos sustentar uma argumentação procurando refletir sobre a seguinte
questão: podem as mídias interativas promover elementos argumentativos e
4. comunicacionais contribuindo para a elevação do debate sobre a ética, a percepção
estética e a inteligência coletiva, no contexto da vida cotidiana?
Após uma longa busca, capturamos vários suportes informacionais, dentre os
quais site “M de Mulher”, da Editora Abril. E notamos que este traduz antes uma
“celebração dos prazeres da audiência” (RONSINI, 2008, 20), do que uma crítica da
manipulação e programação da percepção estética e da cognição pela retórica da
ficcionalidade. E essa é a estratégia do trabalho agrupar, contrapor, criar espaços
dialógicos, acolhendo perspectivas distintas. O site prima na disponibilização de fotos
dos personagens e não disfarça a sua apologia à espetacularização midiática por meio de
uma retórica esvaziada de sentido e floreada com frases de efeito, expressas no título, e
subtítulo da matéria, num texto curto, que serve como legenda da grande foto da
personagem Odete Roitman:
“Vale Tudo: a novela que mostrou a cara do Brasil (...) é sucesso absoluto
mesmo quando é reprisada. A trama de Gilberto Braga apresentou
personagens que são lembrados até hoje. (...) Uma senhora vilã. Rica e
esnobe, Odete Roitman desprezava os pobres e dizia ter vergonha do próprio
país. Era a vilã que todos amavam odiar. O mistério envolvendo o seu
assassinato parou o Brasil”. (site “M de Mulher”, Novelas e Famosos,
29.10.2010).
Não se pode observar um dispositivo de mídia digital como este, sem considerar
o seu caráter de provisoriedade, que de certa forma traduz o estado da arte da
comunicação numérica contemporânea, sem reconhecer o nível de gratificação que
oferece aos seus usuários. Na perspectiva de uma teoria da recepção, este produto deve
ser compreendido num contexto sociocultural em que as iconicidades e figurações das
celebridades satisfazem às idolatrias pós-modernas, como aponta Maffesoli (2008), e
também Barthes (1982) e Baudrillard (1997), estudando as mitologias de sua época. De
maneira semelhante, Certeau celebra “as invenções do cotidiano” (1996).
O volume de acessos, postagens e recomendações registrados no website atestam
o gosto dos leitores-fãs-assinantes, que se dedicam a contemplar, colecionar e
compartilhar as imagens eleitas dos “olimpianos”, como escreve Morin (1989). Caberia
respeitarmos as escolhas das “comunidades de afeto” reunidas em torno dos ícones e
mitos, banalidades, frivolidades e efemeridades da sociedade digital.
De maneira similar podemos apreciar no site da UOL, a introdução do Quiz:
Quem é você na novela “Vale Tudo”? Ali os internautas são convocados a encarnar a
pele dos personagens da trama. E os inúmeros acessos, identificações, “tuitagens” e
5. incorporações surpreendem apenas aqueles não-leitores de Bauman, o filósofo da
“modernidade líquida” (2001; 2005), que explica o estado atual dos fenômenos éticos e
psicossociais, identidades nômades, relações efêmeras, numa era de extrema aceleração
e velocidade, que não permite enraizamentos e identificações duradouras.
E, num outro registro encontramos mediações críticas, porque nem todos os
gatos são pardos nas intersubjetividades e interações do ciberespaço. Vejamos, nessa
linha, a argumentação crítica do jornalista Maurício Stycer acerca do conteúdo temático:
De volta à telinha, pelas mãos do canal Viva, da Globosat, “Vale
Tudo” está obtendo bons índices de audiência na TV paga, o que não
significa muita coisa, causando frisson nas redes sociais, em especial o
Twitter, e animando conversas na madrugada –a novela é exibida à
0h45 e reapresentada às 12h. (STYCER, site UOL - Televisão, 2010).
O comentário acima possui relevância em nossa análise, não apenas pela
informação acerca do retorno triunfal da telenovela após 22 anos, desta vez na era da
TV Digital, mas por outros motivos: a sua reportagem (de teor crítico) se instala num
ambiente hipertextual, abrindo a possibilidade para os leitores-internautas-
telespectadores fazerem suas próprias mediações, intervindo com novos comentários,
através das ferramentas de convergência, como o e-mail, Orkut, Facebook, Twitter.
