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ILSE LIEBLICH LOSA
Caraterísticas da sua escrita infanto-juvenil.
AS MEMÓRIAS

   Ilse Losa, nas suas narrativas, recorre frequentemente às suas
  memórias e introduz aspetos autobiográficos.


“… as histórias nascem de momentos aparentemente insignificantes, mas
que nos tocaram, de encontros com criaturas e paisagens.”
                                                               Losa, 2000
O REALISMO

    A escrita de Ilse Losa é baseada na realidade quotidiana.


“(...) observando a criança, verificamos que ela manifesta grande interesse
por tudo o que a rodeia (...). Por esta razão não a satisfazemos contando-
lhe exclusivamente histórias fantásticas; contemos-lhe também outras,
relacionadas com o quotidiano”.
                                                                  Losa, 1980
A CUMPLICIDADE COM ANATUREZA E OS
                     ANIMAIS



“Saber ouvir falar as plantas e os animais,
não duvidar da sua semelhança com o
homem é privilégio e vivência que não
voltarão depois de a infância ter terminado,
mas que ficam gravados na nossa memória.”
                                   Losa, 1980
OS ANIMAIS
  Na obra de Ilse Losa é constante a presença de animais:

- Faísca Conta a Sua História;
- Dois Inimigos que Ficaram Amigos, in A Flor Azul;
- Um Fidalgo de Perna Curta;
- Ana-Ana;
- Na Quinta das Cerejeiras;
- Viagem com Wish;
- O Cão e o Pardal, in Ora Ouve;
- Um Artista Chamado Duque;
- A Visita ao Padrinho;
- Dandy, in O Rei Rique e Outras Histórias ;
- A História que Joana Escreveu, in O Rei Rique e Outras Histórias.
OS ANIMAIS

 “Tenho um trauma de infância que é um
 cão. Aliás, nas minhas histórias há sempre
 cães. Eu gostava tanto de um cão que tive
 quando era miúda, como se fosse da
 família! Fazia parte da família aquele Bodo.
 Era praticamente meu. Não posso até
 explicar aquela amizade. Imagine que ainda
 outro dia acordei a chamar por ele. Nunca
 me abandonava. Mesmo quando eu estava
 a estudar, ficava ali, junto a mim.”
                                        Losa, 1991
A NATUREZA
 Na sua obra, Ilse Losa coloca a infância em estreita ligação com

a Natureza, a qual simboliza os valores de autenticidade e de
integridade:


- A Flor Azul
- Beatriz e o Plátano
- O Senhor Pechincha
- Silka
 - A Tulipa e a Violeta
- A Estranha História de uma Tília
A FAMÍLIA
 Nos textos de Ilse Losa surgem outras

realidades que não a da família tradicional
(pai/mãe/filho) :

                       Aparece-nos       várias     vezes    a     família
                    monoparental com um único filho - Faísca Conta a
                    Sua História; Miguel, o Expositor; A Flor Azul; O Senhor
                    Pechincha; Apesar de Tudo; Na Quinta das Cerejeiras e
                    O Príncipe Nabo.


                     A ausência de um dos elementos parentais decorre
                    do falecimento ou da emigração de um deles.
A ESCOLA


 A entrada das personagens na escola é referida como o momento
de passagem de um tempo de brincadeira e prazer para um tempo de
responsabilidades:
“O Manuel costumava correr comigo pela mata fora. Brincávamos, pulávamos, éramos
bons camaradas, e ele gostava de ensinar habilidades. (…)
Chegou o dia em que Manuel teve de ir para a escola. A Tia Júlia comprou-lhe uma
saca de serapilheira, uma lousa e um livro. (…)
Mas o Manuel ficava zangado:
- Faísca, não me faças perder tempo, ouviste? (…)
À tarde fazia os deveres e eu ficava ao pé dele.
A nossa vida corria mais ou menos sempre da mesma maneira.”
                                                      Faísca Conta a Sua História, pp. 12, 16
A ESCOLA

 A escola aparece com um papel normalizador:



“Joana já sabia ler histórias do livro de leitura. Sabia também copiá-las para o
caderno. Já tinha tantas cópias que estava farta, farta, farta.
É que Joana gostava de imaginar coisas que se passavam com gente, bichos e
plantas. Por isso pensou: ‘E se eu escrevesse uma história inventada por mim? Uma
história que ninguém conhece e que ninguém ainda copiou para o caderno de
escola? Uma história para a professora e os meus pais lerem e para eu ler ao Ali?’ (…)
Pois então. Joana escreveu uma história. ”
                                                     A História que Joana Escreveu, p. 27
A ESCOLA
    A escola aparece também com um papel

   castrador da imaginação infantil:

“- Uma redacção? Perguntou a professora, surpreendida.
- Uma história, respondeu a Joana.
A professora pôs-se a ler e foi fazendo risquinhos vermelhos à margem do papel.
Por fim disse com ar severo:
- Cinco erros Joana. Na tua idade fazem-se cópias. Só cópias.
Chegada a casa Joana não teve coragem para mostrar a história aos pais, porque os
risquinhos vermelhos eram como manchas de sangue nas asas do pardal.
E ainda por cima vinha escrito ao fundo da página: ‘Cinco erros!!’ Assim mesmo,
com dois pontos de exclamação, o que queria dizer: ‘Joana, nada de fantasias!! Só
cópias!!”

                                                    A História que Joana Escreveu, p. 28, 29
A ESCOLA

 Em contraponto, Ilse Losa faz a apologia do sonho

e da fantasia cerceada pela escola:



       “No mesmo instante, João sentiu-se ficar leve, leve, cada vez mais
       leve. Moveu os braços e, sem saber como, desprendeu-se do chão.
       Subiu, subiu… estava a voar.”
                                                    Viagem com Wish, p. 10
A ESCOLA
   Ilse Losa defende uma aprendizagem lúdica,

  através do prazer e do jogo :

“- Onde é que eles vão?
- Ao Jardim da Sabedoria.
- O que vem a ser isso?
- É o lugar onde se colhe, nas mais variadas espécies de árvores, de sebes, de flores,
e de hortaliça, tudo o que é preciso saber-se. Os meninos, que tu viste ali, trincam
um bago ou bebem uma gotinha de sabedoria todos os dias.
- Mesmo de matemática e de gramática?
- Mesmo de matemática e de gramática.
- E também de inglês?
- Pois claro, também de inglês.
- Ah, agora sei como a preguiçosa Seal aprendeu o inglês. Mas dize, Wish, depois de
os meninos terem colhido e engolido a lição o que é que fazem?
- Brincam, jogam, lêem, fazem música e o que mais lhes vier à ideia.
-Assim, sim Wish! Assim também eu queria.”
                                                               Viagem com Wish, p. 29
A SOCIEDADE
 Na obra de Ilse Losa são comuns as referências
à situação económica e social das personagens.
OUTROS TEMAS ABORDADOS


O Trabalho Infantil – Miguel, o Expositor; Um Fidalgo
de Pernas Curtas

                                                ??
O Analfabetismo Feminino - A Adivinha


A Ecologia – Beatriz e o Plátano; Estranha História de
uma Tília


A Tolerância e o Apelo ao Entendimento – Silka; Apesar de Tudo
FUNÇÃO DA LITERATURA INFANTIL



“O papel da literatura infantil é tão importante como o papel de
qualquer obra de arte. O livro ensina, aproxima a criança dos
problemas da vida, do mundo, do seu país; o livro fá-la colaborar com
as figuras que nele vivem.”
                                                             Losa, 1980
ILSE LIEBLICH LOSA
      1913-2006