Os“sistemas de resposta”, conforme escreve Braga (2006), por sua vez, serão
capturados, comentados, refutados, respaldados; depois porque a interação mútua do
site permite aos leitores-usuários-telespectadores agenciarem mecanismos de
interpretação daquilo que está no centro do conteúdo temático da narrativa de Vale
Tudo, ou seja, o problema da ética. Este expediente nos é facultado a partir do
depoimento do dramaturgo Gilberto Braga, senão vejamos:
Vale Tudo nasceu da (...) distorção – presente em praticamente todo o
país – dos que acham que quem não é corrupto é babaca. Foi a única
novela em que, antes de ter a história, eu já tinha a temática. Eu
queria fazer uma novela sobre o seguinte assunto: “Vale a pena ser
honesto num país onde todo mundo é desonesto?” Foi uma novela
muito didática. (In: STYCER, ibidem)
O próprio colunista lança o mote para uma primeira reflexão dialógica acerca
do ethos subjacente à organização discursivo-imagética da trama:
O depoimento ajuda a entender o que não gostei ao rever o capítulo 29
de “Vale Tudo”. É uma novela destinada a vender uma “mensagem”
de cunho moral, escrita didaticamente. Gilberto Braga acreditava que,
na exposição exagerada da maldade dos personagens, estaria dando
6. uma lição ao público. Isso inclui até a famosa “banana” que o vilão
Marco Aurélio dá no final da novela, ao escapar impune. Vista hoje,
“Vale Tudo” me pareceu engraçada e divertida, mas boba. É
politicamente incorreta, mas esta qualidade fica em segundo plano
diante dos exageros cometidos e ditos para chamar a atenção do
público. (STYCER, ibidem)
Ao nível das mediações tecnossociais realizadas em rede, a experiência
amadurece a partir da polifonia dos comentários dos leitores-internautas,
disponibilizados nas 34 postagens do twitter e das 51 recomendações no Orkut. Um
exame detido destes expedientes interativos nos traria elementos instigantes para
entendermos esta modalidade de comunicação colaborativa. Mas aqui não há lugar nem
tempo para isso. O que importa mesmo é perceber como as hibridações e convergências
geradas pelo hipertexto modificam o estilo de leitura, recepção e interação por parte dos
telespectadores, e como as interpretações do problema da ética e da moralidade
atravessam o corpo da narrativa ficcional.
3. Os blogs, as interações e subversões de Vale Tudo
Das Actas Diurnas de Júlio César, na Roma antiga, passando pelos tipos móveis
de Gutemberg, chegando aos blogs da internet, uma revolução inteira aconteceu, no que
respeita ao modo de produção, circulação e consumo das informações.