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  • 1. ILSE LIEBLICH LOSA Caraterísticas da sua escrita infanto-juvenil.
  • 2.
  • 3. AS MEMÓRIAS  Ilse Losa, nas suas narrativas, recorre frequentemente às suas memórias e introduz aspetos autobiográficos. “… as histórias nascem de momentos aparentemente insignificantes, mas que nos tocaram, de encontros com criaturas e paisagens.” Losa, 2000
  • 4. O REALISMO  A escrita de Ilse Losa é baseada na realidade quotidiana. “(...) observando a criança, verificamos que ela manifesta grande interesse por tudo o que a rodeia (...). Por esta razão não a satisfazemos contando- lhe exclusivamente histórias fantásticas; contemos-lhe também outras, relacionadas com o quotidiano”. Losa, 1980
  • 5. A CUMPLICIDADE COM ANATUREZA E OS ANIMAIS “Saber ouvir falar as plantas e os animais, não duvidar da sua semelhança com o homem é privilégio e vivência que não voltarão depois de a infância ter terminado, mas que ficam gravados na nossa memória.” Losa, 1980
  • 6. OS ANIMAIS  Na obra de Ilse Losa é constante a presença de animais: - Faísca Conta a Sua História; - Dois Inimigos que Ficaram Amigos, in A Flor Azul; - Um Fidalgo de Perna Curta; - Ana-Ana; - Na Quinta das Cerejeiras; - Viagem com Wish; - O Cão e o Pardal, in Ora Ouve; - Um Artista Chamado Duque; - A Visita ao Padrinho; - Dandy, in O Rei Rique e Outras Histórias ; - A História que Joana Escreveu, in O Rei Rique e Outras Histórias.
  • 7. OS ANIMAIS “Tenho um trauma de infância que é um cão. Aliás, nas minhas histórias há sempre cães. Eu gostava tanto de um cão que tive quando era miúda, como se fosse da família! Fazia parte da família aquele Bodo. Era praticamente meu. Não posso até explicar aquela amizade. Imagine que ainda outro dia acordei a chamar por ele. Nunca me abandonava. Mesmo quando eu estava a estudar, ficava ali, junto a mim.” Losa, 1991
  • 8. A NATUREZA  Na sua obra, Ilse Losa coloca a infância em estreita ligação com a Natureza, a qual simboliza os valores de autenticidade e de integridade: - A Flor Azul - Beatriz e o Plátano - O Senhor Pechincha - Silka - A Tulipa e a Violeta - A Estranha História de uma Tília
  • 9. A FAMÍLIA  Nos textos de Ilse Losa surgem outras realidades que não a da família tradicional (pai/mãe/filho) :  Aparece-nos várias vezes a família monoparental com um único filho - Faísca Conta a Sua História; Miguel, o Expositor; A Flor Azul; O Senhor Pechincha; Apesar de Tudo; Na Quinta das Cerejeiras e O Príncipe Nabo.  A ausência de um dos elementos parentais decorre do falecimento ou da emigração de um deles.
  • 10. A ESCOLA  A entrada das personagens na escola é referida como o momento de passagem de um tempo de brincadeira e prazer para um tempo de responsabilidades: “O Manuel costumava correr comigo pela mata fora. Brincávamos, pulávamos, éramos bons camaradas, e ele gostava de ensinar habilidades. (…) Chegou o dia em que Manuel teve de ir para a escola. A Tia Júlia comprou-lhe uma saca de serapilheira, uma lousa e um livro. (…) Mas o Manuel ficava zangado: - Faísca, não me faças perder tempo, ouviste? (…) À tarde fazia os deveres e eu ficava ao pé dele. A nossa vida corria mais ou menos sempre da mesma maneira.” Faísca Conta a Sua História, pp. 12, 16
  • 11. A ESCOLA  A escola aparece com um papel normalizador: “Joana já sabia ler histórias do livro de leitura. Sabia também copiá-las para o caderno. Já tinha tantas cópias que estava farta, farta, farta. É que Joana gostava de imaginar coisas que se passavam com gente, bichos e plantas. Por isso pensou: ‘E se eu escrevesse uma história inventada por mim? Uma história que ninguém conhece e que ninguém ainda copiou para o caderno de escola? Uma história para a professora e os meus pais lerem e para eu ler ao Ali?’ (…) Pois então. Joana escreveu uma história. ” A História que Joana Escreveu, p. 27
  • 12. A ESCOLA  A escola aparece também com um papel castrador da imaginação infantil: “- Uma redacção? Perguntou a professora, surpreendida. - Uma história, respondeu a Joana. A professora pôs-se a ler e foi fazendo risquinhos vermelhos à margem do papel. Por fim disse com ar severo: - Cinco erros Joana. Na tua idade fazem-se cópias. Só cópias. Chegada a casa Joana não teve coragem para mostrar a história aos pais, porque os risquinhos vermelhos eram como manchas de sangue nas asas do pardal. E ainda por cima vinha escrito ao fundo da página: ‘Cinco erros!!’ Assim mesmo, com dois pontos de exclamação, o que queria dizer: ‘Joana, nada de fantasias!! Só cópias!!” A História que Joana Escreveu, p. 28, 29
  • 13. A ESCOLA  Em contraponto, Ilse Losa faz a apologia do sonho e da fantasia cerceada pela escola: “No mesmo instante, João sentiu-se ficar leve, leve, cada vez mais leve. Moveu os braços e, sem saber como, desprendeu-se do chão. Subiu, subiu… estava a voar.” Viagem com Wish, p. 10
  • 14. A ESCOLA  Ilse Losa defende uma aprendizagem lúdica, através do prazer e do jogo : “- Onde é que eles vão? - Ao Jardim da Sabedoria. - O que vem a ser isso? - É o lugar onde se colhe, nas mais variadas espécies de árvores, de sebes, de flores, e de hortaliça, tudo o que é preciso saber-se. Os meninos, que tu viste ali, trincam um bago ou bebem uma gotinha de sabedoria todos os dias. - Mesmo de matemática e de gramática? - Mesmo de matemática e de gramática. - E também de inglês? - Pois claro, também de inglês. - Ah, agora sei como a preguiçosa Seal aprendeu o inglês. Mas dize, Wish, depois de os meninos terem colhido e engolido a lição o que é que fazem? - Brincam, jogam, lêem, fazem música e o que mais lhes vier à ideia. -Assim, sim Wish! Assim também eu queria.” Viagem com Wish, p. 29
  • 15. A SOCIEDADE  Na obra de Ilse Losa são comuns as referências à situação económica e social das personagens.
  • 16. OUTROS TEMAS ABORDADOS O Trabalho Infantil – Miguel, o Expositor; Um Fidalgo de Pernas Curtas ?? O Analfabetismo Feminino - A Adivinha A Ecologia – Beatriz e o Plátano; Estranha História de uma Tília A Tolerância e o Apelo ao Entendimento – Silka; Apesar de Tudo
  • 17. FUNÇÃO DA LITERATURA INFANTIL “O papel da literatura infantil é tão importante como o papel de qualquer obra de arte. O livro ensina, aproxima a criança dos problemas da vida, do mundo, do seu país; o livro fá-la colaborar com as figuras que nele vivem.” Losa, 1980
  • 18. ILSE LIEBLICH LOSA 1913-2006