Após uma busca na Web, desejando apreender a interface que reúne as notícias
sobre Vale Tudo no contexto das mídias interativas, encontramos o blog de Danilo
Thomaz, “Crônicas da Vida Financeira”. Uma modalidade de comunicação interativa
que prima pela inteligência e criatividade conectadas, com rigor na análise, resgate
histórico e tratamento da informação. Este especialista em Jornalismo Econômico,
compartilha com os seus leitores-colaboradores uma interpretação da novela Vale Tudo,
selecionando os temas relativos ao contexto econômico-financeiro do período em que a
teledramaturgia foi realizada. Pelas palavras do autor, podemos reconhecer:
“um país arrasado, em que os personagens vivem assombrados pelo
desemprego, desestabilizados pela inflação e açoitados pela descrença
de um futuro no país que levou 20 anos para sair de uma ditadura e
acordou numa profunda crise econômica”. Os ricos – esnobes,
corruptos e alineados – passam o dia à beira da piscina – sustentados
pelos rendimentos da inflação – e as noites em festas. Os que
trabalhavam, viviam entre negociatas, críticas mordazes ao Brasil. Os
pobres são tensos, têm medo de perder o emprego e passar por sérias
dificuldades. O preço do pão, da carne, do leite é o assunto deles à
mesa, que agradecem a Deus por ainda ter o que comer. Um dos
poucos personagens com formação superior – paga com toda
7. dificuldade do mundo pelo seu pai –, Ivan deixou o emprego em São
Paulo para trabalhar numa empresa carioca que lhe pagaria mais. Ao
chegar para o seu primeiro dia de trabalho, descobre que 90% dos
funcionários foram demitidos. Ele inclusive. A partir daí, Ivan luta
para conseguir um emprego que pague suas contas e a pensão para seu
filho, já que sua ex-mulher, Leila (Cássia Kiss), nega-se a trabalhar
como vendedora de loja. Como quase ninguém consumia naquele país
de economia fechada e hiperinflação, ela não achava um bom negócio
passar o dia em pé. Ivan, porém, tem que se defrontar com um grande
obstáculo em sua tentativa de voltar ao mercado de trabalho: a sua
formação. Ao omitir que fez faculdade, consegue vaga como
assistente de telégrafo na TCA, a empresa de aviação de Odete
Roitman. A música de abertura era Brasil, de Cazuza, que ilustra o
país arrasado pela hiperinflação, estagnação econômica, abismo
social, desordem, obsolescência política e desamparo é o clássico de
Gonzaguinha, “É”. (In: Blog - Crônicas da Vida Financeira,
18.10.2010).
O nível de interacionalidade do Blog de Thomaz é alto, pois além de conter os
recursos interativos dos sites, como espaços para postagens dos comentários, assim
como visualização das postagens dos visitantes e os demais utilitários que permitem
várias formas de compartilhamento, agiliza o acesso ao Youtube com as imagens de
sons da cantora Simone, interpretando a canção protesto de Gonzaguinha.
Barbéro e Rey, no opúsculo Exercícios do Ver (2001), elaboram uma reflexão
pertinente, ajudando a decifrar a experiência tecnocomunicacional, realizada pela
disponibilização dos sites de vídeos nos blogs. Os autores apontam para especificidade
da conjunção, em que a “oralidade” (das culturas pré-industriais) e a “tecnicidade” das
culturas (pós) modernas concorrem para a configuração de formações “culturais
híbridas”, redefinindo “novos” estilos de identificação e de interações, da parte dos
telespectadores-consumidores-cidadãos.
4. O YouTube: convergência minimalista, tecnologia da interatividade
A invenção e popularização do site de vídeo YouTube significa uma grande
transformação nos processos de criação, difusão e consumo dos audiovisuais.
Ocorreram mutações relevantes também no que se refere especificamente ao problema
que tratamos aqui, a migração dos conteúdos da TV analógica para a sua versão digital.
A telenovela Vale Tudo segmentada nos labirintos da cultura digital, proporciona
modalidades inéditas de interação mediada por computador (PRIMO, 2007). Por essa
via, os telespectadores-internautas-pesquisadores poderão - por exemplo - ter acesso aos
conteúdos do fechadíssimo domínio do broadcasting.
Os processos de transmigração e compartilhamento dos episódios de Vale Tudo,
8. pelos diversos procedimentos sociotécnicos propiciam modificações marcantes na
ambiência comunicacional. Isto se dá, primeiramente, através da sua transcodificação
das fitas de videocassete para a linguagem digitalizada, em seguida pela captura de seus
capítulos, em alta definição, durante a sua exibição no canal GNT, e posteriormente,
pela “redistribuição” realizada por hackers e especialistas em informática.
A operação rompe as barreiras do sistema midiático tradicional engendrando
processos inéditos de interacionalidade, e modalidades originais de mediações, novos
processos intersubjetivos e interativos. O YouTube promoveu a democratização da
informação e da comunicação, assim como originou o nascimento de novos estilos de
“cidadania digital “e de “comunidades virtuais” (RHEINGOLD, 1996).
Este tipo de site é guarnecido por utilitários operacionais, que realizam às
convergências midiáticas, ligando-se ao e-mail, twitter, Facebook. Usando os
instrumentos e a performatividade do YouTube podemos compartilhar as informações,
imagens, sons, textos, comentários, leituras e interpretações que repercurtem no campo
da economia, política, arte, educação, lazer e negócios.
Esta experiência pode ter várias designações, como “cultura de convergência”
(JENKINS, 2008), “cultura de interface” (JOHNSON, 2001) ou “cultura da virtualidade
real”. O fundamental é reconhecer que se trata de uma experiência geradora de
empoderamento social (CASTELLS, 1999; 2009).
A GloboSat está atenta para os “riscos” econômicos e políticos trazidos pelas
mídias (e mediações) colaborativas e pelas tecnologias de compartilhamento.
“Às pressas, dois departamentos se mobilizaram. O comercial criou cotas de
patrocínio para a novela, a pedido de anunciantes. E o jurídico se arma contra
a pirataria dos capítulos na internet”. (MATTOS, Folha.com. 31.10.2010).
Novs procedimentos ético-infocomunicacionais se encontram em marcha e
demandam “estratégias financeiras”, jurídico-administrativas (da parte das empresas) e
também “ajustamentos” políticos (da parte da sociedade civil), pois atinge a esfera da
economia-política, dos direitos autorais, dos interesses mercadológicos.
Tudo isso tem sido enfrentado por pesquisadores empenhados na defesa do
“software livre”, dos “creative commons”, da liberdade de expressão, do livre fluxo da
informação, do direito à comunicação (Cf. ANTOUN, 2011; SILVEIRA, 2011;
LEMOS, 2004; MORAES, 2010)2.
2 Caberia nessa perspectiva consultar os papers disponibilizados no website do ABCiber – Associação
Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura: <http://abciber.org/index1024.html>
9. Cumpre examinar como a infocomunicação tem gerado estilos de recepção,
mediação e interacionalidade, através das redes sociais que revigoram o espaço público,
estimulando o empoderamento e a cidadania digital.
O YouTube é um potente vetor de desconstrução das estruturas cristalizadas, do
sistema midiático (o broadcasting) e – ao mesmo tempo – um motor de processos
comunicacionais imprevistos, inovadores, interativos, que mobilizam novas
iconicidades a serem compartilhadas na esfera pública digital.
O site disponibiliza paródias, sátiras e carnavalizações, virando do avesso a
programaticidade do sistema midiático hegemônico3. Nessa perspectiva podem ser
ilustrativos os vídeos da novela Vale Tudo, fazendo a derrisão dos vilões e mocinhos.
Os vídeos com as imagens da personagem de Heleninha Roitman, a personagem
alcoólatra encarnada por Renata Sorrah, compartilhados na internet, multiplicam a
potência comunicacional do YouTube, devido aos acessos, exibições e comentários
interativos, que chegam à casa dos milhares!
As cenas da morte da arquivilã Odete Roitman atingem altos números de
visitação, como as paródias e sátiras a respeito da personagem. O mesmo ocorre com as
imagens de Marco Aurélio (Reginaldo Farias), na pele do empresário desonesto.
Uma proliferação dos acessos e compartilhamentos dos vídeos ocorre a partir
das postagens com as cenas da vilã Maria de Fátima, que rouba a mãe, trai a amiga,
tirando-lhe o namorado, articula a separação da mãe e o seu parceiro, trai o marido com
seu amante charlatão, vende o próprio filho e se casa outra vez, por interesse,
performatizando um dos primeiros triângulos amorosos na história da teledramaturgia.
Caberia aqui problematizarmos a dimensão dos afetos, os valores afirmativos e
regressivos, a percepção estética e cognitiva que se irradiam, sendo recepcionados e
mediados por milhares de fãs, telespectadores, internautas. A inteligência sensível faz
interação com a tecnologia inteligente. E, dependendo do uso que os sujeitos fizerem
desta ferramente, podem formar um juízo crítico, sem deixar de interagir
tecnoafetivamente com a dimensão poética e catártica da obra.
No cruzamento da afetividade e a tecnicidade (no YouTube) surge aquilo que
Sodré chama de “ethos midiatizado” (2002). E uma utilização competente destas
conjunções sociotécnicas, sensório-afetivas, antropo-informacionais podem elevar a
otimização das comunidades virtuais dos usuários-telespectadores-cidadãos.
3 Convém buscar, neste sentido, o estudo de FELINTO (2007) sobre o YouTube como paródia.
10. 5. O FaceBook, Empoderamento Coletivo e Estilhaços da Política
O volume extraordinário de acessos no FaceBook e as postagens tem
repercutido em escala global; os jornais e os noticiários da televisão não cessam de
alardear sobre a força do seu impacto no campo da governamentalidade, principalmente
nas regiões mais tensas e conflitivas do planeta. Os casos da Venezuela, do Egito, do
Iraque, da China, de Cuba e mais recentemente da Argélia, em que a censura à imprensa
se faz de maneira mais acirrada nos servem de exemplo para ilustrar este fenômeno
recente das redes de informação que têm forjado também vigorosas redes de
solidariedade e comunicabilidade, alertando para as formas de mediação sociopolítica e
de empoderamento dos indivíduos conectados às mídias colaborativas. A história tem
mostrado que, em sintonia com outras redes, os agenciamentos sociotécnicos e as
inteligências conectadas têm desarmado aparelhos de Estado, que pareciam
tiranicamente intocáveis.
No tocante à mediação e avaliação epistemológica destas experiências e
acontecimentos de ordem tecno-info-política, conviria consultar Morais (2006); Antoun
(2004); Bruno (2006), entre outros, na defesa de democratização do ciberespaço.
A partir de uma perspectiva da microfísica da vida cotidiana, observamos que,
no espaço hipertextual das redes interativas, pulsam instrumentos tecno- sensoriais-
inteligíveis, em que interagem as potências do saber e poder, intuição e intelecto, razão
e sensibilidade, favorecendo o debate e a crítica da sociedade, da cultura, da ética e da
política. É por essa via que a comunidade virtual criada em torno da telenovela Vale
Tudo, instalada no site do FaceBook, na medida em que estocam opiniões, idéias,
diagnósticos e recusas de aspectos da experiência sensível, torna-se virtualmente um
arsenal vigoroso estimulando a percepção cognitiva, o ethos comunitário e a ação
comunicativa. A título de ilustração, indicamos – nas referências - o endereço do site,
cujas características de suas comunidades virtuais, possuuem configurações –
semânticas, actanciais e performativas - similar às comunidades do Twitter e do Orkut,
mas mantendo sintaxes e mediações específicos. No momento diríamos apenas que os
fragmentos, detalhes, resíduos técnico-operacionais do site, conectados aos
instrumentos tecno-sensoriais e neuro-cognitivos do FaceBook, repercutem
favoravelmente no plano do consumo, das mediações e da interacionalidade social.
11. 6. O Twitter: a ficcionalidade, a mediação e o ethos comunicacional
Uma mirada sobre a rede social forjada pelo site de relacionamento Twitter,
significa contemplar uma paisagem cibercultural, em que os fluxos sócio-
informacionais são intensos e acelerados, por onde fervilham interativamente milhões
de pessoas. E a sua dimensão afirmativa esta na possibilidade de se agenciar um
protocolo de escolhas, decisões e ações tecnocomunicacionais, que pode ter
conseqüências ético-cognitivas e sociopolíticas admiravelmente surpreendentes.
Um estudo mais detido e com mais profundidade pode nos levar aos meandros
das suas potencialidades e dinâmicas performativas, de maneira bem sucedida, nos
domínios da arte, educação, economia, informação e política. Não podemos perder de
vista que trata-se de uma ferramenta, em constante estado de atualização e sempre
solicitando novas competências operacionais, ou seja, como os outros equipamentos
sociotécnicos de midiatização, tem seus dias contados, aguardando apenas a nova
invenção informacional.
Todavia, faz-se necessário destacar a sua natureza de conexão interativa
sensibilidade tecnológica, mediada por dispositivos de inteligência coletiva. No
momento, examinamos como os discursos, intervenções e ações cognitivas, das
comunidades do site, debatem a encenação dos afetos, valores e sociabilidades
projetados nas narrativas de ficção. Este é o caso de Vale Tudo no Twitter: os 140
caracteres que organizam o universo sociolingüístico dos internautas-telespectadores
lhes permitem reativar camadas de sentido surpreendentes, e suas repercussões são
ilimitadas. Do presencial ao virtual, do digital ao histórico-social-cotidiano, as
estratégias discursivas que performatizam as mediações de competência, passam pelo
crivo do poder do Estado, das Forças Armadas, da Família, da Religião, da Saúde, da
Política partidária, dos Negócios, da vida publica e da vida privada. Mas distintamente
das formas de sua midiatização através meios clássicos de comunicação, doravante, com
as mídias, temos novos parâmetros para discutir a inserção das interfaces sociopolíticas
e culturais, no contexto das redes de informação hegemônicas.
Sem avançar demasiadamente num desdobramento da forma como se
apresentam as informações, discussões e discordâncias acerca da reprise de Vale Tudo, e
o seu séquito de personagens ex-cêntricos e malvados, no Twitter, aqui indicamos
alguns trechos das notícias publicadas num website, que pode dar uma idéia do retorno
desta telenovela como um grande acontecimento tecnomediático.
12. A trama (de Vale Tudo), que além da vilã vivida pela atriz Beatriz Segall tem
uma galeria grande de personagens inesquecíveis - como Heleninha (Renata
Sorrah), Maria de Fátima (Gloria Pires), Raquel (Regina Duarte) e Solange
(Lídia Brondi) - entra quase diariamente para os trending topics, a lista de
assuntos mais comentados do Twitter, quando está sendo exibida. (...)
"Alguém aqui está revendo a novela 'Vale Tudo'? Eu estou praticamente
escravizado", comenta um usuário do serviço de microblogging. "Isso sim
vale a pena ver de novo!", se empolga outra. (...) O detalhe é que o horário
escolhido para a reprise é de madrugada, às 0h45. A trama também passa
novamente ao meio-dia. (...) Diversos usuários afirmam que a novela tem
sido responsável pelo "sono tardio". "Minha insônia tem nome: 'Vale Tudo'.
Que novela sensacional", afirma um. "Bom dia para quem assistiu 'Vale
Tudo' até de madruga e não conseguiu acordar às 7h", ironiza outro. (...)
Consultado, o canal Viva diz que ainda não tem os números de audiência da
novela. Mesmo sem dados oficiais, muitos internautas têm certeza de que a
novela caiu mesmo --novamente-- nas graças do público. (...) Entre os
comentários sobre a novela, há principalmente elogios ao texto da trama, que
para eles continua atual. (...) "O discurso de Odete Roitman sobre o Brasil
continua atual. A reprise de 'Vale Tudo' é uma utilidade pública", afirma um
internauta. "Assistindo o canal Viva a gente consegue perceber como se
desaprendeu a fazer televisão", concorda outro. (...) Parte dos internautas se
diverte ainda relembrando o final dos anos 80, "tempo em que videocassete
era modernidade e só o filho da Odete Roitman tinha". (...) "Vou comprar a
trilha sonora de Vale Tudo em vinil só para criar um clima...", diverte-se um
rapaz no Twitter. Para outra usuária do site, "é muito engraçado ver os atores
todos novinhos". Enquanto isso, um terceiro se choca com uma cena em que
a mocinha e seu amigo se preparavam para fumar um baseado. "Estranho ver
isso, mas era 1988", afirma. (In: website D24am, 11.10.2010)
7. Para concluir: as mídias sensíveis e as comunidades virtuais
A conexão sensível e inteligente entre seres humanos e as tecnologias
interativas, as mediações, estratégias e ajustamentos, tudo isso nos chama a atenção no
Orkut, principalmente, nas ditas “comunidades virtuais”4. Aqui as contemplamos em
sua natureza líquida, nômade, transitória, como um fenômeno que aparece e desaparece
muito depressa, cedendo terrenos para novos agenciamentos sociotecnológicos.
Lançamos “um olhar sobre a recepção através das bordas da circulação”, como
escreve Fausto Neto (2010), reconhecendo a sua vigorosa hipertextualidade, inteligência
conectiva e potência interacional, que agrega os saberes e fazeres dos indivíduos e
grupos sociais.
Colocamos em perspectiva as comunidades virtuais forjadas a partir de uma obra
da teledramaturgia, que é controversa, atravessada por ambigüidades e complexidades,
pois radicalizam a sua representação (e simulação) da experiência humana.
Contemplamos aqui a telenovela Vale Tudo, cujos personagens são projetados –
4 Destacamos nessa direção a pesquisa de Marina Magalhães sobre a Comunidade Virtual do Jornalismo
Cultural da Paraíba, no Orkut, atualmente em fase de conclusão, no PPGC/UFPB, mar./2011.
13. criticamente - a partir de uma caracterização ética e moral atravessada por todos os
pecados capitais. Talvez por isso mesmo cause tanto furor dentro e fora da tela
eletrônica. Esta deve ser a causa das centenas de acessos, postagens, comentários,
críticas, elogios, enfim, de tantas apropriações por parte dos usuários-telespectadores-
cidadãos. A narrativa de Vale Tudo nos apresenta a dança dos cisnes brancos e dos
“cisnes negros”, no contexto da (nossa) teledramaturgia, parecendo que saíram (não do
teatro, do cinema), mas diretamente dos cenários presenciais da vida cotidiana.
Todavia, seria equivocado interpretar a ambiência comunicacional do Orkut
apenas como uma continuidade da vida organicamente vivida, pois assim não
poderíamos entender, por exemplo, os inúmeros perfis “fake”, a “potência do falso”, a
vigorosa liberação do desejo através de uma realidade imaginada. Perderíamos a
pujança dessa “Second Life”, liberada nos espaços e tempos das redes sociais. Assim
seria difícil captarmos a estranheza criativa dos perfis das pessoas mortas
(surpreendentemente ainda em atividade) na imaginação, simbolismo e discursividade
das redes sociais.
A comunidade virtual da telenovela Vale Tudo é constituída por 5.119 membros,
foi criada por Flávio Michelazzo, em 31.10.2006, é monitorada (e atualizada) por cinco
moderadores, inscreve-se na categoria Artes e Entretenimento, é pública quanto à
regulação dos acessos, ou seja, a privacidade do conteúdo, é aberta para não-membros.
Ao inspecionarmos a sua configuração, observamos na seção destinada ao
Fórum de Discussão a inscrição de centenas de Tópicos abrangendo os mais variados
assuntos, em sua maior parte derivados diretamente das temáticas da telenovela. Mas
dentre todos, destacaríamos um deles destinado aos comentários diários da obra,
computando um volume de 3.515 postagens, cujas interlocuções se multiplicam em
perguntas, questionamentos, críticas, réplicas, etc., formando um repertório
quantitativamente inumerável, cifras fantásticas, que nos desafiam a compreensão.
Arriscaríamos uma argumentação de que os usuários articulam ali uma simples
função fática (ou de contato) da linguagem, reativando uma pulsão semiótica, tecno-
sensorial-comunicante, uma mediação com o mero objetivo de forjar um mínimo de
“táctil-sociabilidade”. Entretanto esta experiência comunicacional, que gira em torno de
um fenômeno mass mediático, caracterizado pela extravagância de uma simulação que –
por sua vez - expõe a desordem pública de sociedade norteada por valores morais em
pedaços, alerta-nos - sintomaticamente – para uma nova modalidade de processo sócio-
tecno-comunicacional.
14. A sua singularidade reside na sua natureza complexa, polifônica, hipertextual e
colaborativa , que estilhaça o paradigma de uma matriz industrial, organizativa do
desejo, da ideologia, do discurso, e funda um novo estilo de comunicabilidade
imprevisto, inusitado, ao mesmo tempo, sensível, racional, inteligente, na medida em
que acolhe as sombras, as sobras, os insights, a agonia, o êxtase e as iluminações da
comunicacionalidade tecnossocial em todas as sua potencialidades, diferenças,
disparidades éticas, estéticas, sensoriais e cognitivas.
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